Você está na página 1de 43

Manutenção de juntas

VALER - EDUCAÇÃO VALE


COLABORADORES:

> Edmar Mencher


> Marcos Rangel
> Jorge Augusto Diniz
> Diogo God Good
mensagem Valer

Caro Empregado,

Você está participando da ação de desenvolvimento Manutenção de


Juntas de sua Trilha Técnica.

A Valer – Educação Vale construiu esta Trilha em conjunto com


profissionais técnicos da sua área com o objetivo de desenvolver as
competências essenciais para um melhor desempenho de sua função
e aperfeiçoamento da condução de suas atividades diárias.

Todos os treinamentos contidos na Trilha Técnica contribuem para o


seu desenvolvimento profissional e reforçam os valores saúde e
segurança, que são indispensáveis para sua atuação em
conformidade com os padrões de excelência exigidos pela Vale.

Agora é com você. Siga o seu caminho e cresça com a Vale.

Vamos Trilhar!
INTRODUÇÃO 5

MÓDULO I: MANUTENÇÃO DE JUNTAS 6

Introdução 7
Natureza do apoio das juntas implantadas na via 9
Posição na via 11
Juntas de função especial 13
Parafusos para talas de junção 15
Aplicação de juntas 17
Manutenção, inspeção visual e manutenções preventivas 21
Manutenções corretivas de componentes da junta 23

MÓDULO II: CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE ACESSÓRIOS


DE JUNTAS 28

Critérios para classificação 29

MÓDULO III: JUNTAS DE EXPANSÃO


PARA OBRAS DE ARTE ESPECIAL 32

MÓDULO IV: PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS 34

Manutenção de juntas 35
|5|

Introdução
Introdução

NESTE CURSO, VOCÊ CONHECERÁ alguns conceitos e fundamentos indispensáveis para que a
manutenção de juntas seja realizada da forma adequada.

Ao terminar o curso, você deverá ser capaz de:

>>reconhecer a natureza do apoio das juntas implantadas;


>>identificar a posição das juntas na via;
>>reconhecer as juntas de função especial e os parafusos para talas de junção;
>>identificar a aplicação de juntas, e proceder sua manutenção e inspeção visual;
>>reconhecer os critérios para classificação de parafusos de junta, de arruelas de pressão e de talas.
>>reconhecer a importância das juntas de expansão para obras de arte especial;
>>identificar os procedimentos operacionais necessários para a realização da manutenção das juntas.
Módulo I
MANUTENÇÃO DE JUNTAS

Neste módulo, você estudará os tipos de juntas e qual o tipo de manutenção que deve ser
empregado em cada uma delas.

Ao final deste módulo você estará apto a:

>>reconhecer a natureza do apoio das juntas implantadas;


>>identificar a posição das juntas na via;
>>reconhecer as juntas de função especial, os parafusos para talas de junção;
>>descrever a aplicação de juntas, sua manutenção e sua inspeção visual;
|7|

Introdução
Introdução

A continuidade estrutural longitudinal da via férrea exige a união dos trilhos. O método mais
simples para realizar a união consiste na introdução de elementos chamados de talas. Estas,
incorporadas aos trilhos em conjunto com parafusos e arruelas de pressão, formam as juntas, as
quais tem sido um mal necessário presente na história das ferrovias.

Pelo princípio construtivo da junta, que permite uma descontinuidade na pista de rolamento dos
trilhos, torna-se notório o efeito nocivo que elas trazem à linha, acelerando a degradação de todos
os componentes da superestrutura, bem como da geometria da linha. Assim, a junta pode ser
considerada um mal necessário presente na linha, já que, ao viabilizar a continuidade estrutural,
acaba por criar situações que geram alto custo de manutenção. As juntas em linhas de trilhos curtos
chegam a representar mais da metade do custo de manutenção da superestrutura.

A partir de 1924, os trilhos começaram a ser soldados, eliminando a dependência das talas de juntas.
Hoje, as ferrovias mais desenvolvidas, como a EFVM e EFC, adotam o trilho contínuo soldado, onde
somente juntas isolantes e algumas poucas juntas na região de aparelhos de manobra de via (AMV’s)
são ainda usadas. Infelizmente, outras ferrovias como a FCA são ainda muito dependentes das juntas.

De acordo com as funções mais específicas que irá executar, elas podem ser incrementadas por
outros componentes, como separador isolante no perfil do trilho, bucha isolante, tala metálica
encapsulada, entre outros.

