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C. F. M.

EMPRESA NACIONAL DE PORTOS E CAMINHOS DE FERRO DE MOÇAMBIQUE, E. E.

REGULAMENTO DE CIRCULAÇÃO
DE COMBOIOS

III
SEGURANÇA DE CIRCULAÇÃO
DE COMBOIOS
Editado por:

Fernave, SA
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Agosto de 2012

RCC 3 Segurança Circulação


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REGULAMENTO DE CIRCULAÇÃO DE COMBOIOS

III - SEGURANÇA DE CIRCULAÇÃO DE COMBOIOS

ÍNDICE
CAPÍTULO I

HORÁRIO DOS COMBOIOS

1.CLASSIFICAÇÃO DOS COMBOIOS ................................................................................................... 11

2.ORGANIZAÇÃO DOS HORÁRIOS DOS COMBOIOS ........................................................................... 11

3.ANÚNCIO AO PÚBLICO DAS HORAS DOS COMBOIOS DE PASSAGEIROS.......................................... 11

4.ALTERAÇÃO DOS HORÁRIOS DOS COMBOIOS................................................................................ 12

5.CUMPRIMENTO EXATO DOS HORÁRIOS ........................................................................................ 12

CAPÍTULO II

GENERALIDADES

6.COORDENAÇÃO DA CIRCULAÇÃO DOS COMBOIOS ........................................................................ 12

7.CASOS NÃO PREVISTOS DO REGULAMENTO .................................................................................. 12

8.TRANSMISSÃO DE ORDENS POR ESCRITO ...................................................................................... 12

9.TELEGRAMAS OU MENSAGENS REFERENTES A SEGURANÇA DOS COMBOIOS................................ 13

10.PARAGEM DOS COMBOIOS ......................................................................................................... 13

11.PROIBIÇÃO DE PARTIDA ANTECIPADA DOS COMBOIOS ............................................................... 13

12.VELOCIDADE DOS COMBOIOS ..................................................................................................... 14

13.RECUPERAÇÃO DOS ATRASOS ..................................................................................................... 14

14.HORA DE PASSAGEM OU CHEGADA E PARTIDA DOS COMBOIOS ................................................. 15

15.PRESENÇA DO CHEFE DA ESTAÇÃO.............................................................................................. 15

16.EXAME ÀS CONDIÇÕES DOS COMBOIOS PELO CHEFE DA ESTAÇÃO ANTES DA PARTIDA............... 15

17.LINHAS PRIVATIVAS DA TRAÇÃO.................................................................................................. 16

18.COMBOIOS TRIPULADOS SOMENTE PELO MAQUINISTA E CONDUTOR OU MAQUINISTA E FOGUEIRO


SEM CONDUTOR NEM FURGÃO........................................................................................................ 16

CAPÍTULO III

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ENTRADA, SAÍDA E PASSAGEM DOS COMBOIOS NAS ESTAÇÕES E APEADEIROS

19.VELOCIDADE DOS COMBOIOS À PASSAGEM DAS AGULHAS......................................................... 17

20.ENTRADA DOS COMBOIOS NAS ESTAÇÕES .................................................................................. 17

21.PARAGEM DOS COMBOIOS NAS ESTAÇÕES ................................................................................. 18

22.SAÍDA DOS COMBOIOS EM CASO DE CRUZAMENTO.................................................................... 19

23.GUARNECIMENTO DAS AGULHAS POR AGULHEIROS ................................................................... 19

24.ENTRADA DOS COMBOIOS NOS APEADEIROS .............................................................................. 20

CAPÍTULO IV

CIRCULAÇÃO DE COMBOIOS PELO SISTEMA DE ORDENS TELECOMUNICADAS

25.APLICAÇÃO DO SISTEMA ............................................................................................................. 23

26.PRINCÍPIOS BÁSICOS DE SEGURANÇA DO SISTEMA...................................................................... 24

27.REGRAS GERAIS PARA A PERMUTA DE AVANÇOS......................................................................... 24

28.SISTEMA DE TELECOMUNICAÇÕES UTILIZADO NA PERMUTA DE AVANÇOS ................................. 24

29.DOCUMENTOS UTILIZADOS NOS AVANÇOS ................................................................................. 25

30.EMISSÃO DOS PEDIDOS E DAS ORDENS DE AVANÇO.................................................................... 26

31.NORMAS PARA O PEDIDO DE AVANÇO........................................................................................ 27

32.NORMAS PARA A CONCESSÃO DE AVANÇOS ............................................................................... 28

33.INDICAÇÕES DOS CRUZAMENTOS NOS PEDIDOS E NAS ORDENS DE AVANÇO.............................. 28

34.COMPILAÇÃO DAS ORDENS DE AVANÇO ..................................................................................... 29

35.PEDIDO DE AVANÇO PARA UM COMBOIO, FEITO ANTES DA CHEGADA DO COMBOIO COM QUE CRUZA
................................................................................................................................................. 29

36.O COMPLETAR DA ORDEM DE AVAÇO ......................................................................................... 30

37.ABREVIATURAS AUTORIZADAS NOS PEDIDOS E NAS ORDENS DE AVANÇO .................................. 31

38.ENTREGA DE ORDENS DE AVANÇO .............................................................................................. 32

39.CONFERÊNCIA DAS ORDENS DE AVANÇO PELOS CONDUTORES E MAQUINISTAS ......................... 32

40.MODIFICAÇÃO DOS PREPARATIVOS JÁ TRANSMITIDOS ............................................................... 34

41.DESTINO A DAR ÀS ORDENS DE AVANÇO..................................................................................... 35

42.AVISO DA SITUAÇÃO DOS COMBOIOS ......................................................................................... 35

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43.REGISTO DO MOVIMENTO DOS COMBOIOS ................................................................................ 36

44.DIÁRIO DA CIRCULAÇÃO DE COMBOIOS ...................................................................................... 37

45.VERIFICAÇÃO PELOS INSPETORES DE MOVIMENTO ..................................................................... 38

CAPITULO V

CRUZAMENTO DE COMBOIOS

46.CRUZAMENTOS FIXADOS NAS ORDENS DE AVANÇO.................................................................... 38

47.CRUZAMENTOS FIXADOS EM LUGAR DIFERENTE DO OFICIAL OU NÃO REALIZADOS .................... 39

48.CRUZAMENTO ENTRE DOIS COMBOIOS NO MESMO APEADEIRO................................................. 41

49.ORDEM DE PREFERÊNCIA NA MARCHA DOS COMBOIOS EM CASOS DE ALTERAÇÃO DE CRUZAMENTO


................................................................................................................................................. 41

50.PROVIDÊNCIAS A ADOTAR NOS CRUZAMENTOS REALIZADOS EM APEADEIROS ........................... 41

51.ALTERAÇÃO DE CRUZAMENTOS JÁ FIXADOS NAS ORDENS DE AVANÇO ....................................... 42

52.CANCELAMENTO DE CRUZAMENTO FIXADO NAS ORDENS DE AVANÇO ....................................... 42

53.ENVIO DE ORDENS À TRIPULAÇÃO DE COMBOIOS RETIDOS EM APEADEIROS, POR MEIO DE UM


PRÓPRIO .......................................................................................................................................... 44

CAPÍTULO VI

ULTRAPASSAGENS E INTERVERSÕES DE TRENS

54.CLASSIFICAÇÃO DAS ULTRAPASSAGENS....................................................................................... 45

55.ULTRAPASSAGENS PREVISTAS OU NORMAIS ............................................................................... 45

56.ULTRAPASSAGENS IMPREVISTAS, DEPOIS DE ESTABELECIDAS NAS ORDENS DE AVANÇO............. 46

57.ULTRAPASSAGENS IMPREVISTAS COM TROCAS DE ORDENS DE AVANÇO..................................... 47

58.INTERVERSÃO DE TRENS.............................................................................................................. 50

CAPÍTULO VII

SUCESSÃO DOS COMBOIOS

59.INTERVALO DA SUCESSÃO DOS COMBOIOS ................................................................................. 53

60.EXPEDIÇÃO DE COMBOIOS EM SUCESSÃO POR INTERVALOS DE DISTÂNCIA ................................ 54

61.EXPEDIÇÃO DE COMBOIOS EM SUCESSÃO POR INTERVALOS DE TEMPO...................................... 55

CAPÍTULO VIII

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COMBOIOS ESPECIAIS

62.AUTORIZAÇÃO PARA CIRCULAÇÕES ESPECIAIS............................................................................. 57

63.COMBOIOS SUPLEMENTARES...................................................................................................... 57

64.DESDOBRAMENTO DE COMBOIOS............................................................................................... 58

65.INDICAÇÕES A FAZER NO ANÚNCIO DE COMBOIOS ESPECIAIS..................................................... 58

66.INFORMAÇÃO DA RECEÇÃO DE ANÚNCIOS DE COMBOIOS ESPECIAIS OU SUPLEMENTARES ........ 61

67.AVISOS AOS GRUPOS DE VIA DE ANÚNCIO DAS CIRCULAÇÕES ESPECIAIS, FEITO À ÚLTIMA HORA 61

68.ANÚNCIO DE COMBOIOS SUPLEMENTARES OU ESPECIAIS COM FALTA DE COMUNICAÇÕES ....... 61

CAPÍTULO IX

COMBOIOS DE SERVIÇO DE VIA

69.DESIGNAÇÃO DE COMBOIOS DE SERVIÇO DE VIA ........................................................................ 62

70.FINALIDADE E AUTORIZAÇÃO DA CIRCULAÇÃO DOS COMBOIOS DE SERVIÇO .............................. 62

71.REQUISIÇÃO DE COMBOIOS DE SERVIÇO DE VIA.......................................................................... 63

72.LIMITES DA CIRCULAÇÃO DOS COMBOIOS DE SERVIÇO DE VIA .................................................... 63

73.REQUISIÇÕES DE COMBOIOS DE SERVIÇO DE VIA PARA TRABALHOS URGENTES.......................... 63

74.PROGRAMA DE TRABALHO DOS COMBOIOS DE SERVIÇO DE VIA ................................................. 63

75.VELOCIDADE PERMITIDA AOS COMBOIOS DE SERVIÇO DE VIA..................................................... 64

76.ANUNCIO DE COMBOIOS DE SERVIÇO DE VIA .............................................................................. 64

77.CONDIÇÕES PARA A CIRCULAÇÃO DOS COMBOIOS DE SERVIÇO .................................................. 65

78.INDICAÇÕES A FAZER NAS ORDENS DE AVANÇO DOS COMBOIOS QUE CIRCULEM NA MESMA SECÇÃO
ONDE TRABALHA UM COMBOIO DE SERVIÇO ................................................................................... 66

79.ANTECEDÊNCIA DE DESIMPEDIMENTO DA VIA PELO COMBOIO DE SERVIÇO PARA CRUZAMENTO67

80.PROIBIÇÃO DE RECUPERAÇÃO DE ATRASOS PELOS COMBOIOS QUE CIRCULAM NUMA SECÇÃO ONDE
TRABALHEM COMBOIOS DE SERVIÇO............................................................................................... 68

81.PRORROGAÇÃO DO TEMPO DE TRABALHO.................................................................................. 68

82.ESCOLHA E FUNÇÃO DA TRIPULAÇÃO DOS COMBOIOS DE SERVIÇO ............................................ 69

83.REGISTO DAS HORAS DE ENTRADA E SAÍDA NA SECÇÃO, DOS COMBOIOS DE SERVIÇO DE VIA .... 70

84.TRABALHO DE DOIS COMBOIOS DE SERVIÇO NA MESMA SECÇÃO............................................... 70

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85.TRABALHOS EXECUTADOS NA VIA COM COMBOIOS DE SERVIÇO EM CONDIÇÕES DIFERENTES DAS
PREVISTAS NESTE CAPÍTULO............................................................................................................. 70

CAPÍTULO X

CIRCULAÇÃO DE DRESINAS E ZORRAS

86.DESIGNAÇÃO DAS DRESINAS E ZORRAS ....................................................................................... 71

87.DISPOSIÇÕES COMUNS................................................................................................................ 71

88.PEDIDO DE CIRCULAÇÃO DAS DRESINAS...................................................................................... 72

89.ANÚNCIO DAS DRESINAS............................................................................................................. 72

90.CONDIÇÕES DE CIRCULAÇÃO DAS DRESINAS ............................................................................... 72

91.CONDIÇÕES GERAIS DE CIRCULAÇÃO DAS ZORRAS ...................................................................... 73

92.PRECAUÇÕES E AVISOS SOBRE A CIRCULAÇÃO DAS ZORRAS........................................................ 74

93.SINALIZAÇÃO NAS DRESINAS E ZORRAS ....................................................................................... 75

94.CIRCULAÇÃO DE ZORRAS NAS LINHAS DA ESTAÇÃO..................................................................... 75

95.AGENTES COM LIVRE TRÂNSITO NAS DRESINAS E ZORRAS........................................................... 75

96.TRANSPORTE DE ZORRAS E DO SEU PESSOAL NOS COMBOIOS .................................................... 75

97.CIRCULAÇÃO DE DRESINAS E ZORRAS NAS LINHAS DE C.T.C......................................................... 76

CAPÍTULO XI

DUPLA TRAÇÃO

98.AUTORIZAÇÃO DA DUPLA TRAÇÃO.............................................................................................. 76

99.SEGUIMENTO DAS LOCOMOTIVAS PELOS COMBOIOS EM DUPLA TRAÇÃO .................................. 76

100.POSIÇÃO DA LOCOMOTIVA DA DUPLA NO COMBOIO................................................................ 77

101.ORDENS DE AVANÇO E OUTROS DOCUMENTOS A ENTREGAR AOS COMBOIOS EM DUPLA ........ 77

102.EXPEDIÇÃO DE COMBOIOS EM DUPLA PELA CAUDA ATÉ DETERMINADO PONTO DA LINHA, DENTRO
DA SECÇÃO....................................................................................................................................... 78

103.VELOCIDADE DOS COMBOIOS EM DUPLA TRAÇÃO PELA CAUDA................................................ 81

CAPÍTULO XII

CIRCULAÇÃO DE COMBOIOS COM AVARIA DE TODAS AS COMUNICAÇÕES

104.COMUNICAÇÕES AVARIADAS........................................................................................................ 81

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105.CONDIÇÕES PARA A EXPEDIÇÃO DE COMBOIOS COM AVARIA DE TODAS AS COMUNICAÇÕES .. 82

106.AVARIAS VERIFICADAS DEPOIS OU DURANTE AS COMUNICAÇÕES............................................. 83

107.MEDIDAS A ADOTAR PELOS CONDUTORES E MAQUINISTAS ...................................................... 83

108.ORDENS AUTORIZADAS A TRANSMITIR...................................................................................... 84

CAPÍTULO XIII

TRANSMISSÃO DE ORDENS A TRIPULAÇÃO DE COMBOIOS DETIDOS DENTRO DE UMA SECÇÃO

109.MEDIDAS A ADOTAR NA TRANSMISSÃO .................................................................................... 84

CAPÍTULO XIV

ACIDENTES

110.DEFINIÇÕES DE ACIDENTES........................................................................................................ 86

111.PROVIDÊNCIAS A TOMAR PARA AVERIGUAÇÕES EM CASOS DE ACIDENTE................................. 86

112.AGENTES COMPETENTES NA TOMADA DE MEDIDAS EM CASO DE ACIDENTES........................... 86

CAPÍTULO XV

DETENÇÃO DE COMBOIOS

113.INFORMAÇÃO DA PARAGEM PELO MAQUINISTA....................................................................... 87

114.MEDIDAS A ADOTAR PELAS ESTAÇÕES, NA DETENÇÃO DE COMBOIOS ...................................... 87

115.CASOS A CONSIDERAR DA DETENÇÃO DE COMBOIOS................................................................ 88

116.PROCEDIMENTO A ADOTAR NO CASO DE CANCELAMENTO DO COMBOIO ................................ 88

117.EXPEDIÇÃO DO COMBOIO CANCELADO, POR MEIO DE ORDEM MANUSCRITA........................... 91

118.PROCEDIMENTO A ADOTAR NO REBOQUE DO COMBOIO POR PARTES...................................... 93

119.PROCEDIMENTO A ADOTAR PARA O RECUO DO COMBOIO NA DIREÇÃO DA ESTAÇÃO DE PARTIDA


................................................................................................................................................. 95

120.PROCEDIMENTO A ADOTAR PARA O RECUO DE UM COMBOIO EM PLENA VIA, PARA RETOMAR A


EMBALAGEM.................................................................................................................................... 97

121.PROCEDIMENTO A ADOTAR NO CASO DA LOCOMOTIVA FICAR IMPOSSIBILITADA DE REBOCAR O


COMBOIO ........................................................................................................................................ 97

CAPÍTULO XVI

QUEBRA DE ENGATES

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122.QUEBRA DE ENGATES EM PLENA VIA......................................................................................... 97

123.AVISO ÀS ESTAÇÕES DA FUGA DO MATERIAL NO SENTIDO OPOSTO AO DO COMBOIO.............. 98

124.MEDIDAS A ADOTAR ÀCHEGADA DE UM COMBOIO INCOMPLETO........................................................... 98

125.ATUAÇÃO DOS CHEFES DAS ESTAÇÕES OU OUTROS AGENTES NO CASO DE FUGA DE MATERIAL...
................................................................................................................................................. 99

126.MATERIAL ENCONTRADO ABANDONADO NA VIA .................................................................... 101

127.FALTA DE COMUNICAÇÕES...................................................................................................... 101

CAPÍTULO XVII

ACIDENTES DIVERSOS

128.INCÊNDIOS DE COMBOIOS ...................................................................................................... 102

129.INCÊNDIO NAS PROXIMIDADES DA LINHA ............................................................................... 102

130.ATROPELAMENTO DE ANIMAIS....................................................................................................... 103

CAPÍTULO XVIII
SOCORRO A COMBOIOS

131.AGENTES A QUEMCOMPETE PEDIR SOCORRO..................................................................................... 103

132.REDAÇÃO DO PEDIDO DE SOCORRO ........................................................................................ 104

133.ENVIO DO PEDIDO DE SOCORRO ............................................................................................. 104

134.TRANSMISSÃO DO PEDIDO DE SOCORRO PELA ESTAÇÃO AOS AGENTES INTERESSADOS.......... 105

135.EXPEDIÇÃO DE COMBOIOS OU LOCOMOTIVAS DE SOCORRO .................................................. 106

136.ALTERAÇÃO DA DIREÇÃO DO ENVIO DE SOCORRO .................................................................. 107

137.SOCORRO PRESTADO PELA LOCOMOTIVA DE UM COMBOIO A AGUARDAR CRUZAMENTO...... 108

138.PRECAUÇÃO NA MARCHA DE SOCORRO COM LOCOMOTIVA À CAUDA.................................... 109

139.DESISTÊNCIA DO SOCORRO ..................................................................................................... 109

CAPÍTULO XIX

INTERRUPÇÕES DE VIA E SERVIÇO DE TRANSBORDO

140.CONDIÇÕES EM QUE SE ESTABELECE O SERVIÇO DE TRANSBORDO ......................................... 111

141.INFORMAÇÃO SOBRE A DEMORA PROVÁVEL EM CASO DE INTERRUPÇÃO DA VIA ................... 112

142.MEDIDAS A ADOTAR PELOS CHEFES DAS ESTAÇÕES ................................................................ 112

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143.DISPOSIÇÕES A ADOTAR PARA ORGANIZAR O SERVIÇO DE TRANSBORDO ............................... 112

144.DESIGNAÇÃO E NÚMERO DOS COMBOIOS DE TRANSBORDO................................................... 113

145.OS COMBOIOS DE TRANSBORDO DEVEM SEGUIR DE RECUO PARA O LOCAL DO ACIDENTE ..... 113

146.REVISOR DE BILHETES DEVE SEGUIR NO COMBOIO.................................................................. 114

147.VIA LIVRE E NORMALIZAÇÃO DA CIRCULAÇÃO......................................................................... 114

CAPÍTULO XX

VIA DUPLA

148.VIAS NORMAIS DE CIRCULAÇÃO .............................................................................................. 116

149.CIRCULAÇÃO DOS COMBOIOS DURANTE A INTERRUPÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES ............. 116

150.INTERRUPÇÃO DA VIA ............................................................................................................. 116

152.ESTABELECIMENTO DE TRANSBORDO ..................................................................................... 117

153.RESTABELECIMENTO DA VIA.................................................................................................... 117

154.DISPOSIÇÕES GERAIS............................................................................................................... 118

155.ESTAÇÕES TEMPORÁRIAS........................................................................................................ 118

CAPÍTULO XXI

ENCERRAMENTO DAS ESTAÇÕES DURANTE CERTAS HORAS

156.MEDIDAS A ADOTAR PELA ESTAÇÃO QUE VAI ENCERRAR ........................................................ 118

157.ANORMALIDADES QUE SE OPÕEM AO ENCERRAMENTO ......................................................... 120

158.INTERFERÊNCIA NO CONTROLE DA CIRCULAÇÃO DEPOIS DA ESTAÇÃO ENCERRADA................ 120

159.MEDIDAS A ADOTAR PELAS ESTAÇÕES TESTAS ........................................................................ 120

160.PREENCHIMENTO DO REGISTO DE MOVIMENTO DE COMBOIOS NAS ESTAÇÕES ENCERRADAS 121

161.MEDIDAS A ADOTAR PELA ESTAÇÃO QUE VAI ENTRAR EM SERVIÇO ........................................ 121

162.ANORMALIDADES QUE SE OPOEM À ABERTURA DA ESTAÇÃO................................................. 123

163.DESTINO DOS TELEGRAMAS OU MENSAGENS ......................................................................... 123

ANEXO I - MODELOS DE CIRCULAÇÃO E REGISTOS

1.DISPOSIÇÕES GERAIS................................................................................................................... 124

2.MODELOS E REGISTOS A UTILIZAR............................................................................................... 125

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REGULAMENTO DE CIRCULAÇÃO DE COMBOIOS

III - SEGURANÇA DE CIRCULAÇÃO DOS COMBOIOS

CAPÍTULO I

HORÁRIO DOS COMBOIOS

1. CLASSIFICAÇÃO DOS COMBOIOS


Os comboios que tenham a sua marcha prescrita no livro-horário com dia indicado para a sua
circulação, são designados por “comboios regulares”.

Os comboios com marcha prescrita no livro-horário mas que para circular necessitem, de ser
anunciados, denominam-se “comboios suplementares”.

Os comboios que não tenham marcha prescrita no livro-horário, e cuja circulação tenha que ser
previamente anunciada denominam-se “comboios especiais” e podem ser: de desdobramento,
de serviço de via e de socorro.

2. ORGANIZAÇÃO DOS HORÁRIOS DOS COMBOIOS


Os horários dos comboios são organizados pelo Serviço de Transportes Ferroviários de acordo
com o Serviço Comercial e aprovados pela Direção-Geral, sendo antes de posíos em vigor,
comunicados aos serviços interessados e ao público, com a devida antecedência.

Os livros horários e gráficos compreendem principalmente as horas de partida, chegada,


paragem ou passagem, referentes a cada estação e apeadeiro, percursos entre as estações e
apeadeiros, pontos de cruzamento, resguardos, ultrapassagens e sucessões, tomas de água e
outras indicações correspondentes, classe e condições da sua circulação.

3. ANÚNCIO AO PÚBLICO DAS HORAS DOS COMBOIOS DE


PASSAGEIROS
Os horários dos comboios regulares de passageiros serão anunciados ao público com
antecedência não inferior a oito dias.

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4. ALTERAÇÃO DOS HORÁRIOS DOS COMBOIOS
A alteração e modificação eventual nos horários e marchas dos comboios em vigor será
previamente autorizado pela Direção-Geral sem prejuízo das circulações de emergência em que
não é necessário esta autorização.

5. CUMPRIMENTO EXATO DOS HORÁRIOS


O pessoal das estações e dos trens deve empregar a maior diligência e actividade no serviço,
para que os horários sejam integralmente cumpridos.

CAPÍTULO II

GENERALIDADES

6. COORDENAÇÃO DA CIRCULAÇÃO DOS COMBOIOS


A coordenação da circulação dos comboios compete exclusivamente ao inspetor do Movimento
encarregado do Comando de Circulações.

7. CASOS NÃO PREVISTOS DO REGULAMENTO


Quando se torne necessário e inadiável a intervenção de um agente em circunstâncias não
previstas neste regulamento, sem que lhe seia possível consultar um seu superior direto, deverá
usar da máxima prudência e seguir o seu próprio critério e bom senso, quando principalmente
diga respeito a segurança dos comboios, relatando por escrito e superiormente o que tiver
passado e as medidas tomadas.

Assume, no entanto, toda a responsabilidade do seu acto, que será apreciada em face das
circunstâncias do caso.

Todas as ordens e instruções especiais que disserem respeito à segurança da circulação de


comboios deverão, quando isso for praticável, ser dadas por escrito.

8. TRANSMISSÃO DE ORDENS POR ESCRITO


Todas as instruções não previstas relacionadas com a circulação dos comboios devem ser dadas

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por escrito aos condutores e maquinistas e assinadas pelo chefe da estação interessada ou seu
substituto legal.

9. TELEGRAMAS OU MENSAGENS REFERENTES A


SEGURANÇA DOS COMBOIOS
Todos os telegramas ou mensagens que interessem diretamente a segurança da marcha dos
comboios são da responsabilidade do chefe da estação ou do seu substituto legal.

A fim de prevenir possíveis enganos, não devem ser usados no texto dos telegramas de serviço,
os termos “esta” ou “essa”, referindo-se à estação expedidora ou à de destino, mas sim, os
nomes das estações.

10. PARAGEM DOS COMBOIOS


Nenhum comboio poderá parar onde não tenha paragem regulamentar, salvo o caso de
cruzamento nas estações e apeadeiros ou por motivo de força maior devidamente justificado

As paragens condicionais dos comboios de passageiros são regulados pelo livro-horário em


vigor, de acordo com as circunstâncias locais.

10.1. COMBOIO COM SERVIÇO EM LOCAIS SEM PARAGEM PRESCRITA

Quando um comboio tenha determinado serviço a fazer entre estações (tomar e deixar material
em apeadeiro ou desvios ou qualquer outro serviço a executar em plena via onde não haja
paragem indicada no horário), tanto o condutor como o maquinista receberão nesse sentido
uma ordem escrita, passada pela estação de origem ou pela estação anterior ao local, na qual
será designado o serviço que o comboio tem de efetuar.

Se a ordem acima referida for dada na estação de origem, o chefe avisará, pela via mais rápida
as duas estações interessadas.

Se a dita ordem tiver de ser dada pela estação anterior ao local da paragem extraordinária,
cumpre a esta estação avisar a seguinte, nas mesmas condições.

11. PROIBIÇÃO DE PARTIDA ANTECIPADA DOS COMBOIOS


Nenhum comboio pode partir adiantado, nem chegar com antecipação da sua hora
regulamentar;

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12. VELOCIDADE DOS COMBOIOS
As velocidades dos comboios em marcha são determinadas de harmonia com a sua classe e
natureza do serviço a que são destinados, e podem diferir, consoante o perfil dos vários troços
de via.

Os maquinistas devem regular a marcha dos seus comboios em conformidade com o horário,
evitar atrasos e velocidades excessivas.

Também quando os comboios circulem com a locomotiva à cauda, em contravia, a velocidade


máxima permitida é de 20 Km por hora.

