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Sistema de Sinalização

TRILHA TÉCNICA DE ManutenÇão ferroviária


quem fez

Conteúdo
Vale
Valer - Educação Vale

Conteudista
Reginaldo Braga
São Luís | MA

Desenho Instrucional e revisão


ID Projetos Educacionais

projeto gráfico
ID Projetos Educacionais
e Integral Educomunicação

Diagramação, Ilustração e Edição


MD Materiais Didáticos e Editoriais

Produção
Vale

abril 2008

É proibida a duplicação ou reprodução


deste material, ou parte do mesmo,
sob qualquer meio, sem autorização
expressa da Vale.
O importante da educação não é apenas
formar um mercado de trabalho, mas

formar uma nação,


com gente capaz de pensar.”

José Arthur Giannotti


Caro Empregado,

Você está participando da ação de desenvolvimento


Sistema de Sinalização da Trilha Técnica de
Manutenção Ferroviária.

A Valer – Educação Vale construiu esta Trilha em conjunto com


profissionais técnicos da sua área, com o objetivo de identificar
as competências essenciais para o melhor desempenho de sua
função, organizando as ações de desenvolvimento necessárias
para o aperfeiçoamento de suas atividades diárias.

Todos os treinamentos contidos na Trilha Técnica contribuem


para o desenvolvimento de suas competências e reforçam
os valores, saúde e segurança, que são indispensáveis para
sua atuação em conformidade com os padrões de excelência
exigidos pela Vale.

Agora é com você.


Vamos Trilhar?
pág.

11
introdução

F A
Bloqueio
A B

Trem 2 Trem 6

Trem 1 Trem 3 Trem 4


AMV AMV

pág. A Bloqueio F A Bl

26
CAPÍTULO 02
Seção de bloqueio
LICENCIAMENTOA B
DA CIRCULAÇÃO
Trem 2 Trem 6
pág. . Concessão da licença pág.

14 38
. Planejamento da circulação
Trem 1 Trem 3 Trem 4
. Regras de circulação AMV AMV
. Bloqueio Seção de bloqueio Seçã
. Rotas

CAPÍTULO 0I CAPÍTULO 03
SISTEMA DE INTERTRAVAMENTO
SINALIZAÇÃO
FERROVIÁRIA . Responsabilidade e funções
. AMVs e agulhas
. Noções sobre sistema de . Implementação do
sinalização intertravamento
. Tipos de sinalização ferroviária
. Composição do sistema de
sinalização
. Sinais luminosos
sumário

pág.

56 pág.
CAPÍTULO 04
CONTROLE DO
TRÁFEGO FERROVIÁRIO

. Sistema de controle de tráfego


70
CAPÍTULO 05
. Circuito de via CABOS DE
SINALIZAÇÃO

. Manutenção em cabos ópticos


. Procedimento de segurança
. Localização de falhas nos cabos
. Análise dos tipos de falhas
. Tipos de emendas
introdução
A grande...
...importância do sistema da sinalização ferroviária é evitar acidentes,
garantindo a tranqüilidade dos que operam e viajam diariamente pela
ferrovia.

A sinalização é feita pelos sinais sonoros, elétricos e visuais que indicam


ao maquinista e aos encarregados da operação da via se ela está livre ou
não para a circulação dos trens.

Para manter o controle, a qualidade e a segurança das vias é importante


que você conheça o moderno sistema de sinalização e as conexões entre
os cabos que interligam e encaminham os sinais elétricos e ópticos.

Assim, os itens que fazem parte do contexto da sinalização, como o


licenciamento, os sinais luminosos, o intertravamento e o circuito de via
serão estudados detalhadamente nesta apostila.

Participando deste curso e discutindo suas experiências com seus colegas,


você poderá maximizar seus resultados no ambiente de trabalho.
capítulo

01 SISTEMA DE
SINALIZAÇÃO FERROVIÁRIA

14 Noções sobre sistema de sinalização

15 Tipos de sinalização ferroviária

16 Composição do sistema de sinalização

18 Sinais luminosos
SISTEMA DE
SINALIZAÇÃO FERROVIÁRIA
capítulo Neste capítulo, você encontrará informações sobre o sistema de sinalização ferroviária e os

01
principais componentes que o constituem. .

NOÇÕES SOBRE SISTEMA


DE SINALIZAÇÃO
14
O sistema de sinalização ferroviária é um conjunto formado de dispositivos capazes de
exercer o comando remoto no processo de licenciamento de trens, possibilitando aos
operadores a identificação automática da licença concedida.

Os sistemas de sinalização servem para controlar os trens nas vias férreas de forma segura,
flexível e econômica.

As vias férreas interligam as localidades geradoras e/ou receptoras de transporte por meio
de uma linha singela ou dupla.
Plano de Vias Sinalizadas
Linhas Singelas

Linha singela

150m
150 2.400m
m 2.400 m 150m
150 m 4.800m
4.800 m

II Limite de sbs
Limite
I Limite de cvde
s SBs

Limite de CVs

Linha dupla – circulação bidirecional


Plano de Vias Sinalizadas (PVS)
EFVM

Plano de vias sinalizadas (pvs) - Efvm

150m
150 m 3.500m
3.500 m 3.500m
3.500 m

tu
TU tu
TU tu
TU

7.500m
7.500 m
Em todas essas localidades são construídos pátios ou terminais destinados ao embarque ou
desembarque de cargas ou passageiros, à realização de manobras de posicionamento dos
vagões, à formação ou decomposição de trens etc.

Dessa forma, a sinalização é aplicável em duas situações:

ƒƒ
em pátios ou terminais;
ƒƒ em linha corrida. 15

Principais funções da sinalização ferroviária

capítulo 01: sistema de sinalização ferroviária


A sinalização ferroviária possibilita:

ƒƒ
a não ocorrência de operação de chaves sob o trem ou à frente dele;
ƒƒ a manutenção do espaço entre um trem e outro para evitar colisões;
ƒƒ o intertravamento e o estabelecimento de rotas para os trens;
ƒƒ a detecção do posicionamento dos aparelhos de mudança de via (AMV);
ƒƒ a detecção de trens.

Vantagens da sinalização ferroviária


Dentre as vantagens obtidas pela existência da sinalização ferroviária, destacam-se:

ƒƒ
a redução no consumo de combustível;
ƒƒ a centralização da operação ferroviária;
ƒƒ a otimização do uso da frota de material rodante;
ƒƒ a melhoria da velocidade comercial;
ƒƒ o aumento da segurança nas operações;
ƒƒ a detecção rápida de descarrilamentos e trilhos quebrados.

TIPOS DE SINALIZAÇÃO
FERROVIÁRIA
Cada vez mais a sinalização ferroviária vem sendo adotada, utilizando as mais modernas
tecnologias existentes na atualidade.

Dentro dessa perspectiva, serão destacados alguns tipos existentes de sistemas de


sinalização ferroviária.

Sinalização mecânica
É o tipo de sinalização que utiliza apenas dispositivos mecânicos para a movimentação das
chaves, a sinalização externa, o intertravamento e a movimentação de trens.
Sinalização eletromecânica
É o tipo de sinalização que utiliza tanto dispositivos mecânicos quanto dispositivos elétricos
em configurações diversas.

Os tipos mais comuns de sinalização eletromecânica são:

16 ƒƒ circuitos de via;
ƒƒ
chaves operadas remotamente por comandos e motores elétricos;
ƒƒ chaves próximas operadas por alavancas;
ƒƒ sinais luminosos externos;
ƒƒ intertravamento eletromecânico.

Sinalização elétrica
É o tipo de sinalização que utiliza dispositivos elétricos nas funções de detecção de trens,
operação remota de chaves, sinalização e intertravamento.

Essa sinalização baseia-se no princípio da falha segura, no qual possíveis falhas devem levar
o sistema a uma condição mais restritiva do que a atual.

Sinalização eletrônica
É o tipo de sinalização que utiliza sistemas eletrônicos de intertravamento com base nas
tecnologias de microprocessadores.

Esse sistema possui vantagens como:

ƒƒ maior facilidade de instalação e modificação;


ƒƒ
memorização da seqüência de eventos, permitindo a investigação das causas
de acidente.

COMPOSIÇÃO DO SISTEMA
DE SINALIZAÇÃO
Os equipamentos que compõem o sistema de sinalização ficam localizados nas entradas dos
pátios de cruzamento.

Esse sistema é responsável pela segurança do sistema de controle do tráfego. É constituído


por equipamentos que têm como base as técnicas Fail-safe e os relés vitais, garantindo o
processamento das indicações e dos comandos dos equipamentos.

De acordo com a localização dentro do pátio, os equipamentos do sistema de sinalização


podem ser divididos em equipamentos de abrigo ou de campo.
Equipamentos de abrigo
São compostos por:

ƒƒ
intertravamento a relés ou microprocessado;
ƒƒ equipamento de geração e modulação de código;
ƒƒ equipamentos usados para a transmissão de dados entre intertravamentos do mesmo
pátio e entre pátios adjacentes; 17
ƒƒ
equipamentos usados para a transmissão de dados entre o intertravamento e o centro
de controle;
ƒƒ
equipamento contador de eixos usado para a detecção de trens no trecho entre pátios.

capítulo 01: sistema de sinalização ferroviária


Equipamentos de campo
Interagem com o intertravamento fornecendo informações de detecção de
descarrilamento, presença de trens na via, posição e movimentação do AMV controlado
por máquina de chaves.

Sinalização – configuração de um pátio típico

abrigo 1 abrigo 2

2.300 m 180 m 2.300 m 180 m 2.300 m


DD TE DD

DD DD DD DD

01 02 MCH 03 03 MCH 02 01
EAK CIB STAT CIB STAT EAK
CDV CDV

RET 24 INTERTRAV RBS RBS INTERTRAV EVU


RET 110 89 relés cabo cabo 94 relés
INVERSOR REMOTA REMOTA
I/O I/O
A RBS RBS A
C rádio rádio C
Fox-U
RET 24
RET 110
Fibra Óptica INVERSOR

BA = Bloqueio automático MCH = Máquina de chave


CIB = Mod. do código RBS = Sistema de bloqueio por cabo
DD = Detector de descarrilamento ou rádio
EAK = Equipamento de detecção de roda Remota = Sistema de transmissão de
EVU = Contador de eixos dados
Fox-U = Multiplex óptico STAT = Gerador de código
Intertrav = Intertravamento TE = Travador elétrico
SINAIS LUMINOSOS
O que é um sinal?
É um dispositivo capaz de fornecer informação de licenciamento ao maquinista para que ele
18 conduza seu trem pela seção de bloqueio.

Em relação à localização, o sinal pode se situar:

ƒƒ na parte externa;
ƒƒ
na cabine do trem (cabsinal).

Sinal externo

A seguir, você poderá observar várias imagens relativas ao sinal externo.

Trem

Bloqueio
Bloqueio Bloqueio
Bloqueio Bloqueio
Bloqueio
Aberto
Velocidade Máxima Aberto
Velocidade Fechado
Pare
Autorizada Restrita

Sentidodede
Sentido Movimento
Movimento dodo Trem
trem

Trem

Bloqueio Bloqueio
Bloqueio Bloqueio
Bloqueio
VelocidadeMáxima
Velocidade máxima Velocidade
Velocidade Pare
Pare
autorizada
Autorizada restrita
Restrita

Sentido
Sentidodedemovimento
Movimentododo
trem
Trem
02.

