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Truques GE e EMD

Conteúdo
Vale
Valer – Educação Vale

Conteudistas
Nelson Romanha – Vitória (ES)
Geraldo Nardi – Vitória (ES)

Produção
Vale

Junho/2009

É proibida a duplicação ou
reprodução deste material, ou
parte do mesmo, sob qualquer
meio, sem autorização
expressa da Vale.

2
Não é no silêncio
que os homens se fazem,

mas na palavra,
no trabalho,
na ação –
reflexão.
Paulo Freire

3
Apresentação

Caro Empregado,

Você está participando da ação de desenvolvimento Truques GE e EMD da Trilha


Técnica de Manutenção Ferroviária.

A Valer – Educação Vale construiu esta Trilha em conjunto com profissionais técnicos
da sua área, com o objetivo de identificar as competências essenciais para o melhor
desempenho de sua função, organizando as ações de desenvolvimento necessárias
para o aperfeiçoamento de suas atividades diárias.

Todos os treinamentos contidos na Trilha Técnica contribuem para o desenvolvimento


de suas competências e reforçam os valores, saúde e segurança, que são
indispensáveis para sua atuação em conformidade com os padrões de excelência
exigidos pela Vale.

Agora é com você. Vamos Trilhar?

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Sumário

Introdução [GISS1] Comentário: Não consegui


retirar o número da página da Introdução.
Podem me ensinar?

Parte 1…………………………………………………………………......................... 6
Truques
 Propriedades e estrutura
 Componentes

Parte 2…………………………………………………………………........................ 14
Remoção
 Truque
 Motor de tração
 Travessão oscilante
 Camisas (telhas) dos pedestais

Parte 3…………………………………………………………………........................ 43
Desmontagem e Montagem

Parte 4…………………………………………………………………........................ 65
Manutenção
 Limpeza do truque
 Encosto lateral
 Travessão oscilante
 Amortecedor de atrito do travessão oscilante
 Placa de desgaste central
 Timoneira do freio
 Conjunto de suspensão de alojamento do nariz do motor de tração
 Carcaça dos motores de tração
 Capa do mancal
 Molas do truque
 Mancais de bronze
 Dutos de ar (sanfonas)
 Lubrificadores a pavio de feltro
 Caixas de engrenagem

5
Introdução

O transporte ferroviário de carga é um dos negócios de sucesso da Vale.

Para que tal negócio se mantenha em constante crescimento, é necessário investir em


infraestrutura, equipamentos e novas aquisições, mas, sobretudo, no capital humano
da empresa.

Assim, a Valer – Educação Vale, através da Trilha Técnica oferece o curso de Truques
GE e EMD aos empregados da área de Manutenção Ferroviária, objetivando capacitá-
los a fazer a manutenção preventiva e corretiva de truques e acessórios.

Esta apostila é parte integrante do curso e nela você encontrará informações que
auxiliarão nos procedimentos de identificação, remoção, desmontagem e montagem
de truques GE e EMD das locomotivas utilizadas pela Vale.

Concluído o curso você estará apto a atuar de acordo com um dos valores da Vale: a
excelência de desempenho, que busca a melhoria contínua, por meio de melhores
práticas, promovendo ambiente de alta performance e segurança.

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Parte 1

Truques

Nesta parte, você encontrará


definição, propriedades
e tipos de truques utilizados
em locomotivas da Vale.

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Propriedades e estrutura

Você já sabe que truques ferroviários são o conjunto de rodas, sapatas de freio,
rolamentos, molas, eixos, cilindros de freio e barras estabilizadoras, entre outros
elementos.

O conjunto de truque, além de suportar o peso da locomotiva, tem uma função muito
importante: absorver e anular os esforços que resultam dos choques provenientes dos
trilhos, devido às irregularidades neles existentes e outras condições encontradas
durante a operação, que não sejam transmitidas à estrutura inferior da locomotiva e ao
equipamento montado nessa estrutura.

A potência de tração da locomotiva é fornecida aos motores de tração montados nos


truques, que estão engrenados aos eixos acionadores, os quais aplicam essa força
aos trilhos por meio das rodas.

O esforço de tração é transmitido à estrutura do truque por meio das caixas de


rolamentos e das superfícies sob pressão dos travessões oscilantes do truque. O
travessão oscilante central então transmite a força, através de seu mancal central, à
placa central da carroceria, para mover a locomotiva fornecendo a potência necessária
para reboque.