As juntas podem ser metálicas, isolantes ou de dilatação.


VALER - EDUCAÇÃO VALE

|8|
|9|

Natureza do apoio das juntas implantadas na via


Natureza do apoio das
juntas implantadas na via
JUNTAS APOIADAS

São aquelas em que os extremos dos trilhos se apoiam completamente sobre os dormentes.

FIGURA 1.1: JUNTAS APOIADAS.

JUNTAS EM BALANÇO

Aquelas em que os topos dos trilhos não se apoiam no dormente, mas se posicionam no intervalo
entre dois dormentes.

FIGURA 1.2 : JUNTAS EM BALANÇO.


VALER - EDUCAÇÃO VALE

| 10 |
| 11 |

Posição na via
Posição na via

JUNTAS PARALELAS

Aquelas que se posicionam frente a frete, isto é, em um mesmo plano perpendicular ao eixo da via.

FIGURA 1.3 : JUNTAS PARALELAS.

JUNTAS ALTERNADAS OU DEFASADAS

Juntas que não se posicionam paralelamente com perfeição uma em relação à outra, em uma
mesma seção transversal da via, ou seja, elas se posicionam em pontos não coincidentes com a junta
da fila oposta.

FIGURA 1.4 : JUNTAS ALTERNADAS OU DEFASADAS.


VALER - EDUCAÇÃO VALE

| 12 |
| 13 |

Juntas de função especial


Juntas de função especial

Juntas que, além de dar continuidade à via, desempenham funções especiais, como as juntas de
transição, de dilatação e isoladas.

JUNTAS DE FUNÇÃO TRANSLAÇÃO

Aquelas que promovem a conexão entre trilhos com perfis diferentes, como, por exemplo, a união
de TR-57 e TR- 68.

JUNTAS DE FUNÇÃO DILATAÇÃO

Juntas ou aparelhos de dilatação são dispositivos biselados intercalados em cada uma das filas de
trilhos das vias férreas, soldadas nos extremos de suas barras, para permitir as alterações no seu
comprimento (expansão e contração), motivadas por variações térmicas a que seus trilhos estão
sujeitos.

JUNTAS ISOLANTES

Juntas implantadas para formar os circuitos de sinalização ferroviária. É constituída de peças e


componentes isolantes necessários para interromper a passagem de corrente elétrica.

>>Juntas isolantes encapsuladas

FIGURA 1.5: EXEMPLO DE JUNTAS ENCAPSULADAS.

Nessas juntas empregam-se talas isoladoras constituídas de núcleo metálico, ao qual está aderido a
um revestimento de material de alto poder isolante, como, por exemplo, o poliuretano, que reveste
totalmente o contorno e extremos do núcleo metálico.
VALER - EDUCAÇÃO VALE

O aperto da junta é assegurado por parafusos com porcas, mantidos tracionados por meio de
arruelas de pressão que se apoiam em 4 plaquetas metálicas descontínuas, uma em cada lado dos
trilhos a serem unidos.

Os parafusos têm seus corpos isolados do núcleo metálico das talas por meio de buchas revestidas
de poliuretano.

O isolamento dos extremos dos trilhos é feito por intermédio de um separador isolante que contorna
a seção transversal dos trilhos a serem unidos.

>>Juntas isolantes coladas

FIGURA 1.6: EXEMPLO DE JUNTAS COLADAS.

Nas juntas coladas, a junção é realizada pelo aperto dado às talas, através dos parafusos e pela
adesão conferida por cola epóxi, que veda a junção e evita a penetração de água ou umidade, e
ainda protege contra agentes agressivos caídos dos vagões. O isolamento elétrico é assegurado pelo
uso de um conjunto de componentes fabricados com materiais de elevado poder isolante. São eles:
>> Buchas isoladoras
>> Camada de isolante que impede que a face interna da tala entre em contato com a alma
do trilho
>> Separador isolante dos extremos dos trilhos

Essas junções se caracterizam por elevada resistência mecânica (compressão/tração) ao


deslizamento longitudinal e alto poder de isolamento elétrico à passagem da corrente elétrica
utilizada na energização de um circuito de via.

| 14 |
| 15 |

Parafusos para talas de junção


Parafusos para talas de
junção
Os parafusos para junta metálica são fabricados com aço laminado de médio ou alto carbono.