03.
01.

19

capítulo 01: sistema de sinalização ferroviária


01. Máquina de chave
02. AMV
03. Sinal

Sinal de cabine (cabsinal)

A imagem a seguir refere-se ao cabsinal instalado dentro da cabine do maquinista.

Circuito de via típico


Agora, observe a imagem relativacom
a umtransmissão
circuito dede
viacabsinal
típico com transmissão de cabsinal.

II

RR
TT(110/18V)
(110/18V)
TC
TC
G
G Y
Y
TR
TR

(110V)
(110V)

VR
VR +
+

--

R - Resistor limitador de corrente TR - Relé de via


I - Corrente na via VR - Relé de seqüência de cabsinal
T - Transformador de via - Tala isolada
TC - Transmissor de código de cabsinal
A partir da observação dessas imagens, pode-se dizer que os cabsinais são indicações
luminosas cujo objetivo pode ser resumido no esquema a seguir:

A recepção de cabsinais tem por objetivo

20 captar da via férrea códigos transmitidos pelo BCT,

decodificar esses códigos,

acender indicações luminosas

que irão orientar o maquinista.

Como captar os códigos?


A captação dos códigos transmitidos pelo BCT ocorre a partir de duas bobinas que estão
montadas a bordo da locomotiva.

As duas bobinas realizam a tarefa de captar os sinais que são transmitidos pelos trilhos.

Nos trilhos, há uma concentração de corrente elétrica capaz de produzir um campo


eletromagnético que corta as espiras das duas bobinas, induzindo nelas o código existente.

Os sinais captados pelas bobinas são somados e encaminhados ao equipamento através de


cabos blindados.

As locomotivas chamadas help são equipadas com bobinas de captação na


parte dianteira e na parte traseira. Elas servem para prestar socorro
a todas as locomotivas que apresentam problemas.

Como decodificar os códigos?


Os sinais provenientes das duas bobinas de captação chegam ao equipamento de bordo,
que irá decidir qual indicação luminosa deverá acender.

Acendimento das indicações luminosas


Depois de ocorrida a decodificação, o receptor de códigos envia um comando para que a
indicação de cabsinal do painel de operação acenda.
Cada vez que há uma mudança de cabsinal, uma buzina toca durante cinco segundos.

A seguir, observe os tipos de sinais luminosos existentes, com base na configuração dos
códigos de velocidade a partir do sinal de 60 Hz.

Sinal de 60 Hz puro

Aspecto vermelho: pare. 21

Essa indicação luminosa é conhecida como cabsinal vermelho ou velocidade reduzida (VR).

capítulo 01: sistema de sinalização ferroviária


Sinal de 60 Hz codificado em 120 pulsos por minuto

Aspecto amarelo: velocidade restrita.

Essa indicação luminosa é conhecida como cabsinal amarelo ou velocidade limitada (VL).

Sinal de 60 Hz codificado em 180 pulsos por minuto

Aspecto verde: velocidade máxima permitida.

Essa indicação luminosa é conhecida como cabsinal verde ou velocidade máxima autorizada
(VMA).

Cabsinal permissivo

Permite que um trem possa se movimentar, mesmo que a indicação luminosa esteja
vermelha.

O cabsinal permissivo não é transmitido pela via férrea. Ele está presente no painel de
operação do maquinista.

Os sinais verde, amarelo e vermelho podem ser apresentados


externamente à via, na cabine da locomotiva.
22
23
1. Complete:

a. O ________________________ ferroviária é um conjunto formado de ________________________


capazes de exercer o comando remoto no processo de ________________________ de trens,
possibilitando aos operadores a identificação automática da licença concedida.
24
b. Os equipamentos que compõem o sistema de sinalização ficam localizados nas entradas dos
________________________.

c. Sinal luminoso é um dispositivo capaz de fornecer informação de ________________________ ao


maquinista para que ele conduza seu trem pela ________________________.

d. As locomotivas chamadas help são equipadas com ________________________na parte dianteira e na


parte traseira. Elas servem para prestar socorro a todas as locomotivas que apresentam problemas.

2. Analise a proposição a seguir e assinale a alternativa correta.

Os sistemas de sinalização ferroviária servem para:

a. controlar os trens nas vias férreas de forma segura, flexível e econômica.


b. controlar os trens fora das vias férreas.
c. manter os trens em bom estado.
d. auxiliar o trabalho do maquinista.

3. Cite duas vantagens da sinalização ferroviária.


4. Relacione as informações abaixo:

a. Sinalização mecânica
b. Sinalização eletromecânica
c. Sinalização elétrica 25
d. Sinalização eletrônica

( ) É o tipo de sinalização que utiliza dispositivos elétricos nas funções de detecção de trens, operação

capítulo 01: sistema de sinalização ferroviária


remota de chaves, sinalização e intertravamento.

( ) É o tipo de sinalização que utiliza tanto dispositivos mecânicos quanto dispositivos elétricos em
configurações diversas.

( ) É o tipo de sinalização que utiliza apenas dispositivos mecânicos para a movimentação das chaves, a
sinalização externa, o intertravamento e a movimentação de trens.

( ) É o tipo de sinalização que utiliza sistemas eletrônicos de intertravamento com base nas tecnologias
de microprocessadores.
capítulo

02 LICENCIAMENTO
DA CIRCULAÇÃO

27 Concessão da licença

28 Planejamento da circulação

29 Regras de circulação

31 Bloqueio

33 Rotas
LICENCIAMENTO
DA CIRCULAÇÃO
capítulo Para a melhor compreensão do sistema de sinalização, é de extrema importância que você

02
conheça o licenciamento de circulação dos trens na via.

Esse licenciamento consiste no processo de controle da autorização de movimento e desvio


de trens.

Em síntese, é a autorização de movimento que é concedida para um trem se deslocar de um


28 ponto para outro da ferrovia.

Observe nas imagens a seguir um exemplo de licenciamento. O agente da estação A está


solicitando licença para o agente da estação B.

Solicita licença
Solicita Licença

A B

Solicita Licença Trem

A B
Trem

Solicita Licença Trem

A B
Trem

a circulação do trem 1. Trem


Autoriza
O agente da estação B, por sua vez, autoriza
A B
Trem
Trem 2
Autoriza
Autoriza
A B
Trem 1
Trem 2
Autoriza
A B
Trem 1
Trem 2

A 1
Trem B

Trem
A partir da autorização concedida pelo agente da estação B, o agente da2estação A autoriza a
partida do trem 1 e registra esse evento.
A B
Trem 1
Trem 2

A B
Trem 1
Trem 2

A B
Trem 1
Trem

A B
Trem
Trem

A B
Trem
Trem
A B

Trem 2

Trem 1

Em seguida, o agente da estação B recebe o trem 1 e registra sua chegada.

A B

Trem

29
Trem

capítulo 02: licenciamento da circulação


CONCESSÃO DA LICENÇA
Representa a autorização formal que permite que um trem se desloque entre os pontos de
bloqueio, partida e destino.

As licenças podem ser fornecidas por meio de:

ƒƒ
ordens telegráficas, telefônicas, escritas e verbais;
ƒƒ sinais acústicos e visuais;
ƒƒ dispositivos manuais, mecânicos, eletromecânicos, eletrônicos etc.

Para o trem circular, é necessário que o controlador de tráfego ferroviário tenha


cumprido algumas exigências. Veja a seguir os itens necessários para licenciar e colocar
o trem nas vias:

ƒƒ
o trem deve atender a todos os requisitos do modelo operacional (número de vagões,
tipo de tração etc.);
ƒƒ
todo planejamento para as próximas 6 horas deve ser feito considerando os cruzamentos
com os demais trens na via;
ƒƒ
disponibilidade de helper em DSX antes de os trens seguirem de DCS e de DIL.

Licenciamento telefônico entre estações


Esse licenciamento é feito via telefone, mediante o entendimento prévio entre os agentes
das estações que estão envolvidas.

Depois desse entendimento, a licença é passada ao maquinista de forma verbal, por meio de
documento escrito ou até diretamente ao maquinista por telefones de via ou radiotelefonia.
PLANEJAMENTO DA CIRCULAÇÃO
O planejamento da circulação dos trens é de grande importância, pois, quando bem
realizados, oferecem melhores condições para o tráfego. Hoje, já existem sistemas
inteligentes que são capazes de dar suporte a decisões relacionadas à circulação.
30
Quando bem executado, o planejamento oferece:

ƒƒ redução do tempo de parada nos terminais e cruzamentos;


ƒƒ
redução do consumo de combustível;
ƒƒ regularidade da malha;

!
ƒƒ redução das filas nos terminais etc.

Entretanto, existe uma série de fatores que são diretamente afetados pelo planejamento da
A perfeita circulação, como:
integração da
circulação de trens ƒƒ a entrega de vagões em tempo hábil para carregamento;
com a operação ƒƒ
a otimização do uso dos ativos;
de pátios abertos, ƒƒ o cumprimento das metas de eficiência energética;
terminais de ƒƒ a entrega dos recursos para saída de trens no horário;
carregamento e ƒƒ o cumprimento do plano de trens e da programação semanal e diária.
interface com
outras ferrovias
é essencial para Premissas para um bom planejamento
que as ações não
apresentem riscos Para que um bom planejamento seja realizado, é necessário que você conheça o plano de
aos envolvidos, nem trens e suas características específicas, além de seguir o modelo operacional.
a terceiros.
Veja a seguir outros fatores indispensáveis para o bom planejamento:

1. saber o tipo de carga transportada e se existem condições especiais de circulação;

2. conhecer os trens prioritários e os pátios no tocante ao comprimento útil;

3. planejar passagem e recomposição nos pátios conhecendo a quantidade de linhas e


capacidades, assim como as condições das linhas ocupadas e livres;

4. estabelecer diálogo com Controle de Pátios e Terminais (CPT) assim que o trem sair do
pátio aberto, de forma a se antecipar e evitar paradas não programadas;

5. assegurar o planejamento de horários de circulação dos trens programados,


acompanhando se os horários foram cumpridos, e programar junto ao Centro de Controle
de Equipagem (CCE) os horários em que os trens deverão ser equipados;

6. propiciar toda a condição para o trem circular antes de colocá-lo na via;

7. acompanhar o processo de liberação da ocorrência, se antecipando à liberação, para que


se planeje a partida dos trens, solicitando aos maquinistas que liguem as locomotivas, e
às estações e ao CCE que equipem os trens e os preparem para a partida;
8. conhecer todas as interrupções no trecho, atuando:

``na parada dos trens em estações abertas;


``na informação para desligamento de locomotivas e na informação do tempo previsto
de parada;
``na programação de partida dos trens iniciais para que não parem no percurso;
``no envio de socorro ferroviário prioritariamente;
``no acompanhamento dos pátios abertos para que as respectivas capacidades não 31
sejam superadas e as condições operacionais dificultadas;
``na escolha dos locais que não sejam em rampa, que tenham acesso rodoviário para a
troca de equipagem e que comporte o trem.

capítulo 02: licenciamento da circulação


Outro fator muito importante para o bom planejamento é saber os locais de parada e suas
respectivas características:

ƒƒ
o trem em análise ficará entre marcos no pátio;
ƒƒ
o trem tem produtos que são passíveis de vandalismo;
ƒƒ
é necessário o envio de segurança, caso o tempo de parada seja superior a 15 minutos ou
o produto demande cuidados especiais.

