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Ailton Elias – Belo Horizonte (MG)
Jader Cordeiro – Belo Horizonte (MG)
Janeiro / 2008
Caro Empregado,
Uma das ações de desenvolvimento que fazem parte da Trilha Técnica de Operação
Ferroviária, para o público dessa área, é o curso de Inspeção de Carga e Vagões.
Este curso foi desenvolvido com o objetivo de orientar os inspetores de cargas da operação
ferroviária quanto aos procedimentos e cuidados necessários à tarefa de inspecionar e respon-
der tecnicamente pelas operações realizadas em pátios e terminais.
Com ele, você desenvolverá competências técnicas exigidas para o desempenho de sua fun-
ção, agindo seguramente em conformidade com os procedimentos estabelecidos pela Vale.
Além disso, você terá a oportunidade de interagir com seus colegas, podendo trocar informações
e esclarecer dúvidas.
INTRODUÇÃO______________________________________________ 9
3 DISTRIBUIÇÃO DE CARGAS________________________________41
Padronização do carregamento ____________________________41
5 SEGURANÇA E SAÚDE____________________________________68
Acidentes à vista________________________________________68
REFERÊNCIA______________________________________________75
INTRODUÇÃO
Para começar, é importante saber que o objetivo da inspeção de carga e vagões é assegurar que a
operação de carga e descarga seja realizada conforme os procedimentos pré-estabelecidos.
Além disso, ela é necessária para estabelecer o correto aproveitamento dos vagões, garantindo segu-
rança e integridade das cargas transportadas nas ferrovias, cumprindo a meta de volume de transporte.
Para que a carga circule na ferrovia dentro de seu padrão de carregamento, também é muito impor-
tante respeitar a capacidade (volume e peso) de cada vagão.
Por isso, suas cargas precisam estar dentro do limite de gravidade, que é de 1,83 m para bitola métri-
ca. Estas e outras questões você vai conhecer melhor ao longo do curso.
Nele, você vai aprender a usar adequadamente as ferramentas para inspecionar vagões e cargas de
acordo com os procedimentos estabelecidos, garantindo a segurança da composição.
Bom estudo!
1 NOÇÕES DE FÍSICA
Pode não parecer, mas a Física é importante para que seu trabalho seja feito corretamente. Por isso,
este capítulo vai abordar assuntos como leis de Newton, inércia e tipos de forças aplicadas à ferrovia.
LEIS DE NEWTON
Em 1687, Isaac Newton publicou a primeira teoria sobre a movimentação dos corpos, estabelecendo
as relações entre eles e o movimento.
Foi a partir desse trabalho que surgiram as três leis básicas conhecidas como leis de Newton.
Mas antes de conhecer como funcionam essas leis, será necessário entender outro conceito: o de força.
É comum associar força ao movimento e à ação de puxar ou empurrar alguma coisa que está se deslocan-
do. Embora correta, essa idéia está incompleta, pois existem forças que atuam sem que haja movimento.
Na estrutura de um prédio ou de uma ponte, por exemplo, atuam muitas forças com ações invisíveis.
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Inspeção de Carga e Vagões
Ao chutar uma bola, por exemplo, o pé exerce sobre ela uma força que, além de deformá-la, faz com
que a bola inicie um movimento.
A primeira precisa do contato físico entre os corpos para atuar, como é o caso de uma pessoa empur-
rando um carro para que ele se movimente. Veja a figura a seguir.
Já a segunda atua à distância. Ou seja, os corpos não precisam estar em contato. Um exemplo é a
força que um imã exerce sobre um prego.
Também é importante saber que toda força provoca uma aceleração. Portanto, quanto maior a força,
maior será o grau de aceleração.
Mas, para entender melhor a força, é necessário conhecer um pouco sobre as leis de Newton. Veja
quais são a seguir.
De acordo com ela, um corpo que está em movimento ou em repouso tende a manter seu estado inicial.
Isso quer dizer que todos os corpos são “preguiçosos” e não desejam modificar seu estado de movimento.
Ou seja, se estão em movimento, continuam em movimento. Mas, se estão parados, não desejam se
movimentar. É nesse momento que a inércia se faz presente.
Vale saber!
