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Correção geométrica

da via
COLABORADORES:

> Edmar Mencher


> Edmilson Rangel
> Jorge Augusto Diniz
> Marcos Rangel

Outubro de 2011
mensagem Valer

Caro Empregado,

Você está participando da ação de desenvolvimento de Correção


geométrica da via de sua Trilha Técnica.

A Valer – Educação Vale construiu esta Trilha em conjunto com


profissionais técnicos da sua área, com o objetivo de desenvolver as
competências essenciais para o melhor desempenho de sua função, e
o aperfeiçoamento da condução de suas atividades diárias.

Todos os treinamentos contidos na Trilha Técnica contribuem para o


seu desenvolvimento profissional e reforçam os valores saúde e
segurança, que são indispensáveis para sua atuação em
conformidade com os padrões de excelência exigidos pela Vale.

Agora é com você. Siga o seu caminho e cresça com a Vale.

Vamos Trilhar!
INTRODUÇÃO 5

MÓDULO I: GEOMETRIA DE VIA 8

Introdução 9
Elementos altimétricos 11
Planimetria 13
Nivelamentos e superelevação 17
Flecha e alinhamento 23

MÓDULO II: MÉTODOS DE CORREÇÃO GEOMÉTRICA 26

Método algébrico ou analítico 27


Cálculos da correção geométrica 33
Técnicas e cuidados para correção geométrica 47
Nivelamento manual 49
Método absoluto e método relativo 57
Nivelamento mecanizado 63
Método de correção geométrica mecanizada utilizando sistemas ALC / GVA 65

MÓDULO III: TÉCNICAS DE SOCARIA 68

Técnicas de socaria manual e semimecanizada 69


Socaria de dormentes com EGP 71

MÓDULO IV: PARÂMETROS DE MONITORAMENTO E CONTROLE


DA MANUTENÇÃO 72

Limites de bitola e empenos 73


Limites de superelevação 81
Limites de alinhamento 83
Correção de bitola 85
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Introdução
Introdução

NESTE CURSO VOCÊ TERÁ noções básicas de de estudar os métodos usados para fazer a
geometria de Via Permanente. Verá como é correção geométrica da via, as técnicas de socaria
realizada sua manutenção e seus reparos, manual e semimecanizada e, por fim, conhecerá
conforme as normas técnicas e de segurança, e os parâmetros de monitoramento e controle,
conhecerá os instrumentos e o maquinário utilizados na manutenção da superestrutura da
frequentemente usados na execução de correção via permanente.
geométrica. Além disso, você terá a oportunidade

Correção Geométrica da via

Parâmetro de
Geometria da via Métodos de Correção monitoramento e
Técnicas de Socaria
Geométrica controle da
manutenção

Ao terminar o curso, você deverá ser capaz de:

>>identificar os planos de referência, que detectam a posição relativa dos trilhos;


>>reconhecer os elementos altimétricos;
>>distinguir os variados tipos de curvas da planimetria;
>>reconhecer os tipos de nivelamento;
>>descrever as principais funções da superelevação na linha;
>>avaliar quando a via está desalinhada e desnivelada;
>>executar a correção de nivelamento na via com equipamentos variados;
>>diferenciar os métodos de correção geométrica: algébrico e analítico;
>>calcular a correção geométrica, usando um calculador mecânico;
>>calcular a correção geométrica, usando um programa de computador;
VALER - EDUCAÇÃO VALE

>>reconhecer as técnicas e cuidados para correção geométrica;


>>descrever como é feito o nivelamento manual e mecanizado da via;
>>distinguir as características dos métodos absoluto e relativo;
>>reconhecer como é feita a correção geométrica mecanizada utilizando sistemas ALC/GVA;
>>definir socaria manual;
>>reconhecer como é feita a socaria manual;
>>reconhecer como é feita a socaria de dormentes com EGP;
>>reconhecer os pontos de medição de bitola da via – trilho com e sem desgaste;
>>descrever os parâmetros mínimos e máximos de bitola larga e métrica;
>>calcular os valores máximos admissíveis para empeno, em tangente e em curva;
>>calcular os limites de superelevação em curvas;
>>descreverá os procedimentos necessários para realizar o alinhamento da superestrutura.

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Introdução
VALER - EDUCAÇÃO VALE

Módulo I
GEOMETRIA DE VIA

Neste módulo, você conhecerá noções básicas de geometria de Via Permanente. Saberá, ainda,
como é feita a sua manutenção e seus reparos, conforme as normas técnicas e de segurança.
Além disso, você irá conhecer quais são os instrumentos, e o maquinário frequentemente usados
na execução de correção geométrica.

Depois de estudar este módulo, você estará apto a:

>>identificar os planos de referência que detectam a posição relativa dos trilhos;


>>reconhecer os elementos altimétricos;
>>distinguir os variados tipos de curvas da planimetria;
>>reconhecer os tipos de nivelamento;
>>descrever as principais funções da superelevação na linha;
>>avaliar quando a via está desnivelada;
>>executar a correção de nivelamento na via com equipamentos variados.
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Introdução
Introdução
A Geometria da via permanente é constituída por três planos de referência, que identificam a posição
relativa dos trilhos.

No sentido longitudinal, temos as inclinações ou rampas interligadas por curvas de concordância


vertical, compondo o perfil altimétrico da via.

Em planta, temos as tangentes que, interligadas por setores curvos horizontais de características
variáveis, formam o perfil planimétrico da via.

Este plano também pode variar no espaço, no sentido transversal à grade, devido à necessidade de se
adotar superelevação nas curvas, ou por anomalias no sentido longitudinal, por desnivelamento,
empeno da grade (torção) ou outras anomalias.
VALER - EDUCAÇÃO VALE

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Relembrando | 11 |

Elementos altimétricos
Elementos altimétricos
Na altimetria, os elementos básicos são curvas e tangentes, vistos sob um plano vertical. As tangentes
poderão estar posicionadas em rampas ou em nível.

As curvas são os elementos de concordância que interligam as tangentes,


podendo ser côncavas ou convexas.

RAMPAPesquisando

A concordância vertical resume-se em considerar dois greides retos, definidos por suas respectivas
declividades ou rampas, “i1” e “i2”, concordados por uma curva.
Observando

FIGURA 1.1: ALTIMETRIA DA RAMPA.

As rampas são ascendentes ou descendentes, de acordo com o sentido de circulação de determinado


trem, e seus valores são expressos em porcentagens, que indicam a variação da cota ou posição
vertical entre dois pontos em relação à distância horizontal entre eles.

Relembrando

FIGURA 1.2: ESQUEMA DA RAMPA AB.

A expressão da rampa ab será dada pela relação: (H/D)*100.


VALER - EDUCAÇÃO VALE

RAMPA COMPENSADA

A Rampa compensada expressa um valor fictício de rampa no qual a resistência imposta à


circulação do trem é equivalente à soma das resistências impostas pela curva horizontal e pela
rampa real da linha.
Relembrando

Assim, quando se especifica uma rampa máxima de 1% compensada,


quer dizer que, em um segmento da ferrovia em tangente em planta, o
valor real da rampa será de 1%.

Já em segmentos da ferrovia em curva em planta, a rampa real será


menor que o 1% especificado, de modo a compensar o fator restritivo
adicional da curva.

Pesquisando

Observando

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Planimetria
Planimetria
CURVA CIRCULAR

A curva circular se caracteriza por possuir um raio único em toda sua extensão. Veja todos os seus
elementos na Figura 1.3.

Os elementos de uma curva circular são:

>>desenvolvimento: extensão da curva representada pelo arco tc b ct;


>>tangentes da curva: segmentos a-tc e ct-c;
>>pontos notáveis de entrada e saída de curva: “tc” e “ct”, respectivamente, tangente circular e
circular-tangente, como mostra a Figura 1.3 a seguir;

>>raio de curvatura: “r”;


>>ângulo central: “ac”;
>>corda da curva: “c”;
>>tangentes externas: prolongamento das tangentes a-tc e ct-c;
>>ponto de interseção das tangentes externas da curva: “pi”;
>>Flecha: a flecha é determinada pela relação: R 2
= (R-f)2 + (C/2)2 .

Logo:

Grau de curva: é o ângulo central que corresponde a uma determinada corda. O grau de curva é dado
pela seguinte relação:
VALER - EDUCAÇÃO VALE

Na EFVM as curvas são identificadas utilizando grau de curva para uma


corda de 20 m.

Logo, substituindo C pelo valor de 20 m temos:

Pesquisando

Observando

FIGURA 1.3: CURVA CIRCULAR.

Na realidade das ferrovias não existem curvas circulares. A variação brusca entre o raio infinito
das tangentes e o raio constante das curvas circulares, por maior que seja este raio, provoca
esforços laterais no momento da inscrição dos trens que com o tempo acabarâo por si mesmo
smoldando um ramo de transição.

CURVAS COM SEGMENTOS DE TRANSIÇÃO EM ESPIRAL

A curva de transição é uma forma geométrica que permite com que o raio varie gradualmente de
um valor infinito, no ponto de ligação com as tangentes (TE), até o valor específico do raio (R) da
curva circular, no ponto de ligação com esta (EC).

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Planimetria
No plano vertical, permite que a superelevação varie uniformemente desde o valor zero, no ponto
de início da curva de transição (TE), até o valor dimensionado em função do raio e velocidade no
início da curva circular (EC), mantendo-se constante a partir deste ponto, decrescendo
uniformemente na curva de transição de saída até o valor zero no ponto onde se inicia nova
tangente (ET).

Em quase todas as ferrovias brasileiras foram adotadas como transição


a curva espiral de Talbot, ou clotóide, em virtude da sua facilidade de
locação e por seu rigor técnico.

Relembrando

Pesquisando

FIGURA 1.4: CURVA SEGMENTOS DE TRANSIÇÃO EM ESPIRAL.

Observando

CURVA COMPOSTA

A curva composta é formada por duas curvas circulares de mesmo sentido e diferentes raios,
sem que haja uma tangente entre elas. Entre os segmentos circulares existe uma curva de
transição espiral.

CURVA REVERSA

A curva reversa é formada por duas curvas de sentido contrário entre si, sem que haja uma
tangente entre elas.
VALER - EDUCAÇÃO VALE

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Nivelamentos e superlevação
Nivelamentos e
superelevação
NIVELAMENTO LONGITUDINAL

É a disposição das cotas de topo do trilho em ambas as filas, e no sentido longitudinal, ao longo do
traçado. O chamado defeito de nivelamento longitudinal é caracterizado pela existência de pontos
altos e baixos de ocorrência simultânea (por igual em ambas as filas) ao longo da linha.

O defeito de nivelamento longitudinal é menos critico que o empeno, mas gera desconforto se
ultrapassar certos limites, podendo acarretar desengate dos veículos e fracionamento do trem, em
casos extremos.

Relembrando

Para medições e correções dos defeitos de nivelamento longitudinal, é


necessária a utilização de aparelhos específicos para este fim, podendo
ser, um nível óptico ou aparelho laser dos equipamentos de correção
geométrica.

FIGURA 1.5: DESNIVELAMENTO LONGITUDINAL.

Pesquisando

Observando
VALER - EDUCAÇÃO VALE

REFERÊNCIAS PARA CORREÇÃO DE NIVELAMENTO

Para executar a correção de nivelamento na via com equipamento de grande porte, equipamento de
pequeno porte ou equipamento manual, devem-se seguir os seguintes passos.

>>Em tangente:
>> avaliar o trilho mais alto;
>> executar a medição das cotas longitudinalmente no trilho referência;
>> executar a correções necessárias do nivelamento longitudinal no trilho referência;
>> conferir nivelamento transversal;
>> se necessário, corrigir o nivelamento transversal, atuando no trilho oposto ao de
referência.

>>Em curva:
>> executar as medições de nivelamento longitudinal, sempre no trilho interno da curva;
>> executar as correções no nivelamento longitudinal, sempre no trilho interno da curva;
>> conferir nivelamento transversal;
>> corrigir, se necessário, o nivelamento transversal, atuando no trilho externo da curva.

>>Em AMV:
>> executar as medições, tomando como referência o lado do trilho de encosto reto;
>> executar as correções no nivelamento longitudinal, sempre no trilho de referência;
>> conferir nivelamento transversal;
>> corrigir o nivelamento transversal, atuando no trilho da linha desviada, usando sempre
como referência o lado do trilho de encosto reto nivelado.

NIVELAMENTO TRANSVERSAL

O nivelamento transversal é a diferença de cota entre um trilho e outro no mesmo ponto de uma
determinada seção transversal.