Quando fabricados em alto carbono, sofrem tratamento térmico. Os diâmetros dos parafusos variam
de acordo com o perfil do trilho ao qual a junta será montada.

TABELA 1.1: PARAFUSOS PARA TALAS DE JUNÇÃO.

PERFIL DO TRILHO DIÂMETRO DOS PARAFUSOS


TR-25 19 mm / 3/4 “
TR-37 22,2 mm / 7/8”
TR-45 25,4 mm / 1”
TR-50 25,4 mm / 1”
TR-57 25,4 mm / 1”
TR-68 25,4 mm / 1”
VALER - EDUCAÇÃO VALE

| 16 |
| 17 |

Aplicação de juntas
Aplicação de juntas

Nas talas com aba, podem existir cavidades apropriadas, que permitiriam o posterior encaixe dos
pregos. No entanto, recomenda-se não aplicar os pregos nessas cavidades, para evitar o posterior
desquadramento dos dormentes, caso ocorra o caminhamento do trilho.

As talas isoladas encapsuladas possuem todos os seus furos circulares. Os encaixes ovais são dados
por uma taleta de reforço. Quando se trata de junta isolada colada, são utilizados parafusos
especiais na montagem.

O posicionamento dos furos nos trilhos, para que permitam a montagem da talas metálicas ou
isoladas, deverão ser realizados de acordo com as medidas mostradas abaixo.

O diâmetro das brocas ou pastilhas varia de acordo com o perfil dos trilhos:

>>Para TR-37 ou inferior: Ø de 1”


>>Para TR-45, TR-57 ou TR-68: Ø 1.1/8”

FIGURA 1.7: ESQUEMA DE FURAÇÃO DE TRILHOS PARA MONTAGEM DE TALA DIMENSÕES TR-37 TR-45 TR-50
TR-57 TR-68.
VALER - EDUCAÇÃO VALE

DIMENSÕES TR-37 TR-45 TR-50 TR-57 TR-68


A 68,3 68,3 68,3 88,9 88,9
B 139,7 139,7 139,7 152,4 152,4
C 139,7 139,7 139,7 152,4 152,4
H Relembrando 122,2 122,2 152,4 168,3 185,7
H 53,8 53,8 68,7 73 78,6
O 25,4 28,6 28,6 28,6 28,6
Acumulado C+B 208 208 208 241,3 241,3
Acumulado C+B+A 347,7 347,7 347,7 393,7 393,7

No assentamento de juntas isolantes, deverá ser obedecido o projeto de


sinalização especificado pela área de eletroeletrônica para a definição do
local exato de sua constituição.

Recomenda-se que as juntas isolantes sejam assentadas sempre em tangente, para evitar desgastes
prematuros deste componente, acarretados pela inscrição do trem nas curvas.

Aconselha-se, também, que as juntas metálicas de uso permanente sejam posicionadas em balanço
e defasadas em relação àquelas posicionadas no trilho paralelo oposto. A defasagem mínima
Pesquisando
sugerida é de 3 m para trilho curto. Para TLS, a defasagem recomendada dever ser dada pela relação
L/4, onde L representa o comprimento do TLS.
Observando
As juntas isolantes, por concepção de sinalização ferroviária, são assentadas paralelamente entre si.
No entanto, com o objetivo de minimizar os impactos do tráfego dos veículos ferroviários sem
comprometer a sinalização, admite-se uma defasagem máxima de até 500 mm entre as juntas das
duas filas de trilhos.

As juntas de transição de uso permanente não devem ser assentadas sobre pontes/viadutos, PN e
em curvas.

Na instalação das talas, deve ser verificado o perfeito alinhamento da lateral do boleto e
nivelamento da superfície de rolamento, não sendo admissível a ocorrência de arestas ou desníveis.
Também não serão admitidos artifícios para eliminação de folgas de juntas com a utilização de
pedaços de trilho (bacalhau) e a implantação de juntas com a presença de soldas na região de
abrangência das talas, salvo em casos específicos de testes de trilhos com diferentes fabricantes e
características.

A região de contato do trilho com a tala e a própria tala deverão ser limpos com escova de aço, para
eliminação de quaisquer resíduos que venham a dificultar o perfeito ajuste do conjunto ou o
isolamento da junta isolante encapsulada.

O aperto dos parafusos deverá seguir a seguinte ordem, tanto em montagem manual, quanto em
montagens mecanizadas:

| 18 |
| 19 |

Aplicação de juntas
>>aparafusar primeiramente aqueles do centro da tala;
>>em seguida, aparafusar os parafusos intermediários;
>>porRelembrando
último, aparafusar os parafusos das extremidades.

