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Manutenção, Montagem,

Desmontage
Desmontagemm e de
Remodelação
AMV’s
Edição, Revisão e
Desenho Instrucional ID Projetos Educacionais

Desenho Gráfico
e Produção Ser Integral Consultoria em Recursos Humanos Ltda.

Conteúdo Vale

Conteudistas Raimundo Baldez – São Luís (MA)


Luiz Uchoa – São Luís (MA)

Paulo Henrique Martins – São Luís (MA)


Henrique da Luz – São Luís (MA)
Robson Filho – São Luís (MA)
Luiz Zanotti – São Luís (MA)
André Andrade – São Luís (MA)

Janeiro 2008 Impresso pela Ser Integral Consultoria em Recursos


Humanos Ltda. no Brasil.

É proibida a duplicação ou reprodução deste material, ou parte do mesmo,


sob qualquer meio, sem autorização expressa da Vale.

Hoje
desaprendo o que tinha aprendido
até ontem e que amanhã


recomeçarei a aprender.
Cecília Meireles

APRESENTAÇÃO

Prezado Empregado, C onheci ment os



Habil idad es

Você está na Trilha Técnica da Manutenção Ferroviária participando


do curso “Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação
de AMV’s”.
A Valer - Universidade Corporativa Vale - construiu esta Trilha em
conjunto com profissionais representantes da área (comitê técni-
co, supervisores e técnicos) com o objetivo de identificar as com-
petências indispensáveis para o melhor desempenho das funções
técnico-operacionais da ferrovia e organizar as ações de desenvol-
vimento necessárias para desenvolvê-las.
Competência é a união de conhecimentos, habilidades e atitudes.
Todos os treinamentos
Todos tr einamentos contidos na Trilha Técnica contribuem com o
desenvolvimento de suas competências tornando-o apto a executar
seu trabalho com mais qualidade e segurança, agindo em confor-
Atit udes

midade com os padrões exigidos pela Companhia.


Agora é com você. Vamos Trilhar?
Trilhar?
INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I APARELHO
APARELHO DE MUDANÇA DE VIA - AMV 11
Chave 13
Trilhos de ligação ou intermediários 19
Cruzamento 19

CAPÍTULO II ANÁLISE DA CIRCULAÇÃO DOS 33


RODEIROS
RODEIR OS E DAS COT
COTAS
AS DE SAL
SALVAGU
VAGUARDA
ARDA
Características dos rodeiros 34
Situações que podem provocar problemas nos rodeiros 35
Cotas de salvaguarda nos AMV’s da métrica e da larga 36
Livre passagem no cruzamento 39
Profundidade das folgas (PF) 40
Cotas de salvaguarda nos AMV’s da bitola mista 1,00/1,60 40
Jacaré duplo D1D 41
Jacaré duplo D1E 42
Jacaré duplo E1E 42
Jacaré duplo E1D 42
Cotas de salvaguarda nos pombinhos 43

CAPÍTULO III VELOCIDADE DE CIRCULAÇÃO SOBRE UM AMV 47


Velocidade de circulação em uma linha desviada 48
“SUMÁRIO
CAPÍTULO IV MÉTODO PARA MONT
MONTAGEM
AGEM DOS
”51
AMV’S E OUTROS ELEMENTOS DA VIA
Cuidados necessários antes da montagem de um AMV 52
Montagem de um AMV 52
Instruções para o lançamento dos AMV’s com a linha em tráfego 58
Montagem do AMV à margem da via e lançamento em grande intervalo (6 a 8 horas) 58
Montagem do AMV da grade das agulhas (chave) 59
à margem da via e lançamento em intervalo médio (3 a 4 horas)
Lançamento do AMV em pequenos intervalos 59
Instruções para montagem dos AMV’s em curva com 60
agulha recortada e contratrilho de proteção da agulha do rodo
Instruções práticas para montagem de um travessão 61

CAPÍTULO V MANUTENÇÃO DE AMV’S 67


Manutenção preventiva 69
Regulagem dos aparelhos de manobra 72
Inspeções dos Aparelhos de Mudança de Via 73

CAPÍTULO VI SEGURANÇA NA FERROVIA 81

ANEXO 91

INTRODUÇÃO


Nesta apostila você conhecerá a estrutura, a utilização, os problemas mais comuns, a manutenção,
dentre outros aspectos significativos dos AMV’s.
No primeiro capítulo, você conhecerá os principais elementos de um AMV,
AMV, dentre os quais podemos
citar as chaves, os trilhos de ligação e os cruzamentos.
No segundo capítulo, você aprenderá algumas questões relacionadas aos rodeiros e as cotas de
salvaguarda.
No terceiro capítulo, você verá os limites de velocidade dos trens
tr ens ao circularem sobre os AMV’s.
Nos capítulos quatro, cinco, seis e sete, você aprenderá os métodos de montagem e manutenção de
AMV’s,
AMV’s, além dos cuidados com a segurança no trabalho em ferrovias.
Assim sendo, o objetivo principal do curso é fazer com que você desenvolva habilidades para garan-
tir a manutenção de AMV’s na via permanente conforme as normas técnicas e de segurança.
CAPÍTULO I

APAREL
APAREL HO DE MUD ANÇA
DE VIA - AMV


O Aparelho de Mudança de Via – AMV é uma estrutura desenvolvida para proporcionar o desvio dos
veículos ferroviários de uma via para outra.

Um AMV possui diversos componentes padronizados pela NBR-7636 da ABNT


ABNT.. Os principais compo-
nentes de um AMV são:
chave;
trilhos de ligação ou intermediários;
cruzamento.

PARTE
CHAVE INTERMEDIÁRIA CRUZAMENTO
Agulha
Esquerda
VIA PRINCIPAL
Agulha
Direita

VI
A
D
ES
VI
A D
A

12
CHAVE

É a parte inicial do AMV. É uma peça móvel, constituída por agulhas que possuem trilhos de en-
costo, placas de deslizamento, calços, escoras, parafusos, barras de ligação, dormentes especiais,
fixações, dentre outros acessórios destinados a conduzir os trens de uma parte da via a outra.
O objetivo da chave, portanto, é orientar os veículos pela via principal ou pelo desvio.

O que são as agulhas?


São peças de aço fundido ou forjado ou trilho usinado que encaminham as rodas dos veículos fer-
roviários de uma linha para outra.

Agulhas

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 13


Além disso, elas são móveis e paralelas entre si, ligadas por meio de uma barra de ferro
ferr o − denomi-
nada barra de conjugação das agulhas − ao aparelho de manobra.
Esse aparelho é movimentado manualmente ou por comando elétrico e tem por objetivo colocar as
agulhas em posição de passagem pela via direta ou pela via desviada.

IMPORTANTE: a parte inicial das agulhas é denominada ponta e a parte final, talão ou coice.

Ponta da agulha
É a extremidade da agulha que se junta ao trilho de encosto. Pode ser do tipo removível e feita de
aço fundido.

Corpo da agulha
É a parte intermediária entre a ponta e o coice da agulha.

Uma agulha feita de trilho poderá ser simples ou reforçada na alma, com uma das chapas rebita-
das ou aparafusadas nela.

Calço do coice da agulha

Émantê-la
um calçoafastada
de afastamento feito dee,aço
de seu encosto ou deforma,
dessa ferro fundido
permitir que é colocado
a passagem dosnofrisos
coicedas
da agulha
rodas. para

Abertura do coice da agulha


É a folga entre a linha de bitola da agulha e o seu encosto, que é medida a partir da extremidade
do coice da agulha.

14
Ângulo da agulha
É formado pela interseção das linhas de bitola da agulha e do trilho de encosto.

Protetor de ponta de agulha


É uma peça adaptada ao encosto, localizada na frente da ponta da agulha, utilizada para impedir
que as rodas dos veículos ferroviários danifiquem a agulha.

Talas de junção da agulha


É um componente especial, utilizado para proporcionar a junção da agulha ao trilho de ligação no coice.

Parafusos para a junta do coice da agulha

São parafusos que, ao passarem pelo calço do coice e pela tala


da agulha. t ala de junção, fixam o conjunto do coice

Parafuso de articulação do coice


É um parafuso de aço que possui rebaixo ou bucha, permitindo o aperto da junta sem prejudicar a
articulação.

Trilho de encosto
É a peça do trilho na qual a agulha é apoiada. Pode ser classificado em direito, esquerdo, reto ou
curvo, de acordo com sua localização.

IMPORTANTE: pode ser chamado de encosto de agulha.

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Trilhos de encosto

Vértice
É uma dobra do trilho de encosto, localizada um pouco antes da ponta da agulha, na interseção
entre as linhas de bitola da agulha e do trilho, do lado da curva.

Calço espaçador
É uma peça que se fixa na parte interna da agulha ou do trilho de encosto, destinada a limitar a
flexão das agulhas.

Avanço do encosto da agulha


É a parte do trilho de encosto, compreendida entre a junta inicial da chave e a ponta da agulha.

Placa bitoladora
É uma placa de deslizamento inteiriça ou com ligação intermediária para isolamento que abrange
os dois trilhos.
Ela se localiza na ponta da agulha e do trilho de encosto, com o objetivo de calibrar a bitola da via.
A placa bitoladora pode ser reta nas duas faces ou curva em uma das faces. Caso seja curva, a
parte convexa deverá estar voltada para o lado de dentro do AMV.

16
Placa de deslizamento
É uma placa de apoio para o trilho de encosto e de agulha. Possui comprimento variável e é fixada
apenas nas extremidades para permitir o deslizamento das agulhas sobre a placa.

Ela
altapode
que opossuir apenas
trilho de uma espessura ou ainda ressaltos de 1/4” para que a agulha fique mais
encosto.

Escora do encosto
É uma peça, geralmente em forma de cantoneira (mão francesa), utilizada na sustentação do en-
costo, podendo estar separada ou não da placa de deslizamento.

IMPORTANTE: essa peça é fixada na parte externa da placa de deslizamento.

Aparelho de manobra
É utilizado no comando das chaves, com o objetivo de colocar as agulhas em uma posição que
permita a mudança para a via desejada.

NOTA: o aparelho de manobra pode ser operado


oper ado por intermédio de uma alavanca ou à distância por
meios mecânicos ou elétricos.

Barras de conjugação fixas


São peças utilizadas para ligar e conjugar as agulhas, de forma a torná-las solidárias. Elas podem
ser isoladas ou fixas.

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As barras de conjugação fixa não permitem a regulagem da distância entre as agulhas, o que torna
mais difícil a manutenção da pressão de vedação das agulhas.

Barras de conjugação ajustáveis


São peças que ligam e conjugam as agulhas, permitindo a regulagem do espaçamento entre agulhas.