13. RECUPERAÇÃO DOS ATRASOS

13.1. CASO EM QUE SE PODE EXCEDER AS VELOCIDADES PREVISTAS

Em caso de atraso em circunctâncias normais, podem os maquinistas exceder as velocidades


previstas no horário, até aos limites permitidos, a fim de recuperarem o tempo perdido, exceto
nos troços de via em que tal esteja proibido.

Os troços em que é proibido recuperar tempo perdido, serão assinalados no livro-horário.

13.2. DISPENSA DE PARAGEM

Os comboios de mercadorias, quando circulem com atrasos superiores ao de paragem prescrita


nos apeadeiros, poderão passar sem parar se as necessidades do tráfego e de segurança da
circulação a isso não os obriguem.

Para o efeito, o condutor, sempre que possível, deverá prevenir o maquinista no local anterior
de paragem e transmitir-lhe a passagem pela tabuleta “C”, o sinal de “autorização de passar sem
parar”, nas condições do artigo 19 do Regulamento II Sinais.

13.3. PROIBIÇÃO DE RECUPERAR ATRASOS EM TRAJETO

Nenhum comboio pode recuperar atrasos numa secção, em que:

Circule em sucessão por tempo; (n.° 59.2)

Esteja a trabalhar um comboio de serviço de via.

(n.° 80).

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13.4. INFORMAÇÕES DOS ATRASOS SUPERIORES A TRINTA MINUTOS

Os atrasos de cada comboio iguais ou superiores a trinta minutos serão anunciados à chefia do
Movimento, ao Depósito de Reserva de Locomotivas e às estações seguintes no sentido da sua
marcha.

14. HORA DE PASSAGEM OU CHEGADA E PARTIDA DOS


COMBOIOS
As estações indicarão no Registo do Movimento dos comboios a hora exata de passagem ou
chegada dos comboios.

As horas efectivas de chegada e de partida serão imediatamente transmitidas, por


telecomunicações às estações precedente e seguinte, respetivamente.

Nas linhas exploradas pelo sistema de Comando de Tráfego Centralizado só se mencionam as


horas relativas aos comboios de passageiros e mistos e dos comboios de mercadorias que
tiverem serviços a fazer, assistidos pelo chefe da estação ou pelo substituto legal.

15. PRESENÇA DO CHEFE DA ESTAÇÃO


É obrigatória a presença do chefe da estação, ou substituto legal tanto a chegada como a
partida de todos os comboios de passageiros, devendo certificar-se pessoalmente, antes de ser
dado o sinal da partida, de que foram integralmente cumpridas todas as disposições
regulamentares.

16. EXAME ÀS CONDIÇÕES DOS COMBOIOS PELO CHEFE DA


ESTAÇÃO ANTES DA PARTIDA
Nas estações de origem, o chefe ou o agente responsável, seu delegado, antes da partida,
examinará cuidadosamente, e com a necessária antecedência, as condições de formação e tudo
o mais que se relacione com os preceitos estabelecidos para a regularidade do serviço e
segurança dos comboios.

Deve também verificar se as carruagens estão no estado de asseio conveniente e munidas dos
artigos indispensáveis ao uso dos passageiros, devendo fazer remediar imediatamente qualquer
falta encontrada.

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Compete particularmente esta obrigação ao revisor de bilhetes (e na sua ausêucia ao condutor
do comboio), o qual, ao notar qualquer falta, solicitará do chefe da estação as proveniências
necessárias.

O chefe ou o seu delegado deverá também assegurar-se antes da partida, se os comboios estão
guarnecidos e os condutores munidos de todos os sinais regulamentares.

17. LINHAS PRIVATIVAS DA TRAÇÃO


As evoluções das locomotivas ou de qualquer veículo nas linhas afectas à tração, desde as
agulhas de entrada nos complexos ou reservas, oficinas e recintos de reparação de material, são
executadas pelo pessoal daquele serviço, sob sua exclusiva responsabilidade.

Fora das linhas compreendidas na designação anterior, as locomotivas consideram-se à


disposição do movimento.

17.1. PILOTAGEM DAS LOCOMOTIVAS

Nenhuma locomotiva pode sair ou entrar nas linhas exclusivamente afectas à tração, quer seja
destinada a um comboio quer a manobras sem ser pilotada por um agente do movimento.

Os pilotos nas estações são escolhidos pelos chefes, entre os agentes de manobras que bem
conheçam a posição e designação das agulhas, das linhas e dos sinais.

18. COMBOIOS TRIPULADOS SOMENTE PELO MAQUINISTA E


CONDUTOR OU MAQUINISTA E FOGUEIRO SEM
CONDUTOR NEM FURGÃO
Na linhas sinalizadas eletricamente é permitida a circulação de comboios de mercadorias diretos
ou semidiretos, quando rebocados por locomotivas diesel ou diesel-elétricas, tripulados
somente pelo maquinista e pelo condutor.

É também permitida a circulação dos comboios, sem furgão e sem condutor, devendo neste
caso a locomotiva ser tripulada por maquinista e fogueiro ou ajudante de tração.

Nestes comboios as atribuições do condutor competem ao maquinista.

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Acção:
CAPÍTULO III

ENTRADA, SAÍDA E PASSAGEM DOS COMBOIOS NAS ESTAÇÕES E


APEADEIROS

19. VELOCIDADE DOS COMBOIOS À PASSAGEM DAS


AGULHAS
A velocidade máxima dos comboios à passagem nas agulhas tomadas de ponta será a seguinte:

Para as vias diretas; 30 Km/hora.

Para as vias secundárias; 20 Km/hora.

Estas velocidades poderão ser alteradas nas diversas redes pela Direção Geral mediante
proposta das respectivas Direcções Executivas devidamente justificada.

20. ENTRADA DOS COMBOIOS NAS ESTAÇÕES

20.1. VERIFICAÇÃO DAS AGULHAS, SINAIS E LIMITES DAS LINHAS

Antes da partida ou chegada dum comboio, cumpre ao chefe da estação ou ao funcionário


encarregado certificar-se:

O funcionamente e posição das agulhas e sinais;

Se as agulhas estão guarnecidas de pessoal;

Se a linha está desimpedida;

Se os limites estão completamente livres, no caso de

existir algum comboio ou material resguardado nas outras linhas.

20.2. DESIMPEDIMENTO DAS VIAS

As vias pelas quais são recebidos os comboios nas estações, deverão estar completamente
desimpedidas pelo menos dez minutos antes da hora regulamentar da chegada dos comboios
ou, no caso de atraso, quinze minutos antes da hora provável da chegada, tanto do lado de onde
são esperados, como do lado contrário, prevendo-se assim a ultrapassagem da estação.

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Todas as manobras nas vias, quer executadas a braço quer com locomotiva, que possam
embaraçar ou causar impedimento à entrada dos comboios são absolutamente proibidas
durante o espaço de tempo acima indicado.

20.3. VIAS QUE DEVEM SEGUIR OS COMBOIOS

Em circunstâncias normais a entrada dos comboios nas estações é regulada pela forma seguinte:

Não havendo cruzamento, seguem a via contígua à plataforma.

Em caso de cruzamento, entre comboios da mesma classe;

Cada comboio segue a via da esquerda no sentido da sua marcha.

No cruzamento dum comboio de passageiros com um de outra classe, o primeiro seguirá pela via
contígua à plataforma.

No caso de ultrapassagem, o comboio que tem de passar, à frente será recebido pela via mais
conveniente.

Estas normas podem ser alteradas pelo chefe da estação, quando nisso houver conveniência.

20.4. ENTRADA DE COMBOIOS EM CASOS DE CRUZAMENTO

É expressamente proibido dar entrada a dois comboios ao mesmo tempo.

Somente depois de um deles se achar completamente parado e resguardado, dentro dos


limites, é permitida a entrada do outro comboio.

O chefe da estação ou funcionário encarregado determinará a entrada dos comboios pela


ordem que se apresentem, dando preferência aos de passageiros.

Se os dois comboios se apresentarem ao mesmo tempo, será dada a entrada ao de passageiros


ou ao que tiver preferência na entrada, a não ser que as condições especiais de serviço da
estação ou do perfil de via exijam o contrário.

21. PARAGEM DOS COMBOIOS NAS ESTAÇÕES


A marcha dos comboios de passageiros, à entrada das estações será regulada de forma que as
carruagens fiquem em frente da plataforma destinada ao serviço de passageiros.

Devem parar sempre de modo a deixarem livres os limites, quer do lado da entrada quer do lado
da saída.

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Sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior a paragem dos comboios deve ter lugar no
ponto indicado pelo chefe da estação ou seu substituto, ou pelo condutor, para facilidade da
carga e descarga de mercadorias ou manobras que houver a executar.

22. SAÍDA DOS COMBOIOS EM CASO DE CRUZAMENTO


Em caso algum o chefe da estação ou funcionário encarregado dará a partida aos comboios que
se cruzam sem que primeiramente se tenha assegurado de que chegaram completos.

No caso de cruzamento oficial (previsto) em estações, o condutor não pode transmitir o sinal de
partida ao maquinista, nem este se põe em marcha, sem que da ordem de avanço conste que o
outro comboio já chegou ou, em caso contrário que o cruzamento foi alterado, o que tem
obrigatoriamente de constar da mesma ordem de avanço.

23. GUARNECIMENTO DAS AGULHAS POR AGULHEIROS

23.1. REGRA GERAL, É OBRIGATÓRIO O GUARNECIMENTO DA PRIMEIRA AGULHA DE ENTRADA DAS


ESTAÇÕES

É igualmente obrigatório o guarnecimento das restantes agulhas tomadas de ponta, incluídas no


itinerário, que não sejam aferrolhadas.

O guarnecimento é feito por um agente (agulheiro) munido dos sinais regulamentares,


(bandeiras: verde e vermelha ou, lenterna de sinais se for de noite).

Compete ao agente que guarnece as agulhas, garantir a sua imobilização na posição


conveniente e apresentar o sinal correspondente :

Sinal de Via livre — Se a entrada se fizer para linha direta

Sinal de Precaução — Se a entrada se fizer para a linha desviada;

Sinal de Paragem — Se não for permitida a entrada na estação.

23.2. DISPENSA DO GUARNECIMENTO

É dispensado o guarnecimento de todas as agulhas tomadas de ponta, nos seguintes casos:

Quando forem manobradas mecanicamente ou eletricamente duma cabine ou posto central.

Quando a entrada se fizer para a linha direta, desde que a agulha reuna as seguintes condições:

Se encontre aferrolhada;

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Disponha de um dispositivo que indique e garanta ao maquinista a imobilização da agulha para a
linha direta;

Nos casos especiais, determinados pela Direção Ferroviária, publicadas em circulares.

E igualmente dispensado o guarnecimento de todas as agulhas tomadas de talão.

Importante: O desguarnecimento das agulhas não dispensa o pessoal respetivo de verificar sob
sua responsabilidade, se as lanças das agulhas estão bem encostadas aos carris, assegurando
nitidamente a sua posição.

24. ENTRADA DOS COMBOIOS NOS APEADEIROS

24.1. PRIORIDADE DE ENTRADA À LINHA DIRETA

Ao efetuar-se cruzamentos em apeadeiros intermediários onde não haja pessoal de serviço, os


comboios têm direito a linha direta (ou principal) pela ordem de prioridade a seguir
estabelecida:

Comboio de classes diferentes

1. Comboio de socorro de locomotivas isoladas circulando com o fim de desimpedir a linha;

2. Comboios internacionais de passageiros;

3. Comboios de passageiros;

4. Automotoras;

5. Comboios mistos:

6. Dresinas;

7. Comboios de socorro no regresso a estação-depósito;

8. Comboios de mercadorias;

9. Comboios de serviço, incluindo comboios, de serviço diretos;

10. Locomotivas isoladas, exceto nas condições do n.° 1 destas alíneas;

Tratando-se de comboios da mesma classe, os ascendentes têm preferência sobre os


descendentes.

Quando um comboio tiver que cruzar com dois ou mais comboios no mesmo apeadeiro, deverá
dar entrada na linha a que tiver direito em relação ao primeiro comboio em sentido oposto,
permanecendo nessa linha até que tenha efetuado todos os cruzamentos.

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Os comboios que tenham trocado ordens, nos termos das disposições contidas no n.° 57.1
tomam a prioridade segundo a ordem que tiverem em seu poder (ver n.° 57.4).

Em caso de ultrapassagem o comboio a ultrapassar deve ser resguardado na linha desviada.

24.2. MANOBRA DE AGULHAS

A manobra das agulhas nos apeadeiros é feita pelo condutor e fogueiro.

Nos casos em que é feita pelo fogueiro é sempre coordenada pelo maquinista e por ele
diretamente fiscalizada.

Tratando-se de automotoras, a manobra das agulhas compete ao condutor ou, na falta deste ao
revisor de bilhetes, sob orientação e fiscalização do maquinista.

24.3. CHAVES DAS AGULHAS E DOS TELEFONES

O condutor e o maquinista de cada comboio devem ser possuidores de uma chave das agulhas
dos apeadeiros e desvios e outra de telefones.

Embora a manobra das agulhas seja feita pelo fogueiro, o maquinista responde pessoalmente
pela conservação da chave das agulhas que lhe é distribuída.

24.4. ENTRADA DOS COMBOIOS EM CASO DE CRUZAMENTO

No cruzamento dos comboios em apeadeiros onde não haja pessoal de serviço, observar-se-ão
rigorosamente as regras de prioridade à linha direta e as seguintes disposições:

24.4.1. ENTRADA DO PRIMEIRO COMBOIO NA LINHA DIRETA

Se ao primeiro comboio a chegar competir a linha direta, de acordo com as normas


regulamentares, proceder-se-á da seguinte forma:

comboio a entrar:

 O comboio entrará na linha direta sem necessidade de parar;

 O maquinista deve tomar as precauções regulamentares e puxá-lo até ao limite da frente;

 O fogueiro munido dos sinais regulamentares, vai manobrar a agulha de entrada para o
comboio esperado, fazendo o conveniente itinerário,

 Depois das agulhas aferrolhadas a cadeado, apresenta respetivo sinal;

 Depois da entrada do segundo comboio, logo que a agulha fique livre, o fogueiro
manobra a agulha para o seu comboio sair, aferrolhando-a vai ocupar o seu lugar na locomotiva;

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Acção:
 O maquinista chama a atenção do condutor e este, se tudo estiver em ordem, transmite o
sinal de partida.

Comboio a entrar;

 O comboio que entrou em segundo lugar para a linha desviada puxa até ao limite;

 Se não houver mais cruzamentos ou outros serviços, fogueiro vai fazer a agulha para a
saída do seu comboio, fecha-a nessa posição a cadeado e retoma o seu posto na locomotiva;

 Chamando a atenção do condutor, o maquinista puxa comboio a frente até que o furgão
ultrapasse a agulha, que é entretanto feita pelo condutor para a linha direta, posição em que é
aferrolhada com o cadeado, após o que este transmite o sinal de partida ao maquinista.

24.4.2. ENTRADA DO PRIMEIRO COMBOIO NA LINHA DESVIADA

Se ao primeiro comboio a chegar competir a linha desviada, o cruzamento processar-se-á da


seguinte forma:

1º Comboio a entrar;

 O comboio pára antes da agulha para que o fogueiro a coloque na posição desejada,
aferrolhada a cadeado

 Retomado o posto pelo fogueiro, o comboio puxa até ao limite da frente;

 O fogueiro munido dos sinais regulamentares, vai para junto da agulha dar entrada ao
outro comboio. Depois da entrada do segundo comboio se não houver mais cruzamento, o
fogueiro faz o itinerário para o seu comboio sair, aferrolha a agulha a cadeado na posição
conveniente posição, e retoma o seu lugar na locomotiva;

 O maquinista depois do aviso convencional feito ao condutor, puxa a composição até que
o último veículo ultrapasse a agulha de saída;

 O condutor depois da paragem, manobra a agulha para a posição da via direta, fecha-a a
cadeado e transmite o sinal de partida.

2º Comboio a entrar:

 O comboio que entrou em segundo lugar para a linha direta, puxa a frente até ao limite
anterior à agulha da saída;

 Não havendo mais cruzamentos ou outros serviços, o fogueiro vai manobrar a agulha
para a saída do comboio e fecha-a a cadeado na posição conveniente;

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 O maquinista depois de fazer o sinal convencional ao condutor, aguarda o sinal
confirmativo da partida, se não houver cruzamentos ou outro serviço.

24.4.3. ENTRADA DO SEGUNDO COMBOIO EM APEADEIRO ONDE O PRIMEIRO TENHA MANOBRAS

Se o primeiro comboio a entrar no apeadeiro tiver manobras a efetuar nesse local de


cruzamento, o maquinista do outro comboio a chegar, já avisado desse facto pela estação
anterior pela indicação (N.° __________ manobra em __________ pare o seu comboio antes de
atingir a tabuleta “B”), pára o seu comboio no ponto indicado, só podendo dali avançar depois
de se certificar que a via já está livre.

24.4.4. ENTRADA DO SEGUNDO COMBOIO, SEM PARAGEM NO APEADEIRO

Em qualquer dos casos, se o segundo comboio a entrar não tiver paragem prescrita, pode deixar
de parar no apeadeiro onde cruza, desde que:

 A linha onde vai entrar e os seus limites se encontrem livres;

 O fogueiro apresente o respetivo sinal, junto da agulha de entrada;

 A agulha de saída se encontre aferrolhada na posição para a saída do comboio, e lhe seja
apresentado sinal de via livre.

Neste caso, compete ao condutor manobrar a agulha e apresentar o sinal de via livre.

CAPÍTULO IV

CIRCULAÇÃO DE COMBOIOS PELO SISTEMA DE ORDENS


TELECOMUNICADAS

25. APLICAÇÃO DO SISTEMA


O sistema de ordens telecomunicadas, aplica-se em todas as linhas do C.F.M. não sinalizadas
eletricamente, e nas linhas exploradas por C.T.C. em caso de avaria do sistema, do comando das
agulhas ou dos sinais.

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Acção:
26. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE SEGURANÇA DO SISTEMA
Nenhum comboio poderá circular numa secção de telecomunicações, sem que o maquinista e o
condutor tenham para isso, em seu poder autorização escrita e assinada pelo funcionário
encarregado.

Os movimentos dos comboios obedecerão rigorosamente às instruções contidas nas ordens, por
cujo cumprimento são solidariamente responsáveis o condutor, o maquinista e o fogueiro

A autorização de avanço transmitida por meio destas ordens tem a forma de telegrama ou
mensagem expedida pela estação seguinte, mas nenhuma ordem poderá ser válida antes de ser
completada e assinada pelo funcionário encarregado da estação que a emitir.

27. REGRAS GERAIS PARA A PERMUTA DE AVANÇOS


Os pedidos e ordens de avanço são escritas antes de serem transmitidas, sendo proibido o uso
de quaisquer abreviaturas além das referidas no n.° 37 deste Regulamento.

Aos funcionários encarregados da circulação de comboios é expressamente vedado transmitir


uma ordem de avanço a não ser em resposta a um pedido de avanço.

É lhes também vedado emitir qualquer ordem de avanço que não tenha sido obtida, através das
telecomunicações, do funcionário encarregado no outro extremo da secção em causa, exceto
nos casos de avaria de todas as comunicações (N°105).

27.1. ANTECEDÊNCIA DA PERMUTA

Os funcionários encarregados do controle da circulação de comboios, ao trocarem entre si os


telegramas ou mensagens (pedidos e ordens de avanço) a que se refere o presente regula-
mento, deverão fazê-lo apenas com antecedência indispensável, mas por forma a não causar
atrasos desnecessários e atendendo sempre às circunstâncias de cada caso.

28. SISTEMA DE TELECOMUNICAÇÕES UTILIZADO NA


PERMUTA DE AVANÇOS

28.1. OBRIGATORIEDADE DA COMUNICAÇÃO DIRETA

A permuta dos avanços só pode ser feita por meio de telecomunicações que permitam a
comunicação direta entre duas estações testas de secção, sem interferência de terceiros.

Não podem por isso, fazer-se por intermédio de outras estações.

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Acção:
28.2. OBRIGATORIEDADE DE UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS COM GRAVAÇÃO OU IMPRESSÃO DAS
ORDENS DE AVANÇO

Sempre que exista algum sistema de telecomunicações que permita a impressão ou gravação
das comunicações, é obrigatória a sua utilização na permuta dos avanços.

Neste caso, se por avaria do aparelho ou outras causas, a permuta dos avanços tiver de ser feita
pelo telefone ou rádio, sem gravação ou impressão, os documentos são preenchidos
manualmente.

Nas ordens de avanço e na linha que antecede à “última partida”, deve ser indicado:

”Sistema avariado. Ordem permutada pelo telefone ou rádio”.

Os pedidos e ordens de avanço transmitidos nestas condições deverão ser acusados, repetindo-
os o agente que os receber àquele que os tiver transmitido da outra estação.

No caso de serem fixados cruzamentos extraordinários, a transmissão da ordem de avanço,


depois de preenchida, deverá ser confirmada pelo chefe da estação, que a assinará como certi-
ficação de que a mesma foi preenchida corretamente de acordo com o transmitido.

Qualquer erro na transmissão de pedidos de avanço ou de ordens de avanço referentes a


cruzamentos de comboios, só poderá ser retificada transmitindo-se de novo todo o telegrama.

29. DOCUMENTOS UTILIZADOS NOS AVANÇOS

29.1. PEDIDOS DE AVANÇO

São utilizados três modelos de pedidos de avanços, com seguintes prefixos:

A — Pedido de avanço simples Modelo CFM 943;

B — Pedido de avanço com cruzamento Modelo CFM 944;

C — Pedido de avanço para o comboio de serviço. Modelo CFM 945.

29.2. ORDENS DE AVANÇO

São utilizados igualmente três modelos de ordens de avanço, de côr diferente, cujos prefixos,
correspondem a uma resposta dos pedidos, e são os seguintes:

AR — Ordem de avanço simples

Cor verde — Modelo CFM 950;

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Acção:
BR — Ordem de avanço com cruzamento Cor rosa — Modelo CFM 951;

CR — Ordem de avanço para comboio de serviço Cor amarela — Modelo CFM 952.

29.3. ORDEM MANUSCRITA

Não possui modelo próprio, devendo ser utilizado o modelo de telegramas MTT 56.

30. EMISSÃO DOS PEDIDOS E DAS ORDENS DE AVANÇO

30.1. AVANÇOS SIMPLES

Os pedidos de avanço simples “A” CFM 943 e as ordens de avanço simples “AR” CFM 950, são
emitidos para os comboios que circulem até à estação seguinte, com telecomunicações, sem
que tenham de efetuar qualquer cruzamento com outro comboio num ponto intermédio.

30.2. AVANÇOS COM CRUZAMENTOS

Os pedidos de avanço com cruzamento “B” CFM 944 e as ordens de avanço com cruzamento
“BR” CFM 951, são emitidas para os comboios que circulam até à estação seguinte, com teleco-
municações, efetuando um ou mais cruzamentos em pontos intermédios com comboios que
circulam em sentido oposto.

O número de cruzamentos a efetuar nos pontos intermédios será mencionado nesta ordem, por
extenso, no espaço a isso destinado, para que as tripulações tenham possibilidade de detectar
qualquer omissão.

30.3. AVANÇO PARA OS COMBOIOS DE SERVIÇO

Os pedidos de avanço para comboios de serviço de via “C,” CFM 945, e as ordens de avanço para
comboios de serviço de via CR, CFM 952, só são emitidas para os comboios que tenham de
proceder a balastragem de via ou quaisquer outros trabalhos dentro da secção.

Os comboios de mercadorias fazendo serviço intermédio, de socorro e quaisquer outros, que


não circulem em toda a extensão de uma secção entre estações, deverão circular mediante
(Ordens de avanço de comboios de serviço) “CR” CFM 952 e sujeitos às disposições respeitantes
à circulação de comboios de serviço.

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Acção:
30.4. AVANÇOS POR ORDENS MANUSCRITAS

Os avanços por ordens manuscritas, só são utilizados para fazer seguir os comboios detidos,
dentro da secção, sem ordem de avanço ou com a ordem de avanço cada.

31. NORMAS PARA O PEDIDO DE AVANÇO

31.1. POSIÇÃO DOS COMBOIOS

Antes de ser pedida autorização para o avanço de comboios, a estação deve averiguar a posição
exata dos comboios.

31.2. PEDIDO A UTILIZAR

Uma estação que tenha um comboio a expedir solicitará à estação no outro extremo da secção,
por meio de um pedido de avanço A, B ou C, conforme o caso, autorização, para dar avanço ao
comboio.

Tratando-se de comboios de serviço, serão utilizados os impressos A ou B no caso de o comboio


circular até à estação seguinte sem ter que proceder a qualquer trabalho dentro da secção.

O impresso C só é utilizado se o comboio tiver de proceder a trabalhos dentro da secção.

31.3. INDICAÇÕES A INCLUIR NOS PEDIDOS

Todos os pedidos de avanço incluirão as seguintes indicações que, estando correctas, serão
confirmadas nas repostas:

O último comboio expedido para a estação seguinte;

O último comboio chegado da estação seguinte (ou o número do comboio que deve chegar
antes da partida, do comboio a que o pedido se refere);

A posição de qualquer comboio que tenha entrado na secção, mas que não circule até à estação
seguinte;

A justificação de qualquer cruzamento (extraordinário que seja proposto ou da efectivação de


qualquer cruzamento oficial mesmo tratando-se de comboios suplementares.

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Acção:
32. NORMAS PARA A CONCESSÃO DE AVANÇOS

32.1. CONFERÊNCIA DOS PEDIDOS

O funcionário encarregado do controle da circulação de comboios numa estação, ao receber um


pedido de avanço deverá, em primeiro lugar, confrontar cuidadosamente as indicações dadas no
pedido de avanço com as que possuir acerca da posição dos comboios.

Se as informações recebidas estiverem certas e lhe não restarem dúvidas de que o pedido,
permite ao comboio a que se refere circular em segurança, não causando atrasos
desnecessários a outros comboios, transmitirá a ordem de avanço correspondente,
concordando em absoluto com o pedido de avanço.

32.2. PREENCHIMENTO DAS ORDENS DE AVANÇO

As ordens de avanço devem ser preenchidas:

Rigorosamente de acordo com o que for combinado com a estação seguinte, por meio dos
pedidos de avanço;

Legivelmente, em triplicado por meio de decalque;

O original fica na estação;

O duplicado e o triplicado são entregues ao condutor e maquinista, respetivamente.

Não são permitidas quaisquer alterações ou rasuras nas ordens de avanço, competindo aos
condutores e maquinistas não aceitar quaisquer ordens que tenham sido emendadas.

33. INDICAÇÕES DOS CRUZAMENTOS NOS PEDIDOS E NAS


ORDENS DE AVANÇO
Os cruzamentos nas estações com pessoal, não são indicados nos pedidos e nas ordens de
avanço.

Só são indicados os cruzamentos a efetuar em apeadeiros ou em estações sem pessoal.

Aos condutores e maquinistas de comboios com cruzamentos oficiais ou extraordinários nas


estações, compete, antes de retomarem a marcha, certificarem-se de que tais cruzamentos são
devidamente efetuados nessa estação, ou transferidos para outros lugares.

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Acção:
34. COMPILAÇÃO DAS ORDENS DE AVANÇO
Os pedidos e as concessões de avanço transmitidos e as correspondentes ordens são
preenchidas e assinadas pelo chefe da estação ou pelo funcionário encarregado da circulação de
comboios. Compete ao funcionário que assinar as ordens de avanço o cumprimento das
disposições em vigor.

