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DI VIÁ
RR
CA R
DO IO
S PA
PA DR
RA ÃO
Janeiro / Fevereiro 2019 - R$ 31,50
Ferrovia
sem trem
País tem mais da metade da malha
declaradamente sem uso
DORMENTES Referência no mercado
há 77 anos, presente em
grandes projetos, com
DE CONCRETO excelência e mobilidade.
CAVAN
www.cavan.com.br
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DORMENTES DE CONCRETO
editorial
ferrovias brasileiras. Fica cada vez mais claro que essa não é uma
tarefa para deixar na mão dos políticos. A sociedade organizada tem que
definir seus projetos comuns e abrir mão do "cada um por si". O setor
Pág. 36
Ferrogrão
ANTT divulga Todas as
relatório locomotivas
54
final das Frota nacional é
60
audiências de 3.709
máquinas
Suprimentos
Overhaul de
locomotivas
68
movimenta
mercado
Divulgação/VLT
tral-Aeroporto Santos Dumont) está
pronta e testada desde dezembro
de 2018, porém sem passageiros.
E, por enquanto, não há previsão
para início de operação. A conces-
sionária reivindica repasses atrasa-
dos do município, que pelo contrato
de PPP, deve remunerar a empresa
se o VLT opera com menos de 260
mil passageiros/dia. Hoje o sistema
transporta 80 mil usuários por dia.
O prefeito Marcelo Crivella chegou
a anunciar, em fevereiro, alterações
nas linhas de ônibus que passam
pelo Centro como forma de au-
mentar a demanda pelo VLT, mas a
medida ainda não entrou em vigor,
porque, segundo a prefeitura, “re-
quer estudos mais aprofundados”. Testes na Linha 3 foram feitos entre novembro e dezembro de 2018
ROGRIND
Reeleição na Abifer
Vicente Abate foi reeleito para presidir a Abifer no bi- nger (Pandrol); Carlos Roso (Progress Rail), Wilson Ferri
ênio 2019/2020. A diretoria é composta pelo 1º vice-pre- (Randon); Dejair Aguiar (Retesp); Amilcar Debone (Ther-
sidente Wagner Ribeiro (Alstom) e pelos vice-presidentes mit); e Hubert Kundegraber (Voestalpine VAE Brasil). No
Carlos Jardim (Araucária Rail Technology); Diego Darli conselho fiscal: Kirkior Mikaelian (MIC), Massimo Giavi-
(Brastan); Agenor Marinho (CAF Brasil); Marcos Costa na (T’Trans), Adelson Martins (Voith Turbo), Alessandro
(GE Transportation), Eduardo Scolari (Greenbrier Ma- Nasser (Amsted Rail), Pedro Massucato (Cavan) e Carlos
xion); Edyval Campanelli (Hyundai-Rotem); Alex Ellwa- Andrade (Hidremec) - os três últimos são suplentes.
São Paulo
Alexandre Baldy, secretário de estado dos Transportes Metropolitanos
Graduado em Direito pela PUC-GO, Baldy foi secretário da Indústria e Comércio
do governo de Goiás de 2011 a 2013, e eleito deputado federal pelo estado em
2014. Atuou como ministro das Cidades no governo de Michel Temer.
Rio de Janeiro
Robson Fernandes Ramos, secretário estadual de Mobilidade
Engenheiro aeronáutico pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica e mestre em
Engenharia Civil pela Universidade da Califórnia/Berkeley. Já atuou no Departamento
de Aviação Civil, na diretoria de Engenharia da Aeronáutica e foi vice-presidente da
Comissão Permanente de Alienação de Bens Imóveis da Aeronáutica.
Brasília
Handerson Cabral Ribeiro, presidente do Metrô-DF
Graduado pela Universidade Estadual de Goiás e pós-graduado em Gestão Pública.
É servidor da carreira do Ministério da Economia. Foi presidente da Valec de abril
de 2018 até janeiro deste ano. Também assumiu os cargos de superintendente de
Licitações e Contratos e de diretor de Administração e Finanças da Valec.
Passageiros
32 anos. segurança. inauguração da CCR Metrô Bahia.
Ferrovia significa... Um bom ferroviário é... Expectativa profissional
Desenvolvimento, qualidade de Aquele que ama e tem orgulho Continuar contribuindo com o
vida, paixão e sustentabilidade. do que faz. Tem prazer em transporte sobre trilhos, tanto nas
servir e gosta de trabalhar frentes atuais quanto nas futuras.
Desafio diário
com pessoas.
Prestar serviço de qualidade Hamilton Trindade
para a sociedade baiana, Momento para recordar Gestor de Atendimento (Operações)
através da confiabilidade, O dia em que entrei para o da CCR Metrô Bahia
Há quantos anos na ferrovia Um bom ferroviário é... lindas paisagens, além de obras
Carga
29 anos. Comprometido, tem orgulho do arquitetônicas e históricas.
Ferrovia significa... trabalho que exerce e reconhece
Expectativa profissional
Crescimento e oportunidade a importância do modal.
Repassar os conhecimentos
para a economia. Momento para recordar adquiridos para os colegas de
Desafio diário Viagem de trem de Bauru/ profissão.
Atender às expectativas dos SP até Corumbá/MS, com o
clientes. objetivo de fazer uma inspeção Rildo Vieira Joaquim
Supervisor do Centro de
de via. Na ocasião, conheci Controle Operacional da FTC
Anuncio_somafel-AF2.pdf 1 28/01/2019 18:57:51
agenda
RAIL LIVE AMERICAS
BRASIL 30/04 e 01/05 – Maryland, EUA
Organizador: Terrapinn
MARÇO Site: www.terrapinn.com
25º INTERMODAL SOUTH AMÉRICA
19 a 21/03 – São Paulo, SP
Organizador: UBM
MAIO
Site: www.intermodal.com.br SEE MOBILITY 2019
08 e 09/05 – Belgrado, Sérvia
21º NEGÓCIOS NOS TRILHOS Organizador: BSN Mobility
19 a 21/03 – São Paulo, SP Site: www.see-mobility.com
Organizador: UBM
Site: www.ntexpo.com.br RAILTEX 2019
14 a 16/05 – Birmingham, Inglaterra
MAIO Organizador: Mack Brooks Exhibitions
VII SEMINÁRIO DE INTEGRAÇÃO DO SETOR FERROVIÁRIO Site: www.railtex.co.uk
07 a 09/05 – Santos Dumont, MG
Organizador: Instituto Federal de Educação, RAILWAY INNOVATIONS FORUM 2019
Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais 21 a 24/05 – Manila, Filipinas
Site: https://www.ifsudestemg.edu.br/ Organizador: Asia Development Bank e Internacional
Union of Railways (UIC)
JUNHO Site: www.adb.org
III SIMPÓSIO DE ENGENHARIA FERROVIÁRIA
06 e 07/06 – Campinas, SP JUNHO
Organizador: Unicamp RAILLOG KOREA
Site: www.unicamp.br 01/06 – Busan, Coréia do Sul
Organizador: Messe Frankfurt Korea Ltd
SETEMBRO Site: www.raillog-korea.kr.messefrankfurt.com
25º SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA
03 a 06/09 – São Paulo, SP TRANSPORT + LOGISTIK
Organizador: Aeamesp 04 a 07/06 – Munique, Alemanha
Site: www.aeamesp.org.br Organizador: Messe München
Site: www.transportlogistic.de
BRASIL LOG – FEIRA INTERNCIONAL DE LOGÍSTICA
11 a 13/09 – Jundiaí, SP
Organizador: Adelson Eventos
SETEMBRO
Site: www.feiradelogistica.com 22ND INTERNATIONAL CONVENTION OF THE WORKING
COMMITTEE ON RAILWAY TECHNOLOGY (INFRASTRUCTURE)
OUTUBRO OF THE AUSTRIAN SOCIETY FOR TRAFFIC AND TRANSPORT
SCIENCE (ÖVG) OPTIMISING THE WHEEL/RAIL SYSTEM
MOVIMAT – SALÃO INTERNACIONAL DA LOGÍSTICA
16 a 18/09 – Salzburg, Áustria
INTEGRADA
14 a 18/10 – São Paulo, SP Organizador: ÖVG GmbH
Organizador: Reed Exhibitions Alcantara Machado E-mail: infrastructure@oevg.at
Site: www.expomovimat.com.br
TRAKO 2019 – 13º INTERNATIONAL RAILWAY FAIR
24 a 27/09 - Gdasnk, Polônia
EXTERIOR Organizador: MTG - Gdansk International Fair Co
Site: www.trakofair.com
MARÇO
RAIL ASIA RAILWAY INTERCHANGE 2019
28 e 29/03 – Bangcoc, Tailândia 22 a 25/09 - Mineápolis, EUA
Organizador: Asian Exhibition Services Organizador: AREMA
Site: www.railasiaexpo.com Site: www.railwayinterchange.org
ABRIL OUTUBRO
EURASIA RAIL 2019 6TH RAILWAY FORUM
10 a 12/04 – Izmir, Turquia 01 e 02/10 – Berlim, Alemanha
Organizador: ITE Turkey Organizador: Competence Partner
Site: www.eurasiarail.eu Site: www.railwayforumberlin.com
RENDIMENTO I PRECISÃO I CONFIABILIDADE
www.plassertheurer.com; www.plasser.com.br
”Plasser & Theurer“, ”Plasser“ e ”P&T“ são marcas registradas internacionalmente
entrevista
Foco na ferrovia
“É prioridade nossa levar para o cidadão manter o que está dando certo são os objetivos
uma melhor condição de mobilidade e isso de Pejo. Ele anunciou que a seleção de projetos
pressupõe a utilização de sistema ferroviário”. metroferroviários está disponível desde dezembro
Nomeado secretário nacional de Mobilidade de 2018 para o programa Avançar Cidades
e Serviços Urbanos do Ministério do Mobilidade Urbana, que oferece linha de crédito
Desenvolvimento Regional, Jean Carlos Pejo para projetos de mobilidade com recursos do
não nega suas raízes. Anos de engajamento FGTS. “Nesse programa incluímos também a
em prol do setor ferroviário – não só no possibilidade de financiamentos de projetos
meio acadêmico, como também em cargos executivos e de estudos completos de viabilidade
de liderança – dão a ele certa legitimidade técnica, econômica, ambiental e social”.
para entender as demandas que envolvem Aproveitando o gancho, o secretario diz
o transporte de passageiros nas grandes e que esse é o momento de colocar projetos
médias cidades do Brasil. “Realmente eu em prática. “A grande oportunidade que os
entendo que algumas ações precisam passar municípios têm de poder implantar um sistema
pela solução do modelo ferroviário”, completa. de VLT é agora, por meio de financiamento de
Entre as medidas que planeja está a criação estudos e projetos, para que se tenham dados
de um programa similar ao Refrota, uma linha consistentes até para buscar soluções dentro da
de crédito que utiliza recursos do Fundo de iniciativa privada”.