Não é recomendável que se lubrifiquem os parafusos, uma vez que


isto provocará um torque excessivo que tenderá a romper o parafuso
durante a sua vida útil. Deve-se observar que a parte lisa da porca deverá
ficar em contato com a arruela.

Em juntas recém-montadas, ao longo da primeira semana, os parafusos


tendem a se afrouxarem. Portanto, faz-se necessário uma inspeção para
verificação das condições de aparafusamento da junta. E, se for o caso,
deve-se reapertar os parafusos, uma semana após a instalação.

Pesquisando

Observando
VALER - EDUCAÇÃO VALE

| 20 |
| 21 |

Manutenção, inspeção visual e manutenções preventivas


Manutenção, inspeção
visual e manutenções
preventivas
MANUTENÇÃO

As juntas são constituídas por diversos acessórios, e se apresentam como um ponto de fragilidade
da via, tornando-se necessárias intervenções periódicas para garantia da segurança operacional.

Os cuidados requeridos por uma junta são:

>>Inspeção visual
>>Manutenções preventivas
>>Manutenções corretivas de componentes da junta
>>Nivelamento
>>Biselamento
>>Esmerilamento

INSPEÇÃO VISUAL

As inspeções visuais devem verificar a integridade dos componentes da junta, o estado dos
dormentes, o lastro e o nivelamento. Importante verificar se as extremidades dos trilhos apresentam
empeno ou lasqueamento do topo do trilho

MANUTENÇÕES PREVENTIVAS

As manutenções preventivas consistem em:

>>manter o aperto dos parafusos em níveis adequados à segurança operacional,


>>manter o enquadramento e espaçamento dos dormentes da junta, bem como não permitir
que dormentes inservíveis permaneçam sob a região de junta,
VALER - EDUCAÇÃO VALE

>>executar o biselamento e o esmerilamento.

O nivelamento da região da junta também deve ser mantido, uma vez que a sua deterioração é
extremamente prejudicial para os demais componentes da junta e para a segurança do tráfego
ferroviário.

| 22 |
| 23 |

Manutenções corretivas de componentes da junta


Manutenções corretivas
de componentes da junta
As manutenções corretivas em juntas referem-se à substituição de peças danificadas, tais como:
talas de junção trincada; separador isolante ou end post (perfil) e tala isolante com isolamento
danificado; reposição de parafusos e arruelas danificados ou faltantes; reposição de elementos de
fixação e complementação da furação do trilho.

Para juntas com pontas dos trilhos empenadas, a correção poderá ser feita através da eliminação das
extremidades dos trilhos danificados e seu reajustamento, ou através da utilização de equipamentos
corretores de junta, que executam o desempeno das pontas dos trilhos.

Nas situações de lasqueamento das pontas ou deformações por amassamento, recomenda-se a


eliminação das extremidades e o seu reajustamento.

NIVELAMENTO

Para realizar o nivelamento da junta, deve-se garantir que os dormentes de junta e guarda estejam
com capacidade de suporte e retenção da fixação no espaçamento correto, e que os parafusos
estejam adequadamente apertados. Antes de iniciar o nivelamento, deve-se observar se as
extremidades dos trilhos não estão com empeno permanente (caimento de ponta). Neste caso, a
solução será a realização do desempeno ou eliminação das extremidades com a confecção de uma
nova junta.

A socaria após o nivelamento de regiões de junta deve se dar somente nos dormentes de junta e
guarda. O nível adequado da junta deverá ter por parâmetro a concordância com o nivelamento das
regiões adjacentes a ela.

BIZELAMENTO

O biselamento tem por objetivo eliminar as rebarbas provocadas pelo escoamento da superfície de
contato do trilho com a roda dos veículos ferroviários, pois caso não sejam removidos, poderão
provocar o lasqueamento dos topos dos trilhos, diminuindo a vida útil das juntas.

O chanfro do biselamento deverá ser feito conforme a figura abaixo:


VALER - EDUCAÇÃO VALE

Relembrando

FIGURA 1.8: BIZELAMENTO DE JUNTA.

É terminantemente proibido realizar o biselamento de juntas utilizando-


se de máquinas de cortar trilhos ou rebolos inadequados.