Nas estações onde a circulação esteja a cargo de um funcionário encarregado, compete ao chefe
da estação certificar-se que são cumpridas todas as disposições regulamentares, devendo,
sempre que possível, assinar as ordens de avanço.

35. PEDIDO DE AVANÇO PARA UM COMBOIO, FEITO ANTES


DA CHEGADA DO COMBOIO COM QUE CRUZA
Para facilitar o serviço das estações e evitar atrasos aos comboios, sem prejuízo da segurança
das circulações, o pedido de avanço para um comboio que aguarda cruzamento, pode ser feito
antes da chegada do último comboio com que cruza nessa estação.

Neste caso, deve-se proceder como segue:

a) Devem ser riscadas as palavras “Última chegada" no pedido de avanço;

b) Devem ser também riscadas as palavras “ Última chegada” na ordem de avanço;

c) Na linha em branco por debaixo de “ Última chegada" deve indicar-se:

Depois da chegada do N.° __________”

Assim, deve-se ler finalmente:

NO PEDIDO DE AVANÇO:

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Acção:
“Última partida N.° __________”

“Depois da chegada do N.° __________"

NA ORDEM DE AVANÇO:

“Última partida __________ Exacta.”

“Depois da chegada do N.° __________”

35.1. PROIBIÇÃO DA ENTREGA DA ORDEM ANTES DA CHEGADA DO COMBOIO COM QUE CRUZA

É absolutamente proibida a entrega de ordens de avanço aos condutores e maquinistas antes da


entrada na estação do último comboio a chegar em sentido oposto.

36. O COMPLETAR DA ORDEM DE AVANÇO


A estação que tiver de expedir o comboio, ao receber a ordem transmitida pela estação
seguinte, confirmando a posição de todos os comboios e concordando em absoluto com o
pedido feito, completará a ordem de avanço com as seguintes indicações nos lugares a elas
destinadas, a seguir a parte transmitida:

 A hora exata da partida do último comboio circulando no mesmo sentido.

 A hora exata de chegada do último comboio em sentido oposto;

 Nome da estação que emite a ordem de avanço;

 Data e hora da emissão da ordem de avanço;

 Assinatura e categoria do funcionário encarregado.

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Acção:
Nota: Quando o último comboio que circulou no mesmo sentido ou em sentido oposto, tiver sido um comboio de serviço,
mas que não circule até a estação testa de secção seguinte, não será mencionada como “última partida” nem "última
chegada” deve-semencionar a hora de partida ou de chegada do último comboio regular.

36.1. INDICAÇÕES DO CARIMBO E DA DATA NAS ORDENS DE AVANÇO

O carimbo na parte superior das ordens de avanço (marca do dia), deverá indicar a data em que
foi recebida a autorização para o avanço, ou no caso de avaria de todas as comunicações, a data
em que a ordem de avanço foi preenchida.

A data da emissão na parte inferior da ordem de avanço corresponderá à data em que a ordem
de avanço é, efetivamente entregue à tripulação do comboio.

Sempre que as indicações sobre a última partida e última chegada de comboios, a inserir nas
ordens de avanço pela estação emissora correspondam à data anterior a da emissão da ordem
de avanço, as horas da última partida e da última chegada devem ser sempre seguidos da data
efectiva da partida ou chegada dos comboios respetivos.

37. ABREVIATURAS AUTORIZADAS NOS PEDIDOS E NAS


ORDENS DE AVANÇO
No preenchimento e transmissão de pedidos de avanço e de ordens de avanço podem ser
usadas as seguintes abreviaturas:

a) O código das estações, publicado no livro-horário pode ser usado apenas no lugar
destinado à indicação da estação expedidora e receptora, não sendo necessário acrescentar
(C.E.) ao nome de cada estação.

Por exemplo, em vez de escrever-se e transmitir-se (de C.E. Dondo para Tica) pode escrever-se e
transmitir-se apenas de DN para TA).

Em todos os outros casos, os nomes das estações, dos apeadeiros e desvios serão escritos e
transmitidos por extenso.

b) Os comboios podem ser descritos da seguinte forma: (451), significando comboio n.° 451;

c) A abreviatura (C.S.D.) para comboio de serviço direto pode ser usada unicamente em
relação a (última partida), (O último comboio circulando no mesmo sentido n° ...) e (O último
comboio circulando em sentido oposto n° ...).

d) Os nomes de localidades mencionados no corpo dos pedidos de avanço e das ordens de


avanço deverão ser escritos com letra maiúscula.

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Acção:
e) Os nomes dos locais indicados no texto dos pedidos de avanço e das ordens de avanço
transmitidos pelo telefone ou rádio têm de ser soletrados.

38. ENTREGA DE ORDENS DE AVANÇO


As ordens de avanço dos comboios, depois de devidamente preenchidas pelo funcionário
encarregado, são entregues por este à tripulação do comboio respetivo (Um exemplar ao
condutor e outro a cada um dos maquinistas).

Nas estações de formação ou reserva, o funcionário encarregado, poderá entregar todos os


exemplares ao condutor que, por sua vez, fará entrega ao maquinista.

Não é necessário passar recibo destas ordens, mas aos condutores e maquinistas compete
certificar-se de que têm em seu poder uma ordem correcta antes de partirem de uma estação.

39. CONFERÊNCIA DAS ORDENS DE AVANÇO PELOS


CONDUTORES E MAQUINISTAS

39.1. Para facilitar e abreviar a conferência das ordens de avanço, antes da chegada dos comboios,
tanto o condutor como o maquinista devem inteirar-se, pelo livro-horário e anúncio de
comboios em seu poder, dos cruzamentos previstos nessa estação e na secção seguinte, por
forma a poderem prever as indicações que devem constar nas ordens de avanço.

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Acção:
39.2. Aos condutores e maquinistas compete conferir cuidadosamente as ordens de avanço,
verificando se as mesmas estão em conformidade com o horário dos comboios e com os
anúncios dos comboios, certificando-se de que todos os cruzamentos são devidamente
considerados.

39.3. Devem recusar-se a aceitar qualquer ordem de avanço que os autorize a avançar para além de
um lugar de cruzamento oficial sem efetuarem esse cruzamento, a menos que a ordem de
avanço, no espaço assinalado (cruzamento alterado devido a) seja indicada uma razão que
justifique a alteração de cruzamento, em conformidade com o n.° 47 deste Regulamento.

39.4. No caso de a razão da alteração ser um atraso, deverá ser feita indicação idêntica em todas as
ordens de avanço emitidas, até a efectivação do cruzamento.

39.5. Os condutores e maquinistas dos comboios devem recusar-se a seguir com ordem de avanço
para efetuarem um cruzamento com um comboio que não seja regular, sem que tenham
recebido um exemplar do anúncio de comboios que anuncie a sua circulação.

39.6. Devem, também, recusar-se a seguir com uma ordem de avanço que indique um comboio em
sentido oposto como estando cancelado, a menos que, tenham em seu poder um anúncio de
comboios cancelando tal comboio.

39.7. É obrigação dos condutores e maquinistas, antes de partir, verificar se o comboio indicado como
última chegada, chegou efetivamente.

39.8. Os condutores e os maquinistas deverão conferir as últimas chegadas e partidas, certificando-se


de que as mesmas se encontram em ordem, para o que consultarão o horário da circulação de
comboios e os anúncios de comboios.

No caso de não corresponderem à última partida e chegada segundo o horário de comboios ou


os anúncios de comboios, a tripulação deverá obter uma justificação válida da alteração antes
de prosseguir a viagem de acordo com a ordem de avanço.

39.8.1. Qualquer irregularidade encontrada numa ordem de avanço ou de cuja existência a tripulação
apenas suspeite, deve imediatamente ser levada ao conhecimento do funcionário
encarregado, pelo condutor e pelo maquinista, para que seja devidamente retificada antes da
partida do comboio.

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Acção:
39.9. Os condutores e os maquinistas estão autorizados a examinar os telegramas ou mensagens
trocadas pelas estações, respeitantes à circulação dos seus comboios, no caso de haver qualquer
razão para duvidarem da exatidão de qualquer ordem de avanço, que lhes seja entregue. Devem
os funcionários das estações facultar esses telegramas ou mensagens sempre que isso lhes seja
solicitado.

40. MODIFICAÇÃO DOS PREPARATIVOS JÁ TRANSMITIDOS


Nenhum preparativo para o cruzamento ou avanço de comboios poderá considerar-se completo
ou ser cumprido, antes de serem trocados os telegramas ou mensagens prescritos entre as duas
estações interessadas e de ser acusada a sua receção.

Quando por qualquer motivo, se torne necessário alterar os preparativos já transmitidos para o
avanço de um comboio, tenham os mesmos sido ou não completados, a alteração deverá
efetuar-se mediante troca de mensagens CFM 948, cancelando os preparativos já transmitidos,
fazendo-se depois novos preparativos.

Antes de ser transmitido um novo pedido de avanço, todas as cópias dos pedidos de avanço e
das ordens de avanço referentes aos preparativos anteriores serão reunidos, inutilizados com
dois traços em diagonal, seguidos da palavra (cancelado), anotação esta que será rubricada pelo
funcionário encarregado, a fim de evitar o uso indevido.

40.1. O cancelamento destes documentos será confirmado nos pedidos de avanço feitos
subsequentemente, pela forma seguinte:

No pedido de avanço:

“Meu — (A, B ou C) No __________ e a sua __________


(A.R.B.R. ou C.R.) Para o N.° __________ (Número do
comboio para que tenha sido pedido) cancelado”.

Na ordem de avanço:

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Acção:
“Seu — (A, B, ou C) No __________ e a minha __________
(A.R. ou C.R.). Para o N.° __________ cancelado.”

Anexo a este regulamento encontram-se modelos dos telegramas ou mensagens para


cancelamento de pedido e ordens de avanço.

41. DESTINO A DAR ÀS ORDENS DE AVANÇO

41.1. AFIXAÇÃO E ARQUIVO DE PEDIDOS E DAS ORDENS DE AVANÇO NAS ESTAÇÕES

As ordens de avanço dos comboios, emitidas, deverão ser juntas aos correspondentes pedidos
de avanço e colocadas em lugar acessível até que os comboios a que disserem respeito tenham
saído da secção, depois do que serão arquivadas separadamente dos telegramas ou mensagens
ordinárias.

Aos chefes das estações compete certificarem-se de que o arquivo destes documentos é feito
sistemática e corretamente.

41.2. ENVIO DE ORDENS PELO CONDUTOR E MAQUINISTA

No fim de cada viagem, os condutores e os maquinistas juntarão todas as ordens de avanço às


suas folhas de trânsito.

42. AVISO DA SITUAÇÃO DOS COMBOIOS

42.1. INDICAÇÕES DO AVISO

Aviso da Situação dos Comboios, modelo CFM 949, conterá as seguintes indicações:

a) Comboios atrasados que circulando em direcções opostas, já deviam ter chegado à


estação em que o aviso é entregue, mas que ainda não tenham chegado.

b) Comboios especiais (suplementares, de serviço e de desdobramento), que sigam ou


circulem em sentido oposto ao comboio a que o aviso disser respeito.

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Acção:
c) Comboios cancelados que, segundo o horário ou anúncio de comboios, teriam de cruzar,
ultrapassar ou ser ultrapassado pelo comboio a que o aviso disser respeito.

d) Informação por parte das estações sobre a acusação da receção dos anúncios da
circulação de comboios especiais e suplementares.

(Anexo a este regulamento encontra-se um modelo deste impresso).

42.2. ESTAÇÃO A QUEM COMPETE A ENTREGA DO AVISO

A entrega do aviso é obrigatória:

 Nas estações de origem de todos os comboios;

 Nas estações testas de secção de controlo.

Nestas estações, a tripulação dos comboios (condutor e maquinista) não podem aceitar a ordem
de avanço, sem que lhes tenha sido entregue o aviso CFM 949.

43. REGISTO DO MOVIMENTO DOS COMBOIOS


Em cada estação haverá um registo do movimento dos comboios CFM 942, obedecendo a sua
utilização às seguintes disposições:

a) Os movimentos relativos a cada secção de telecomunicações serão registados


separadamente, separando-se, também as partidas das chegadas;

b) As inscrições no registo serão feitas a tinta, imediatamente após ter-se verificado a


circunstância que lhes deu origem, e pela ordem segundo a qual os factos forem ocorrendo;

c) No registo somente serão lançados os elementos e indicações exigidas pelos cabeçalhos


impressos;

d) Os funcionários encarregados do serviço consultarão diretamente as cópias dos pedidos


de avanço e das ordens de avanço, sempre que necessitem de informações referentes a avanços
pedidos ou concedidos.

Tais documentos manter-se-ão acessíveis até que os comboios a que se referem tenham
percorrido a secção;

e) A circulação dos comboios não pode ser registada antecipadamente, mas sim à medida
que forem ocorrendo os incidentes da circulação.

Os funcionários encarregados do serviço colherão diretamente do livro-horário e dos anúncios


dos comboios, as informações necessárias sobre os comboios que circulam ou que tenham sido

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Acção:
cancelados.

f) Os anúncios de comboios manter-se-ão continuamente acessíveis, até que deixem de


vigorar;

g) Nas estações que são encerradas durante determinadas horas, compete aos condutores,
durante o período de encerramento, fazer o registo da passagem dos comboios, em
conformidade com o n. ° 160.

Para que esta disposição possa ser cumprida, o livro de Registo do Movimento dos Comboios
será, nessas estações, deixado em lugar previamente indicado para esse fim e que seja acessível
às tripulações dos comboios.;

h) Às pessoas estranhas ao serviço de comboios é vedado acesso ao livro de registo do


movimento dos comboios.

Anexo a este regulamento encontra-se um espécime deste modelo.

44. DIÁRIO DA CIRCULAÇÃO DE COMBOIOS


Nas estações haverá também um “Diário da Circulação de Comboios” com espaços reservados a
cada dia, no qual os funcionários encarregados indicarão, com mínimo de 8 dias de
antecedência, o número de comboios previstos para cada um destes dias.

Neste documento serão registados resumidamente:

 Os pormenores dos anúncios recebidos.

 (número do comboio e do anúncio);

 Instruções recebidas para cada comboio;

 Tonelagem e número da locomotiva de cada comboio;

 Atraso dos comboios e sua justificação;

 Perda de tempo em trajeto pelas locomotivas;

 Ultrapassagem com trocas das ordens de avanço;

 Acidentes;

 Interrupções ou interdições de via;

 Avaria nas comunicações;

 Avarias nas agulhas e nas instalações;

 Período de chuvas ocorridos na estação ou na secção;

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Acção:
 Outros casos de anormalidades na circulação ou na secção.

Este livro servirá também de livro de ponto para os funcionários encarregados do serviço,
indicando, em cada caso, a hora exata.

No caso de não se verificarem atrasos ou quaisquer outras circunstâncias anormais, durante o


turno, o funcionário encarregado fará no livro a anotação “nada a registar”, antes de o assinar
ao deixar o serviço.

Neste livro não serão resgistadas quaisquer informações respeitantes a ordens de avanço de
comboios, tais informações serão extraídas diretamente dos documentos originais.

45. VERIFICAÇÃO PELOS INSPETORES DE MOVIMENTO


Aos inspetores do movimento compete examinar amiudadas vezes os livros acima mencionados,
rubricando-os quando o fizerem, e bem assim, examinar as ordens de avanço e os anúncios dos
comboios, certificando-se de que são devidamente cumpridas as determinações contidas neste
Regulamento e nas demais instruções em vigor.

CAPITULO V

CRUZAMENTO DE COMBOIOS

46. CRUZAMENTOS FIXADOS NAS ORDENS DE AVANÇO

46.1. AGENTES AUTORIZADOS A FIXAR CRUZAMENTOS

Os chefes das estações e os funcionários encarregados são as únicas pessoas autorizadas a


alterar os locais de cruzamento de comboios previstos no livro-horário ou nos anúncios de
comboios.

46.2. FIXAÇÃO DOS LOCAIS DE CRUZAMENTO

Os chefes das estações ou os funcionários encarregados devem com antecedência conveniente,


combinar entre si os locais onde os cruzamentos se efetuem, quer nas estações quer nos
apeadeiros por elas controladas.

Pelas estações, nos extremos de cada secção, deverão ser fixados cruzamentos, nos lugares mais
convenientes, para todos os comboios em sentido oposto, que venham a estar na secção ao

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Acção:
mesmo tempo que o comboio para que se estiver a obter avanço. Deve existir absoluta
concordância entre as duas estações interessadas e os cruzamentos a efetuar serão
mencionados no pedido de avanço e na ordem de avanço.

Devem ser feitos pedidos de avanço separados para cada comboio a entrar na secção.

46.3. OBRIGATORIEDADE DE COINCIDÊNCIA DOS LOCAIS DE CRUZAMENTO

Uma vez fixado um cruzamento na ordem de avanço autorizando um dos comboios a entrar em
secção, o comboio em sentido oposto deverá ser portador duma ordem para cruzar com o
primeiro no mesmo lugar de cruzamento.

Para aplicação desta disposição nos casos que os comboios trocam de ordens, deverá observar-
se o estipulado no n.° 57.6

47. CRUZAMENTOS FIXADOS EM LUGAR DIFERENTE DO


OFICIAL OU NÃO REALIZADOS
Sempre que, se torne necessário que um cruzamento entre comboios seja efetuado num lugar
que não seja o oficial, ou quando se tenha de fazer circular um comboio além do ponto de
cruzamento oficial sem que o tenha efetuado, por motivo de:

 Atraso do comboio;

 Cancelamento do comboio;

 Não circular nesse dia, tal comboio será considerado como circulando
“extraordinariamente”.

Um comboio que, nestas condições, avança para além do ponto de cruzamento oficial,
continuará a circular “extraordinariamente” até se efetuar o cruzamento.

O motivo deverá ser indicado nos pedidos de avanço e justificado nas ordens de avanço, no
espaço destinado a esse fim, em relação a todos os comboios que circulam
“extraordinariamente”.

Os condutores e os maquinistas deverão recusar-se a aceitar qualquer ordem de avanço que


indique um cruzamento “extraordinário” ou que mencione qualquer circulação extraordinária”
nas condições aqui indicadas, a não ser que nas ordens de avanço seja justificado o motivo.

Quando não seja mencionado qualquer cruzamento oficial mesmo com comboios
suplementares deverão recusar a ordem de avanço a não ser que indique que o comboio que
devia circular em sentido oposto foi cancelado ou não circula naquele dia.

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Acção:
47.1. FORMA DE JUSTIFICAR AS MODIFICAÇÕES DE CRUZAMENTO

As indicações nos pedidos de avanço e as justificações nas ordens de avanço, serão feitas nas
linhas em branco, por debaixo das palavras: “Cruzamentos alterados devido a”: utilizando as
seguintes fórmulas:

a) PARA ATRASOS DOS COMBOIOS:

“N.° __________ minutos atrasado”;

b) PARA CANCELAMENTO DE COMBOIOS:

“N.° __________ cancelado”;

c) PARA COMBOIOS QUE NAO CIRCULEM NESSE DIA:

“N.° __________ não circula”.

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Acção:
48. CRUZAMENTO ENTRE DOIS COMBOIOS NO MESMO
APEADEIRO
Sempre que seja resolvido expedir um comboio a cruzar com dois ou mais comboios no mesmo
apeadeiro ou desvio, as ordens de avanço do segundo comboio e dos seguintes deverão ser
anotados da forma seguinte:

“Pare à entrada do apeadeiro __________ se a linha estiver ocupada”

49. ORDEM DE PREFERÊNCIA NA MARCHA DOS COMBOIOS


EM CASOS DE ALTERAÇÃO DE CRUZAMENTO
Nas alterações de cruzamento, a preferência estabelecida para comboios será:

 Comboio de socorro;

 Comboios internacionais de passageiros;

 Comboios de passageiros;

 Comboios mistos;

 Comboios de mercadorias.

As disposições constantes do número antecedente podem ser alteradas por ordem superior ou
por circunstâncias anormais de serviço, que os chefes de estações em devido tempo justificarão
se for julgado conveniente.

50. PROVIDÊNCIAS A ADOTAR NOS CRUZAMENTOS


REALIZADOS EM APEADEIROS
O condutor e maquinista dos comboios que efetuarem cruzamentos em apeadeiros têm de
certificar-se que os comboios com que cruzam seguem completos.

Quando um comboio chegar a um apeadeiro incompleto, por ter deixado na linha parte da sua
composição, não entrará no apeadeiro sem que primeiramente sejam prevenidos do ocorrido as
tripulações de todos os comboios que ali se encontrarem aguardando cruzamento, mandando-
se aguardar o desimpedimento da via.

Se um comboio tiver cruzamento fixado num apeadeiro ou desvio e, à chegada ao local de


cruzamento, ainda ali não se encontrar o comboio a cruzar, o condutor deverá dirigir-se
imediatamente ao telefone a fim de indagar a posição do comboio esperado, levando consigo o

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Acção:
bloco de impressos de “Ordem de alteração do cruzamento” modelo CFM 947.

51. ALTERAÇÃO DE CRUZAMENTOS JÁ FIXADOS NAS ORDENS


DE AVANÇO
Quando um comboio estiver a aguardar, num apeadeiro, cruzamento com outro comboio que se
tenha avariado ou que tenha sofrido um grande atraso, o comboio que estiver à espera poderá
avançar e efetuar o cruzamento com o comboio atrasado noutro apeadeiro, dentro da secção,
ou na estação seguinte, mediante ordem de alteração de cruzamento, desde que o comboio
atrasado não tenha ainda entrado em secção.

Se o comboio atrasado ainda não tiver entrado em secção, a alteração de cruzamento só poderá
fazer-se mediante acordo mútuo entre os funcionários responsáveis das estações em ambos os
extremos da secção, confirmado pela troca de telegramas ou mensagens de alteração de
cruzamento (modelo CFM 946).

Se já tiver sido feita a ordem de avanço para o comboio atrasado, deverá ser cancelada e
substituída por outra com a indicação do novo local de cruzamento.

Anexo a este regulamento encontram-se modelos dos “Telegramas ou mensagens da alteração


de cruzamento” (CFM 946) e da “ordem de alteração de cruzamento” (CFM 947).

51.1. TRANSMISSÃO DA ORDEM DE ALTERAÇÃO DE CRUZAMENTO

A ordem de alteração de cruzamento (CFM 947) poderá então ser transmitida pelo telefone ou
rádio ao comboio que aguarda cruzamento, em conformidade com as disposições do n.° 109
depois do que deverá ser executada pela tripulação do comboio.

Se não for possível a transmissão da ordem à tripulação, deverá ser-lhe enviada por um próprio,
nas condições do n.° 53.

52. CANCELAMENTO DE CRUZAMENTO FIXADO NAS ORDENS


DE AVANÇO
Quando um comboio estiver num apeadeiro, a aguardar cruzamento com outro comboio que
tenha sido cancelado, poderá avançar sem efetuar o cruzamento, mediante ordem de
cancelamento de cruzamento, transmitida pela estação da frente.

A estação da frente, depois de receber o anúncio de cancelamento do comboio e obter


concordância da outra estação testa de secção, trocará com esta estação o seguinte despacho:

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Revisto em: 2012-08-01 Página 42/137
Acção:
“Chefe de __________ para chefe de __________

Em relação ao meu “BR” n.° __________, avisa-se

de que o cruzamento entre o N.° __________ em

vai ser cancelado, devido ao

cancelamento do N.°............ A/C n.° __________”

A outra estação testa de secção, responderá:

“Chefe de __________ para chefe de

em referência seu “BR” n.° __________

Ciente de que o cruzamento entre o N.° __________

e o N.° __________ em __________ vai ser cancelado

devido ao cancelamento do N.°.......... A/C n.° __________”

Em seguida a estação da frente, preenche a ordem de cancelamento de cruzamento (modelo


CFM 947-A) e transmite ao condutor e maquinista do comboio retido a aguardar cruzamento:

a) O anúncio do cancelamento do comboio;

b) A ordem de cancelamento do cruzamento, que será depois executada pela tripulação.

A transmissão deverá fazer-se nas condições previstas no n.° 109.

Se não for possível a transmissão do anúncio e da ordem de cancelamento à tripulação do


comboio retido, por falta de comunicações, a estação da frente deverá providenciar o seu envio,
por meio de um próprio, nas condições do número seguinte.

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Acção:
53. ENVIO DE ORDENS À TRIPULAÇÃO DE COMBOIOS
RETIDOS EM APEADEIROS, POR MEIO DE UM PRÓPRIO
Nos casos em que não seja possível a transmissão das ordens de alterações de cruzamento ou
de anúncios de cancelamento e cancelamento de cruzamentos, a tripulação dos comboios
retidos em apeadeiros a aguardar cruzamentos, a estação da frente do comboio retido
providenciará o seu envio por meio de um próprio.

O próprio poderá seguir a pé ou utilizar qualquer meio de transporte rodoviário que disponha.

53.1. DOCUMENTOS ENVIADOS POR LOCOMOTIVA OU VEÍCULO A MOTOR

Se a linha estiver livre de comboios, em sentido oposto, até ao apeadeiro, havendo um veículo a
motor ou locomotiva, poderá ser enviado ao local do cruzamento, para entrega dos
documentos.

Os documentos (ordem de alteração de cruzamento, ou anúncio de cancelamento ou ordem de


cancelamento do cruzamento), deverão ser entregues ao agente mais graduado que seguir no
veículo e serem devidamente autenticadas peia estação com: carimbo, data e assinatura do
chefe da estação, ou funcionário encarregado.

O veículo enviado ao local de cruzamento será expedido com uma autorização escrita entregue
ao maquinista ou motorista do veículo, concebida nos seguintes termos:

Estação de __________

É por este meio autorizado a seguir até ao apeadeiro de


__________ a fim de entregar (ordem de alteração ou de
cancelamento de cruzamento ) ao comboio N.° __________
detido a aguardar cruzamento com o N.° __________ que
se encontra __________ minutos (atrasado ou cancelado).

Regressa depois a esta estação em (dupla com o N.°


__________ ou em sucessão do N.° __________).

A via será mantida interdita até ao regresso a esta estação


(caso regressar em sucessão).

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Acção:
Se regressar em sucessão o maquinista ou o motorista do veículo, ao chegar ao apeadeiro onde
se encontra o comboio retido, fará entrega ao maquinista e condutor do documento ou
documentos que são portadores e apresentarão a autorização para a sua circulação, que deverá
ser assinada pelo condutor e maquinista do comboio.

53.2. PROTEÇÃO DA ENTRADA NA SECÇÃO

A estação que expedir a locomotiva ou veículo a motor para o local de cruzamento, logo que
entrem em ação, deverão proteger a entrada da secção por um agente munido do sinal de
paragem, com ordem para não permitir a entrada de qualquer veículo na secção antes do
regresso do que foi enviado ao cruzamento.

CAPÍTULO VI

ULTRAPASSAGENS E INTERVERSÕES DE TRENS

54. CLASSIFICAÇÃO DAS ULTRAPASSAGENS


As ultrapassagens classificam-se em:

 Previstas ou normais;

 Imprevistas.

55. ULTRAPASSAGENS PREVISTAS OU NORMAIS


Classificam-se de ultrapassagens previstas ou normais, quando o lugar da ultrapassagem se
prevê nas ordens de avanço, quer sejam fixadas nos lugares indicados nas suas marchas, quer
em lugares diferentes ou não previstos nas marchas.