Cuide para que não existam interrupções na via que impeçam


a circulação.

REGRAS DE CIRCULAÇÃO
Os trens só poderão circular e manobrar na via controlada pelo CCO/CCP/Estação,
ou mesmo ocupá-la, quando devidamente autorizados e/ou licenciados, conforme
procedimentos específicos de cada sistema de licenciamento.

Os trens controlados pelo CCO/CCP/Estação circulam obedecendo aos sistemas de


licenciamento, prevalecendo:

ƒƒ
a existência de placa de sinalização gráfica auxiliar mais restritiva;
ƒƒ as orientações específicas do CCO/CCP/Estação em casos de falha do sistema.

Falha na circulação
Os trens incapazes de serem detectados ou que não provocarem bloqueio ou ocupação
permanente nas vias poderão circular somente no território devidamente sinalizado e
obedecendo a procedimentos específicos de licenciamento.

Caso algum trem em circulação apresente essa falha durante a sua circulação, o operador de
CCO/CCP/Estação deve avisar imediatamente ao operador de trem.
Persistindo a falha, o operador deverá ordenar a retirada do trem para o desvio mais próximo
ou a sua parada total, até que seja rebocado por outro trem em condições de circulação.

Aspecto vermelho

32
?
As paradas não
Ao receber aspecto vermelho, em uma situação anormal, o operador deve parar o trem
imediatamente, comunicando o fato ao CCO.

programadas dos
equipamentos de Velocidade dos trens na circulação
via e equipamentos
de grande porte ou Em hipótese alguma os trens poderão ultrapassar a velocidade máxima permitida, nem
trens de inspeção mesmo em casos de atraso.
somente devem ser
realizadas mediante Os gerentes gerais de operação e da via permanente são os responsáveis pela definição da
autorização do CCO. velocidade máxima.

Para isso, deve-se considerar:

ƒƒ o tipo de trem;
ƒƒ
o pátio;
ƒƒ o AMV;
ƒƒ a segurança;
ƒƒ a circulação dos trens;
ƒƒ a situação da via permanente.

Placa afixada no campo


Prevalecerá sobre qualquer outra autorização a placa que estiver afixada no campo e que
imponha maior restrição à circulação de trens, obedecendo às normas estabelecidas pelo
Regulamento de Operação Ferroviária (ROF).

Caso surjam precauções de velocidades emergenciais e não houver a possibilidade de


colocação imediata de placas no local, o CCO avisará os operadores de trens até a colocação
das placas pela via permanente.

Circulação de equipamentos de via e


equipamentos de grande porte
Deverá ser feita com velocidade restrita a circulação de equipamentos de via e
equipamentos de grande porte em linhas adjacentes a pátios onde haja movimentação de
manobras ou em cruzamentos/ultrapassagens a trens parados.

A velocidade de equipamentos de via e de grande porte nas passagens em nível deve ser
restrita ou conforme procedimento específico.
BLOQUEIO
Para fins de licenciamento, bloqueios são pontos de decisão que dependem do sentido de
movimentação do trem.

Quando um bloqueio está aberto, isso significa que a autorização de movimento foi 33
concedida. Se fechado, o trem irá parar.

capítulo 02: licenciamento da circulação


FF A
Bloqueio
Bloqueio
A B C

Trem 2 Trem 6 Trem 5

Trem 1 Trem 3 Trem 4


AMV
AMV AMV
AMV

A Bloqueio
Bloqueio F A Bloqueio
Bloqueio F

Seção de bloqueio
De forma geral, existem dois tipos de bloqueios: automático e controlado.
A B C

Trem 2 Trem 6 Trem 5


Bloqueio controlado
Tremde
Representa o ponto limite Trem
1 uma seção de bloqueio em que 3
o acesso Trem
é permitido 4
somente
AMV AMV
diante da licença concedida por um despachador.
Seção de bloqueio Seção de bloqueio

Bloqueio automático
Representa o ponto limite de uma seção de bloqueio em que o acesso é permitido de
forma automática se a seção estiver livre, independentemente de o despachador conceder
a licença.

Seção de bloqueio (SB)


Corresponde ao trecho de via onde só se permite a circulação de um único trem.
Bloqueio
A B C

Trem 2 Trem 6 Trem 5

Trem 1 Trem 3 Trem 4


AMV AMV

A Bloqueio F A Bloqueio F
O trem que circula no trecho correspondente à seção de bloqueio estará sujeito a uma
licença. Essa licença pode ser controlada por agentes das estações próximas aos bloqueios
ou por um sistema de sinalização.

Seção
Seção de
de bloqueio
bloqueio A B C
34
Trem 2 Trem 6 Trem 5

Trem 1 Trem 3 Trem 4


AMV
AMV AMV
AMV

Seção
Seção de
de bloqueio Seção
Seção de
de bloqueio
bloqueio bloqueio

Ilustração da placa indicativa de início da seção de bloqueio

SB
Essa placa indica o ponto em que se iniciam as seções de bloqueio intermediárias na linha
sinalizada ou a seção de bloqueio em linha não sinalizada.

O sistema de sinalização garante, com segurança, a circulação de somente


um trem em cada SB.
Licenciamento no bloqueio

Algumas condições básicas devem ser observadas para o licenciamento do trem no


bloqueio:

ƒƒ
não poderá existir trem, em qualquer que seja o sentido, no trecho que compreende os
pontos de bloqueio;
ƒƒ
não poderá existir qualquer outra liberação para a circulação no bloqueio; 35
ƒƒ o AMV deverá estar na posição correta e devidamente travado.

Licenciamento por estafe entre pontos de bloqueio

capítulo 02: licenciamento da circulação


O licenciamento por estafe é feito a partir da entrega do estafe (bastão) ao maquinista.
O bastão deve ser único e exclusivo para cada seção de bloqueio entre duas estações ou
desvios sucessivos.

O estafe pode ser um dispositivo:

ƒƒ
independente;
ƒƒ
travado eletronicamente.

O dispositivo eletromecânico do estafe só pode ser destravado pela


Estação destino, depois do entendimento entre os agentes das estações
envolvidas.

ROTAS
Representam a liberação da seção de bloqueio para o acesso de um trem.

Tipos de rotas
Existem quatro tipos de rotas:

ƒƒ
rota unitária – possui uma seção de bloqueio de origem e outra de destino, e entre elas
há uma seção detectora de chave;
ƒƒ
rota longa – requer mais de um pátio de cruzamento. O despachador seleciona trechos
de origem e de destino e o sistema automaticamente determinará os caminhos
intermediários e desmembrará a rota longa em rotas unitárias, comandando-as de forma
individual;
ƒƒ
rota memorizada – o despachador planeja os cruzamentos e as movimentações futuras
dos trens, solicitando as rotas de forma antecipada;
ƒƒ rota em contagem de tempo – é quando o despachador cancela uma rota cuja seção
de bloqueio está ocupada. A rota fica travada e o código de velocidade é cortado.
A contagem de tempo existe para que o trem que esteja se movimentando esteja
protegido, garantindo que haverá o travamento do AMV à sua frente.
36
37
1. Você aprendeu que o planejamento da circulação dos trens, quando bem realizado, oferece melhores
condições para o tráfego. Complete as lacunas das frases e complete a cruzadinha.

Quando bem executado, o planejamento proporciona:

a. redução das _______________


38 b. regularidade da _______________
c. redução do ____________________ nos terminais e cruzamentos
d. redução do _______________

D
2. Marque a opção correta:

I. Um fator muito importante para o bom planejamento é saber os locais de parada e suas
respectivas características, assim como as peças e os componentes do trem.
II. Os trens só poderão circular e manobrar na via controlada pelo CCO/CCP/Estação, ou mesmo
ocupá-la, quando devidamente autorizados e/ou licenciados.
III. Em alguns casos, os trens poderão ultrapassar a velocidade máxima permitida. 39
IV. Os Gerentes Gerais de Operação e os da Via Permanente são os responsáveis pela definição da
velocidade máxima.
V. Os trens incapazes de serem detectados ou que não provocarem bloqueio ou ocupação

capítulo 02: licenciamento da circulação


permanente nas vias poderão circular somente no território devidamente sinalizado e
obedecendo a procedimentos específicos de licenciamento.
VI. A velocidade de equipamentos de via e de grande porte nas passagens que não sejam em
nível deve ser restrita ou conforme o procedimento específico.

a. Somente a opção V e VI estão corretas.


b. Somente as opções II, III, IV e VI estão corretas.
c. Somente as opções I, IV e V estão corretas.
d. Somente as opções II, IV e V estão corretas.
e. Todas as alternativas estão corretas.

3. Relacione as informações.

a. Bloqueio automático
b. Bloqueio controlado
c. Rota longa
d. Rota unitária
e. Rota memorizada
f. Rota em contagem de tempo

( ) É o ponto limite de uma seção de bloqueio em que o acesso é permitido somente diante da
licença concedida por um despachador.
( ) Quando o despachador cancela uma rota cuja seção de bloqueio está ocupada.
( ) É o ponto limite de uma seção de bloqueio em que o acesso é permitido de forma
automática, independentemente de o despachador conceder a licença.
( ) Possui uma seção de bloqueio de origem e outra de destino, e uma seção detectora de chave
entre elas.
( ) O despachador planeja os cruzamentos e as movimentações futuras dos trens, solicitando as
rotas de forma antecipada.
( ) Requer mais de um pátio de cruzamento.

4. Como é feito o licenciamento por estafe?


capítulo

03 INTERTRAVAMENTO

38 Responsabilidade e funções

43 AMVs e agulhas

48 Implementação do intertravamento
INTERTRAVAMENTO
capítulo Agora que você já conhece o sistema de sinalização e o sistema de licenciamento de

03
circulação dos trens na via, você aprenderá sobre o intertravamento e sua importância para
o sistema de sinalização.

RESPONSABILIDADE E FUNÇÕES
42
Responsabilidade
Diagrama Funcional do Intertramento
O intertravamento é responsável pela segurança do licenciamento de trens.

Diagrama funcional do intertravamento

Sentido
Sentido Controle
Controle Máquina Indicação
Indicação
Máquina
tráfego
tráfego máquina
máquina máquina
máquina
chave
chave
chave
chave chave
chave

Travamento
Travamento Verificação
Verificação Aproxi- Travamento
Travamento
Comando
Comando Rota
Rota máquina
máquina Aproximação
rota
rota mação rota
rota
chave
chave

Circuito
Circuito Controle
Controle
via
via de sinal
de sinal

Circuito
Circuito Sinal
Sinal

Funções
As principais funções do intertravamento são:

ƒƒ controle das máquinas de chaves (MCH);


ƒƒ controle dos travadores elétricos (TE);
ƒƒ supervisão do estado dos detectores de descarrilamento;
ƒƒ supervisão do estado do hot box;
ƒƒ
comando da interdição do trecho;
ƒƒ verificação do percurso da rota;
ƒƒ seleção e aplicação do código de sinal na via.
Controle das máquina de chave (MCH)

A função da máquina de chave é permitir o desvio de uma linha sinalizada para outra linha
que esteja sinalizada ou não.