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para Pós-graduado com MBA em Logística
modernização de frotas de ônibus. O novo Empresarial e Gerência de Projetos, ambas pela
programa, ainda sem nome definido e previsto Fundação Getúlio Vargas, Pejo é engenheiro
para ser lançado no curto prazo, será voltado mecânico pela Unicamp e Administrador de
para a reforma de trens de sistemas urbanos. Empresas, com cursos de especialização e
A ideia é criar condições de financiamento estágios em ferrovias do Japão, França, Reino
favoráveis para que operadoras modernizem suas Unido e Estados Unidos.
frotas. A iniciativa deve cair como uma luva para Foi diretor de Planejamento e Gestão da
a indústria de carros de passageiros, que vem Fepasa, membro do conselho da Cia. Paulista de
debatendo esse tipo de ação há algum tempo. Força e Luz e consultor técnico das empresas
Criar novos programas de financiamento e Mitsui e Poyry Engenharia.
JP – Eu vou te dizer o seguinte, acho que o grande RF – Há uma discussão de que a viabilidade de sistemas
momento do VLT é agora, e eu vou te dizer o porquê. de VLT deve estar atrelada à reorganização de linhas de
Porque o Avançar Cidades permite a contratação de ônibus nas cidades. Qual é a sua opinião a respeito disso?
projetos executivos e de estudo de viabilidade. Agora, JP – Essa questão se aplica para tudo. Não se aplica só
a forma que a coisa vinha se desenvolvendo, sem es- para a reordenação ou para a implementação de um sis-
tudo e sem projetos executivos, dificilmente as ideias tema de VLT. Esse realinhamento de linhas de ônibus é
avançavam. Até porque se tem uma ideia de que o sis- fundamental para qualquer disfunção da infraestrutura
tema VLT é muito caro, se coloca como se todo sis- viária, seja sobre trilhos, seja sobre pneus. É preciso
tema VLT que for construído no Brasil, vai seguir o ter o sistema todo integrado, não faz sentido a gente
padrão do VLT Carioca, o que não é verdade. Então a verificar nas cidades, inclusive no Rio de Janeiro, vá-
grande oportunidade que os municípios têm de poder rias linhas de ônibus paralelas à linha da Supervia, por
implantar um sistema de VLT é agora, por meio de fi- exemplo. É importante, sim, que haja uma integração
nanciamento de estudos e projetos, para que se tenham entre os sistemas alimentadores de ônibus convencio-
dados consistentes até para buscar soluções dentro da nais para alimentar os sistemas frontais, seja sistema
iniciativa privada. sobre trilhos, seja sistema sobre pneus, seja sistemas de
BRT’s. Então essa integração é fundamental. No que diz
RF – Na sua opinião, os governos estaduais e municipais respeito à seleção dos empreendimentos pela secretaria,
devem aproveitar a chance de financiar projetos, para que é imprescindível que projetos apresentem o plano de
eles possam ser colocados em prática... mobilidade da cidade. Esse plano deve contemplar as
JP – Sim. É hora de contratar, de financiar estudos de melhores condições. Então, a integração é fundamental
engenharia, projetos executivos, estudos de viabilida- em um cenário em que o VLT seja o sistema frontal ou
de bem estruturados, se o município tem condições de o próprio alimentador de um sistema maior como metrô
poder colocar o setor privado para participar de um ou trem metropolitano. Isso é indispensável sempre.
programa de VLT, ótimo. Porque o VLT é um sistema,
que não é um equipamento de transporte apenas, é um RF – De dezembro de 2018 para cá, a secretaria já rece-
equipamento de transporte e de revitalização urbana. beu alguma proposta de financiamento para a implemen-
Ele tem que ser encarado como um projeto de revita- tação de sistema sobre trilhos?
lização, o transporte está dentro desse projeto. O que JP – Por enquanto, apenas uma proposta foi encami-
se agrega de valor, principalmente com a valorização nhada – a ampliação do Metrô de Belo Horizonte, pela
imobiliária dessa região por onde passa o VLT. É um Prefeitura de Contagem. Porém, a expectativa é de que
sistema que gera muito recurso paro o empreendimen- novas propostas sejam cadastradas.
to. Então, muitas vezes você consegue desenvolver um
sistema VLT quase que só com recursos privados, sem RF – Que projeto é esse?
participação do poder público. Mas, para isso, tem que JP – Trata-se de um investimento solicitado pela Pre-
ter todo um estudo, tem que avaliar o quanto que pode feitura de Contagem, em Minas Gerais, para a exten-
ter de valoração, qual é a vocação da região. Isso se são do Metrô de Belo Horizonte, operado pela CBTU.
consegue com um estudo bem feito, que é uma garan- A proposta prevê a implementação de uma estação, em
tia de que o sistema vai ser implantado. E isso o setor Contagem, 1,6 km de novos trilhos a um custo de R$
sobre trilhos não está preparado ainda. Com o Avançar 150 milhões. O investimento inclui sistemas de ele-
Cidades, com a possibilidade de financiar os estudos, o trificação, sinalização e controle e construção da via.
setor ferroviário passa a ter toda a condição de estudar A proposta está em processo de seleção no programa
seu sistema de VLT e poder implantar. Avançar Cidades. As fases seguintes são de qualifi-
que os projetos de saneamento, de habitação, de mobi- JP – Acho importante dizer que o critério para a se-
lidade urbana, desenvolvimento urbano, estejam per- leção de qualquer empreendimento é saber se vai ser
feitamente integrados. Inclusive com relação à defesa bom para o Brasil. É bom para o cidadão? Se a res-
civil, que é uma das secretarias daqui do MDE e que é posta for sim, ele continua. Se a resposta for não, ele
fundamental consultar para um conjunto habitacional, para. O nosso objetivo é atender as pessoas, então,
ela não pode levar as pessoas para um lugar distante. os empreendimentos que estão aqui serão todos fo-
O que dá condições para as pessoas é habitação inte- cados na melhoria da qualidade de vida das pessoas
grada à cidade, que tenha serviços perto, transporte, através da mobilidade. Ou seja, menor tempo de per-
padaria, ambulatório, médico, farmácia etc. A deter- curso, menor número de acidentes, melhor qualidade
minação de todos do ministério é que os empreendi- do ar, menores internações de pessoas em hospitais
mentos sejam integrados, visando sempre melhorar a por problemas respiratórios decorrente de poluição.
qualidade de vida das pessoas. Essa é a base essencial Vamos não só utilizar indicadores como tamanho do
do nosso trabalho. metrô ou de rede de corredor de ônibus, mas tam-
bém colocar indicadores que apresentem a melhoria
RF – Essa premissa vai pautar, inclusive, a seleção de pro- de qualidade que aquele empreendimento pode trazer
jetos pela secretaria? para as pessoas.
evento
Clima de otimismo
Número de expositores na 21º NT Expo cresceu em relação à edição de 2017
Divulgação/NT Expo
A
expectativa por novos negócios este ano le- logística, transporte de carga e comércio exterior. Márcia
vou empresas do setor a fecharem participação diz que as mudanças possibilitam antecipar ciclos de ne-
na 21ª NT Expo – Negócios dos Trilhos, que gócios, adequando-os aos calendários nacional e interna-
acontece entre os dias 19 e 21 de março, na São cional. “A NT Expo junto com a Intermodal South Ame-
Paulo Expo. A feira está com todos os espaços vendidos rica é uma boa estratégia para fomentar novos negócios
desde dezembro de 2018, de acordo com a Informa Exhi- para os dois mercados”.
bitions, organizadora do evento. Ao todo, são 110 marcas
em um pavilhão de 8 mil metros quadrados. A empresa Atrações
não menciona número de expositores, pois no mesmo es- Pelo segundo ano, o evento abriga o “Estação Conhe-
paço pode haver mais de uma marca, mas destaca que 27 cimento”. Trata-se de um espaço onde serão realizadas 30
expositores participam do evento pela primeira vez. palestras gratuitas (10 por dia) com duração de 30 minutos
“Crescemos mais de 10% em número de expositores na cada. As palestras serão ministradas pelos expositores e
comparação com a última edição, em 2017. O setor ferro- por associações parceiras. Para assisti-las, basta fazer o
viário está mais otimista com o plano de concessões anun- credenciamento de visitante na NT Expo. A capacidade da
ciado pelo governo federal”, acredita Márcia Gonçalves, Estação Conhecimento é de 80 lugares.
gerente geral do portfólio de infraestrutura da Informa. Outra atração é a rodada de negócios, organizada pela
O NT Expo desse ano tem como principais novida- Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros
des a data e o local. Antes realizada próximo ao fim do sobre Trilhos (ANPTrilhos), Joubert Flores. O objetivo é
ano, geralmente em novembro, agora a feira acontece em aproximar os associados (operadoras de passageiros) de
março, e está sendo organizada juntamente com a 25º In- fornecedores do setor. “Queremos que compradores e ex-
termodal South America, evento voltado para o setor de positores estreitem relacionamentos e ampliem a rede de
22 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
contatos, visando à geração de negócios”, completa Flores. atenção do público. O espaço, organizado em parceria com
A feira conta também com a exposição do Aeromó- a secretaria de Transportes Metropolitanos, traz materiais
vel 6ª Geração (modelo A200, com 25 metros de com- históricos neste meio século de sistema na capital paulista.
primento e capacidade para 300 passageiros) no estande
da Aeromóvel Brasil (uma das empresas que participam Expectativa de público
pela primeira do evento) e Marcopolo. “O veículo atual, O evento congrega a cadeia produtiva dos segmentos
além de atender a todas as normas internacionais, possui a de carga e de passageiros em níveis nacional e internacio-
capacidade produtiva da Marcopolo”, nal. A expectativa dos organizadores é
explica Marcus Coester, CEO da Ae- "O setor ferroviário está de que 4,9 mil pessoas visitem o pavi-
romóvel Brasil. lhão durante os três dias da feira.