As ultrapassagens são previstas na marcha dos comboios. (Livro horário ou anúncio de


comboios).

55.1. ULTRAPASSAGENS IMPREVISTAS

As ultrapassagens não previstas nos horários têm lugar quando um comboio em marcha mais
acelerada ou destinado a serviços urgentes e inadiáveis alcança numa estação ou apeadeiro
outro comboio que circula na mesma direção devido a atraso ou outros motivos, e dali parte à
sua frente.

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Revisto em: 2012-08-01 Página 45/137
Acção:
55.2. INDICAÇÕES A FAZER NAS ORDENS DE AVANÇO

As ultrapassagens devem ser claramente mencionadas nos pedidos de avanço e nas ordens de
avanço permutadas em relação a cada um dos comboios, sempre que o horário o determine ou
o funcionário encarregado pretenda fixar uma ultrapassagem num apeadeiro ou desvio.

Sempre que, por motivo de atraso de um dos comboios a ultrapassagem seja fixada em lugar
diferente do previsto na marcha dos comboios, na ordem de avanço de cada um dos comboios
deverá ser indicada, na linha de informações, o motivo da alteração.

56. ULTRAPASSAGENS IMPREVISTAS, DEPOIS DE


ESTABELECIDAS NAS ORDENS DE AVANÇO
Classificam-se de “ultrapassagens imprevistas” quando, depois de estabelecidas ou não as
ordens de avanço, se efetuam:

 Em lugar diferente do indicado nas ordens de avanço;

 Sem que tenham sido previstas nas ordens de avanço.

Podem efetuar-se por troca das ordens de avanço entre os dois comboios, nas estações e nos
apeadeiros, nas condições previstas no n.° 57.

Todavia, pelos atrasos que originam e perturbações que causam na circulação dos comboios,
esta solução só poderá ser utilizada como recurso (falta de comunicações ou conveniência de
serviço).

56.1. OPÇÕES À TROCA DE ORDENS DE AVANÇO

Em vez de trocar as ordens de avanço, as estações podem optar por:

a) Ultrapassagem efetuada nas estações:

 Cancelar a ordem de avanço do comboio que vai ser ultrapassado;

 Fazer circular o comboio que ultrapassa, com ordem de avanço com indicação da
ultrapassagem normal;

 Se houver comboios de sentido oposto, retidos nos apeadeiros a aguardar cruzamentos


com o comboio ultrapassado, poderão avançar sem cruzar, com ordem de alteração de
cruzamento, nas condições previstas no n. ° 51.

b) Ultrapassagens nos apeadeiros:

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Acção:
 Cancelar o comboio atrasado no apeadeiro onde vai ser ultrapassado, e transmitir à
tripulação dos dois comboios o anúncio do cancelamento;

 Se houver comboios de sentido oposto retidos nos apeadeiros a aguardar cruzamento


com o comboio cancelado, poderão avançar sem cruzar, cancelando os cruzamentos nas
condições previstas no n. ° 52.

 Fazer reunir os dois comboios num só, se isso for autorizado superiormente, ou fazer
circular o comboio cancelado com ordem manuscrita, nas condições previstas no n. ° 117, deste
Regulamento.

57. ULTRAPASSAGENS IMPREVISTAS COM TROCAS DE


ORDENS DE AVANÇO
57.1. ULTRAPASSAGENS REALIZADAS NOS APEADEIROS

Quando o comboio for a perder tempo ou estiver parcialmente impossibilitado de prosseguir a


marcha, se a tripulação permitir que outro comboio, seguindo de perto, o ultrapasse num
apeadeiro intermédio, as ordens de avanço dos dois comboios terão de ser trocadas, mas antes
de o fazerem, os condutores e os maquinistas anotarão as ordens de avanço, no verso, pela
forma seguinte:

“Entregue ao condutor (ou maquinista) do comboio N.°


__________ no apeadeiro de __________” e assinarão as
mesmas.

Além disso, o condutor e o maquinista de um comboio que ultrapasse outro nestas


circunstâncias, devem dar conhecimento ao condutor e maquinista do comboio a ultrapassar
sobre quaisquer comboios especiais ou suplementares que possam segui-lo a curto intervalo.

57.2. ULTRAPASSAGENS REALIZADAS NAS ESTAÇÕES

Quando um comboio estiver a perder tempo ou parcialmente impossibilitado de prosseguir a


marcha e for resolvido pelo funcionário encarregado deter esse comboio, na sua estação, a fim

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Acção:
de permitir que o mesmo seja ultrapassado por outro, depois de terem sido previamente
fixados os cruzamentos em apeadeiros intermédios e tendo já partido da estação seguinte o
comboio ou comboios opostos, as ordens de avanço devem ser trocadas conforme estabelecido
no n.° 57.1 mas, neste caso, compete ao funcionário encarregado da estação efetuar a troca das
mesmas e anotá-las.

Procedimento idêntico deverá ser adotado no caso de um comboio totalmente impossibilitado


de prosseguir a marcha e que tenha sido rebocado para uma estação, exceto que, neste caso,
não serão entregues ordens de avanço ao comboio detido.

Quando a ultrapassagem de um comboio por outro for efetuada numa estação, nas condições
expressas neste artigo, o funcionário encarregado dessa estação comunicará imediatamente a
ocorrência ao funcionário encarregado no outro extremo da secção, por meio de telegrama ou
mensagem de serviço.

57.3. ULTRAPASSAGENS IMPREVISTAS SEM TROCA DE ORDENS DE AVANÇO

No caso de um comboio que circula à frente ir a perder tempo em secção e o comboio que o
seguir o alcançar num apeadeiro intermédio, anterior ao local da ultrapassagem indicado nas
ordens de avanço, a ultrapassagem poderá ter lugar nesse apeadeiro sem necessidade de troca
de ordens de avanço entre as tripulações, desde que nenhum cruzamento tenha de ser
efetuado por qualquer dos comboios, entre aquele apeadeiro e o local de utrapassagem
inicialmente indicado nas ordens de avanço

Neste caso, o condutor e o maquinista de cada um dos comboios farão a seguinte anotação no
verso da ordem de avanço em poder do condutor e maquinista, respetivamente, do outro
comboio:

“O comboio N.° __________ ultrapassou o comboio N.°


__________ no apeadeiro de __________ em vez de no
apeadeiro de __________”

Estas anotações serão assinadas pelos membros da


tripulação que as fizerem.

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Acção:
57.4. PRIORIDADE À LINHA DIRETA NOS APEADEIROS EM CASO DE TROCA DE ORDENS DE AVANÇO

Os comboios que trocarem ordens de avanço entre si devem, ao efetuarem cruzamentos em


apeadeiros intermédios, dar entrada no lugar de cruzamento para a linha a que tiver direito o
comboio a que se refere a ordem da avanço de que passam a ser portadores.

Por exemplo, um comboio de passageiros que tenha ultrapassado e trocado as suas ordens de
avanço com um comboio de mercadorias deve, ao efetuar um cruzamento num desvio
intermédio e enquanto circular com as ordens de avanço do comboio de mercadorias, dar
entrada no lugar de cruzamento para a linha que competir a esse comboio de mercadorias.

O comboio de mercadorias dará entrada, nos lugares de cruzamento, para a linha atribuida aos
comboios de passageiros, enquanto circular com as ordens do comboio de passageiros que o
ultrapassou.

57.5. NÚMERO DOS COMBOIOS COM TROCA DAS ORDENS DE AVANÇO

Os comboios que trocarem de ordens entre si, manterão os seus números de origem.

57.6. TROCA DE ORDENS DE AVANÇO COM COMBOIOS EM DUPLA TRAÇÃO

Sempre que se efetue troca de ordens de avanço entre um comboio rebocado por duas
locomotivas e um comboio rebocado por uma locomotiva, o maquinista deste último comboio
recolhe e conserva em seu poder as ordens de avanço pertencentes aos maquinistas do outro
comboio.

Por sua vez o maquinista titular do comboio em dupla tração conserva em seu poder a ordem de
avanço recebida do outro comboio, depois de mostrar ao maquinista da segunda locomotiva,
que assinará a ordem de avanço no verso.

57.7. ESQUEMA EXEMPLO DE TROCAS DE ORDENS DE AVANÇO

O esquema seguinte, representado no diagrama da página, indica o procedimento a seguir


quando são trocadas as ordens de avanço:

a) O comboio N.° 112 foi expedido da estação A para a estação B, tendo em seu poder uma
ordem de avanço que estabelece cruzamento com o comboio N.° 55 no apeadeiro 3;

b) O comboio N.° 55 sofre um grande atraso e é retido na estação B a fim de ser


ultrapassado pelo comboio N.° 57;

c) A estação B participa a ocorrência à estação A, por meio de telegramas ou mensagem.

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Tendo em atenção que o comboio N.° 57 tem de ser despachado com as ordens de avanço do
comboio N.° 55, que terão de indicar um cruzamento com o comboio N.° 112 no apeadeiro 3 e
com o comboio N.° 114 no apeadeiro 1;

d) O comboio N.° 55, por sua vez, é despachado com as ordens do comboio N.° 57, cruzando
com o comboio N.° 114 no apeadeiro 2 e como comboio N.° 116 no apeadeiro 1; a ordem de
avanço para o comboio N.°114 fixará cruzamentos com o comboio N.° 55 no apeadeiro 1 e com
o comboio N.° 57 no apeadeiro 2;

e) No pedido de avanço e na ordem de avanço para o comboio N.° 116, a despachar pela
estação A, é indicado o comboio com N.° 57 como "última chegada e fixado o cruzamento com o
comboio N.° 55 no apeadeiro fazendo-se a seguinte observação:

“O N.° 55 circula com as ordens do N.° 57;

f) As “últimas partidas” a indicar nas ordens de avanço do comboio N.° 57 (endossadas ao


comboio N.° 55) e do comboio seguinte são, respetivamente, os N.os 57 c/o. a 55” e ”55 c/o. a
57”;

g) No Registo de Movimento de Comboios, os comboios que circulam com ordens trocadas,


são mencionados com o seu número de ordem;

h) Nas estações A e B, os comboios que tenham trocado ordens de avanço entre si, são
indicados no registo de movimento de comboios com os respetivos números de origem e
segundo a ordem por que essas partidas ou chegadas, efetivamente, tiverem lugar, fazendo-se
observação, ao lado, sobre as ordens de avanço em poder de cada um dos referidos comboios;

i) Todos os elementos respeitantes a horas de partida e chegada, cruzamentos, etc., a


registar nas folhas de trânsito dos comboios e partes diárias das estações são referidos aos
números de origem dos comboios considerados;

j) No caso de ordens de avanço trocadas em secção pelas tripulações dos comboios, sem
intervenção das estações testas o procedimento é idêntico.

58. INTERVERSÃO DE TRENS


A interversão de trens tem lugar, quando se faz expedir um comboio que se acha resguardado
numa estação ou apeadeiro à frente de um outro que, pelo seu horário, deveria ultrapassá-lo.
Isto por motivo de atraso do segundo comboio ou devido a algum caso imprevisto.

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Acção:
58.1. INTERVERSÃO DE TRENS REALIZADAS NAS ESTAÇÕES

As interversões de trens realizadas nas estações, são regularizadas por anotações nas ordens de
avanço.

O chefe da estação ou funcionário encarregado, onde se resolver fazer a interversão de trens,


dará conhecimento desta alteração na ”ordem de avanço” ao condutor e maquinista do
comboio que passe a circular a frente, fazendo a seguinte anotação:

“O N.° __________ precede o N.° __________”.

Na “Ordem de Avanço” a entregar ao maquinista e condutor do comboio que segue a


retaguarda, o chefe da estação fará também constar que o outro comboio segue à sua frente a
seguinte anotação:

“O N.° __________ é precedido pelo N.° __________

Estas anotações são feitas na linha em branco, destinada às informações.

58.2. INTERVERSÕES DE TRENS REALIZADAS NOS APEADEIROS

As interversões de trens realizadas nos apeadeiros, são regularizadas por telegrama ou


mensagem transmitida pelas estações à tripulação dos comboios.

A decisão de autorizar as interversões de trens nos apeadeiros compete à estação da frente, no


sentido da marcha do comboio, de comum acordo com a outra estação testa de secção.

Para o efeito as estações deverão trocar os seguintes telegramas ou mensagens:

“Chefe de __________ para chefe de __________

Em relação ao meu ” __________ R” n.° __________ avisa-


se de que a ultrapassagem entre o N.° __________ e o N.°
__________ em __________, foi dada sem efeito devido a
__________

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Acção:
Resposta:

“Chefe de __________ para chefe de __________ Seu ”


__________ R” n.° __________ ciente de que a
ultrapassagem entre o N.° __________ e o N.° __________,
em __________ foi dado sem efeito devido a __________”

Depois da troca dos telegramas ou mensagens a estação da frente, transmite à tripulação do


comboio resguardado a aguardar ultrapassagem, a seguinte mensagem:

”Do chefe da estação de __________ para tripulação do


comboio N.° __________ resguardado em __________.

A sua ultrapassagem pelo N.° __________ em __________


foi dada sem efeito, devido a __________.

Siga em conformidade”.

A transmissão desta mensagem deve fazer-se nas condições do n.° 109 (condutor recebe e o
maquinista confirma).

58.3. No caso de o comboio da retaguarda ainda não tiver entrado em secção, na ordem de avanço,
na linha destinada a informações, deverá ser feita a seguinte anotação:

”O N.° __________ é precedido pelo N.° __________ desde __________”

Se o comboio já se encontrar em secção, logo que chegue ao apeadeiro onde estava prevista a
ultrapassagem e não encontrar aí o outro comboio, o condutor entrará em contacto com a
estação da frente, que lhe transmitirá a informação.

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Acção:
O comboio só pode ser autorizado a partir, depois de receber a posição do comboio da frente.

CAPÍTULO VII

SUCESSÃO DOS COMBOIOS

59. INTERVALO DA SUCESSÃO DOS COMBOIOS

59.1. INTERVALO DE DISTÂNCIA

É permitida a circulação simultânea de dois ou mais comboios, no mesmo sentido, dentro da


mesma secção, com intervalos de distância.

O intervalo de distância determina a obrigatoriedade de manter os comboios separados uns dos


outros, por pelo menos, um apeadeiro munido de telefone ou rádio.

59.2. INTERVALO DE TEMPO

O intervalo de tempo consiste na circulação de dois comboios no mesmo troço da secção,


separados apenas por um intervalo de pelo menos 15 minutos durante o dia e 30 minutos
durante a noite ou quando houver nevoeiro denso ou chuvas torrenciais que dificultem a
visibilidade. Como com este intervalo, não estão garantidas todas as condições de segurança da
circulação, só pode ser utilizado com autorização do comando de circulação ou do Inspetor do
Movimento da área, ou em casos excecionais e devidamente justificados, tais como:

 Avaria do comboio da frente;

 Falta de posição do comboio da frente;

 Circulação de comboios de serviço, para trabalhar na secção;

 Circulação de dresinas, com caráter urgente;

 Outros casos justificados.

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Acção:
60. EXPEDIÇÃO DE COMBOIOS EM SUCESSÃO POR
INTERVALOS DE DISTÂNCIA

60.1. PROCEDIMENTO A ADOTAR PELAS ESTAÇÕES

Nos pedidos e nas ordens de avanço do comboio da frente e do que vai circular à retaguarda,
será feita a indicação que circula em sucessão.

Na ordem de avanço do comboio da frente, será indicado os apeadeiros onde o condutor dará a
posição.

Na ordem de avanço do comboio que segue em sucessão será indicado os apeadeiros onde o
condutor recebe a posição do comboio da frente.

Os comboios com ordem de avanço com indicação de que vão circular em sucessão dos outros,
não poderão entrar em secção, nem partir dos apeadeiros intermédios, sem conhecerem a
posição do comboio que segue à frente.

60.2. INFORMAÇÕES SOBRE A POSIÇÃO DOS COMBOIOS

Os comboios que circulam com a ordem de avanço com indicação que seguem à frente de outro
comboio em sucessão, efetuam paragem nos apeadeiros, indicados na sua marcha ou nas
ordens de avanço para dar posição, e informam à estação da frente da sua hora de chegada a
hora prevista de partida.

Os comboios que circulam em sucessão de outros, não poderão entrar em secção sem que o
funcionário encarregado da estação informe o condutor e maquinista da hora de chegada do
outro comboio ao apeadeiro seguinte.

Efetuam igualmente paragem nos apeadeiros, indicados na marcha ou na ordem de avanço,


para receber posição do comboio da frente.

Depois da estação da frente comunicar ao condutor a posição do outro comboio e deste


informar o maquinista, poderá dar a partida ao comboio.

O condutor, depois de receber da estação da frente as horas do outro comboio e de as


comunicar ao maquinista, poderá transmitir o sinal de partida.

Em qualquer dos casos a estação da frente informará a estação da retaguarda da posição de


ambos os comboios.

As estações registarão no diário de circulação de comboios as horas de posição dos comboios


nos apeadeiros.

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Acção:
Se não for possível obter comunicação com a estação da frente, os condutores poderão dar ou
receber posição da estação da retaguarda, que decidirá em conformidade.

60.3. MEDIDAS A ADOTAR PELA TRIPULAÇÃO DOS COMBOIOS

O maquinista e o condutor, ao receberem qualquer ordem de avanço, deverão certificar-se se o


seu comboio segue em sucessão ou se é seguido por outro, tomando desde logo os cuidados
precisos e regulamentares determinados para o efeito.

Independentemente de quaisquer sinais que possam ser exibidos, os condutores e maquinistas


são solidariamente responsáveis para que os seus comboios não saiam das estações e dos
apeadeiros, sem que tenham recebido a informação da posição do comboio antecedente a que
se fizer referência nas ordens de avanço dos seus comboios.

O condutor que, ao receber a ordem de avanço, verificar que em sucessão do seu comboio
segue outro, deverá imediatamente mudar a placa de cauda para sucessão.

60.4. VELOCIDADE DOS COMBOIOS EM SUCESSÃO POR INTERVALOS DE DISTÂNCIA

O maquinista de um comboio que siga em sucessão por intervalo de distância, que já tenha
recebido informação da posição do comboio da frente, de que o troço se encontra livre, poderá
circular à velocidade normal.

Ao aproximar-se dos apeadeiros, deve ter sempre presente que a posição que recebeu se referia
apenas à chegada do comboio, e preparar-se parar parar à entrada do apeadeiro, se a linha
estiver ocupada.

60.5. PRECAUÇÕES A TOMAR PELO COMBOIO DA FRENTE

Quando por qualquer circunstância, o comboio que segue à frente, tenha alguma paragem em
plena via ou perda de tempo em trajeto que não possa comunicar às estações testas, deverá
considerar que o outro comboio vai circular em sucessão por intervalo de tempo e proceder
como se determina no n.° 61.3 deste Regulamento.

61. EXPEDIÇÃO DE COMBOIOS EM SUCESSÃO POR


INTERVALOS DE TEMPO

61.1. INDICAÇÕES A FAZER NAS ORDENS DE AVANÇO

Seja qual for a causa da expedição excecional dos comboios em sucessão por intervalo de
tempo, nas ordens de avanço dos dois comboios, na linha destinada às informações, devem ser

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Revisto em: 2012-08-01 Página 55/137
Acção:
feitas as seguintes indicações:

a) No comboio da frente:

“N.° __________ em sucessão por intervalo de tempo”

b) No comboio da retaguarda (em sucessão):

“N.° __________ não deu posição em __________

Siga em marcha com precaução”

Ao entregar as ordens de avanço, o funcionário encarregado deverá prestar ao condutor e ao


maquinista de cada comboio, todas as informações que possuir acerca do outro comboio.

61.2. VELOCIDADE DOS COMBOIOS EM SUCESSÃO POR INTERVALOS DE TEMPO

O maquinista de um comboio que circule com ordem de avanço, com indicação de que não tem
posição do comboio da frente, deverá percorrer todo o troço em “marcha com precaução”, não
podendo em caso algum exceder a velocidade máxima de 30 Kms/h.

Deverá ir sempre vigilante e prestar a máxima atenção, de forma a poder parar dentro do
espaço que avista distintamente. Quanto menor for a visibilidade maiores precauções deverá
tomar.

O maquinista que seguir no comboio da frente, diligenciará não perder tempo nos trajetos e nas
paragens.

61.3. PRECAUÇÃO NO CASO DE REDUÇÃO DE INTERVALO POR MOTIVO DE PERDA DE VELOCIDADE


OU PARAGEM DO COMBOIO QUE SEGUIR À FRENTE

Quando por qualquer circunstância, o comboio que siga à frente tenha alguma paragem em
plena via, o condutor deverá imediatamente protegê-lo pela retaguarda, nos termos do n.° 28.1
”Sinais”.

Quando o comboio que segue à frente venha a atrasar-se devido a perda de velocidade,
paragens ou a outras causas, o seu condutor na primeira paragem, deverá colocar um petardo
sobre um dos carris, a fim de alertar o maquinista do comboio que for em sucessão. Quando o
comboio, incluindo um comboio de serviço, for seguido de perto por outro, e lhe for impossível,
por deficiência da locomotiva ou qualquer outro motivo manter velocidade suficiente de forma
a evitar que o comboio seguinte o alcance, o condutor deve apear-se do seu comboio e avisar o
comboio da retaguarda por meio de um petardo colocado na linha.

Se lhe for, depois, impossível tornar a alcançar o seu comboio, seguirá na locomotiva do
segundo comboio até que o seu seja alcançado.

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Acção:
Ao rebentamento de um ou mais petardos o maquinista de um comboio que segue em sucessão
por intervalo de tempo, pára imediatamente e, se verificar que o comboio da frente não está à
vista, pode retomar a sua marcha com precaução até ao primeiro apeadeiro para receber
posição.

Estas ocorrências serão relatadas pelos condutores e maquinistas nas suas folhas de trânsito.

61.4. PRECAUÇÕES A TOMAR PELO MAQUINISTA DA RETAGUARDA EM TEMPO DE NEVOEIRO E


CHUVA TORRENCIAL

Quando o maquinista de um comboio que segue em sucessão por intervalo de tempo, encontrar
nevoeiros densos ou chuvas torrenciais que impeçam a visibilidade a distância de 200 m, deverá
redobrar de atenção e reduzir a velocidade de modo a poder parar antes do primeiro obstáculo
que avistar.

Ao chegar ao primeiro ponto provido de telefone ou rádio, efetua paragem para saber da
estação imediata a posição exata do comboio da frente.

Obtidas as informações necessárias, o maquinista atuará de acordo com as circunstâncias do


momento, o que relatará na sua folha de trânsito.

CAPÍTULO VIII

COMBOIOS ESPECIAIS

62. AUTORIZAÇÃO PARA CIRCULAÇÕES ESPECIAIS


Compete ao Serviço de Transportes Ferroviários, determinar e regular a circulação em toda a
rede, e, em casos urgentes e outros não previstos, é autorizado a pôr em circulação locomotivas
ou comboios especiais cuja necessidade em devido tempo justificará.

63. COMBOIOS SUPLEMENTARES


O Serviço de Transportes Ferroviários regula e anuncia a circulação dos comboios suplementares
que a intensidade do tráfego exigir.

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Acção:
64. DESDOBRAMENTO DE COMBOIOS
O desdobramento de comboios regulares ou suplementares e especiais que já tenham sido
anunciados, é determinado pelo Serviço de Transportes Ferroviários quando a afluência de
passageiros ou mercadorias o justifique.

Os comboios de desdobramento devem circular à retaguarda dos comboios titulares, com


marcha igual à dos titulares e sendo estes regulares ou suplementares, tomam o seu número,
acrescido das palavras: BIS, primeiro desdobramento ou TER, segundo desdobramento conforme
o caso e assim sucessivamente.

Entre o comboio titular e o de desdobramento não deve ser anunciada circulação alguma.

Nota: Pelas perturbações que podem causar no controlo das circulações, deve-se evitar dar aos
comboios de desdobramento marcha igual à dos comboios titulares. Deve optar-se por marchas
especiais.

64.1. CARGA DOS COMBOIOS DE DESDOBRAMENTO

Havendo desdobramento de comboios, a carga será distribuída de modo a que o comboio titular
fique de preferência com a carga direta ao destino e mais reduzida, em relação ao de
desdobramento, a fim daquele poder manter a sua marcha regular.

65. INDICAÇÕES A FAZER NO ANÚNCIO DE COMBOIOS


ESPECIAIS
A cada comboio especial será atribuído um número distinto.

O anúncio dos comboios a que se refere (desdobramento de passageiros ou de mercadorias,


especial de passageiros, de mercadorias, de material vazio ou de pagamento, de serviço de via,
de socorro ou outros) conterá as instruções precisas relativas ao serviço a desempenhar pelos
respetivos agentes.

Excetuam-se destas regras os comboios especiais que sejam postos em circulação sob condições
especiais de sigilo, por motivo de segurança de Estado ou outras conveniências, de serviço.

65.1. ANÚNCIO DE COMBOIOS SUPLEMENTARES E ESPECIAIS

O funcionário a quem competir anunciar a circulação dos comboios especiais ou suplementares,


fará, com a possível antecedência da partida do comboio, um anúncio de comboios,
promovendo a distribuição do referido anúncio, por comboio, se para isso houver tempo ou, em

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Revisto em: 2012-08-01 Página 58/137
Acção:
caso contrário, por meio de telecomunicações, aos encarregados de todas as estações situadas
na parte da linha por onde o comboio especial ou suplementar tiver de circular e, bem assim, a
todos os agentes restantes interessados.

65.2. ANÚNCIO DISTRIBUÍDO POR ESCRITO

Quando os anúncios de comboios forem expedidos por comboio, terão de ser distribuídos pelo
condutor, a quem compete colher recibo dos agentes a quem distribuir, no impresso a isso
destinado fazendo entrega do impresso contendo as assinaturas ao funcionário encarregado da
estação término do seu comboio.

O funcionário encarregado desta, ao receber o referido impresso, conferirá as assinaturas (não


são admitidas rubricas) com a lista de pessoas a quem os anúncios de comboios deviam ser
distribuídos, no caso de qualquer discrepância, notificará do facto, o funcionário responsável
pela emissão do anúncio de comboios.

65.3. ANÚNCIO TRANSMITIDO POR TELECOMUNICAÇÕES

Quando o anúncio de um comboio especial for transmitido pelas telecomunicações, o mesmo


será redigido de forma concisa e indicará o seu número, o número do comboio especial, se é
ascendente ou descendente a sua classe, o dia e data em que o comboio circula, os nomes das
estações e apeadeiros, com indicações de quaisquer cruzamentos ou ultrapassagens se tiver de
efetuar, conforme a seguir se exemplifica:

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Acção:
"Anúncio de comboio N.° __________

Secção Beira-Nhamatanda

Anuncia-se a circulação de um comboio especial entre a


Beira e Nhamatanda Segunda-feira, 1 de Agosto de 1989 N.°
1507, Ascendente __________ Automotora.

Beira ................................................................................ 6.26

x170

x110

Manga ...............................................6.35 6.37

x147

x174

Inhamizua ....................................................................... 6.40

Póvoa .............................................................................. 6.45

Nova Maceira .................................................................. 6.53

Dondo ...............................................6.57 7.00

X6

X202

65.4. CONFIRMAÇÃO DA RECEÇÃO DO ANÚNCIO

Logo que recebem um anúncio de comboios, os funcionários encarregados das estações


acusarão a sua receção, pela via mais rápida, ao funcionário encarregado da estação de origem
do comboio especial ou suplementar.