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Nivelamentos e superlevação
O nivelamento transversal, medido nas tangentes, ou superelevação, medido nas curvas, nada mais é
que a diferença de cota entre o topo dos trilhos da linha, no mesmo ponto quilométrico. O objetivo da
superelevação é compensar o efeito da força centrífuga nas curvas, onde o veículo tende a ser
deslocado para o lado externo da curva. A compensação é feita realizando a elevação do trilho
externo, em função do raio da curva e da velocidade dos trens.

EMPENO

A variação do nivelamento transversal entre dois pontos de medição definidos, ou base de medição
definida, denomina-se “empeno”. Nas curvas de transição, a superelevação tem que variar de zero até
o valor limite calculado para a curva circular. Nesses segmentos, têm-se empenos dimensionados e
que devem atender aos limites máximos de variação estabelecidos.

FIGURA 1.6: EMPENO EM P1 = ((SE1) – (SE0)).

Durante a medição, um dos trilhos deverá ser tomado como referência.

No exemplo mostrado na Figura 1.5, como os desnivelamentos estão em direção oposta, o empeno
será dado por: P1 = ((SE1) – (-SE0)) => P1 = (SE1 + SE0).

SUPERELEVAÇÃO

É o incremento de altura que se dá à fila externa dos trilhos nas curvas, para que seja possível
compensar, num todo ou em parte, a ação da força centrípeta. Este incremento é calculado em
função do raio de curva e da velocidade máxima dos trens.

Principais funções da superelevação na linha:

>>produzir uma melhor distribuição de cargas em ambos os trilhos;


>>reduzir os defeitos superficiais e desgastes dos trilhos e materiais rodantes;
VALER - EDUCAÇÃO VALE

>>compensar, parcial ou totalmente, o efeito da força centrífuga, com redução de suas


consequências;

>>proporcionar conforto aos passageiros.

Relembrando

FIGURA 1.7: DEMONSTRAÇÃO DE SUPERELEVAÇÃO.

Existem dois modelos para se calcular a superelevação:

1ª – superelevação teórica;

2ª – superelevação prática.

A superelevação teórica é aquela em que a resultante do peso e da força


centrifuga é perpendicular ao plano dos trilhos. Neste caso, ocorre uma
distribuição uniforme da carga do eixo do veículo nos dois trilhos.

Pesquisando

Calcula-se esse tipo de superelevação pela seguinte expressão:

Observando

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Nivelamentos e superlevação
Como, na pratica, os trens não operam sempre na VMA do trecho, necessita-se adotar um critério no
sentido de obter uma melhor situação entre os trens rápidos (vazios) e pesados (lentos), garantindo
um valor mínimo de superelevação, capaz de assegurar completa segurança contra tombamento para
o lado externo da curva. Nesse sentido, algumas ferrovias adotam critérios para calcular a superelevação
prática. Geralmente, ela é expressa pela equação a seguir:

Relembrando

Ou seja, a superelevação prática vale 2/3 do valor teórico.

A fórmula de superelevação pratica é a adotada como parâmetro para as


linhas da Vale.

CRITÉRIOS DE SUPERELEVAÇÃO MÁXIMA

Para as linhas de bitola métrica, a superelevação máxima não deve ultrapassar o valor de 100 mm,
devido ao risco de desequilíbrio dos vagões, caso haja necessidade de sua parada. Se, por algum
motivo isso, venha a ocorrer o trecho deverá ser bloqueado, até que seja feita a correção.
Pesquisando
Para linhas de bitola larga, a superelevação não deve ultrapassar o valor de 160 mm. Caso isso ocorra,
o trecho deverá ser bloqueado, até que seja feita a correção.
Observando
VALER - EDUCAÇÃO VALE

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Flecha e alinhamento
Flecha e alinhamento
A materialização no campo, das tangentes e curvas de projeto, ilustrada na Figura 1.7, formam o eixo
da linha. Em planimetria, toda e qualquer alteração da via em relação ao eixo é considerada um
desalinhamento.

FIGURA 1.8: CURVAS E TANGENTES EM REPRESENTAÇÃO PLANIMÉTRICA.

Na prática, o desalinhamento pode ser avaliado em valor absoluto quando, na linha, existirem
marcos fixos de referência. Nesse caso, basta verificar se a distância do eixo da linha até o marco
está de acordo com o projeto. Na inexistência de marcos fixos, o alinhamento é avaliado de
maneira relativa, ou seja, em relação a uma base de medição, que pode ser uma corda de 10 ou 12
metros, quando em uma curva.
Relembrando

A verificação da flecha (valor “f” da Figura 1.7) permite avaliar a situação da


curva em relação ao raio de projeto, ou em relação aos limites de variação
de flechas admissíveis, e também ponto a ponto ao longo da curva.

Na tangente, a base de medição pode também ser uma corda de 10 metros, de 12 metros ou
extensões maiores, em função do aparelho de medição disponível.

As curvas de uma linha férrea têm por finalidade alterar a direção de marcha dos trens em
movimento, isto é, fazer com que o material rodante gire em torno de seu eixo vertical; este giro
deve ocorrer de forma a evitar impactos no material rodante.

Quando se faz a medição de flechas da curva é importante também observar a variação das
mesmas entre pontos pré-definidos. Os valores da flecha, por si só, nos interessa para determinação
do raio máximo da curva e, conseqüentemente, dos tipos de veículos e velocidades que nela
podem circular.
Pesquisando

Observando
VALER - EDUCAÇÃO VALE

As variações de flecha são normais e necessárias para a formação das espirais e transposição entre
as tangentes e as curvas circulares. Seu crescimento é não linear e deve variar em conjunto com a
superelevação desta região.

Para verificação do alinhamento das curvas, as flechas devem ser medidas no ponto médio de
uma corda com comprimento de 10 metros (na EFVM e EFC) e 12 metros na FCA.

As medições de flechas em milímetros (mm) serão tomadas no ponto médio das cordas, a cada 6
metros na FCA e a cada 5 metros na EFVM e EFC, conforme mostra Figura 1.8, com as extremidades
da corda colocadas no lado interno do trilho externo, 16 mm abaixo da superfície de rolamento.

FIGURA 1.9: MEDIDA DE FLECHA.


Relembrando

As flechas serão medidas com o objetivo de identificar quais as suas


variações entre pontos vizinhos.

Os valores fora da tolerância deverão ser tratados atendendo aos limites de alinhamento para a
manutenção da superestrutura da via permanente.

Pesquisando

Observando

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Flecha e alinhamento
VALER - EDUCAÇÃO VALE

Módulo II
MÉTODO DE CORREÇÃO
GEOMÉTRICA

Neste módulo, você conhecerá quais são os métodos usados para fazer a correção geométrica da
via. Saberá, diferenciar o método analítico do algébrico e conhecerá duas formas de calcular a
correção geométrica: usando calculador mecânico e usando programas de computador. Além
disso, você estudará como é feito o nivelamento manual e mecanizado, entre outros aspectos.

Depois de estudar este módulo, você estará apto a:

>>diferenciar os métodos de correção geométrica: algébrico e analítico;


>>calcular a correção geométrica, usando um calculador mecânico;
>>calcular a correção geométrica, usando um programa de computador;
>>reconhecer as técnicas e cuidados para correção geométrica;
>>descrever como é feito o nivelamento manual e mecanizado da via;
>>distinguir as características dos métodos absoluto e relativo;
>>reconhecer como é feita a correção geométrica mecanizada, utilizando sistemas ALC/GVA.
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Método algébrico ou analítico


Método algébrico ou
analítico
A correção de curvas por este método consiste em usar o teorema dos três pontos para buscar corrigir
as flechas deformadas (medidas no campo), através de sucessivos puxamentos, até que se consiga
uma distribuição satisfatória de flechas.

Para que haja esta correção, devem ser observadas as seguintes premissas:

a) manter inalteradas as posições das tangentes;

b) manter inalterados os pontos notáveis.

A primeira premissa é essencial, pois a idéia do método não é alterar o traçado da linha, mas apenas
corrigir anomalias pontuais, mantendo, inclusive, o ângulo central existente.
Relembrando

A segunda premissa é facultativa podendo haver ajustes na posição dos pontos notáveis, quando
necessário.

A relação existente entre a flecha da curva deformada f e a flecha da curva corrigida f’ é determinada
pelo teorema dos três pontos, cujo enunciado é o seguinte

“Quando se desloca um ponto da curva, de certo valor, em um determinado


sentido, a flecha, nesse ponto, é aumentada ou diminuída desse mesmo valor,
mas as flechas vizinhas têm variação igual à metade desse valor, em sentido
contrário”.

Pesquisando

Observando
FIGURA 2.1: MÉTODO DE CORREÇÃO GEOMÉTRICA ALGÉBRICO OU ANALÍTICO.
VALER - EDUCAÇÃO VALE

Sendo:

f: a flecha deformada.

f’: a flecha corrigida.

∆f: a diferença entre as duas flechas.

p: o puxamento.

O cálculo das flechas se dará segundo a seguinte fórmula (teorema dos três pontos):

Observe a Figura 2.1, para a curva de 1 a 5, lembrando que r0 = r1 = r5 = r6 = 0, por estarem em


tangente ou determinando os pontos notáveis, que não serão deslocados, tem-se:

Relembrando

A somatória de todas as variações de flecha deve ser igual a zero (Δf


= 0), pois a soma das flechas da curva deformada deve ser igual à
soma das flechas na curva corrigida, a menos que se acrescentasse ou
retirasse material dos trilhos.

Pesquisando

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Observando
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Método algébrico ou analítico


FIGURA 2.2: MÉTODO DE CORREÇÃO GEOMÉTRICA ALGÉBRICO OU ANALÍTICO PARA SUCESSIVAS CURVAS.

Através do desenvolvimento da fórmula básica para cálculo de flechas, tem-se:

f’n = fn + rn – r(n-1)/2 – r(n+1)/2

r(n+1)/2 = fn - f’n + rn – r(n-1)/2

r(n+1)/2 = ∆fn + rn – r(n-1)/2

r(n+1) = 2[∆fn + rn – r(n-1)/2]

r(n+1) = 2(∆fn + rn) – r(n-1)

O que acontece para o ponto (n+1) acontece para todos os pontos, inclusive para o “n”. Daí:
VALER - EDUCAÇÃO VALE

Para visualizar este desenvolvimento, basta ver na Figura 2.2 que r3 + f3 = f’3 + [(r2/2) + (r4/2)], o que
faz r4 = 2(∆f3 + r3) – r2/2.

FIGURA 2.3: DIAGRAMAS DE FLECHA E PUXAMENTO.

Os puxamentos para a curva do diagrama, representado na Figura 2.3, são:

r0 = 0

r1 = 0

r2 = 2(Δf1 + r1) – r0

r2 = 2(Δf1 + 0) – 0

r2 = 2Δf1

r3 = 2(Δf2 + r2) – r1

r3 = 2(Δf2 +2Δf1) – 0

r3 = 4Δf1 +2Δf2

r3 = 2(2Δf1 + Δf2)

r4 = 2(Δf3 + r3) – r2

r4 = 2[Δf3 + 2(2Δf1 + Δf2))] – 2Δf1

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Método algébrico ou analítico


r4 = 2(Δf3 + 4Δf1 + 2Δf2) - 2Δf1

r4 = 2Δf3 + 8Δf1 + 4Δf2– 2Δf1

r4 = 2Δf3 + 6Δf1 + 4Δf2

r4 = 2(3Δf1 + 2Δf2 + Δf3)

r5 = 2(Δf4 + r4) – r3

r5 = 2[Δf4 + 2(3Δf1 + 2Δf2 + Δf3)] - 2(2Δf1 + Δf2)

r5 = 2[Δf4 + 6Δf1 + 4Δf2 + 2Δf3] - 4Δf1 - 2Δf2

r5 = 2Δf4 + 12Δf1 + 8Δf2 + 4Δf3 - 4Δf1 - 2Δf2

r5 = 2Δf4 + 8Δf1 + 6Δf2 +4Δf3

r5 = 2(4Δf1 + 3Δf2 +2Δf3 + Δf4)

r5 = 0

r6 = 2(5Δf1 + 4Δf2 + 3Δf3 + 2Δf4 +Δf5)

r6 = 0

O cálculo dos puxamentos se dará segundo a seguinte fórmula:


VALER - EDUCAÇÃO VALE

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Cálculo de correção geométrica


Cálculos da correção
geométrica
Nessa seção você aprenderá as formas de fazer o cálculo da correção geométrica:

1. usando calculador mecânico;

2. usando programas de computador.