Cilindros de freio a ar e aparelhos de frenagem montados no truque são usados para


aplicar forças de retardamento às rodas, a fim de diminuir e parar a locomotiva.

O mancal central do travessão suporta o peso da locomotiva. Em cada extremidade do


travessão oscilante, três molas espirais o suportam e absorvem as deflexões verticais
da via.

As extremidades do travessão oscilante e do pedestal servem para transmitir a força


da estrutura a esses componentes.

Dois alojamentos de amortecedores, montados nos cantos opostos diagonalmente ao


alojamento da mola do travessão oscilante, carregam o amortecedor de fricção para
absorver a ação oscilante do suporte das molas do travessão.

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Encostos limitadores estão instalados sobre o travessão oscilante, os quais poderão
tocar o lado interno dos encostos limitadores do mesmo, sobre a estrutura, a fim de
limitar o seu movimento lateral.

A estrutura principal do truque é suportada em jogos de molas espirais, sendo duas


acima de cada caixa de mancal, que transmite a carga diretamente das molas ao eixo.
Ela é mantida entre duas mandíbulas-pedestal, que fazem parte integral da armação
do truque, estando presas na parte inferior, pelas barras do pedestal (travessa).

As duas barras do pedestal central são partes importantes do


sistema transmissor de peso e não devem ser desligadas com
peso da locomotiva sobre o truque.

Camisas renováveis para o pedestal e placas de desgaste da caixa de mancal,


permitem o controle da folga entre os pedestais e as caixas de mancal.

Cada um dos motores de tração é suportado pelo eixo que ele próprio aciona por um
conjunto de suspensão, de alojamento do nariz do motor de tração, localizado entre os
terminais de suspensão que se encontram nas vigas da estrutura do truque.

Quatro motores de tração são suportados em seus respectivos lugares, para acionar
os eixos e os conjuntos de suspensão, montados nas travessas da estrutura do
truque. Todos os motores em um mesmo truque, olham na mesma direção. [GISS2] Comentário: Essas duas
informações são semelhantes. A primeira
(em cinza) foi retirada do material base e a
segunda se encontra no material
O sistema de freio consiste de quatro cilindros de dupla ação, dois montados em cada complementar. Apesar de serem
semelhantes, há pequenas diferenças.
lado da estrutura do truque, acima da primeira e terceira roda. Cada cilindro supre Minha dúvida é se elas tratam do mesmo
truque ou uma trata do GE e outra do EMD.
potência de frenagem para duas sapatas de freio. Verificar com o conteudista, por favor.

Devido à simplicidade de liames e pequeno número de cilindros e sapatas de freio, o


custo e tempo de manutenção é grandemente reduzido, quando comparado ao
sistema convencional de frenagem.

Sapatas de freio de composição são usadas para fornecer comparáveis distâncias de


parada e aumento da vida de serviço.

9
A introdução do truque na ferrovia deu-se por
Ross Winans, num carro de passageiros da
Baltimore & Ohio, e, devido ao sucesso obtido,
passou a ser empregado também em vagões.

Componentes

Veja nas figuras a seguir todos os componentes de um truque.

Figura 01 – Vista superior do truque

10
Figura 02 – Vista inferior do truque

LEGENDA DA FIGURA 01

1) Travessão oscilante em 'H';


2) Mancal central do travessão oscilante;
3) Garras de segurança que prendem o travessão oscilante ao conjunto principal do
truque;
4) Vigas da estrutura do truque;
5) Local de suspensão do nariz do motor de tração;
6) Duto de ar de ventilação do motor de tração;
7) Carcaça do truque;
8) Barra de suspensão do cepo de freio;
9) Cepo de freio;
10) Tirante de ligação da alavanca de freio;
11) Cabos elétricos do motor de tração;
12) Mangueira de aplicação de areia;
13) Caixa de areia;
14) Caixa de rolamento;
15) Molas de suspensão entre as caixas de rolamento e a carcaça do truque;
16) Pedestal para guia da caixa de rolamento;
17) Aba da caixa de rolamento;
18) Molas de apoio do travessão oscilante;

11
19) Cilindro de freio;
20) Guia para o travessão oscilante;
21) Parada do travesso oscilante.

