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Serviço Público Federal

Universidade Federal do Pará - UFPA


Núcleo de Desenvolvimento Amazônico em Engenharia - NDAE
Programa de Pós-graduação em Engenharia de Infraestrutura e
Desenvolvimento Energético - PPGINDE

Componente curricular: Gestão de Resíduos Sólidos


Docente: Prof. Dr. Júnior Hiroyuki Ishihara

Por: Daniel Pessanha, Pablo Freitas, Thiago Neves

Tucuruí-PA
Maio, 2019
Holanda é um país que faz parte dos Países Baixos (Holanda do Sul e
Holanda do Norte compõem a Holanda).

Área: 42.508 km²

População: 17,08 milhões (2017)

 Províncias:

Utrecht, Gelderland, Brabante do Norte,

Overijssel, Flevoland, Drenthe, Friesland,

Groningen, Limburg e Zelândia.


Figura 1 – Mapa da Holanda.
Fonte: Sua Pesquisa.
Cerca de 1/3 do país encontra-se abaixo do nível do mar, sendo que o
ponto mais baixo fica a -6,76 m.

Figura 2 - Diques. Figura 3 – Pôlder.


Fonte: Tudo Superinteressante. Fonte: Gazeta do Povo.
Figura 5 – Amsterdam.
Fonte: Google Maps.

Figura 4 – Canais - Amsterdam.


Fonte: Charucas: viajando pela vida.
• A Holanda tem, aproximadamente, de 4.000 a 6.000 locais de aterros
antigos, e 90% não possui camada impermeabilizante suficiente para
evitar a contaminação do solo.

• Parte dos aterros desativados passaram a ser áreas de recreação e,


inclusive, campos agrícolas, após medidas para mitigar qualquer
característica negativa pós desativação dos aterros.
Figura 7 – Plano do parque solar Bocholtz.
Fonte: bodemzorglimburg.nl.
Figura 6 – Plano do parque solar Kreepelbusch.
Fonte: bodemzorglimburg.nl.
Legislação holandesa estimula a reciclagem. O aterro só é permitido
como última opção, se nenhuma outra opção for viável.

Na década de 1970 havia mais de 1.600 aterros operacionais, este


número caiu para cerca de 200 em 1980 e para 80 em 1992. Atualmente,
apenas 19 aterros sanitários estão operacionais (sanitary Wm-landfills).

Uma série de intervenções regulatórias levou a essa diminuição.


Figuras 6 e 7 – Ordem de preferência na hierarquia de gestão de resíduos sólidos.
Fonte: LIETEN, 2018.
Considerando as características do país e as medidas tomadas, pode-se
entender que o atual posição da Holanda quanto a gestão de resíduos sólidos
se deu, entre outros pontos, devido:

• Taxação/tarifa;

• Espaço territorial;

• Nível dos aquíferos;

• Educação ambiental (norteamento do ensino básico).


Segundo a Agencia Nacional de Infraestrutura e Água (Rijkswaterstaat) a
taxa média de resíduos em 2017 caiu 2%.

Os impostos variam de acordo com a produção por família (Diftar –


pagamento conforme o uso).

Em média, uma família pagou € 235 por ano.

Mapa interativo: https://geoservices.rijkswaterstaat.nl/ext/geoweb51/Index.html?viewer=Afvalstoffenheffing


Gráfico 1 – Valores médios destinados ao tratamento de resíduos residuais.

Fonte: Rijkswaterstaat, 2018.


Reduzir a quantidade de resíduos depositados em aterros tem sido a
ponta de lança da política de resíduos na Holanda.

Para reduzir o aterro, muitas medidas foram tomadas, desde a


promoção de prevenção e reciclagem e aumento da capacidade de
incineração até a emissão de proibições de aterros sanitários.
O Plano Nacional de Gerenciamento de Resíduos 2009-2021 (LAP), que
está em vigor desde 2009, concentrou-se em uma redução adicional da
quantidade de resíduos combustíveis a serem despejados em 0 bilhão de
quilos de resíduos em 2015.

Para alcançar isso, o objetivo era alcançar a melhor utilização do


conteúdo energético dos resíduos que não podem ser reciclados.
 Wet milieubeheer

Entrou em vigor em 1993.

Deve-se destacar:

• Planos e programas de política ambiental (capítulo 4)

• Requisitos de qualidade ambiental (capítulo 5)

• Avaliações de impacto ambiental (capítulo 7)

• Estabelecimentos (capítulo 8)
 Wet milieubeheer

• Materiais residuais (capítulo 10)

• Som (capítulo 11)

• Obrigações de relatórios, registro e mensuração (capítulo 12)

• Procedimentos para licenças e isenções (capítulo 13)


Alguns elementos característicos da política holandesa de gestão de
resíduos são:

• Ordem de preferência por gestão de resíduos (hierarquia de gestão de


resíduos, “Ladder van Lansink”);

• Rigorosos padrões de tratamento de resíduos; Proibições de aterros


sanitários para materiais que podem ser tratados / reciclados com a
melhor técnica disponível;
• Conselho Nacional de Stakeholders de Resíduos (Afval Overleg Orgaan);

• Planejamento em nível nacional;

• Responsabilidade do produtor;

• Uso de vários instrumentos (econômicos) para estimular a prevenção de


resíduos e estimular a reciclagem.
Um dos instrumentos utilizados na elaboração dos planos de gestão de
resíduos sólidos é a “análise de risco”, facilitando a participação da sociedade
nas deliberações sobre o tema.