Tirante
É uma barra que liga a barra de conjugação e a ponta das agulhas com os aparelhos de manobra.
Ela pode possuir dispositivos que ajustam seu comprimento e facilitam a regulagem.

Punhos
São braçadeiras ou placas aparafusadas, fixos ou reajustáveis, que ligam as agulhas às barras de
conjugação.

Contra-peso
É um peso, regulável ou não, que é colocado na alavanca do aparelho de manobra com o objetivo de
manter as agulhas rigidamente pressionadas contra o trilho de encosto.

Indicador de via

É um dispositivo de sinalização ligado ao aparelho de manobra, com sinalização luminosa ou não,


que indica a direção da via franqueada à passagem de veículos.

Trinco
É um dispositivo de segurança utilizado contra a inversão acidental da alavanca do aparelho de
manobra.

18
TRILHOS DE LIGAÇÃO OU INTERMEDIÁRIOS

Eles constituem o corpo do aparelho de mudança de via. Podem ser classificados em internos ou
externos.
Os internos ligam os coices das agulhas às extremidades iniciais do jacaré (pé do jacaré). Já os ex-
ternos ligam os trilhos de encosto das agulhas aos trilhos de encosto dos contratrilhos do jacaré.
Podem ser classificados, também, em retos e curvos, sendo estes últimos, juntamente com as agu-
lhas, os determinantes da velocidade máxima de tráfego no aparelho.

Trilhos de ligação

CRUZAMENTO

É constituído pelo jacaré, contratrilhos e seus respectivos trilhos de encosto.


Ele guia adequadamente os veículos ferroviários, possibilitando a passagem segura das rodas na
direção definida pela posição das agulhas.

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Jacaré
Para que você possa conectar duas vias paralelas que se encontram no AMV,
AMV, é necessário que pro-
jete duas curvas reversas, ou seja, com direções opostas.

A primeira curva é conhecida como curva de derivação e a segunda como curva de conexão do AMV.
Essas duas curvas devem ser separadas por uma pequena tangente, local onde se instala o jacaré,
peça central do cruzamento que viabiliza a interseção das duas vias.
O jacaré, portanto, propicia o encontro da fila direita de uma das vias com a fila esquerda da outra
via, formando um “X” de trilhos.

CURVA CIRCULAR

“X” DE TRILHOS

TRILHO DIREITO VIA DIREITA

TRILHO ESQUERDO VIA DESVIADA

CURVA CIRCULAR

Para que essa condição possa ser garantida, o jacaré deve ser constituído por calhas apropriadas
capazes de garantir a passagem segura dos trilhos dos frisos em ambas as direções.

Jacaré

20
NOTA: ao circularem sobre o jacaré, as rodas podem apresentar uma descontinuidade na linha de
bitola após a dobra da garganta do jacaré até a ponta do coração.

Para que isso não ocorra, é preciso que as rodas sejam guiadas por um contratrilho, na fila oposta,
que obrigue as rodas a seguir o trajeto AB ou CD em função da posição da chave.

Coração
O coração é a parte em forma de “V” correspondente ao ângulo do jacaré.

Ponta do jacaré de 1/2”


É a extremidade do coração em que bifurcam e se separam as duas linhas de bitola da reta e do
desvio.

Ponta teórica do jacaré


É o ponto de interseção das linhas
li nhas de bitola que se cruzam no jacaré.

Abertura do jacaré
É a medida do segmento de reta que une os dois pontos das linhas de bitola do coração, que são
eqüidistantes do ponto teórico.

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Número do jacaré
É o valor correspondente à metade da cotangente da metade do ângulo do jacaré.

[ N = 1 / 2 ( cotg a / 2 ) ]

Ou seja, é um número que permite a definição do ângulo de abertura do jacaré e que varia de acordo
com o inverso desse ângulo.
Portanto, quanto maior for o número do jacaré, menor será o ângulo de abertura e mais suave a
derivação pela linha desviada.
Você pode utilizar, também, a trena para obter o número do jacaré. Para tanto, você deve obter a
seção A, a partir da medida da ponta do jacaré em direção ao corpo, sendo o afastamento entre as
linhas de bitola do jacaré, nas duas direções, igual a 5 cm.
Em seguida, você deve obter a seção B, em que o afastamento entre as linhas de bitola seja igual
a 15 cm no corpo do jacaré.
Portanto, para que você possa determinar o número do jacaré, é preciso medir o comprimento D
entre as seções A e B, e o número do jacaré será:

N = D / 10

Perna do jacaré
É a parte do jacaré onde são ligados os trilhos intermediários e que serve como reforço do núcleo
ou coração.

Placa de apoio do jacaré


É uma placa de apoio de aço para fixação do jacaré que pode ser simples, gêmea ou inteiriça em
uma só peça que abrange o jacaré.

Pé do jacaré
É a parte da perna do jacaré mais próxima das agulhas.

22
Coice do jacaré
É a parte mais aberta do coração e mais afastada do ponto teórico.
Coice do jacaré

Pé do jacaré

Garganta do jacaré
É a região de máxima aproximação entre os trilhos
tr ilhos convergentes das pernas do jacaré.

Características dos jacarés


Os jacarés podem ser classificados de acordo com o padrão AREMA ou UIC.

Padrão AREMA Padrão UIC

Ponta Fina Ponta móvel

Características: Características:
fabricado em aço fundido; fabricado em aço tratado;
fabricação nacional; importado;
performance média: 300 MTBT
MTBT;; performance média: 400 MTBT
MTBT;;
ponta fixa. ponta móvel.

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Tipos de jacarés
Jacaré de trilho aparafusado ou jacaré de trilhos

São constituídos de trilhos usinados com ponta em bisel, unidos rigidamente por parafusos.
Jacaré com núcleo removível em aço-manganês

Nesse tipo de jacaré, o núcleo central e a ponta são constituídos por uma única peça fundida em
aço-manganês.
Essa peça é rigidamente fixada em pedaços de trilhos por meio de parafusos.

A AREMA recomenda o emprego do jacaré com núcleo removível em aço-manganês em linhas de tráfego
pesado, em que a densidade do movimento é semelhante tanto na via principal quanto na desviada.

Jacaré com ponta móvel ou jacaré móvel


Nesse tipo de jacaré, uma das pernas fecha o espaço entre ela e a ponta do coração através da
pressão de mola, mantendo contínua a superfície de rolamento
r olamento na direção da via principal.

Jacaré com ponta removível


Esse tipo de jacaré possui a ponta removível.

Jacaré móvel com aparelho


Nesse jacaré, o coração é movimentado por intermédio de um aparelho.

Jacaré móvel com mola


Esse jacaré é acionado pelo friso da roda. Ele se mantém em posição constante por meio da ação
de um dispositivo de mola.

24
Jacaré maciço
Esse jacaré é inteiriço e fundido em uma única peça.

Jacaré guia-rodas
São jacarés maciços com ressaltos laterais que guiam a roda, o que dispensa o uso de contratrilhos.
Esses jacarés devem ser utilizados em linhas nas quais a velocidade não ultrapasse 48 km/h.

Jacaré duplo
Esse jacaré foi desenvolvido especialmente para linhas
li nhas em bitola mista. Ele possui duas pontas de
1/2”.
Além disso, esse tipo de jacaré apresenta quatro configurações distintas, em função do lado desvia-
do e da posição da bitola estreita em relação ao eixo da via, com linhas curvas ou retas. São elas:

1- AMV do tipo D1D: desvio à direita e bitola métrica à direita

JACARÉ DUPLO

JACARÉ SIMPLES

AMC D1D

2- AMV do tipo D1E: desvio à direita e bitola métrica à esquerda

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 25


3- AMV do tipo E1D: desvio à esquerda e bitola métrica à direita

4 – AMV do tipo E1E: desvio à esquerda e bitola métrica à esquerda

Jacaré curvo
Possui uma das linhas da bitola em curva.

Jacaré reto
Nesse tipo de jacaré, as linhas de bitola são duas retas.

Contratrilhos
São peças de comprimento adequado, justapostas aos trilhos externos e localizadas nos dois lados
do jacaré.
Tem por finalidade “puxar” o rodeiro para fora, evitando que os frisos das rodas se choquem com a
ponta do jacaré.

26
Contratrilhos

Contratrilho

Encosto do contratrilho
É um trilho da via que está localizado na região do cruzamento (próximo ao jacaré) para servir de
encosto do contratrilho.

Calço para contratrilho


É um bloco de ferro fundido ou de aço que é inserido entre o trilho de encosto e o contratrilho de
forma a manter o espaçamento mínimo de calha ou gola padronizado por norma.

Calço do contratrilho

Calços do contratrilho

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IMPORTANTE: O calço deve ser fixado ao contratrilho e ao trilho de encosto com parafusos sufi-
cientemente robustos.

Gola ou calha
É o espaçamento entre o trilho de encosto e o contratrilho.

Placa de apoio do contratrilho


É uma placa especial que possibilita uma fixação mais robusta
r obusta do contratrilho ao dormente.

Contratrilho ajustável
Inicialmente, os contratrilhos eram confeccionados com pontas dobradas, que mais tarde evoluíram
para pontas biseladas.
Hoje, entretanto, o uso de contratrilhos ajustáveis vem aumentando, já que permitem regulagens,
em vez de substituição ou reparação, no momento em que se iniciam os desgastes.

Fixação
É o conjunto de dispositivos utilizado
uti lizado na fixação das peças.

28
1 Complete as lacunas adequadamente
relembrar
a) O __________________ é uma estrutura desenvolvida para proporcionar o desvio dos
veículos ferroviários de uma via para outra.

b) Um
são:AMV possui diversos componentes
______________, padronizados
_______________ pela NBR-7636 da ABNT. Os principais
e ________________.
c) A ________
_____________
_______ é uma peça móvel, constituí
cons tituída
da por agulhas que possuem
possue m trilhos de
encosto, placas de deslizamento, dentre outros acessórios destinados a conduzir os trens de
uma parte da via a outra.
d) As __________
______________
____ são peças de aço fundido ou forjado ou trilho
tril ho usinado que encami-
nham as rodas dos veículos ferroviários de uma linha para outra.
e) Os __________
______________
____ consti
constituem
tuem o corpo do aparelho de mudança de via. Podem ser clas-
sificados em internos ou externos.

2 Marque um “X” nas alternativas corretas:


( ) O corpo da agulha é a extremidade da agulha que se junta
junta ao trilho de encosto. Pode
Pode ser
do tipo removível e feito de aço fundido.
( ) O protetor de ponta da agulha é um componente especial, utilizado para proporcionar a
junção da agulha ao trilho de ligação
li gação no coice.
( ) A abertura do coice da agulha é a folga entre a linha de bitola da agulha e o seu encosto
encosto
que é medida a partir da extremidade do coice da agulha.
( ) Os parafusos de articulação do coice são parafusos que, ao passarem pelo calço do coice
e pela tala de junção, fixam o conjunto do coice da agulha.