Na linguagem cotidiana, inércia quer dizer falta de ação, falta de atividade ou algo
semelhante. É justamente por isso que ela é facilmente associada ao repouso.
No entanto, essa definição não corresponde exatamente ao sentido que a Física dá ao termo. De ma-
neira mais abrangente, o significado físico da inércia é “ficar como está”.
O exemplo mais comum dessa lei é quando um ônibus, em movimento, pára de repente. Essa parada
inesperada faz com que os passageiros continuem em seu estado de movimento.
12
Inspeção de Carga e Vagões
Isso quer dizer que, se um corpo está em movimento, vai querer continuar assim. Mas, se está parado,
não vai querer se mexer.
A partir disso, um referencial só é considerado como sendo referencial inercial quando é possível
aplicar a primeira lei de Newton.
No exemplo a seguir, você verá que, quando alguns cálices são colocados sobre a mesa de um trem,
verifica-se que as leis de Newton não se aplicam.
Isso ocorre porque o trem não circula com velocidade constante. Ou seja, os cálices só se movimen-
tam quando ocorre uma variação de velocidade.
Nesse caso, a resultante das forças que agem em um corpo é igual ao produto de sua massa pela
aceleração adquirida. Ou seja, a resultante dessas forças não é nula.
Isso quer dizer que você sempre fará mais força para empurrar o carrinho mais pesado. Por outro
lado, quando ele está vazio, fica muito mais fácil fazê-lo andar.
Segundo ela, para toda força aplicada, existe outra força igual, na mesma direção, mas em sentido
oposto. Um exemplo prático dessa lei é a brincadeira do cabo de guerra.
Nele, cada equipe puxa uma corda para o lado que lhe dará a vitória. Veja a figura abaixo.
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Inspeção de Carga e Vagões
Força centrípeta
É a força que puxa o corpo para o centro da trajetória em um movimento curvilíneo ou circular.
Quando um carro faz uma curva em alta velocidade, por exemplo, os passageiros têm a impressão de
estarem sendo empurrados para fora da curva.
Veja na figura a seguir como as forças atuam sobre os passageiros no momento em que o carro faz
uma curva.
Como o carro e os passageiros realizam um movimento circular, a força resultante centrípeta está
direcionada para o centro da pista.
Veja ainda como atua a força centrípeta quando um vagão está parado em uma curva para a esquer-
da. A superelevação faz com que o vagão seja puxado para dentro da curva.
Força centrífuga
A força centrífuga também atua em todos os corpos que realizam um movimento curvilíneo. Só que,
nesse caso, ela empurra os corpos para fora da curva.
Na figura a seguir, enquanto o carro faz a curva, os passageiros tendem a ser empurrados para fora dele.
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Inspeção de Carga e Vagões
No entanto, eles se mantêm no carro em razão da força de atrito que existe entre eles e o banco. E é
justamente essa força de atrito que mantém os passageiros no banco do carro, evitando que sejam
jogados para fora dele.
No caso de um vagão que circula por uma curva para a esquerda, a superelevação gera força centrípeta.
Contudo, quando o vagão está em movimento, ela é anulada pela força centrífuga.
Fcp Fcf
Atrito
Nos exemplos citados anteriormente, você pôde notar que a existência da força de atrito faz toda a
diferença na movimentação dos corpos.
O atrito é a fricção entre duas superfícies, que gera resistência ao movimento, possibilitando a troca
de forças entre os corpos.
Atrito estático
O atrito estático é a força resultante que atua sobre um corpo para mantê-lo em repouso. Ou seja, é a
força que ocorre enquanto não existe movimento.
A figura a seguir mostra uma caixa que não se movimenta. Isso significa que o atrito estático realiza
uma ação para impedir o movimento dessa caixa.
Em razão disso, enquanto a caixa não se deslocar, a força de atrito estático é a força resultante.
Isso quer dizer que atrito cinético é a resistência verificada durante o deslocamento de um corpo
sobre outro.
fac
a = atrito
fac = força de atrito cinético
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Inspeção de Carga e Vagões
( ) A resultante das forças que agem em um corpo é igual ao produto da massa vezes a aceleração.
( ) Em toda força aplicada, existe outra força igual, na mesma direção, mas em sentido diferente.
2) Complete a cruzadinha.