CÁLCULO DA CORREÇÃO GEOMÉTRICA USANDO CALCULADOR MECÂNICO

Dentre os calculadores mecânicos primitivamente desenvolvidos para solução do problema o mais


conhecido é o “Bienfait”, idealizado pelo engenheiro de mesmo nome.

FIGURA 2.4: CALCULADOR MECÂNICO BIENFAIT.


VALER - EDUCAÇÃO VALE

Calculador mecânico Bienfait trata-se de um conjunto de pontos móveis, que permitem reproduzir os
valores de flechas, medidas na curva deformada. Quando são feitos puxamentos, que alteram estas
flechas em busca de um diagrama mais adequado de variação, estes pontos são movimentados pelo
Relembrando
calculador em fiel obediência ao teorema dos três pontos, havendo referência através de réguas
graduadas. Nas sucessivas movimentações, cada ponto de flecha carrega consigo outros pontos: o
primeiro, na mesma estaca, referente ao puxamento correspondente àquela correção, portanto, com
o mesmo valor e no mesmo sentido; os outros dois, nas estacas anterior e posterior, referentes às
flechas adjacentes, seguindo o princípio do ”teorema dos três pontos”, com metade do valor alterado
e no sentido contrário.

Ao se corrigir uma flecha, por exemplo, diminuindo o seu valor, o


calculador faz um puxamento de igual valor e sinal no mesmo ponto, e as
duas flechas adjacentes são aumentadas em metade deste mesmo valor.

Para uso do calculador mecânico, deve-se seguir os seguintes passos:

1. certificar-se de que as referências de puxamento estejam posicionadas no valor zero;

2. registrar os valores medidos das flechas em cada ponto correspondente no aparelho;


Pesquisando
3. avaliar o conjunto de flechas registrado como uma espécie de diagrama de flechas deformadas.
Deve-se, através da alteração dos valores de flechas registradas, buscar adequar o diagrama para
que se assemelhe o mais possível a um trapézio isósceles;
Relembrando
Observando
4. anular as possíveis flechas de valor negativo que se encontrem nas tangentes anterior e
posterior à curva;

5. diminuir ou aumentar as diferenças de valores entre as flechas nos segmentos de transição,


de modo a deixar uniforme as suas variações, segundo um alinhamento inclinado. O tamanho
mínimo destes segmentos deverá estar previamente determinado na ficha da curva, em
função do seu raio;

Não se pode esquecer de que a primeira flecha existente maior que zero
determina o te da curva, e a última deste segmento inclinado, menor que
a flecha padrão do trecho circular, determinará o ec (ou estará próximo
dele).

6. diminuir ou aumentar as diferenças de valores entre as flechas no segmento da curva circular, de


modoRelembrando
a deixar sensivelmente iguais os seus valores (tanto quanto possível);

O trapézio não precisa estar perfeito, bastando que não haja diferenças
significativas entre os pontos trabalhados. Além disso, deve-se observar
Pesquisando a existência de restrições de puxamento na curva, por qualquer que seja
a razão.

Observando

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Cálculo de correção geométrica


7. sempre que possível procurar equilibrar os puxamentos de sinal positivo com os de sinal negativo
em uma mesma curva. Isto dará melhores resultados práticos quando da implementação dos
trabalhos no campo, evitando falta ou excesso de material;
Relembrando

Puxamentos pequenos não precisam necessariamente ser equilibrados,


porque podem ser absorvidos pela movimentação dos trilhos, por entre as
talas de junção ou esforços internos no próprio trilho.
Relembrando

8. em se tratando de curvas maiores que a capacidade do aparelho, as flechas deverão ser lançadas
de duas ou mais vezes, tendo-se o cuidado de não alterar a última flecha lançada, já que não irá
haver a movimentação da seguinte em posição contrária, e deve-de repetir algumas flechas do
lançamento anterior, com seus valores já corrigidos e acompanhados de seus respectivos
puxamentos, no lançamento seguinte;

Nesta segunda seqüência de flechas, não se pode alterar a primeira flecha


lançada, já que não irá haver a movimentação da anterior em posição
contrária.

9. quando se for tratar de curva composta, ou seja, curvas com dois ou mais segmentos circulares,
cada Pesquisando
um com um raio e com um valor de flecha, cada segmento de curva circular deverá ser
concordado separadamente, alinhando somente as flechas de um determinado segmento por
vez. O mesmo também deve ocorrer para o segmento de transição, que une os dois segmentos
circulares. Deve-se ter perspicácia para, em algumas vezes, descobrir que a curva é composta e se
evitarObservando
o inconveniente de forçar igualdade de todas as flechas num só valor, imprimindo-se
Pesquisando
grandes puxamentos, sem ganho de qualidade geométrica considerável;

10. quando se for operar em curva reversa, as flechas da segunda curva, que têm sentido contrário,
deverão ser lançadas com valores negativos e, obviamente, seus puxamentos correspondentes
Observando
estarão com os sinais trocados, ou seja, aqueles que se apresentarem como negativos para a
primeira curva serão positivos para a segunda. O mesmo estará ocorrerá em relação às flechas;

11. se a quantidade de movimentações de pontos for grande, com reincidências diversas em vários
pontos, nas diversas tentativas de se arredondar a curva, os valores de puxamentos encontrados
no final devem ser anotados, apenas de forma provisória, na ficha de resultados. Esses valores
devem ser lançados novamente no aparelho de uma só vez, para se alterar as flechas iniciais
medidas, que já deverão estar relançadas. As distorções que irão aparecer, que são erros
acumulados devido à imprecisão mecânica do aparelho, deverão, então, ser corrigidas através de
pequenas alterações de flechas chegando-se, assim, a resultado final mais preciso.
VALER - EDUCAÇÃO VALE

CÁLCULO DA CORREÇÃO GEOMÉTRICA USANDO PROGRAMAS DE COMPUTADOR

Um programa de computador ainda bastante usado para cálculo da correção geométrica nas ferrovias
brasileiras é o SAP 2, desenvolvido pelo Centro de Pesquisas Ferroviárias da ex-FEPASA, e difundido
entre as operadoras ferroviárias, no início da década de 1990. Esse programa atende de maneira
satisfatória, mas tem aspectos diversos que mereceriam adequação, entre as quais estão os critérios
de superelevação adotados e o fato de rodar ainda em ambiente MS-DOS, entre outros aspectos.

Para ser utilizado é necessário instalar os arquivos executáveis SAP2.EXE, DBEDIT.EXE e EDIT.EXE, em
Diretório nomeado SAP2, por exemplo, a ser criado.

>>O arquivo SAP2. EXE é o programa de cálculo em si e gera arquivos com extensão “.SAP”, que
contém as várias tentativas de arredondamento, que forem feitas para uma determinada curva
com respectivas flechas originais, de projeto e propostas, além de puxamentos, tolerância
adotada, “status” de utilização das fases 1 e 2 implementadas, somatório de puxamentos
negativos e positivos, pontos notáveis e pontos de flechas fixas.

São gerados também, de forma opcional através da janela de Relatório no menu principal,
arquivos com extensão “.REL”, que são os “retratos” em tela do Relatório que será gerado impresso,
para a marcação de campo. Além das informações do arquivo mencionado anteriormente, possui
também várias outras informações, dentre elas a superelevação, o desenvolvimento, a velocidade
do trecho, etc.

> >O arquivo DBEDIT.EXE é o programa de banco de dados, e gera, para cada curva nele
lançada, um arquivo com extensão “.FL”, que contém todas as informações lançadas de
determinada curva.

>>O arquivo EDIT.EXE não é necessário para os cálculos, mas vai se transformar em ferramenta
boa para consulta do relatório a ser gerado, que contém informações de flechas, puxamentos
e principalmente superelevações, sem a necessidade de impressão, depois das
experimentações de se arredondar melhor a curva.

A partir daí, deve-se seguir a seguinte seqüência de trabalho:

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Cálculo de correção geométrica


Relembrando
DIGITAÇÃO DE DADOS DA CURVA

Para fazer a digitação de dados da curva é necessário seguir as cinco etapas descritas adiante.

1. Estando no ambiente Windows, dar um clique duplo no arquivo DBEDIT.EXE.

2. Cadastrar a curva digitando o nome do arquivo com, no máximo, 8 caracteres e a extensão “.FL”.

Estes caracteres são para identificar a curva – número e km por exemplo.

3. Digitar <ENTER>.Isto fará gerar arquivo de extensão “.FL”, que armazenará os dados de
lançamento da curva específica.

4. Nas linhas seguintes, inserir o campo comentários e flechas com as informações a seguir
destacadas:

4.1 primeiras linhas: Utilizar para informações importantes, que identificarão, na folha de rosto
do relatório a ser gerado, a curva, detalhes e circunstâncias do levantamento;
Pesquisando

Ex.: residência, núcleo, nº da curva, lado direito ou esquerdo, Km, Estações entre as quais se
localiza, onde começa a curva, nome de quem fez o levantamento de campo, data, etc. A
Observando
cada linha, digitar <ENTER> para passar à seguinte.
Relembrando

Pode-se usar quantas linhas quiser, mas somente aparecerão no relatório


o que estiver nas primeiras dez linhas.

4.2 linha intermediária: <#>, <vírgula>, <ENTER>, para que haja separação dos dados seguintes,
que serão numéricos e não texto;

4.3 últimas linhas: <flecha levantada em campo>, <ENTER>, uma em cada linha. Após a
digitação da última flecha, digitar <F10>.

5. confirmar (ou não) as informações, através do questionamento do sistema, teclando <Y> para
sim e <N> para não. Confirmando Sim, o sistema fecha o arquivo DBEDIT.EXE e volta ao MS-DOS,
tendo alimentado com informações o arquivo de dados criado.

Inserção de parâmetros da linha e de cálculo


Pesquisando
Para inserir parâmetros da linha e de cálculo é necessário:

1. dar um duplo clique no arquivo SAP2.EXE, para entrar no programa de cálculo e visualizar o
Observando
menu principal;
VALER - EDUCAÇÃO VALE

MENU

CURVAS

TOLERANCIA

CONF. CURVA

RELATORIO

FASE 2

RESULTADO

APAGA RESULT.

PROCESSA

SAI DO SAP

2. no menu principal, posicionar o cursor em “Curvas” e teclar <ENTER>.Vai aparecer a lista de todas
as curvas cadastradas que se encontram no diretório SAP2, como no exemplo a seguir:

*.FL

C002K585.FL

C003K585.FL

C004K585.FL

C001K586.FL

C002K586.FL

C003K586.FL

C005K604.FL

179

C004K625.FL

C002K670.FL

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Cálculo de correção geométrica


3. no menu de cur vas, é necessário posicionar o cursor no arquivo da cur va que será
calculada e teclar <ENTER>. Em seguida, aparecerão no vídeo o gráfico da cur va digitada
e o menu principal;

4. no menu principal, posicionar o cursor em ”tolerância” e teclar <enter>.

Relembrando

Tolerância

A tolerância é a diferença máxima que será admitida nos cálculos entre as flechas ideais
calculadas e as flechas que serão decorrentes dos puxamentos propostos. O programa utiliza
3,0 mm como “defaut ”.

Quanto mais refinado o cálculo menor a tolerância a adotar. De forma inversa,


quanto pior o padrão geométrico da curva maior deverá ser a tolerância para
que o programa não indique puxamentos elevados, ou seja, puxamentos que a
socadora não possa executar.

Existem casos que a solução é uma realocação topográfica com puxamentos construtivos e não
simples arredondamento.

Na dúvida, é melhor iniciar com tolerância de 6.0 mm, aumentando-a ou diminuindo-a em


experimentações seguintes, até se conseguir uma boa situação de projeto.
Relembrando
Pesquisando

A recomendação de quem opera com as Socadoras é de que “é melhor


Observando fazer um projeto de correção menos preciso, que vai ser executado
integralmente, dentro da capacidade de trabalho da máquina, do que se
projetar um rigor em que as Socadoras, por limitações de trabalho delas ou
condições adversas da via, poderão não dar conta de executar”.

A tolerância estabelecida na fase 1 define a variação máxima entre a flecha ideal projetada e a flecha
resultante após a correção geométrica. A tolerância estabelecida na fase 2 indica a variação máxima
entre as flechas de um ponto, em relação aos pontos adjacentes a ela. No entanto, deve-se tomar o
cuidado de se verificar que a variação de flecha entre pontos adjacentes deve ser menor que a variação
máxima permitida.