>>Biselar a junta

Em substituições de trilhos com permanência de juntas metálicas, deverá ser efetuado o biselamento
de suas pontas com o auxílio de um limatão manual ou lixadeira, retirando todas as rebarbas de
escoamento na extensão da junta, eliminando as arestas vivas e mantendo as extremidades dos
Pesquisando
topos dos trilhos, conforme figura abaixo.

É necessário verificar se a superfície do boleto na junta possui escoamento (rebarba). Caso possua,
Observando
deve-se serrar a rebarba, utilizando arco de serra, lima/limatão, lixadeira ou máquina de biselar.

Em boleto sem desgaste lateral, utiliza-se lima/limatão, lixadeira com disco especial (1mm), retífica
com rebolo especial ou máquina de biselar. Deve-se chanfrar em 1,5 mm toda a quina superior do
boleto, formando um ângulo de 45º entre suas arestas, conforme figura abaixo.

| 24 |
| 25 |

Manutenções corretivas de componentes da junta


FIGURA 1.9: BIZELAMENTO DA JUNTA – BOLETO SEM DESGASTE.

RelembrandoFIGURA 1.10 : BIZELAMENTO DA JUNTA – BOLETO COM DESGASTE.

Para os casos em que encontramos a junta com boleto desgastado, utiliza-se o mesmo processo para
o desgaste em boleto normal na quina superior e 15 mm da quina lateral, a partir da face superior do
boleto (conforme figura acima).

Em junta isolada deve-se ter todo o cuidado para não danificar o perfil isolante.

É proibido o uso de máquina policorte para execução desta tarefa.

Pesquisando
VALER - EDUCAÇÃO VALE

ESMERILAMENTO

O esmerilamento adequa a superfície de rolamento, eliminando ressaltos, escoamentos, defeitos


superficiais, arestas vivas, e deve ser executado como última atividade de manutenção da junta. O
esmerilamento da junta deve ser executado sempre com a junta devidamente nivelada.

A verificação da extensão do esmerilamento será verificada por meio da régua de aço de 1 m de


comprimento e escala graduada. A flecha é medida com o centro da régua posicionada sobre a junta.
Para cada 1 mm de flecha, a extensão a ser esmerilada deverá ser de 1 metro, para cada lado do eixo

da junta. Não se deve realizar esmerilamento para corrigir flechas superiores a 5 mm.

>>Esmerilhar juntas

Para ser esmerilada, a junta deverá estar nivelada e socada.

Para aferição, utilizar uma régua metálica de 1 (um) metro, para medir a profundidade do
amassamento (caimento das pontas), e uma cunha graduada. Caso a máquina de esmerilar boleto
seja utilizada, deve-se esmerilar a região da junta, utilizando a relação de 1 metro de esmerilamento
por cada milímetro medido na flecha/altura do caimento. Deve-se, também, conferir com a régua a
eliminação do amassamento/caimento e repetir a operação quantas vezes for necessário, até eliminar
o defeito.

| 26 |
| 27 |

Manutenções corretivas de componentes da junta


Módulo II
CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO
DE ACESSÓRIOS DE JUNTAS

Neste módulo, você aprenderá a classificar os acessórios de fixação (parafuso de: junta, arruelas de
pressão e talas), e diferenciar quais virarão sucatas e quais poderão ser reempregados.

Ao final deste módulo você estará apto a:

>>descrever os critérios para classificação de parafusos de junta, de arruelas de pressão e de talas.


| 29 |

Critérios para classificação


Critérios para classificação

CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE PARAFUSOS DE JUNTA

Para a classificação parafusos de junta em reemprego ou inservível (sucata), devem ser observadas
as condições abaixo:

>>verificar a existência de trincas ou fraturas no corpo do parafuso, ou na ligação da cabeça,


com a parte circular do corpo, ou com a gola do parafuso de junta. Caso haja trincas ou
fraturas, o parafuso será considerado sucata;

>>verificar a existência de deformação por empeno. Parafusos empenados serão considerados


sucata;

>>verificar a ocorrência de deformações na rosca que impeçam a colocação das porcas.


Parafusos com roscas danificadas também serão considerados sucata.

Parafusos que não apresentarem os defeitos acima serão considerados como reemprego, e deverão
ser armazenados protegidos contra umidade e poeira, e com as roscas lubrificadas.

FIGURA 2.1: PARAFUSO SUCATA DEVIDO À DEFORMAÇÃO.


VALER - EDUCAÇÃO VALE

FIGURA 2.2 : PARAFUSO SUCATA DEVIDO À ROSCA DANIFICADA.