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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Inspeção de Carga e Vagões
2 INSPEÇÃO DE VAGÕES
Este capítulo foi desenvolvido para que você conheça a forma adequada de inspeção dos vagões.
Nele, você aprenderá o que deve ser checado nos vagões, quais são seus componentes, como é feita
a padronização do carregamento, entre outros assuntos.
TIPOS DE VAGÕES
É muito importante saber que o limite de carga dos vagões está ligado ao tipo de eixo que eles possuem.
Vagão com manga de eixo “D” (GFD, HAD, PED), por exemplo, suporta um peso bruto máximo de 80
toneladas. Já o vagão com manga de eixo “E” (GDE, GFE, PME, PEE) tem capacidade para agüentar
até 100 toneladas.
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Inspeção de Carga e Vagões
Vagões Plataforma
São utilizados no transporte de produtos siderúrgicos acabados ou semi-acabados. Podem ainda
transportar estruturas metálicas, contêineres e demais equipamentos.
Esse tipo de vagão tem assoalho metálico e fueiro articulável. Confira a figura abaixo.
Fueiro
articulável
Nesse tipo de vagão, a operação de carga e descarga é feita por meio de gruas, o que facilita o apa-
recimento de empenos e trincas nos fueiros.
Por isso, os vagões devem ser inspecionados antes e depois de cada carregamento.
Em cada porta, as duas travas do conjunto de fechamento devem ficar devidamente posicionadas em
seu curso final ou a no mínimo ¾ do mesmo. Confira um exemplo na figura a seguir.
Porta travada de forma correta
Fique atento e verifique se o batente da porta não está quebrado. Caso esteja, ele pode travar a radia-
ção do truque, ocasionando acidentes.
Porta aberta
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Inspeção de Carga e Vagões
Vagão Tanque
Precisa de atenção especial devido ao tipo de carga que transporta (produtos perigosos, combustí-
veis). Ao lidar com o vagão tanque, esteja atento ao seguinte:
• fixação da braçadeira;
• fechamento da tampa do domo;
• vazamento de carga.
Corrimão
Braçadeira de fixação
Porca de fixação
Domo
Válvula de segurança
Registro lateral
de descarga
IMPORTANTE: o vagão tanque não pode circular com a porta do domo aberta.
Escotilha
Trava de
segurança
Portais
inferiores
Tremonha
Alavanca
Trava de
segurança
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Inspeção de Carga e Vagões
Vagão GDE
Utilizado no transporte de minério de ferro e carvão.
Volante
Manilha de união
Corrente
Quadrante Garfo
Aparelho de choque
O aparelho de choque do vagão GDE é usado juntamente com chapas de apoio. Veja a seguir.
Mangueira de freio
A mangueira de freio é formada pelos seguintes componentes:
• haste de ligação;
• braçadeira;
• aparelho de choque;
Colar cruzeta
Placa bypass Aparelho
de choque
Quando são usadas as mangueiras de freio?
• 1 3/8’’ x 19’’ – usadas em carros de passageiros;
• 1 3/8” x 22’’ – usadas em vagões de cargas em geral;
• 1 3/8’’ x 30” – usadas em vagões de minério (GDE);
• 1 3/8’’ x 34” – usadas em vagões de carga geral (HAD), com torneiras retas;
• 1 3/8’’ x 68’’ – usadas em vagões de minério (GDE) para ligar os vagões geminados;
• 11/8” x 64” – usadas em vagões de minério (GDE) para ligar o encanamento do cilindro de freio
entre os dois vagões.
Agora que você já conhece os tipos e as características dos vagões, é preciso conhecer também seus
componentes. Eles são essenciais para que os vagões possam circular corretamente pelas ferrovias.
Fueiro
Cabeceira
ou extremo
PXX 299999-9 do vagão
Lateral do vagão
Terço médio
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Inspeção de Carga e Vagões
Fueiros
São peças em formato de quadrado ou U, que são colocadas nas laterais e nas extremidades do vagão.
Terço médio
É a parte central do vagão.
Lateral do vagão
É a área situada próxima aos fueiros laterais.
Truque
Os componentes do truque são:
• molas;
• trava de segurança;
• barra de compressão;
• coxim;
• prato-pião;
• disco de desgaste;
30
Inspeção de Carga e Vagões
• bojo.