O CEO lembra que a geração 5 do
mais otimista com o plano Entre as empresas expositoras es-
aeromóvel está em uso no aeroporto de de concessões anunciado tão fornecedores especializados em
Porto Alegre há cinco anos e que a ge- pelo governo federal" bilhetagem, construção e infraestru-
ração 4 está em operação na Indonésia, Márcia Gonçalves, tura, eletrificação, gerenciamento de
país onde o sistema completa 30 anos Informa Exhibitions sistemas, operadoras de cargas e pas-
de atividade. “Nossa expectativa para o sageiros, manutenção, metalurgia e
evento é muito boa, pois estamos em um momento muito usinagem, sinalização, dormentes, peças e componentes,
oportuno para inovação e para investimentos em mobili- interiores e telecomunicações. Há expositores de mais de
dade urbana. Existe uma grande carência de investimentos dez países como Estados Unidos, Suíça, Suécia, Áustria,
nesta área no Brasil, em sistemas sobre trilhos”, afirma. Itália, Espanha, Canadá e China. Saiba mais sobre o even-
A Galeria 50 anos do Metrô de SP também deve atrair a to no site:www.ntexpo.com.br.
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Vídeo demonstrativo da
operação na Internet:
Conheça os indicados a
Ferroviário Padrão
O
Prêmio Revista Ferroviária 2019, que com- colegio-eleitoral/, que vai para análise da comissão organi-
pleta 30 edições este ano, tem novidades. zadora do Prêmio.
Além do Conselho Editorial da RF, o Colégio O Prêmio Ferroviário Padrão conta com o apoio da Asso-
Eleitoral, formado por profissionais atuantes ciação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF)
no setor metroferroviário, terá esse ano a missão de fazer e da Associação Nacional dos Transportadores de Passagei-
a escolha final dos vencedores do Prêmio Ferroviário Pa- ros sobre Trilhos (ANPTrilhos). No dia da cerimônia (ainda
drão (um para Carga e outro para Passageiros). sem data definida), todos os indicados serão convidados ao
A escolha dos ganhadores do Prêmio Ferroviário Padrão palco para receber uma homenagem da associação que re-
será feita com base numa lista de ferroviários indicados presenta as operadoras nas quais trabalham. A RF sugere às
pelas operadoras (veja abaixo). Importante ressaltar que a operadoras como critérios de indicação o cumprimento da
Vale, operadora da EFVM e EFC, não indicou ainda os no- meta de produção do funcionário ou de seu grupo; espírito
mes. O Colégio Eleitoral também é responsável pela esco- de equipe; e criatividade na busca de soluções.
lha dos ganhadores nas categorias setoriais do Prêmio RF, Os três critérios podem ser aplicados a qualquer fun-
por meio de uma votação cruzada. Nenhum profissional do cionário (a) de qualquer área. No entanto, para manter a
Colégio Eleitoral pode votar em sua empresa de atuação. premiação próxima da coletividade dos ferroviários, a RF
Fornecedores votam em operadoras e operadoras votam em aconselha às operadoras a indicação de colaboradores efeti-
fornecedores. Para fazer parte do Colégio Eleitoral é pre- vos abaixo do segundo nível de hierarquia, ou seja, excluin-
ciso preencher um formulário http://www.premiorf.com.br/ do diretores e superintendentes gerais.
Carga Carga
Ferrovia Centro-Atlântica Ferrovia Norte-Sul
Indicado: Ricardo Luiz Rafante Indicado: Fabrício Scarpatti Rodrigues
Cargo: Instrutor de Manutenção Cargo: Gerente de Operações Ferroviárias
Perfil: Trajetória de 36 anos como ferroviário. Trabalhou Perfil: Mais de 20 anos de experiência na área de ferrovia.
como agente de almoxarifado da RFFSA e teve passagem Desde 2014, atua na Ferrovia Norte-Sul, sendo responsável
pela CBTU. Em 2012, iniciou sua atuação como instrutor pela produção e segurança pessoal e operacional. Enge-
de manutenção mecânica ferroviária, dedicando-se a pes- nheiro mecânico, tem passagens pela Vale e FCA, nesta
quisas e elaboração de materiais didáticos e dinâmica de última já tendo atuado como gerente de saúde e seguran-
treinamentos práticos para diversos públicos da ferrovia. É ça. Em 2018, Scarpatti implementou várias melhorias nos
considerado pela VLI uma referência interna e externa no processos operacionais que possibilitaram uma redução de
que diz respeito ao setor 18% no tempo de ciclo
de vagões. Faz parte do de vagões em São Luís
comitê CB006 da ABNT, (MA). Foram um total de
responsável pela elabora- 102 pessoas formadas em
ção de normas técnicas tempo recorde para assu-
ferroviárias brasileiras. mirem a operação de for-
De acordo com a VLI, mação de trens de grãos e
tem contribuição decisiva celulose no terminal Ponta
para o cumprimento das da Madeira. Segundo a
metas de produção, uma VLI, o colaborador é uma
vez que é peça-chave no referência interna na for-
processo de capacitação mação e cuidado com as
das equipes. pessoas, já tendo formado
dois novos gerentes em
sua área.
24 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
Acesso simplificado às
informações necessárias
DETECÇÃO DE C O N TA G E M D E MONITORAMENTO
RODA EIXOS
www.frauscher.com
prêmio rf
Carga Carga
Ferrovia Tereza Cristina Ferrovia Transnordestina
Indicado: Gilmar Borges Alano
Cargo: Assistente de Manutenção Mecânica
Logística
Indicado: Vanderley Saraiva de Moraes Rego
Perfil: Profissional com formação técnica no Senai e cola-
Cargo: Técnico de Manutenção
borador da FTC desde 1980, na então RFFSA. Atualmente
Perfil: Iniciou a carreira aos 20 anos após concluir o curso
é responsável pelo setor de Freios de Locomotivas. De
técnico de Eletromecânica na Escola Técnica Federal do
forma frequente é convocado para atuar como facilitador
Maranhão, em São Luís. Logo depois, passou no con-
de cursos de formação de maquinista. Participante ativo
curso na RFFSA, onde assumiu em 1983 como eletricista
dos programas da empresa, desenvolve serviços de ma-
de locomotivas. Ao longo da trajetória, procurou ampliar
nutenção e recuperação de sistemas de freios e compres-
conhecimentos em outras áreas de manutenção, como
sores de ar de locomotivas, com o objetivo de garantir a
mecânica de motor a
segurança da operação
diesel e pneumática de
ferroviária. Segundo a
locomotivas. De acordo
FTC, o colaborador é
com a FTL, dispõe de
engajado na realização
habilidades técnicas
de trabalhos de manu-
específicas e oferece
tenção em grupo e foi
relevante contribuição
responsável por desen-
ao replicar seus conheci-
volver melhorias, tais
mentos em treinamentos
como: modernização de
de formação e recicla-
painel de comando de
gem de maquinistas. O
maquinistas e do sistema
profissional é respeitado
de freios modelo 6SL.
pelos colegas e superio-
res e tem bom relaciona-
mento com a equipe.
Carga Carga
MRS Logística Rumo Logística
Indicado: Guilherme Schmidt Indicado: Cleusadir José Pacholski
Cargo: Consultor Ferroviário Cargo: Especialista de Operações Sênior
Perfil: Iniciou sua carreira na MRS em 1997. Participou Perfil: Começou a atuar em ferrovia na área de manuten-
diretamente de algumas conquistas da empresa, tais ção de locomotivas em 1983, como aprendiz de eletricis-
como a construção do Posto de Abastecimento do P1- ta. Tornou-se analista em 2003, coordenador de manuten-
07 (MG) e de Santa Rosa (RJ), da Oficina do P1-07 (MG) ção em 2004 , especialista de manutenção em 2014. Em
e de 12 pátios na Ferrovia do Aço e de duplicações da 2018, liderou a renovação da locomotiva GT 4653, que
malha. Exerceu diferentes cargos, entre eles, engenheiro teve seu sistema elétrico e estrutura renovados. Depois da
de energia, especialista ferroviário, coordenador de pro- reforma – por um preço muito inferior aos praticados no
dução, gerente de Pá- mercado, uma vez que
tios e Terminais e ge- propôs alternativas
rente de Operação de de baixo custo para a
Trens. De acordo com sua recuperação – a
a MRS, o colaborador locomotiva, de 1982,
procura permear os tem estimativa de
conhecimentos com operar, no mínimo,
os colegas, manter o por mais 35 anos.
foco, atender prazos Segundo a Rumo, o
e cumprir metas com colaborador atuou de
dedicação, sempre forma implacável na
estabelecendo o redução de custo a
diálogo com as partes partir da reutilização de
envolvidas. É conside- peças e é considerado
rado um exemplo para referência em sua área
todos. de atuação.
26 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
Carga Passageiros
Transnordestina Logística CBTU
Indicado: Edison Pinto Coelho Indicado: José Geraldo Guimarães Ribeiro
Cargo: Assessor Técnico Cargo: Instrutor de Treinamento dos Sistemas Operacionais
Perfil: Engenheiro civil, pós-graduado em Engenharia e Perfil: Há mais de 30 anos, o colaborador mantém alto nível
Segurança do Trabalho, Logística, Administração e Finan- de produtividade e de comprometimento, segundo a CBTU.