Esse procedimento é feito mediante a movimentação do AMV e o travamento mecânico


das pontas de agulha. Mais a seguir, você saberá como funciona o AMV e o travamento feito
pelas pontas das agulhas. 43

As MCH são controladas pelo intertravamento através de comandos de alinhamento de


rotas ou comandos específicos de movimentação.

capítulo 03: intertravamento


01.
02.

01. 01. Pontas de agulha


02. Máquina de chave eletromecânica

Painel ilustrativo das máquinas de chave

RC MT
MT EF
EF MA
MA TA
TA

AMV
AMV

RI
RI MT
MT TT

Cabo
Cabo Energia
Energia
CA
CA ou
ou CC
Cabo
Cabo
Controle
Controle Indicação
Indicação

RC = Relé de controle AMV = Aparelho de mudança de via


EF = Embreagem de fricção Mt = Motor
MA = Mecanismo de acionamento MT = Mecanismo de travamento
TA = Tirante de acionamento RI = Relé de indicação
TT = Tirante de travamento
Conheça os tipos de máquinas de chave:

ƒƒ
máquinas de chave manuais (ou marombas) – são equipamentos que executam
a movimentação das chaves por meio de alavancas de operação manual e outros
dispositivos mecânicos;
ƒƒ máquinas de chave elétricas – são equipamentos que executam a movimentação das
chaves por meio de motor elétrico e cotovelos, molas, cremalheiras, varões, dentre outros
44 tipos de dispositivos mecânicos. Esse tipo de máquina de chave geralmente possui
dispositivo de detecção de ponta de agulha;
ƒƒ máquinas de chave talonáveis – são equipamentos elétricos ou mecânicos que
possibilitam o deslocamento das agulhas pelas rodas de um trem. As máquinas não
talonáveis não permitem a execução desse movimento, sem causar danos;
ƒƒ
máquinas de chave molas – são chaves que possuem dispositivo de operação, com mola
de retorno e amortecedor.
ƒƒ máquinas de chave pneumáticas – são equipamentos capazes de executar a
movimentação das chaves através de dispositivos movidos a ar comprimido. Eles
possibilitam a execução de operações muito rápidas.

A seguir, veja as imagens de diversos modelos existentes de máquinas de chave.

Máquina de chave modelo JEA – 73

Máquina de chave modelo P – 80

01.

02.

01. Caixa de junção da máquina


02. Máquina de chave pneumática (Hump Yard)
No que diz respeito à manutenção das máquinas de chave, você deve verificar:

ƒƒ
a livre movimentação dos tirantes e a lubrificação das chapas de apoio das lanças,
solicitando ao CCO a devida movimentação da máquina de chave;
ƒƒ
a integridade física da ponta de agulha e do trilho de encosto.

Veja a seguir o quadro em que constam os cuidados especiais que você deverá ter durante a
manutenção das chaves. 45

capítulo 03: intertravamento


Cuidados especiais durante a manutenção

Local de manutenção Tenha extremo cuidado com as partes


móveis da máquina de chave (lanças,
roletes e tirantes), principalmente quando
a manutenção é realizada próxima ao local
onde ela está alocada

Procedimento de socaria Quando houver necessidade de realizar o


procedimento de socaria, execute-o nas
proximidades do AMV, a fim de evitar a
vibração excessiva da máquina de chave,
devido ao laqueamento dos dormentes

O procedimento de manutenção da máquina de chave é essencial para que não ocorram


acidentes durante sua movimentação.

A falta de lubrificação é um dos fatores que pode acarretar problemas à máquina de chave,
como, por exemplo, a impossibilidade do movimento das lanças, a parada desnecessária do
trem, a impossibilidade de alinhamento de rotas, o atraso na circulação e o acionamento da
equipe de manutenção para normalizar o equipamento.

Controle dos travadores elétricos (TE)

Os travadores elétricos são controlados pelo intertravamento por intermédio de comando


específico de liberação.

Não devem existir Existência de requisição


rotas alinhadas no Condições para para a operação do TE
estacionamento em que liberação do TE
está localizado o TE

CCO envia o comando de


liberação para o TE
Supervisão do estado dos detectores de descarrilamento

Em caso de alarme de descarrilamento, o intertravamento corta o sinal aplicado na via,


penalizando o trem com sinal vermelho.

Supervisão do estado do Hot box

46 Em caso de alarme de Hot box, o intertravamento corta o sinal aplicado na via, penalizando o
trem com sinal vermelho.

Comando de interdição de trecho

Executa o bloqueio de forma segura do trecho da via, impedindo que sejam alinhadas rotas
com destino a esse trecho.

Verificação do percurso da rota

Avalia as condições da via com base nas indicações recebidas dos equipamentos da via e
informações dos intertravamentos.

Comanda a movimentação e efetua o bloqueio dos AMVs pertencentes à rota solicitada.

Seleção e aplicação do código de sinal na via

Seleciona os códigos a serem aplicados nos circuitos de via considerando as rotas que estão
alinhadas.

Verificações para o alinhamento de uma rota:

ƒƒ comando de alinhamento de rota enviado pelo CCO ou via painel mímico local;
ƒƒ
movimentação da MCH para a posição favorável à rota solicitada;
ƒƒ verificação da indicação de posição dos AMVs pertencentes à rota;
ƒƒ bloqueio elétrico da MCH e TE impedindo-os de serem comandados eletricamente;
ƒƒ verificação do estado do trecho de destino da rota (trecho livre);
ƒƒ bloqueio do percurso da rota, evitando que sejam alinhadas rotas conflitantes à rota
solicitada.

Quando satisfeitas as condições citadas anteriormente, ocorre a abertura de sinal que irá
predispor o intertravamento para o envio de código à via, fazendo, assim, com que a rota
seja concedida.

Verificações para a aplicação do código na via:

ƒƒ
rota concedida;
ƒƒ trem ocupando o circuito de origem da rota;
ƒƒ detectores de descarrilamento não atuados;
ƒƒ ausência do comando de corte de código de velocidade.
AMVs E AGULHAS
O que é aparelho de mudança de via (AMV)?
O aparelho de mudança de via (AMV) é uma estrutura desenvolvida que proporciona o
desvio dos veículos ferroviários de uma via para outra. 47

Aparelho de mudança de via

capítulo 03: intertravamento


Um AMV possui diversos componentes padronizados. Seus principais componentes são:

ƒƒ chave;
ƒƒ
trilhos de ligação ou intermediários;
ƒƒ cruzamento.

Parte
Parte
Chave
Chave intermediária
Intermediária Cruzamento
Cruzamento
Agulha
Agulha
esquerda
esquerda
Viaprincipal
Via principal
Agulha
Agulha
direita
direita

Vi
Vi

a
a

de
de

sv
sv

ia
ia

da
da
O que são as agulhas?
São peças de aço fundido ou trilho usinado em que encaminham as rodas dos veículos
ferroviários de uma linha para a outra, permitindo, por intermédio do travamento mecânico,
o desvio de uma linha sinalizada ou não.

48 Agulhas

01. 02.

01. Agulha LE
02. Agulha LD

As agulhas são móveis e paralelas entre si, ligadas ao aparelho de manobra por meio de uma
barra de ferro, denominada barra de conjugação das agulhas.

Esse aparelho é movimentado manualmente ou por comando elétrico e tem por objetivo
colocar as agulhas em posição de passagem pela via direta ou pela via desviada.

A parte inicial das agulhas é denominada ponta e a parte final,


talão ou coice.

Ponta da agulha

É a extremidade da agulha que se junta ao trilho de encosto. Pode ser do tipo removível e
feita de aço fundido.

Corpo da agulha

É a parte intermediária entre a ponta e o coice da agulha.


Coice da agulha

É a extremidade oposta à ponta, em que é feita a articulação da agulha.

Calço do coice da agulha

É um calço de afastamento feito de aço ou de ferro fundido que é colocado no coice da 49


agulha para mantê-la afastada de seu encosto, permitindo, dessa forma, a passagem dos
frisos das rodas.

capítulo 03: intertravamento


Abertura do coice da agulha

É a folga entre a linha de bitola da agulha e seu encosto, que é medida a partir da
extremidade do coice da agulha.

Ângulo da agulha

É formado pela interseção das linhas de bitola da agulha e do trilho de encosto.

Protetor de ponta de agulha

É uma peça adaptada ao encosto, localizada na frente da ponta da agulha e utilizada para
impedir que as rodas dos veículos ferroviários danifiquem a agulha.

Talas de junção da agulha

É um componente especial, utilizado para proporcionar a junção da agulha ao trilho de


ligação no coice.

Parafusos para a junta do coice da agulha

São parafusos que, ao passarem pelo calço do coice e pela tala de junção, fixam o conjunto
do coice da agulha.

Parafuso de articulação do coice

É um parafuso de aço que possui rebaixo ou bucha, permitindo o aperto da junta sem
prejudicar a articulação.

Trilho de encosto

É a peça do trilho na qual a agulha é apoiada. Pode ser classificado em direito, esquerdo,
reto ou curvo, de acordo com sua localização.

Pode ser chamado de encosto de agulha.


Trilhos de encosto

50
01. 02.

01. Trilho de encosto LE


02. Trilho de encosto LD

Vértice

É uma dobra do trilho de encosto, localizada um pouco antes da ponta da agulha, na


interseção entre as linhas de bitola da agulha e do trilho, do lado da curva.

Calço espaçador

É uma peça que se fixa na parte interna da agulha ou do trilho de encosto, destinada a
limitar a flexão das agulhas.

Avanço do encosto da agulha

É a parte do trilho de encosto compreendida entre a junta inicial da chave e a ponta da


agulha.

Placa bitoladora

É uma placa de deslizamento inteiriça ou com ligação intermediária para isolamento que
abrange os dois trilhos.

Ela se localiza na ponta da agulha e do trilho de encosto, com o objetivo de calibrar a bitola da via.

A placa bitoladora pode ser reta nas duas faces ou curva em uma das faces. Caso seja curva,
a parte convexa deverá estar voltada para o lado de dentro do AMV.

Placa de deslizamento

É uma placa de apoio para o trilho de encosto e de agulha. Possui comprimento variável e é
fixada apenas nas extremidades para permitir o deslizamento das agulhas sobre a placa.
Ela pode ter apenas uma espessura ou ainda ter ressaltos de 1/4” para que a agulha fique
mais alta que o trilho de encosto.

Escora do encosto

É uma peça, geralmente em forma de cantoneira (mão francesa), utilizada na sustentação


do encosto, podendo estar separada ou não da placa de deslizamento.
51

capítulo 03: intertravamento


Essa peça é fixada na parte externa da placa de deslizamento.