65.5. COMUNICAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS ANÚNCIOS À TRIPULAÇÃO DOS COMBOIOS

Antes do início da viagem, ao condutor e maquinista de cada comboio são fornecidos pelo
funcionário encarregado da estação de origem, exemplares de todos os anúncios de comboios

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Revisto em: 2012-08-01 Página 60/137
Acção:
que possam interessar a circulação dos seus comboios, juntamente com um aviso da situação
dos comboios, modelo CFM 949, referente à secção da linha em que o comboio vai circular, e
correspondente ao período prescrito ou provável da viagem.

Para os anúncios subsequentes de alterações ou aumentos no serviço de comboios serão


indicados no “Aviso de situação dos comboios” modelo CFM 949, pelos funcionários
encarregados das estações intermédias a quem compete fornecer exemplares dos respetivos
anúncios de comboios aos condutores e maquinistas.

66. INFORMAÇÃO DA RECEÇÃO DE ANÚNCIOS DE COMBOIOS


ESPECIAIS OU SUPLEMENTARES
Antes do início da viagem, o condutor e o maquinista de um comboio especial ou suplementar
serão informados, por escrito, por meio de impresso CFM 949 de que a receção do anúncio da
circulação do seu comboio foi acusada pelos funcionários encarregados de todas as estações
situadas na secção de linha por onde o comboio vai circular ou, se assim não suceder, os nomes
das estações que não tenham acusado a receção.

No caso de um comboio especial ou suplementar sair de uma estação sem que tenha sido
acusada a receção do anúncio desse comboio, o funcionário encarregado da estação de origem,
logo que tenha conhecinmenio do facto, notificará a primeira estação que não tiver ainda sido
ultrapassada, por meio de telegrama ou mensagem de serviço.

O funcionário encarregado da estação que receber tal notificação, mencionará no “Aviso da


situação dos comboios” em poder da tripulação, os nomes das estações que, entretanto,
tiverem acusado a receção do anúncio.

67. AVISOS AOS GRUPOS DE VIA DE ANÚNCIO DAS


CIRCULAÇÕES ESPECIAIS, FEITO À ÚLTIMA HORA
Quando for anunciada qualquer circulação especial que não tenha sido incluida na nota referida
no artigo antecedente, as estações empregarão todos os meios ao seu alcance, inclusive
mandando um próprio para avisar os grupos de via e outros agentes interessados sobre essa
circulação.

68. ANÚNCIO DE COMBOIOS SUPLEMENTARES OU ESPECIAIS


COM FALTA DE COMUNICAÇÕES
Quando as comunicações não funcionem, a circulação dos comboios suplementares ou especiais

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Revisto em: 2012-08-01 Página 61/137
Acção:
só terá lugar quando seja possível o respetivo anúncio ser levado em mão pelo condutor de um
comboio precedente, o qual recolherá o ciente dos chefes de todas as estações interessadas na
sua folha de trânsito.

À medida que as estações vão tomando conhecimento deste anúncio, vão fazendo cientes desse
facto, às estações antecedentes por meio de um próprio, ou o condutor de um comboio que
circule em sentido oposto.

Quando o comboio chegar a uma estação onde as comunicações estejam restabelecidas, o chefe
transmitirá o anúncio em conformidade com a marcha normal.

Não havendo comboio pelo qual possa ser mandado o anúncio, o chefe da estação onde tenha
tido lugar a interrupção mandará um próprio utilizando qualquer meio de transporte ao seu
alcance à estação seguinte com o anúncio respetivo, retendo os comboios até ser recebido o
ciente e o avanço daquela estação pelas telecomunicações ou por próprio.

CAPÍTULO IX

COMBOIOS DE SERVIÇO DE VIA

69. DESIGNAÇÃO DE COMBOIOS DE SERVIÇO DE VIA


Para simplificação dos textos, neste capítulo o termo “comboio de serviço” inclui os comboios
de serviço de via e toda a maquinaria de via.

Nos artigos que têm apenas aplicação aos comboios de serviço de via ou a maquinaria de via,
será claramente definido.

70. FINALIDADE E AUTORIZAÇÃO DA CIRCULAÇÃO DOS


COMBOIOS DE SERVIÇO
A circulação dos comboios de serviço é autorizada pela Direção Ferroviária e previamente
anunciada aos agentes interessados.

Destinam-se ao transporte de materiais, construção, conservação, reparação e balastragem das


linhas.

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Revisto em: 2012-08-01 Página 62/137
Acção:
71. REQUISIÇÃO DE COMBOIOS DE SERVIÇO DE VIA
Autorizada a circulação do comboio de serviço de via numa determinada secção, o chefe do
serviço de Via e Obras ou os chefes de secção de via, como seus representantes, requisitam a
circulação do comboio de serviço de via, ao Serviço de Transportes Ferroviários, por escrito, com
antecedência nunca inferior a quarenta e oito horas, salvo nos casos de trabalhos urgentes não
previstos.

Nessa requisição será distintamente indicado:

 Quais os dias em que deve circular o comboio, os pontos extremos da sua circulação e
outros pormenores que interesse conhecer, designadamente os que possam interferir com a
marcha dos comboios da exploração.

72. LIMITES DA CIRCULAÇÃO DOS COMBOIOS DE SERVIÇO DE


VIA
Os pontos extremos designados pelo chefe da secção de via, como estabelece o n.° 71 não
podem ir além dos pontos extremos indicados no pedido dirigido ao Serviço de Transportes
Ferroviários.

Havendo necessidade devidamente justificada de ultrapassar os limites marcados para o


itinerário do comboio, o Serviço de Via e Obras solicitará a competente autorização e disso
avisará com oportunidade, o Serviço de Transportes Ferroviários, para os fins pretendidos.

73. REQUISIÇÕES DE COMBOIOS DE SERVIÇO DE VIA PARA


TRABALHOS URGENTES
Em caso de trabalhos ou reparações urgentes, não previstos para desobstrução de via, etc., o
Serviço de Transportes Ferroviários está autorizado a regular essa circulação especial.

Neste caso, de acordo com o serviço de Via e Obras, adotará as disposições relativas aos
comboios de socorro.

74. PROGRAMA DE TRABALHO DOS COMBOIOS DE SERVIÇO


DE VIA
Até às 18 horas de cada dia, o chefe da respectiva secção de via designará, por meio escrito ou
por telegrama dirigido ao chefe da estação onde o comboio pernoita, quais os pontos em que o

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Revisto em: 2012-08-01 Página 63/137
Acção:
comboio tem de trabalhar no dia imediato, elaborando um programa de trabalho, com a
indicação do tempo necessário em cada local.

74.1. ITINERÁRIO DOS COMBOIOS DE SERVIÇO DE VIA

O chefe da estação onde pernoita ou controla o comboio de serviço de via logo que receba o
programa de trabalho, indicando o itinerário do comboio para os trabalhos do dia seguinte,
como refere o artigo antecedente, dará conhecimento por telegrama ou mensagem do referido
programa aos agentes interessados e aos chefes das estações a quem interessar a circulação do
comboio de serviço.

É obrigatória, para as estações interessadas, a resposta do entendido.

74.2. INSTRUÇÕES SOBRE A CIRCULAÇÃO DOS COMBOIOS DE SERVIÇO DE VIA

O Serviço de Transportes Ferroviários tendo em vista as marchas dos comboios regulares,


suplementares e especiais, determinará as necessárias instruções ao pessoal das estações
interessadas e dos comboios, sobre a circulação do comboio do serviço de via.

75. VELOCIDADE PERMITIDA AOS COMBOIOS DE SERVIÇO DE


VIA
A marcha normal de um comboio de serviço de via, não deve exceder a velocidade média
estabelecida para os comboios de mercadorias, a que, em geral, são equiparados para este
efeito.

76. ANÚNCIO DE COMBOIOS DE SERVIÇO DE VIA


Os comboios de serviço de via são anunciados por meio de anúncio de comboios, que conterão
as seguintes indicações

a) A data em que o comboio de serviço principia a trabalhar e o período de duração do seu


trabalho;

b) Os pontos extremos entre os quais o comboio de serviço é autorizado a circular e o seu


horário diário;

c) O local ou locais onde cruza com todos os comboios;

d) Os locais previstos de cruzamentos poderão ser modificados, por conveniência do serviço,


ou por acordo entre o pessoal das estações e via;

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Acção:
e) O local de recolha ou pernoita do comboio de serviço, que tem de ser uma estação ou
apeadeiro com telecomunicações;

f) Quaisquer outras indicações necessárias.

Em caso de absoluta necessidade podem as zonas de trabalho e/ou o horário diário ser
dilatados, por meio de anúncio de comboios transmitidos às estações e outros agentes
interessados.

Sempre que dois comboios forem autorizados a trabalhar na mesma secção, devem-lhes, no
respetivo anúncio ser dados números diferentes, pelos quais serão designados em todos os
pedidos de avanço e ordens de avanço.

77. CONDIÇÕES PARA A CIRCULAÇÃO DOS COMBOIOS DE


SERVIÇO
Os comboios de serviço de via, podem estacionar, retroceder avançar, dentro da zona dos
trabalhos definida na ordem de avanço.

Quando estacionados para além da tabuleta “C," são protegidos pelos sinais regulamentares.

Pelo cumprimento rigoroso de todas as prescrições, é responsável o condutor, o qual, para fazer
a proteção regulamentar do comboio, requisitará o pessoal necessário ao agente de via e obras
encarregado dos trabalhos.

77.1. ORDENS DE AVANÇO A ENTREGAR AOS COMBOIOS DE SERVIÇO

Nas secções aonde vão trabalhar, os comboios de serviço de via circulam com ordens de avanço
CFM 952.

Os seus movimentos obedecem rigorosamente aos limites previstos no respetivo anúncio. De


cada vez que o comboio de serviço de via entra na secção onde vai trabalhar, ser-lhe-á passada
nova ordem de avanço CFM 952.

As tripulações terão o cuidado de verificar qual a secção a que se referem as ordens de avanço
do comboio de serviço. As ordens de avanço para os comboios de serviço de via têm de indicar
claramente, nos lugares a isso destinados, os cruzamentos a efetuar em apeadeiros e desvios e a
estação a que têm de recolher para desimpedir a secção.

Os motivos de qualquer cruzamento extraordinário devem também ser mencionados nas ordens
de avanço.

Nas secções onde vai apenas circular um comboio de serviço diretamente de estação, sem que o

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Acção:
mesmo tenha de proceder a quaisquer trabalhos durante o trajeto, devem ser utilizadas as
ordens de avanço modelo CFM 950 e CFM 951.

Nestes casos o comboio de serviço é considerado um comboio de serviço direto e como tal é
descrito e tratado nos pedidos de avanço, referentes ao mesmo e aos comboios com que
porventura tiver de cruzar em apeadeiros ou em desvios.

A sua circulação será, contudo, sujeita aos limites e horas de serviço mencionados no respetivo
anúncio, mas em tudo o mais será considerado exatamente como um comboio de mercadorias
direto e deverá, por isso, a sua velocidade ser igual à dos comboios de mercadorias.

78. INDICAÇÕES A FAZER NAS ORDENS DE AVANÇO DOS


COMBOIOS QUE CIRCULEM NA MESMA SECÇÃO ONDE
TRABALHA UM COMBOIO DE SERVIÇO
Às tripulações de todos os comboios que tiverem de cruzar com um comboio de serviço num
apeadeiro ou desvio, serão entregues ordens de avanço com cruzamento (BR) nas quais é
indicado com precisão o lugar de cruzamento.

Os pedidos de avanço e as ordens de avanço referentes a todos os comboios que tenham de


circular numa secção onde trabalha um comboio de serviço levam uma das seguintes
indicações:

a) Um cruzamento com o comboio de serviço num apeadeiro ou desvio;

b) Indicação da estação onde recolhe o comboio de serviço para desimpedir a secção.

Nos casos a) e b), se o comboio circular no mesmo sentido do comboio de serviço, e circularem
em sucessão, além da indicação correspondente, deverá indicar também:

 Que circula em sucessão;

 O tipo de intervalo, (tempo ou distância);

 O local onde deve receber a posição do comboio de serviço.

No caso de ser autorizado a circular em sucessão por tempo, deverá ainda indicar o percurso em
que vai circular nessas condições, com a seguinte observação:

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Acção:
”C. S. N.° __________ não dá posição.

Siga em marcha com precaução a partir do Km... (ponto


onde o comboio de serviço trabalha) até __________

c) Indicação de que o comboio de serviço se encontra fora da secção.

Neste caso, o comboio de serviço não poderá voltar a entrar na secção.

Se o comboio de serviço tiver recolhido à estação que vai expedir outro comboio, pode, circular
em sucessão por intervalo de tempo com esse comboio.

Nas ordens de avanço dos dois comboios, deve ser feita a indicação de que vão circular em
sucessão por tempo.

Os maquinistas e condutores aos quais são entregues ordens de avanço com qualquer das
referências constantes do número anterior, não seguirão viagem sem que tenham em seu poder
um exemplar do anúncio da circulação do comboio de serviço.

79. ANTECEDÊNCIA DE DESIMPEDIMENTO DA VIA PELO


COMBOIO DE SERVIÇO PARA CRUZAMENTO
Os comboios de serviço circulando com ordens de avanço de comboio de serviço (C.R.)
desimpedirão a linha principal para efetuarem cruzamento nas estações, apeadeiros ou desvios,
nas seguintes condições:

a) Dez minutos antes da hora prevista da partida do comboio com o qual vão cruzar, no caso
de este circular em sentido oposto.

b) Cinco minutos antes da hora prevista da partida da estação ou apeadeiro anterior, do


comboio com o qual vão cruzar, no caso de este circular no mesmo sentido.

Neste caso, o condutor confirma a posição da recolha à estação testa de secção.

Os condutores e os maquinistas dos comboios de serviço são responsáveis pelo


desimpedimento da via, com antecedência estipulada para que os outros comboios não sofram
atrasos.

Se um comboio de serviço se encontrar impossibilitado de manter o intervalo prescrito à frente

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Acção:
de um outro comboio que o siga, a tripulação do comboio de serviço deverá proteger o próprio
comboio contra o comboio que o segue.

80. PROIBIÇÃO DE RECUPERAÇÃO DE ATRASOS PELOS


COMBOIOS QUE CIRCULAM NUMA SECÇÃO ONDE
TRABALHEM COMBOIOS DE SERVIÇO
Os comboios que circulam numa secção onde trabalha um comboio de serviço não podem
recuperar tempo perdido até que o comboio de serviço tenha cruzado.

Exemplo: um comboio que entra com vinte minutos de atraso, numa secção em que esteja a
trabalhar um comboio de serviço, continuará a circular com, pelo menos, o mesmo atraso até
cruzar com o comboio de serviço.

Se o comboio vier a perder mais tempo depois da entrada em secção, terá de continuar a
circular com o atraso total, isto é, o atraso inicial, à partida, acrescido do tempo perdido
posteriormente, até cruzar com o comboio de serviço.

Os comboios que circularem numa secção em que esteja a trabalhar um comboio de serviço,
têm que permanecer, nos lugares de paragem, durante o tempo indicado no livro-horário ou
anúncio de comboios.

81. PRORROGAÇÃO DO TEMPO DE TRABALHO


Em todos os casos em que os comboios de serviço de via estejam para recolher aos locais de
resguardo, deverá o seu condutor entrar previamente em contacto com as estações que o
controlam para se inteirar da circulação dos comboios de exploração e da possibliidade de
poder retardar a hora da sua recolha o que, a ser possível, será regularizado por meio de
telegrama, mensagem ou boletim CFM 534.

O prolongamento do tempo de trabalho não pode incluir cruzamentos que não estejam
previstos na ordem de avanço do comboio de serviço.

81.1. COMUNICAÇÃO DE ATRASOS DE CIRCULAÇÕES AO CONDUTOR DO COMBOIO DE SERVIÇO DE


VIA

Quando um comboio de serviço de via tiver recebido ordem para recolher a um apeadeiro ou
desvio ou para desimpedir a secção numa estação, a fim de cruzar com um comboio detido na
linha ou que se tenha atrasado demasiadamente, o funcionário encarregado da estação, antes
da expedição do comboio atrasado ou depois da entrada do comboio em secção, se o atraso se

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Revisto em: 2012-08-01 Página 68/137
Acção:
verificar na secção pode autorizar que o comboio de serviço continue a trabalhar em secção.

Nestes casos, é passada a seguinte mensagem, dirigida à tripulação do comboio de serviço:

“Estação de ........ Ao condutor C.° S. N.° __________ o C.°


N.° __________ circula agora com __________ minutos de
atraso”.

O condutor e o maquinista deverão estar ambos junto do telefone ao ser-lhes passada esta
mensagem.

O condutor receberá a mensagem em duplicado por meio de decalque em seguida o maquinista


repeti-la-á ao funcionário encarregado da estação que a tiver transmitido.

Esta comunicação será registada no Diário da Circulação de Comboios da estação que a


transmitir, sendo feita a anotação de que a mesma foi acusada pela tripulação do comboio de
serviço.

Depois destas formalidades a estação regulará a circulação do comboio atrasado em


conformidade.

82. ESCOLHA E FUNÇÃO DA TRIPULAÇÃO DOS COMBOIOS DE


SERVIÇO
Os comboios de serviço de via são acompanhados por um condutor, nomeado pelo
Departamento do Movimento, o qual desempenha as funções de “chefe do comboio”. Nessa
função é responsável por tudo o que diga respeito à ordem e à segurança da marcha do
comboio fora das agulhas das estações, e, dentro delas, durante o período em que estiverem
encerradas.

Para os fins atrás mencionados, exerce autoridade sobre o pessoal das locomotivas e das
máquinas de via e dos agentes da via que acompanham o comboio.

Nas estações, todo o pessoal dos comboios de serviço está subordinado ao chefe da estação.

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Acção:
As nomeações dos condutores e maquinistas para estes comboios (ou máquinas) bem como
para outros serviços especiais, de caráter temporário ou permanente, são feitas pelos respetivos
departamentos, e pode deixar de obedecer à escala geral do pessoal dos comboios.

83. REGISTO DAS HORAS DE ENTRADA E SAÍDA NA SECÇÃO,


DOS COMBOIOS DE SERVIÇO DE VIA
As estações testa de secção e os condutores devem registar a hora a que os comboios de serviço
de via entram na secção para realizar qualquer trabalho e a hora a que deixam a secção assim
como as horas a que as máquinas libertam a via ou foram colocadas na via durante o seu
trabalho.

As comunicações entre as estações testa de secção e os condutores dos comboios de serviço de


via são feitas por meio de telefone portátil ou rádio, que deve ser ligado próximo do local de
trabalho.

84. TRABALHO DE DOIS COMBOIOS DE SERVIÇO NA MESMA


SECÇÃO
É permitido ocupar em trabalhos dentro da mesma secção simultaneamente, dois comboios de
serviço, mas não no mesmo troço, (entre a estação testa e um apeadeiro, ou entre dois apea-
deiros).

O anúncio da sua circulação deve estipular um espaço livre de, pelo menos, 1500m entre os
limites de circulação de ambos os comboios, a não ser que entre eles exista qualquer obstrução
ou corte de linha.

Nestes casos, poderão circular, de ambos os lados, até à obstrução ao local em que a linha
estiver cortada.

85. TRABALHOS EXECUTADOS NA VIA COM COMBOIOS DE


SERVIÇO EM CONDIÇÕES DIFERENTES DAS PREVISTAS
NESTE CAPÍTULO
Sempre que os trabalhos a efetuar exijam:

 Mais de dois comboios na secção;

 Dois comboios no mesmo troço;

 Circulação de veículos que não seja possível aplicar este regulamento.

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Acção:
Só se podem efetuar com interdição de via à circulação de comboios, nas condições previstas no
regulamento VI — Vias Interditas à Circulação.

CAPÍTULO X

CIRCULAÇÃO DE DRESINAS E ZORRAS

86. DESIGNAÇÃO DAS DRESINAS E ZORRAS

86.1. Dresinas: Inclui zorras automóveis, destinadas ao transporte de pessoal, de materiais e


ferramentas, e quaisquer outros veículos, que não possam ser rapidamente retirados da linha.

86.2. Zorras: Inclui as zorras manuais, destinadas ao transporte de ferramentas ou materiais, e as


zorras ligeiras com motor, destinadas a inspecção à linha, que podem ser rapidamente retiradas
da linha.

87. DISPOSIÇÕES COMUNS

87.1. RESPONSABILIDADE NA CIRCULAÇÃO E CONDUÇÃO DAS DRESINAS E DAS ZORRAS

O motorista e o agente mais graduado que transitem nas dresinas e nas zorras são diretamente
responsáveis pelo cumprimento de todas as disposições regulamentares que lhe respeitem.

Devem ter perfeito conhecimento deste Regulamento, principalmente das disposições relativas
à marcha e segurança das circulações e dos sinais.

No caso das dresinas, devem sor possuidores de carta de condução, referida no Regulamenta de
Condução das Unidades Motoras.

87.2. CONDUÇÃO DE ZORRAS OU DRESINAS POR PESSOAS ESTRANHAS AO SERVIÇO

As dresinas ou qualquer outro veículo da via só podem ser conduzidos por pessoas estranhas, ou
por agentes que não sejam os indicados no Regulamento, quando isso seja autorizado pela
Direção Ferroviária.

Nestes casos, só podem transitar dentro ou fora das agulhas das estações acompanhadas de um
agente do Movimento, para este fim nomeado, com as funções de piloto ou condutor de
comboios.

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Acção:
87.3. IDENTIFICAÇÃO DAS DRESINAS E DAS ZORRAS, DOS DIVERSOS SERVIÇOS

Todas as dresinas e zorras terão a indicação do serviço a que pertencem e o número de ordem
correspondente, por cujas indicações serão identificadas e designadas.

88. PEDIDO DE CIRCULAÇÃO DAS DRESINAS


O pedido para a circulação das dresinas é feito ao Serviço de Transportes Ferroviários, ou
entregue ao chefe da estação, como regra, até às 12 horas do dia anterior à sua circulação.

Nos casos urgentes, devidamente justificados, os pedidos podem ser entregues com a
antecedência mínima necessária para a realização e transmissão do anúncio.

89. ANÚNCIO DAS DRESINAS


Como regra, não é permitida a circulação de dresinas sem que tenham sido anunciadas por
anúncio de comboios.

No anúncio deve constar claramente, além do itinerário, os locais de todos os cruzamentos e


ultrapassagens que tenha de efetuar no seu percurso.

O anúncio deve ser enviado ou transmitido a todas as estações do seu percurso e aos seus
agentes interessados, e entregue cópia a todos os comboios com que tenha interferência, como
se de um comboio especial se tratasse.

90. CONDIÇÕES DE CIRCULAÇÃO DAS DRESINAS

90.1. DRESINAS COM MARCHA ANUNCIADA

A circulação de dresinas com marcha anunciada, é feita por ordens de avanço AR ou BR quando
circulem diretamente na secção, ou CR quando não atinjam a estação seguinte ou tenham
trabalho a efetuar na secção.

A sua circulação obedece às condições de segurança aplicáveis aos comboios de serviço de via.

Ao motorista da dresina compete o cumprimento exato da marcha anunciada, não lhe podendo
introduzir alterações sem autorização das estações testas.

Deve merecer-lhe especial atenção os locais de cruzamento previstos e os fixados, conferindo as


ordens de avanço que lhe são entregues, pela sua marcha, livro-horário e anúncio de outros
comboios.

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Acção:
90.2. DRESINAS SEM MARCHA ANUNCIADA

Em casos extremos, e de reconhecida urgência, se for impossível obter o anúncio da dresina,


poderá ser posta em circulação, obedecendo as seguintes medidas especiais de segurança.

90.2.1. ENTRADA EM SECÇÃO

Só podem entrar em secção com ordem de avanço AR ou CR (sem cruzamentos fixados) desde
que:

a) Não haja nenhum comboio de sentido oposto a circular na secção;

b) Possa desimpedir a secção, pelo menos 15 minutos antes da partida de qualquer comboio
com que tenha de cruzar nessa estação;

c) Possa entrar na secção, em sucessão de outro comboio por intervalo de distância e, em


casos especiais e justificados, por intervalo de tempo, nas mesmas condições dos comboios de
serviço de via.

d) Possa igualmente entrar em secção circulando à frente de outros comboios, em sucessão,


mas neste caso apenas por intervalo de distância.

e) Para efeitos de tempos de marcha, deve considerar-se a velocidade média estabelecida


para os comboios mistos.

90.2.2. INDICAÇÕES NA ORDEM DE AVANÇO

Na ordem de avanço, deve ser indicado o número da dresina em vez do número do comboio, e
na linha de informações a indicação:

“Dresina não anunciada”

No caso de circular em sucessão com outros comboios, nas ordens de avanço desses comboios
deve ser indicada, além da sucessão:

“Dresina não anunciada”, como informação.

91. CONDIÇÕES GERAIS DE CIRCULAÇÃO DAS ZORRAS


As zorras só podem ser postas em circulação quando forem acompanhadas por um capataz de
via, seu substituto ou outro agente autorizado.

Devem circular com conhecimento prévio dos funcionários encarregados das estações testa, que
devem tomar nota no diário de circulação de comboios, do ponto quilométrico onde vão

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Acção:
trabalhar.

O seu trânsito será limitado, quanto possível, ao indispensável e só permitido quando não
possam ser aproveitadas as dresinas e os comboios de mercadorias que circulem na direção
desejada.

Na falta de comunicações a circulação de zorras mantem-se, tendo sempre em atenção a


circulação dos comboios constantes do livro horário e de anúncios.

O agente responsável pela circulação das zorras, devo providenciar para que sejam
obrigatoriamente retiradas da linha 20 minutos antes da hora prevista para a passagem do
comboio.

92. PRECAUÇÕES E AVISOS SOBRE A CIRCULAÇÃO DAS


ZORRAS

92.1. DEVERES DO RESPONSÁVEL PELA ZORRA

Antes de colocadas na via ou fazer qualquer deslocação, o agente responsável pela circulação da
zorra, deve informar-se pessoalmente, ou pelo telefone ou rádio, da estação testa, da posição
de todos os comboios em circulação e informar o ponto quilométrico onde vai trabalhar.

Deve providenciar para que sejam tomadas todas as precauções necessárias para a segurança
dos agentes e das circulações.

92.2. DEVERES DO CHEFE DA ESTAÇÃO

O chefe da estação ou o funcionário encarregado, quando o pedido de informação lhe seja


pessoalmente feito entregará ao interessado uma relação da posição das circulações que
interessem ao caso.

Se o pedido for feito por telecomunicações, a informação será prestada por essa via.

Diariamente e à hora conveniente, os chefes de secção de via, chefe do grupo de via, capatazes
de via, guarda-fios, agentes da sinalização elétrica e enfermeiros, informar-se-ão na estação
mais próxima, dos comboios anunciados para o dia imediato.

O chefe da estação ou o funcionário encarregado, entregará uma nota, datada, carimbada e


assinada, onde conste as indicações que interessam aos serviços, referentes aos comboios já
anunciados.

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Acção:
93. SINALIZAÇÃO NAS DRESINAS E ZORRAS
As dresinas e zorras carregadas com materiais têm de estar providas de duas bandeiras
vermelhas, duas lanternas de sinais e uma caixa com petardos para confirmação dos sinais, no
casos de paragens demoradas em plema via.

Tratando-se de zorras manuais carregadas com materiais, deverão ser precedidas e seguidas de
um agente munido de bandeira vermelha desfraldada a distância de 1500 m para efeitos de
determinar a paragem de qualquer circulação que possa aproximar-se.