FIGURA 2.3: PRAFUSO REEMPREGO.

CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE ARRUELAS DE PRESSÃO

Para a classificação de arruelas em reemprego ou inservível (sucata), devem ser observadas as


seguintes condições:

>>existência de trincas ou fraturas na seção das arruelas; arruelas trincadas ou fraturadas serão
consideradas sucata.

>>existência de deformação que implique na redução ou perda do efeito de mola; neste caso, as
arruelas serão consideradas como sucata.

Arruelas que não apresentem os defeitos acima serão consideradas reemprego.

CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE TALAS

Para a classificação de talas de junção em reemprego ou inservível (sucata), devem ser observadas as
condições abaixo:

>>Existência de trincas ou fraturas na tala.

| 30 |
| 31 |

Critérios para classificação


Talas com trincas ou fraturas serão consideradas como sucata.

FIGURA 2.4 : TALA DE JUNÇÃO SUCATA.

FIGURA 2.5 : TALA DE JUNÇÃO REEMPREGO.


Módulo III
JUNTAS DE EXPANSÃO PARA OBRAS
DE ARTE ESPECIAL

Nesse módulo você aprenderá sobre a importância das juntas de expansão.

Objetivos específicos do Módulo III:

>>descrever a importância das juntas de expansão para obras de arte especial.


| 33 |

Juntas de expansão para obras de arte especial


Juntas de expansão para
obras de arte especial
Para evitar transmissão de esforços da ponte para a linha e da linha para a ponte, deve-se adotar
juntas de expansão.

O alívio poderá se executado de maneira idêntica ao da linha corrida, fechando no ponto de


instalação das juntas de expansão que serão instaladas dentro da FTN e devidamente gabaritadas.

FIGURA 3.1: FOTO DE JUNTA DE DILATAÇÃO ASSENTADA NO RAMAL DE BH (EFVM).


Módulo IV
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

Nesse módulo você conhecerá os procedimentos operacionais necessários para a manutenção das juntas.

Objetivos específicos do Módulo IV:

>>Descrever os procedimentos operacionais.


| 35 |

Manutenção de juntas
Manutenção de juntas

INSPEÇÃO

>>Inspecionar as juntas isoladas

Programar a inspeção em todas as juntas do trecho na frequência bimestral e, rotineiramente,


durante outras atividades de manutenção, proceder inspeções aleatórias. Confirmar se a junta
isolada está colada, verificando parafusos e arruelas de pressão, e observar o aperto (arruelas
frouxas), fratura ou ausência de parafusos e danos nos mesmos.

Não será tolerada a ausência, tanto de parafusos quanto de arruelas. Para juntas faltando 03
parafusos em um dos lados (junta seca), deve-se interditar a ferrovia para devidos reparos.

Obs.: Substituir parafusos danificados ou faltantes em junta encapsulada.

>>Verificar as talas isoladas

Para verificar as talas isoladas, devem-se observar as orientações abaixo:

A. Observar se a tala/junta está com início de fadiga, fragmentada ou trincada;

B. Caso uma tala esteja fraturada na junta, programar substituição imediata;

C. Se, na junta, uma tala estiver trincada, programar a substituição no prazo máximo de 48 horas;

D. Se, na junta, duas talas apresentarem trincas, programar substituição em no máximo 24 horas;

E. Se na junta estiver faltando parafusos, e for possível completar 100%, deve-se completar
imediatamente e liberar linha para circulação normalmente;

F. Se na junta estiverem faltando parafusos, caso a mesma não estiver “seca”, e não for possível
completar 100% dos parafusos, deve-se liberar a linha para circulação com velocidade restrita de, no
máximo, 30km/h (Foto 2);

G. Se na junta estiver faltando parafusos ao ponto de ficar seca, a linha deverá ficar interditada até o
procedimento dos devidos reparos;

H. Se uma das talas da junta estiver desfragmentando (Foto 1), deve-se proceder a sua substituição;
VALER - EDUCAÇÃO VALE

FIGURA 4.1: TALA DEFRAGMENTANDO.

FIGURA 4.2: JUNTA COM PARAFUSOS FALTANDO.