ças, também é mestre em Engenharia Ferroviária. Iniciou Desde o início de sua carreira, tem desenvolvido visão sistêmi-
a carreira em 1985 na Vale. Passou pela MRS, Brasil Fer- ca sobre seu papel individual e coletivo, buscando combinar
rovias e América Latina Logística. De acordo com a TLSA, as competências necessárias para a execução de ações. Nos
tem espírito agregador, últimos cinco anos, dedi-
motivador e de lideran- cou-se à criação, desen-
ça junto aos colabora- volvimento e implantação
dores. Dispõe de foco do software CCO Alter-
em mudanças estrutu- nativo, ferramenta que
rais e racionalização de permite maior assertivi-
processos, visando ao dade e segurança para
incremento de operação de sistemas
produtividade com cria- de Controle, Sinalização
tividade na procura de e Energia da CBTU-BH.
alternativas. Tem expe- Contribui para a forma-
riência internacional e ção de times sinérgicos,
background acadêmi- propiciando troca enri-
co, além de domínio do quecedora de conheci-
ambiente regulatório de mento e experiências
transportes no Brasil. entre as equipes.
PELICANO
prêmio rf
Passageiros Passageiros
CCR Metrô Bahia Metrô de São Paulo
Indicado: Aldenir de Sena Silva Indicado: Wilson Castilho
Cargo: Assistente de Operação da CCR Metrô Bahia Cargo: Especialista de Manutenção
Perfil: Formado em Ciências Contábeis, o colaborador Perfil: Trabalha no Metrô SP desde 1975. Atualmente é o
acumula mais de 13 anos de experiência no setor ferrovi- líder técnico do grupo de implantação do módulo PM (Ma-
ário. Em 2015, entrou na CCR Metrô Bahia para o cargo nutenção) do sistema SAP. Segundo a operadora, é preo-
de controlador. Em pouco tempo, foi promovido para cupado com as questões de custo, agilidade e assertivida-
supervisor de Centro de Controle Operacional e, em 2018, de, questiona os orçamentos sob aspectos quantitativos e
passou a ocupar o cargo de Assistente de Operação. qualitativos, em busca da excelência nos resultados e de
Segundo a empresa, sustentabilidade. Tem
assumiu com desen- proatividade e dispo-
voltura as atividades, nibilidade para orientar
prestando apoio direto equipes. É autodidata
ao coordenador da e dotado de criativida-
área nos processos, de e inovação, sempre
nos assuntos técnicos demonstrando energia,
e nos treinamentos de dedicação e determi-
formação e reciclagem nação nas atividades,
de controladores e em todos os desafios
supervisores, contri- propostos, afirma o
buindo de maneira Metrô de São Paulo.
efetiva para a qualida-
de da mobilidade em
Salvador.
Passageiros Passageiros
CPTM Companhia de Transportes
Indicado: Francisco Assis Lupianhe
Cargo: Operador de Console de Circulação
do Estado da Bahia
Indicado: Sérgio Murilo Lima da Silva
Perfil: Está na companhia desde 1996 e atua na área
Cargo: Subcoordenador de Tecnologia da Informação
de controle do tráfego de trens e no contato com pátios
Perfil: Atua na área ferroviária desde 1977, quando
de manobra. Entre os motivos da indicação, segundo a
iniciou funções no setor de manutenção elétrica. Exerce
CPTM, está o fato de ter organizado gráficos de cir-
o cargo desde 2016 na CTB, onde já foi também sub-
culação para realização de serviços como o Expresso
coordenador de Suprimentos e Patrimônio. Segundo a
Copa (durante a Copa do Mundo 2014, para ligar as
companhia, o colaborador demonstra comprometimen-
estações Luz e Corinthians-Itaquera, em 19 minutos);
to com os objetivos metas não só de sua área como de
o Connect e Airport
toda a empresa. Está
Express (trens ex-
à disposição para
clusivos saindo das
contribuir em comis-
estações Luz e Brás
sões criadas para
direto à estação
estudos, apresenta-
Aeroporto Guarulhos);
ção de propostas,
e o Expresso Leste,
desenvolvimento de
da estação Luz até
projetos e apurações
Estudantes, eliminan-
administrativas.
do a transferência na
estação Guaianases.
Passageiros Passageiros
ViaMobilidade ViaQuatro
Indicado: Gabriel Lana de Jesus Indicado: Wellington Oliveira Costa
Cargo: Agente Atendimento e Manutenção de Equipamen- Cargo: Analista de Engenharia de Atendimento e Interação
tos Fixos com o Cliente
Perfil: Antes de ingressar na ViaMobilidade, foi colaborador Perfil: Iniciou a carreira na ViaQuatro em 2009, como técni-
por seis anos na ViaQuatro, onde trabalhou no setor de im- co de manutenção, função que ocupou até 2013, quando foi
plantação, eletromecânica e manutenção de equipamentos promovido a Agente Especializado na área de Engenharia de
fixos, mesma área onde atua na ViaMobilidade. Formado Atendimento. Liderou o projeto para a retirada das esteiras
pelo Senai em Eletricista de Manutenção, hoje cursa Enge- rolantes na transferência entre as estações Paulista e Con-
nharia Elétrica. Desenvolveu uma ferramenta (atualmente em solação (Linha 2-Verde). A complexidade deve-se ao fato de
caráter experimental) que simula falhas na alimentação de que 80% do fluxo de passageiros na estação utiliza o túnel
energia da Linha 5-Lilás, de transferência entre as
por meio da reprodução linhas, por meio de apro-
virtual de situações que ximadamente 200 metros
ocorrem em campo. A de corredores, que eram
aplicação da ferramenta ligados por seis esteiras
em treinamentos tornou rolantes. Após a retirada
possível e de forma rá- desses equipamentos, a
pida e eficiente, a for- capacidade de locomo-
mação de cerca de 200 ção instalada no túnel
profissionais, segundo a aumentou cerca de 14%.
concessionária. A inovação está na criati-
vidade e proatividade do
colaborador em propor
algo que vai contra o
senso comum.
30 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
HIDREMEC
notas
Cisa Trading foca no Ferrovias paulistas
mercado full service são tema de livro
Está disponível na
versão e-book (no
site da Amazon) o
livro “O desmanche
das ferrovias paulis-
tas”, de autoria do es-
tudioso Ralph Gies-
brecht. A publicação
de 392 páginas traz
uma pesquisa sobre o
processo de erradica-
ção de ramais e linhas
da Cia Paulista, Mo-
A Cisa Trading, que desde 2014 representa no Brasil giana, Sorocabana,
a fornecedora russa de trilhos Evraz, fechou parceria EF Araraquara, EF
com outra empresa do setor, a Loram, norte-americana São Paulo a Minas,
que produz equipamentos de manutenção de via. A Lo- EF Santos-Jundiaí,
ram já forneceu esmerilhadoras de trilhos para EFVM, Noroeste, Central do Brasil, Bragantina, EF Campos de
EFC, FCA e MRS. A estratégia dessa vez é entrar no Jordão e Itatibense. Por meio de relatórios da RFFSA e
mercado full service – que inclui operação e manuten- matérias jornalísticas de época, o autor lembra como o
ção das máquinas. “Queremos explorar esse modelo descaso e a falta de prioridade de governos eliminaram
nos próximos anos”, ressalta Murilo Martins, gerente do mapa trens de passageiros de média e longa distân-
comercial da Cisa. cias no estado.
Divulgação/ViaQuatro
tro realizou o sonho do menino de conhecer o pátio
Vila Sônia, onde é feita a manutenção da frota da
Linha 4-Amarela do Metrô SP, e o Centro de Contro-
le Operacional, onde foi recebido pelo presidente da
empresa, Luis Valença.
A história chamou de Hugo Vilela Teixeira, cola-
borador da ViaMobilidade, que decidiu doar sua co-
leção da Revista Ferroviária e catálogos de eventos
do setor para Dudu. “Eu me vi nele. Também sou fa-
nático por trens desde a infância. Queria que as edi-
ções ficassem com alguém que realmente gostasse do
tema”, disse Hugo.
empac.com.br | comercial@empac.com.br
32 3574.1580 - 81 3726.1176
arquivo ferroviário
capa
Q
uantos quilômetros de fer-
rovias existem no Brasil?
Desse total, quantos estão
efetivamente operando
dentro de uma capacidade razoável de
carga? Quantos quilômetros estão sem
nenhum tráfego?
São perguntas aparentemente sim-
ples. Mas o fato é que não existem
dados oficias que permitam mostrar,
com segurança, qual a realidade das
ferrovias de carga no Brasil. Uma
conta difícil de fazer até mesmo para
pessoas que atuam há muitos anos no
setor ferroviário.
“Pelas nossas contas, 12 mil km es-
tão operando em plena capacidade, 6
mil km estão subutilizados e 12 mil
km estão inoperantes”, diz Luis Hen-
rique Baldez, presidente da Associa-
ção Nacional dos Usuários de Trans-
porte (Anut).
“Trabalhamos com um número que
é meio que consenso no setor de que
dos 29.075 km da malha, um terço
está sendo densamente utilizado, um
terço relativamente utilizado e um
terço não utilizado. Mas não dá para
bater o martelo, não tem precisão”,
completa Vicente Abate, presidente
da Associação Brasileira da Indústria
Ferroviária (Abifer).
A Cisa Trading, maior trading do Brasil e uma das maiores importadoras nacionais, é parceira das usinas
da EVRAZ e da LORAM no país. Conheça nossos serviços e soluções para o setor metroferroviário.
(*) Trecho sob cuidado da Ferrovia Centro Atlântica mas que pelo contrato de concessão pertence à Malha Paulista
Continua
42 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
Continuação
Continua
LANFRANCO
capa
Continuação
MALHA SUBUTILIZADA
Concessão Trecho Extensão (em km) Ociosidade média
Rumo
Marco Inicial-Rondonópolis 27,27 72,21%
Malha Norte
Subtotal 27,27 72,21%
MALHA SUBUTILIZADA
Concessão Trecho Extensão (em km) Ociosidade média
Alça Boa Vista Nova-Boa Vista Velha 1,30 97,38%
MALHA SUBUTILIZADA
Concessão Trecho Extensão (em km) Ociosidade média
Roncador Novo-Brasília 244,57 78,33%
MALHA SUBUTILIZADA
Concessão Trecho Extensão (em km) Ociosidade média
Cruz Alta-Santo Ângelo 25,95 70,58%
Desvio Ribas-Eng. Gutierrez 8,67 68,65%
Diretor Pestana-Triângulo 14,37 98,78%
Eng. Bley-Mafra 62,50 73,94%
Eng. Gutierrez-Guarapuava 5,08 83,64%
General Luz-Roca Sales 7,77 72,89%
Jaguariaíva-Uvaranas 146,74 93,91%
Mafra-Francisco do Sul 70,87 70,06%
Mafra-Lages 31,92 69,06%
EXPERIÊNCIA CONSOLIDADA
INVESTINDO EM
FERROVIAS E INOVANDO
EM MOBILIDADE
O FUTURO É AGORA
Reformas
Divulgação/MRS
em curso
Ferrovia Transnordestina Logística investe
na modernização de locomotivas e vagões
Por Tatiane Conceição
M
odernização de material rodante tem sido o
foco de investimentos da Ferrovia Transnor-
destina Logística (FTL) para melhorar a pro-
dutividade. Em 2018, a empresa revitalizou
cinco locomotivas modelo GE U10B, fabricadas em 1964.
