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FREIO A AR
COMPRIMIDO
FERROVIÁRIO
ORIGENS E DESENVOLVIMENTO DO FREIO A AR COMPRIMIDO
FERROVIÁRIO
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passa por todos os veículos da composição e vai até a locomotiva, tendo a sua
continuidade garantida por mangueiras flexíveis.
O encanamento geral é o elemento que tem dupla função de garantir o meio por
onde se faz a evacuação de todos os cilindros da composição e por onde, através da
redução do grau de vácuo inicial nele existente, se faz o controle da formação da
pressão nos cilindros de freio da composição.
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penetrando, pela abertura produzida no encanamento geral, aplica os freios de ambas
as partes do trem.
No sistema de freio a vácuo, a pressão de ar atmosférico é usada para originar a
força que faz as sapatas de freio atuarem contra as rodas.
Contudo, a baixa pressão conseguida na prática com esse tipo de equipamento, 7 a 8
psi., fazia com que principalmente as câmaras ou cilindros de freio à vácuo fossem
demasiadamente grandes e pesados a fim de poder alcançar a força de frenagem
necessária.
Outro problema do freio a vácuo era a perda de sua eficiência à medida que
passava a operar em locais mais elevados.
Em 1869 George Westinghouse inventou o freio a ar comprimido que veio, a
partir de então, melhorar as condições de segurança e operação das ferrovias de todo
mundo.
A 13 de abril de 1869, George Westinghouse fez a primeira demonstração
prática do novo sistema de freio.
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A experiência realizou-se na Estrada de Ferro Pennsylvania, entre Pittisburg e
Stenbenville, em uma locomotiva a vapor acoplada a um par de carros de passageiros.
O sistema de freio a ar comprimido, inicialmente, funcionava de forma
semelhante ao sistema de freio à vácuo, isto é, constava de um cilindro de freio
instalado em cada veículo e ligado ao encanamento que passa por todos os veículos
da composição e vai até a locomotiva, tendo a sua continuidade garantida por
mangueiras flexíveis. Este sistema chamou-se Freio a Ar Direto.
FREIO A AR DIRETO
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tamanho das composições e dos problemas de choque entre os vagões decorrentes dos
altos tempos de aplicação e alívio dos freios, apresentava ainda o grande inconveniente
de não ser seguro, caso o encanamento geral do trem se rompesse. Neste caso não se
dava a aplicação dos freios em toda a composição.
A fim de eliminar as deficiências do freio a ar direto, Westinghouse desenvolveu
e patenteou em 1872 o primeiro equipamento de freio a ar automático, como veremos
nos capítulos seguintes.
- GENERALIDADES -
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Estes coeficientes são variáveis devido a influência de vários fatores, tais como a
velocidade, umidade, temperatura, estado das superfícies, etc.
Todavia, o fator influente mais preponderante é a velocidade para o coeficiente
de atrito "a" entre a sapata e a roda, e velocidade e umidade para o coeficiente de atrito
"b" entre roda e trilho.
Na fig. 6 são mostradas as curvas de variação de "a" com a velocidade e de "b"
com a velocidade e umidade (estado dos trilhos).
Levando-se em conta as igualdades (2) e (3), a equação (1) toma o seguinte
aspecto:
b
F1 < Pa
a
que nos dará, teoricamente, qual é o esforço de frenagem F1 a ser aplicado em cada
roda de um veículo de peso Pa por roda.
Entretanto a determinação do esforço de frenagem por esta fórmula, diretamente,
é de difícil execução na prática, uma vez
que os coeficientes "a" e "b" são de
determinação complicada, em virtude dos
variados fatores que os influenciam.
Assim, o que se faz na prática
ferroviária para determinação dos esforços
de frenagem a serem utilizados nos diversos
tipos de veículos, é usar regras práticas,
resultantes de experiências, cujo objetivo é
garantir a segurança dos trens e evitar o
deslizamento das rodas.
O coeficiente de aderência varia com
a natureza das superfícies em contato (tipo
dos materiais), com o estado das mesmas
(existência ou não de matéria estranha
interposta), com as condições atmosféricas e
com a velocidade.