A figura a seguir mostra outras peças que também fazem parte do truque.
12 1 2 3
11
10
4
8 7 5
9 6
1 – Triângulo de freio;
2 – Sapatas de freio;
3 – Disco intermediário;
4 – Rolamento caixa de graxa;
5 – Travessa do truque;
6 – Mola do truque;
7 – Cunha de fricção;
8 – Lateral do truque;
9 – Adaptador para rolamento cartucho;
10 – Rolamento cartucho;
11 – Eixo;
12 – Roda.
• ponteira.
A diferença entre a sapata de freio boa e a sem condição de uso é simples. A primeira tem espessura
maior que 10 mm. Confira na figura abaixo.
32
Inspeção de Carga e Vagões
O encaixe do caixão do vagão ao truque deve ter folga mínima de 5 mm entre as faces horizontais,
superior e inferior, das bordas do centro do pião. Veja a figura abaixo.
Nessa figura, a medida x deve ser feita em linha tangente e nivelada. Nesse caso, a folga padrão
será de:
• 4,75 a 7,9 mm ou 3/16 a 5/16” (no campo);
• 4,75 a 6,35 mm ou 3/16 a 1/4” (na oficina).
Mas, mesmo com essa preocupação, ainda são encontradas algumas irregularidades nos vagões. É
justamente o que você verá a seguir.
Carga descentralizada
A crista do carregamento não coincide com o centro do vagão.
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Inspeção de Carga e Vagões
Carga concen-
trada fora do
eixo do vagão
Borda suja
A borda suja gera o baixo aproveitamento dos vagões, porque parte deles não é preenchida corretamente.
Baixo
Borda suja aproveitamento
Carga irregular
Ocorre quando existe um excesso de volume nos vagões.
Descarregamento incorreto
Ocorre quando somente uma das portas abre para o descarregamento. Tal problema pode ocasionar
descarrilamento e, dependendo da carga, até tombamento de vagões.
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Inspeção de Carga e Vagões
Deslocamento do fueiro
O fueiro não pode ser colocado nas laterais do vagão proteção, pois é nesse lugar que a carga do
vagão principal avança.
O deslocamento do fueiro pode restringir a passagem do vagão em curvas, além da quebra do fueiro
e do descarrilamento.
Friso quebrado
Roda trincada
Bandagem quebrada
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Inspeção de Carga e Vagões
( ) Vagões do tipo gôndola, além de granéis sólidos, também são usados para transportar minério
e carvão.
( ) Nos vagões do tipo Hopper, o carregamento só pode ser feito por cima ou através de escotilhas.
( ) Somente nos vagões do tipo Gôndola a descarga é feita pelas bordas laterais.
10
4
8 7 5
9 6
1 – ______________________________________________________________________________
2 – ______________________________________________________________________________
3 – ______________________________________________________________________________
4 – ______________________________________________________________________________
5 – ______________________________________________________________________________
7 – ______________________________________________________________________________
8 – ______________________________________________________________________________
9 – ______________________________________________________________________________
10 – _____________________________________________________________________________
11 – _____________________________________________________________________________
12 – _____________________________________________________________________________
40
Inspeção de Carga e Vagões
3 DISTRIBUIÇÃO DE CARGAS
Neste capítulo, você será orientado a como carregar corretamente os vagões.
Para isso, você estudará o passo a passo de como verificar as dimensões da carga, checar os pa-
drões para o transporte, enfim, acompanhar e avaliar a distribuição das mesmas.
PADRONIZAÇÃO DO CARREGAMENTO
Para compreender a padronização dos carregamentos, é preciso saber que seu objetivo é:
• reduzir os riscos de acidentes;
• padronizar parâmetros de inspeção;
• garantir o aproveitamento correto dos vagões;
• garantir a produtividade dos ativos (vagões, estrutura de carregamento, malha ferroviária etc.).
Para isso, é necessário que o carregamento seja distribuído de maneira uniforme. Confira um exemplo
na figura a seguir.
Vale ressaltar que, caso toda a carga fique no terço médio do vagão, o peso limite dessa carga será de
no máximo 75% da capacidade do vagão. Veja como ficaria essa distribuição na figura abaixo.