I. A montagem da junta em um trilho deverá ser defasada em um vão em relação ao trilho oposto;

J. Em linha com dormente de aço, deverão ser intercalados 03 dormentes de madeira, sendo 02 para
instalar as juntas de forma defasada e 01 dormente para instalação do detector de descarrilamento;

K. É permitido retirar talas coladas e instalar talas encapsuladas em uma mesma junta, em casos de
emergência e com possibilidade de instalação do perfil isolantes e 06 parafusos. Neste caso, a junta
deverá ser substituída, no prazo máximo de 30 dias;

| 36 |
| 37 |

Manutenção de juntas
L. A distância mínima entre junta/junta, junta/solda ou solda/solda deverá ser de 2 metros;

Observação: Para substituição da junta ou tala, deverá ser seguido o procedimento específico.

>>Verificar estado geral da junta

Observar a junta quanto ao nivelamento, separação do isolante, necessidade de biselamento e


necessidade de esmerilamento. Se o isolante estiver danificado, programar substituição imediata.
Caso haja toque das partes escoadas na junta isolada, programar esmerilamento e biselamento.

Observação: Não sendo possível substituir somente o perfil isolante, a junta deverá ser substituída
imediatamente.

>>Verificar dormentes

Observar a situação dos dormentes. Não se admite dormentes podres ou com excesso de trincas que
venha a compromoter a fixação na região de juntas. Os dormentes cujas chapas estiverem
penetrando (cisalhando), com fixação desgastada ou danificada, deverão ser substituídos. O
espaçamento deve estar conforme o desenho abaixo. O centro da junta ficará no centro do vão.

FIGURA 4.3: JUNTA CENTRALIZADA ENTRE DORMENTES.

>>Verificar fixações da junta

Observar as fixações da junta e verificar se há tirefonds e grampos frouxos ou ausentes. Caso seja
observado falta de componentes, componentes frouxos ou danificados, providenciar devidos
reparos.

No sentido do espaçamento da junta, as medidas são inversas, pois a menor deve estar na parte de
baixo sentido TU. O martelamento maior se dá pelo rodeiro sentido exportação, onde há maior
esmagamento e ruptura do boleto.

>>Verificar lastro e geometria


VALER - EDUCAÇÃO VALE

Observar a existência de contaminação de lastro, laqueados e bolsões d’água sob a junta. Verificar a
geometria e, se necessário, programar a correção geométrica de imediato, interditando a ferrovia
para reparos.

>>Registrar as anomalias encontradas

Registrar todas as anomalias encontradas no coletor e/ou formulários próprios para gerar históricos
e demandas de manutenção.

MANUTENÇÃO DE JUNTAS

>>Esmerilar juntas

Para esmerilar as juntas, devem-se observar os seguintes procedimentos:

1. Verificar se a junta está nivelada, e caso necessário, nivelar a junta com o


auxílio de um macaco mecânico de 15t, realizando socaria manual, conforme
procedimento específico;

2. Medir, utilizando uma régua metálica de 1 (um) metro, a profundidade do


amassamento (caimento das pontas) com uma cunha milimétrica (starret/
cunha afilada). Com uma máquina de esmerilar boleto, esmerilar a região da
junta, utilizando a relação de 1 metro de esmerilamento por cada milímetro
medido na flecha/altura do caimento. Conferir com a régua, a eliminação do
amassamento/caimento e repetir a operação quantas vezes for necessário,
até eliminar o defeito.

>>Biselar juntas

Depois de concluído o esmerilamento, com auxílio de um limatão manual ou lixadeira, biselar a junta
e retirar todas as rebarbas de escoamento na extensão da junta, eliminando as arestas vivas,
mantendo as extremidades dos topos dos trilhos, conforme figura abaixo:

| 38 |
| 39 |

Manutenção de juntas
FIGURA 4.4: BIZELAMENTO DA JUNTA – BOLETO SEM DESGASTE.

Verificar se a superfície do boleto na junta possui escoamento (rebarba). Caso possua, deve-se serrar a
rebarba utilizando arco de serra, Lima/limatão, lixadeira ou máquina de biselar, conforme a figura acima.

Em boleto sem desgaste lateral, utiliza-se lima/limatão, lixadeira com disco especial (1mm), retífica
com rebolo especial ou máquina de biselar, e deve-se chanfrar em 1,5 mm toda a quina superior do
boleto, formando ângulo de 45º entre suas arestas (Figura 4.5).

Para os casos em que encontramos a junta com boleto desgastado, utiliza-se o mesmo processo para
o desgaste em boleto normal na quina superior, e 1,5 mm da quina lateral a partir da face superior
do boleto, conforme figura abaixo:
VALER - EDUCAÇÃO VALE

Relembrando

FIGURA 4.5: BIZELAMENTO DA JUNTA – BOLETO COM DESGASTE.