– todas já foram liberadas para operação. Este ano, a expec-
tativa é reformar mais cinco desse modelo, com previsão de
começarem a operar ainda no primeiro semestre. O investi-
mento total é de R$ 9,5 milhões.
Divulgação/FTL
Ferrogrão em pauta
A ANTT divulgou relatório final das audiências públicas que debateram o projeto greenfield
Por Adriana de Araújo
P
ouco mais de um ano depois da última sessão deste ano. Caso a data se concretize, o leilão poderá ser
pública para debater o projeto de construção da realizado no segundo semestre de 2019.
Estrada de Ferro 170, popularmente conhecida
como Ferrogrão, a Agência Nacional de Trans- Sem mudanças substanciais
porte Terrestre (ANTT) divulgou o relatório final das au- De acordo com o relatório final, a ANTT aceitou revisar
diências, no dia 15 de janeiro. O projeto, qualificado no a cláusula que trata do “compartilhamento da infraestru-
Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo tura e recursos operacionais” da ferrovia. Pela minuta do
federal, prevê a implementação de 933 km de ferrovia, en- contrato divulgada em outubro de 2017, a concessionária
tre Sinop (MT) e o porto fluvial de Miritituba, em Itaituba estaria autorizada a vedar a atuação de operadores ferrovi-
(PA), ao custo de R$ 12,7 bilhões. ários independentes durante o período de amortização do
Segundo o relatório, ao todo, foram recebidas 232 con- investimento. A agência afirmou no documento pós-audi-
tribuições, via formulário no site da ANTT e nas audiên- ências públicas, que acha “prudente” consultar o Ministé-
cias públicas, realizadas em Cuiabá (MT), Belém (PA), rio da Infraestrutura sobre a questão de exclusividade da
Sinop (MT) e Brasília (DF), entre os dias 22 de novembro via. Procurado, o Ministério da Infraestrutura disse que
e 12 de dezembro de 2017. Das contribuições analisadas, ainda não tem um retorno oficial sobre o assunto.
25 foram aceitas, 46 parcialmente aceitas, 82 rejeitadas Segundo o gerente de regulação e outorgas de ferrovias
e 79 consideradas não associadas, ou seja, manifestações da ANTT, Marcelo Amorelli, “os riscos que cada parte (po-
sobre tema diverso do debatido. der concedente e concessionária) assumirá também serão
A consolidação das contribuições aceitas estão a car- reavaliados, de forma a conferir maior segurança jurídica à
go da ANTT. Após ajustes, o projeto ainda passará pela modelagem contratual. Contudo a execução do contrato se
análise do Tribunal de Contas da União (TCU), que po- dará por conta e risco do concessionário”, explicou.
derá expedir determinações e recomendações. Como o Haverá mudanças em relação à obtenção da licença
TCU não emite prazo para apreciar o assunto, ainda não prévia junto aos órgãos competentes (federais, estaduais
há data definida para o lançamento do edital. O governo e municipais). Antes sob responsabilidade da concessio-
trabalha com a hipótese de lançá-lo no primeiro semestre nária, agora passará a ser função do poder concedente,
54 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
afirmou o Ministério da Infraestrutura. A licença prévia Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda,
atesta a viabilidade ambiental do empreendimento, apro- que sugeriu deixar a cargo da concessionária o reassen-
vando sua localização, concepção e estabelecendo condi- tamento de populações vulneráveis atingidas pela cons-
ções a serem atendidas para posterior obtenção da licença trução da via. Para mitigar riscos e garantir segurança
de instalação – que continuará a cargo contratual, ainda haverá a ampliação
da concessionária. A ANTT afirma no "Os riscos que cada do mecanismo de enforcement, com o
relatório que vai revisar o atual prazo objetivo de coibir atrasos na entrega
de um ano e meio para a obtenção das
parte (poder concedente e da obra, por postergação por parte da
licenças ambientais necessárias para a concessionária) assumirá concessionária na obtenção de licen-
construção da ferrovia. também serão reavaliados, ças. Porém, caso haja atrasos no licen-
Para o gerente do Departamento de
de forma a conferir maior ciamento que não decorram de culpa
Transporte e Logística do Banco Na- da concessionária, o relatório admite
cional de Desenvolvimento Econômi- segurança jurídica à a possibilidade de haver reequilíbrio
co e Social (BNDES), Bruno Coelho, modelagem contratual." econômico-financeiro do contrato.
o licenciamento ambiental é um dos Marcelo Amorelli, ANTT Ainda haverá mudanças contratuais
pontos sensíveis do projeto. “É um relativas à adequação dos seguros exi-
investimento dentro da Amazônia. Então, o governo fe- gíveis a normas vigentes, com o objetivo de evitar dificul-
deral está ativo, fazendo o link com os órgãos ambientais dades regulatórias. Também serão incluídos critérios de
para poder ter o licenciamento para toda a área, mas tudo qualificação técnica relacionados à experiência em cons-
é muito difícil em razão da região afetada”, mencionou. trução de projetos de infraestrutura de grande porte e ope-
A ANTT aceitou, ainda, contribuição da Secretaria de ração ferroviária.
reportagem
“As contribuições vão aprimorar o projeto, mas não ha- diz que o investidor terá que procurar outras formas para
verá mudanças substanciais nos parâmetros estabelecidos compor o investimento de R$ 12,7 bilhões. “De qualquer
até agora”, diz Roberto Meira, gerente comercial da estru- forma, a parte que sobrar para o investidor ainda vai ser um
turadora Estação da Luz Participações (EDLP), empresa volume muito grande de recursos. Então, vamos supor que
responsável pela elaboração do es- ele capte 70% de financiamento so-
tudo de viabilidade técnica da fer- "A consolidação das mando todos os financiadores possí-
rovia, financiado pelas tradings do contribuições aceitas estão a veis. Os 30% ou 20% restantes ainda
agronegócio Amaggi, ADM, Bun- serão uma soma alta que o ganhador
ge, Cargill e Louis Dreyfus.
cargo da ANTT. Após ajustes, do leilão terá que aportar. É um desa-
o projeto ainda passará por fio”, acrescentou Coelho.
Financiamento análise do Tribunal de Contas Segundo o gerente, com os lei-
O BNDES já fez uma análise pré-
da União (TCU), que poderá lões de novas ferrovias como a
via do projeto e tem interagido com o Norte-Sul e a Ferrogrão, haverá
Ministério da Infraestrutura e o Pro- expedir determinações e uma mudança de paradigma na
grama de Parcerias de Investimentos recomendações." carteira de projetos do BNDES em
(PPI) para viabilizar parte do finan- 2019. “Até o ano passado, tínha-
ciamento do empreendimento, que é prioridade do governo mos financiamento para malhas já concedidas. Compra
federal. Contudo, segundo Bruno Coelho, o financiamento de material rodante; alguns investimentos de conserva-
depende da formatação final do projeto e de quem vencerá ção da malha já existente. Não temos concessão de fer-
o leilão. “Temos uma linha de crédito apta para o proje- rovia desde 2007. A Ferrogrão é greenfield na veia. A
to com prazo bem longo via sendo construída do
como a Ferrogão precisa. FERROGRÃO zero”, mencionou.
Mas só vamos poder ana- De acordo com a EDLP,
lisar como será costurado investidores da China, Ca-
esse financiamento após nadá e Oriente Médio já
divulgação do vencedor do demonstraram interesse
leilão”, disse. no empreendimento. A
A empresa selecionada EDLP também informou
no certame precisará com- que as tradings se dispõem
provar capacidade para a alocar entre 25% e 30%
desenvolver o empreendi- dos recursos necessários.
mento. Além do financia- Os produtores mato-gros-
mento via BNDES, Coelho senses também se mo-
bilizaram para financiar
parte da ferrovia. No ano
passado, os integrantes
Conecta a produção agrícola do
Mato Grosso ao Porto de Miritituba (PA) da Associação dos Produ-
tores de Soja e Milho do
Principais produtos: soja, milho,
fertilizantes e combustível Mato Grosso (Aprosoja-
-MT) aprovaram a criação
58 milhões de
toneladas/ano em 2050 de um fundo destinado à
construção da Ferrogrão.
933 km
“São diversos investido-
Investimento de res interessados. O que
R$ 12,7 bilhões
aumentam as chances de
sucesso desse leilão”, sa-
lientou Roberto Meira.
56 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
30 anos
Dormentes Monobloco Monoblock Sleepers Dormentes para AMV Sleepers for Turnouts
Dormentes Monotrilho Monorail Sleepers Dormentes Bi-bloco Two-block Sleepers
Sistemas LVT LVT Systems Sistemas LVT para AMV LVT Systems for Turnouts
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reportagem
Saída pelo Norte
A Ferrogrão tem o objetivo de facilitar o escoamento de grãos infraestrutura e prestação do serviço de transporte. A concessão é de
pelos portos do Arco Norte, mais próximos das regiões produtoras de 65 anos, incluindo o prazo para obtenção de licenças e construção. O
Mato Grosso. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística período destinado à execução da obra ainda pode ser alterado, confor-
(IBGE), o estado é líder na produção nacional de grãos: este ano, das me contribuições feitas durante audiências públicas.