Aparelho de manobra

É utilizado no comando das chaves, com o objetivo de colocar as agulhas em uma posição
que permita a mudança para a via desejada.

O aparelho de manobra pode ser operado por intermédio de uma


alavanca ou à distância, por meios mecânicos ou elétricos.

Barras de conjugação fixas

São peças utilizadas para ligar e conjugar as agulhas, de forma a torná-las solidárias. Elas
podem ser isoladas ou fixas.

01.

01.

01.

01.

01. Barras de conjugação


Barras de conjugação ajustáveis

São peças que ligam e conjugam as agulhas, permitindo a regulagem do espaçamento entre
agulhas.

Tirante

52 É uma barra que liga a barra de conjugação e a ponta das agulhas com os aparelhos de
manobra.

Ela pode apresentar dispositivos que ajustam seu comprimento e facilitam a regulagem.

Punhos

São braçadeiras ou placas aparafusadas, fixas ou reajustáveis, que ligam as agulhas às barras
de conjugação.

Contrapeso

É um peso, regulável ou não, que é colocado na alavanca do aparelho de manobra com o


objetivo de manter as agulhas rigidamente pressionadas contra o trilho de encosto.

Indicador de via

É um dispositivo de sinalização ligado ao aparelho de manobra, com sinalização luminosa ou


não, que indica a direção da via franqueada à passagem de veículos.

Trinco

É um dispositivo de segurança utilizado contra a inversão acidental da alavanca do aparelho


de manobra.

IMPLEMENTAÇÃO E
INTERTRAVAMENTO
O intertravamento é um sistema que utiliza lógica baseada em relés ou em equipamentos
microprocessados e eletrônicos, localizado nos pátios de cruzamento e pátios terminais,
com a função de garantir a segurança no controle do tráfego de trens.

Relés
São dispositivos eletromecânicos que abrem ou fecham contatos por intermédio da
energização de uma bobina, que só ocorrerá se existir tensão e corrente elétrica.

De forma geral, os relés podem ser classificados em:

ƒƒ vitais;
ƒƒ
não vitais.
Os relés vitais são aqueles que apresentam condições previsíveis de falha e também
permitem que as falhas sejam tratadas a favor da segurança.

Observe, a seguir, um exemplo de relé vital que é utilizado no sistema de sinalização da


linha tronco e do pátio terminal de Tubarão.

53

capítulo 03: intertravamento


No caso dos relés não vitais, eles não satisfazem nenhum dos requisitos mencionados
anteriormente a respeito dos relés vitais.

Com relação ao intertravamento, do ponto de vista geográfico, ele pode ser centralizado,
possuindo controladores de objetos no campo, ou pode ser distribuído, alojando-se em
abrigos de alvenaria espalhados ao longo da via (housings ou relay housing).

Intertravamento distribuído: relés vitais kyosan


Intertravamento distribuído: relés vitais WABCO

54

Intertravamento distribuído: relés vitais GETS-VLC


Intertravamento centralizado

55

Intertravamento
Intertravamento
centralizado Centro
Centro

capítulo 03: intertravamento


centralizado
CCO
CCO

Controladores
Controladores
de
deobjeto
objeto Campo
Campo

Entradas eeSaídas
Entradas saídas Entradas ee Saídas
Entradas saídas Entradas e Saídas
Entradas saídas

TX
TX RX TX
TX RX TX
TX RX

Máquina
Máquina Circuito
Circuito Detector
Detector Máquina Circuito
Máquina Circuito Detector
Detector Máquina
Máquina Circuito
Circuito Detector
Detector
de Sinal desc. Sinal desc. Sinal desc.
chave
chave de via
via Sinal desc. chave
chave de via
de via Sinal desc. chave
chave de via
de via Sinal desc.
56
57
1. O que são relés?

58

2. O que é intertravamento?

3. Os relés vitais são aqueles que apresentam condições previsíveis de falha e que não permitem
que ela seja tratada a favor da segurança. Essa afirmativa é verdadeira ou falsa e por quê?

4. Quais são as funções do intertravamento?


Diagrama Funcional do Intertramento

5. Observe o diagrama de funcionamento do intertravamento e complete os espaços com as palavras


que estão faltando.

Sentido Controle
Controle Máquina Indicação
Máquina
tráfego máquina
máquina máquina
chave
chave
59
chave
chave chave

capítulo 03: intertravamento


Travamento Verificação Travamento
Travamento
Comando
Comando Rota máquina Aproximação
rota rota
rota
chave

Circuito Controle
Controle
via de sinal
de sinal

Circuito Sinal

6. Marque a opção que melhor completar as frases a seguir:

I. O _________________ é uma estrutura desenvolvida para proporcionar o desvio dos veículos


ferroviários de uma via para outra.

a. AMV b. MMV c. MDR d. OTDR

II. O objetivo _________________ é orientar os veículos pela via principal ou pelo desvio.

a. do desvio b. da chave c. do AMV d. da licença

III. _________________ é um dispositivo de segurança utilizado contra a


inversão acidental da alavanca do aparelho de manobra.

a. Punho b. Tirante c. Trinco d. Indicador de via


capítulo

04 CONTROLE DO
TRÁFEGO FERROVIÁRIO

56 Sistema de controle de tráfego

58 Circuito de via
CONTROLE DO
TRÁFEGO FERROVIÁRIO
capítulo O controle do tráfego ferroviário representa o gerenciamento de todos os movimentos

04
executados pelos trens ao longo da ferrovia.

Agora, você irá aprender sobre o sistema de controle de tráfego e o circuito de via. Veja a
seguir o que cada um desses conceitos representa para o sistema de sinalização ferroviária.

62 SISTEMA DE CONTROLE
DE TRÁFEGO
O sistema de sinalização que controla os trens na via férrea é formado pelos seguintes
sistemas:

ƒƒ sistema de gestão da ferrovia (SGF);


ƒƒ
intertravamento distribuído;
ƒƒ controle automático de trem;
ƒƒ regulamento de operações ferroviárias (ROF).

Sistema de gestão ferroviária


Principais funções do sistema:

1. interface homem máquina (IHM) – garante o despacho de movimento dos trens ao longo
da via. Ela é formada por:

ƒƒ consoles de operação;
ƒƒ
painel mímico;
ƒƒ impressoras.

2. rastreamento de trens: acompanha o deslocamento dos trens ao longo da ferrovia;

3. interface com o train dispatcher – permite a elaboração automática do gráfico de trens


com base no rastreamento;

4. sistema de transmissão de dados – permite a aplicação dos comandos gerados no CCO e a


aquisição das indicações dos equipamentos de campo.

Intertravamento distribuído
Como você viu anteriormente, o intertravamento distribuído utiliza a lógica baseada em
relés ou em equipamentos microprocessados e equipamentos eletrônicos, localizados nos
pátios de cruzamento e nos pátios terminais.

Principais funções:

1. intertravamento de rotas que executa, de forma segura, a verificação e o controle dos


dispositivos que fazem parte do percurso de uma rota, antes da concessão desta;

2. detecção do trem realizada pelos circuitos de via AC e pelo contador de eixos, distribuídos
no pátio;
3. controle da posição dos AMVs, supervisão e controle das máquinas de chaves e
travadores elétricos;

Travador elétrico

63

capítulo 04: controle do tráfego ferroviário


!
Quem gerencia os
4. geração e seleção dos códigos de cabsinal; trens na ferrovia é o
Centro de Controle
5. supervisão dos equipamentos auxiliares: detecção de descarrilamento, caixa quente (hot Operacional (CCO).
box) e roda quente (hot wheel).
Centro de Controle Operacional
Centro de controle operacional (CCO)

Painel mímico
Painel mímico

Estaçõesde
Estações deoperação
operação

Servidores de imagens
Servidores imagens
Sinais de vídeo
Sinais vídeo
Plotter
Plotter Processador11
Processador RaidArray
Raid Array Processador
Processador22 Rede
RedeEthernet
Ethernet
Impressora
Impressora STDC

Centro
Centro
Modem
Gráfico de
Gráfico deTrens
Trens

Controladores
Controladores Lógicos
Lógicos
Programáveis
Programáveis Campo
Campo
(Estações
(Estaçõesremotas)
remotas)

Intertravamento
Intertravamento Intertravamento
Intertravamento Intertravamento
Intertravamento
(HOUSINGS)
(HOUSINGS) (HOUSINGS)
(HOUSINGS) (HOUSINGS)
(HOUSINGS)
Controle automático de trem
É o equipamento eletrônico localizado a bordo das locomotivas e máquinas auxiliares.

Principais funções:

1. detecção e reconhecimento dos sinais presentes na via – o cabsinal recebe o sinal através
64 de antenas localizadas na frente ou na traseira da locomotiva próximo ao trilho. O sinal
recebido é detectado e o seu reconhecimento é feito de forma a assegurar que trata-se de
um código de velocidade válido;

2. interface homem máquina – é formada pelo painel do ATC e é constituída por uma
campainha, que toca toda vez que é recebido um código de velocidade mais restritivo.

Regulamento de operações ferroviárias (ROF)


O ROF é o conjunto de normas que regulamentam os procedimentos operacionais da
circulação dos trens, estabelecendo as regras a serem cumpridas pelos empregados
próprios, contratados e terceirizados.

CIRCUITO DE VIA
É um circuito elétrico do qual os trilhos de rolamento fazem parte. O circuito é constituído
por uma fonte transmissora e uma unidade de recepção.

Características de um circuito de via


Dependendo das condições climáticas, a operação dos circuitos de via pode variar:

ƒƒ
se o tempo estiver seco, maior será a resistência do lastro e melhor será a operação do
circuito de via;
ƒƒ
se o tempo estiver chuvoso, menor será a resistência do lastro e pior serão as condições
de operação dos circuitos de via.

As variações climáticas alteram também a corrente fornecida


pela fonte.

Outra característica que pode ser mencionada é que os trilhos que estão partidos também
podem ser detectados pelo circuito de via, visto que ocorre uma interrupção do circuito
elétrico e a desenergização do relé.
Veja a imagem de um trilho partido.

65

capítulo 04: controle do tráfego ferroviário


Tipos de circuitos de via
ƒƒ
Circuito de via de corrente contínua: está presente em pátios, linhas sinalizadas e
ferrovias eletrificadas;
ƒƒ
Circuito de via de corrente alternada: está presente em linhas sinalizadas;
ƒƒ Circuito de via em audiofreqüência: está presente em linhas sinalizadas com sinal externo
e passagem de nível;
ƒƒ
Circuito de via eletrônico: está presente em pátios, linhas sinalizadas e ferrovias
eletrificadas.

Veja uma imagem relativa ao circuito de via em audiofreqüência.


A seguir, observe a imagem relativa ao circuito de via eletrônico.

Alimentação Saída para Saída auxiliar Saída para Alimentação


+12VDC semáforo externo para relés semáforo externo -12VDC

66

Conexão aos trilhos Entradas auxiliares Detecção de Conexão aos


lado esquerdo para relés falha de CA trilhos
lado direito

Composição do circuito de via

Juntas isolantes

01.

03.

02.