( ) de
O ângulo da agulha é formado pela interseção das linhas de bitola da agulha e do trilho
encosto.
( ) O trilho de encosto
encosto é um calço de afastamento
afastamento feito de aço ou de ferro fundido que é
colocado no coice da agulha para mantê-la afastada de seu encosto.

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 29


3 Marque somente as alternativas corretas:
relembrar
a) O cruzamento é constituído pelo jacaré, contratrilhos e seus respectivos trilhos de encosto.
b) O aparelho de manobra propicia o encontro da fila direita
di reita de uma das vias com a fila esquer-
da da outra via, formando um “X” de trilhos.
c) O coração é o ponto de interseção das linhas de bitola que se cruzam no jacaré.
d) As barras de conjugação fixas são peças utilizadas para ligar e conjugar as agulhas, de
forma a torná-las solidárias.
e) O coice do jacaré é a parte mais aberta do coração e mais afastada do ponto teórico.

30
S
E
Õ
Ç
A
T
O
N
A

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 31


CAPÍTULO II

ANÁLISE D A CIRCUL AÇÃO DOS
RODEIROS E DAS COTAS
DE SA LVAG UARD A


Você já sabe que os frisos das rodas são fundamentais na circulação dos veículos ferroviários.
Entretanto, para que as rodas desses veículos possam passar livremente pelas pecas e ferragens
dos AMV’s, são necessárias medidas de construção e manutenção que evitem qualquer tipo de
impacto ou atrito anormal aos AMV’s.
Neste capítulo você conhecerá tais medidas, chamadas de cotas de salvaguarda, que dependem
essencialmente das medidas construtivas dos rodeiros e de sua manutenção.
CARACTERÍSTICAS DOS RODEIROS

Para que você possa determinar as cotas de salvaguarda, é necessário conhecer os rodeiros e suas
principais características construtivas.
Na tabela a seguir, você pode observar as medidas e tolerâncias comumente encontradas nas ferro-
vias brasileiras. Entretanto, esses limites e tolerâncias costumam variar constantemente de acordo
com os diversos sistemas ferroviários.
Dessa forma, as cotas de salvaguarda nos AMV’s devem ser determinadas de acordo com a reali-
dade local.
Características dos rodeiros dos veículos ferroviários:
Friso
Bitola interna do rodeiro (mm)
Bitola da Espessura altura
Tipo de veículo
linha
MínAi1ma MáAx2ima MaF x. Mífn. Máx.
Vagões 1511 1514 35,7 20,6 38,1
Carros, locomotivas,
1600
automotrizes e trens 1514 1520 31 20,6 38,1
- unidades
Vagões, carros 914 919 31,8 17,4 20,6
Locomotivas,
1000
automotrizes e trens 914 920 31 23 27
- unidades

IMPORTANTE: os limites de retirada empregados para evitar acidentes são:


23,8 mm para rodas na 1a e 2a vidas
20,6 mm para rodas na última vida

Larga: (A1+f) min= 1531,6 mm FLP > V − 1531,0 FLP ≥ V − 1530


(A2+F) max= 1551 mm PP > 1551 PP ≥ 1552
A min. = 1511 mm LP < 1511 LP ≤ 150
Bitola min. = 1565,4 mm PF > 39 PF ≥ 40

34
Métrica: (f+A) min = 931,4 mm FLP > V – 931 FLP ≥ V − 930
(f+A) max = 951 mm PP > 951 PP ≥ 952
A min. = 914 mm LP < 914 LP ≤ 913
Bitola min. = 982,6 mm PF > 29 PF ≥ 30

Medida padrão para rodeiros de vagões com rodas de aço – bitola 1,60 m e 1,00 m
Bitola Medida “A” (mm)
1,00 914 a 920
1,60 1514 a 1520

SITUAÇÕES QUE PODEM


PROVOCAR PROBLEMAS NOS RODEIROS
Os rodeiros, quando em serviço, podem sofrer desgastes que provocam a redução da espessura do
friso e do aro (desgaste côncavo da pista), o que provoca o aumento da altura do friso.
Esse aumento é chamado de falso friso.

Falso friso
Essa anomalia pode ser provocada, durante a passagem de um veículo ferroviário
f erroviário sobre um AMV, no
momento de seu deslocamento da linha desviada para a linha direta.
Nesse momento, o falso friso de uma roda usada pode atingir o trilho de encosto, provocando o
problema.
Ao ocorrer esse fato, o trilho de encosto é forçado lateralmente e a roda, em vez de passar sobre ele,
pode alargar a bitola e gerar o risco de descarrilamento.
Outra anomalia observada, por exemplo, no sistema norte da Vale, é a superconcentração de ten-
sões no boleto do trilho de encosto da agulha, o que pode provocar defeitos severos.
Devido a essas anomalias, a agulha é, geralmente, elevada em relação ao corpo do trilho de encosto
para evitar ou amenizar o apoio do falso flange de rodas com desgaste côncavo.

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 35


Você já sabe que um possível impacto do friso contra a agulha deslocada representa um sério risco,
portanto, é necessário que uma folga de livre passagem (FLP) garanta a circulação de qualquer
rodeiro.
Entretanto, essa condição é extremamente crítica, pois gera a aproximação máxima do friso em
relação à agulha deslocada.

COTAS DE SALVAGUARDA
NOS AMV’S DA MÉTRICA E DA LARGA

Folgas de livre passagem na agulha deslocada


Os AMV’s possuem sempre uma agulha encostada e outra deslocada em relação ao seu trilho de
encosto.

Na agulha deslocada, os frisos devem encontrar entre a agulha deslocada e seu respectivo encosto
uma folga que permita sua livre circulação sem impacto ou atrito anormal.
Essa, portanto, é a primeira das cotas de salvaguarda nos AMV’s, conhecida como “Folga de livre
passagem na agulha deslocada”.
A folga de livre passagem (FLP) é a garantia da não ocorrência de impactos do friso contra a agulha
deslocada.

IMPORTANTE: a situação crítica é atingida quando a espessura do friso alcança o seu mínimo valor
tolerável:

fmínimo = 17,4 mm - bitola métrica


fmínimo = 20,6 mm - bitola larga

Se você garantir a abertura suficiente para assentamento de um rodeiro crítico (friso fino), certa-
mente conseguirá garantir a circulação tranqüila de qualquer outro rodeiro.

36
Da mesma forma, se você analisar as figuras que se seguem, perceberá que, ao reduzir a bitola in-
terna entre os aros, ocorrerá a aproximação do friso da roda direita em relação à agulha deslocada.

IMPORTANTE: a situação torna-se critica quando a bitola interna atinge seus valores mínimos to-

leráveis.
A mínimo = 914 mm - bitola métrica
A mínimo = 1511 mm - bitola larga

Dessa forma, de acordo com a figura seguinte, você pode perceber que o aumento da bitola da via
aproxima a agulha deslocada da roda direita.
Além disso, quanto maior for a bitola da via, maior deverá ser a folga de livre passagem na agulha
deslocada.
Portanto, de acordo com as figuras anteriores, você pode obter o valor da bitola da via e da folga de
livre passagem utilizando as seguintes fórmulas:

Bitola da via - V=A + f + FLP

Folga de livre passagem - FLP =V – (A+f)

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 37


Proteção de ponta no cruzamento
Para que você possa garantir a circulação dos rodeiros sem que um dos frisos agrida a ponta
material do jacaré, é preciso assegurar que a distância da face interna do contratrilho até a ponta
material garanta a segurança.
Essa medida é chamada de “proteção de ponta no cruzamento” (PP).
A partir das figuras a seguir, você pode perceber que um friso novo representa uma condição crítica
que pode provocar o ataque à ponta do jacaré.
Essa situação se intensifica quando o friso novo alcança o valor máximo de 31 mm, tanto para a
métrica quanto para a larga.
Já em relação à bitola de eixamento das rodas,
r odas, você pode notar que o aumento da bitola de eixa-
mento aproxima, perigosamente, o friso direito em relação à ponta material do jacaré.
Dessa forma, a situação crítica se intensifica quando A = 920, na métrica, ou 1520 mm, na larga.
Portanto, para o cálculo da PP você deverá considerar o rodeiro com a máxima bitola de eixamento
e friso novo que resultará em:
PP ≥ 952 mm (métrica)
PP ≥ 1552 mm (larga)

A cota de proteção da ponta do jacaré deve ser maior que (A+f)

38
LIVRE PASSAGEM NO CRUZAMENTO

Para que a segurança e o conforto sejam garantidos na circulação dos veículos ferroviários, sem
impactos anormais, a distância entre o contratrilho (face interna) e a perna do jacaré (internamen-
te) deve permitir a circulação, até mesmo, dos rodeiros mais estreitos, ou seja, com mínima bitola
interna entre rodas.
Essa distância é conhecida como livre passagem no cruzamento (LP), que deve ser inferior à menor
das bitolas internas de eixamento.

Portanto, ao aumentar a bitola interna de eixamento ocorre a diminuição do atrito dos rodeiros com a face
interna do contratrilho e a face interna da perna do jacaré, facilitando a livre passagem no cruzamento.
De acordo com a figura acima, você pode observar que o rodeiro mais estreito prende-se ao cruza-
mento. Para que isso não ocorra, é necessário garantir que o afastamento entre a face interna do
contratrilho e da perna do jacaré seja inferior à menor das bitolas existentes, ou seja:

Bitola Métrica:
Mínima bitola interna = 914 mm

Bitola Larga:
Mínima bitola interna = 1511 mm

Dessa forma, para a livre passagem no cruzamento tem-se:


LP ≤ 913 mm (métrica)
LP ≤ 1510 mm (larga)

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 39


A livre passagem no cruzamento é a única que tende a “melhorar” com o desgaste natural das
peças. Dessa forma, seu valor ideal pode variar de 913 mm ou menos, para a métrica, e 1510 ou
menos para a larga.

IMPORTANTE: a folga de livre passagem nos contratrilhos, em suas extremidades biseladas, é de:

FLP contratrilho ≥ V – 930 = 70 mm (métrica)


FLP contratrilho ≥ V – 1530 – 1530 = 70 mm (larga)

PROFUNDIDADE DAS FOLGAS (PF)

A profundidade de uma folga deve permitir a circulação dos frisos mais altos, para que, dessa
forma, não ocorram choques e atritos anormais.
Portanto, talas e calços encarregados da junção das várias peças devem se posicionar abaixo da
superfície de rolamento a uma profundidade adequada.
Se você considerar que o friso mais alto existente no mercado é de 11/2”, ou seja, 38,1mm, tem-se:
PF > 39 mm ou;
PF ≥ 40 mm.