LEGENDA DA FIGURA 02

22) Guia do tirante de freio;


23) Ajustador de folga dos cepos de freio;
24) Caixas de engrenagens;
25) Guarda-pino;
26) Tampa de lubrificação da caixa das engrenagens;
27) Capa do mancal (mancal de apoio).

12
1) Três empregados foram encarregados de montar, pela primeira vez, os
truques de uma locomotiva. Antes de iniciar o procedimento, eles não
lembravam qual componente sustenta a estrutura principal do truque.
Cada um deu uma resposta. Qual dos empregados estava certo?

( ) Empregado 1 - Os jogos de molas espirais, que suportam a estrutura


principal do truque, localizam-se acima da caixa de areia.
( ) Empregado 2 - A estrutura principal do truque é suportada por duas molas
espirais, que se localizam acima de cada caixa de rolamento.
( ) Empregado 3 - Abaixo da caixa de rolamento, situam-se duas molas
espirais que têm a função de suportar a estrutura principal do truque.

2) Você faltou à aula do curso Truques e pediu a um aluno que


informasse os nomes dos componentes citados pelo instrutor. Se o aluno
disse o nome de cada peça com exatidão quais foram esses nomes?
Preencha-os nos retângulos correspondentes.

13
3) O instrutor do curso Truques, ao corrigir um exercício de um aluno,
observou que sua resposta sobre a função dos truques estava
incompleta. Qual informação a mais poderia ser dada?

Resposta do aluno: “Uma das principais funções do truque é suportar o


peso da locomotiva”.

R:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

14
Parte 2

Remoção

Nesta parte, você aprenderá os


procedimentos para a remoção
de truques e seus componentes.

15
Truques

A seguir, você poderá observar os procedimentos que devem ser realizados na


remoção de truques e seus componentes, das locomotivas utilizadas pela Vale.

REMOÇÃO DO TRUQUE DA LOCOMOTIVA DDM-45

Existem três maneiras de se remover o truque de uma locomotiva DDM-45, usando-se


plataforma abaixadora, ponte rolante ou macaco.

Caso a remoção seja com plataforma abaixadora, esta deve ter comprimento mínimo
de 23” e deve-se providenciar suportes capazes de suportar 115.000 libras cada um.

Antes de baixar a plataforma, certifique-se de que o truque está bem centrado na


mesma e observe que a linha de centro do truque está a aproximadamente 15” para
dentro da linha de centro do travessão.

Caso a remoção seja com ponte rolante ou macacos, os quatro cantos de um ou


ambos truques devem ser levantados simultaneamente e igualmente, até que permita
a remoção completa do(s) mesmo(s).

Em todos os casos, antes de levantar a locomotiva, a corrente de segurança deve ser


removida e a locomotiva deverá ficar apoiada em blocos, caso tenha que ser mantida
em posição elevada.

Certifique-se de que todas as outras ligações entre os truques e


a carroceria foram removidas, tais como, equipamentos de freio a
ar e de areeiro, cabos do motor de tração, corrente do freio
manual e ligação de velocímetro.

16
Para remover uma roda, eixo e o conjunto de motor de tração de uma locomotiva
DDM-45, siga o procedimento para uso do macaco, conforme Figura 3 e os passos a
seguir:

 Coloque o macaco sob a nervura central (indicada pela seta 1 na Figura 3), antes
de remover as barras do pedestal.

 Levante a carroceria 5 1/2”, medida acima do travessão oscilante.

Valeta
Bloco de
travamento

Valeta 1

Figura 3 [GISS3] Comentário: Pg. 4


Todas as figuras que estão contidas no
material de complemento serão indicadas
aqui com o respectivo número da página em
que se encontram.

Somente uma mínima quantidade de peso deve ser aplicada com


os pinos do barramento removidos. No Catálogo de Ferramentas
de Serviço há vários desenhos que mostram os itens necessários
para a desmontagem e manuseio de truques.

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Após a remoção das barras e pinos, talvez seja necessário, em alguns casos, reaplicar
uma pequena porção de pesa no sentido vertical, para liberar a barra da caixa de
mancal, se a parte inferior dessa, estiver forçando contra a barra que deve ser
deslocada para fora.

Na remoção de um ou mais conjuntos internos, o peso


da carroceria deve ser removido do truque, antes da
remoção de barras de tração, pinos e eixos centrais,
usando-se os suportes da carroceria da locomotiva ou
aplicando-se o macaco sob o centro da aba adjacente à
sub-estrutura das placas terminais.