01. Boot leg


02. Isolante
03. Junta isolante
Caixa de CVD

67

capítulo 04: controle do tráfego ferroviário


Quais são as funções do circuito de via CVD?
ƒƒ
Detectar a presença de trens na via sinalizada;
ƒƒ
Enviar sinal para os trens;
ƒƒ
Detectar trilho quebrado na região sinalizada.

Qual é a função do circuito de via CC?


A função do circuito de via CC é apenas enviar sinal para os trens.

Estrutura de cabos dos circuitos de via (pátio típico)

Recepção de
Recepção da alimentação
alimentação Alimentação dos
Alimentação dos
dosestacionamentos
dos estacionamentos estacionamentos
estacionamentos
Circuito de MCH
Circuito MCH Circuito de
Circuito deMCH
MCH
CDV II
CDV II
SLS
SLS CJS
CJS

CC 01
CC 01 CDV 02
CDV 02 CDV
CDV 03
03 CDV
CDV I I CDV 03
CDV 03 CDV 02 CC
CDV 02 01
CC 01

BA
BA BA
BA

Áreasde
Áreas de lançamentos
lançamentos
de
decabos
cabos de
de controle
controle

Cabos de alimentação
Cabos alimentação
dos
dos circuitos devia
circuitos de via
Problemas encontrados nos circuitos de via
Veja a seguir alguns dos problemas mais encontrados nos circuitos de vias.

Caixa e equipamentos deixados muito próximos à via

68
Excesso de minério na via

69

capítulo 04: controle do tráfego ferroviário


Riscos provenientes desses descuidos:

ƒƒ
acidentes pessoais;
ƒƒ danos materiais na caixa;
ƒƒ danos materiais nos cabos de ligação;
ƒƒ ocupação indevida do circuito devido à contaminação.
Principais terminologias utilizadas nos
circuitos de via
No quadro a seguir, veja as principais terminologias que são utilizadas nos circuitos de via.

Terminologia Significado
70
Shunt Conexão de baixa resistência aplicada
entre os trilhos do circuito de via

Curto-circuito Representa o shunt anormal aplicado entre


os trilhos

Sensibilidade ao shunt Valor máximo da resistência de shunt,


capaz de ocasionar a queda do relé do
circuito de via

Perda de lastro É quando ocorre a passagem da corrente


elétrica de um trilho para outro, por meio
do dormente ou do lastro da via

Resistência de lastro Resistência oferecida pelos dormentes e


pelo lastro com relação à perda de lastro
entre os trilhos do circuito de via

Resistência dos trilhos Resistência total oferecida à passagem de


corrente elétrica pelo conjunto de trilhos e
pelas conexões entre os aparelhos e a via
71
1. Responda as questões abaixo:

a. O sistema de sinalização que controla os trens na via é formado por quais sistemas?

72

b. Cite duas funções do intertravamento distribuído.

2. Marque a opção correta:

I – O intertravamento distribuído utiliza a lógica baseada em relés ou em equipamentos


microprocessados e equipamentos eletrônicos, localizados nos pátios de cruzamento e pátios
terminais.
II – Umas das funções do sistema de gestão ferroviária é o rastreamento de trens.
III – O ROF é o conjunto de normas que regulamenta os procedimentos operacionais da circulação
dos trens, estabelecendo as regras a serem cumpridas pelos empregados próprios, contratados e
terceirizados.
IV – O circuito é constituído por uma fonte transmissora e uma unidade de recepção.
V – Circuito de via de corrente contínua está presente em pátios, linhas sinalizadas e ferrovias
eletrificadas.

a. Somente as opções I, II e V estão corretas.


b. Somente a opção II está errada.
c. Somente as opções II e V estão erradas.
d. Todas as opções estão corretas.
e. Somente as opções I, III, IV e V estão corretas.
3. Complete o quadro com as principais terminologias utilizadas no circuito de via.

Terminologia Significado
73
Conexão de baixa resistência aplicada
entre os trilhos do circuito de via

Curto-circuito

Valor máximo da resistência de shunt,


capaz de ocasionar a queda do relé do
circuito de via

Perda de lastro

Resistência de lastro

Resistência total oferecida à passagem de


corrente elétrica pelo conjunto de trilhos e
pelas conexões entre os aparelhos e a via
capítulo

05 CABOS DE
SINALIZAÇÃO

70 Exemplo de cabos de sinalização

72 manutenção em cabos ópticos

75 procedimento de segurança

76 localização de falhas nos cabos

79 análise dos tipos de falhas

82 tipos de emendas
CABOS DE
SINALIZAÇÃO
capítulo Os cabos internos e externos têm o objetivo de interligar equipamentos que compõem os

05
sistemas de sinalização e telecomunicações, permitindo, assim, interconectar os abrigos e
encaminhar os sinais elétricos e ópticos.

Pelos cabos, passam os sinais de controle necessários para a operacionalização dos


equipamentos da via, além disso, os cabos fornecem sinais de alarme para diagnóstico de
falhas e requisitos de manutenção.
76
Com isso, você pode perceber a importância dos cabos no sistema de sinalização, exigindo a
manutenção quando eles sofrem ruptura ou degradação.

Exemplo de cabos
de sinalização
Veja a seguir os exemplos de cabos de sinalização que mostram a numeração utilizada e as
características de alguns equipamentos de via.

Cabos de controle para abrigo de equipamento

Cabo Saída Chegada Num. Bitola Compri- Blind Armad.


nº Cond. (mm²) mento (m)

101 Distribuidor M DEV1 3 2,5 50


cabos

102 Distribuidor C DEV1 6 1 50


cabos

103 Distribuidor
cabos

104 Distribuidor DD1 2 1 2410


cabos

105 Distribuidor R/A02-A03 4 10 100


cabos

106 Distribuidor A01 – A02 4 2,5 2420


cabos

107 Distribuidor R A1 2 10 160


cabos

108 Distribuidor R A03-RAII 4 10 170


cabos

109 Distribuidor A01 2 10 4200 *


cabos

110 Distribuidor DD2 e 2 1 250


cabos DD3
Cabos de relações (STD-ML-RBS-TEL-CV)

Cabo Saída Chegada Num. Bitola Compri- Blind notas


nº Cond. (mm²) mento
(m)

301 Distribuidor de Distribuidor de 2 1 2950 * 77


cabos abrigo 1 cabos abrigo 2

302 Distribuidor de Distribuidor de 16 0,3 2950 * Cabo

capítulo 05: cabos de sinalização


cabos abrigo 1 cabos abrigo 2 composto
de 4 cabos
blindados
a fio e
traçados
do tipo 4
x 0,3

Cabos de relações (STD-ML-RBS-TEL-CV)

Cabo Saída Chegada Num. Bitola Compri- Blind notas


nº Cond. (mm²) mento
(m)

401 QDCA sala QDCA abrigo 2 3 16 25 *


GMG

402 QDCA sala Transformador 2 25 50 * Cabo


GMG elevado composto
de 4 cabos
blindados
a fio e
traçados do
tipo 4 x 0,3

403 Transformador QDCA abrigo 1 2 16 50 *


abaixado
Os cabos de sinalização são necessários para que as informações sejam enviadas e recebidas
por meio de uma interligação entre os equipamentos de campo e de abrigo.

De acordo com a distância e os equipamentos, são utilizados diferentes tipos de cabos.

Veja a seguir um diagrama geral do cabeamento utilizado em um pátio de sinalização.

78
Notas sobre o plano de cabo da locação - 35
ƒƒ
Fazer derivação do cabo 4 mm² x 1,5 mm² de alimentação DD-ABC a 350 m, 850 m e
1.350 m nos abrigos 1 e 2, medidos a partir dos PAs 1 e 2;
ƒƒ
Utilizar AMV do tipo AREMA, ou seja, não tem jacaré com coração móvel;
ƒƒ
!
Lançar cabos 1 mm² x 10 mm² para transposição longa T1-T2 do CV03 nos abrigos 1 e 2;
ƒƒ
Usar, para essa configuração, circuitos de via para a detecção e a codificação no trecho
entre pátios e não adotar o contador de eixos (CE) entre as locações adjacentes.

Os cabos que ligam


os abrigos e os MANUTENÇÃO EM CABOS ÓPTICOS
equipamentos de
via são enterrados
em valas de 80 cm Toda a infra-estrutura óptica exige um planejamento de manutenção. As equipes de
de profundidade por manutenção são treinadas e equipadas com:
30 cm de largura e
distanciados 4 m do ƒƒ
equipamentos;
centro da via. ƒƒ
instrumentos;
ƒƒ
material adequado à manutenção em cabo óptico.

A cada ocorrência de manutenção dos cabos ópticos, as equipes devem verificar os


seguintes equipamentos e quantidades:
ITEM EQUIPAMENTOS/ QUANTIDADE
ACESSÓRIOS
1 OTDR 01 unidade
2 Máquina de fusão 01 unidade
3 Bateria da máquina de 01 unidade
fusão 79
4 Corda (mínimo de 30 01 peça
metros)

capítulo 05: cabos de sinalização


5 Trena (50 metros) 01 unidade
6 Gerador/medidor óptico 01 casal (par)
7 Fiber fone 01 casal (par)
8 Maleta de ferramenta 01 unidade
9 Grupo gerador 01 unidade
10 Máquina fotográfica 01 unidade
11 Alicate prensa luvas não 01 unidade
isoladas
12 Arco de serra com lâmina 01 unidade
13 Lona encerada – mínimo de 01 unidade
2mx4m
14 Megômetro 01 unidade
15 Materiais de escavação:
• facão 01 unidade
• picaretas 02 unidades
• pás 02 unidades
16 Soprador térmico 01 unidade
17 Garrafa para água 02 unidades
18 Chave das estações 01 unidade de cada
(Embratel e Telemar)
19 Facilidades de ocupação de Todas as informações de
cabo óptico fibra TLM/EBT
20 Socorro de iluminação:
• lâmpadas 03 unidades
• extensão 01 peça
• pendentes 03 unidades
21 Lanternas 04 unidades
ITEM EQUIPAMENTOS/ QUANTIDADE
ACESSÓRIOS
22 Barraca 01 unidade
19 Chapéu de sol 01 unidade
20 Gasolina (50 litros) 01 vasilhame
80 21 As built 01 unidade
22 Repelentes (autan) 02 unidades
23 Veículo Vale 01 unidade
24 Mesa e cadeiras 01 jogo
25 Cabo de fibra (30 metros) 01 peça
OBSERVAÇÃO: deverá haver
02 cabos de 48 fibras com
as extremidades prontas
com caixas de emendas
26 Materiais de segurança:
• perneiras 03 unidades
• capuz 03 unidades
• coletes de segurança 03 unidades
• rolo de fita isolante (alta e Quantidade necessária
baixa tensão)
• luvas não isoladas Quantidade necessária
• sinalizador 03 unidades
• capacete 01 unidade
• botas 01 par
27 Materiais essenciais:
• caixa fosc completa 01 unidade
• tubetes 01 unidade
28 Materiais de limpeza: Não possui quantidade
• cotonetes específica
• algodão
• papel toalha
• álcool isopropílico
• isoparafina
• estopas
• lona plástica para
proteção do piso na
barraca
• bombonas para água
• bateria automotiva
• rádios portáteis
• baterias sobressalentes
para rádios portáteis
• abraçadeiras plásticas
• sacos de lixo
PROCEDIMENTO DE SEGURANÇA
O processo de combustão dos condutores é a metodologia utilizada para localizar defeitos
em cabos. Em virtude disso, é imprescindível que você conheça os procedimentos de
segurança para operar os equipamentos.
81
Veja a seguir a forma segura de instalação e operação do equipamento queimador e do
gerador de onda de choque.

capítulo 05: cabos de sinalização


Segurança na instalação dos equipamentos
Nos procedimentos para a instalação do conjunto de equipamentos, você deverá executar
as seguintes operações de segurança:

ƒƒ
conectar os cabos de aterramento, interligando-os e conectando-os à barra de
aterramento do abrigo e verificando se ela está devidamente conectada;
ƒƒ
efetuar as conexões dos cabos de interligação dos equipamentos e dos cabos de saída de
alta tensão do conjunto;
ƒƒ
desconectar o cabo a ser reparado do bloco de terminais (morsetiere);
ƒƒ
conectar a entrada de alimentação AC 220 V no equipamento;
ƒƒ
estabelecer contato via rádio com o pessoal de pesquisa em campo para certificar-se de
que as extremidades do cabo a ser analisado estão desconectadas.