Qualquer zorra, excecionalmente transitando de noite, deve levar dois farois, um de luz branca
no sentido da marcha e outro com luz vermelha virado para a retaguarda.

94. CIRCULAÇÃO DE ZORRAS NAS LINHAS DA ESTAÇÃO


Nenhuma zorra deve entrar ou circular nas linhas das estações sem prévia autorização do chefe
ou do seu substituto legal.

Em caso de infração deve tomar as medidas que julgar convenientes e comunicar a ocorrência
ao serviço respetivo, para procedimento disciplinar contra o infrator.

95. AGENTES COM LIVRE-TRÂNSITO NAS DRESINAS E ZORRAS


Além dos agentes superiores, só podem transitar em dresinas ou zorras, quando no exercício
das suas funções, os seguintes agentes :

 Chefes de secção de via, chefes de grupo de via e capatazes de via;

 Agentes de sinalização elétrica;

 Guarda-fios;

 Enfermeiros; cada um apenas dentro da sua área.

Qualquer outro agente necessita estar munido de uma autorização superior para esse fim,
dentro do recinto das estações, o respetivo chefe, poderá também utilizar zorras.

96. TRANSPORTE DE ZORRAS E DO SEU PESSOAL NOS


COMBOIOS
É autorizado o transporte das pequenas zorras e dos vagoneteiros que as conduzem, assim
como o do agente respetivo, dentro da área que lhe estiver designada, nos comboios de

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Acção:
mercadorias, de e para as estações em que estes comboios tenham paragem, unicamente
quando as necessidades de serviço o exijam.

Nos comboios de passageiros e mistos, só em casos muito excecionais e justificados


superiormente, é permitido esse transporte.

Tanto as zorras como os vagoneteiros, só podem viajar no furgão, quando no comboio não
houver lugar apropriado em qualquer outro veículo.

Os condutores mencionarão na sua folha de trânsito o número e serviço a que pertencem, as


horas que transitam nos seus comboios, bem assim as estações de embarque e desembarque.

97. CIRCULAÇÃO DE DRESINAS E ZORRAS NAS LINHAS DE


C.T.C.
A circulação de dresinas e zorras nas linhas sinalizadas eletricamente fica sujeita às condições
previstas no Regulamento CTC.

CAPÍTULO XI

DUPLA TRAÇÃO

98. AUTORIZAÇÃO DA DUPLA TRAÇÃO


A dupla tração dos comboios, nos casos em que seja necessário, por excesso de carga ou devido
a condições excecionais de circulação, é determinada e anunciada pelo Departamento do
Movimento.

99. SEGUIMENTO DAS LOCOMOTIVAS PELOS COMBOIOS EM


DUPLA TRAÇÃO
As locomotivas que tenham de ir executar algum serviço de comboios, em qualquer ponto da
secção ou rede, e as que precisem de recolher aos seus depósitos, reservas ou estações de
origem, devem, em regra, circular em dupla por algum dos primeiros comboios regulares ou
especiais, já anunciadas na mesma direção.

Quando porém, não seja possível seguirem em dupla, podem as locomotivas circular isoladas,
em marcha determinada, adotando-se em tal caso as medidas prescritas no presente

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Acção:
regulamento, para a circulação dos comboios especiais.

Se for diferente e muito desigual a potência das locomotivas que se pretende fazer em dupla
tração, o Departamento do Movimento, resolverá de acordo com o Departamento de Tração, a
forma mais conveniente de levar a efeito a sua circulação

A locomotiva em dupla pela cauda, ser-lhe-á sempre ligado o freio de vácuo à composição do
comboio.

100. POSIÇÃO DA LOCOMOTIVA DA DUPLA NO COMBOIO


A dupla tração, em regra, deve ser dada pela frente. Todavia, em determinadas secções da linha,
pode ser autorizada a expedição de comboios com a segunda locomotiva colocada no lugar mais
conveniente da composição.

A segunda locomotiva só poderá ser colocada à cauda quando a composição do comboio seja
constituída somente por vagões de quatro eixos.

100.1. LOCOMOTIVA CONSIDERADA TITULAR

A locomotiva que seguir à frente dum comboio em dupla será sempre titular, quer faça o
percurso total do comboio, quer mesmo só como auxiliar em trajeto limitado.

Ao maquinista da locomotiva titular compete regular a marcha do comboio, combinando-a com


o maquinista da segunda por meio de rádio ou sinais de apito ou sirene, competindo-lhe
especial atenção na vigilância da via e dos sinais que lhe forem feitos, bem como na entrada e
na saída das estações e apeadeiros. Nos comboios circulando em dupla tração, com
locomotivas, a vapor ou diesel, a titular, sempre que possível, será a que tiver menor velocidade
máxima, por ser a que condiciona a marcha do comboio.

100.2. DUPLA TRAÇÃO MISTA, COM LOCOMOTIVA A VAPOR E DIESEL

Quando a dupla tração for mista de vapor e diesel deverá, ser a locomotiva a vapor a que circula
como auxiliar, sempre que possível.

101. ORDENS DE AVANÇO E OUTROS DOCUMENTOS A


ENTREGAR AOS COMBOIOS EM DUPLA
Para este efeito a estação onde é tomada a dupla, avisa por telegrama ou mensagem, as
estações testas de secção do percurso das condições de circulação.

As ordens de avanço e outros documentos que interessem à marcha e segurança dos comboios,

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Acção:
serão passadas e entregues aos dois maquinistas sendo ambos solidariamente responsáveis
pelas anormalidades que possam suceder da falta de cumprimento das disposições
determinadas no regulamento.

102. EXPEDIÇÃO DE COMBOIOS EM DUPLA PELA CAUDA ATÉ


DETERMINADO PONTO DA LINHA, DENTRO DA SECÇÃO
A dupla tração pela cauda, dada até determinado ponto da linha da secção (plena via ou
apeadeiro), só é permitida havendo uma rampa à saída da estação, apeadeiro ou desvio, que,
com a carga respectiva do comboio a locomotiva titular não a possa vencer.

Neste caso, ser-lhe-á engatada uma locomotiva à cauda, para ajudar a titular a vencer a rampa.

102.1. DOCUMENTOS PARA A CIRCULAÇÃO DO COMBOIO

102.1.1. ORDEM DE AVANÇO — INDICAÇÕES ESPECIAIS A FAZER

Quando uma locomotiva de auxílio dando dupla pela cauda não siga com o comboio até uma
secção com telecomunicações, devem ser incluídas as seguintes indicações no pedido de avanço
e nas ordens de avanço referentes ao comboio auxiliado:

Pedido de avanço:

“Locomotiva de auxílio da dupla ao comboio N.°


__________ até ao quilómetro __________ e regressa a
esta estação”.

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Acção:
Ordem de avanço:

“Locomotiva de auxílio da dupla ao comboio N.°


__________ até ao quilómetro __________ e regressa a
esta estação”.

102.1.2. DECLARAÇÃO A ENTREGAR AO MAQUINISTA DA DUPLA

O funcionário encarregado, na estação de onde a locomotiva de auxílio for expedida, entregará


ao maquinista desta locomotiva uma autorização escrita para regressar àquela estação.

A ordem a entregar ao maquinista de uma locomotiva que vá dar dupla nestas condições deve
ser redigida nos seguintes termos:

Estação de __________ ao maquinista da locomotiva n.°


__________ dando dupla ao comboio N.° __________

É por este meio autorizado a seguir até ao Km __________


dando dupla ao comboio N.° __________. A via será
mantida interdita até ao seu regresso a esta estação”.

Assinatura do chefe da estação ou funcionário encarregado


e data.

____________________________

A ordem é estabelecida em duplicado, sendo o original entregue ao maquinista e a cópia afixada


junto à ordem de avanço do comboio.

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Acção:
102.2. MEDIDAS DE PROTEÇÃO DA SECÇÃO ATÉ AO REGRESSO DA LOCOMOTIVA DA DUPLA

Após a partida do comboio em dupla, o funcionário encarregado não poderá emitir ordens de
avanço para qualquer locomotiva ou comboio até ao regresso da locomotiva de auxílio e
devolução da ordem escrita em seu poder.

Manda proteger a entrada da secção por um agente munido de sinal de paragem, a fim de
impedir a entrada de qualquer veículo na secção, até à chegada da locomotiva.

102.3. ENTRADA EM SECÇÃO DE COMBOIOS DE SENTIDO OPOSTO

Qualquer comboio para entrar em secção para cruzar com o comboio que circulou em dupla até
determinado ponto da linha só pode ser expedido se o local do cruzamento for anterior ao
ponto da linha até onde a locomotiva deu dupla.

Na ordem de avanço será feita a seguinte indicação:

“N.° __________ em dupla até Km __________ recebe


posição em __________”

O condutor não poderá transmitir o sinal de partida e o maquinista não poderá pôr-se em
marcha, enquanto não receberem indicação da recolha da locomotiva da dupla à estação.

102.4. REGRESSO DA LOCOMOTIVA DA DUPLA

Se a dupla for prestada até determinado ponto da linha, em plena via, quando o maquinista
titular já tiver ultrapassado o ponto crítico da rampa e, por conseguinte, já puder rebocar o
comboio sozinho, dará disso indicação ao maquinista da cauda por intermédio do rádio ou do
silvo da locomotiva e efetuam paragem.

O condutor depois da locomotiva desengatada, coloca o sinal de cauda no último veículo da


composição e transmite o sinal de partida ao maquinista. Após a partida do comboio e depois
do maquinista da dupla se certificar que o comboio retomou a sua marcha sem dificuldades,
poderá regressar à estação de origem.

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Acção:
O maquinista, imediatamente após o seu regresso à estação de origem, fará entrega da ordem
em seu poder ao funcionário encarregado.

102.5. MEDIDAS A TOMAR PELA ESTAÇÃO, APÓS O REGRESSO DA LOCOMOTIVA

Ao receber do maquinista a ordem de dupla, o funcionário encarregado, avisará imediatamente


por telegrama a outra estação testa de secção do regresso da locomotiva e manda regressar o
agente que protege a entrada da secção.

Retira a cópia da ordem que tem afixada no placar anexa-a à do maquinista e arquiva-a junto a
ordem de avanço.

103. VELOCIDADE DOS COMBOIOS EM DUPLA TRAÇÃO PELA


CAUDA
No caso de dupla tração pela cauda, a velocidade do comboio não poderá, em caso algum,
exceder 20 Km por hora.

CAPÍTULO XII

CIRCULAÇÃO DE COMBOIOS COM AVARIA DE TODAS AS COMUNICAÇÕES

104. COMUNICAÇÕES AVARIADAS


As comunicações considerar-se-ão avariadas quando não for possível estabelecer comunicação
direta entre as duas estações nos extremos da secção.

Os pedidos de avanço e as ordens de avanço não poderão ser transmitidos por intermédio de
outras estações.

Sempre que se avariarem simultaneamente todas as comunicações, o funcionário encarregado


do serviço, antes de expedir qualquer comboio, dará imediato conhecimemto do sucedido ao
respetivo chefe, mandando-o chamar se na ocasião não estiver presente.

De cada avaria verificada deverá ser feita comunicação urgente dirigida à Inspecção do
Movimento (Comando de Circulação) ao guarda-fios da área respectiva e à entidade superior
que superintende no serviço de comunicações.

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Acção:
105. CONDIÇÕES PARA A EXPEDIÇÃO DE COMBOIOS COM
AVARIA DE TODAS AS COMUNICAÇÕES
Em caso de avaria das comunicações telefónicas ou outras usadas para a permuta de avanços
dos comboios, os cruzamentos fixados no horário de comboios e anúncios de comboios serão
rigorosamente observados, e as ordens de avanço regulamentares poderão ser emitidas nas
condições expressas neste artigo, sendo as mesmas anotadas pelo funcionário encarregado com
a seguinte indicação, em letras maiúsculas bem visíveis:

“TODAS AS COMUNICAÇÕES AVARIADAS”.

105.1. COMBOIOS REGULARES

Os comboios regulares poderão ser expedidos quando circulem rigorosamente de acordo com
os cruzamentos e condições previstas no livro-horário e anúncios de comboios.

Nenhum comboio circulando “extraordinariamente” por não ter efetuado os cruzamentos com
todos os comboios nos lugares de cruzamento oficial, poderá ser autorizado a avançar com
ordem de avanço em que se indiquem estarem:

“TODAS AS COMUNICAÇÕES AVARIADAS”

Exceto se os cruzamentos indicados na referida ordem de avanço tenham sido definitivamente


combinados e fixados antes da avaria das comunicações.

105.2. COMBOIOS ESPECIAIS E SUPLEMENTARES

Os comboios especiais, e comboios suplementares serão equiparados aos regulares para efeitos
das disposições constantes deste artigo, desde que a estação que os despachar tenha
conhecimento oficial que a estação seguinte recebeu e acusou a receção do anúncio da
circulação desses comboios.

Os condutores de comboios especiais, suplementares serão avisados com a possível


antecedência sobre quais as estações que acusaram a receção dos anúncios da circulação dos
seus comboios.

Excetuando os casos previstos neste número, os comboios especiais, poderão ser despachados
com autorização e coordenação do inspetor do movimento que superintenda na respectiva
área.

A autorização expressa neste artigo para o despacho de certos comboios durante a interrupção
das comunicações, devido a avaria, está sujeita à via se encontrar livre ou a condições de todos

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Acção:
os comboios em sentido oposto terem cruzamentos fixados com o comboio a expedir, sendo tal
facto do perfeito conhecimento do funcionário encarregado. Subsistindo qualquer dúvida, o
comboio deve ser retido.

106. AVARIAS VERIFICADAS DEPOIS OU DURANTE AS


COMUNICAÇÕES
Se as comunicações se avariarem depois de ter sido concedido avanço a um comboio, mas antes
de ter sido concedido avanço a comboios em sentido oposto, os cruzamentos fixados no avanço
concedido serão observados ao serem emitidas ordens de avanço para os comboios que
circularem em sentido oposto.

Se a avaria das comunicações ocorrer durante a permuta do avanço e antes da completa


conclusão desta, os preparativos incompletos, feitos até à altura de se dar a avaria, deverão
considerar-se nulos e de nenhum efeito.

Se as comunicações avariarem antes da conclusão de qualquer alteração ou cancelamento de


avanços ou cruzamentos anteriormente fixados, esses preparativos serão considerados nulos e
de nenhum efeito, e serão respeitadas as indicações da ordem de avanço desse comboio.

107. MEDIDAS A ADOTAR PELOS CONDUTORES E


MAQUINISTAS
Os condutores e maquinistas terão sempre o cuidado de examinar o registo do movimento dos
comboios, anúncios de comboios em vigor e as cópias arquivadas nas estações de ordem de
avanço referentes a comboios ainda dentro da secção, sempre que lhes seja entregue uma
ordem de avanço que indique encontrarem-se avariadas todas as comunicações.

O maquinista portador de uma ordem de avanço nas condições deste artigo regulará a
velocidade do seu comboio, em marcha com precaução não podendo exceder 30/h, de modo a
poder parar antes do sinal de paragem ou de algum obstáculo que avistar.

O condutor apresentará ao Chefe ou ao funcionário encarregado da estação seguinte, a ordem


de avanço que é portador, a fim de este ficar ciente das condições em que se efectuou a
circulação.

Estas ordens de avanço são pelo condutor e maquinista juntas às folhas de trânsito.

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Acção:
CAPÍTULO XIII

TRANSMISSÃO DE ORDENS A TRIPULAÇÃO DE COMBOIOS DETIDOS


DENTRO DE UMA SECÇÃO

108. ORDENS AUTORIZADAS A TRANSMITIR


A transmissão de ordens pelo telefone ou rádio diretamente às tripulações dos comboios é
rigorosamente limitada aos casos anormais de detenção de comboios entre estações por motivo
de acidente ou avaria na locomotiva e ainda os previstos nos n.° 51 e 52 deste Regulamento.

Aos funcionários encarregados das estações compete transmitir estas ordens pessoalmente.

As ordens deverão ser redigidas clara e concisamente e nelas deverá constar o motivo da sua
emissão.

Ao transmitir e repetir ordens pelo telefone ou rádio, os nomes dos lugares que fizerem parte
do texto das ordens devem ser soletrados.

109. MEDIDAS A ADOTAR NA TRANSMISSÃO


Quando se torne necessário dar, pelo telefone ou outro meio de comunicação, quaisquer
ordens sobre a sua circulação, a um comboio parado num apeadeiro ou desvio, serão
observadas as seguintes normas:

a) Em primeiro lugar o serviço será combinado entre os funcionários encarregados das


estações nos extremos da secção, sendo as conclusões a que chegarem confirmadas por meio
de telegrama ou mensagem de serviço;

b) A ordem será completamente escrita e assinada pelo chefe da estação e funcionário


encarregado que a transmitir ao comboio.

c) Se as condições de audição o permitirem, o funcionário encarregado da estação no outro


extremo da secção ouvirá a transmissão da ordem e a sua repetição feita pela tripulação do
comboio para efeitos de conferência;

d) A transmissão de tais ordens e a sua confirmação só poderão ser efetuadas diretamente


entre o Chefe da estação ou o funcionário encarregado da estação que transmite e a tripulação
do comboio interessado, e não através de uma terceira pessoa;

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Acção:
e) Nas estações em que o funcionário encarregado não seja o Chefe da estação, o Chefe
deverá estar presente na transmissão das ordens e ser o recebedor da confirmação do
maquinista;

f) Tanto o condutor como o maquinista do comboio (maquinista e fogueiro se tratar de uma


locomotiva isolada, motorista e acompanhante se se tratar de um veículo a motor) terão de
estar junto ao telefone ao ser recebida a ordem;

g) Um deles (chamado recebedor), receberá a ordem e escrevê-la-á em duplicado (um


exemplar para cada um), por meio de decalque, depois do que repetirá ao funcionário que a
tiver transmitido, indicando o seu nome, categoria, número do comboio e o nome do local onde
estiver a falar;

h) O expedidor da ordem acusará a receção da repetição, se estiver correcta, transmitindo a


palavra certo e, bem assim, o seu nome, registando em seguida, na sua cópia, o nome e a
categoria do recebedor;

i) O outro agente (chamado confirmador), repetirá então a ordem, por inteiro, ao Chefe da
estação ou ao funcionário encarregado que a tiver transmitido, indicando o seu nome,
categoria, número do comboio e nome do local de onde estiver a falar;

j) O expedidor da ordem acusará a receção da confirmação, se estiver correcta,


transmitindo a palavra certo e, bem assim, o seu nome, registando, em seguida na sua cópia, o
nome e a categoria do confirmador;

k) No caso de um comboio em dupla tração, o maquinista da segunda locomotiva deve


também, estar junto do telefone ou rádio para conferir a ordem (que será preenchida em
triplicado), depois de ser recebida pelo recebedor.

l) Em seguida, ouvirá a repetição da ordem pelo confirmador para o expedidor;

m) A ordem será então considerada completa e, depois de assinada pelo recebedor e pelo
confirmador, e de nela ser indicada a data e a hora, deverá ser cumprida.

109.1. INTERRUPÇÃO DAS COMUNICAÇÕES DURANTE A TRANSMISSÃO DAS ORDENS

Se a comunicação telefónica ou rádio se interromper por avaria ou outro motivo antes de


completada a ordem, de conformidade com o número anterior, essa ordem não terá valor
algum.

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Acção:
CAPÍTULO XIV

ACIDENTES

110. DEFINIÇÕES DE ACIDENTES


Os acidentes nos comboios ou na via são determinados por qualquer ocorrência de que resulte
interrupção ou desorganização da marcha e circulação dos comboios.

111. PROVIDÊNCIAS A TOMAR PARA AVERIGUAÇÕES EM


CASOS DE ACIDENTE
Sempre que haja acidente na via proceder-se-á do seguinte modo:

a) As causas do acidente serão averiguadas por instrutor a nomear superiormente;

b) Independentemente dessa averiguação será feito um exame local e imediato às possíveis


causas do acidente, por agentes qualificados do Serviço de Via e Obras, de Tração, de Revisão de
Material e do Movimento que elaborarão um relatório;

c) O relatório referido na alínea anterior deverá ser junto ao processo de averiguação


referido na alínea a).

112. AGENTES COMPETENTES NA TOMADA DE MEDIDAS EM


CASO DE ACIDENTES
Em todos os casos de acidentes de comboios as medidas a tomar competem aos seguintes
agentes:

a) Quando ocorridos dentro dos limites das estações;

Ao respetivo chefe ou seu substituto legal de harmonia com as circunstâncias;

b) Quando ocorridos em plena via, apeadeiros e desvios: Ao condutor, como chefe do


comboio, de acordo com maquinista, ou a este, se estiver investido nas funções de chefe do
comboio;

c) Nos acidentes próprios da via, tais como obstrução, cortes da linha, desaterros,
inundações, desmoronamentos ou simples deformações, etc.;

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Acção:
Aos agentes da via que devem empregar todos os recursos ao seu dispor para evitar dasastres e
para abreviar o restabelecimento da circulação dos comboios.

112.1. PROTEÇÃO DA ZONA DO ACIDENTE

Os agentes designados no número anterior devem proteger a zona impedida ou perigosa para a
circulação, em ambas as direcções nas condições regulamentares.

CAPÍTULO XV

DETENÇÃO DE COMBOIOS

113. INFORMAÇÃO DA PARAGEM PELO MAQUINISTA


No caso de paragem do comboio em plena via por avaria na locomotiva, o maquinista na
informação da ocorrência a dar ao condutor, deverá indicar:

a) Causa da paragem;

b) Se a locomotiva fica em condições de rebocar o comboio completo ou por partes;

c) Se necessita de socorro;

d) Em caso de necessitar de socorro, se este deve ser prestado pela frente ou pela cauda.

114. MEDIDAS A ADOTAR PELAS ESTAÇÕES, NA DETENÇÃO DE


COMBOIOS
Os Chefes das estações, ao terem conhecimento da paragem dum comboio e das causas que a
motivaram, comunicam ao Comando de Circulações, e resolvem de comum acordo, quais as
primeiras providências a adotar, conforme as circunstâncias, e avisam disso os agentes
interessados pelo meio mais rápido.

Se trinta minutos depois da hora a que um comboio deveria ter chegado a uma estação,
contando com algum atraso que tenha havido na sua expedição, não houver notícias desse
comboio, nem seja pressentida a sua aproximação, os Chefes das estações contíguas pôr-se-ão
de acordo quanto à forma de poder detectar a posição do comboio.

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Acção:
115. CASOS A CONSIDERAR DA DETENÇÃO DE COMBOIOS
Em detenção de comboios há a considerar o caráter da detenção que pode ter:

 Caráter definitivo;

 Caráter temporário.

115.1. DETENÇÃO COM CARÁTER DEFINITIVO

Considera-se que a detenção tem caráter definitivo, quando a locomotiva não puder rebocar o
comboio e necessite de socorro.

Neste caso, se a detenção se der num apeadeiro e a locomotiva ficar em condições de circular
isolada, se houver vantagem pode continuar a marcha até à estação seguinte, para libertar a
secção.

115.2. DETENÇÃO DE CARÁTER TEMPORÁRIO

Considera-se que a detenção tem caráter temporário, quando a locomotiva não necessita de
socorro, para poder continuar a rebocar o comboio, e pode determinar:

a) O cancelamento do comboio num apeadeiro, até reparação da avaria, para permitir a


circulação dos outros comboios na secção;

b) Rebocar o comboio por partes até ao próximo local (estação ou apeadeiro);

c) Recuar o comboio em plena via para retomar embalagem;

d) Recuar até à estação ou apeadeiro de partida.

116. PROCEDIMENTO A ADOTAR NO CASO DE


CANCELAMENTO DO COMBOIO
Compete ao condutor, após ser informado pelo maquinista, da causa da detenção, informar à
estação testa da secção.

A estação que receber a informação, avisa imediatamente a outra estação testa da secção e o
Comando de circulações ou o Inspetor do Movimento que superintende na área.

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Acção:
116.1. NORMAS PARA O CANCELAMENTO DO COMBOIO

a) Se, em função da informação do condutor e da densidade do tráfego, houver


conveniência em cancelar o comboio, a estação da frente, transmite à tripulação do comboio,
ordem para cancelamento da ordem de avanço, nos seguintes termos:

“Estação de __________ para condutor do N.° __________


detido em __________

Por motivo de cancelamento do seu comboio, recolha a


ordem de avanço do maquinista e cancele meu AR (ou BR)
n.° __________”

O condutor, depois de recolher a ordem do maquinista, junta a sua, anota em ambas


”Cancelado em __________”, inutiliza-a com dois traços em diagonal, rubrica-a e dà-a a rubricar
ao maquinista.

b) Em seguida, transmite à estação o seguinte telegrama:

“Condutor do N.° __________ detido em __________ para


Chefe de __________

Recolhida a ordem de avanço do maquinista e cancelado


seu AR (ou BR) n.° __________”

c) Sempre que possível, este telegrama deve ser recebido simultaneamente pelas duas
estações testas de secção.

Se não for possível, a estação da frente transmite-o à outra estação testa da secção.

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Acção:
d) As estações testas da secção, depois de receberem o telegrama do cancelamento da
ordem de avanço, deverão observar nas cópias das ordens de avanço desse comboio "cancelado
em __________ e inutilizá-las com dois traços.

Devem mantê-las afixadas no quadro das ordens de avanço, até à saída do comboio da secção.

e) No registo do movimento de comboios, na coluna “saída da Secção”, deve ser anotado:


"Cancelamento”.

f) Quando o comboio for autorizado a sair com ordem manuscrita, deverá ser feito novo
registo e indicar na coluna de avanço e hora de receção; “ordem manuscrita”, e na coluna,
número do comboio, o número da locomotiva.

116.2. PROCEDIMENTO A SEGUIR DEPOIS DO COMBOIO CANCELADO

Só depois das estações terem em seu poder o cancelamento da ordem de avanço e transmitido
o anúncio do cancelamento ao comboio detido, podem considerar o comboio cancelado:

Cancelar os cruzamentos dos comboios retidos na secção a aguardar cruzamento com o


cancelado (n.° 52).

116.3. INDICAÇÕES A FAZER NAS ORDENS DE AVANÇO DOS COMBOIOS A ENTRAR NESSA SECÇÃO

Na ordem de avanço dos comboios que vão entrar na secção onde se encontra o comboio
cancelado, deve ser anotado o local onde o comboio se encontra cancelado e que tem as ordens
de avanço canceladas.

Deve-se fazer a seguinte anotação nas linhas destinadas às informações:

“N.° __________ cancelado em __________, com ordens


canceladas”

Esta anotação deve ser feita nas ordens de avanço de todos os comboios que entrem na secção,
desde que se trate de comboios no mesmo sentido ou de sentido oposto.

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Acção:
116.4. SAÍDA DO COMBOIO CANCELADO, DO APEADEIRO

A saída da composição do comboio cancelado, do apeadeiro, se não seguir incorporada noutro


comboio, só poderá fazer-se com “Ordem manuscrita”, nas condições previstas no número
seguinte.

117. EXPEDIÇÃO DO COMBOIO CANCELADO, POR MEIO DE


ORDEM MANUSCRITA
Uma ordem manuscrita só pode ser transmitida, quando o comboio detido se encontre em
condições de circular até à estação da frente, sem efetuar qualquer cruzamento ou
ultrapassagem com outros comboios.