237 milhões de toneladas estimadas pelo Ministério da Agricultura, Ao final da concessão, os ativos operacionais edificados e ins-
63,4 milhões devem ser produzidas no estado. talados serão revertidos ao poder concedente que poderá realizar
“Cada vez mais aumenta a necessidade de saída de cargas pelo novo leilão, conforme prevê a Lei 10.233/2001. A remuneração da
Arco Norte. [...] Isso mostra a importância do plano de ferrovias. Na concessionária se dará por meio da cobrança de tarifa de transporte,
hora que a Ferrogrão estiver de pé estaremos falando de outros tráfego mútuo e tarifa de direito de passagem. O governo federal, por
problemas”, disse a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, no fim meio da ANTT, será responsável pela regulamentação e fiscalização
de janeiro, durante o lançamento da Operação Radar 2, projeto do do contrato e cumprimento das regras de segurança. Cabe à agência
governo federal que prevê melhorias na rodovia BR-163, que hoje é também fazer a vistoria das obras de construção, garantir o equilí-
o principal corredor para o escoamento da produção de grãos pelo brio financeiro e econômico do contrato e, entre outros, assegurar
Norte do país. o cumprimento das obrigações contratuais, preservando os direitos
Dados da Aprosoja apontam que, com a construção da Ferrogrão, dos usuários, da concessionária e demais envolvidos na concessão.
o preço do frete por tonelada de grãos transportada poderia diminuir
de US$ 126,00/t, valor do transporte de Mato Grosso aos portos de Características da ferrovia
Santos (SP) e Paranaguá (PR), para US$ 80,00/ t, frete calculado De acordo com o estudo de viabilidade técnica feito pela EDLP,
para levar a carga para Miritituba (PA) e Belém (PA). Segundo Luiz a Ferrogrão terá bitola larga (1.600 mm), sobre um gabarito de 5,5
Antônio Fayet, consultor de Infraestrutura e Logística da Confedera- metros horizontal e 7,21 metros verticais. Esse trilho deve ser proje-
ção da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), boa parte da produção tado com 30 cm de altura, sobre dormentes de concreto protendido,
da região ainda é escoada pelo Sul, em razão da falta de rotas logís- com capacidade para suportar 32 toneladas por eixo. A velocidade
ticas. “Cinquenta milhões de toneladas a mais deveriam estar saindo média para o trecho pode ser de 80 km/hora.
pelos portos do Arco Norte”, avalia. O estudo prevê a instalação de 48 pátios de cruzamento. Cada
Fayet lembra ainda que a logística ineficiente também diminui o um destes com 3,5 mil metros de comprimento. A previsão é que
cultivo de algumas culturas como a de óleo de dendê, cujo valor de sejam adquiridas inicialmente 47 locomotivas diesel-elétricas, com
mercado é pouco superior ao frete do caminhão para os portos do Sul, potência nominal de 4.389 cavalos, distribuídos em seis eixos tra-
o efeito chamado “abortamento da produção”, que causa prejuízos à tores. Instalada em um terreno com poucos aclives, a ferrovia terá
economia do país. baixo custo de energia, afirma o estudo. Cada locomotiva puxará
Estudos de demandas apontam que a Ferrogrão poderá movimen- um conjunto de 25 vagões com capacidade para 100 toneladas de
tar 58 milhões de toneladas ao ano em 2050, quando estará com grãos. Incialmente, serão 1.180 vagões graneleiros e 51 vagões
toda sua capacidade instalada. A maior parte da carga será de grãos: tanque (do tipo TCT), utilizado para o transporte de líquidos – como
milho e soja. Mas há previsão de movimentação de fertilizantes, etanol por exemplo etanol de milho. Os estudos estimam que, em 2080,
e carga geral. O modelo de exploração, segundo a minuta do edital, é a ferrovia contará com uma frota de 132 locomotivas e mais de
o vertical, no qual uma única empresa é responsável pela gestão da cinco mil vagões.
Todas as locomotivas
Divulgação/VLI
Crescimento da frota foi pouco significativo em 2017/2018
A
frota nacional de locomotivas é composta atu- riu 26 locomotivas em 2018, mas destas, apenas 19 estão
almente por 3.709 máquinas. De acordo com o em operação atualmente. As outras sete vão entrar nos tri-
levantamento anual feito pela Revista Ferrovi- lhos em abril desse ano, por isso, não foram contabilizadas
ária, o aumento do número de locomotivas en- na tabela. No entanto, a frota da FCA teve baixa de nove
tre dezembro de 2017 e dezembro de 2018 foi de 0,59%. unidades (duas GE U20; uma GM G12; cinco GM G8; e
Rumo, VLI, Estrada de Ferro Carajás e Estrada de Ferro uma GM GT26). Além disso, a concessionária remane-
Juruti contribuíram para o crescimento da frota. Juntas, as jou cinco GM SD70 para a Ferrovia Norte-Sul, unidades
operadoras adquiriram 58 novas locomotivas no período, que foram contabilizadas na tabela desta ferrovia, mas não
mas por outro lado, devolveram máquinas alugadas, ven- como acréscimo de frota.
deram ou aposentaram algumas unidades, impactando o Das 19 novas locomotivas em operação na FCA, 11
volume total. são do modelo ES43 BBi, da GE, e entraram em opera-
Na Rumo, foram compradas 20 novas locomotivas AC ção entre agosto e outubro do ano passado no corredor
44, da GE, para a Malha Norte, mas houve baixa de oito Centro-Sudeste. As outras oito, do modelo SD70BB da
máquinas (modelos SD70, Hitachi e GE70). Em nota, a EMD, atendem à movimentação de açúcar entre o Termi-
empresa afirmou que “não houve aposentadoria de loco- nal Integrador em Guará e o Tiplam, no porto de Santos.
motivas, porém, alguns modelos foram devolvidos, pois A frota da Estrada de Ferro Juruti teve acréscimo de uma
era alugados, e com a compra de novas locomotivas não locomotiva (SD40, da Progress Rail), que foi reformada e
houve mais a necessidade de utilizar determinadas máqui- voltou a operar no ano passado.
nas, como por exemplo a SD70”. Em 2018 foram entregues 12 locomotivas modelo GE
A Ferrovia Centro-Atlântica, operada pela VLI, adqui- ES58Aci Evolution (6.000 HP) para a Estrada de Ferro
60 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
estudo de mercado
Divulgação/Alcoa
Uma SD40 (Progress Rail)
foi reformada pela
Estrada de Ferro Juruti
Frota de Locomotivas
Taxa de inatividade
Frota Ativa Frota Inativa Frota Total
Operadora (%)
2017 2018 2017 2018 2017 2018 2017 2018
Rumo (Operações Sul +
864 866 357 367 1.221 1.233 29,2 29,7
Operações Norte)
EF Amapá 0 0 12 12 12 12 100,0 100,0
EF Carajás 276 288 1 1 277 289 0,4 0,3
EF Jari 2 2 0 0 2 2 0,0 0,0
EF Juruti 2 3 0 0 2 3 0,0 0,0
EF Trombetas 6 6 0 0 6 6 0,0 0,0
EF Vitória a Minas 278 278 2 2 280 280 0,7 0,7
Ferrovia Centro-Atlântica 609 592 189 211 798 803 23,7 26,3
Ferroeste 14 14 0 0 14 14 0,0 0,0
Ferrovia Norte-Sul 71 72 1 0 72 72 1,5 0,0
Ferrovia Tereza Cristina 16 11 0 4 16 15 0,0 26,6
MRS 796 796 76 76 872 872 8,7 8,7
Transnordestina (FTL + TLSA) 96 97 19 11 115 108 16,5 10,2
Progress 1978/2018
SD40 3000 1 0 1 C22-7i GE 2200 2001 3 0 3
Rail (reformada)
Total 3 0 3 Total 6 0 6
GE U2 GE - - 6 6
GT46AC EMD 4.350 2014 49 0 49
SKO - VAPOR - - - 0 1 1
GE U6 GE - - 0 2 2
Total 5 4 9 Total 2 0 2
*Obras paradas. Locomotivas são usadas para manutenção da linha já construída. Fonte: EF Jari
Fonte: TLSA
Estrada de Ferro Amapá (EFA) 2017 Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) 2018
Potência Ano de Frota Frota Frota Potência Ano de Frota Frota Frota
Modelo Fabricante Modelo Fabricante
(HP) fabricação Ativa Inativa Total (HP) fabricação Ativa inativa Total
Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste) 2018 G12 EMD 1.310 1958 24 0 24
G12* EMD 1.500 1960 6 0 6 *Devido à tragédia ocorrida em Brumadinho (MG), os dados não foram
atualizados pela Vale. Segundo as fabricantes GE Transportation e Progress
Rail, não foram entregues novas locomotivas à EFVM no período.
Total 14 0 14
Total 72 0 72 Total 11 4 15
*Cinco máquinas migraram da FCA Fonte: FTC
Fonte: VLI
suprimentos
Divulgação/MRS
A oficina
de Barra do
Piraí (RJ), da
MRS, recebe
locomotivas GE-
AC44 (à esq.) e
GMSD40-3 (à dir.)
Revisão
geral Overhaul de locomotivas movimenta mercado
de manutenção terceirizada e de peças
Por Thaise Constancio
D
e tempos em tempos, parte da frota de loco- quantidade de diesel consumido pela locomotiva em ope-
motivas das operadoras vai às oficinas para o ração. Para o overhaul, são considerados 7,6 milhões de
chamado overhaul – que na tradução livre sig- litros consumidos, o que corresponde a uma média de oito
nifica ‘revisão geral’. Nesse processo, técnicos anos”, explica Rocha.
e engenheiros removem e avaliam os principais compo- As etapas anteriores de manutenções preventivas leves
nentes das máquinas, para substituição ou eventual repa- nas oficinas são realizadas após consumo médio de 3,8
ração. Depois, as peças são instaladas e testadas, para que, milhões de litros de diesel (quatro anos), 1,9 milhão de
então, as locomotivas voltem aos trilhos. Esse processo litros (dois anos) e 950 mil litros (um ano) de combustível.
acaba gerando demandas às empresas de manutenção e às Todos os sistemas críticos de segurança são inspecionados
fornecedores de componentes como eixos, rodas, truques, e corrigidos quando necessário, em especial os rodeiros,
baterias, cabos etc. truques e a frenagem pneumática.