As superfícies rugosas apresentam
maior coeficiente de aderência do que as
lisas. Assim o coeficiente de aderência do
pneumático sobre o pavimento rugoso é de
0,40 a 0,50 (40 a 50%), enquanto que nas superfícies lisas é de 0,25.
O coeficiente de aderência das rodas de aço sobre trilhos de aço tem os seguintes
valores aproximados:
Trilho completamente seco ou lavado pela chuva 0,33;
Trilho seco e limpo 0,22;
Trilho seco 0,20;
Trilho molhado pela chuva 0,14;
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Trilho úmido de orvalho 0,125;
Trilho úmido e sujo 0,11;
Trilho com óleo 0,10.
Na prática, costuma-se tomar para os cálculos de tração um valor médio de 0,22,
para o coeficiente de aderência do trilho seco.
O baixo coeficiente de aderência para o trilho úmido pelo orvalho explica-se do
seguinte modo: uma película de orvalho, atingindo uma parte do boleto suja de óleo,
mesmo seco, em virtude do fenômeno de tensão superficial faz com que o óleo avance,
formando uma película de óleo (filme) que lubrifica a cabeça do trilho, (boleto)
diminuindo a aderência,(Fig. 7).
EQUILÍBRIO -RESERVATÓRIIOS -
E CILINDROS DE FREIO
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RESERVATÓROS CONECTADOS
CILINDROS DE FREIO
A primeira ilustração ao lado mostra um reservatório auxiliar ligado a um
cilindro de freio. O volume do reservatório é tal
que, quando o cilindro de freio atinge o seu
curso correto, a pressão de 70 lbs/pol² se
equilibrará em exatamente 50 lbs/pol² quando é
feita a conexão entre ambos.
A segunda ilustração mostra o mesmo
reservatório com 70 lbs/pol² conectado a um
mesmo cilindro de freio, porém, com um curso
menor que o normal. A pressão de equilíbrio
(nesse caso 60 lbs/pol²) será algo entre a
pressão de carregamento inicial do reservatório
auxiliar (70 lbs/pol²) e a de equalização entre
este e o cilindro de freio com curso normal (50
lbs/pol²).
A terceira ilustração mostra o mesmo
reservatório auxiliar carregado com as 70
lbs/pol² e ligado ao mesmo cilindro de freio,
porém com um curso acima do normal. A
pressão de equilíbrio (nesse caso 40 lbs/pol²)
será algo abaixo da pressão correta (50 lbs/pol²)
dependendo de quanto o curso do cilindro de
freio está acima do normal.
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DESLOCAMENTO
O cilindro de freio é um
reservatório onde uma de suas paredes
se movimenta. Na posição de alivio,
estando sua linha de abastecimento
ligada para a atmosfera, a pressão
contra seu pistão será zero
manométrica ou atmosférica. Veja a
ilustração acima.
A passagem de abastecimento é
então fechada, como mostra a figura
seguinte. Fixa-se a haste do cilindro à
alavanca de freio e com o ponto fíxo
no centro, aplica-se uma força na outra
extremidade de maneira que o pistão
se desloque para a posição de
aplicação.
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O suprimento do cilindro após as primeiras 5 ou 10 lbs/pol² será um crescimento
de 2,5 lbs/pol² para cada 1 lbs/pol² saída do reservatório auxiliar desde que o curso
esteja dentro das normas específicas para cada tipo de equipamento para vagão. Na
prática, costuma-se utilizar a seguinte fórmula para cálculo aproximado da pressão do
cilindro de freio, partindo se da redução feita no encanamento geral:
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A válvula de gaveta é arrastada pelo
pistão nos seus movimentos devido a um
"dente" existente na sua haste, porém há
uma folga que permite um deslocamento
do conjunto pistão/graduadora, sem que a
válvula de gaveta se mova.
Os componentes básicos da válvula
tríplice são mostrados na fig. 8.