Pesquisando

Observando
VALER - EDUCAÇÃO VALE

Para ajustar a tolerância, no menu principal, posicione o cursor em “parâmetros” e tecle <ENTER>.
Aparecerá no vídeo o quadro de parâmetros.

Neste quadro, deverão ser digitados os dados indicados a seguir.

1. Velocidade máxima autorizada no trecho.


Relembrando

Como a superelevação teórica está calculada segundo critérios e parâmetros


de outra operadora (S = bV² / 127R), é necessário utilizar uma tabela de
conversão de velocidade, a ser lançada no programa, para que sejam
obedecidos a fórmula S = BV² / 127R e os limites mínimo de 20 mm e
máximo de 60 mm.

2. Comprimento de corda utilizada para medição (normalmente de 12 m).

3. Deslocamento da máquina entre cada marcação. Neste campo aparecerá na tela, para preenchimento, o
subcampo de “intervalos estacas”, que deve ser preenchido com a quantidade de intervalos entre marcações
de dados de curva que se quer dentro de cada estaca.

Ex.: corda de12m implica estaca de 6m; se a recomendação de marcação é a cada 2m. Então 6m / 2m
= 3 intervalos de deslocamento de máquina.

4. Máquina (A) e Máquina (B) são valores parciais de corda de trabalho da máquina, denominados
“Segmento A” e “Segmento B”.
Pesquisando

Preencher este campo de acordo com a Socadora que vai trabalhar no trecho:

A = 3,00m e B = 7,30m para SNA 08;


Observando

A = 4,40m e B = 8,40m para S4;

A = 3,00m e B = 10,00m para BR-BS.

5. Bitola da linha (aceita 1,00m ou 1,60m);

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Cálculo de correção geométrica


6. Superelevação calculada.

Nesse campo é necessário digitar <T> de Teórica ou <P> de prática. A superelevação prática está
calculada em 2/3 da Teórica, segundo critérios da Operadora que criou o programa, que coincidem
com os da FCA.
Relembrando

Como o SAP2 não cria limites máximos e mínimos para superelevação,


é necessário adotar uma conversão da Velocidade real para uma
Velocidade fictícia, para que se calcule e distribua a superelevação
necessária.

7. Cabine carro. Digitar <F> para as máquinas de cabine frontal (S4 ou SNA 08) e <A> para as de
cabine anterior (BR-BS). Confirmar dados digitando <S> para Sim e <N> para Não.

Definição da Geometria de Curvatura

Para definir a geometria de curvatura, realize os passos indicados a seguir:

1. No menu principal, posicione em “CONF.CURVA” e digite <ENTER>.


Pesquisando

CONF. CURVA
Observando
P. NOTAVEIS

CRIA PNS

FLECH. FIXAS

2. No menu de Configuração da curva, posicione em “Pontos Notáveis” e digite <ENTER>. Eles


aparecerão como CT (começo de transição), CC (começo de circular), TC (término de circular) e TT
(término de transição).

P. NOTAVEIS

CT

CC

TC

TT
VALER - EDUCAÇÃO VALE

O SAP2 já terá apresentado uma solução básica de equilíbrio para a curva, com definição das estacas
para os pontos notáveis, onde a proposta de diminuições de flechas é igual à de aumentos de
flechas (claramente visto pelas áreas definidas fora e dentro do trapézio), o que predefine a flecha
da circular.

Esta não é a situação ideal e poderá haver grandes equívocos:

>>Os chamados pontos notáveis pelo SAP2, onde existe flecha “zero” e onde ela passa a ser
constante, não o são. Eles estão deslocados em até uma estaca para dentro da curva de
transição e não são considerados pelo programa para início e término da variação da
superelevação. Estas diferenças são pequenas e influenciam pouco, porém é importante saber
que o programa não as reconhece;

>>O diagrama de flechas de campo lançado não corresponde ao diagrama de flechas da


socadora, nem em dimensão, pois a corda tem tamanho diferente, e nem em posição, pois nas
socadoras SNA 08 e S4 as flechas são marcadas na ponta dianteira da corda (no carrinho da
frente), para “leitura” pelo sistema no carrinho central, portanto deslocadas em 7,30m e 8,40m,
respectivamente. Conclusão, o diagrama de flechas está adiantado em relação ao diagrama de
flechas levantadas.

Na BR-BS a marcação e a “leitura” são feitas no carrinho central, 2,00m do centro da corda.
Conclusão: o diagrama de flechas está atrasado um quinto de corda em relação ao diagrama de
flechas levantadas.
Relembrando

3. No menu Pontos Notáveis, deve-se preencher com o número das estacas correspondentes para
cada ponto notável: CT (equivalente ao TE); CC (equivalente ao EC); TC (equivalente ao CE) e TT
(equivalente ao ET). O diagrama de flechas, levantadas junto com as propostas, aparecerá ao
lado para melhor visualização e definição dos pontos.

Este é dos momentos mais importantes do trabalho de cálculo, pois


são estas definições que determinarão o tamanho e os sinais dos
Relembrando
puxamentos.

Deve-se minimizar ao máximo a distância entre as duas linhas, tanto quanto possível, o que significa
pouco puxamento; Pode-se alterar, se assim convier e não for um ponto fixo, as localizações dos
inícios e finais da curva, prolongando as tangentes ou crescendo as transições;

Pesquisando A visão do diagrama de flechas por si só não é um parâmetro final para


adoção do melhor critério de correção das curvas como veremos na
análise do resultado.

Observando
4. Para fazer a alteração dos Pontos Notáveis lançados, posicione o cursor sobre o ponto lançado e
digite <ENTER>. Aparecerá uma seta no gráfico sob o ponto correspondente.

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Pesquisando
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Cálculo de correção geométrica


Posicione a seta para a esquerda ou para a direita até o novo ponto. Quando a alteração estiver
Relembrando
satisfatória, digite <ENTER>.

5. Em casos de Curvas Compostas, no menu “configuração da curva”, posicione o cursor em “cria


PNS” e digite <ENTER>; Aparecerá a indicação da estaca, no canto superior direito, e uma seta
abaixo do gráfico, que deve ser movida para os pontos onde serão criados os Pontos Notáveis.
Esse pontos serão sempre dois a dois, para que haja o espaço correspondente para a inserção de
um trecho Circular. Em seguida, digite <ENTER>.

É necessário fazer o mesmo procedimento em todos os outros pontos


em que se queira criá-los e, depois de todos os pontos terem sido
criados, digitar <ESC>;

Esta criação de Pontos Notáveis é, muitas vezes, um artifício bom para diminuir os puxamentos em
curvas mais complicadas, que, necessariamente não são Curvas Compostas, mas apenas se
apresentam com uma transição com dois segmentos onde exista diferença na variação da flecha.
Neste caso, utilizamos o “falso ponto notável”, para alterar a inclinação de parte de um segmento de
transição em relação ao outro.
Pesquisando

6. Quando acontecer de existirem locais onde algum ponto não possa ser movido, tais como ponte,
Observando
túnel, plataforma de estação, passagem de nível, etc., posicione o cursor em “flech.fixas” e digite
<ENTER>.

Nesse caso, aparecerá a indicação da estaca, no canto superior direito, e uma seta abaixo do gráfico,
que deverá ser movida para o ponto que terá a flecha fixada. Em seguida, digitar <ENTER>.
Relembrando

É necessário fazer o mesmo em todos os pontos que não podem se


mover. Depois de todos os pontos fixados, digite <ESC>. Os pontos
notáveis de entrada e saída da curva (pontos notáveis apontados
pelo SAP2) devem ter suas flechas fixadas. Caso contrário, as flechas
“zero” serão alteradas e o ponto notável (que está na estaca seguinte)
será alterado.

7. Caso se queira diminuir a tolerância no segmento circular, é necessário mover o cursor para “Fase
2”. Aparecerá uma mensagem perguntando se deseja ligar a Fase 2. Digitando “S” ela estará em
funcionamento. O que estará acontecendo é que a tolerância indicada estará valendo neste
segmento não mais para a variação entre a flecha levantada e a proposta apenas
(correspondente à Fase 1), mas também para a variação entre as flechas propostas subsequentes.

Pesquisando

Observando
VALER - EDUCAÇÃO VALE

Cálculo da Curva

O calculo da curva é realizado através de três etapas:

1. primeiramente, é necessário mover o cursor para “processa” e digitar <ENTER>. Surgirá na tela a
mensagem: “Executa puxamento em todo o levantamento?”. Digite <N> para “Não”, quando se
fizer a opção (recomendável por sinal) de não se fazer puxamento nos pontos de tangente, que
existirem antes e depois da curva (fora do trapézio), e <S> para “Sim”, quando não existirem
pontos de tangentes entre as flechas levantadas;

2. a seguir surge outra mensagem: “Quer ver?”. Digite <S> para “Sim”, se quiser que o gráfico tenha
suas alterações visíveis na tela, na medida em que forem feitas, e <N> para “Não”, se não quiser
que as alterações sejam vistas. Na prática, isto fará pouca diferença, porque, com as velocidades
dos processadores de hoje, praticamente não se vê nada destes puxamentos, a não ser que seja
uma curva muito complicada;

3. se surgir a mensagem “Insucesso”, altere os dados de configuração da curva ou as tolerâncias de


trabalho. Execute novamente o passo anterior.

Se a curva for calculada sem problema, aparecerá a mensagem “Sucesso”.

Avaliação do Resultado

Para observar os dados da curva arredondada, posicione o cursor em “Resultado” e digite <ENTER>.
Todas as experimentações de arredondamento da curva estarão listadas;

Para observar a tabela de resultado, siga os seguintes passos:

1. verificar se consta como “Sucesso” no resultado das Fases 1 e Fase 2;

2. avaliar se houve o equilíbrio perfeito ou aproximado de puxamentos positivos com


puxamentos negativos;
Relembrando
3. avaliar se o equilíbrio é apenas global, levando em conta somente a somatória de todas as
flechas, ou se ocorre segmento por segmento, o que dá real condição para a socadora
executá-lo. De forma expedita, observar se existe alternância entre os “mais” e os “menos”
na coluna de puxamentos;

4. avaliar se os puxamentos estão abaixo de 60mm ou pontualmente não passam de 70mm, para se
ter a garantia de que a socadora executará o serviço com facilidade;

Eventualmente, os puxamentos poderão ser maiores, mas não de forma


corriqueira, pois isto não oferecerá garantia de que o serviço será
executado e a produtividade da máquina será comprometida;

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Cálculo de correção geométrica


5. se os resultados não foram satisfatórios, alterar Tolerância, os Pontos Notáveis ou mesmo criar
Pontos Notáveis e refazer os cálculos;

6. se existe excesso de puxamentos positivos (para fora), alterar os Pontos Notáveis, de modo a
diminuir a flecha da Circular. Se o excesso for negativo, alterá-los, de modo a aumentar a
flecha da Circular.

O ideal é fazer várias experimentações, avaliando uma a uma e fazendo alterações na perseguição
de uma situação, em que a seguinte sempre apresente resultados mais vantajosos que a anterior.
Com a rapidez e facilidade com que os cálculos são feitos, é preferível perder algum tempo no
escritório do que com a socadora no trecho, ocupando faixa de circulação.

Geração e Visualização de Relatório


Relembrando
Para gerar e visualizar um relatório, é necessário:

1. posicionar o cursor em “Relatório” e digitar <ENTER>. Aparecerão as opções “S”, para imprimir o
Relatório da curva (neste caso, a impressora deverá estar ligada e o papel posicionado), e “N”,
para gerar um arquivo com o relatório para impressão futura (neste caso deve-se digitar
preferencialmente o mesmo nome da curva). Escolhida uma das duas opções, digite <ENTER>;

Se a criação deste arquivo não for imediata, a curva deverá ser


processada novamente, para que ele tenha condição de ser criado;

2. para abrir e visualizar este arquivo, saia do programa SAP2 e abra o arquivo EDIT.EXE. Assim que
abrir, clique em <arquivo>, depois <abrir>, procure o nome do arquivo referente à curva
procurada, que terá extensão “.REL” e clique em <ok>. Outra opção de busca é abrir o arquivo
DBEDIT.EXE e digitar o nome do arquivo que se quer abrir.