REMOÇÃO DO TRUQUE DAS LOCOMOTIVAS G12, G16 E GT26CU-2

Veja os passos a serem seguidos para a remoção do truque das locomotivas modelos
G12, G16 e GT26CU-2.

 Posicione a locomotiva junto aos macacos elétricos para elevação da mesma.

 Remova as correntes que prendem os truques à carroceria da locomotiva


GT26CU-2.
 Afrouxe, nas locomotivas G16, as porcas das garras que fixam a carroceria ao
travessão oscilante, deslocando-a para fora.
 Afrouxe, nas locomotivas G12, as porcas dos parafusos que fixam as garras e,
posteriormente, remova as garras que prendem a carroceria ao travessão oscilante
(Figura 04).

18
Figura 4

 Desligue os demais componentes descritos abaixo:

[GISS4] Comentário: A Sabina disse-


me que os boxes mudaram para azul e a
Mariana Haido informou que retira-se o box
 velocímetro, equipamento de freio a ar, equipamento A.T.C. e corrente de freio e coloca-se apenas uma seta azul. Fiz todas
as alterações conforme a informação da
manual (locomotivas GT26CU-2). Mariana, já que a última apostila que ela
revisou estava assim. Peço confirmação se
está correto.
DÚVIDA: Antes da seta azul pula-se uma
linha ou coloca-se a seta logo após o
 Use calços de alumínio no apoio dos macacos elétricos. parágrafo?
 Verifique se as caixas de areia têm passagens livres nas bases dos macacos
elétricos quando for remover os truques das locomotivas GT26CU-2.

Após desligar esses componentes, certifique-se do


posicionamento dos macacos elétricos. Aproxime os mesmos
individualmente até encostar o seu apoio ao da locomotiva.

As locomotivas G12 são elevadas até a altura ideal para desligar as mangueiras de ar
comprimido do freio e a corrente de freio manual.

 Eleve a locomotiva à altura ideal para que os eletricistas possam desligar os cabos
elétricos dos motores de tração, após executar os serviços dos itens anteriores.

19
 Remova os truques com auxílio do puxador de truques.
A partir de agora você conhecerá o processo de remoção de alguns componentes dos
truques utilizados nas locomotivas da Vale.

Motor de tração

REMOÇÃO DO MOTOR DE TRAÇÃO DA LOCOMOTIVA DDM-45 NA MESA FALSA

Para remover o motor de tração da locomotiva DDM-45, siga os passos a seguir:

 Posicione o motor de tração a ser retirado no centro da mesa falsa.


 Ligue as lanternas que se encontram sobre os macacos e coloque a placa de
segurança (sem que ela se mova) no engate da locomotiva.
 Coloque os calços entre os elos das correntes que prendem a carroceria ao truque
na substituição do motor de tração das posições um, quatro, cinco e oito.
 Aproxime os dois macacos, individualmente, até encostar o seu apoio ao da
locomotiva, levantando a carroceria 5 1/2" acima do travessão oscilante.

O peso da carroceria deve ser aliviado antes da remoção dos


pinos das travessas para evitar deformações nos pedestais.

 Bata o pino da sanfona e desligue-a, ao substituir o motor de tração das posições


dois e sete.
 Retire o parafuso de segurança do pino da travessa ao substituir o motor de tração
das posições dois, três, seis ou sete e bata o mesmo de baixo para cima para,
posteriormente, abrir as travessas (Figura 05).

20
Parafuso de segurança

Pino removível

Figura 05

 Solte as guias das mangueiras dos areeiros ao substituir o motor de tração das
extremidades de cada truque e recoloque as porcas para manter as travessas no
pedestal.
 Solte o velocímetro ao substituir o motor de tração da posição dois. Caso seja o
motor de tração da posição sete, desligue o equipamento A.T.C.
 Corte os lacres dos bujões das caixas de rolamento, afrouxe-os e, em seguida,
drene o óleo das caixas.
 Retire os pinos de regulagem dos tirantes de freio.
 Coloque o suporte de sustentação sob a carcaça do motor de tração após desligar
os componentes. Isso permitirá a passagem direta do suporte pelo conjunto de
suspensão.
 Retire ou abra as travessas e desça a mesa falsa até a altura ideal para que sejam
desligados os cabos elétricos. Não retire ou abra as travessas antes de colocar o
suporte de sustentação do motor de tração.
 Desça a mesa falsa, após desligar os cabos elétricos, com a atenção voltada para
o quadro elétrico, onde se encontram as lâmpadas para a orientação do operador.
 Observe que, ao ligar o quadro elétrico, as lâmpadas um e dois se acendem.
Descendo a mesa falsa, juntamente com o motor de tração até o seu percurso
final, a lâmpada três se acenderá. Assim que a mesa começar a ser deslocada,
lateralmente, as lâmpadas um e dois se apagarão, permanecendo acesa a
lâmpada três.
 Observe quando a mesa estiver aproximando-se da posição correta, pois a
lâmpada 4 deve acender. Com pequenos toques no botão de acionamento, a
mesa falsa ficará na posição exata assim que a lâmpada 5 acender (Figura 06).