As calhas, de acordo com a tecnologia AREMA, possuem o valor mínimo de 46 mm e máximo de 49,2
mm, tanto nos jacarés quanto nos contratrilhos.

COTAS DE SALVAGUARDA
NOS AMV’S DA BITOLA MISTA 1,00/1,60

No AMV misto podem ocorrer cruzamentos de filas de trilhos de mesmo nome, ou seja, fila esquerda
com fila esquerda e fila direita com fila direita.

40
Nesse caso, forma-se um “X” de trilhos que só poderá ser evitado com o auxílio do jacaré duplo.
Como você pôde observar, o AMV misto D1D possui um jacaré duplo localizado no ponto em que se
encontram a fila esquerda da larga desviada e a fila esquerda da métrica na direita.

Já os jacarés simples, ao contrário dos jacarés duplos, estão sempre localizados na interseção de
filas de nomes distintos.
A análise das cotas de salvaguarda nos AMV’
AMV’ss de bitola mista depende, primordialmente, dos jaca-
rés duplos, visto que as demais cotas de salvaguarda possuem medidas já definidas para a métrica
e larga, isoladamente.

JACARÉ DUPLO D1D

De acordo com a figura a seguir, você pode perceber que as rodas da larga que transitam pelo AMV

vindas do desvio devem encontrar folga de livre


li vre passagem na ponta I, indicada na figura.
Nessa ponta, os frisos circulam por dentro, deixando de lado a ponta material que trabalha como
uma agulha deslocada.
Entretanto, para que isso ocorra é necessário fechar a bitola em até 15 mm para a garantia da livre
passagem dos frisos.

I Jacaré duplo

II
Jacaré da larga

Jacaré da métrica

I. aperto de bitola para a larga desviada;


II. abertura da bitola para a livre passagem para a métrica da direita e larga desviada com as
mesmas cotas para os jacarés convencionais.

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 41


JACARÉ DUPLO D1E

Todos os jacarés duplos possuem basicamente as mesmas exigências; a única diferença está pre-
sente na posição dos apertos de larga e de métrica.
Jacaré duplo D1E

II

I. necessidade de aperto para a larga na direita e na ponta;


ponta;
II. aperto para a métrica desviada, estando as demais cotas de acordo com as dos jacarés
convencionais.

JACARÉ DUPLO E1E

Neste tipo de jacaré, você deve considerar as mesmas situações analisadas nos jacarés do tipo D1D.
Jacaré duplo E1E

JACARÉ DUPLO E1D

De acordo com a figura a seguir, é possível perceber que no jacaré do tipo E1D os “apertos das calhas”
são verificados na métrica desviada (ponta II) e na larga da direita (ponta I), assim como nos jacarés
do tipo D1E.

42
Jacaré duplo
duplo E1D

II

Geralmente o código do jacaré (D1D, D1E, E1D e E1E) é gravado em alto relevo nos trilhos dos jacarés.

COTAS DE SALVAGUARDA NOS POMBINHOS

Os pombinhos − também conhecidos como chave fixa para conexão de vias − são dispositivos da
bitola mista que possibilitam a mudança de posição da bitola métrica em relação à via.
São utilizados, ainda, para desviar lateralmente apenas uma das bitolas, como mostrado nas figu-
ras a seguir.
AMV misto com derivação lateral da métrica

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 43


AMV misto com derivação lateral da larga

De acordo com as figuras anteriores, observa-se que na primeira figura a métrica estará sempre
desviada e a larga sempre ficará na direita.
direit a. Já na segunda figura ocorre o contrário.
contrári o.
A figura a seguir,mostra dois pombinhos. Eles permitem que os trens da bitola métrica,
métr ica, antes à direita
da via, passem para a sua esquerda e, dessa forma, possam acessar a plataforma de carregamento.
Assim sendo, sem os pombinhos os veículos oriundos da bitola métrica não poderiam acessar a
plataforma.
Entretanto, os AMV’s com chaves fixas (pombinhos) exigem alguns cuidados especiais, como você
verá a seguir.
Nos pombinhos, as rodas da métrica devem encontrar condições que permitam a livre
li vre passagem e
a proteção adequada à ponta.
Por outro lado, as rodas da larga (ver pontilhado da figura) devem passar por dentro, deixando de
lado a ponta material que funcionará sempre como uma agulha deslocada, observando as mesmas
condições descritas para os jacarés duplos, ou seja:
redução da bitola larga para 1586 mm;
restrição da velocidade para 20 km/h na bitola larga.

44
1 Marque “V” para as alternativas verdadeiras e “F” para as falsas:
relembrar
( ) Os rodeiros, quando em serviço, podem sofrer desgastes
desgastes que provocam a redução da
espessura do friso e do aro (desgaste côncavo da pista), o que provoca o aumento da
altura do friso.
( ) O “falso friso” é uma anomalia provocada, durante a passagem de um veículo ferroviário
sobre um AMV,
AMV, no momento de seu deslocamento da linha desviada para a linha direta.
( ) A primeira das costas de salvaguarda nos AMV’
AMV’ss é conhecida como “Folga de livre pas-
sagem na agulha encostada”.
( ) O aumento da bitola interna entre os aros provoca a aproximação do friso da roda direita
em relação à agulha deslocada.

2 Complete as lacunas
lacunas de acordo com as palavras do quadro abaixo,
abaixo, sabendo que
que uma mesma
palavra pode ser utilizada mais de uma vez.

pombinhos − duplos − larga − simples − métrica

a ) Os jacarés ______________, ao contrário dos jacarés ______________, estão sempre


localizados na interseção de filas de nomes distintos.
b ) A análise das cotas de salvaguarda nos AMV’s de bitola mista depende, primordialmente,
dos jacarés ____________.
c ) Todos os jacarés duplos possuem basicamente as mesmas exigências; a única diferença está
presente na posição dos apertos de _______________ e de ______________.
d ) Os _________________, também conhecidos como chave fixa para conexão de vias, são
dispositivos
relação à via.da bitola mista que possibilitam a mudança de posição da bitola métrica em

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 45


CAPÍTULO III

VE
V ELOCIDADE DE CIRCULAÇÃO
SOBRE UM AMV


Antes da instalação de um AMV em um determinado trecho, você deve analisar as características do
mesmo de forma que essas características não imponham restrições de velocidade na linha direita.
VELOCIDADE DE CIRCULAÇÃO EM UMA LINHA DESVIADA

A velocidade de circulação de um veículo ferroviário pela linha desviada de um AMV pode sofrer res-
trições em função do tipo de AMV, como você verá a seguir:
em AMV’s de agulhas curvas e tangentes, a velocidade diminui de acordo com o raio de curva-
tura do AMV;
em AMV’s
AMV’s de agulhas curvas e secantes, a velocidade diminui de acordo com o raio de curvatura
da agulha ou do raio de curvatura da parte de ligação, aquele que for menor;
em AMV’s de agulhas retas a velocidade diminui de acordo com o ângulo e comprimento da
agulha ou do raio de curvatura da parte de ligação.

As velocidades máximas de circulação pela linha desviada podem ser vistas nas tabelas a seguir.

Bitola de 1,00 m
Agulha Abertura do Raio do trilho curvo Velocidade
Comp
Compririme
ment
ntoo (m)
(m) ÂnÂngu
gulo
lo (g
(gra
raus
us)) jacaré de ligação (m) Máxima km/h
3,33 2º42’50” 5 93,098 21,4
5,029 1º48’32” 8 146,444 30,7
6,706 1º48’32” 10 277,500 42,3
9,144 0º59’41” 14 623,636 58,3

Bitola de 1,60 m
Agulha Abertura do Raio do trilho curvo Velocidade
Comp
Compririme
ment
ntoo (m)
(m) ÂnÂngu
gulo
lo (g
(gra
raus
us)) jacaré de ligação (m) Máxima km/h
3,33 2º42’50” 5 66,666 20,7
5,029 1º48’32” 8 172,740 32,0
6,706 1º21’23” 10 273,696 42,0
9,144 0º59’41” 14 527,500 58,3

48
1 Marque a alternativa na qual todas as afirmativas estão corretas:
relembrar
I. Em um AMV de agulhas curvas e tangentes,
tangentes, a velocidade aumenta de acordo com o raio de
curvatura do AMV.

II. Em um AMV de agulhas curvas e secantes, a velocidade diminui de acordo com o raio de
curvatura da agulha ou do raio de curvatura da parte de ligação, aquele que for
f or menor;
III. Em um AMV de agulhas curvas a velocidade diminui de acordo com o ângulo e comprimento
da agulha ou do raio de curvatura da parte de ligação.

a) Somente a alternativa I é verdadeira


b) Somente a alternativa II é verdadeira
c) Somente a alternativa III é verdadeira
d) Toda
Todass as alternativas anteriormente
anteriormente citadas são verdadeiras

2 Complete as lacunas adequadamente:


a) Em um jacaré de abertura cinco, em bitola de 1,00 m, o comprimento da agulha deve ser de
_________________.
b) Em um jacaré de abertura dez, em bitola de 1,00 m, o ângulo da agulha é de
_________________.
c) Em um jacaré de número oito, em bitola de 1,60 m, a velocidade máxima permitida é de
_________________.
d) Em um jacaré de número 14, em bitola de 1,60 m, o comprimento da agulha é de
_________________.

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 49


CAPÍTULO IV

MÉTODO PARA MONTAGEM
DOS AMV’S E OUTR OS
ELEMENTOS DA VIA


Neste capítulo você aprenderá a montar um Aparelho de Mudança de Via – AMV, No10 – TR 57, em
bitola métrica e desvio à direita.
Para a montagem de qualquer tipo de AMV é essencial a utilização da planta do AMV fornecida,
normalmente, pelo fabricante.
A planta de um AMV oferece a disposição das várias peças que fazem parte de sua composição,
desde as vigotas, agulhas, trilhos, até os acessórios metálicos, o que facilita
facil ita a montagem do AMV.
AMV.
CUIDADOS NECESSÁRIOS ANTES DA MONTAG
MONTAGEM
EM DE UM AMV

Antes da montagem de um AMV, de preferência nos dois dias anteriores, você deve organizar o can-
teiro de trabalho, separando cada um dos componentes metálicos ou vigotas e verificando a abertura
dos jacarés.
Durante a inspeção dos materiais metálicos, caso as placas gêmeas não contenham a marcação
L-23, LR-23, L27, LR-27, você deverá verificar os seguintes aspectos:
A placa L-23 possui 23 polegadas de comprimento, além disso, seu gancho permite a fixação
oposta na parte externa dos patins;
A placa LR-23 tem o mesmo comprimento das placas L-23, entretanto seu gancho é mais cen-
tralizado em relação à extremidade, o que permite a ancoragem na parte interna dos patins;
No caso das placas L-27 e LR-27 existe uma situação análoga, variando somente o comprimento
da peça (27 polegadas).