As oficinas da MRS, por exemplo, recebem locomotivas “No overhaul as peças desgastadas são recuperadas ou
a cada oito anos em média para realização de overhaul, que substituídas. O motor diesel, por exemplo, é reformado
dura aproximadamente 15 dias para a revisão de cada má- completamente já que esse é o componente desencadeador
quina. Nesse período de revisão geral, a operadora costuma de manutenção mais pesada. Mas em todas as etapas faze-
investir cerca de R$ 1 milhão, principalmente na aquisição mos inspeções e testes necessários para manter a operacio-
de materiais e componentes. O gerente de Engenharia de nalidade e segurança ferroviária”, diz o gerente da MRS.
Material Rodante, Marcílio Rocha, explica que o overhaul No dia a dia da operação, as locomotivas passam por
é a última etapa do ciclo de manutenção realizada pela em- inspeções operacionais quinzenais diretamente nos pá-
presa. Antes de as máquinas seguirem para a revisão geral, tios ferroviários. Trimestralmente, são feitas inspeções
há outras três fases preventivas, organizadas previamente e condicionais, com substituição de componentes, quando
que também demandam serviços e pessoal qualificado. necessário, e realização de testes operacionais. Todas es-
“O gatilho que consideramos para as manutenções é a sas manutenções são feitas nas oficinas próprias da MRS
68 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
(Ferrovia do Aço, Barra do Piraí/RJ, Raiz da Serra/SP, da realização de overhaul pela operadora, a empresa exe-
Horto Florestal/MG e em breve em Jundiaí/SP) ou pela cuta o chamado Planejamento e Controle de Manutenção.
GE Transportation, em Contagem (MG). “Fazemos um diagnóstico rigoroso nos principais
componentes da locomotiva ainda em funcionamento
Fornecedores ou parada, que nos orienta na criação de um check-list
A Magic Rail oferece serviços de manutenção preven- específico para cada componente. Nesse processo, às ve-
tiva e corretiva de locomotivas em
Eixos para rodas
oficinas, postos de manutenção, de locomotivas
pátios de manobras ou trechos de da Villares
SOS das operadoras. A empresa Metals
também faz preservação e conser-
vação de frotas, incluindo limpeza
e pré-lubrificação, e manutenção
preventiva, desde a checagem de
níveis de óleos, escapamento de
gases e inspeção de cabos e equi-
pamentos elétricos, até retirada,
desmontagem, montagem e insta-
lação de motores diesel e de tração,
gerador e alternador, entre outros
componentes de locomotivas.
Divulgação/Villares Metals
O técnico em manutenção Ro-
berto Carlos Ceragioli conta que o
desgaste prematuro dos frisos das
rodas de aço das locomotivas, pro-
vocado pela operação em trechos sinuosos, é um dos prin- zes, não é preciso retirar o componente da locomotiva e
cipais pontos de atenção dos funcionários da Magic Rail. podemos revisá-lo in loco, substituindo somente as pe-
Outros sinais como consumo excessivo de combustível ou ças que estão fora dos limites de reemprego. Com isso,
lubrificante, perda de potência, aumento da taxa de falhas temos uma boa confiabilidade do ativo com investimento
também indicam a necessidade de revisão. Assim, antes viável”, descreve.
suprimentos
VEJA ALGUNS DOS FORNECEDORES DE COMPONENTES PARA LOCOMOTIVAS
EMPRESA SERVIÇO PRINCIPAIS PRODUTOS CONTATO
(11) 4606-8000
Cobresul Metais Cabos Tubos de Cobre; carretel de tubos de cobre LWC
cobresul@cobresul.com.br
Cofibam - Cabos
Cabos Cabo Cofidox Radoxil, Cofialt 3KV (11) 4182-8500
Vulcanizados
Manutenção
Manutenção e preservação de frotas; preventiva leve, média e (15) 99133 3847
Magic Rail preventiva e corretiva
pesada magicrail@terra.com.br
de locomotivas
Fios de arames; cabos de aço, laços; cintas; fitas; lingas; (11) 3859-2640
Maxi Cabos Cabos
cordoalha galvanizada vendas1@maxicabos.com.br
Baterias Moura Locomotiva Diesel (MLD) 500 32V, a MLD 500 8V (81) 3336-2442
Moura Baterias
e a MLD 500 4V. marcos.veloso@grupomoura.com
MWL Brasil Rodas Roda e eixo forjada, esboço para engrenagem, rodas para ponte (12) 3221-2400
Rodas e eixos
& Eixos rolante, roldanas em aço e lingotes vendas@mwlbrasil.com.br
(11) 4072-2217
Porta Cabos Cabos Esteiras e carrinhos porta cabos
edna@portacabos.com.br
(11) 4082-3292
Saft Batteries Baterias Baterias
info.brasil@saftbatteries.com
(11) 5187-9200
Timken Rolamentos Rolamentos cilíndricos, retentores e graxa, rolos cônicos
sac@timken.com
SP: 0800-135530
Tudor Baterias Baterias Baterias
MG: 0800-724180
Autores:
Leandro Kojima – Chefe do Departamento de Suprimentos de Materiais do Metrô de São Paulo
Sheila Aldecoa Piai – Engenheira da Gerência de Recursos e Infraestrutura do Metrô de São Paulo
1. INTRODUÇÃO 2. DIAGNÓSTICO
A administração pública, seja esta direta ou indireta, 2.1. Compras públicas sustentáveis - Contextualização
possui responsabilidade socioambiental perante a socie- São chamadas de compras públicas sustentáveis
dade em relação às aquisições de produtos e serviços aquelas realizadas pelo Estado em que, além da viabi-
que realiza, uma vez que faz parte do seu rol de deveres lidade econômica, são consideradas variáveis ambien-
a defesa e preservação do meio ambiente e o fomento ao tais e sociais na licitação de bens, serviços ou obras,
desenvolvimento econômico e social. buscando a redução de impactos negativos ao meio
Devido ao grande poder de compra do Estado e ao ambiente, a maximização dos benefícios à sociedade,
volume de recursos movimentado anualmente, que no bem como um melhor gerenciamento de riscos na exe-
caso brasileiro representa de 10% a 15% do PIB - Pro- cução dos contratos.
duto Interno Bruto (MINISTÉRIO DO PLANEJA- Para que seja feita uma comparação justa entre um
MENTO, 2017), as compras públicas se configuram produto ou serviço mais sustentável e seu similar con-
como um importante instrumento impulsionador de vencional, deve-se considerar o conceito de ciclo de
mudanças nos padrões de produção e consumo. Um vida, de forma a englobar a forma de produção, mate-
bom exemplo é o da Coreia do Sul que, tendo aumen- riais constituintes e recursos consumidos, mão de obra
tado os seus gastos públicos com os chamados produ- empregada e condições de trabalho, embalagem, distri-
tos verdes em quase US$ 1 bilhão no período de 7 anos buição, uso ou operação, manutenção, possibilidade de
(de 2005 a 2012), observou, neste mesmo período, um reutilização ou reciclagem, bem como seu descarte.
incremento de 235% no número de produtos certifica- As compras públicas sustentáveis apresentam
dos verdes e um aumento de quase 10 vezes nas vendas vantagens, como a proteção do meio ambiente, cus-
desses produtos, passando de US$ 3,3 bilhões para US$ tos evitados com danos ambientais e sociais, deso-
30,3 bilhões (GIES, 2014). neração de despesas orçamentárias com a compra de
Mediante a adoção de práticas de compras públicas produtos mais eficientes e duráveis, ganhos de reputa-
sustentáveis o Estado pode, por meio do exemplo, in- ção, dentre outros.
fluenciar o mercado, gerar novas demandas, incentivar Importante salientar que as compras públicas sus-
empresas que possuam boas práticas socioambientais e tentáveis não visam priorizar questões sociais e/ou am-
estimular a sociedade a um consumo mais consciente, bientais em detrimento da funcionalidade do produto ou
com reflexos na implementação de políticas públicas, serviço, sem a devida análise de seu custo versus bene-
no fomento às inovações tecnológicas e na oferta de fício. Trata-se de considerar essas variáveis no proces-
produtos e serviços considerados mais sustentáveis. so, procurando obter maior eficácia na contratação a ser
72 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
realizada, atendendo não somente às necessidades de
curto prazo, mas avaliando também as consequências
dessas aquisições a longo prazo, de forma a empregar o
dinheiro público de maneira mais responsável.
3. ESTUDO DE CASO
Para um melhor entendi-
mento de como a questão da
Figura 1 - Ferramentas
para escolha de requisitos
sustentáveis
8. BIBLIOGRAFIA
GIES, Erica. Government spending could save the world - so what's MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO. Contratações públicas
holding it back? The Guardian, International Edition, 25 jun. sustentáveis, 2017. Disponível em: <http://cpsustentaveis.
2014. Disponível em: <https://www.theguardian.com/sustai- planejamento.gov.br/contratacoes-publicassustentaveis>.
nable-business/2014/jun/25/sustainable-public-procurement- Acesso em: 06 jun. 2017.
-markets-south-korea-europe-us>. Acesso em: 16 jun. 2018.
estatísticas
O
transporte de carga por ferrovia termi- em TU e 10,8% em TKU. Já a Estrada de Ferro Vitó-
nou 2018 com alta de 5,7% em toneladas ria a Minas apresentou queda de 4,3% em TU e 5,1%
úteis (TU) na comparação com 2017; em em TKU. A Ferrovia Transnordestina Logística tam-
tonelada por quilômetro útil (TKU), o au- bém registrou decréscimo de 12,2% em TU e 5,9% em
mento foi de 8,9%. Juntas, as ferrovias transportaram TKU no comparativo entre 2017 e 2018.