21
Figura 06 – Quadro elétrico da mesa falsa

 Eleve a mesa falsa para substituição do motor de tração, proporcionando a


liberação total do conjunto do motor.

A instalação do motor de tração é, em geral, a operação


inversa à sua remoção.

REMOÇÃO DO MOTOR DE TRAÇÃO DAS LOCOMOTIVAS G12, G16 E GT26CU-2


NA MESA FALSA

Observe agora a remoção do motor de tração das locomotivas G12, G16 e G26CU-2.

 Posicione o motor de tração a ser retirado no centro da mesa falsa.


 Ligue as lanternas que se encontram sobre os macacos e coloque a placa de
segurança (sem que ela se mova) no engate da locomotiva.
 Aproxime os dois macacos, individualmente, até encostar o seu apoio ao da
locomotiva, levantando a carroceria 5 1/2“ acima do travessão oscilante.
 Coloque macacos apropriados, em ambos os lados (direito e esquerdo), sob a
estrutura do truque, para evitar a inclinação dos mesmos, logo após substituir o
motor de tração, das posições um, três, quatro e seis, dos truques das
locomotivas G16 ou GT26CU-2 ou qualquer motor de tração das locomotivas
G12.

22
O peso da carroceria deve ser aliviado antes da remoção
dos parafusos das travessas para evitar deformações
nos pedestais.

 Solte a braçadeira que prende os cabos elétricos à carcaça após remover o motor
de tração das posições dois ou cinco nos truques G16 ou GT26CU2.
 Solte os parafusos que fixam os amortecedores telescópicos às caixas de
rolamentos em cada lado do truque após remover o motor de tração central do
truque GT26CU-2 das posições dois e cinco.
 Solte os protetores do areeiro e recoloque as porcas para manter as travessas no
pedestal após substituir o motor de tração da extremidade de cada truque G12,
G16 e GT26CU2.
 Desligue o velocímetro das locomotivas G16 e GT26CU-2 ao trocar o motor de
tração da posição um. Caso seja o motor de tração da posição seis, desligue o
equipamento A.T.C.
 Desligue o velocímetro na posição um das locomotivas G12. Sendo o motor de
tração da posição quatro, desligue o equipamento A.T.C.
 Corte o lacre dos bujões das caixas de rolamento, afrouxe-os e drene o óleo das
caixas.
 Retire os pinos de regulagem dos tirantes de freio.
 Retire os pinos de regulagem dos tirantes de freio antes de encostar os macacos,
após substituir o motor de tração da locomotiva GT26CU-2.
 Coloque os suportes de sustentação sob a carcaça do motor de tração após
desligar os componentes. Isso permitirá a passagem direta do motor pelo conjunto
de suspensão.
 Retire as travessas e, posteriormente, desça a mesa falsa até a altura ideal para
que sejam desligados os cabos elétricos.
 Não retire as travessas antes de colocar o suporte de sustentação do motor de
tração.
 Desça a mesa falsa após desligar os cabos elétricos do motor de tração da
posição sete, com a atenção voltada para o quadro elétrico, onde se encontram as
lâmpadas para a orientação do operador.

23
Travessão oscilante

REMOÇÃO DO TRAVESSÃO OSCILANTE

Quando se desmonta o truque, a parte inferior do travessão oscilante deve ser


examinada por avarias.

O travessão oscilante ao ser suspenso exige do


mecânico muita atenção. Não utilize correntes ou outro
dispositivo que possa avariar a superfície inferior do mesmo.