Se a superelevação calculada for maior que a máxima ou menor que a mínima adotada para o
Pesquisando
trecho, não a considere e refaça os cálculos, depois de diminuir ou aumentar artificialmente a
velocidade máxima autorizada, através da tabela de conversão de velocidades já citada;

3. posicione o cursor em “Sai do SAP” e digite<ENTER> para sair do programa e retornar ao


Observando
Windows.
VALER - EDUCAÇÃO VALE

MARCAÇÃO DOS ELEMENTOS DE CAMPO PARA CORREÇÃO GEOMÉTRICA


MECANIZADA DE VIA

A marcação dos dados calculados deverá ser feita por pessoa com mínimo de treinamento e poderá
obedecer a uma padronização que não venha a confundir os operadores. A sugestão é adotar o
esuquema descrito na figura a seguir, que tem sido bem aceito nos serviços de correção geométrica
da FCA:

FIGURA 2.5: ESQUEMA DE MARCAÇÃO PARA CORREÇÃO GEOMÉTRICA MECANIZADA.

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Técnicas e cuidados para correção geométrica


Técnicas e cuidados para
correção geométrica
A seguir estão descritas as técnicas e cuidados que devem ser tomados para que a correção manual ou
semimecanizada seja realizada.

O tipo de macaco utilizado deve ser, preferencialmente, aquele que não interfere com o gabarito das
partes baixas dos veículos.

A distância entre um macaco e outro deve ser determinada empiricamente, escolhendo-se aquela que
não permita que haja entre eles uma flecha vertical no trilho, quando este é levantado.

A fila de referência (aquela que será levantada primeiro) deve ser a que tenha o Trilho mais alto, para
o caso das tangentes, e a do Trilho interno, para caso das curvas.

Relembrando
Os levantes com macaco devem ultrapassar um pouco o necessário, indicado pela linha de referência
de nível (um “dente” por exemplo), para que se tenha condição de firmar a sua posição.

Após ter sido encaixado o dente, bate-se em sua base, lateralmente, com a alavanca até que o trilho
volte para a posição desejada. A outra fila de trilho é levantada segundo as necessidades dada pela
régua de superelevação, com a mesma operação para se firmar o macaco.

Sempre que possível, a fim de se evitar interrupções de tráfego, deve-se


trabalhar nas duas fileiras de forma simultânea.

Quando o levante é grande, deve-se levantar simultaneamente os macacos que estão à frente, para
não se deixar todo o peso da linha no macaco, onde se faz o levantamento medido.

O grupo de socaria só pode socar um segmento distante, no mínimo, dois pontos do local onde está
sendo feito o levante, para se evitar socar a linha em um ponto alto provisório, ocasionado pela contra
flecha anterior, e decorrente da rampa, forçada pelo nivelamento a que se está imprimindo à linha.
Pesquisando

Observando
VALER - EDUCAÇÃO VALE

FIGURA 2.6: CONTRAFLECHA NO LEVANTE DE LINHA COM MACACOS.

Nas juntas, o macaco deve ser posicionado embaixo dela, sempre que possível. Quando não for
possível, deve-se colocá-lo de maneira a levantar o dormente do lado mais solicitado pelo tráfego
pesado, ou seja, do lado oposto de onde saem a maioria dos trens carregados.

FIGURA 2.7: POSICIONAMENTO DOS MACACOS EM RELAÇÃO ÀS JUNTAS.

Quando o levante da linha estiver se aproximando do aparelho ótico, deve-se ter o cuidado para não
levantá-lo. O correto é parar e deslocá-lo para outro ponto alto. O dimensionamento da equipe de
levante de linha deverá obedecer ao avançamento da equipe de socaria, para haver aproveitamento
total dos recursos de socaria utilizado e para não se perder pontos nivelados ou comprometer a
segurança de algum tráfego eventual, devido à distância em demasia entre as duas equipes.

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Nivelmaneto manual
Nivelamento manual
USO DO NÍVEL ÓTICO PARA NIVELAMENTO MANUAL DA VIA

Quando se quer colocar a linha em seu greide de projeto, exatamente onde “deveria” estar, recorre-se
ao Nível Relembrando
ótico como instrumento de medição e aferição.

Tal procedimento, extremamente válido para linhas em implantação,


não é essencial para linhas em manutenção, que não tenham sido
implantadas mediante projetos compatíveis com as situações
geométricas atuais.

A perfeição de tal nivelamento, em muitas situações em que vier a ser utilizado, será um preciosismo
que custará caro em termos de consumo de brita, utilização de equipamentos e gastos com mão de
obra, sem, contudo, trazer o equivalente em benefícios. Portanto, seu uso deve ser restrito a situações
devidamente convenientes.

Deve ser executado da seguinte forma:

1. instalar o nível ótico ao lado da via, em um ponto qualquer, que se possa visar, total ou, na
impossibilidade, parcialmente, o trecho que se quer ter nivelado. Os dados referentes à localização
de Pontos de curva vertical (PCV), Pontos de inflexão vertical (PIV) e Pontos de tangente vertical
(PTV) já deverão estar determinados em cadastro;

Pesquisando
2. posicionar a mira no primeiro ponto a ser nivelado, no eixo da linha;

3. através da luneta, visar a mira e anotar a medida encontrada na linha de referência;


Observando
4. alterar a posição da mira para os pontos pré-determinados anteriormente a cada 3 a 5m (caso
específico da ferrovia), de modo a posicioná-la ao longo de todo o trecho a ser nivelado,
procedendo, para cada mudança, uma leitura;

5. fazer a anotação de todas as leituras em caderneta de campo, em que conste a definição de


estacas inteiras e intermediárias, e suas respectivas distâncias em relação à linha de referência;

6. calcular, em função da inclinação da rampa (que deverá também constar em cadastro), e distância
da estaca ao aparelho, o valor do levante a ser dado.
VALER - EDUCAÇÃO VALE

FIGURA 2.8: NIVELAMENTO TOPOGRÁFICO DE LINHA.

Exemplo:

Inclinação da rampa constante no cadastro: - 1,00%

Distância do aparelho ao ponto nivelado, medida no local: 10,00m

Altura do eixo da luneta em relação à linha, medida no local: 1,50m

Cota adotada para o eixo da linha onde está instalado o aparelho: 100,00

Medida da mira no plano de referência, medida no local: 1,70m

Cota projetada para o ponto que está sendo nivelado:

= 100,00 + (-1,00% x 10,00)

= 100,00 + (-0,10)

= 100,00 – 0,10

= 99,90

Cota medida no ponto que está sendo nivelado:

= 100,00 + 1,50 – 1,70

= 99,80

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Nivelmaneto manual
Valor do levante a ser dado:

= 99,90 – 99,80

= 0,10

7. em rampas grandes, o ponto de instalação do nível deve ser alterado para não se perder precisão
de medidas. O mesmo deve ocorrer quando obstáculos obstruírem as visadas. Do novo ponto de
instalação, faz-se uma visada em um ponto de cota já conhecido anteriormente, e transfere-se
esta para a nova linha de referência.

Exemplo:

Cota do ponto já conhecido: 99,50

Visada na mira no ponto já conhecido: 2,90

Altura do aparelho no novo ponto: 1,65

Novo plano de referência:

=99,50 + 2,90 – 1,65

=100,75

APLICAÇÃO PRÁTICA DO MÉTODO DO NIVELAMENTO MANUAL PELOS PONTOS ALTOS

FIGURA 2.9: LINHA DESNIVELADA.


VALER - EDUCAÇÃO VALE

Este método permite uma retirada de pequenos e grandes defeitos da linha, melhorando em muito a
geometria de seu nivelamento. Não consiste em colocar a linha exatamente em seu ponto de projeto,
o que poderia ocasionar grandes alturas de correções, consumindo grandes volumes de brita ou até
provocando eventuais e indesejáveis rebaixos de linha, mas adequá-la a um perfil compatível com a
segurança e o conforto.

>>Deve ser executado da seguinte forma:


1 instalar o nível ótico sobre o boleto no início do trecho a ser nivelado, que, preferencialmente,
estará localizado em um ponto alto. Em curvas, trabalhar no trilho do lado interno e, em retas,
tanto quanto possível, trabalhar no trilho mais alto;

2 regular a altura do nível ótico em relação ao boleto, mantendo a mesma da mira, através de uma
visada no centro da sua escala;

3 travar a luneta, que praticamente estará na posição horizontal;

4 com a mira aprumada em frente ao nível, afastá-la gradualmente, até chegar ao ponto mais alto
do primeiro segmento a ser nivelado. Para se chegar a este ponto, basta ir fazendo leituras
consecutivas, ponto após ponto. Elas irão crescendo, enquanto a mira estiver entrando no ponto
baixo, e, depois, irão decrescendo quando a mira estiver saindo do ponto baixo. No instante em
que ela começar a crescer novamente, indicará que acabou de passar pelo ponto alto;

FIGURA 2.10: INSTALAÇÃO DO EQUIPAMENTO NOS PONTOS ALTOS.

5 com o nível ótico em seu ponto original e a mira no ponto alto, destravar e inclinar a luneta, até
alcançar o nível de referência na mira que indique a mesma altura da luneta, ou seja, aquela
medida anterior a quando ela foi travada. Travar a luneta novamente. Esta linha de referência
normalmente é inclinada;

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Nivelmaneto manual
FIGURA 2.11: CRIAÇÃO DA LINHA DE REFERÊNCIA.

6 aproximar a mira a cada 5 metros, marcando com tinta sobre o dormente, para cada ponto, a
diferença entre e a linha de referência da luneta e a posição do “zero” na mira. Estas diferenças
indicarão o tanto que a linha será levantada.

FIGURA 2.12: NIVELAMENTO DOS PONTOS INTERMEDIÁRIOS.

LEVANTAMENTO PRÁTICO DE BITOLA, SUPERELEVAÇÃO E FLECHA PARA CORREÇÃO

Os equipamentos mínimos necessários para a execução do levantamento das condições da via são:

>>trena de 20 metros;
>>escala milimétrica;
>>corda de nylon ou algodão, de 12 metros;
VALER - EDUCAÇÃO VALE

>>giz estaca;
>>pincel e tinta;
>>régua de superelevação e bitola;

A adoção do tamanho da corda a ser utilizada fica a critério de cada ferrovia.


Relembrando

Importante salientar que em uma corda de 10m um erro na leitura da


flecha ocasiona um erro no cálculo do raio da curva quatro vezes maior
que na corda de 20m. Em contrapartida, na utilização de cordas de 20m,
as flechas serão maiores e a sua transcrição para um calculador mecânico
de puxamentos (Aparelho “Bienfait”, por exemplo) deve ocorrer em escala
reduzida, o que ocasionará erros maiores no trabalho de arredondamento.

A opção pela corda de 12m é intermediária, possibilitando ainda levantamentos e resultados a cada
6m e, por média aritmética, resultados a cada 3m. Sendo que é uma necessidade obter-se
deslocamentos da via em intervalos de 3m, para maior eficiência na execução do trabalho das
socadoras, esta acaba sendo a corda ideal.

O levantamento inicia com a determinação do ponto TE, que se não estiver materializado na linha ou
não houve maneira de ser determinado topograficamente, deve ser encontrado “no olho”, através de
uma visada da tangente para a curva, observando-se o ponto onde inicia a curvatura do trilho externo.
A seguir, e por tentativas, deve-se verificar através da instalação da corda de medição, o ponto exato
Pesquisando
onde está a inexistência de flecha ou flecha “zero”. O TE está na ponta desta corda, do lado da curva.
Relembrando

O ponto inicial ou ponto “zero” deverá ficar na tangente cerca de cinco segmentos de 6m antes do TE,
para queObservando
se tenha, no momento do cálculo da curva, uma idéia exata de como está a linha um pouco
antes da curva começar. Com relação ao ponto ET, ele é achado ao longo do levantamento, no ponto
anterior da corda, onde é encontrada a outra flecha de valor “zero”. Faz-se o levantamento de cerca de
cinco segmentos depois dele. As medidas de flechas nas tangentes merecem muita atenção, pois
podem ser positivas ou negativas, quando, então, indicam que a curvatura está ao contrário.

As flechas das curvas serão sempre positivas.

Para se fazer as medidas negativas, utiliza-se o lado externo do boleto. No ponto “zero” e no último
ponto não se faz leituras; apenas é utilizado para a extremidade da corda e leitura no ponto “1” e no
penúltimo ponto. As leituras são feitas sempre com aproximação de milímetros. Nos mesmos pontos
marcados são feitas, juntamente ou posteriormente, as medições de superelevação e de bitola.