569,6 milhões de TU no ano passado. Rumo Malha O setor de passageiros sobre trilhos cresceu 4,4%
Paulista está entre as operadoras que mais se desta- no período. Metrofor foi destaque, com aumento de
caram: o crescimento entre 2018 e o ano anterior foi 25,9% na quantidade de usuários. Na CBTU Maceió, a
de 27,8% em TU (em TKU, a evolução foi de 41,3%). evolução foi de 117,9%. No Metrô de Salvador, opera-
A Rumo Malha Norte também registrou aumento de do pela CCR Metrô Bahia, a alta foi de 136,5%.
volume no período: 14,1% em TU e 11,4% em TKU. A partir dessa edição, a tabela de transporte de pas-
A Estrada de Ferro Carajás teve acréscimo de 17,2% sageiros passa a computar separadamente o número de
em TU — lembrando que a Vale concluiu, em agosto usuários da ViaMobilidade, concessionária da Linha
de 2018, o projeto S11D, que incluiu a duplicação de 5-Lilás do Metrô de São Paulo. A operadora também
575 km de ferrovia e a construção de um ramal ferro- ficará a cargo da operação da Linha 17-Ouro, assim
viário de 101 km. A Ferrovia Norte-Sul cresceu 8,7% que as obras no trecho estiverem prontas.
Continua
78 REVISTA FERROVIÁRIA | Janeiro/Fevereiro DE 2019
estatísticas
Continuação
TRANSPORTE URBANO SOBRE TRILHOS - NOVEMBRO 2018
11/17 11/18 Δ% Acumulado no ano até Novembro Δ%
Operadora Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag.(10³)2017 Passag.(10³)2018 Passag.(10³)
Metrô-SP 3.928.193 91.386 3.822.360 87.792 (2,7) (3,9) 1.006.754 1.006.636 (0,0)
Via Quatro 742.061 16.307 760.752 16.989 2,5 4,2 183.562 201.235 9,6
Via Mobilidade 274.021 6.347 521.069 11.833 90,2 86,4 67.789 76.481 12,8
CPTM 2.821.253 68.958 2.993.637 71.293 6,1 3,4 756.587 791.521 4,6
Metrô Rio 880.936 19.364 878.349 19.288 (0,3) (0,4) 238.338 222.704 (6,6)
SuperVia 602.289 12.874 619.459 13.172 2,9 2,3 147.645 149.822 1,5
CBTU Recife 348.550 8.818 329.816 8.278 (5,4) (6,1) 95.172 93.339 (1,9)
Trensurb 199.304 4.814 174.811 4.338 (12,3) (9,9) 50.494 47.745 (5,4)
CBTU BH 203.669 4.945 199.322 4.769 (2,1) (3,6) 54.007 54.321 0,6
Metrofor 32.122 808 41.847 962 30,3 19,0 7.724 9.833 27,3
CTB Salvador 11.416 269 11.525 266 1,0 (1,0) 2.946 3.030 2,9
CBTU João Pessoa 7.816 172 7.082 154 (9,4) (10,4) 1.816 1.836 1,1
CBTU Natal 13.262 290 13.977 288 5,4 (0,8) 3.167 3.432 8,3
CBTU Maceió 7.332 164 10.772 217 46,9 32,4 1.062 2.487 134,1
Metrô DF 76.226 1.906 138.395 3.465 81,6 81,8 34.477 37.189 7,9
VLT do Cariri 1.519 32 1.789 38 17,8 17,0 172 375 118,5
Metrô de Salvador 253.149 6.188 342.086 8.306 35,1 34,2 35.124 90.136 156,6
VLT da Baixada Santista 21.021 534 23.292 603 10,8 12,9 5.348 6.356 18,9
VLT de Sobral 3.460 83 5.307 123 53,4 47,3 273 1.237 352,8
VLT Carioca 53.000 1.152 74.000 1.546 39,6 34,2 10.055 16.132 60,4
Bondes de Santa Teresa 800 23 1.421 29 77,6 28,4 202 280 39,0
Metrô de Teresina 6.000 132 7.900 158 31,7 19,7 1.484 1.488 0,2
Total 10.213.378 239.220 10.978.968 253.907 7,5 6,1 2.636.401 2.752.933 4,4
Fonte: Operadoras.
TRANSPORTE URBANO SOBRE TRILHOS - DEZEMBRO 2018
12/17 12/18 Δ% Acumulado no ano até Dezembro Δ%
Operadora Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag.(10³)2017 Passag.(10³)2018 Passag.(10³)
Metrô-SP 3.619.203 88.991 3.566.464 85.383 (1,5) (4,1) 1.095.745 1.092.019 (0,3)
Via Quatro 673.803 16.104 713.180 16.470 5,8 2,3 199.667 217.705 9,0
Via Mobilidade 264.362 6.541 508.587 12.053 92,4 84,3 74.330 88.534 19,1
CPTM 2.806.271 71.086 2.869.107 71.772 2,2 1,0 827.673 863.293 4,3
Metrô Rio 874.249 19.609 905.207 19.705 3,5 0,5 257.947 242.409 (6,0)
SuperVia 606.025 13.142 626.958 13.148 3,5 0,0 160.786 162.970 1,4
CBTU Recife 347.726 9.067 338.100 8.748 (2,8) (3,5) 104.240 102.087 (2,1)
Trensurb 184.387 4.563 159.576 4.019 (13,5) (11,9) 55.057 51.764 (6,0)
CBTU BH 203.088 4.788 197.872 4.072 (2,6) (14,9) 58.794 58.393 (0,7)
Metrofor 37.102 913 41.726 1.040 12,5 14,0 8.637 10.873 25,9
CTB Salvador 11.445 262 13.498 300 17,9 14,4 3.208 3.330 3,8
CBTU João Pessoa 8.128 175 7.899 165 (2,8) (6,0) 1.991 2.001 0,5
CBTU Natal 13.774 322 13.142 296 (4,6) (8,1) 3.489 3.728 6,8
CBTU Maceió 9.187 196 11.355 255 23,6 30,0 1.259 2.742 117,9
Metrô DF 84.736 2.203 113.717 2.956 34,2 34,2 36.680 40.145 9,4
VLT do Cariri 1.364 30 1.537 34 12,7 14,6 201 409 103,1
Metrô de Salvador 271.790 6.531 349.053 8.367 28,4 28,1 41.655 98.503 136,5
VLT da Baixada Santista 19.216 527 24.728 646 28,7 22,5 5.875 7.002 19,2
VLT de Sobral 3.661 87 4.843 119 32,3 36,3 360 1.356 276,1
VLT Carioca 57.000 1.285 80.000 1.610 40,4 25,3 11.340 17.742 56,5
Bondes de Santa Teresa 996 27 1.367 27 37,2 (0,8) 229 307 34,3
Metrô de Teresina 5.800 128 7.200 145 24,1 13,6 1.612 1.633 1,3
Total 9.838.951 240.036 10.555.116 251.330 7,3 4,7 2.876.437 3.004.263 4,4
Fonte: Operadoras.
artigo
Trens de passageiros
pelo interior de São Paulo
- uma crítica construtiva
CYRO LAURENZA
Presidente do Conselho Diretor do Instituto para o Desenvolvimento dos Sistemas de Transportes (Idestra) e do
Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp)
E
stamos em início de governos federal e estadual, perspectivas de planejamento ferroviário para próximos
hora propícia para desengavetar inúmeros pro- 30 anos. Territórios dos estados Paraná, São Paulo, Rio de
jetos que objetivam recuperar e criar nova ma- Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Brasília necessitam ser co-
lha ferroviária no país e no estado de São Paulo. nectados, esse amplo pedaço do Brasil tem a necessidade
Nossos gargalos no transporte de mercadorias e a falta de de solução urgente, sem este alcance de mercados futuros
conforto e agilidade na mobilidade dos passageiros com- estaremos perdendo tudo que construímos e passaremos a
provam que erramos muito quando abandonamos grande destruir cidades que se agigantam sem planejamento ur-
parte da nossa malha ferroviária. bano, tornando-se espaços impossíveis de se viver. São
Quando se projeta ferrovias não é possível pensar pe- Paulo já é assim.
queno, desconectado das grandes distâncias a ser percor- Vivemos em estados que estão perdendo domínio da
ridas e das massas a ser transportadas. Desde 1960, a in- comunicação entre municípios, apesar de concentrarem
dústria de material ferroviário de diversos países está em a maior parte do PIB brasileiro. O povo é transportado
constante desenvolvimento tecnológico em rodovias sujeitas a desastres, 50.000
com resultados excelentes de transporte mortos por ano, ônibus em médias de
sobre trilhos para passageiros. "A volta dos trens 80 Km/h, carros a 120 penalizados com
O governador João Doria, em suas sempre foi desejo multas em pequenos equívocos; metrôs
primeiras manifestações públicas, reco- de todo e qualquer e subúrbios médias de 60, aviões com
nhece a necessidade de São Paulo conec- custos cada vez mais estranhos, vivemos
tar via ferrovia a capital com Americana,
técnico que planeja o lazer de horas paralisados no trânsito,
Sorocaba, Santos e Vale do Paraíba. Pri- transportes de cargas e ampla perda de tempo comercial, finan-
meira resposta positiva à ansiedade dos de passageiros. O país ceiro, de lazer e da saúde.
técnicos ferroviários em mais de 60 anos Relembro aqui frase do meu dis-
necessita de ambos."
e para milhares de pessoas abandonadas curso de posse na presidência da Fe-
em meios de transporte inadequados. pasa,1983 – “Nesses 35 anos, única
Essa concepção abrange a Macrometrópole Paulista. pessoa que se manifestou contra, em artigo recente, foi
Vale a pena pensar somente nisso, ou pensar planejado em Delfim Neto. Pensar grande não é pensar dispendioso,
harmonia com outros municípios e regiões? Ou ainda, saber é não pensar medíocre e pequeno, como tem aconte-
da necessidade de ir além das nossas fronteiras, nascendo o cido demasiadamente em nosso país, nestes últimos
germe dos trens de passageiros para demais Estados? Creio 60 anos". Este ano de 2019 pode representar um novo
importante, “por que não pensarmos assim?”. tempo, as circunstâncias da eleição exigiram diferen-
A capital federal, ilha distante, deve ser alcançada por tes ações públicas. “Se você não está interessado nos
ampla malha de transportes. O trem de passageiros em assuntos do seu governo, então você está condenado a
malha nacional precisa ser uma meta de governos, em viver sob o domínio dos tolos”, Platão.
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