75%
100%
6m
Por essa razão, a seqüência do carregamento irá variar conforme o número de cargas.
42
Inspeção de Carga e Vagões
70 tons
A B
4550 5250
9100
9800
Diferença admissível 7%
9800
Diferença admissível 7%
Quando você considera, por exemplo, vagões que tenham aproximadamente 15 metros, a capacidade
estática de um terminal ficaria da seguinte forma:
• 66 + 95 + 53 = 214 vagões.
44
Inspeção de Carga e Vagões
Linha de circulação
940 m 500 m
A padronização dos carregamentos também depende da checagem das cargas nas plataformas. Por
isso, lembre-se de checar:
• a centralização da carga;
• o aproveitamento correto do vagão;
• a proteção lateral (fueiros);
• a apeação (amarração);
• o calçamento;
• o balanço;
• a proteção da carga (condição de enlonamento);
• a aspersão (excesso de poeira).
Pá carregadeira
Determina a quantidade de caçambas por vagão, de acordo com o peso da carga de cada caçamba e
com a capacidade de carga líquida do vagão.
Balança dinâmica
É o equipamento responsável pela pesagem da locomotiva. Para que essa pesagem seja eficiente, é necessário:
• manter a velocidade constante do primeiro até o último vagão;
• não arrancar com a locomotiva sobre a balança.
Por fim, em função das características das ferrovias (curvas e passagens às margens de cidades e
povoados), não pode haver falhas no acondicionamento das cargas transportadas.
Por isso, a qualidade do acondicionamento tem de ser muito bem feita para que seu trabalho não seja
passível de questionamentos.
Portanto, ao identificar alguma irregularidade na carga de um vagão circulando pela malha ferroviá-
ria, corrija o problema para que a carga seja preservada e a segurança no transporte seja mantida.
46
Inspeção de Carga e Vagões
E, para bem distribuir a carga, também é preciso saber calcular seu centro de gravidade.
Por exemplo, quando a altura do assoalho em relação à base é de 1 m, soma-se o peso da tara com o
peso da carga.
Para visualizar melhor a informação da tabela, veja como é feito esse cálculo.
Fórmula
(Tara vagão x CG vagão) + (Peso da carga x CG carga)
CG =
30,48 tons 2.591 mm (Tara vagão + Peso da carga)
Ou seja, dizer que um produto qualquer tem densidade de 2,5 toneladas/m³, por exemplo, é o mesmo
que dizer que em 1 m³ cabem 2,5 toneladas desse mesmo produto.
1m
1m
1m
1m x 1m x 1m = 1m3
0,80 m
Tambor de
200 litros
Se no exemplo acima o produto contido no tambor tivesse peso específico de 2,8 toneladas/m³, o cál-
culo da cubagem de volume ficaria da seguinte forma:
É importante ficar atento a isso. Mesmo uma pequena quantidade de carga, quando colocada a mais
no vagão, terá seu resultado final modificado.
48
Inspeção de Carga e Vagões
Transporte de granéis
O transporte de granéis em vagões abertos deve ser feito de maneira que a carga seja despejada de
forma centralizada e bem devagar, para que o vagão não seja deslocado do prato-pião.
Na figura, você percebe que, por ter peso específico maior que a carga destacada em marrom, o pro-
duto laranja concentrou o peso na lateral direita do vagão.
Mesmo com essa diferença, nota-se ainda que, visualmente, a carga está bem distribuída.
A centralização longitudinal e transversal da carga é indispensável; no entanto, ela deve ser uniforme.
Pode até mesmo haver uma pequena concentração de carga sobre os truques, mas, ainda assim, essa
diferença de peso tem de ser inferior a 7%.
Ao transportar granéis, o vagão deve estar centralizado sob o carregador de vagões. O mesmo vale
para a linha férrea. Veja a figura a seguir.
50
Inspeção de Carga e Vagões
A próxima figura representa um vagão fechado com seus principais componentes e carga bem distribuídos.
Fazendo uma comparação com a figura anterior, você poderá verificar que, na figura a seguir, a carga
está distribuída dentro do padrão aceitável.
Porém, se você notar com mais atenção, perceberá que a carga está com uma pequena diferença. Confira.