Pesquisando

Observando
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Nivelmaneto manual
As informações devem ser anotadas em ficha individual da curva, que deverá conter, em seu
cabeçalho,a identificação da curva, contendo, por exemplo, o número ou código da curva e a posição
quilométrica de seu início. Não havendo esta informação, deve conter pelo menos a posição do ponto
“zero” em relação à quilometragem, para amarração posterior.

Importante também é a determinação de pontos fixos, tais como pontes e passagens de nível, a data
e o responsável pelo levantamento. Entende-se que dados complementares, como velocidade e
Relembrando
outros, já deverão existir no cadastro da residência.

Em uma tabela, poderão ser anotadas, para cada ponto, a bitola, a superelevação e as flechas medidas.

A Bitola e a Superlargura, quando existirem, deverão ser tratadas em separado, pois a sua correção
estará vinculada às equipes de Correção de bitola ou Substituição de trilho.

Convencionou-se que, sempre que possível, o levantamento ocorra no


sentido crescente da quilometragem.

O sentido de marcação, no entanto, deverá coincidir sempre com o sentido de trabalho da Máquina.
Caso contrário, poderão ocorrer grandes defeitos na Geometria da via.

Os trilhos de referência a serem utilizados deverão ser:

>>trilho mais alto para Nivelamento longitudinal na reta;


Pesquisando

>>trilho interno para Nivelamento longitudinal na curva;


>>qualquer
Observando
trilho para puxamento na reta;

>>trilho externo para puxamento na curva.

LEVANTAMENTO COMPLEMENTAR PARA AFERIÇÃO DO RESULTADO DA


CORREÇÃO GEOMÉTRICA

Ao término dos trabalhos de correção geométrica, o serviço deve passar por um processo de avaliação
criterioso, sobretudo para serviços realizados em período noturno ou de luminosidade insuficiente.
Deve-se observar:
VALER - EDUCAÇÃO VALE

>>Exame Visual:
Relembrando

Deve ocorrer em toda a extensão, imediatamente após à execução dos serviços por todas as pessoas
envolvidas, desde operadores até mantenedores. Visa cercar problemas grandes e visíveis, decorrentes
de erros de levantamento, cálculo ou marcação, defeitos dos sistemas de medição ou levantamento
do equipamento, e limitações da linha que impeçam a colocação nas devidas cotas.

Cuidado especial deve ser tomado na construção da rampa de início do


nivelamento e na rampa de finalização dos trabalhos, para evitar anomalias que
podem gerar desengate e quebra do trem ou descarrilamentos.

>>Exame com recursos auxiliares:

Inicia logo após a execução do serviço, com a conferência da superelevação através da régua própria,
e depois, através de levantamentos de flechas e de nivelamento, que podem ser por amostragem,
desde que Pesquisando
o serviço da socadora esteja ocorrendo de forma confiável.

Observando
>>Exame com equipamento mecanizado:

Em circunstâncias excepcionais, em que se deseje aferir com maior critério os resultados do trabalho
das socadoras ou a eficiência de softwares para cálculo de puxamentos, entre outros aspectos, pode-
se prever registro da qualidade geométrica com o carro controle, de acordo com a sua disponibilidade.

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Método absoluto e método relativo


Método absoluto e método
relativo
Uma socadora de linha pode trabalhar pelo processo absoluto ou pelo relativo.

>>No Método Absoluto, é feito um levantamento prévio das curvas do trecho pelos técnicos da
Via Permanente. As curvas são, então, “Arredondadas ou Recalculadas” por meio de um
programa de computador chamado SAP 2. Os valores de puxamento e superelevação
calculados são impressos em uma folha e enviados para marcação no trecho, e posterior
acompanhamento dos operadores, que fazem a entrada dos dados na máquina por meio dos
digitais.

>>No Método Relativo, os valores de superelevação e puxamento são determinados pela média
dos valores lidos na linha, no momento da operação da máquina. Na prática, o operador da
máquina mede valores de superelevação na circular e calcula um valor médio de
superelevação para a mesma. Os valores de superelevação da espiral são obtidos, então,
interpolando-se do valor “0”, no ponto tangente/espiral (TE), até o valor médio,
encontrado no ponto espiral/circular (EC). O valor médio de flecha é obtido da mesma
forma pelo operador, que lê a flecha média no instrumento indicador da socadora, e
insere valores de flecha, de forma com que seja respeitada esta flecha média.
Relembrando

Na espiral, os valores de flecha variam de “0” ao valor da flecha média na


circular. Na circular, a flecha média é constante.

Esses valores médios, tanto de superelevação, quanto de flecha, também podem ser fornecidos pelo
pessoal das residências aos operadores das máquinas, com base no cadastro das curvas.

Pesquisando

Observando
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CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO ABSOLUTO E DO MÉTODO RELATIVO

As características do método absoluto são:

>> maior precisão que o relativo, o que resulta em linha de maior qualidade geométrica;
>>menor produtividade geral que o método relativo;
>>necessita de marcação prévia da linha para trabalhar;
>>indicado para os serviços permanentes de correção geométrica.

As características do método relativo são:

>>mais prático, porém de baixa precisão;


>>maior produtividade geral do que o método absoluto;
>>não necessita de marcação prévia da linha para trabalhar;
>>indicado para os serviços que necessitam de rápida liberação do trecho.

ALINHAMENTO MECANIZADO

A maioria das socadoras de linha trabalha pelo chamado Método de “Três Pontos”, ou seja, com dois
eixos fixos e um móvel, conforme demonstrado na Figura 2.12.

FIGURA 2.13: ALINHAMENTO MECANIZADO.

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Método absoluto e método relativo


Os eixos 1 e 3 são fixos e extremos da corda de alinhamento, que funciona como a base de referência
para o método “relativo”. O eixo 2, ou carro de medição, funciona como dispositivo de leitura do
“erro” de alinhamento, com liberdade de movimento no sentido transversal da linha. Ao detectar o
“erro”, o carro de medição do eixo 2, interfere com a corda de alinhamento, que é o alinhamento ideal,
e envia um sinal elétrico, para que a unidade de processamento e o grupo de garras desloquem a
região da linha sob o eixo 2, no sentido da correção necessária.

O eixo 2, ou Carro de medição, funciona como dispositivo de leitura do “erro” de alinhamento, com
liberdade de movimento no sentido transversal da linha. Ao detectar o “erro”, o carro de medição do
eixo 2, interfere com a corda de alinhamento, que é o alinhamento ideal, e envia um sinal elétrico para
que a unidade de processamento e grupo de garras desloquem a região da linha sob o eixo 2, no
sentido da correção necessária.

No exemplo da Figura 2.12, o eixo 2 está posicionado em um “gancho”, que é um defeito de alinhamento
da linha. Em decorrência disso, o carro de medição está deslocado para a esquerda em relação ao
sentido de trabalho, configurando um deslocamento relativo entre ele e a corda “AB”. A escala solidária
ao carro de medição mostra que ocorreu um deslocamento de “+2” em relação à corda “AB”, sendo
esse o “defeito” a ser corrigido.

O transmissor de flechas, montado no carro de medição, transforma esse valor de “+2” em sinal elétrico
e o envia à unidade de processamento da socadora, que comanda o grupo de garras, para que a linha
seja puxada até que o carro de medição passe a ler um valor “0”.

O exemplificado mostrado para a tangente pode ser estendido para um alinhamento em curva. A
diferença é que, na curva, o operador passa a alimentar a máquina com valores de flecha. A
unidade de processamento passa, então, a deduzir esses valores de flecha dos valores lidos pelo
carro de medição.

Na prática, deduzindo os valores de flecha, a máquina passa a ler a curva como se esta fosse uma reta,
e registra os “erros” de alinhamento da mesma forma como seria se a máquina estivesse na tangente.

ERRO INDUZIDO

Na simulação mostrada na Figura 2.12, consideramos a existência de um “gancho” entre os eixos 1 e 3


da socadora. Mas, o que aconteceria caso o erro estivesse localizado no eixo 3 da socadora, ou seja, no
carro de medição frontal?

Simplificadamente, a corda de alinhamento ficaria “torta”, prejudicando a leitura do carro de medição.


Isto, na prática, resulta em um pequeno erro decorrente da execução dos serviços, na Figura 2.13,
denominado “e”. Esse erro residual será de 29% do valor do defeito induzido pelo eixo dianteiro nas
máquinas modelo 08-16 SNA, e de, aproximadamente, 34% nas de modelo 07-16S4.
VALER - EDUCAÇÃO VALE

FIGURA 2.14: GANCHO ENTRE OS EIXOS 1 E 3 DA SOCADORA.

FIGURA 2.15: CORREÇÃO NO EIXO 2 DEVIDO A ERROS NO CARRO DE MEDIÇÃO CENTRAL E NO CARRO
FRONTAL.

Caso existam erros tanto no carro de medição central como no carro frontal, haverá uma correção no
eixo 2, conforme a seqüência mencionada na Figura 2.14 e um erro residual, originado do erro frontal.

Tudo que foi exemplificado tem por objetivo apenas mostrar que, dependendo do estado da geometria da
linha, às vezes uma só passada com a socadora resulta em um erro induzido, que significa a manutenção
de um defeito ou imperfeição. À medida que mais passadas vão ocorrendo, esse erro tende a ser reduzido.
Na prática, em linhas que apresentam geometria muito precária, é importante aferir o serviço das máquinas,
e, se necessário, programar o retorno do equipamento para o mesmo trecho.

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Método absoluto e método relativo


TRATAMENTO DO ERRO NO MÉTODO ABSOLUTO

O método absoluto de trabalho consiste em eliminar antecipadamente um erro existente, corrigido


no ponto frontal da corda de medição, para evitar, com isso o, aparecimento do erro residual no ponto
de correção. Desta forma, o erro existente no ponto de correção é completamente eliminado. Mas,
para isso, se faz necessária uma medição prévia dos erros existentes na via.

Nas máquinas da FCA, a corda de alinhamento é fixada no ponto frontal. Para colocação dos valores
dos erros frontais de alinhamento, que serão corrigidos através do valor de puxamento marcado,
existe uma chave elétrica, que seleciona o sentido e um digital de puxamento onde serão colocados
valores do erro em milímetros. Estes serão transformados em um sinal elétrico, equivalente ao
deslocamento frontal da corda para a posição ideal da linha.

O processo utilizado nas curvas é o mesmo descrito acima, ou seja, os valores de puxamento são
colocados em um digital e os de flecha em outro. Desta forma, o erro frontal é eliminado eletricamente
para que a flecha seja medida e corrigida.

Diagrama de flechas

O arredondamento de curvas com o SAP 2, que utiliza o Método dos três pontos, consiste em alimentar
o sistema eletrônico da máquina com valores de flechas a cada ponto da curva.

Assim, através do grupo de nivelamento/alinhamento, haverá o deslocamento da via, até que o valor
fornecido seja alcançado pelo carro alinhador.

Os valores de flecha são calculáveis em função das dimensões A e B da máquina e dos parâmetros L,
que são os comprimentos das transições, e R, que é o raio da curva.

Quando a máquina estiver se deslocando sobre os pontos notáveis da curva, ou seja, quando os
pontos TE, EC, CE e ET estiverem entre o carro frontal (extremidade frontal da corda) e o carro traseiro
(extremidade final da corda), as flechas são determinadas obedecendo-se o posicionamento do carro
alinhador em relação a estes pontos notáveis. Isto se faz necessário, até que a máquina esteja
completamente posicionada após o ponto notável, ou seja, dentro das curvas de transição, dentro da
curva circular ou na tangente de saída.
VALER - EDUCAÇÃO VALE

Curva reversa

Em curvas reversas, após os pontos ET/TE, haverá coincidência de dois trechos distintos de flechas
variáveis, sendo:

>>Saída de uma curva após ponto ET;


>>Entrada de uma curva após ponto TE.

Neste caso, o cálculo do programa SAP 2 é feito em relação a uma curva de cada vez, fazendo-se
necessário uma somatória dos valores de flechas de cada curva neste trecho, obedecendo-se o sentido da
flecha para aquela de maior valor.

TABELA 2.1: SOMATÓRIO DE FLECHAS FEITO PELO PROGRAMA SAP 2

2m 4m 6m 8m 10m 10,3m

Curva 1 ET 8,7 6,1 2,6 0,4 0 0

Curva 2 TE 0,2 3,4 7,2 10,9 1,4 17,3

Somatória 8,5 2,7 4,6 10,5 1,4 17,3

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Nivelamento mecanizado
Nivelamento mecanizado
É feito pelo mesmo método dos três pontos, exemplificado no alinhamento, com a diferença principal
de que, agora, são duas cordas, esticadas entre os eixos 1 e 3 da socadora, na parte superior da
máquina, cada uma simulando o nivelamento ideal de um trilho. Ao encontrar uma depressão na
linha, como apresentado na figura, o carro de medição “sobe e desce”, fazendo os transmissores de
nivelamento interagirem com as cordas na mesma amplitude do “erro” de nivelamento. Na Figura
2.15, ao passar por um desnivelamento, a escala solidária ao carro de medição mostra que ocorreu um
deslocamento de “+15” em relação à corda “AB”.