MONTAGEM DE UM AMV

Posicionamento das vigotas


Antes do posicionamento das vigotas, a equipe responsável pela topografia já deverá ter definido a
direção da linha principal e da linha desviada através da marcação dos pontos notáveis PA (Ponta da
Agulha) e CA (Inserção dos Eixos da Vias).
Caso não haja topografia, o próprio supervisor deverá locar a direção das linhas e definir o local de
avanço do encosto e das pontas das agulhas.
Deve-se ter o cuidado de manter o encosto e a ponta das agulhas em tangente e o mais afastado
possível do PT (ponto de tangência) da curva antecessora.
A partir daí, a fila do trilho de encosto reto e externo, já com a agulha fixada, deverá ser montada ao
lado da via e na posição correta, de forma que a ponta da agulha coincida com a marcação PA no
terreno.
Somente após a realização dos procedimentos
procedi mentos acima você poderá realizar a marcação do espaçamen-
to das vigotas de acordo com a planta, usando como referência o patim dos trilhos alinhados.

52
Assentamento da fila dos trilhos comuns à direita
Após o posicionamento correto das vigotas, você deverá colocar a fila de trilhos anteriormente perfi-
lada em sua posição definitiva, ou seja, apoiada nas vigotas, mantendo-se 60 cm de espaçamento
entre a cabeça dos dormentes e a linha de bitola dos trilhos.
Em seguida, um novo alinhamento com cordel e ponteamento
pont eamento é feito, na razão de dois tirefonds a cada
cinco dormentes.
Além disso, você deve observar por intermédio da planta as placas corretas a serem empregadas em
cada uma das vigotas.
Após verificar o alinhamento final, você deverá pregar todas as vigotas, garantindo que estejam com
o mesmo espaçamento e com a locação correta.
Você deve ficar atento também ao posicionamento do dormente-guia da grade das agulhas e do
dormente-guia da grade do jacaré, devendo o primeiro ficar de frente para as pontas das agulhas e o
segundo para a ponta de ½” do diamante.

Assentamento do trilho de encosto curvo


Você deve posicionar o trilho de encosto curvo com a agulha já fixada, obedecendo ao alinhamento
com a agulha oposta e verificando o esquadro de acordo com os seguintes critérios:
1) com a agulha esquerda ajustada ao seu encosto, você deve medir a distância D1 da ponta da
agulha até o centro da junta do coice da agulha oposta, que deve estar afastada do encosto;

D1

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 53


2) em seguida, você deve ajustar a agulha direita ao seu encosto e medir a distância D2 da sua
ponta ao centro do coice da agulha aposta.

D2

Se D1 for igual a D2, você obterá o esquadro perfeito, podendo com o auxílio da régua de bitola
pontear a agulha direita, garantindo 1000 mm nas pontas e no coice.

No caso de AMV’s
AMV’s posicionados em curvas ou muito próximos a elas é comum a utilização de bitolas
de 1010 mm na região das pontas, permitindo, dessa forma, a colocação de um protetor de ponta,
se necessário.

NOTA: caso o trilho de encosto curvo não apresente dobra


do bra ou cotovelo, é conveniente colocá-lo a 10
cm da ponta real da agulha com flecha de 2 a 4 cm.

Assentamento do jacaré
A partir da distância entre a ponta da agulha esquerda e o pé do jacaré, inicia-se a locação do

jacaré próximo à sua posição definitiva.


Com o auxílio da régua, você deve bitolar 1000 mm do pé do jacaré ao trilho de encosto reto da
direita e 1000 mm do coice do jacaré (fila esquerda) até o trilho de encosto reto da direita.
A partir desses procedimentos, você poderá pontear o jacaré.

NOTA: você poderá adotar uma superlargura de 10 mm no cruzamento


cr uzamento visando a uma maior prote-
ção da ponta, desde que a calha, gola do jacaré e dos contratrilhos permita uma livre passagem
igual ou inferior a 913 mm.

54
Nesse caso, é conveniente consultar a tabela, em anexo, que fornece as várias bitolas que podem
ser adotadas no jacaré, sem comprometer a livre passagem.

Assentamento do trilho reto de ligação


Para o assentamento do trilho reto de ligação, você deve, na direção do coice da agulha direita,
utilizar a folga de acordo com a temperatura, de modo que a folga seja superior a 5 mm, permitindo
assim a livre movimentação da agulha.
Folgas de juntas para assentamento de trilhos
Temperatura 10 m 12 m 18 m 36 m
do Trilho (ºC) Folga mm Folga mm Folga mm Folga mm
15 5 6 9 8
16 5 6 9 7
17 5 6 9 7
18 5 6 9 6
19 5 6 8 6
20 5 6 8 5
21 4 5 8 5
22 4 5 8 5
23 4 5 8 4
24 4 5 7 4
25 4 5 7 4
26 4 5 7 3
27 4 5 7 3
28 4 4 6 2
29 4 4 6 2
30 3 4 6 2
31 3 4 6 1
32 3 4 6 1
33 3 4 6 1
34 3 4 5 0
35 3 3 5 *
36 3 3 5 *
37 3 3 5 *
38 2 3 5 *
39 2 3 4 *
40 2 3 4 *
41 * * *

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 55


Em seguida, com o auxílio de uma régua de bitola e tomando como referência o trilho de encosto
reto, você deve fazer o posicionamento, ligação e ponteação do trilho de ligação reto, desde o coice
da agulha direita até a entrada do jacaré (pé direito).

Ao realizar o serviço de assentamento de trilhos é necessário possuir, no local de assentamento, um


termômetro, uma série de calços e uma caderneta de anotações.

NOTA: os calços são chapas de ferro com grossuras correspondentes às folgas que são intercala-
dos entre os topos dos trilhos. Eles são cravados em ângulo reto, lateralmente e externamente à
via, a fim de não prejudicar o movimento dos trens.

Assentamento do trilho curvo de ligação

Após oscurvo
ligação procedimentos descritos
com o auxílio de umaanteriormente, você
régua de bitola, poderá, agora,
garantindo 1000 mmlocar
emetoda
assentar
a suaoextensão.
trilho de

Você deve calcular e locar os trilhos curvos de ligação a partir de ordenadas, com preferência do
trilho de encosto reto, o que melhorará visivelmente o padrão dos trabalhos nos AMV’s
AMV’s no 12, no 14,
no 16 e no 20.
Caso a planta do AMV não possua o detalhamento de locação dos trilhos curvos de ligação, você
poderá proceder à locação respeitando os 87 mm de flecha na região central do trilho (para o caso
do AMV no 10).

Posicionamento dos contratrilhos

Nessa etapa, após a colocação dos alinhamentos e bitolas, você deve iniciar a colocação total de
todas as peças até então ponteadas, completando os trilhos da fila direita da via desviada após o
jacaré e montando os contratrilhos conforme indicado na planta.
Durante a montagem dos contratrilhos, quanto maior for a proximidade do mesmo na direção das
agulhas, mais suave se torna a entrada dos trens.

56
A gente só precisa Você tá louco?
colocar um jacaré E o resto dos
aqui! trilhos? Isso não vai
dar certo...

JACARÉ?

Algumas plantas solicitam contratrilhos de 2,870, porém, atualmente, muitos contratrilhos de


3,810 têm sido utilizados para qualquer tipo de jacaré rígido, pois eles permitem que as rodas
passem com maior suavidade e conforto.

Montagem do aparelho de manobra


A montagem dos aparelhos de manobra deve ser feita da seguinte forma:
posicione e fixe as barras de conjugação fixa e móvel;

monte o tirante do aparelho de manobra;


após a conexão do tirante ao aparelho de manobra já disposto sobre as vigotas especiais, dê uma
abertura de 60 mm às agulhas, para cada lado, e mantenha a alavanca de manobra na vertical;
após os procedimentos descritos anteriormente, fixe o aparelho de manobra aos dormentes.

Além dos procedimentos anteriores, você deve analisar as seguintes situações na montagem de
AMV’s:
qualquer movimento no braço de um AMV deve ser realizado também nas agulhas;

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 57


ao manobrar um AMV para os dois lados, você deve verificar se existe pressão suficiente e por
igual na ponta das agulhas;
caso a pressão não seja suficiente, você deve regular a distribuição das palhetas existentes
dentro da caixa;
após a montagem do aparelho de mudança de via, você deve providenciar a limpeza e lubrifica-
ção das partes metálicas da chave, após o lastramento, nivelamento e alinhamento.

INSTRUÇÕES PARA O LANÇAMENTO


DOS AMV’S COM A LINHA EM TRÁFEGO

Você viu, anteriormente, o processo de montagens de AMV’s em linhas isoladas, ainda sem tráfego,
nas quais as condições de trabalho são as melhores.
Você conhecerá, agora, o trabalho de montagem de AMV’s em linhas de tráfego, que é a situação de
montagem de AMV’s mais comum.

MONTAGEM DO AMV À MARGEM DA VIA


E LANÇAMENTO EM GRANDE INTERVALO (6 A 8 HORAS)

Nesse caso, o AMV é montado à margem da via, como descrito no tópico sobre montagem de AMV’s,
sendo posteriormente levantado com o auxílio de macacos e disposto sobre os trilhos perpendicula-
res, em forma de placo inclinado.
Em seguida, a linha é cortada e demolida, entrando em seu lugar a grade do AMV, que deslizará
sobre os trilhos-guia lubrificados, sendo amparada por um “tifor”.
“tif or”.
Quando o AMV estiver na posição definida, a grade poderá ser fixada, alinhada e nivelada, podendo
dar início ao movimento dos trens.

58
MONTAGEM DO AMV DA GRADE
DAS AGULHAS (CHAVE) À MARGEM DA VIA E
LANÇAMENTO EM INTERVALO MÉDIO (3 A 4 HORAS)

Nesse caso, você deve montar a chave que pode ser deslocada, alinhada e nivelada entre 3 e 4 horas.
Em seguida, você deve substituir os dormentes comuns por vigotas a partir do coice da agulha até o
final do cruzamento, além das peças na ordem numerada em pequenos intervalos entre a passagem
dos trens.
O último passo é a checagem geral das bitolas,
bit olas, além do alinhamento e nivelamento gerais.

IMPORTANTE: no caso de substituição de um AMV, as vigotas novas deverão ser fixadas somente ao
final do serviço, evitando
evitando o excesso de furos.