A expedição do comboio é da responsabilidade do Chefe da estação da frente, que deverá:

Certificar-se de que a via está livre até à sua estação

Combinar com o seu colega da estação testa da secção a hora da saída do comboio;

117.1. TROCA DE MENSAGENS ENTRE AS ESTAÇÕES TESTAS

a) As mensagens a trocar entre as estações testa de secção, serão nos seguintes termos:

“Chefe de __________ para chefe de __________

Composição do N.° __________ cancelado em __________


vai ser expedido às __________ h __________ m com
ordem manuscrita.

Último comboio expedido para __________ oN.°


__________ às __________ h __________ m.

Último comboio chegado de __________ o N.° __________


às __________ h __________ m.

b) A outra estação testa de secção, depois de se certificar de que não existe qualquer
circulação entre o comboio cancelado e a estação da frente, responde:

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Revisto em: 2012-08-01 Página 91/137
Acção:
“‘Chefe de __________ para Chefe de __________ Ciente
da expedição do N.° __________ para __________ com
ordem manuscrita.

O N.° __________ já chegou aqui às __________ h


__________ m. (se já tiver passado no apeadeiro onde se
encontra o comboio a expedir).

Último comboio expedido para __________ o N.°


__________ às __________ h __________ m.

117.2. TRANSMISSÃO DA ORDEM MANUSCRITA À TRIPULAÇÃO

Depois da troca das mensagens, a estação da frente certifica-se se de facto o troço está livre e
caso afirmativo, transmite a seguinte ordem à tripulação:

“De chefe de __________ para tripulação da locomotiva n.°


__________ retida em __________

Está autorizada a avançar de __________ até __________,


com ordem manuscrita, rebocando a composição do
comboio N.° __________ cancelado.

A via será mantida livre até à sua chegada”.

Na sua circulação até libertar a secção o maquinista deve cumprir a velocidade estabelecida
para o comboio cancelado.

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Acção:
118. PROCEDIMENTO A ADOTAR NO REBOQUE DO COMBOIO
POR PARTES

118.1. MEDIDAS IMEDIATAS A TOMAR PELO CONDUTOR

O condutor ao ser informado pelo maquinista que a locomotiva só está em condições de


rebocar o comboio por partes, dará imediato conhecimento da ocorrência a uma das estações
testas de secção e providenciará à proteção do comboio pela cauda.

Em seguida dá ordem ao maquinista, no verso da ordem de avanço, para seguir até à estação ou
apeadeiro seguinte, onde será resguardada a primeira parte do material regressando em
seguida para rebocar a segunda parte do comboio.

118.2. ORDEM DE REBOQUE DA PRIMEIRA PARTE DO COMBOIO

A ordem de reboque da primeira parte, é feita no verso da ordem de avanço do comboio. O


condutor recolhe a ordem de avanço do maquinista, anexa-a à sua e, por decalque, faz a
seguinte anotação:

“Ao maquinista do N.° __________ Fica autorizado a seguir


com parte da composição do comboio até __________

Último veículo a seguir na primeira parte o n.° __________

Depois de resguardar o material completo, regressa isolado


ao Km __________ para rebocar a segunda parte do
comboio.

Declaro que não aceitarei socorro de qualquer comboio que


sobrevenha pela retaguarda”.

118.3. MEDIDAS A TOMAR PELAS ESTAÇÕES TESTAS DE SECÇÃO

A estação que tomar conhecimento da ocorrência transmitirá à outra estação interessada um


telegrama ou mensagem relatando a ocorrência e as medidas que estão a ser tomadas, nos

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Acção:
seguintes termos:

“Chefe de __________ para Chefe de __________

N.° __________ detido ao Km __________, vai ser rebocado


por partes para __________ até aviso em contrário.

Avise tripulações de todos os comboios a entrar em


secção”.

Nas ordens de avanço dos comboios a entrar em secção, deverá ser feita na linha de
informações, a seguinte anotação:

“N.° __________ detido Km __________ aguarde posição


em __________.

Se houver algum comboio em secção, na direção do comboio detido, a estação que o contactar
transmite-lhe uma mensagem nos termos da anotação anterior.

118.4. PARTIDA DA PRIMEIRA PARTE DO COMBOIO

a) O maquinista só depois de verificar, sob sua responsabilidade, que o material estacionado


fica em condições de perfeita imobilidade, é que pode partir do local da paragem;

b) Se no apeadeiro aonde vai resguardar, estiver algum comboio a aguardar cruzamento,


efetua paragem à entrada e só entra depois de prevenir o maquinista do outro comboio;

c) O condutor, logo que partir a primeira parte do comboio, fará a proteção pela frente e
fica vigiando a parte do comboio, detida em plena via;

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Revisto em: 2012-08-01 Página 94/137
Acção:
d) A primeira parte do comboio resguardada no apeadeiro deve ficar vigiada por um agente
do comboio ou da via;

e) O maquinista pode efetuar paragem junto dos grupos de via e requisitar um agente para
esse efeito;

f) No regresso para reboque da segunda parte da composição, o maquinista deve ter bem
presente o local onde ela se encontra detida, pela indicação na ordem de avanço;

g) Concluído o resguardo de toda a composição, se o local de recolha for um apeadeiro, o


condutor telefona daí a uma das estações contíguas dando a hora a que a via ficou livre.

A estação que receber este aviso comunicará à outra, informando o restabelecimento da


circulação e pedindo R do E.

119. PROCEDIMENTO A ADOTAR PARA O RECUO DO


COMBOIO NA DIREÇÃO DA ESTAÇÃO DE PARTIDA
a) O recuo de um comboio na direção da estação de partida só é permitido, em casos de
extrema necessidade e como último recurso e apenas até ao próximo local onde possa
resguardar (estação ou apeadeiro);

b) A decisão de recuar pertence ao maquinista, com acordo do condutor;

c) O recuo só se pode efetuar com autorização da estação da retaguarda;

d) Se o comboio for portador de uma ordem de avanço onde conste que circula à frente de
outro com sucessão por intervalo de distância, a autorização de recuo só pode ser transmitida
depois da estação reter o outro comboio no apeadeiro;

e) É expressamente proibido o recuo, se à sua retaguarda circular outro comboio em


sucessão por intervalo de tempo;

f) Neste caso o condutor deve imediatamente proteger o comboio pela cauda, sem esperar
decisão do maquinista.

119.1. MEDIDAS A ADOTAR PARA A CIRCULAÇÃO DE COMBOIOS DE RECUO

Nos comboios circulando de recuo, qualquer que seja a causa, é indispensável que o condutor,
ou outro agente siga no primeiro veículo da frente, a fim de mandar parar quando note algum
sinal de paragem ou obstáculo na linha.

O condutor verificará, antes de iniciar a marcha de recuo, se a sinalização do primeiro veículo no


sentido da marcha se acha completa.

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Acção:
Durante a marcha, o maquinista deverá silvar com frequência a fim de prevenir da sua
aproximação.

Se à chegada a um apeadeiro, houver conveniência em continuar a marcha até à estação da


retaguarda, a locomotiva será passada para a frente, e o comboio cancelado, conforme o n.°
116.1.

A saída do apeadeiro só pode fazer-se, por meio de ordem manuscrita, e depois de corrigida a
formação do comboio se necessário.

Se o comboio for portador de uma ordem de avanço, onde conste que circula à frente de outro
em sucessão por intervalo de distância, a autorização do recuo só pode ser feita depois da
estação reter o outro comboio num apeadeiro.

119.2. RECUO DO COMBOIO COM FALTA DE COMUNICAÇÕES

a) Na falta de outros meios de comunicação, o condutor mandará um próprio (agente de via


ou de outro serviço e, em último caso, o revisor de bilhetes ou o fogueiro do comboio) com um
pedido de autorização para entrar na estação, dirigido ao Chefe nos seguintes termos:

“O condutor do C. N.° __________ pede autorização para


entrar de recuo na estação de __________ por motivo de
__________”

Data e assinatura.

________________________

A estação que recebe o pedido empregará todos os meios para recolher o comboio o mais
rapidamente possível.

b) Só depois de recebida pelo condutor a devida autorização, por escrito ou por meio de
sinais indubitáveis ou serem abertos os sinais avançados da estação, o comboio poderá retomar
a marcha de recuo com as devidas precauções.

c) Se o recuo se fizer para um apeadeiro, sem autorização da estação, só poderá fazer-se


mandando um agente a pé pela linha, à frente do comboio, mantendo uma distância

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Acção:
aproximada de 1500 metros, e munido de sinal de paragem e petardos, para proteger o
comboio.

d) A marcha de recuo para a estação de partida não se poderá efetuar se o condutor tiver
recebido aviso de que outro comboio segue em sucessão do seu. Neste último caso, o comboio
será imediatamente protegido, e o condutor procede em tudo o mais como se estabelece nos
28.3 de Sinais e 133.1 deste Regulamento.

120. PROCEDIMENTO A ADOTAR PARA O RECUO DE UM


COMBOIO EM PLENA VIA, PARA RETOMAR A
EMBALAGEM
Quando acidentalmente um comboio seja forçado a parar num troço de via em declive e se
torne necessário recuar para um ponto em patamar a fim de embalar, a manobra de recuo só
pode ser executada com o freio de vácuo ligado a todo o material.

É expressamente proibido recuar, quando atrás desse comboio siga outro em sucessão.

Durante esta manobra o comboio deverá ser protegido pelo condutor nos termos expressos no
n.° 119.2.

121. PROCEDIMENTO A ADOTAR NO CASO DA LOCOMOTIVA


FICAR IMPOSSIBILITADA DE REBOCAR O COMBOIO
Em caso de detenção, se a locomotiva ficar impossibilitada de rebocar o comboio, o condutor
procede pela forma indicada para o caso de um comboio detido em plena via, e pede socorro,
conforme as condições prescritas nos n.° 133 e 132.

CAPÍTULO XVI

QUEBRA DE ENGATES

122. QUEBRA DE ENGATES EM PLENA VIA


Se, por qualquer circunstância, um comboio se desligar em trânsito entre estações, e houver
fuga de material no mesmo sentido da marcha ou em sentido contrário, logo que o maquinista
se aperceba ou para o facto tenha sido chamada a sua atenção por alguém que antes tenha

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Acção:
verificado a ocorrência, aquele tomará prontas medidas de acordo com as circunstâncias locais
para reengatar os vagões, desligados, com ou sem auxílio do condutor.

O maquinista tentará remediar a avaria, por meio de engate de emergêndia com que as
locomotivas devem sempre andar apetrechadas, a fim de, pelo menos, poder chegar à primeira
estação, apeadeiro ou desvio.

Não o conseguindo, procederá conforme as circunstâncias o aconselharem.

123. AVISO ÀS ESTAÇÕES DA FUGA DO MATERIAL NO SENTIDO


OPOSTO AO DO COMBOIO
Quando eventualmente as diligências encetadas para reengatar o material não resultem, e os
vagões continuem na fuga em sentido contrário à marcha do comboio, o maquinista ou o
condutor, ou ambos, farão diligências para avisarem rapidamente a estação do lado para onde
seguem os veículos fugidos.

124. MEDIDAS A ADOTAR À CHEGADA DE UM COMBOIO


INCOMPLETO
Sendo verificado, à chegada de um comboio a uma estação, que este chegou incompleto e,
portanto, que houve quebra de engate, sem que isso tenha sido notado pelo pessoal desse com-
boio, o chefe comunicará imediatamente e pelo meio mais rápido à estação anterior que o
comboio chegou incompleto, confirmando-o depois por telegrama ou mensagem com seguinte
texto:

“Chefe de __________ para Chefe de __________ C. N.°


__________ chegou a __________ incompleto.

Páre toda a circulação até novo aviso.

Vai partir próprio às __________ h __________ m


__________ R. do E.”

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Revisto em: 2012-08-01 Página 98/137
Acção:
A estação que receber este telegrama ou mensagem responde do modo seguinte:

“Chefe de __________ para Chefe de __________ Ciente.


Suspendo toda a circulação.

Vai partir próprio às __________ h __________ m


__________”

125. ATUAÇÃO DOS CHEFES DAS ESTAÇÕES OU OUTROS


AGENTES NO CASO DE FUGA DE MATERIAL
As estações em ambos os extremos da secção a que se refere o precedente artigo procederão
de acordo com o determinado no n.° 125.2.

Em tudo o mais serão observados os preceitos regulamentares aplicáveis em cada caso, segundo
as circunstâncias locais e ocasionais.

As instruções acima designadas constituem obrigação igual para os agentes da via, sempre que
estes encontrem, em plena via, material abandonado, detido ou ainda em movimento.

125.1. ALARME ÀS ESTAÇÕES E TRIPULAÇÕES DOS COMBOIOS EM SECÇÃO

Sempre que por qualquer meio, uma estação tome conhecimento da fuga de material e que
este possa ou não atingir a estação oposta, aquela que primeiro se aperceba da ocorrência,
imediatamente, pelo meio mais rápido, lançará o alarme à estação vizinha e seguintes ao lado
para onde se dirige o material fugido.

Entretanto, transmite no mesmo sentido o seguinte telegrama ou mensagem:

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Revisto em: 2012-08-01 Página 99/137
Acção:
“Chefe de __________ para Chefe de __________ Material
fugido segue estação __________ Pare toda a circulação R.
do E.”

As estações e as tripulações que receberem este telegrama ou mensagem preparam-se e


tomam todas as providências para agirem de acordo com o n.° 125.2.

Se algumas das estações puderem entrar em contacto com os comboios que se encontrem na
secção e que possam vir a ser afectados pelo material em fuga, deverão avisar a tripulação,
detendo o comboio e dar-lhe as devidas instruções, por telegrama:

“Estação de __________ para tripulação do N.° __________


Material fugido segue apeadeiro __________ Não pode
partir de __________ sem nova ordem”.

Se houver passagens de nível com guarda, ou grupos de via a trabalhar no troço afectado, com
que possam entrar em contacto, devem prevení-los da fuga.

Estes agentes deverão empregar todos os esforços para deter o material, ou prevenir qualquer
comboio, fazendo-o parar se necessário.

125.2. PROVIDÊNCIAS A ADOTAR PELAS ESTAÇÕES PARA A RECEÇÃO DO MATERIAL FUGIDO

A estação ou tripulação dos comboios que tome conhecimento da fuga de vagões de uma
estação, apeadeiro ou desvio que se dirijam para o seu lado, imediatamente providenciará para
receber o material desligado numa linha onde melhor possa fazer parar ou, pelo menos, onde
menores prejuizos possa causar.

Deve inclusivamente empregar todos os meios para o fazer descarrilar, colocando a agulha
escolhida em bi via, caso o seu seguimento para além dessa estação possa causar acidentes de

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Revisto em: 2012-08-01 Página 100/137
Acção:
maior gravidade.

125.3. RECOLHA DE MATERIAL FUGIDO, POR LOCOMOTIVA OU COMBOIO

Quando o material fugido acabe por estacionar em plena via, as estações contíguas ao local da
paragem, depois de terem exato conhecimento da sua posição, combinam entre, si, e se
possível com conhecimento superior, a ação a tomar para que o material seja rebocado para a
estação ou apeadeiro mais conveniente.

Para o efeito, pode ser utilizada locomotiva isolada ou com o próprio comboio.

O desimpedimento da linha será anunciado pela estação onde recolhem os vagões, por meio de
telegrama ou mensagem assim concebida:

“Chefe de __________ para Chefe de __________ Material


fugido localizado quilómetro __________ Recolheu estação
ou apeadeiro às __________ via livre.

Circulação restabelecida entre as estações de __________ e


__________”

Se houver comboios retidos, também será transmitida a mensagem, dando via livre.

126. MATERIAL ENCONTRADO ABANDONADO NA VIA


Quando um comboio encontra material abandonado em plena via em condições de circular e
quando não tenha havido pedido de socorro pela direção do lado da estação para onde se
dirige, o maquinista e o condutor põem-se em contacto com a estação seguinte e aguardam
instruções sobre o seu procedimento.

127. FALTA DE COMUNICAÇÕES


Se não houver comunicações, as providências relativas aos acidentes desta natureza referidos
nos artigos antecedentes, serão combinadas por escrito entre as duas estações interessadas,
por meio de próprio, podendo este socorrer-se de qualquer transporte rápido e seguro.

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Revisto em: 2012-08-01 Página 101/137
Acção:
CAPÍTULO XVII

ACIDENTES DIVERSOS

128. INCÊNDIOS DE COMBOIOS


Manifestando-se incêndio em qualquer veículo dum comboio durante o trajeto entre duas
estações, e desde que se reconheça ser indispensável isolá-lo rapidamente, o condutor e
maquinista tomarão nesse sentido, as necessárias precauções e procederão do modo designado
para os comboios, por avaria ou acidente, de harmonia com as circunstâncias que ocorrem.

128.1. AUXÍLIO A PRESTAR PELOS AGENTES DA VIA

Os agentes da via ou outros devem prestar sempre e prontamente todo o auxílio que for
solicitado pelo pessoal dos comboios e das estações, e pelos próprios enviados por estas em
serviço de exploração da linha, em tudo o que for necessário, a bem do serviço.

128.2. COMBOIO INCENDIADO. USO DO SINAL DE ALARME

Se o pessoal dum comboio incendiado considerar perigosa a aproximação doutro, prescrever-


lhe-á paragem absoluta, a devida distância.

Se a tripulação reconhecer vantagem em fazer avançar o material incendiado, até a um ponto


onde possa apagar o fogo com mais facilidade ou afastar-se de locais perigosos, o comboio
avançará e fará insistente uso do silvo da locomotiva.

129. INCÊNDIO NAS PROXIMIDADES DA LINHA


Quando se verifiquem incêndios nas proximidades da linha, o pessoal dos comboios e da via
deve dar disso conhecimento ao Chefe da estação mais próxima e o condutor deve registar o
caso na sua folha de trânsito.

Nos cruzamentos, nos apeadeiros, a tripulação do comboio que verificou o incêndio, avisará do
facto, à tripulação do outro comboio.

129.1. FORMALIDADES A CUMPRIR PELAS ESTAÇÕES

Chefe da estação registará a ocorrência no livro diário da circulação dos comboios e


imediatamente comunica o facto aos agentes interessados, e a outra estação testa da secção.

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Revisto em: 2012-08-01 Página 102/137
Acção:
As estações procurarão avisar a tripulação dos comboios que já se encontrem em secção e se
dirijam para a zona do incêndio.

Na ordem de avanço dos comboios que vão entrar em secção deverá ser indicado o ponto
quilométrico onde se verificou o incêndio.

130. ATROPELAMENTO DE ANIMAIS


Deve haver maior cuidado, tanto de dia como de noite, no sentido de evitar o atropelamento de
animais, que se encontrem sobre a linha férrea.

Se as estações forem informadas da existência na linha de animais de grande porte, que não se
consigam retirar da linha ou das suas proximidades, deverão avisar a tripulação dos comboios
em secção, que circulam nessa zona, e para os que vão entrar na secção, indicar na ordem de
avanço, “Animais ao Km __________ “.

Sempre que o maquinista avistar quaisquer animais sobre ou próximo da linha férrea, deve
apitar, tocar o sino ou abrir as purgas no caso de locomotivas a vapor, abrandar a velocidade e
estar preparado para parar, se necessário, para evitar o seu atropelamento.

Quando não seja possível evitar o atropelamento, o comboio deverá parar, procedendo a
respectiva tripulação à desobstrução da linha.

Quer os animais fiquem mortos ou apenas feridos, deverá do facto ser dado conhecimento ao
Chefe da estação e ao capataz de via mais próximos, e notificando o proprietário dos animais se
for conhecido, competindo ao Chefe da estação providênciar para que seja feita esta
notificação.

Todos os acidentes, ocorridos com animais na linha férrea serão comunicados pelos condutores
(pelo maquinista no caso de um comboio sem condutor) na folha de trânsito.

CAPÍTULO XVIII
SOCORRO A COMBOIOS

131. AGENTES A QUEM COMPETE PEDIR SOCORRO

131.1. NAS ESTAÇÕES

O pedido de comboio de socorro será feito pelo respetivo Chefe, de acordo com o maquinista e

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Revisto em: 2012-08-01 Página 103/137
Acção:
sob a responsabilidade deste.

131.2. NOS APEADEIROS OU EM PLENA VIA

Dentro de uma secção, o pedido é feito pelo condutor, na qualidade de chefe do comboio, de
acordo com o maquinista, mas sob a responsabilidade deste. Dado o impedimento do condutor,
compete ao maquinista tomar a iniciativa das providências a adotar.

132. REDAÇÃO DO PEDIDO DE SOCORRO


No pedido de socorro, quer seja feito por escrito, pelo telefone ou por outro sistema de
comunicação, o agente que o fizer, além de relatar sucintamente;

 A espécie de acidente;

 Ponto quilométrico e hora a que ocorreu;

 Danos humanos (se os houver);

 Tonelagem do comboio e número de eixos;

 Número e classe dos veículos, avariados e descarrilados e outras circunstâncias.

Indicará claramente;

Se o socorro deve ser dado pela frente ou pela retaguarda e nunca simultaneamente nas duas
direcções.

Se há ou não necessidade de estabelecer o serviço de transbordo.

O cancelamento da ordem de avanço, se a locomotiva ficar no local da detenção.

132.1. CANCELAMENTO DA ORDEM DE AVANÇO

Nos casos em que a locomotiva ficar no local da detenção impossibilitada ou não de circular, o
condutor recolherá a ordem de avanço em poder do maquinista, a qual, com a sua, será can-
celada.

Deste facto fará menção na mensagem em que pede socorro. Só depois de recebida a
comunicação deste cancelamento poderão as estações contíguas expedir comboios na direção
do local onde o comboio se encontre detido.

133. ENVIO DO PEDIDO DE SOCORRO


O pedido de socorro deve ser feito pelo meio mais rápido, ao Chefe da estação da frente ou ao

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Acção:
Chefe da estação com que primeiro contactar.

133.1. ENVIO DO PEDIDO PELA LOCOMOTIVA DO PRÓPRIO COMBOIO

a) Não dispondo doutro meio mais rápido de comunicações, e estando a locomotiva em


condições de circular, será o pedido de socorro levado pelo maquinista utilizando a locomotiva.

b) No caso de o maquinista ser o portador do pedido de socorro, só partirá do local de


paragem depois de verificar, sob sua responsabilidade, que o material fica em condições de
perfeita imobilidade.

c) Neste caso, compete ao condutor, depois de proteger comboio pela cauda, apertar o
freio dos veículos com a colaboração do pessoal da locomotiva.

d) A proteção pela frente, será feita pelo fogueiro, a distância regulamentar.

e) O condutor ficará vigiando a composição detida em plena via.

f) O maquinista portador do pedido escrito de socorro rubrica-o e menciona nele


imediatamente a hora a que o recebeu.

g) Seguirão então até ao local mais próximo donde possa comunicar a ocorrência ou até à
estação seguinte e pedir socorro, regulando a marcha e respeitando todos os cruzamentos
indicados na ordem de avanço. À medida que for cruzando, vai dando conhecimento do
sucedido aos maquinistas e condutores, desses comboios.

h) Se não houver comunicação com as estações, indicará no verso das ordens de avanço
desses comboios o local e condições de estacionamento do material do seu comboio.

i) Se a composição estiver resguardada num apeadeiro os comboios poderão continuar a


sua marcha normal.

j) Se estiver retida em plena via, permanecerão nos mesmos apeadeiros até nova ordem.

134. TRANSMISSÃO DO PEDIDO DE SOCORRO PELA ESTAÇÃO


AOS AGENTES INTERESSADOS
O Chefe da estação, ao receber um pedido escrito de socorro, rubricá-lo-á e mencionará nele
imediatamente a hora em que foi recebido.

Se o pedido for recebido pelo telefone ou outro meio de comunicação, será registado no livro
diário da circulação dos comboios com indicação da hora a que for recebido.

Em seguida redige e transmite aos agentes interessados um telegrama ou mensagem na fórmula


seguinte;

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Revisto em: 2012-08-01 Página 105/137
Acção:
“C. N.° __________ detido ao Km __________ às
__________ h __________ m por motivo de __________
(resumo das indicações dadas pelo agente que pediu
socorro).

Pede socorro pela __________ (frente ou retaguarda).

É (ou não é) preciso transbordo”.

Na falta de outro meio de comunicação, o pedido de socorro, recebido numa estação, será
enviado a uma estação imediata, por um próprio ou pela locomotiva que até ali o tenha
conduzido (sendo regulada a sua circulação nas condições estabelecidas neste Regulamento),
devendo o Chefe que o receber proceder analogamente até que o pedido chegue a uma estação
onde haja comunicações.

135. EXPEDIÇÃO DE COMBOIOS OU LOCOMOTIVAS DE


SOCORRO
Em caso algum poderá ser expedido um comboio ou locomotiva de socorro antes de recebido o
competente pedido, por escrito, por telegrama, pelo telefone ou outro sistema de teleco-
municações, ou por um próprio.

Se o atraso de qualquer comboio fizer supor que tenha havido acidente durante a sua marcha, a
medida a adoptar é ter uma locomotiva preparada para lhe prestar socorro.

135.1. TEMPO DETERMINADO PARA A EXPEDIÇÃO DO COMBOIO DE SOCORRO

O tempo para a expedição da locomotiva ou comboio de socorro deve fazer-se o mais tardar,
trinta minutos decorridos após ter sido recebido o pedido.

Os departamentos envolvidos no socorro, cada um na parte que lhe respeita, respondem pelo
cabal cumprimento desta disposição.

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Revisto em: 2012-08-01 Página 106/137
Acção:
135.2. DIREÇÃO DO ENVIO DO COMBOIO DE SOCORRO

A locomotiva ou comboio de socorro é sempre enviado na direção indicada no pedido.

135.3. CONDIÇÕES DE CIRCULAÇÃO DOS COMBOIOS DE SOCORROS

Os comboios ou locomotivas de socorro serão anunciados nas condições dos comboios


especiais.

No anúncio, além da sua marcha, deve constar, claramente o local onde se encontra o comboio
detido.

No caso de falta de comunicações, os comboios de socorro só poderão ser postos em circulação,


com autorização do Comando de Circulações ou do Inspetor do Movimento da respectiva área,
desde que não efetuem qualquer cruzamento na secção onde vão circular.

Os comboios ou locomotivas de socorro, deverão circular com;

 Cópia do anúncio de comboios;

 Ordem de avanço, “CR” para comboios de serviço, na secção aonde vai prestar socorro.

Nas restantes secções:

 Ordem de avanço “AR” ou “BR” neste caso, ser-lhe-á entregue, pela estação de origem, o
aviso da situação de comboios CFM 949.

 Na ordem de serviço “CR” será indicado, na linha de informações, o ponto quilométrico


ou linha onde se encontra o comboio detido.

136. ALTERAÇÃO DA DIREÇÃO DO ENVIO DE SOCORRO


Por ordem superior ou quando as conveniências do serviço o exijam e as circunstâncias em que
o comboio detido se encontrar o permitam, ou porque o socorro possa ser prestado pela
locomotiva de algum comboio resguardado numa estação ou apeadeiro próximo, pode o Chefe
da estação que recebeu o pedido para o envio de socorro, sob sua responsabilidade alterar a
direção indicada no pedido para o envio de socorro, tomando para isso as necessárias
precauções de harmonia com as disposições contidas neste Regulamento.

Só depois de combinado o assunto com o condutor do comboio detido, por meio de telegrama
ou mensagem, poderá enviar o socorro pela direção posteriormente indicada.