É importante você saber que somente após a confirmação da liberação das extremidades do
cabo, é possível iniciar a pesquisa do defeito dos cabos.

Segurança na operação do conjunto de


equipamentos
Após o processo de instalação dos equipamentos, o próximo passo é a pesquisa e a
localização dos pontos de falhas no cabo defeituoso. Para isso, você deve tomar as seguintes
providências com relação à segurança:

ƒƒ
colocar luvas de proteção para trabalhos em alta tensão;
ƒƒ
certificar-se de que a linha de alimentação não toca nos bastidores ou em outros cabos;
ƒƒ
conectar os cabos de teste (saída AT) aos condutores e pesquisar os defeitos entre o
condutor e o fio terra;
ƒƒ
ligar o equipamento para iniciar o processo de combustão do cabo;
ƒƒ
testar a isolação dos condutores entre eles e em relação ao fio terra;
ƒƒ
aumentar a tensão até a ruptura do ponto com baixa isolação;
ƒƒ
aguardar até a corrente de queima chegar ao limite máximo;
ƒƒ
reduzir a tensão ao mínimo após essa operação;
ƒƒ
observar a leitura no quilovoltímetro até chegar a zero e desligar o equipamento;
ƒƒ
desconectar as pontas dos cabos de testes e descarregar os condutores para escoar as
tensões induzidas nos outros condutores do cabo em questão.

Após esses procedimentos, inicia-se a pré-localização das falhas, assunto que você irá
estudar a seguir.
LOCALIZAÇÃO DE FALHAS
NOS CABOS
A localização das falhas nos cabos é feita por meio de dois aparelhos: OTDR e FL-1. Conheça
82 os conceitos e a maneira como cada um executa a localização de falhas.

Aparelho OTDR
Refletometria, também conhecido como OTDR, é um instrumento localizador de falhas
em cabos metálicos dos tipos curto, aberto, com defeito, dobra e friso e que possui
como objetivo verificar, pelos sinais refletidos, pontos de atenuação óptica, gerando
um sinal na fibra.

Aparelho OTDR

Nas medidas com o OTDR, dependendo do tipo, tem-se um parâmetro chamado zona morta,
que pode sofrer variações.
Essa zona morta é a faixa em que as medidas podem sofrer oscilações por causa da não
precisão do equipamento no ponto. Quanto menor a zona morta, melhor a leitura.
Com o OTDR é possível medir comprimentos da fibra, atenuação das emendas e conectores,
localizar defeitos, rompimentos etc.
Abaixo está ilustrada a curva típica de uma medida com OTDR. Observe.

Emenda
Conector Fusão Curva mecânica Fissura Fim da fibra

83
dB

capítulo 05: cabos de sinalização


Trechos de fibra sem
defeito aparente

km

OTDR é utilizado como terminador e pode ser empregado sem haver necessidade de
romper o cabo, mostrando a exata localização do ponto avariado.

Esse procedimento de localização das falhas consiste de duas etapas: pré-localização das
falhas e localização pontual.

Pré-localização das falhas

É a distância provável do defeito, pois não é possível determinar com precisão o local exato
de uma falha devido às condições em que estão lançados os cabos nos pátios.

Mas como é feita a pré-localização das falhas?

Pelo localizador, é enviado um pulso de tensão quando o equipamento é acionado para


realizar uma medida.

As falhas são detectadas quando resultam da variação de impedância característica do meio


(par de condutores), provocando reflexão desse pulso.

Localização pontual

É utilizado nessa etapa os métodos de localização por detectores acústicos, magnéticos ou


de gradiente de potencial, pesquisando-se o local da falha definido na pré-localização.

O conjunto de equipamentos utilizados nessa fase consiste de:

ƒƒ
gerador de onda de choque utilizado para a determinação exata do ponto de falha
pela detecção do sinal acústico ou magnético, que é gerado durante a descarga no local
da falha;
ƒƒ
gerador de audiofreqüência que gera freqüência audível. É utilizado para a determinação
exata de falhas de baixa resistência ou curto-circuito sólido;
ƒƒ
receptor acústico que permite a detecção do sinal acústico gerado pela descarga no local
da falha, por meio do geofone especial para essa função;
ƒƒ
receptor universal que permite a detecção do sinal magnético para a localização exata do
ponto de falha.

Aparelho FL-1
84
Já o refletômetro, também conhecido como FL-1, é um instrumento localizador de falhas em
cabos multipares, baseando-se no princípio do radar.

É a ferramenta ideal para a localização de problemas entre condutores, tais como pares
abertos, alta resistência de contato, pares em curto, diafonia etc.

Conheça agora os controles de operação do instrumento localizador de falhas FL-1.

ƒƒ
Parâmetros de medição;

Modo Indica o tipo de medida que está sendo


efetuada

Velocidade Indica o valor da meia velocidade de


propagação ajustada para a medida

Alcance Indica o alcance para o qual o instrumento


está ajustado

Distância Indica a distância entre o ecômetro e a


posição demarcada pelo cursor

Tolerância Indica a tolerância da medida

Fonte Indica a condição da fonte de alimentação

ƒƒ
Alimentação: entrada para a fonte externa;

ƒƒ
Linhas: entrada para a conexão dos pares do cabo a serem testados;

ƒƒ
Função: permite o ajuste dos parâmetros de medida;

Parâmetro Movimenta o cursor (<) da área de texto

Ampliação Seleciona o parâmetro ampliação

Distância Permite a aquisição de dados para a


realização de uma nova medida
ƒƒ
E-variação: permite o ajuste do parâmetro selecionado;

ƒƒ
Lig/Reset: permite o retorno do estado de consumo mínimo ou o retorna à condição

!
default;

ƒƒ
Contraste: controle destinado ao ajuste de contraste do display gráfico;

ƒƒ
Compensação: controle para a compensação/supressão do eco referente ao pulso de A operação e 85
medição; os controles do
instrumento são
ƒƒ
Ganho: controle destinado a dar ganho ao sinal de entrada, possibilitando a sua descritos no manual

capítulo 05: cabos de sinalização


avaliação. do equipamento.

ANÁLISE DOS TIPOS DE FALHA


Tipos de falhas
Na pesquisa de defeitos em cabos, é possível encontrar os seguintes tipos de falhas:

ƒƒ
baixa resistência;
ƒƒ
alta resistência;
ƒƒ
cabo interrompido.

Baixa resistência

Na pré-localização de falhas, o FL-1 só visualiza, de forma precisa, os valores de resistência


menor ou igual a 100 ohms. Com isso, não é possível fazer a pré-localização de imediato,
sendo necessária a utilização de combustão para baixar os valores e realizar a pesquisa.

É importante ressaltar que os condutores de baixa tensão possuem valores acima de


100 ohms.

Alta resistência

Deve-se baixar os valores de resistência, que se situam abaixo do valor aceitável, para os
valores de comprimento e diâmetro do cabo teste até chegar ao mínimo necessário para a
pesquisa de defeito com a pré-localização.

Cabo interrompido

Esse tipo de falha é muito comum devido às descargas atmosféricas ou até mesmo à
ação de roedores. O método acústico, geração de um sinal de alta freqüência, é o mais
aconselhável para a localização desse tipo de falha.
Princípios de medição das falhas
Os princípios de medição das falhas se dividem em cinco partes. Confira:

1. velocidade de propagação – velocidade de propagação de um sinal elétrico em linha de


transmissão é a função da constante de permissibilidade do dielétrico;

86
V= C
√ Erel

Onde:
C = velocidade da luz
Erel = constante de permissibilidade do dielétrico

2. método prático – é utilizado quando já se conhece o comprimento de uma seção do cabo;

V = m/us = comprimento/tempo

3. cálculo da distância – o tempo de ida e de retorno e a fase e a amplitude do sinal refletido


são processados pelo refletômetro, que, conhecendo o valor da velocidade de propagação,
calcula automaticamente a distância até o ponto demarcado pelo cursor. Esse cálculo é feito
com base na seguinte equação:

l = Vt/2

4. seleção do alcance – de acordo com a velocidade propagada no início da pesquisa de


defeito do cabo, o equipamento permite executar medições entre 100 m e 6.400 m;

5. ajuste de compensação – tem por finalidade suprimir ou minimizar a reflexão do pulso de


medição que ocorre na conexão entre o cabo de medição e o par em teste, e além de reduzir
a deformação do sinal refletido ao longo desse cabo, causada pelo descasamento entre a
impedância de saída do FL-1 e a impedância característica do par em teste.

Medição de potência óptica


Esse tipo de medição é usado para verificar se há rompimento de fibra óptica nos cabos.

Veja a seguir a configuração para executar as medidas.

ƒƒ
Selecionar a janela de transmissão (850 nm, 1.330 nm ou 1.550 nm);
ƒƒ
Efetuar a medição com o cordão padrão (A);
ƒƒ
Efetuar a medição com a fibra desejada (B);
ƒƒ
O nível de atenuação é obtido pela diferença entre a medida A e a medida B, sendo o
resultado de X dB.
Os equipamentos utilizados são: medidor e gerador de sinal óptico, atenuadores e
acopladores ópticos.

Formas típicas das figuras de medição


As falhas causadas por alta tensão, baixa tensão e seções molhadas são as mais
significativas. Falhas resistivas implicam em reflexões (alta resistência), já as seções 87
molhadas e emendas apresentam uma figura que é a reflexão da capacidade da falha.

Observe os exemplos a seguir.

capítulo 05: cabos de sinalização


Alta resistência – reflexão do sinal no ponto de falha

Baixa resistência – reflexão do sinal no ponto de falha

Falha capacitiva – reflexão do sinal no ponto de falha

Representação de falhas no display gráfico

Linha de transmissão

Display do ecômetro
Reparação de falhas nos cabos
O próximo passo, após localizar os pontos de falha no cabo, é a etapa de reparação

!
desse cabo.