LANÇAMENTO DO AMV EM PEQUENOS


PE QUENOS INTERVALOS

Se você não dispuser de um intervalo superior a oito horas para a montagem de um AMV e seus
componentes, poderá optar por essa montagem por intermédio de um método menos aprimorado,
mas de resultados também satisfatórios, como você verá a seguir:

1o Passo
Corte a via direta e encaixe nesse ponto o jacaré, já na posição definitiva, sem se esquecer de colo-
car o contratrilho na posição oposta.

2o Passo
Realize um estudo prévio do posicionamento das juntas para evitar que a posição destas coincida
com a posição de algumas peças, como o contratrilho.

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 59


3o Passo
Use os “dormentes casados” no lugar das vigotas novas. Além disso, reduza a velocidade ao máxi-
mo, de 10 a 15 km/h, até a conclusão das tarefas.

4o passo
Posicione as agulhas e complete a via desviada, aproximando-a ao máximo da via direita
dir eita e assen-
tando inclusive o contratrilho do desvio.

5o Passo
Desligue a junta do trilho de encosto da agulha direita, puxando-a e ligando-a à parte curva do
desvio já assentado. Em seguida, corte um trilho de tamanho adequado, dispondo-o desde o coice
da agulha até o pé do jacaré,
j acaré, formando assim o trilho reto de ligação.

6o Passo
Posicione o trilho curvo de ligação e o aparelho de manobra sem a interrupção da circulação.

7o Passo
Troque os dormentes trespassados ou “casados” por vigotas apropriadas (conforme a planta) e
proceda ao alinhamento e nivelamento geral. Em seguida, restabeleça o tráfego normal.

INSTRUÇÕES PARA
EM CURVA COM MONTAGEM
AGULHA DOS AMV’S
RECORTADA E
CONTRATRILHO
CONTRATRILHO DE PROTEÇÃO DA AGULHA
A GULHA DO RODO

Esse dispositivo é muito utilizado para eliminar os acidentes e desgastes excessivos de agulhas
nos AMV’s em curva.
Para a instalação e manutenção desse equipamento você deve seguir as instruções a seguir:

60
1a Etapa
Verifique a bitola antes das pontas das agulhas, certificando-se
certi ficando-se que esta seja igual a 1020 mm na métri-
ca e 1620 mm na larga, desde 1,50 m antes da ponta da agulha externa até a ponta da agulha interna.

Pode ser necessária, também, a verificação da bitola junto ao coice caso haja superlargura implantada.

2a Etapa
Recorte 60 ou 80 cm na agulha da curva, próximo ao coice, e bata-a para trás. Em seguida refure e
religue a agulha da curva, que deve estar defasada em relação à agulha do rodo.

3a Etapa
Aplique junto ao trilho de encosto da agulha recortada um contratrilho de 5 m com as pontas dobra-
das, de forma a viabilizar a calha de 45 mm na direção da ponta da agulha do rodo.
Além disso, a extremidade do contratrilho deve possuir 10 cm ou mais de abertura, antes da dobra, e 8 cm
após a dobra, devendo ser progressivo e até 4,5 cm, 1 m antes da direção da ponta da agulha de rodo.

4a Etapa
Aperte os parafusos do contratrilho, que deverá apoiar-se em placas especialmente cortadas.

INSTRUÇÕES PRÁTICAS
PARA MONTAGEM DE UM TRAVESSÃO

Para a montagem de um travessão, você deve calcular a distância entre os dois AMV’s opostos a
partir da fórmula:

D = (e – b) . J
2

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 61


Sendo:
b = bitola da via;
e = distância da entrevia em metros;
j = número do jacaré;
D = distância de ponta a ponta do diamante.
Jacaré J
1:10 10
1:14 14
1:18 18

Para descobrir a posição do segundo AMV de um travessão, você deverá realizar os procedimentos
a seguir:

Para o travessão em curva


Estenda uma corda alinhada com a face interna do contratrilho;
Posicione outra corda, faceando a linha de bitola do jacaré na qual você pretende posicionar o segundo
AMV. O AMV será representado por um gabarito de madeira em “X”, permitindo o fácil deslocamento;
Percorra o gabarito pela segunda linha até obter a relação DE = EF, na qual D é a projeção da
ponta de 1/2” sobre a contratrilho e F é o coice do segundo jacaré;
Após atingir a igualdade AE = EF,
EF, o gabarito de madeira estará posicionado no local exato onde
deverá ser implantado o segundo jacaré.

1º AMV

D E F

62
Para o travessão em tangente
A determinação da posição do segundo AMV de um travessão, a partir do primeiro AMV em tangente
é bem mais simples.

Basta que você alinhe um cordel na face interna do contratrilho


contratril ho e, em seguida, determine o ponto no
qual o cordel alcança e cruza o trilho da via adjacente que irá receber o segundo jacaré.
Dessa forma, o ponto de interseção determinado será o local no qual ficará posicionada a ponta
teórica do jacaré.

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 63


1 Marque “V” para as questões verdadeiras e “F” para as falsas:
relembrar
( ) As placas L-23 possuem 23 polegadas de comprimento, além disso, seu gancho permite
a fixação oposta na parte interna dos patins.

( ) A placa LR-23 tem o mesmo comprimento das placas L-23, entretanto seu gancho é mais
centralizado em relação à extremidade, o que permite a ancoragem na parte interna dos
patins.
( ) No caso das placas L-27 e LR-27 existe uma situação análoga variando somente o ângu-
lo da peça (27 polegadas).

2 Marque somente as alternativas verdadeiras:


I. Para assentar um trilho de encosto curvo você deve:
( ) com a agulha
agulha esquerda ajustada ao seu encosto, medir a distância D2 da ponta da agu-

lha até o centro da junta do coice da agulha oposta, que deve estar afastada do encosto;
( ) em seguida, você deve ajustar a agulha direita ao seu encosto e medir a distância D2 da
sua ponta ao centro do coice da agulha aposta.

II. Para assentar o jacaré você deve:


( ) A partir da distância entre a ponta
ponta da
da agulha
agulha direita e o pé do
do jacaré, iniciar a locação
do jacaré próximo à sua posição definitiva.
( ) Com o auxílio da régua, você deve bitolar 1000 mm do pé do jacaré ao trilho de encosto reto da
direita e 1000 mm do coice do jacaré (fila esquerda) até o trilho de encosto reto da direita.

III. Para assentar o trilho reto de ligação você deve:


( ) utilizar, na direção do coice da agulha direita, a folga de acordo com a temperatura, de modo
que a folga seja superior a 5 mm, permitindo assim a livre movimentação da agulha.

64
3 Marque somente as alternativas corretas:
relembrar
( ) Durante a montagem dos contratrilhos, quanto
quanto maior for a proximidade do mesmo na
direção das agulhas, mais suave se torna a entrada dos trens.

( ) Algumas plantas solicitam contratrilhos de 2,870, porém, atualmente, muitos contratri-


lhos de 3,810 têm sido utilizados para qualquer tipo de jacaré
j acaré rígido, pois eles permitem
que as rodas passem com maior suavidade e conforto.
( ) Qualquer
Qualquer movimento no braço de um AMV não deve ser realizado nas agulhas.
( ) Ao manobrar um AMV para os dois lados, você deve verificar se existe pressão suficiente
e por igual na ponta do jacaré.

4 Marque somente a alternativa correta:


Para a montagem de um travessão em curva é preciso:

( ) Estender uma corda alinhada com a face interna do contratrilho.


( ) Posicionar
Posicionar outra corda faceando a linha de bitola do jacaré na qual você pretende posi-
cionar o segundo AMV. O AMV ficará será representado por um gabarito de madeira em
“x”, permitindo o fácil deslocamento.
( ) Alinhar um cordel na face interna do contratrilho e, em seguida, determinar o ponto no
qual o cordel alcance e cruze o trilho da via adjacente que irá receber o segundo jacaré.
( ) Determinar o ponto de interseção, local no qual ficará posicionada a ponta teórica do jacaré.

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 65


CAPÍTULO V

MANUTENÇÃO DE AMV’S


Por serem construídos com peças metálicas e por possuírem um grande número de irregularidades
em sua superfície de rolamento, os AMV’s sofrem, constantemente, severos ataques das rodas de
circulação.

Dessa
algunsforma, para
aspectos evitar a fadiga e o desgaste prematuro dos AMV’s, você deve se preocupar com
fundamentais:
as agulhas devem estar perfeitamente adaptadas aos seus trilhos de encosto;
o aparelho de manobra deve estar perfeitamente regulado, com pressão suficiente para a vedação;
as placas deslizantes devem estar limpas e lubrificadas;
as pontas das agulhas devem permanecer em dormentes-guia que evitem sua movimentação
durante a passagem dos trens;
os parafusos que ligam os punhos às barras de conjugação devem estar inteiros e apertados;
além disso, você deve observar a segurança do parafuso que liga a barra de conjugação ao
tirante do aparelho de manobras;
os coices das agulhas devem estar bem socados, evitando possíveis movimentações das pontas
das agulhas;
as principais cotas de salvaguarda, ou seja, folga de livre passagem na agulha deslocada, folga
de livre passagem no jacaré e cota de proteção de ponta, devem estar dentro das recomenda-
ções especificadas;
os parafusos dos contratrilhos devem estar completos e solidamente fixados;
mantenha-se atento ao estado de conservação das peças, verificando os defeitos mais eviden-
tes e perigosos, tais como: agulhas muito desgastadas, seqüência de vigotas podres e esmaga-
mento excessivo na junta do coice das agulhas;
no caso de emprego de protetor de pontas, você deve verificar a bitola de 1010 mm, na região
da ponta das agulhas;
evite o desnivelamento dos jacarés em relação aos contratrilhos e os trilhos de encosto.

68
MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Verificação das características de montagem


Verifique possíveis defeitos de montagem dos AMV’s, tais como folgas exageradas nas juntas e
peças defeituosas que exijam qualquer tipo de correção.

Verificação do traçado
Corrija os maiores defeitos dos traçados
t raçados que recomendam o prévio alinhamento do AMV.
AMV.

Verificação do estado dos materiais


Certifique-se de que todas as peças e materiais defeituosos estejam catalogados para uma subs-
tituição oportuna.

Esmerilamento das peças e ferragens


Você deve retirar constantemente as “rebarbas” que surgem nas peças e ferragens,
ferr agens, para que, dessa
forma, não ocorram problemas na passagem dos frisos pelas calhas dos jacarés ou dificuldades na
vedação das agulhas por achatamento dos trilhos de encosto.

Limpeza do lastro
A limpeza do lastro garante, por muito mais tempo, um AMV limpo, drenado e nivelado.

Conserva das juntas


Verifique a conservação das juntas, que devem estar limpas, lubrificadas e com os parafusos aper-
tados.

Verificação do coice das agulhas


Examine as talas e os calços.

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 69


Reparo ou rebatimento geral
Nesse serviço, você deve marcar com um giz as fixações que devem ser substituídas.