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Revisto em: 2012-08-01 Página 107/137
Acção:
136.1. FÓRMULAS DOS TELEGRAMAS OU MENSAGENS

O chefe da estação que decidir alterar o envio do pedido de socorro, transmite o seguinte
telegrama ou mensagem à tripulação:

“Chefe de __________ para o condutor do N.° __________


detido __________ por motivo de __________ socorro
pedido pela frente (ou cauda) vai ser enviado pela cauda (ou
frente)”.

Resposta:

“Condutor do N.° __________ detido em __________ para


Chefe de __________ Ciente da alteração da direcção do
socorro.

Vai ser enviado pela cauda (frente)”.

137. SOCORRO PRESTADO PELA LOCOMOTIVA DE UM


COMBOIO A AGUARDAR CRUZAMENTO
Se o comboio detido tiver ordem de avanço para cruzar com outro comboio circulando em
direção oposta, num apeadeiro intermédio, que ficar para a frente do local da paragem, as duas
cópias das ordens de avanço, do comboio retido podem ser enviadas por próprio ao maquinista
e condutor do comboio que circular em sentido oposto, cujo recebimento constituirá auto-
rização para avançar além do lugar do cruzamento até ao local onde encontre o comboio detido
e daqui ao local de cruzamento, rebocando o comboio avariado.

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Revisto em: 2012-08-01 Página 108/137
Acção:
137.1. INDICAÇÃO A FAZER NO VERSO DAS ORDENS DE AVANÇO

O condutor e o maquinista, no verso das ordens de avanço deverão indicar:

”N.° __________ detido ao Km __________ por motivo de


__________ pede socorro pelo N.° __________”

138. PRECAUÇÃO NA MARCHA DE SOCORRO COM


LOCOMOTIVA À CAUDA
No caso em que o socorro seja prestado pela retaguarda, por uma locomotiva que possa impelir
o comboio detido até à estação ou apeadeiro da frente, a velocidade desse comboio, não
poderá exceder 20 Km/h. nas condições do n.° 12 deste regulamento.

139. DESISTÊNCIA DO SOCORRO


Se a locomotiva se encontra no local da detenção o comboio tem a ordem de avanço cancelada.
(n.° 132.1).

139.1. DESISTÊNCIA PELA FRENTE

Quando um comboio detido em plena via tenha pedido socorro pela frente e venha depois a
prescindir dele, não poderá pôr-se em marcha antes da chegada do comboio de socorro pedido,
nem aceitar o socorro de qualquer comboio ou locomotiva que sobrevenha pela retaguarda, a
não ser que o condutor tenha obtido do Chefe da estação da frente: — Uma declaração de que
reterá na sua estação a locomotiva ou comboio de socorro pedido, nos seguintes termos:

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Revisto em: 2012-08-01 Página 109/137
Acção:
“Chefe de __________ para condutor do N.° __________
detido em __________

Declaro que retenho na minha estação a locomotiva (ou


comboio) de socorro pedida”.

Se o comboio for rebocado pela própria locomotiva, além da declaração, será transmitida ordem
manuscrita.

139.2. DESISTÊNCIA PELA RETAGUARDA

Se o socorro tiver sido pedido pela retaguarda e o comboio detido vier a prescindir dele, o
condutor, pelo telefone ou rádio dará disso conhecimento à primeira das estações contíguas
que o atenda e procederá a seguir conforme as instruções que dessa estação venha a receber.

Como a ordem de avanço está cancelada, só poderá sair do local com ordem manuscrita (n.°
117.2).

Se a estação não puder transmitir a ordem manuscrita por a via não estar livre, autoriza o
comboio a circular até ao próximo apeadeiro, com a seguinte ordem:

“Estação de __________ para o condutor do N.°


__________ detido em __________

Pode prosseguir a marcha até ao apeadeiro de __________


e aí aguardar ordem manuscrita”,

139.3. AUTORIZAÇÃO DE AVANÇO ATÉ AO PRÓXIMO APEADEIRO

No caso do socorro ter sido pedido pela retaguarda, e se a locomotiva de socorro não puder ser
retida antes de transmitida a autorização, se tiver algum cruzamento nesse apeadeiro, deve

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Revisto em: 2012-08-01 Página 110/137
Acção:
acrescentar:

“Pare à entrada do apeadeiro e avise a tripulação do N.°


__________ que falta chegar a locomotiva de socorro”

Se a locomotiva ou comboio de socorro que partiu em auxílio dum comboio não encontrar no
lugar designado, o condutor comunicará o facto às estações contíguas, pelo telefone portátil ou
rádio, a fim de receber instruções.

Todos estes factos são relatados na folha de trânsito pelo condutor.

139.4. AVISO DA DISPENSA DO SOCORRO

A estação que venha a receber o aviso de que foi dispensado o socorro, transmite o referido
aviso à estação no outro extremo da secção e aos agentes interessados.

CAPÍTULO XIX

INTERRUPÇÕES DE VIA E SERVIÇO DE TRANSBORDO

140. CONDIÇÕES EM QUE SE ESTABELECE O SERVIÇO DE


TRANSBORDO
Todas as vezes que, em caso de acidente, o tempo provável necessário para a desobstrução ou
restabelecimento da via seja sensivelmente superior ao tempo provável necessário à formação e
expedição dos comboios de transbordo de passageiros, bagagens e recovagens, o Departamento
do Movimento providenciará no sentido conveniente.

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Revisto em: 2012-08-01 Página 111/137
Acção:
141. INFORMAÇÃO SOBRE A DEMORA PROVÁVEL EM CASO DE
INTERRUPÇÃO DA VIA
Os agentes superiores de Via e Obras e Material Rebocado respetivamente, em todos os casos
de acidente, procurarão inteirar-se diretamente e com oportunidade, do tempo provável da
interrupção, do que informarão sem demora, os demais “Agentes interessados”, por telegrama
ou outro meio rápido a fim de serem tomadas a tempo as medidas convenientes ao serviço em
geral.

142. MEDIDAS A ADOTAR PELOS CHEFES DAS ESTAÇÕES


Logo que o Chefe de uma das estações, tenha conhecimento que ocorreu um acidente, avisará
imediatamente pelo meio mais rápido, os “Agentes interessados”.

Se o tempo provável para o restabelecimento da circulação o justificar e enquanto não receber


instruções convenientes, caso disponha de recursos, ou havendo-os numa estação próxima,
deverá tomar iniciativa de fazer preparar os elementos precisos para efetuar o serviço de
transbordo.

Se os meios de comunicação pelos quais podem ser esperadas instruções superiores, estiverem
interrompidas, os Chefes das estações respectivas, pondo-se de acordo, tomarão sob sua res-
ponsabilidade a direção do serviço, tendo em vista o que se fixa e preceitua no presente
Regulamento.

143. DISPOSIÇÕES A ADOTAR PARA ORGANIZAR O SERVIÇO DE


TRANSBORDO
Departamento de Movimento, assim que tenha conhecimento da conveniência em estabelecer
o serviço de transbordo designará um dos seus agentes qualificados para coordenar e executar.

Este agente pode dirigir os trabalhos de uma das estações dessa secção ou no próprio local de
acidente, de onde coordenará o movimento dos comboios nessa zona até ao restabelecimento
normal da circulação.

No local do acidente será instalado um aparelho de telecomunicações pelo qual os agentes


coordenadores ficam em contacto com as estações contíguas ao local do acidente e mais
agentes interessados.

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Revisto em: 2012-08-01 Página 112/137
Acção:
143.1. COORDENAÇÃO DO SERVIÇO DE TRANSBORDO

De acordo com as circunstâncias ocasionais e locais, o agente nomeado resolve se o transbordo


tem de ou pode ser feito simultaneamente nos dois sentidos, tendo sempre em vista os recursos
que os comboios em circulação a determinada distância podem oferecer, em locomotivas e
material circulante.

Para o efeito, pode reunir nos pontos mais convenientes o pessoal e o material indispensável.

143.2. MATERIAL QUE DEVE SEGUIR

Nos comboios que tenham de sofrer transbordo somente devem seguir, para o local do
acidente, as carruagens de passageiros e o furgão ou vagões para bagagens e os géneros frescos
que devem ser transbordados, segundo as indicações do Departamento do movimento.

143.3. MATERIAL RETIDO COM TRÁFEGO DE NATUREZA FRÁGIL

Os Chefes das estações do percurso afectado e os condutores dos comboios retidos nos
apeadeiros, terão em vista o determinado no n.° 107 da I.T. N.° 1 (Serviço Geral das Estações) e
prestarão a tempo as necessárias informações sobre o tráfego cuja natureza e demora possa vir
a causar danos.

144. DESIGNAÇÃO E NÚMERO DOS COMBOIOS DE


TRANSBORDO
No caso de transbordo, devido à interrupção da linha, o comboio que recebe o transbordo toma
a designação e número titular do comboio que sofreu transbordo.

As folhas de trânsito devem ser estabelecidas para o percurso total do comboio e trocadas no
local de transbordo.

145. OS COMBOIOS DE TRANSBORDO DEVEM SEGUIR DE


RECUO PARA O LOCAL DO ACIDENTE
Os comboios de transbordo devem seguir, desde o último local onde seja possível efetuar a
inversão da locomotiva, de recuo para o local do acidente. Os maquinistas só devem pôr-se em
marcha depois de terem em seu poder a ordem de avanço de comboios de serviço modelo CFM
952 (CR).

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Revisto em: 2012-08-01 Página 113/137
Acção:
146. REVISOR DE BILHETES DEVE SEGUIR NO COMBOIO
O revisor de bilhetes do comboio transbordado deve seguir no comboio que recebe o
transbordo, salvo determinação superior em contrário.

146.1. AUXÍLIO DO PESSOAL AOS PASSAGEIROS EM CASO DE TRANSBORDO

No acto de transbordo o pessoal facilitará e ajudará, com solicitude, a mudança dos passageiros,
de um para o outro comboio, e bem assim o transbordo dos volumes de mão, de que eles se
façam acompanhar.

147. VIA LIVRE E NORMALIZAÇÃO DA CIRCULAÇÃO


Logo que a via fique livre, o Serviço de Via e Obras anunciará o facto, ao Departamento do
Movimento que, promoverá o rápido restabelecimento do serviço normal de comboios.

Depois de recebido o anúncio de via livre, compete ao órgão responsável do Departamento do


Movimento transmitir um telegrama às estações e agentes interessados, dando, via livre e
estabelecendo a circulação.

O Chefe da estação testa de transbordo que primeiro tiver conhecimento do restabelecimento


da via livre, depois de ter regressado o último comboio de transbordo à sua estação transmitirá
ao Chefe da outra estação testa do transbordo, o telegrama seguinte:

“Chefe de __________ para Chefe de __________,

Via livre ao quilómetro __________ às __________ h


__________ m.

Último comboio recolheu a __________ (nome da estação


que transmite) às __________ h __________ m”

O Chefe da estação onde é recebido o telegrama ou mensagem a que se refere a alínea anterior
deste artigo e depois de verificar que também recolheu à sua estação o último comboio
expedido, responde àquela estação nos seguintes termos:

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Revisto em: 2012-08-01 Página 114/137
Acção:
“Chefe de __________ para Chefe de __________

Ciente.

Via livre ao quilómetro __________

Último comboio recolheu a __________

(Nome da estação que responde) às __________ h


__________ m”.

No caso de não funcionar qualquer sistema de comunicações entre as duas estações


consideradas, o agente superior do Departamento do Movimento que estiver a superintender
no transbordo deve ser prevenido dessa circunstância sem demora.

Neste caso, só esse agente pode fazer anunciar a normalização do serviço, enviando pelo
condutor do último comboio um despacho dirigido aos Chefes das duas estações testas de
transbordo, formulado nos seguintes termos:

“Aos Chefes de __________e de __________

Via livre ao quilómetro __________ às __________ h


__________ m.

Restabelecido serviço normal.

(Data, assinatura e categoria)”.

_____________________

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Revisto em: 2012-08-01 Página 115/137
Acção:
CAPÍTULO XX

VIA DUPLA

148. VIAS NORMAIS DE CIRCULAÇÃO


Em via dupla, o trânsito dos comboios obedece ao preceito rigoroso de seguir pela via da
esquerda, considerada no sentido da marcha normal.

149. CIRCULAÇÃO DOS COMBOIOS DURANTE A INTERRUPÇÃO


DAS TELECOMUNICAÇÕES
A circulação dos comboios enquanto durar a interrupção das telecomunicações, fica
subordinada, em tudo, às disposições que para tais casos constam do presente Regulamento.

150. INTERRUPÇÃO DA VIA

150.1. INTERRUPÇÃO DE UMA DAS VIAS

Dando-se a interrupção de alguma das vias, nas secções em que estejam em exploração a via
dupla, qualquer que seja a causa o Departamento do Movimento organizará imediatamente o
serviço de circulação em via única, o que será comunicado aos “Agentes interessados”.

Durante o tempo em que estiver interrompida uma das vias em via dupla, serão respeitados em
tudo os preceitos regulamentares estabelecidos para a circulação em via única.

As agulhas de acesso à via interrompida, tanto dum lado como do outro, serão guarnecidas por
um agente da estação ou de manobras, mesmo que estas sejam manobradas dum posto central.

Em qualquer dos casos de obstrução de uma das duas vias, enquanto o serviço dos comboios
permanecer no regime anormal, será o facto registado na folha de trânsito dos comboios que
tenham de circular pela via contrária ao sentido da marcha regulamentar.

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Acção:
150.2. INTERRUPÇÃO DAS DUAS VIAS

Se do acidente resultar o impedimento das duas vias, tomadas que sejam sem demora as
precauções previstas no Regulamento para a proteção dos comboios detidos em plema via, as
duas estações interessadas decidem se o “pedido de socorro” deverá ser dado pela frente ou
pela retaguarda, tendo em atenção as condições favoráveis para o prestar e os recursos de que
disponham.

151. RETENÇÃO E RESGUARDO DOS COMBOIOS DE


MERCADORIAS DURANTE INTERRUPÇÃO DA VIA
Enquanto durar a interrupção da via, os comboios de mercadorias serão retidos e resguardados
nas estações onde mais convenha ao serviço.

Não obstante, providências especiais serão tomadas pelo Departamento do Movimento no


sentido de ser feito transbordo das mercadorias que, pela sua natureza ou circunstâncias, não
possam esperar o restabeleimento do serviço normal dos comboios, nos termos do n.° 107 da I.
T. N.° 1 (Serviço Geral das Estações).

152. ESTABELECIMENTO DE TRANSBORDO


Conforme as circunstâncias e quando seja necessário, o Departamento do Movimento
estabelecerá o serviço de transbordo nos termos usuais.

153. RESTABELECIMENTO DA VIA

153.1. RESTABELECIMENTO DE UMA DAS VIAS

Se entre dois troços de uma das vias interrompidas, for feita ligação, no local da interrupção,
para o trânsito dos comboios, cumpridas que sejam as formalidades regulamentares, o Depar-
tamento do Movimento fará cessar desde logo o serviço de transbordo, estabelecendo a
circulação em via única.

153.2. RESTABELECIMENTO DO SERVIÇO NORMAL NAS DUAS VIAS

Logo que conclui dos os trabalhos de desobstrução das linhas o agente do Serviço de Via e Obras
mais graduado, que estiver presente, anunciará a via livre aos agentes interessados.

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Acção:
Em face deste telegrama ou mensagem, o Departamento do Movimento restabelecerá a
circulação normal dos comboios em via dupla.

Antes, porém, deverão ser observadas as disposições constantes do n.° 147.

154. DISPOSIÇÕES GERAIS


Em tudo o mais deverão observar-se disposições regulamentares e os horários de comboios em
vigor.

CAPÍTULO XXI

ENCERRAMENTO DAS ESTAÇÕES DURANTE CERTAS HORAS

155. ESTAÇÕES TEMPORÁRIAS


As estações que encerram durante certas horas e nesse período deixam de controlar a
circulação de comboios, designam-se por estações temporárias.

O encerramento deverá fazer-se em períodos que não comprometam a regularidade da marcha


dos comboios.

Os períodos de encerramento (períodos de eclipse) são estabelecidos pelo Serviço de


Transportes Ferroviários e indicados no livro-horário.

No caso de encerramento de uma estação, não previsto no livro-horário, o período de


encerramento deve ser estabelecido por circular, telegrama ou mensagem distribuido a todo o
pessoal interessado, para conhecimento.

156. MEDIDAS A ADOTAR PELA ESTAÇÃO QUE VAI ENCERRAR


Antes da passagem do período de serviço para o encerramento (eclipse), o responsável pela
estação deverá tomar as seguintes medidas de segurança:

a) Certificar-se de que: não há nenhum comboio em secção com ordem de avanço para a
sua estação;

b) Verificar se as linhas de circulação (linha principal e linha desviada, destinadas a


cruzamentos e ultrapassagens) se encontram sem material circulante nelas estacionado e com
os limites livres;

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Acção:
c) Verificar se as agulhas foram colocadas e aferrolhadas na posição de continuidade na
linha direta;

d) Transmitir um telegrama ou mensagem às estações colaterais nos seguintes termos:

“Chefe de __________ para Chefe de __________

Vou encerrar a estação a partir das __________ h


__________ m

As linhas de circulação e seus limites estão livres e as


agulhas na posição de continuidade na linha directa.

Últimos comboios expedidos foram:

para __________ o N.° __________ que partiu daqui às


__________ h __________ m para __________ o N.°
__________ chegado aqui às __________ h __________ m.

e) Cada uma das estações colaterais, transmite o ciente nos seguintes termos:

“Chefe de __________ para Chefe de __________

Ciente do encerramento de __________ a partir das


__________ h __________ m.

Últimos comboios expedidos, N.° __________ e __________


conferem”,

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Acção:
157. ANORMALIDADES QUE SE OPÕEM AO ENCERRAMENTO
No caso de se verificar uma avaria de todas as comunicações antes de serem transmitidas estas
informações, a estação manter-se-á aberta e será considerada como tal até que sejam
restabelecidas as comunicações.

Se estiver ainda por chegar qualquer comboio com ordem de avanço válida somente até à
estação que vai ser encerrada, o funcionário encarregado continuará de serviço até à sua
chegada e tomará as providências necessárias para o seu avanço.

Em casos de acidentes de circulação ou outras causas justificadas, por determinação do


Comando de Circulação, do inspetor do Movimento ou iniciativa do próprio Chefe da estação se
lhe não for possível entrar em contacto com aqueles orgãos a estação manter-se-á aberta até se
julgar conveniente.

158. INTERFERÊNCIA NO CONTROLE DA CIRCULAÇÃO DEPOIS


DA ESTAÇÃO ENCERRADA
O funcionário encarregado de uma estação que se mantenha encerrada durante determinadas
horas do dia, depois de ter entregue o controle da circulação de comboios, não poderá interferir
em qualquer das medidas tomadas pelos funcionários encarregados das estações contíguas,
exceto em caso de acidente ou de irregularidade na circulação de comboios de que tenha
conhecimento.

Neste caso, deverá pôr-se imediatamente em contacto com as estações contíguas, fornecendo
aos funcionários encarregados dessas estações todas as informações que possuir, habilitando-os
a decidir sobre as medidas mais adequadas a adotar.

Não poderá fazer qualquer alteração aos preparativos já feitos sobre a circulação ou cruzamento
de comboios, a menos que tenha para tal sido, autorizado pelos funcionários de ambas as
estações contíguas, e mesmo assim só depois de serem cumpridas as disposições em vigor
relativas ao cruzamento de comboios.

159. MEDIDAS A ADOTAR PELAS ESTAÇÕES TESTAS


Ao combinar-se qualquer cruzamento de comboio nas circunstâncias atrás referidas, proceder-
se-á, tanto quanto possível de forma que as ordens de avanço sejam válidas somente até à
estação aberta.

Durante o período em que uma estação estiver encerrada, será considerada como apeadeiro, no

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Acção:
caso de ali terem de ser fixados cruzamentos.

Depois de concluírem os preparativos referidos no número anterior, os condutores e


maquinistas de todos os comboios que entrarem na secção em questão serão avisados sobre o
encerramento da estação por meio de anotação feita na linha de informações das ordens de
avanço, nestes termos:

“Estação de __________ encerrada”

No caso de encerramento prolongado, é dado conhecimento aos agentes interessados por


telegrama ou circular da Direção Ferroviária.

Neste caso é dispensada esta anotação, nas ordens de avanço.

160. PREENCHIMENTO DO REGISTO DE MOVIMENTO DE


COMBOIOS NAS ESTAÇÕES ENCERRADAS
Em todas as estações, manter-se-á sempre um livro de registo de comboios, modelo CFM 942,
que estará em lugar acessível aos condutores dos comboios que passarem pelas estações
enquanto estas estiverem encerradas.

Todos os comboios que passarem por tais estações, durante o período em que estiverem
encerradas, levando ordens de avanço válidas até à estação seguinte, deverão parar,
competindo aos condutores dos mesmos registar a hora de chegada e de partida no Registo de
Movimento de Comboios.

Os comboios de passageiros que não tenham paragem determinada no livro-horário, numa


estação encerrada, estão isentos desta formalidade, mas a hora da sua passagem será
comunicada à primeira estação aberta que informará disso à estação encerrada logo que esta
seja reaberta.

Estas horas de chegada e de partida serão mencionadas nos pedidos de avanço e ordens de
avanço, emitidas por essa estação, para efeitos de cumprimento do disposto no n.° 31.1 e 36.

No caso de encerramento prolongado, definido pelo Serviço de Transportes Ferroviários, é


dispensado o preenchimento do registo de movimento de comboios.

161. MEDIDAS A ADOTAR PELA ESTAÇÃO QUE VAI ENTRAR EM


SERVIÇO
Ao retomar o serviço, e antes de proceder a quaisquer preparativos para a circulação de
comboios, o encarregado do serviço numa estação que tiver estado encerrado durante

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Revisto em: 2012-08-01 Página 121/137
Acção:
determinado período, deverá indagar de cada uma das estações contíguas, por meio de
telegrama ou mensagem de serviço, os números dos últimos comboios, as horas a que
chegaram ou partiram e quais os comboios que estão por chegar.

As estações a que forem pedidas estas informações deverão, ao fornecê-las, acrescentar, para
conhecimento do funcionário encarregado da estação que tiver estado encerrada, quaisquer
outras informações que julgar necessário levar ao seu conhecimento para que ele possa
reassumir eficientemente o controle da circulação de comboios.

Estas dosposições terão de ser observadas antes de fazer quaisquer preparativos relacionados
com a circulação dos comboios.

161.1. FÓRMULA DOS TELEGRAMAS A TRANSMITIR

A fim de passar do período de encerramento (eclipse), para o de serviço, deve o Chefe da


estação temporária, transmitir um telegrama às estações testas de secção nos seguintes termos:

“Chefe de __________ para Chefe de __________. Vai


entrar ao serviço a partir das __________ h __________ m a
estação de __________

Indique a última partida e última chegada à sua estação, e


os números dos comboios que estão por chegar”.

Cada uma das estações testas de secção em serviço transmitirá a seguinte resposta:

“Chefe de __________ para Chefe de __________. Última


partida, N.° __________ às __________ h __________ m.

Última chegada, N.° __________ às __________ h


__________ m, estão por chegar os C __________ e N.°
__________”

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Revisto em: 2012-08-01 Página 122/137
Acção:
161.2. CHEGADA DE COMBOIOS COM ORDEM DE AVANÇO PARA A ESTAÇÃO SEGUINTE

Quando por motivo de atraso ou qualquer outro, um comboio chegar a uma estação com
telecomunicações, cujo funcionário encarregado esteja de serviço, levando esse comboio ordem
de avanço válida até uma estação mais além, o funcionário encarregado da primeira estação
assinará a ordem de avanço em poder da tripulação do comboio, em sinal de que a confirma e
de que está ao facto dos preparativos feitos para a circulação do comboio.

162. ANORMALIDADES QUE SE OPÕEM À ABERTURA DA


ESTAÇÃO
No caso de se verificar avaria de todas as comunicações ao ser retomado o serviço numa
estação que tiver estado encerrada, o funcionário encarregado do serviço não emitirá quaisquer
ordens de avanço para os comboios e a estação manter-se-á encerrada, sendo considerada
como tal, até que sejam restabelecidas as comunicações.

163. DESTINO DOS TELEGRAMAS OU MENSAGENS


Os telegramas ou mensagens referentes ao encerranento ou abertura das estações, serão
arquivados, para efeitos de conferência, juntamente com os pedidos de avanço e ordens de
avanço.

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Revisto em: 2012-08-01 Página 123/137
Acção:
ANEXO I

MODELOS DE CIRCULAÇÃO E REGISTOS

1. DISPOSIÇÕES GERAIS

1.1. Os modelos de circulação descritos no presente anexo, são documentos destinados à


transmissão de ordens (ou avisos) relativos à circulação dos comboios em obediência às normas
previstas na regulamentação geral.

1.2. Os modelos de circulação devem ser preenchidos na parte correspondente, de forma bem
visível.

1.3. Todo o agente que receba um modelo de circulação, deve conferi-lo pormenorizadamente
certificar-se das indicações nele assinaladas, tornando-se responsável pelo cumprimento das
mesmas.

1.4. Os modelos de circulação, são estabelecidos pessoalmente pelos Chefes das estações ou
funcionários encarregados, responsáveis pelo serviço da circulação de comboios.

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Revisto em: 2012-08-01 Página 124/137
Acção:
2. MODELOS E REGISTOS A UTILIZAR
Os modelos de circulação a utilizar, são os seguintes:

CFM 934 — Prorrogação do Tempo de Trabalho do Comboio de Serviço;

CFM 942 — Registo de Circulação de Comboios;

CFM 942 A — Diário da Circulação de Comboios;

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Revisto em: 2012-08-01 Página 125/137
Acção:
CFM 943 — Pedido de Avanço Simples “A”;

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Revisto em: 2012-08-01 Página 126/137
Acção:
CFM 944 — Pedido de Avanço com Cruzamento “B”;

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Revisto em: 2012-08-01 Página 127/137
Acção:
CFM 945 — Pedido de Avanço para Comboio de Serviço “C”;

RCC 3 Segurança Circulação


Revisto em: 2012-08-01 Página 128/137
Acção:
CFM 946 — Mensagem de Alteração de Cruzamento;

RCC 3 Segurança Circulação


Revisto em: 2012-08-01 Página 129/137
Acção:
CFM 946 A — Mensagem de Cancelamento de Cruzamento;

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Revisto em: 2012-08-01 Página 130/137
Acção:
CFM 947 — Ordem de Alteração de Cruzamento;

CFM 947 A — Ordem de Cancelamento de Cruzamento

RCC 3 Segurança Circulação


Revisto em: 2012-08-01 Página 131/137
Acção:
CFM 948 — Mensagem de Cancelamento das Ordens de Avanço;

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Revisto em: 2012-08-01 Página 132/137
Acção:
CFM 949 — Aviso da Situação dos Comboios;

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Revisto em: 2012-08-01 Página 133/137
Acção:
CFM 950 — Ordem de Avanço Simples “AR”;

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Revisto em: 2012-08-01 Página 134/137
Acção:
CFM 951 — Ordem de Avanço com Cruzamento “BR”

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Revisto em: 2012-08-01 Página 135/137
Acção:
CFM 952 — Ordem de Avanço para Comboio de Serviço “CR”;

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Revisto em: 2012-08-01 Página 136/137
Acção:
CFM 960 — Pedido de Socorro.

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Revisto em: 2012-08-01 Página 137/137
Acção:

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