Veja como é feita essa reparação:

88 Quando na 1. desligue o equipamento de abrigo;


localização de 2. deixe as pontas dos cabos livres;
defeitos aparecem 3. inicie a abertura de uma vala, com a execução feita por serventes, com comprimento
pontos de falhas aproximado de 3 m.
muito próximas, é
necessário que se No reparo de falhas, fique atento ao se aproximar da profundidade em que se localizam
faça um by-pass em outros cabos, a fim de evitar cortes acidentais.
algumas partes do
cabo, prosseguindo É importante, também, conhecer o histórico do cabo trabalhado, verificando se há
com a pesquisa em relaçamentos e qual é a profundidade em que se encontram, evitando, assim, serviços
partes posteriores. desnecessários.

OS TIPOS DE EMENDAS
O que é emenda definitiva?
Entenda-se por emenda definitiva a normalização do cabo em manutenção quando
localizados os pontos de falhas.

Quando um cabo é recuperado?

?
Quando todas as partes trabalhadas apresentam valores de isolação acima do valor mínimo
aceitável, considerando como parâmetro a bitola do condutor e o comprimento do lance.

Veja a seguir a tabela com bitola e valor mínimo de isolação.

As emendas deverão
ser trabalhadas até Seção 1.00 2.50 4.00 6.00 10.00 16.00 25.00 35.00
garantir perfeita nominal
continuidade do (mm²)
cabo, de maneira
que as características Resistência 52.50 47.20 47.20 42.20 34.70 28.70 27.60 24.00
elétricas e de
mecânicas estejam isolamento
completamente (Mohms X
reconstituídas. km)
Tipos de emendas
Existem dois tipos de emendas em fibras ópticas:

ƒƒ
mecânicas;
ƒƒ
por fusão.

Emenda mecânica 89

Utiliza estruturas mecânicas dotadas de travas que alinham as fibras e evitam que a fibra se
mova no ponto emendado. É usado de forma emergencial em que a atenuação não é tão

capítulo 05: cabos de sinalização


crítica para o sistema.

Nesse tipo de emenda, as fibras também devem ser limpas e clivadas.

Conector mecânico FIBRLOCK II

Conector Fibrlock II fechado


Fibras ópticas

Fibras ópticas

Cobertura

Elemento de travamento
Fibras ópticas

Centralizadores
Centralizadores finais
finais
Corpo do conector

Fibras ópticas
Emenda por fusão

Efetua o alinhamento e a “soldagem” da fibra, finalizando o processo de fusão. Durante a


fusão, as fibras são revestidas de resinas, evitando a ruptura no ponto emendado.

90

O clivador faz parte desse processo, que consiste em um corte na ponta da fibra óptica,
sendo essencial para que na fusão haja a aproximação dos núcleos das fibras a serem
emendadas.

Após a realização das emendas ópticas, todas as fibras são acondicionadas. Elas ficam em
uma caixa de emenda óptica, apropriada para o ambiente de instalação do cabo (aéreo ou
subterrâneo).

Caixa fosc – entrada de cabos Confecção da bandeja de fibras



Quando se utiliza o procedimento de uma emenda emergencial no cabo óptico em que o
objetivo é recuperar os sistemas ativos, deve-se, em seguida, planejar uma programação de
execução da emenda definitiva.

Procedimento para a confecção de emendas


Deverá ser observada a descrição em anexo na própria emenda. Deve-se atentar para os 91
seguintes detalhes quando é confeccionada a emenda:

ƒƒ
verificar se mãos, partes do cabo a ser emendado e local estão limpos;
ƒƒ

capítulo 05: cabos de sinalização


realizar o procedimento em tempo seco (sem chuva);
ƒƒ
adotar como materiais de limpeza: estopa, toalhas de papel, álcool ou isoparafina;
ƒƒ
utilizar lona encerada sobre o local (se possível).

Todos os pontos de emendas deverão ser locados e anotados em


planilha de reparos de cabos ou desenhos do pátio.

Tabela para dimensionamento de emendas para cabos

Nº de
condutores 2 3 4 6 8

Bitola (mm²)

1.00 11/11 11/11 11/11 11/11 11/22

2.50 12/22 12/22 12/22 12/22 12/33

4.00 22/22 22/22 22/22 22/33 22/33

6.00 23/23 23/23 23/23 23/33 23/33

10.00 23/23 23/33 23/33 23/43 23/43

16.00 24/33 24/43 24/43

25.00 34/43 34/43 34/43

35.00 34/43 34/43 34/43


92
1. Marque abaixo a alternativa correta.

a. ( ) De acordo com a localização dentro do pátio, os equipamentos do sistema de sinalização podem ser
divididos em: equipamentos de campo e equipamentos de iluminação.

b. ( ) A captação dos códigos transmitidos pelo BCT ocorre a partir de duas bobinas que estão montadas 93
a bordo da locomotiva.

c. ( ) Cada vez que há uma mudança de cabsinal, uma buzina toca durante cinco segundos.

d. ( ) Os sistemas de sinalização servem para controlar os sinais luminosos das vias férreas de modo que
elas fiquem mais iluminadas facilitando a circulação dos trens nas via.

2. Coloque V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) Os cabos de sinalização são necessários para que as informações sejam enviadas e recebidas por meio
de uma interligação entre os equipamentos de campo e de abrigo.

( ) As equipes de manutenção dos cabos ópticos são treinadas e equipadas com: equipamentos,
instrumentos e material adequado à manutenção em cabo óptico.

( ) Facão, picaretas, parafusos e martelos são alguns dos materiais necessários para a manutenção dos
cabos ópticos.

( ) O processo de combustão dos condutores é a metodologia utilizada para localizar defeitos em cabos.

( ) Na pesquisa de defeitos em cabos, é possível encontrar falhas dos tipos baixa, alta e de média
resistência.

( ) Na manutenção dos cabos ópticos, tem-se as emendas mecânicas e as eletromecânicas.

3. Qual é a finalidade do processo de queima de combustão nos condutores?

4. Quais são os procedimentos necessários para a instalação do conjunto de equipamentos?


5. Diga o nome e a finalidade do aparelho ilustrado a seguir:

94

6. Como é feita a pré-localização das falhas nos cabos?


7. Relacione as informações:

Tipos de falhas:
a. baixa resistência
b. alta resistência
c. cabo interrompido 95

( ) Deve-se baixar os valores de resistência, que se situam abaixo do valor aceitável, para os valores de
comprimento e diâmetro do cabo teste até chegar ao mínimo necessário para a pesquisa de defeito com
pré-localização.

( ) Na pré-localização de falhas, o FL-1 só visualiza, de forma precisa, os valores de resistência menor ou


igual a 100 ohms.

( ) Esse tipo de falha é muito comum devido às descargas atmosféricas ou até mesmo à ação de roedores.

8. O que é emenda definitiva?


gabarito

para você relembrar 04.


A partir da entrega do estafe (bastão) ao maquinista.
Capítulo 01
01. Capítulo 03
a. sistema de sinalização – dispositivos – licenciamento 01.
b. pátios de cruzamento São dispositivos eletromecânicos que abrem ou fecham
c. licenciamento – seção de bloqueio contatos, por intermédio da energização de uma bobina
96 d. bobinas de captação que só ocorrerá se existir tensão e corrente elétrica.

02. 02.
a O intertravamento é um sistema que utiliza
lógica baseada em relés ou em equipamentos
03. microprocessados e eletrônicos, localizado nos pátios de
Redução no consumo de combustível, centralização cruzamento e pátios terminais, com a função de garantir
da operação ferroviária, otimização do uso da frota de a segurança no controle do tráfego de trens.
material rodante, melhoria da velocidade comercial,
aumento da segurança nas operações e detecção rápida 03.
de descarrilamentos e trilhos quebrados. Falsa, pois os relés vitais permitem que as falhas sejam
tratadas a favor da segurança.
OBS: o aluno deverá citar apenas duas opções das
respostas apontadas. 04.
Posicionar os aparelhos de mudança de via no trajeto da
04. rota, orientar o sentido de tráfego, travar as máquinas de
c–b–a–d chave e acionar os geradores de código de velocidade.

Diagrama Funcional do Intertramento


05.
Capítulo 02
01. Sentido Controle Indicação
Indicação
Sentido máquina
Máquina
a. fila nos terminais. tráfego
tráfego Controle
máquina
chave chave
chave máquina
máquina
chave
chave

b. malha.
c. consumo do combustível.
d. tempo de parada. Comando
Comando Rota
Rota
Travamento
Travamento
máquina
máquina
Verificação
Verificação
rota
rota
Aproxi-
Aproximação
mação
Travamento
Travamento
rota
chave
a
F

I Circuito
Circuito Controle
Controle
via
via de
desinal
sinal
L

b M A L H A

N
Circuito
Circuito Sinal
Sinal
O

E 06.
R I. a
M
II. b
c C O N S U M O D O C O M B U S T I V E L
III. c
N

d T E M P O D E P A R A D A

S
Capítulo 04
01.
a. Sistema de gestão da ferrovia (SGF), intertravamento
02. distribuído, controle automático de trem e regulamento
d de operações ferroviárias (ROF).

03.
b–f–a–d–e-c
b. Executar de forma segura a verificação e o controle revisando o estudo
dos dispositivos que fazem parte do percurso de uma
rota, detectar o trem pelos circuitos de via AC e pelo 01.
contador de eixos, controlar a posição dos AMVs, B
supervisionar e controlar as máquinas de chaves e
travadores elétricos. 02.
V–V–F–V–F–F
OBS: o aluno deverá citar apenas duas opções das 97
respostas apontadas. 03.
Localizar falhas nos cabos.
02.
d 04.
Conectar os cabos de aterramento, efetuar as conexões
03. dos cabos de interligação dos equipamentos e dos
cabos de saída de alta tensão do conjunto, desconectar
Terminologia Significado o cabo a ser reparado do bloco de terminais, conectar
a entrada de alimentação AC 220 V no equipamento e
Shunt Conexão de baixa resistência aplicada fazer contato via rádio com a equipe de pesquisa em
entre os trilhos do circuito de via campo para verificar se as extremidades do cabo a ser
analisado estão desconectadas.
Curto-circuito Representa o shunt anormal aplicado entre
os trilhos 05.
É um aparelho OTDR. Ele tem por finalidade localizar as
Sensibilidade ao shunt Valor máximo da resistência de shunt, falhas em cabos metálicos.
capaz de ocasionar a queda do relé do
circuito de via 06.
Um pulso de tensão é enviado pelo localizador quando
Perda de lastro É quando ocorre a passagem da corrente o equipamento é acionado para realizar uma medida.
elétrica de um trilho para outro, por meio As falhas são detectadas quando resultam de variação
do dormente ou do lastro da via de impedância característica do par de condutores,
provocando reflexão deste pulso.
Resistência de lastro Resistência oferecida pelos dormentes e
pelo lastro com relação à perda de lastro 07.
entre os trilhos do circuito de via b–c–a

Resistência dos trilhos Resistência total oferecida à passagem de 08.


corrente elétrica pelo conjunto de trilhos e Emenda definitiva é a normalização do cabo em
pelas conexões entre os aparelhos e a via manutenção no local onde estão as falhas.

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