Passamos ao exame das três funções
desta válvula, seguindo-as nos esquemas
reproduzidos a seguir:
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d) Recobrimento (fig. 9d) - Cessada a redução da pressão no encanamento
geral, se não tiver sido feita uma aplicação total de serviço, o ar continuará a fluir do
reservatório auxiliar para o cilindro de freio, até que se torne ligeiramente inferior a
pressão que atua na outra face do pistão. Haverá então um diferencial entre as
pressões que atuam nas faces do pistão
referente ao encanamento geral e
reservatório auxiliar, capaz de deslocar
o conjunto pistão/válvula graduadora
para a direita e esta ultima fecha a
passagem por onde se comunicava o
reservatório auxiliar com o cilindro de
freio, cessando o fluxo do primeiro para
este último.
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mais rápido que o normalmente usado para a redução destinada a produzir
aplicações de serviço.
Nestas condições cria-se
rapidamente um diferencial de pressão
capaz de vencer o atrito do conjunto
pistão/válvula de gaveta e resistência da
mola estabilizadora, permitindo a
comunicação direta do reservatório
auxiliar com o cilindro de freio por uma
passagem mais ampla, dando se então o
crescimento mais rápido da pressão no
cilindro de freio.
A mola estabilizadora foi
introduzida na válvula tríplice para
garantir a diferenciação em sua operação
de acordo com o ritmo da queda de pressão no encanamento geral.
A intensidade da aplicação de freio era proporcional à queda de pressão que o
maquinista, através da torneira de três vias, provocava no encanamento geral. A
máxima intensidade de freio era obtida quando o volume do reservatório auxiliar e
cilindro de freio ficavam em equilíbrio.
A utilização do freio automático veio a permitir a atuação mais rápida e
operação segura de trens mais longos, tornando-se comum composições com até 30
vagões.
VÁLVULA DE ALIMENTAÇÃO:
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no mínimo para 70 lbs/pol² ou de acordo com as normas estabelecidas pela ferrovia.
Os tipos mais antigos eram conjuntos separados, sendo que atualmente elas integram
o próprio manipulador automático.
FUNCIONAMENTO:
FREIO A AR AUTOMÁTICO.
POSIÇÃO DE MARCHA:
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Na locomotiva e em cada vagão há um ramal que conduz o ar para a válvula de
controle indo atuar na face externa do pistão. Esse por sua vez irá se deslocar para a
extrema direita descobrindo a ranhura de alimentação carregando o reservatório
auxiliar com a mesma pressão do encanamento geral ou seja àquela para qual a
válvula de alimentação foi ajustada. Nessa posição da válvula de controle a sua
gaveta estará ligando o cilindro de freio para a atmosfera.
Não havendo pressão no seu interior o cilindro de freio será deslocado para a
posição de alívio pela ação de sua mola de retorno.
Nestas condições, fica neutralizada a força de aplicação, das sapatas de freio
contra as rodas. O sistema estará totalmente carregado quando o último vagão de uma
composição estiver com o reservatório auxiliar com a mesma pressão do
encanamento geral ou próxima desta como estudaremos posteriormente.
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POSIÇÃO DE RECOBRIMENTO APÓS UMA APLICAÇÃO DE SERVIÇO
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de Serviço excetuando-se que nessa posição o encanamento geral foi descarregado a
zero e a pressão terá que ser aumentada até que supere a pressão do reservatório
auxiliar, para que haja o alívio dos freios.
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do cilindro de freio aumenta, diminuindo a pressão no seu interior, conseqüentemente
diminui o esforço da sapata contra as rodas.
O volume do cilindro de freio, que é abastecido com o ar vindo do reservatório
auxiliar, depende diretamente do seu curso.
Assim se desejamos obter um esforço de freio uniforme em cada veículo é
preciso que os cursos dos seus cilindros de freio estejam uniformes.
Num mesmo trem, se houver cursos de cilindros de freio variados, haverá
choques e esticões entre os veículos, podendo ocasionar a quebra de mandíbulas
apara choques ou mesmo descarrilar o trem. Com o desenvolvimento tecnológico
foram introduzidos nas ferragens de freio (timonerias) os Ajustadores Automáticos de
Folga, podendo ser de funcionamento pneumático ou mecânico, porém com uma só
finalidade: manter o curso do cilindro de freio dos vagões num só valor pré
estabelecido.
Existem diferentes normas para os diversos tipos de cilindros de freio.
Devemos porém seguí-las de acordo com as especificações técnicas
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