Folga castanha
de ampara-balanço
(4 e 8 mm)
O objetivo da aspersão é eliminar o arraste eólico, minimizando a perda de minérios finos e superfinos
durante o transporte ferroviário.
Na figura abaixo, você vai ver qual é a altura ideal para o transporte de minério granulado.
Ângulo de 22º
0,5 m
52
Inspeção de Carga e Vagões
Transporte de bobinas
Nesse caso, o apoio das bobinas é feito diretamente no piso do vagão. E, para garantir o perfeito apoio
da base do produto, podem ser utilizados pedaços de borracha.
Em eixo horizontal, a condição ideal para transportar bobinas é nivelar o piso do vagão, apoiando por
completo a base dos berços.
Os berços utilizados para o transporte de bobinas devem ser padronizados de acordo com o diâmetro
da mesma. Isso significa que o corpo da bobina não pode encostar no piso do vagão.
Berço
54
Inspeção de Carga e Vagões
• Berço CST.
Esse transporte é feito juntando as duas bobinas das extremidades da parte inferior com as três da
camada superior, para formar um volume único. Veja a figura abaixo.
Para o carregamento de bobinas com diâmetro maior que 1.200 m, o arranjo ideal é o 1 x 2.
E, para garantir a centralização do carregamento, dois berços de madeira são colocados sob cada
bobina da primeira fileira da carga.
56
Inspeção de Carga e Vagões
Já as lingoteiras e mastro sem grafite, carregadas na posição vertical, devem ser fixadas com cunhas
de madeira.
As medidas dos contêineres referem-se a suas medidas externas. Já seu tamanho está associado a
seu comprimento, que poderá ser de 20’ ou 40’ (pés).
Estufar ou ovar é o ato de encher o contêiner com mercadorias que podem ser a granel, embaladas
ou paletizadas.
Nesse procedimento, o contêiner precisa estar totalmente ocupado. No entanto, quando a carga não é su-
ficiente para isso, ela precisará ser amarrada com cordas, cabos, extensores, ou até mesmo escorada.
NOTA: os espaços entre as cargas também podem ser preenchidos com qualquer estrutura ou objeto
que impeça a carga de se movimentar dentro do contêiner.
As mercadorias mais pesadas devem ser colocadas sob as mais leves. Caso sejam em menor quanti-
dade, elas devem ser estivadas no meio dos contêineres, para preservar o centro de gravidade.
A disposição do contêiner na plataforma deve ser centralizada em relação aos batentes laterais da
mesma, admitindo apenas uma pequena excentricidade lateral de 30 mm.
00 60 mm
58
Inspeção de Carga e Vagões
• Ventilado (ventilated);
• Frigorífico (reefer);
..........
........................
...
.........
...
• Aberto (open top);
• Tanque (tank).
Vale saber!
O carregamento deve ser acompanhado por um inspetor de cargas, que liberará o
vagão para a entrada em trem junto à programação e CCO.
60
Inspeção de Carga e Vagões
E, para ter parâmetros no momento de inspecionar as cargas durante o trajeto, o inspetor deve:
• garantir a qualidade da madeira e a perfeita acomodação da carga sobre ela durante todo
o percurso;
• garantir a padronização do tensionamento da amarração em todo o carregamento;
• fazer a marcação do posicionamento das peças.
Peças de 50 toneladas
Amarração na bolsa
do fueiro
II – O vagão pode ser carregado com 100% de sua capacidade na parte central, mesmo quando o
tamanho da carga e a distância entre os apoios é inferior a 6 metros.
II – O produto laranja concentrou o peso na lateral direita do vagão por ter peso específico maior.
62
Inspeção de Carga e Vagões
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
REGRAS GERAIS
Após o recebimento dos vagões e antes do início das operações, você deve estar atento às regras
gerais para realizar a descarga de vagões.
Lembre-se de que, no momento da descarga, deverão ser verificados e conferidos os seguintes aspectos:
• lacres;
• dados da documentação do produto;
• condições da carga transportada;
• condições de estacionamento dos vagões;
• freios manuais acionados conforme o ROF;
• utilização de calços, quando aplicáveis;
• escoamento da carga e comportamento do vagão.
Fique atento também ao movimento dos vagões ao se posicionarem. Nesse momento, é necessário se
afastar da linha férrea.