Nesta tarefa temos riscos de projeção de partículas no uso da


lixadeira, bem como corte, atrito (dedos), exposição a objetos móveis/
rotativos. Deve-se, também, ter cuidado com a postura (ergonomia) do
executante. A avaliação da superfície do boleto deve ser feita com luvas.

Deve-se ter todo o cuidado para não danificar o perfil isolante.

É proibido o uso de máquina policorte para execução desta tarefa.

>>Corrigir fixações
Pesquisando

As fixações devem ser corrigidas, para proporcionar as condições de garantia da segurança


operacional da via permanente.
Observando
A fixação da via permanente é formada pela atuação conjunta de elementos que possuem a função
de unir o trilho ao dormente e manter a bitola especificada para a linha.

A correção das fixações deve ser executada nos locais onde for identificada falta ou falha quanto à
integridade dos elementos de fixação que possam causar riscos à segurança operacional da
circulação de trens, como por exemplo, grampos amassados, deslocamento da chapa de apoio,
pregos ou tirefond soltos, entre outros.

Torna-se obrigatória a complementação dos componentes de fixação sempre que se observar a falta
destes.

De acordo com a necessidade, os elementos das fixações podem vir a ser somente reapertados, ou
então, substituídos ou aplicados. Para atividades de correção, aplicação ou substituição, deverá ser

| 40 |
| 41 |

Manutenção de juntas
seguido o procedimento específico da atividade.

Quando as fixações da placa de apoio e do trilho estiverem soltas ou frouxas, mas em bom estado,
basta realizar o reaperto ou reemprego. É importante verificar se o furo do dormente não está
alargado, deixando a fixação falsamente firme. Caso o furo esteja comprometido, é necessário
tarugá-lo e furar novamente o dormente em outro ponto.

Os furos do dormente que estiverem alargados ou já impróprios para manter o tirefond firme devem
ser tarugados.

Toda operação com fixação deverá ser efetuada conforme procedimento específico.

>>Substituir tala colada por encapsulada

É permitido retirar talas coladas e instalar talas encapsuladas em uma mesma junta em casos de
emergência, e com possibilidade de instalação do perfil isolante e 06 parafusos. Neste caso, a junta
deverá ser substituída no prazo máximo de 30 dias. Em caso de juntas de 45º deve-se cortar o
chanfro de 45º e substituir o trilho para evitar deslocamento lateral do trilho em casos de excesso de
ferragem, quando a junta estiver em curvas.

Para esta atividade deve-se seguir o procedimento abaixo, considerando os riscos da atividade:

1. Cortar os parafusos da Tala Colada quebrada com a policorte e/ou maçarico;

Riscos: projeção de partículas, quebra do disco de corte, queimaduras,


incêndio;

Medidas de Segurança: usar os Epi’s. Atenção: não ficar no raio de ação do


disco nem do maçarico. Inspecionar todas as ferramentas antes de iniciar a
tarefa.

2. Retirar os parafusos cortados com a utilização do sacador de parafusos e marreta.

Riscos: projeção de partículas, batida contra, quebra do cabo da marreta ou


sacador e riscos ergonômicos.

Medidas de Segurança: usar Epi’s. Atenção: não ficar no raio de ação da


marreta e sincronismo. Além disso, deve-se manter postura adequada.
VALER - EDUCAÇÃO VALE

3. Soltar as talas coladas dos trilhos.

Riscos: batida contra, projeção de partículas, quebra do cabo da marreta e


riscos ergonômicos.

Medidas de Segurança: usar Epi’s. Atenção: não ficar no raio de ação da


marreta.

4. Montagem das talas encapsuladas.

Riscos: Batida contra, quebra do cabo da marreta, queda em mesmo nível e


prensamento de membros, caso a chave de junta se solte do parafuso no
momento do aperto.

Medidas de Segurança: usar Epi’s. Manter a atenção e o sincronismo.

| 42 |
VALER - EDUCAÇÃO VALE

MENSAGEM DE DIREITOS AUTORAIS: É PROIBIDA A DUPLICAÇÃO OU REPRODUÇÃO DESTE MATERIAL,


OU PARTE DO MESMO, SOB QUALQUER MEIO, SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DA VALE.

Você também pode gostar