O transmissor de Nivelamento, montado no carro de medição, transforma esse valor de “+15” em sinal
elétrico, e o envia a unidade de processamento da socadora, que comanda o grupo de garras para que
a linha seja “levantada”, até que o carro de medição passe a ler um valor “0”

FIGURA 2.16: NIVELAMENTO MECANIZADO.


VALER - EDUCAÇÃO VALE

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Método de correção geométrica mecanizada utilizando sistemas ALC/GVA


Método de correção
geométrica mecanizada
utilizando sistemas
ALC / GVA
A principal diferença existente entre as máquinas mais modernas hoje existentes diz respeito à
automatização e informatização. Um sistema existente do fabricante Plasser & Theurer, denominado
de ALC, é capaz de captar os valores lidos pelos transmissores da máquina e propor qual será o aspecto
final da linha, antes da socadora executar os serviços. Possui também a capacidade de armazenar os
dados geométricos de cada curva em sua memória, utilizando estes dados para efetuar as correções
das curvas, principal característica do sistema GVA, existente em determinados equipamentos. Abaixo,
uma foto do sistema ALC.

FIGURA 2.17: ALINHAMENTO MECANIZADO.


VALER - EDUCAÇÃO VALE

REQUISITOS MÍNIMOS PARA QUALIDADE DE CORREÇÃO GEOMÉTRICA COM


EQUIPAMENTO

Para que se execute um trabalho de correção geométrica com qualidade, devemos ter algumas
condições básicas sem as quais o labor não deve ser realizado uma vez que compromete sobremaneira
o resultado final, podendo, inclusive, trazer graves conseqüências à via permanente. Dentre estas
condições podemos destacar:

>>o lastro deve estar com brita suficiente para suportar os levantes necessários e recompor o
ombro, após o trabalho de correção com brita / escória até a parte superior do dormente. A
largura mínima do ombro deverá ser de 30 cm;

> >o lastro deverá estar livre de impurezas o suficiente para manter a geometria da via em
boas condições de estabilidade após o trabalho de correção geométrica. Como referência,
alguns estudos demonstram que o lastro com um grau de contaminação superior a 40%
de finos (“grãos que passam por uma peneira de ½”) compromete a qualidade do serviço
de correção geométrica;

>>a dormentação deverá estar com taxas de dormentes inservíveis inferiores a 25%, e seqüência
inferior a 3 dormentes inservíveis;

>>a via deverá estar isenta de trilhos com alto grau de deterioração na superfície de rolamento,
tais como corrugação, patinado e dark spot;

>>a fixação deverá estar ajustada o suficiente para manter a integridade da grade, formada pelo
conjunto de trilho, fixação e dormente;

>>os dormentes deverão estar em esquadro ao eixo da via e no espaçamento, de acordo com as
tolerâncias estabelecidas;

>>todos os parâmetros geométricos necessários deverão estar disponíveis para os operadores;


> >todos os contratrilhos ou outros obstáculos que possam influenciar nos trabalhos de
correção geométrica deverão ser retirados previamente.

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Método de correção geométrica mecanizada utilizando sistemas ALC/GVA


VALER - EDUCAÇÃO VALE

Módulo III
TÉCNICAS DE SOCARIA

Neste módulo, você conhecerá as técnicas de socaria manual e semimecanizada. Além disso,
conhecerá como é realizada a socaria de dormentes com EGP.

Depois de estudar este módulo, você estará apto a:

>>definir socaria manual;


>>reconhecer como é feita a socaria manual;
>>reconhecer como é feita a socaria de dormentes com EGP.
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Técnicas de socaria manual e semimecanizada


Técnicas de
socaria manual e
semimecanizada
Relembrando

Na aplicação dos dormentes de qualquer espécie, a socaria é fundamental para garantir o alinhamento
e nivelamento da linha após os serviços. Utilizando equipamento de pequeno porte, deve-se
posicionar a ferramenta de socaria, junto e paralelamente ao dormente, na direção vertical, e sempre
com a ponteira dirigida para o trilho, conforme a Figura 3.1.

Se necessário, retira-se o lastro circundante ao dormente para facilitar a


penetração do equipamento, garantindo uma melhor socaria da linha.

Para realizar a socaria, o executante insere a lâmina no lastro, inclinando-a para frente, para trás e para
os lados, de modo a abrir passagem para o escoamento do lastro para baixo do dormente, de acordo
com a Figura 3.1. Em seguida, a lâmina será recuada e novamente inserida, sem sair do lastro, até que
suficiente quantidade de brita/escória seja compactada sob o dormente. Não é necessário forçar o
equipamento para baixo. O executante deve deixar que o próprio peso do conjunto, associado à
vibração,Pesquisando
execute o serviço, empurrando e compactando as pedras para baixo do dormente. A seguir,
observe a Figura 3.1 que demonstra como proceder:

Observando

FIGURA 3.1: SOCARIA MANUAL – 1.


VALER - EDUCAÇÃO VALE

A socaria manual consiste na utilização de picareta de socar, para


prensar as pedras de brita sob os dormentes.

Pesquisando
No início dos trabalhos, o lastro deverá ser retirado para permitir a introdução da ferramenta, que irá
inserir as pedras de lastro sob os dormentes.
Observando

FIGURA 3.2: SOCARIA MANUAL – 2.

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Socaria de dormentes com EGP


Socaria de dormentes
com EGP
Nos trabalhos de socaria com EGP, após os serviços de aplicação de dormentes, deve-se garantir a
distância de 10 e 15 mm entre a parte superior da ferramenta de soca e a face inferior do dormente,
evitandoRelembrando
fuga de lastro com perda de nivelamento posterior, caso a distância seja superior a 15 mm.

Distância inferior a 10 mm provoca contato da ferramenta de soca com a


face lateral do dormente, prejudicando a qualidade da socaria.

Pesquisando FIGURA 3.3: SOCARIA DE DORMENTES COM EGP.

Quando Observando
ocorrer alteração da espécie do dormente a ser socado, é obrigatório efetuar o ajuste nas
ferramentas de socaria, de modo a atender as distâncias estabelecidas (10 a 15 mm), conforme indicado
anteriormente.

Nas linhas com dormentes de aço, especiais de AMV e/ou caso ocorra a aplicação de dormentes a eito
é necessário efetuar socaria múltipla, com dois recalques do conjunto de socaria por dormente.

Entende-se por dois recalques a atividade de elevar a grade efetuando o nivelamento, descer o
conjunto de socaria, efetuar o fechamento das ferramentas de soca e consolidar o lastro, elevar a
banca de socaria, mantendo a linha suspensa pelo conjunto de nivelamento, e efetuar nova penetração
e fechamento das ferramentas de soca para consolidação final do lastro.

Nas linhas com dormentes de concreto e madeira basta efetuar socaria simples, consistindo em elevar
a grade, efetuando o nivelamento, descer o conjunto de socaria, efetuar o fechamento das ferramentas
de soca e consolidar o lastro.
VALER - EDUCAÇÃO VALE

Módulo IV
PARÂMETROS DE
MONITORAMENTO E
CONTROLE DA MANUTENÇÃO

Neste módulo, você conhecerá quais são os parâmetros de monitoramento e controle da


manutenção de uma superestrutura. Estudará como é feita a manutenção da superestrutura da
via permanente e como é realizado seu alinhamento.

Depois de estudar este módulo, você estará apto a:

>>reconhecer os pontos de medição de bitola da via – trilho, com e sem desgaste;


>>descrever os parâmetros mínimos e máximos de bitola larga e métrica;
>>calcular os valores máximos admissíveis para empeno em tangente e em curva;
>>calcular os limites de superelevação em curvas;
>>descreverá os procedimentos necessários para realizar o alinhamento da superestrutura.
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Limites de bitola e empenos


Limites de bitola e
empenos

BITOLA

A bitola deverá ser medida com régua de bitola a 16 mm abaixo da superfície de rolamento do trilho.
Nas medições de bitola, as deformações do boleto, devido ao escoamento de materiais (rebarbas), e
os desgastes horizontais ocasionados pelo atrito dos frisos deverão ser desconsiderados.

FIGURA 4.1: PONTOS DE MEDIÇÃO DE BITOLA DA VIA – TRILHO SEM DESGASTE.

FIGURA 4.2: PONTOS DE MEDIÇÃO DE BITOLA DA VIA – TRILHO COM DESGASTE.


VALER - EDUCAÇÃO VALE

LINHA DE BITOLA LARGA

Os parâmetros mínimos e máximos de bitola admitidos são:

TABELA 4.1: TOLERÂNCIAS EM LINHAS DE BITOLA DE 160MM

TOLERÂNCIAS EM LINHAS DE BITOLA DE 1600mm


Relembrando
Ferrovia Valor nominal(mm) Máximo(mm) Mínimo(mm)

EFC e EFVM 1600 1620 1592

FCA 1600 1625 1595

No caso de necessidade de ajuste de bitola, considerar a bitola nominal,


medida. Com referência aos patins do trilho.

Variação máxima de bitola

A variação máxima de bitola entre dormentes adjacentes será:

Pesquisando
TABELA 4.2: VARIAÇÃO DAS MEDIDAS DE BITOLA ENTRE DORMENTES ADJACENTES

Observando
VARIAÇÃO DAS MEDIDAS DE BITOLA ENTRE DORMENTES ADJACENTES

VMA > 60km/h VMA < 60km/h

2mm 3mm

Empeno em curvas

O empeno será avaliado pela comparação da variação das medidas de nivelamento transversal entre
pontos adjacentes, tomadas por régua de superelevação.

Para a base de medição (distância entre pontos de medição) e altura do centro de gravidade serão
considerados os valores correspondentes aos dos vagões mais críticos em circulação.

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Limites de bitola e empenos


Os limites últimos das variações de nivelamento transversal entre pontos adjacentes são obtidos através da
fórmula a seguir, considerando-se a velocidade máxima estabelecida para cada trecho da ferrovia.

Para EFC foram considerados os dados dos vagões HFT e GDT carregados, com distância entre eixos de
truque D = 1,829m e altura de centro de gravidade de 2,289 m e 1,895 m, respectivamente. Para EFVM
e FCA forma admitidos os dados dos vagões HFE e GDE, com distância entre truques D = 1,727m e
altura de centro de gravidade de 2,200 m e 1,579 m respectivamente.

Assim, os valores máximos admissíveis de empeno entre os pontos de medição são estabelecidos
aplicando a seguinte fórmula:

Sendo:

D = distância entre seções de medição;

V = velocidade da composição em km/h;

H = altura do centro de gravidade do vagão em metros;

E = empeno em mm.

No entanto, a manutenção deve considerar como limite valores equivalentes a 80% em relação ao
valor máximo calculado para o vagão mais crítico:

TABELA 4.3: EMPENO MÁXIMO (MM) PARA CURVAS DA EFC – BITOLA 1600MM

EMPENO MÁXIMO (mm) PARA CURVAS DA EFC - BITOLA 1600 mm

Velocidade de Limite de tolerância admissível


(km/h) HFT GDT
considerando o vagão mais crítico (HFT)
50 10 11 8
55 9 10 7
60 9 9 7
65 8 8 6
70 7 8 6
75 7 7 5
80 6 7 5
VALER - EDUCAÇÃO VALE

TABELA 4.4: EMPENO MÁXIMO (MM) PARA CURVAS DA EFVM E FCA – BITOLA 1600MM

EMPENO MÁXIMO (mm) PARA CURVAS DA EFMV e FCA - BITOLA 1600 mm

Velocidade de Limite de tolerância admissível


(km/h) HFT GDT
considerando o vagão mais crítico (HFT)
15 34 41 27
20 26 31 21
25 21 25 16
30 17 21 14
35 15 18 12
40 13 16 10
45 11 14 9
50 10 11 8
55 9 10 7
60 9 9 7
65 8 8 6
70 7 8 6

Empeno em tangente

Considerando-se as mesmas premissas de vagões e velocidades utilizadas para as curvas, teremos os


valores máximos admissíveis para empeno em tangente, aplicando a seguinte fórmula:

Sendo:

D = distância entre seções de medição;

V = velocidade da composição em km/h;

H = altura do centro de gravidade do vagão em metros;

E = empeno em mm.