Trabalhos nos dormentes


Você deverá substituir os dormentes e, se necessário, repregar e reposicionar as placas.
Nesse serviço, a correção das bitolas e o reestabelecimento das cotas de salvaguarda devem ser
criteriosos, de forma a evitar intervenções desnecessárias, tais como novas furações que reduzem
a vida útil dos dormentes.

Tá muito difícil!
O patrão pediu Acho que não
Continuem
pra gente tirar vamos conseguir
conseguir..
assim!!! Só mais
esse dormente
um pouquinho
ainda hoje!
pessoal! Tá
quase saindo.
Não se preocu-
pem! Quando sair
eu aviso!!

70
Restabelecimento da superelevação
Os AMV’s
AMV’s geralmente possuem superelevação desde o coice das agulhas até o pé do jacaré, exata-
mente ao longo do trilho curvo de ligação.

Se a superelevação for muito grande, ultrapassando 70 mm para a larga ou 45 mm para a métrica,


você deverá corrigi-la.

Nivelamento
Na ocorrência de grandes desníveis ao longo da via, é oportuno optar pelo nivelamento geral da via, en-
tretanto se ocorrerem desníveis pequenos e localizados, você deve executar somente correções parciais.

NOTA: o nivelamento, especialmente sobre o jacaré, deve ser executado com cuidado para que não
sejam criadas variações indesejáveis de compactação sob a ponta.

Alinhamento
O alinhamento do AMV é recomendado após cada nivelamento executado, seja ele geral ou parcial.
Além disso, é importante que você saiba que o alinhamento deve ser sempre executado em relação
à via principal.

Trabalhos de acabamento
É a regulagem do aparelho de manobra e a recomposição do perfil do lastro.

Esmerilamento Nivelamento

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 71


REGULAGEM DOS APARELHOS DE MANOBRA

Para remanejar
rir novas aparelhos
palhetas até obterdeamanobra novos ouem
correta vedação recuperados, basta remanejar as palhetas ou inse-
ambas as agulhas.
Se você não conseguir realizar a regulagem pelo remanejamento das palhetas, basta deslocar o
aparelho até a obtenção das condições de igualdade das folgas em ambos os lados,
l ados, com o braço do
aparelho na posição vertical.
Entretanto, as inúmeras transposições de chave em sentido contrário, acrescidas do desgaste na-
tural das peças, acumulam folgas diversas que podem prejudicar as vigotas e chaves.
Nesse caso, para evitar a enorme soma de folgas é conveniente a inserção de arruelas entre o pu-
nho e a agulha, única forma de obter vedação por igual até que se consiga reparar ou substituir o
aparelho.
Porém, antes de tentar a inserção de arruelas, você deve checar se a deficiência de vedação pode
estar ligada ao “pular dos dentes” da coroa, muito comum em chaves ao contrário.
Nesse caso, basta desmontar o aparelho e reposicionar os dentes deslocados da coroa.

Uso de arruelas no lugar das palhetas


A junção do eixo móvel com o excêntrico pode provocar folgas no aparelho de manobra, propiciando
maior esforço de torção no parafuso que une as peças, conhecido como parafuso da cruzeta e que
tem a função de impedir a queda do excêntrico.
Com o aparecimento dessa folga, o próprio movimento do aparelho poderá quebrar o parafuso,
pondo em risco a vedação.
Na prática, você deve retirar o parafuso da cruzeta e substituí-lo por um pino cônico que, entrando
por pressão, força a aproximação e encaixe do excêntrico no eixo móvel, minimizando as folgas ali
existentes.

72
INSPEÇÕES DOS APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA

Você conhecerá a seguir os cuidados e providências a serem tomados na inspeção e manutenção de


alguns dos componentes de um AMV.

Agulhas

Cuidados:
1. verificar se as pontas das agulhas não estão muito robustas;
2. conferir a existência de dormentes com placas de apoio sob a ponta da agulha;
3. observar se existem folgas e pressão suficiente e por igual na ponta das agulhas;
4. verificar a existência de desgaste na rosca ou deformação em uma barra de ligação das
agulhas;
5. observar se a abertura da ponta da agulha livre está correta;
6. analisar a existência de parafusos soltos ou gastos que ligam a barra de graduação da aber-
tura ao encosto interno das agulhas;
7. verificar se as placas de deslizamento das agulhas estão limpas e lubrificadas;
8. conferir se as sapatas das agulhas estão bem apoiadas nas placas de deslizamento e se o
boleto da agulha encontra-se em nível superior ao do boleto do trilho de encosto.

Providências:
1. se as pontas das agulhas estiverem robustas, você deve passar o limatão ou o esmeril;
2. se não existirem dormentes com placas de apoio sob a ponta da agulha, você deve providen-
ciá-los;
3. se não houver folga, regule a distribuição das pressões por intermédio de palhetas existentes
dentro do aparelho;
4. se houver desgaste na rosca ou deformação da barra de ligação das agulhas, substitua ime-
diatamente a peça avariada;

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 73


5. se a abertura da ponta da agulha livre não estiver correta, verifique se a abertura é inferior a
70 mm e se a bitola entre os encostos da ponta da agulha excede 1 m;
6. se os parafusos estiverem soltos ou gastos, troque-os por outros com um diâmetro maior;

7. se as placas das agulhas não estiverem limpas e lubrificadas,


l ubrificadas, lubrifique-as com uma mistura
de óleo e grafite;
8. nesse caso, entalhe os dormentes nos locais do trilho de encosto.

Coice da Agulha

Cuidados:
1. verificar a existência de dormentes com placa de apoio embaixo do coice da agulha;

2. vedação;
averiguar se os parafusos do coice estão excessivamente apertados a ponto de impedir a

3. observar se as extremidades do coice da agulha e do trilho de ligação interna estão gastas;


4. conferir o alargamento da bitola no coice da agulha, devido ao desgaste dos parafusos e talas
e às pontas dos trilhos de ligação quebradas ou gastas;
5. verificar a falta de enchimento no coice da agulha (parafusos frouxos);
6. averiguar se o veículo ao passar pelo coice não levanta a ponta da agulha.

Providências:
1. caso não exista o dormente, você deve providenciar sua colocação;
2. se os parafusos estiverem muito apertados, folgue-os;
f olgue-os;
3. nesse caso, troque a agulha e o trilho de ligação;
4. troque as peças desgastadas ou quebradas;
5. aperte os parafusos ou substitua o material desgastado;
6. nesse caso, você deve rebitolar o jacaré.

74
Jacaré

Cuidados:
1. verificar se a bitola no jacaré está correta;
2. observar se ocorre alargamento de bitola da linha em toda a extensão do jacaré ou afasta-
mento dos contratrilhos;
3. conferir a existência de dormente, apoiando o jacaré, e verificar se o dormente está bem calçado;
4. averiguar a existência de abaixamento do nível do coração em relação às filas dos trilhos.

Providências:
1. nesse caso, você deve rebitolar o jacaré;

2. faça uma nova furação nos dormentes;


3. coloque o dormente;
4. proceda ao nivelamento regulamentar.

AMV

Cuidados:
1. verificar a formação de bolsas-d’água sobre o AMV;
2. observar se o AMV está assentado dentro da curva e se é possível deslocá-lo para a tangente
sem prejuízo das demais condições técnicas;
3. conferir se há deformação do trecho de linha que constitui o ramo curvo.

Providências:
1. nivele o terreno e lastre o AMV;
AMV;
2. para deslocar o AMV, utilize correntes e locomotivas para puxá-lo;
3. nivele o trecho.

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 75


Aparelho de manobra

Cuidados:
1. verificar se o aparelho de manobra está bem pregado sobre os dormentes;
2. averiguar se o aparelho de manobra funciona dentro dos limites de segurança;
3. observar se o mecanismo da engrenagem interna do aparelho está em perfeitas condições.

Providências:
1. se o aparelho de manobra não estiver bem fixado, mande fixá-lo;
2. se o aparelho de manobra não estiver funcionando dentro dos limites de segurança, troque
suas peças internas;
3. corrija as imperfeições.

Contratrilho

Cuidados:
1. verificar se a abertura do contratrilho é de 4,5 cm;
2. observar se o boleto do contratrilho não está em um nível muito superior ao do boleto do trilho
de encosto do contratrilho.

Providências:

1. se houver alargamento da bitola, você deve proceder à remoção e limpeza dos calços e em
seguida apertar os parafusos;
2. substitua o trilho do contratrilho
contratri lho por outro feito com um trilho, no qual o boleto já esteja gasto
na parte superior, de forma que possa ficar no mesmo nível do boleto do trilho de encosto do
contratrilho.

76
O processo de carga e descarga de um AMV é mecanizado e realizado por intermédio
i ntermédio de um guindas-
te rodoviário ou ferroviário, com auxílio de cabos de aço ou ferramentas de engate que centralizam
e içam a carga.

As imagens a seguir ilustram a operação de carga e descarga de um AMV.

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 77


1 Que providências você deve tomar para evitar a fadiga e o desgaste prematuro dos AMV’s?
relembrar Cite três providências.

2 Marque “V” para as alternativas verdadeiras e “F” para as falsas:


( ) Você deve sempre verificar se as pontas
pontas das agulhas não estão muito finas. Caso este-
jam, você deve trocá-las.
( ) Se os parafusos do coice estiverem excessivamente apertados, você deve afrouxá-los.

( ) dos
No caso de alargamento
contratrilhos, jamaisdefaça
bitola da linha,
novas em toda
furações a extensão do jacaré, ou afastamento
nos dormentes.
( ) Se você verificar a formação de bolsas-d’água sobre o AMV
AMV,, será preciso nivelar e lastrar
o AMV.

78
S
E
Õ
Ç
A
T
O
N
A

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 79


CAPÍTULO VI

SEGURANÇA NA FERROVIA


Neste capítulo você conhecerá alguns dos equipamentos e vestimentas indispensáveis nos traba-
lhos em ferrovia.

Protetores para a cabeça


É indispensável o uso de:
Capacete de segurança;
Máscaras para soldadores;
Óculos de segurança;
Protetores faciais.

Protetores para os membros superiores


É essencial o uso de:
Luvas;
Mangas de proteção;
Cremes protetores.

Proteção para os membros inferiores


Você deve sempre utilizar:
Calçados de proteção;
Calçados impermeáveis;
Perneiras de proteção;
Cremes protetores.

82
Proteção contra quedas
É importante utilizar:
Cintos de segurança;
Cadeiras suspensas;
Trava-queda.

Proteção auditiva
É necessária nos trabalhos realizados em locais com ruídos acima do limite de exposição.

Onde será que foi

parar meu capacete?

Cadê a sua luva!


Assim não dá pra
trabalhar...