64
Inspeção de Carga e Vagões
Feito isso, verifique a possível existência de resíduos, para que sejam retirados com o auxílio de ala-
vancas, vassouras etc.
Todo vagão descarregado é equipado com válvula “vazio-carregado”, de operação manual, que de-
verá ter esse dispositivo virado para a posição de “vazio”.
Ao abrir esses vagões, o responsável deve se preocupar em ficar fora do raio de ação das portas
laterais ou das cargas.
Vagões fechados
Na descarga dos vagões fechados, as portas devem ser deslocadas no sentido lateral. Deve-se ainda
suspender as comportas com auxílio da alavanca e soltá-las.
Durante esse procedimento, é preciso ter muita atenção e cuidado para evitar qualquer tipo de acidente.
A descarga deve ser feita com a presença permanente dos operadores responsáveis por acompanhar
esse trabalho.
1–2–4–3–5–6–8–7
• Dois operadores.
1e2–3e4–5e6–7e8
1 3 5 7
2 4 6 8
66
Inspeção de Carga e Vagões
2 – Vagão fechado.
( ) Só são descarregados com a presença permanente dos operadores responsáveis por acompa-
nhar o trabalho.
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ACIDENTES À VISTA
Veja como pequenas incorreções nos vagões e cargas podem causar acidentes na ferrovia.
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Inspeção de Carga e Vagões
Nesses casos, o PRO 801 GEOPT norteia a forma de se trabalhar. Ele garante a segurança e a eficiência
da coleta dos dados necessários para a investigação e tratamento correto das causas do acidente.
70
Inspeção de Carga e Vagões
(B) É a interação entre dois corpos que pode gerar movimento, sustentação ou deformação.
3) A respeito dos tipos de contêineres usados para transportar cargas, relacione a primeira coluna
de acordo com a segunda.
b) Ventilado ( )
c) Frigorífico ( )
d) Aberto ( )
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Inspeção de Carga e Vagões
e) Plataforma ( )
f) Tanque ( )
4) Hoje você é o responsável pela inspeção de cargas dos vagões que chegarem ao terminal. Ao re-
alizar o trabalho notou que, além das irregularidades da bobina, o piso do vagão também apresenta
pequenos empenos. O que você deve fazer para compensar esse problema?
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( ) A carga descentralizada ocorre quando a crista do carregamento não coincide com o centro do vagão.
( ) O fueiro deve ser colocado nas laterais do vagão para proteger as cargas.
( ) O peso da carga colocada no terço médio do vagão terá de ter exatamente 75% da capacidade
do mesmo.
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Inspeção de Carga e Vagões
REFERÊNCIAS
Site http://www.efisica.if.usp.br
Site http://www.cepa.if.usp.br
2)
A t r i t o e s t á t i c o
L e i d a a ç ã o e r e a ç ã o
I n é r c i a
F o r ç a d e c a m p o
I s a a c N e w t o n
3) Força centrífuga.
CAPÍTULO II
1) V – F – V – V – F
2)
1 – Triângulo de freio;
2 – Sapatas de freio;
3 – Disco intermediário;
5 – Travessa do truque;
6 – Mola do truque;
7 – Cunha de fricção;
8 – Lateral do truque;
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Inspeção de Carga e Vagões
10 – Rolamento cartucho;
11 – Eixo;
12 – Roda.
CAPÍTULO III
1) d
2) a
3) Estufar é o ato de encher o contêiner com mercadorias que podem ser a granel, embaladas ou
paletizadas.
CAPÍTULO IV
1) 2 – 3 – 1
2) A descarga deve ser feita com a presença permanente dos operadores responsáveis por acompa-
nhar esse trabalho, não sendo permitido o descarte de resíduos poluentes na água.
a) plataforma
b) castanha de ampara-balanço
c) gôndola
d) borda suja
e) fueiro
f) cubagem
2) b
3) C – D – F – B – A –E
4) O que deve ser feito é colocar pedaços de borrachas para apoiar as bobinas no piso do vagão.
5) V – F – V – V – F
7) O objetivo da aspersão é eliminar o arraste eólico, minimizando a perda de minérios finos e superfi-
nos durante o transporte ferroviário.
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Anotações
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