Nas figuras a seguir, será demonstrada a ferramenta que é usada para comprimir o
amortecedor de atrito no alojamento enquanto estiver instalando ou removendo o
travessão oscilante na estrutura de truque DDM-45.

Essa ferramenta é parafusada na parte traseira do amortecedor de atrito e se prolonga


por meio da chapa até a traseira do alojamento.

Figura 07 Figura 08

A porca retratora é instalada na ferramenta e apertada até que o amortecedor de atrito


seja colocado no alojamento, permitindo que o travessão oscilante seja instalado ou
removido na estrutura do truque (Figuras 07 e 08).
Logo, os seguintes procedimentos deverão ser realizados:

24
 antes de remover o travessão oscilante da estrutura do truque G12 e G16,
desligue as duas garras de segurança que o prendem ao conjunto principal do
truque;
 ao removê-lo, bloqueie o amortecedor de atrito (sob a ação de uma mola) para
evitar possíveis avarias quando a referida mola for liberada (Figuras 09 e 10).

Figura 09 Figura 10

Camisas dos pedestais (telhas)

REMOÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DAS CAMISAS DOS PEDESTAIS (TELHAS)

As camisas dos pedestais – telhas – (Figura 11) são previstas para absorverem o
desgaste que ocorre devido ao movimento relativo entre a caixa de rolamento e os
pedestais. Para conveniência de substituição as camisas são parafusadas às
mandíbulas.

Figura 11

25
Se as folgas estiverem acima dos limites máximos ou se as camisas dos pedestais
estiverem com possíveis quebras ou trincas, elas deverão ser substituídas.

Os limites de folga laterais ou longitudinais das superfícies de desgaste são tais que
em operação normal a folga não excederá ao seu valor máximo no período de
recondicionamento do truque.

Se as folgas estiverem acima dos limites máximos, as placas de desgaste deverá ser
substituída. Essas placas devem ser examinadas verificando-se possíveis quebras ou
trincas e para serem recusadas, devem ser inspecionadas com magnaflux.

Os limites de desgaste entre as camisas dos pedestais do truque às placas de


desgaste das caixas de rolamentos são mostradas a seguir (Figura 12).

Figura 12

Os materiais das camisas dos pedestais são de Nylatron ou aço.

26
Folga longitudinal

A Figura 12 mostra uma vista superior do conjunto formado por caixa de rolamento,
camisa do pedestal e eixo.

A folga longitudinal representa a folga existente entre as placas de desgaste da caixa


de rolamento e as camisas do pedestal.

Como existem duas folgas (uma de cada lado da caixa de rolamento), a soma das
duas folgas longitudinais (B1 + B2) deve ter no mínimo de 1/16” e no máximo 1/4”,
pois acima desse valor as camisas deverão ser substituídas.

Folga lateral

A folga lateral é a folga existente entre as placas de desgaste laterais da caixa de


rolamento e a lateral da camisa do pedestal.

Como existem duas folgas (uma de cada lado das placas), a soma das folgas laterais
(A1 +A2) ou (A3 + A4) deve ter o mínimo de 1/8” e o máximo de 3/8”, pois acima
desse valor as camisas deverão ser substituídas.

Observe, então, os demais procedimentos a seguir:

 Comprima o conjunto de molas para remoção das camisas dos pedestais com
auxílio de um macaco mecânico ou hidráulico e afrouxe os parafusos que as
prendem ao truque. Retire-os em seguida.
 Coloque os parafusos de fixação, pois devem entrar livremente, a fim de que as
camisas se ajustem firmemente contra as mandíbulas do pedestal.
 Retire o macaco hidráulico ou mecânico e coloque-o transversalmente para ajustar
as camisas firmemente contra as mandíbulas do pedestal do truque, com os furos
de montagem apropriadamente alinhados.
 Utilize as ferramentas de aço para reajustá-las nas mandíbulas do pedestal após
instalar as camisas dos pedestais de Nylatron.
 Use uma chapa n.º 9515453 em todas as aplicações das camisas de Nylatron
(Figura 13).

27
o
Chapa n
9515453

Figura 13

 Aperte os parafusos com um torque de 225 lbs/pé, retirando, em seguida, o


macaco hidráulico ou mecânico após ter sido feita a substituição das camisas.

A dimensão longitudinal entre as camisas do pedestal dos truques DDM-45 deve ser
no mínimo de 15.011” e no máximo de 15.073”, conforme demonstrado na Figura 14.