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 83


1 Como um aparelho de manobra deve ser montado? Explique passo a passo.
relembrar

2 Correlacione adequadamente:
a) Vértice ( ) é uma peça que se fixa na parte interna da agulha
ou do trilho de encosto, destinada a limitar a flexão
das agulhas.
b) Calço espaçador ( ) é a parte do trilho de encosto, compreendida entre
a junta inicial da chave e a ponta da agulha.
c) Av
Avan
anço
ço do en
enco
cost
stoo da ag
agul
ulha
ha ( ) é uma
uma pl
plac
acaa de
de des
desliliza
zame
ment
ntoo int
intei
eiriç
riçaa ou
ou com
com li-
gação intermediária para isolamento que abrange
os dois trilhos.
d) Placa bitoladora ( ) é uma dobra do trilho de encosto, localizada um
pouco antes da ponta da agulha, na interseção
entre as linhas de bitola da agulha e do trilho, do
lado da curva.
e) Placa de deslilizzamento ( ) é uma placa de apoio para o trililhho de encosto e
de agulha. Possui comprimento variável e é fixada
apenas nas extremidades para permitir o desliza-
mento das agulhas sobre a placa.

3 Quais são os equipamentos e vestimentas que devem ser utilizados no trabalho em ferrovias?

84
S
VALE A PENA RELEMBRAR!

CAPÍTULO I

O
T
1)

I
a) AMV
b) chaves, trilhos de ligação e cruzamento
c) chave

R
d) agulhas
e) trilhos de ligação

2)

( x ) A abertura do coice da agulha é a folga entre a linha de bitola da agulha e o seu encosto que é
A
B
medida a partir da extremidade do coice da agulha.
( x ) O ângulo da agulha é formado pela interseção das linhas de bitola da agulha e do trilho de

A
encosto.

3) A – D − E

CAPÍTULO II
G
1) V – V – F – F

2)
a) simples/duplos
b) duplos
c) larga/métrica
d) pombinhos

Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 85


S
CAPÍTULO III

1) B

O
T
2)

I
a) 3,33
b) 1º21’23”
c) 32 km/h

R
d) 9,144

A
CAPÍTULO IV

B
1) F – V − F

2)

A
I. F – V
II. F – V

G
III. V

3)
( x ) Durante a montagem dos contratrilhos, quanto maior for a proximidade do mesmo na direção
das agulhas, mais suave se torna a entrada dos trens.
( x ) Algumas plantas solicitam contratrilhos de 2,870, porém, atualmente, muitos contratrilhos de
3,810 têm sido utilizados para qualquer tipo de jacaré rígido,
rí gido, pois eles permitem que as rodas
passem com maior suavidade e conforto.

4)
( x ) Estender uma corda alinhada com a face interna do contratrilho.
( x ) Posicionar outra corda faceando a linha de bitola do jacaré na qual você pretende posicionar o
segundo AMV. O AMV ficará será representado por um gabarito de madeira em “X”, permitindo
AMV.
o fácil deslocamento.

86
S
CAPÍTULO V

1)

O
a) as agulhas devem estar perfeitamente adaptadas aos seus trilhos de encosto;
b) o aparelho de manobra deve estar perfeitamente regulado, com pressão suficiente para a vedação;

T
c) as placas deslizantes devem estar limpas
limpas e lubrificadas;
d) as pontas das agulhas devem permanecer em dormentes-guia que evitem sua movimentação

I
durante a passagem dos trens;
e) os parafusos que ligam os punhos
punhos às barras de conjugação devem estar inteiros e apertados;
além disso, você deve observar a segurança do parafuso que liga a barra de conjugação ao

R
tirante do aparelho de manobras;
f) os coices das agulhas devem estar bem socados,
socados, evitando possíveis movimentações
movimentações das pontas
das agulhas;

A
g) as principais cotas de salvaguarda,
salvaguarda, ou seja, folga de livre passagem na agulha deslocada, folga
de livre passagem no jacaré e cota de proteção de ponta, devem estar dentro das recomendações
especificadas;

B
h) os parafusos dos contratrilhos devem estar completos e solidamente fixados;
fixados;
i) mantenha-se atento ao estado de conservação das peças, verificando os defeitos mais evidentes
evidentes
e perigosos, tais como: agulhas muito desgastadas, seqüência de vigotas podres e esmagamen-

A
to excessivo na junta do coice das agulhas;
j) no caso de emprego de protetor de pontas, você deve verificar a bitola de 1010
1010 mm, na região da
ponta das agulhas;
k) evite o desnivelamento dos jacarés em
em relação aos contratrilhos e os trilhos de encosto.

2) F – V – F − V G
EXERCITANDO PRA VALER!

CAPÍTULO VI

1) Posicione e fixe as barras de conjugação fixa e móvel; monte o tirante do aparelho de manobra;
após a conexão do tirante ao aparelho de manobra já disposto sobre as vigotas especiais, dê uma
abertura de 60 mm às agulhas, para cada lado, e mantenha a alavanca de manobra na vertical;
após os procedimentos descritos anteriormente, fixe o aparelho de manobra aos dormentes.

87
Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV s

S
2) B – C – D – A − E

3) Protetor para a cabeça, protetor para os membros superiores e inferiores, proteção contra quedas

O
e proteção auditiva.

T
I
R
A
B
A
G

88
S
E
Õ
Ç
A
T
O
N
A

89
Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV s

ANEXO


Resumo das cotas de salvaguarda
Bitola Métrica Bitola larga
Local Cotas Cota de salvaguarda Cota de salvaguarda
ideal ideal
Folga de livre pas-
sagem da agulha 120 mm 120 mm
Chave deslocada
Abertura do coice da
120 mm 159 mm
agulha
Proteção da ponta 955 mm 1555 mm
Livre passagem 913 mm 1510 mm
Calha do contratrilho 45 mm 45 mm
Cruzamento Calha do jacaré 45 mm 45 mm
Folga de livre passa-
gem na extremidade 100 mm 100 mm
dos contratrilhos
Profundidade das
Aparelho 40 mm 40 mm
folgas

Ângulo de abertura das agulhas


Comprimento
Detalhe 4000 Detalhe 5100 Detalhe 6100
da agulha
3,350 2º32’19” 2º42’50” 2º39’34”
5,029 1º44’11” 1º48’32” 1º46’22”
6,700 1º18’08” 1º21’23” 1º19’46”
9,140 0º57’18” 0º59’41” 0º58’30”
92

Comprimento da agulha
Agulha (m) Número do jacaré
Métrica Larga
3,533 8 5
5,023 10 8
6,706 14 10
9,144 20 14

Distância da ponta teórica da agulha à ponta material (mm)


Comprimento da
Detalhe 4000 Detalhe 5100 Detalhe 6100
agulha
3,533 139,7 0 66,2
5,023 209,5 0 104,7
6,706 279,4 0 139,7
9,144 381,0 0 187,3

Variação do comprimento do chanfro do boleto


Comprimento da
3,353 5,029 6,706 9,144
agulha (m)
Comprimento do
1,52 2,13 2,74 3,65
chanfro (m)

Variação do comprimento da ponta removível em aço-manganês


Comprimento da
3,353 5,029 6,706 9,144
agulha (m)
Ponta removível
0,56 0,81 0,81 1,07
(m)
Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV s 93

Distância entre o centro do contratrilho e a face do dormente-guia (local da ponta de 1/2”) – bitola
métrica
Tipo do
contra 2,51 Curto
m /8’ – 3” 3,35 mMédio
/ 11’ – 0” Longo – 0”
3,96 m/13’
Jacaré
Número 8 127 mm Não utilizar Não utilizar
Número 10 127 mm 623 mm Não utilizar
Número 14 127 mm 623 mm 870 mm
Número 16 Não utilizar 623 mm 870 mm
Jacaré
Tipo do Curto de 2,51 m Médio de 3,35 m Longo de 3,96 m
contra

Distância
larga entre o centro do contratrilho e a face do dormente-guia (local da ponta de 1/2”) – bitola

Tipo do
contra Curto Médio Longo
2,87 m /9’ – 5” 3,81 m / 12’ – 6” 4,57 m/15’ – 0”
Jacaré
Número 8 368 mm Não utilizar Não utilizar
Número 10 368 mm 375 mm Não utilizar
Número 14 368 mm 375 mm 623 mm
Número 16 Não utilizar 375 mm 623 mm
Jacaré
Tipo do Curto de 2,87 m Médio de 3,81 m Longo de 4,57 m
contra
94

Tabela para determinação da bitola de assentamento de jacarés (novos e usados) em função das
calhas – bitola métrica
Calha no

contra- trilho
45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58
Calha no
jacaré
45 1003 1004 1005 1006 1007 1008 1009 1010 1011 1012 1013 1014 1015 1016
46 1004 1005 1006 1007 1008 1009 1010 1011 1012 1013 1014 1015 1016 1017
47 1005 1006 1007 1008 1009 1010 1011 1012 1013 1014 1015 1016 1017 1018
48 1006 1007 1008 1009 1010 1011 1012 1013 1014 1015 1016 1017 1018 1019
49 1007 1008 1009 1010 1011 1012 1013 1014 1015 1016 1017 1018 1019 1020
50 1008 1009 1010 1011 1012 1013 1014 1015 1016 1017 1018 1019 1020
51 1009 1010 1011 1012 1013 1014 1015 1016 1017 1018 1019 1020
52 1010 1011 1012 1013 1014 1015 1016 1017 1018 1019 1020
53 1011 1012 1013 1014 1015 1016 1017 1018 1019 1020
54 1012 1013 1014 1015 1016 1017 1018 1019 1020
55 1013 1014 1015 1016 1017 1018 1019 1020
56 1014 1015 1016 1017 1018 1019 1020
57 1015 1016 1017 1018 1019 1020
58 1016 1017 1018 1019 1020
Manutenção, Montagem, Desmontagem e Remodelação de AMV’s 95

Distribuição dos dormentes em AMV


Comprimento Jacaré no 8 Jacaré no 10 Jacaré no 12 Jacaré no 14
dos dormentes
(m) Métrica Larga Métrica Larga Métrica Larga Métrica Larga
2,20 8 8 11 11
2,40 6 8 10 11
2,60 4 4 6 7
2,80 4 4 4 5
3,00 3 9 5 9 5 13 6 15
3,20 3 9 5 10 6 10 6 11
3,40 3 6 4 7 4 9 7 10
3,60 5 5 4 6 6 7 8 8
3,80 2 4 6 4 4 6 6 7
4,00 5 6 8 9
4,20 3 4 6 6
4,40 3 4 5 5
4,60 3 5 5 5
4,80 3 4 5 5
5,00 3 3 5 5
5,20 3 4 4 5
5,40 4 4 5
Total 38 56 48 70 56 87 67 96

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