As taxas ambientais são mais severas para disposição final de resíduos


em aterros, se comparado com incineração; destacando-se, ainda, incentivos
fiscais para a potencialização da reciclagem e reutilização.
Desde 1970 são realizados investimentos em soluções ambientais
eficientes e novas tecnologias na gestão de resíduos sólidos.

• Resíduos reciclados: aprox. 80%

• Incineração: aprox. 16%

• Aterros: de 3 a 4%

Apenas o que não pode ser reaproveitado é incinerado.

Dados de 2012.
Fonte: FIESP.
Tabela 1 – Geração per capita de resíduos sólidos domiciliares em alguns países

Fonte: OPAS (2005, apud Lima, 2010).

Informações numéricas sobre resíduos na Holanda em nível municipal e


nacional: https://afvalmonitor.databank.nl/Jive/
Tabela 2 – Resíduos processados em kton na Holanda.

Fonte: Rijkswaterstaat, 2018.

Os resíduos depositados em aterros incluem material aplicado de


forma útil no aterro. A quantidade incinerada inclui resíduos importados.
Segundo Lieten (2018), os Países Baixos produzem cerca de 60 milhões
de toneladas/ano, dos quais cerca de dois milhões de toneladas (2-3% do
total de resíduos) não podem ser reciclados ou incinerados, e acabam
encaminhados aos aterros sanitários.
Gráfico 1 – Quantidade de resíduos processados.

Fonte: Rijkswaterstaat, 2018.


Tabela 3 – Visão geral das categorias de resíduos que foram depositadas líquidas.

Fonte: Rijkswaterstaat, 2018.


A coleta é feita semanalmente, de forma alternada conforme um
calendário determinado pela prefeitura de cada cidade e os moradores são
responsáveis pela correta separação dos resíduos.

Lixo orgânico – denominado aqui pela sigla GFT (groente, fruit, tuin),
vegetais, frutas, restos de jardins e resíduos biodegradáveis. Este lixo é
colocado em um container verde; são destinados a compostagem e geração
de biogás.

Lixo de papel – todo papel reciclável e papelão é colocado em um


container azul (não há saco de lixo para este);
Lixo comum ou restafal – é colocado em um container cinza dentro de
um saco preto que deve ser comprado no supermercado. Este tipo de lixo
inclui tudo aquilo que não pode ser reciclável (cobrança/taxa);

Lixo reciclável – plásticos, metais, embalagens de leite, latas e entre


outros, devem ser descartados em sacolas plásticas vermelhas distribuídas de
forma gratuita nos supermercados.
Vidro – existe uma lixeira própria
com separador de cores para vidros
verdes, brancos e marrons. É
interessante observar que as garrafas
de cerveja podem ser trocadas por
centavos em máquinas de troca dentro
dos supermercados, juntamente com as
garrafas pets. Figuras x – Coletores de resíduos sólidos.
Fonte: Melissa Alfeu.
Lâmpadas, pilhas e baterias,
artigos eletrônicos, remédios vencidos
devem ser encaminhados às lojas onde
foram adquiridas.

Figuras x – Coletores de supermercados. Fonte: Lígia Antoniazzi.

Os resíduos grandes, como por exemplo, um móvel velho, sobras de


pequenas manutenções em casa, grandes caixas de papelão ou isopor devem ser
levados para um depósito de reciclagem localizado em um ponto específico de
cada cidade.
Link para saber onde jogar o lixo na Holanda: http://www.afvalscheidingwijzer.nl/
• LIMA, G. C. T. Análise de sustentabilidade econômica da coleta seletiva. 2010. 92 p. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Civil), Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Estadual
Paulista, Ilha Solteira, 2010.

• Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – 2012.

• LIETEN, S. H. Landfill management in the Netherlands. 2018.

• HOLANDA. Ministério de Infraestrutura e Gestão das Águas.


https://www.milieucentraal.nl/minder-afval/afval-scheiden-cijfers-en-kilos/

https://rwsenvironment.eu/publish/pages/126540/landfill_management_in_the_netherla
nds_cocoon_20180503.pdf

https://www.solidwastemag.com/blog/overview-of-dutch-waste-management-policy/

https://reduzindolixo.wordpress.com/2012/04/11/gestao-de-residuos-solidos-na-holanda/
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/90/90131/tde-02012012-
132128/publico/CAPITULO1.pdf
https://www.rijkswaterstaat.nl/water/wetten-regels-en-vergunningen/natuur-en-
milieuwetten/wet-milieubeheer.aspx

https://wetten.overheid.nl/BWBR0003245/2019-01-01/#Hoofdstuk10

https://vamosfugir.net.br/2016/03/31/gerenciamento-de-lixo-na-holanda/

https://www.brasileiraspelomundo.com/sustentabilidade-na-holanda-441257355

https://www.redebrasilatual.com.br/ambiente/2012/04/obras-de-hidreletrica-entre-para-e-
mato-grosso-sao-retomadas/

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