No entanto, a manutenção deve considerar como limite valores equivalentes a 80% em relação ao
valor máximo calculado para o vagão mais crítico:

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Limites de bitola e empenos


TABELA 4.5: EMPENO MÁXIMO (MM) PARA TANGENTES DA EFC – BITOLA 1600 MM

EMPENO MÁXIMO (mm) PARA TANGENTES DA EFC - BITOLA 1600 mm

Velocidade de Limite de tolerância admissível


(km/h) HFT GDT
considerando o vagão mais crítico (HFT)
50 26 32 23
55 24 29 21
60 22 26 19
65 20 24 17
70 19 23 16
75 18 21 14
80 16 20 13

TABELA 4.6: EMPENO MÁXIMO (MM) PARA TANGENTES DA EFVM E FCA – BITOLA 1600 MM

EMPENO MÁXIMO (mm) PARA TANGENTES DA EFVM EFC - BITOLA 1600 mm

Velocidade de Limite de tolerância admissível


(km/h) HFT GDT
considerando o vagão mais crítico (HFT)
15 88 106 105
20 66 79 70
25 53 63 52
30 44 53 42
35 38 45 35
40 33 40 30
45 29 35 26
50 26 32 23
55 24 29 21
60 22 26 19
65 20 24 17
70 19 23 16
VALER - EDUCAÇÃO VALE

LINHA DE BITOLA MÉTRICA

Os parâmetros mínimos e máximos de bitola admitidos são:

TABELA 4.7: TOLERÂNCIA EM LINHAS DE BITOLA DE 1000MM

Relembrando TOLERÂNCIAS EM LINHAS DE BITOLA DE 1000 mm

Ferrovia Valor nominal


Máximo (mm) Mínimo (mm)
(mm)
EFVM 1000 1035 995
FCA 1000 1025 995

No caso de necessidade de ajuste de bitola, considerar a bitola nominal,


medida. Com referência aos patins do trilho.

Variação máxima de bitola

A variação máxima de bitola entre dormentes adjacentes será:

TABELA 4.8: VARIAÇÃO DAS MEDIDAS DE BITOLA ENTRE DORMENTES ADJACENTES


Pesquisando

VARIAÇÃO DAS MEDIDAS DE BITOLA ENTRE DORMENTES ADJACENTES


Observando
VMA > 60km/h VMA < 60km/h

2mm 3mm

Empeno em curvas

O empeno será avaliado pela comparação da variação das medidas de nivelamento transversal entre
pontos adjacentes, tomadas por régua de superelevação.

Para a base de medição (distância entre pontos de medição) e altura do centro de gravidade serão
considerados os valores correspondentes aos dos vagões mais críticos em circulação.

Os limites últimos das variações de nivelamento transversal entre pontos adjacentes são obtidos através da
fórmula abaixo, considerando-se a velocidade máxima estabelecida para cada trecho da ferrovia.

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Limites de bitola e empenos


Para EFVM e FCA foram considerados os dados dos vagões HFE e GDE, com distância entre truques D
= 1,727 m e altura de centro de gravidade de 1,876 m e 1,579 m, respectivamente.

Assim, os valores máximos admissíveis de empeno entre os pontos de medição são estabelecidos
aplicando a seguinte fórmula:

Sendo:

D = distância entre seções de medição;

V = velocidade da composição em km/h;

H = altura do centro de gravidade do vagão em metros;

E = empeno em mm.

No entanto, a manutenção deve considerar como limite valores equivalentes a 80% em relação ao
valor máximo calculado para o vagão mais crítico:

TABELA 4.9: EMPENO MÁXIMO (MM) PARA CURVAS DA EFVM E FCA – BITOLA MÉTRICA

EMPENO MÁXIMO (mm) PARA TANGENTES DA EFVM E FCA - BITOLA MÉTRICA

Velocidade de Limite de tolerância admissível


(km/h) HFT GDT
considerando o vagão mais crítico (HFT)
15 18 22 15
20 14 16 11
25 11 13 9
30 9 11 7
35 8 9 6
40 7 8 5
45 6 7 5
50 5 7 4
55 5 6 4
60 5 5 4
65 4 5 3
70 4 5 3
VALER - EDUCAÇÃO VALE

Empeno em tangente

Considerando-se as mesmas premissas de vagões e velocidades utilizadas para as curvas, teremos os


valores máximos admissíveis para empeno em tangente, aplicando a seguinte fórmula:

Sendo:

D = distância entre seções de medição;

V = velocidade da composição em km/h;

H = altura do centro de gravidade do vagão em metros;

E = empeno em mm.

No entanto, a manutenção deve considerar como limite valores equivalentes a 80% em relação ao
valor máximo calculado para o vagão mais crítico:

TABELA 4.10: EMPENO MÁXIMO (MM) PARA TANGENTES DA EFVM E FCA – BITOLA MÉTRICA

EMPENO MÁXIMO (mm) PARA TANGENTES DA EFVM E FCA - BITOLA MÉTRICA

Velocidade de Limite de tolerância admissível


(km/h) HFT GDE
considerando o vagão mais crítico (HFE)
15 43 51 34
20 32 38 26
25 26 31 21
30 21 26 17
35 18 22 15
40 16 19 13
45 14 17 11
50 13 15 10
55 12 14 9
60 11 13 9
65 10 12 8
70 9 11 7

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Limites de superelevação
Limites de superelevação

A manutenção da superestrutura de uma via permanente é feita, calculando os limites de superelevação


em curvas.

Para a definição da superelevação a ser adotada nas curvas ferroviárias, será utilizado o critério da
superelevação prática onde:

Sendo:

Sp = Superelevação prática em mm;


Relembrando

B = Bitola da via tomada de eixo a eixo de boleto de trilho em mm;

V = Velocidade máxima de circulação na curva em Km/h;

R = Raio da curva em m.

Como superelevação mínima, deve-se adotar 5 mm. A utilização de valores


inferiores a 5 mm, mesmo em curvas com grandes raios, pode ocasionar inversão
da superelevação.

A superelevação máxima admissível em linha de bitola métrica será de 100 mm na EFVM e de 60 mm


na FCA. Em linhas de bitola larga e na EFC será admissível 160 mm de superelevação máxima. Nas
regiões dos aparelhos de mudança de via não deverá ser utilizada superelevação.

Pesquisando

Observando
VALER - EDUCAÇÃO VALE

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Limites de alinhamento
Limites de alinhamento
O alinhamento deverá ser avaliado pela comparação de variações das medidas de flechas entre
pontos adjacentes.

Para medições deverá ser utilizada corda de 10 metros na EFC e EFVM e corda de 12 metros na FCA. A
aferição dos dados será realizada no centro da corda, sempre 16 mm abaixo da superfície de rolamento
do trilho externo de curvas, da mesma maneira que nas medições de bitola.

Os pontos consecutivos de medição deverão ser tomados em intervalos de 2,50 m na EFC e EFVM, e
em intervalo de 3 metros na FCA.

Os limites últimos das variações de flecha entre pontos adjacentes são obtidos através da fórmula a
seguir, considerando-se a velocidade máxima estabelecida para cada trecho da ferrovia:

Sendo:

f = Variação de flecha admissível em mm, entre dois pontos consecutivos;

c = comprimento da corda em metros;

V = velocidade do trem em km/h.


VALER - EDUCAÇÃO VALE

No entanto, a manutenção deve considerar como limite valores equivalentes a 80% em relação ao
valor máximo calculado:

TABELA 4.11: VARIAÇÃO MÁXIMA DAS MEDIDAS DE FLECHA ENTRE PONTOS ADJACENTES NA EFC E EFVM

VARIAÇÃO MÁXIMA DAS MEDIDAS DE FLECHA ENTRE PONTOS AJDACENTES NA EFC E EFVM -
CORDA DE MEDIÇÃO COM 10m

Velocidade de (km/h) Variaçã de Flecha Limite de tolerância admissível

45 28 18
50 22 17
55 21 17
60 20 16
65 18 15
70 17 14
75 16 13
80 15 12

TABELA 4.12: VARIAÇÃO MÁXIMA DAS MEDIDAS DE FLECHA ENTRE PONTOS ADJACENTES NA FCA –
CORDA DE MEDIÇÃO COM 12 M

VARIAÇÃO MÁXIMA DAS MEDIDAS DE FLECHA ENTRE PONTOS AJDACENTES NA FCA


CORDA DE MEDIÇÃO COM 12 m

Velocidade de (km/h) Variaçã de Flecha Limite de tolerância admissível

15 37 30
20 36 28
25 34 27
30 32 26
35 31 25
40 29 23
45 28 22
50 26 21
55 25 20
60 24 19
65 22 18
70 21 17
75 20 16
80 18 16

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Correção de bitola
Correção de bitola
Considerando os parâmetros mínimos e máximos de bitola, admitidos nas situações onde houver
necessidade de corrigir a bitola da linha, para dormentes de aço e concreto, a solução é a
substituição total dos dormentes. Para dormentes de madeira, devem ser considerados os
diâmetros de brocas abaixo, para atender o tipo de acessório de fixação:

Acessório Diâmetro da broca

Prego de Linha Tirefond 5/8”


21mm
Tirefond 7/8” 11/16”
Tirefond 3/4” 5/8”
Tirefond 24 mm 3/4”

A operação de correção de bitola não é um processo fácil, além de ser dispendioso. Isso ocorre porque
os resultados de uma simples retificação da posição de um trilho sobre a placa de apoio e sob um
desaperto prévio da fixação nem sempre são duráveis.

O processo de mudança da posição das fixações das placas de apoio aos dormentes, obrigando a
entarugar e refurar os dormentes, é o único processo durável. Mas, ao entarugar e refurar os
dormentes, ocorre uma diminuição da duração dos dormentes. Portanto, é necessário que se
observe tolerâncias que limitam ao mínimo as intervenções de correção da bitola, levando em
consideração a natureza do tráfego da linha.

Para trazer a via nas tolerâncias, é preciso ter bom senso, visto que não existe uma única solução.
Para isso, deve-se procurar a tolerância, utilizando o mínimo de retoques no material, obtendo um
resultado satisfatório.

Na região onde deverá ser realizada a concordância do fechamento da bitola com a linha não
trabalhada, admite-se uma variação de bitola de 3mm/m, para velocidades até 60Km/h, e 2mm/m,
para velocidades acima de 60Km/h.

Os defeitos de bitola, em alguns casos e, principalmente, nas curvas, podem ocorrer devido a
defeitos característicos dos materiais, como o desgaste dos trilhos em forma de chanfro. Nesses
VALER - EDUCAÇÃO VALE

casos, deve-se verificar a possibilidade de trocar ou substituir a posição dos trilhos, principalmente
em linhas de pátios e terminais que não possuam trilhos contínuos soldados, antes de realizar a
correção dispendiosa de bitola.

Na substituição dos trilhos, você deve colocar o trilho que está à esquerda para a direita e vice-versa,
fazendo com que o desgaste fique do lado externo da via.

PASSO A PASSO DA CORREÇÃO DE BITOLA

1. Medir no local a ser bitolado as diversas bitolas.

2. No local a ser trabalhado, registrar as bitolas encontradas.

3. Verificar qual a bitola predominante na extensão estabelecida e fazer um


croqui de como deve ficar o local, após a correção.

4. Marcar o trecho e os pontos a serem corrigidos.

5. Verificar as condições das fixações das placas de apoio e dos dormentes.

6. Se necessário, corrigir todas as fixações de um dos lados da fila de trilhos.


Lembrar da necessidade de tarugar todos os furos das placas deslocadas e/ou
reentalhar os dormentes, quando necessário.

7. Retirar as fixações do lado onde será ajustada a bitola.

8. Com a régua bitoladora ou uma trena, ir ajustando e corrigindo manualmente


todos os pontos pré-estabelecidos. Atentar para os locais onde há desgaste
de trilhos, a bitola será ajustada pelo patim dos trilhos.

9. Com equipamento mecanizado, finalizar o processo de furação, aplicação e


ou rebatimento de todas as fixações.

10. Conferir todos os pontos da bitola corrigida e verificar se há necessidade de


outro serviço de manutenção, como nivelamento e socaria no local
trabalhado, por exemplo.

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Correção de bitola
POSICIONAMENTO DE FUROS QUANDO SE UTILIZA FIXAÇÃO ALTERNADA.

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