15.011” min.
15.073” máx.

Camisas do
Pedestal

Assento da
mola

Figura 14

A dimensão longitudinal entre as camisas do pedestal dos truques das G12, G16 e
GT26CU-2 deve ser o mínimo de 13 21/64” a um máximo de 13 25/64” (Figura 15).

28
Figura 15

Medida longitudinal do pedestal

Essas medidas referem-se às distâncias entre as superfícies internas das mandíbulas


do pedestal no mesmo lado do truque, conforme as Figuras 16, 17 e 18. As medidas
incorretas do pedestal são causadas por empeno das estruturas ou empeno dos
pedestais, o que requer a correção para se obter medidas corretas.

Figura 16

29
Medida entre rodas

A medida entre rodas é a medida entre as linhas de centro dos eixos dos rodeiros,
conforme as Figuras 16, 17 e 18.

Essa distância pode ser achada colocando-se uma régua rígida ao longo das faces do
eixo no sentido longitudinal às faces das mandíbulas do pedestal de qualquer de dois
eixos e medindo-se a distância entre as duas linhas de centro dos eixos.

Medida transversal do pedestal

As medidas transversais do pedestal referem-se à dimensão entre a superfície interna


usinada da mandíbula do pedestal e a linha de centro longitudinal do truque.

As dimensões para truques individuais se encontram nas Figuras 16, 17 e 18.

Os pedestais podem estar inclinados para fora ou para dentro desde que ambos
tenham a mesma inclinação e estejam nos limites permissíveis com relação à linha de
centro, no sentido longitudinal da estrutura do truque à face interna do pedestal.

Os pedestais que não se enquadram aos limites dimensionais podem ser corrigidos
endireitando-se a estrutura do truque a frio ou a quente.

Figura 17 Figura 18

30
Alinhamento horizontal do pedestal numa base

Esse alinhamento é um relacionamento de uma mandíbula do pedestal a qualquer


outra mandíbula de estrutura do truque e pode ser determinado medindo-se as guias
por meio de uma régua ou de arame de aço (Figuras 19, 20 e 21), que poderá estar
acima ou abaixo da linha da base do pedestal, não mais do que 1/8”. Uma condição
em excesso deve ser corrigida alinhando-se a estrutura do truque.

Localização dos assentos de mola espirais dos rolamentos

A linha de centro dos assentos de mola deve ser mantida nos limites de 1/8”, em
qualquer direção fora da linha de centro da abertura do pedestal, conforme Figura 19.

Figura 19

Figura 20

31
Linha de centro da capa da mola

Linha de centro reposicionada

Flange reposicionada à nova linha de centro


por corte, formação e solda.

Figura 21

A localização do assento de mola deve ser examinada verificando-se o alinhamento


quando qualquer trabalho tiver sido feito nos pedestais. Se o desalinhamento for
superior a 1/8”, ele pode ser corrigido de acordo com a Figura 21.

Uma seção de cada um dos dois assentos de mola é cortada com maçarico para
acomodar a sua nova posição e ressoldá-la, esmerilhando a solda de maneira a deixar
a superfície bem lisa.

Medição de truques

Os pedestais são medidos para determinar se estão em alinhamento correto entre si,
isto é, para determinar se a distância entre eles está igual ou dentro dos limites
permissíveis.

O diagrama das Figuras 22, 23 e 24 indica quais os pares de pedestais que devem ter
distâncias iguais entre si.

32
1.6 = 2.5

1.10 = 2.9

3.8 = 4.7

3.12 = 4.11

5.10 = 6.9

7.12 = 8.11

9.14 = 10.13

11.16 = 12.15

1.14 = 2.13

3.16 = 4.15

Figura 22

33
Figura 23

Marca de
verificação

Pedestal

Figura 24

A medida é feita usando-se a régua de medida, conforme mostrado na Figura 25 e


com a estrutura do truque invertida em local nivelado.

Além da inspeção no sentido diagonal dos pedestais, pode ser necessário inspecionar
nos sentidos longitudinal e transversal, como mostra a Figura 25.

34
Régua medidora

Figura 25

A régua medidora tem em cada extremidade uma ponteira ajustável. O conjunto facilita
a tomada de leituras de dimensões comparativas de vários comprimentos, o que não
poderia ser feito com medidores comuns. Já as ponteiras ajustáveis permitem que as
medições de vários pontos possam ser comparadas.

Marcas de medições devem ser gravadas na extremidade e/ou na parte inferior de


cada mandíbula de pedestal.

Essas marcas devem ser feitas em localizações idênticas em


cada pedestal, a fim de assegurar uma comparação precisa.

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As marcas são pequenos pontos executados com o campo de função, localizado no
canto externo do pedestal (Figura 26).

Conforme você pode visualizar na Figura 27, uma ferramenta especial pode ser
construída para localização das marcas do pedestal. Essa ferramenta é usada para
gravar dois riscos em ângulo reto a 1 1/2” ou qualquer outra medida desejada, na
parte inferior do pedestal.

Ferramenta de
medição
Marca de
inscrição

Figura 26 Figura 27

Cada pedestal deve ser examinado, com relação à inclinação na superfície interna e
pelo lado que faceia o centro do truque, antes de se efetuar a medição.

Os pares de pedestais apostos entre si (um em cada lado da estrutura), que forem
encontrados nos esquadros, deverão ser usados como ponto de partida para medição.

Os pedestais devem ser examinados usando-se uma régua de aresta bem reta e com
um esquadro (Figura 28).

36
Régua
Esquadro

Examinando a face do
Examinando a superfície interna pedestal
do pedestal

Figura 28

Se as medidas diagonais (Figuras 22, 23 e 24) não forem iguais, torna-se necessário
medir os pedestais longitudinalmente e transversalmente, conforme Figura 28, a fim de
localizar os pedestais que estão fora de alinhamento e determinar o quanto estão fora.

Nas medições diagonais, há tolerância de + 1/16”.

As duas barras do pedestal central do truque DDM-45 (Figura 29) são partes
importantes do sistema de transporte de carga da locomotiva.

37
Figura 29

As barras devem ser examinadas sempre que uma manutenção for efetuada,
verificando se a folga dos pinos está satisfatória e se os pinos e as barras não estão
danificados.

A folga máxima permissível, diametricamente, entre o pino semipermanente e os furos


na estrutura é de 0.015”.

A folga máxima do pino removível ao furo da estrutura é de 0.030". Se ela exceder a


folga máxima, devido aos furos na estrutura ou desgaste na barra, solte anéis nos
furos e retifique-os para 2.250" + 0.001" com a estrutura do truque invertida.

Se a barra tiver sido removida da estrutura, poderá ser instalada posicionando-se a


mesma na abertura da canaleta do pedestal.

Logo após isso, você deverá introduzir o pino da barra, através do furo da estrutura,
observando, além disso, que:

 o pino semipermanente é mantido em sua posição por um clipe de segurança em


forma de L que evita a saída do pino;
 o clipe está soldado à estrutura superior e acima da cabeça do pino;

38
 uma chapa redonda é colocada sobre o furo na parte inferior da estrutura e
soldada em sua posição.

A diferença fundamental na construção de


truques para vagões de carga ou carros de
passageiro reside na flexibilidade dos sistemas
de molas para um e outro caso.

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1) Imagine-se fazendo a remoção do motor de tração da locomotiva DDM-
45. Você sabe que durante esse procedimento deve-se observar, com
muita atenção, o quadro elétrico. Sendo assim, enumere os círculos de
cada imagem abaixo (que representa o quadro), de forma que eles
simulem as lâmpadas que acendem e apagam durante todo o processo de
remoção do motor.

1º passo 2º passo 3º passo

4º passo 5º passo

2) Um empregado da Vale, ao finalizar a remoção do motor de tração das


locomotivas G12, G16 e GT 26 CU-2 na mesa falsa, observou
que os pedestais apresentavam deformações. Isso
aconteceu porque ele não:

( ) ligou as lanternas que ficam acima dos macacos.


( ) aliviou o peso da carroceria antes de retirar os
parafusos das travessas.
( ) retirou os pinos de regulagem dos tirantes de freios.
( ) deslizou a mesa falsa.

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3) Você está iniciando suas atividades de remoção de truques e, durante
seu trabalho, às vezes, confunde os procedimentos específicos que
aprendeu para cada tipo de truque. Elabore, para se organizar então, a
tabela a seguir, que possui todos os passos da remoção de truques para
cada tipo de locomotiva, marcando com um X o procedimento
correspondente ao(s) tipo(s) de locomotiva(s).

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