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FACULDADE DE DIREITO
Discentes:
Nampula, 2019
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
FACULDADE DE DIREITO
Discentes:
Nampula, 2019
Lista de Abreviaturas
No – Número
Pág. – Página
III
Índice Pág.
Introdução..........................................................................................................................2
CONCEITOS GERAIS.....................................................................................................4
Conclusão........................................................................................................................11
Bibliografia......................................................................................................................12
Introdução
O presente trabalho intitulado “ análise da eficácia da criação das províncias autónomas do
ordenamento jurídico Moçambicano” da cadeira de Direito Constitucional II, visa fazer
uma sumula abordagem da eficácia de criação das ditas províncias autónomas no nosso
ordenamento jurídico, importa salientar que falar de províncias autónomas é falar a área de
um país que possui algum grau de autonomia ou liberdade de qualquer autoridade externa,
neste contexto no âmbito da circunscrição territorial provincial, esta questão vem sendo
ponto de convergências e divergências desde o ano de 2014 tendo abrolhado nas últimas
eleições presidenciais feitas em Moçambique tendo sido ideia do antigo presidente da
Perdiz, nesta senda de ideias importa ainda ressalvar que o nosso ordenamento jurídico
encontrava-se em um processo de enfraquecimento contínuo devido aos conflitos que se
vinham travando, conflitos estes que podem ser de índole político - militar, económica,
social e como forma de superar este cenário precisou-se assim empregar meios com vista a
colmatar este cenário um deles foi a conversação (diálogo), esta questão não se revelava
fecunda no seio do nosso ordenamento pois antes desta ideia de criação de províncias
autónomas, o antigo presidente do maior partido da oposição pretendia fazer a criação de
“regiões autónomas” o que seria inconstitucional nos termos do artigo 6º da CRM em que
dispõe o seguinte: “O território da República de Moçambique é uno, indivisível e
inalienável, abrangendo toda a superfície terrestre, a zona marítima e o espaço aéreo
delimitado pelas fronteiras nacionais.”, Ele pretendia fazer a divisão do nosso país em que
governaria nas regiões em que sagrou-se como vencedor tais como: Nampula, Zambézia,
Tete, Manica e Sofala foi uma questão que levantou grandes reflexões por parte dos
analistas Moçambicanos e estrangeiros. Mais falar da criação de “províncias autónomas”
em Moçambique é possível, o que de acordo com GILLES CISTAC não seria
inconstitucional, porque a própria constituição embora não evidência de forma clara já
prevê nos termos do número 4 do artigo 287 da CRM em que dispõe o seguinte: “ a lei
pode estabelecer outras categorias autárquicas superiores ou inferiores a circunscrição
territorial do município ou da povoação”, fazendo uma análise profunda verificar-se-á que
a nossa CRM já prevê a criação de províncias autónomas que consubstanciam-se em outras
autarquias locais, mas, com uma complexidade territorial relactivamente ao que se tem
observado actualmente. Não vamos apenas nos limitar em analisar apenas esta eficácia de
criação de províncias autónomas no ordenamento jurídico moçambicano, mas também
2
trazer as suas características, as suas vantagens e desvantagens e outros aspectos ligados ao
tema em alusão,
Portanto percebe-se que a feitura ou a criação de províncias autónomas constituem sem
sombra de dúvidas um dos mais importantes momentos da vida de um Estado de Direito.
Para melhor compreensão do trabalho, obedece a seguinte estrutura: Introdução,
Desenvolvimento, Conclusão e Bibliografia.
3
ANÁLISE DA EFICACIA DA CRIAÇÃO DAS PROVINCIAS AUTÓNOMAS DO
OREDENAMENTO JURÍDICO MOCAMBICANO
Conceitos Gerais
Neste trabalho procuraremos elucidar aspectos ligados a eficácia da criação das províncias
autónomas no ordenamento jurídico moçambicano, sob forma perceber melhor esta
questão seria de maior relevância, começarmos por conceituar cada elemento constante no
tema em alusão.
Análise – significa fazer o exame de cada parte de um todo, é um processo filosófico por
meio do qual se sabe dos efeitos as causas, do particular ao geral do simples ao composto,
acredita-se também que seja crítica de uma obra1.
Eficácia – qualidade do que é eficaz, eficiência força que produz o efeito desejado ao falar
de eficácia fala-se de agilidade.2
Criar – dar existência, originar, gerar, produzir, causar, alimentar sustentar, instituir,
fundar, estabelecer, promover, desenvolver, nascer.4
1
CUNHA, Celso, Dicionário Integral da Língua Portuguesa, Texto Editores, Pág. 98.
2
Idem. Pág. 475.
3
Idem. Pág. 1222.
4
Idem Pág. 439.
5
Idem Pág. 185.
4
sinónimo exacto mas outras expressões substituem como disposição hierárquica do
conjunto de leis ou sistema normativo jurídico. 6
Fazendo a união dos conceitos acima supracitados pode se perceber que falar da análise da
eficácia de criação de províncias autónomas no ordenamento jurídico moçambicano
significa falar da um exame da agilidade e qualidade da criação de circunscrições
(Províncias) com um carácter autónomo em que per si tem uma independência
administrativa, financeira dentro é um sistema normativo de Moçambique.
6
REALE, Miguel, Introdução ao Direito, 1ª edição, Pág. 354.
7
AMARAL, Diogo Freitas do, Curso de Direito Administrativo, Vol. I, 2a Edição, Livraria Almedina, Pág.
458.
8
CAUPERS, João; EIRO, Vera, Introdução ao Direito Regional, Âncora editora, 12ª edição, 2016.
5
A PROBLEMÁTICA DE CRIAÇÃO DE PROVÍNCIAS AUTÓNOMAS
EM MOÇAMBIQUE
A questão de criação de províncias autónomas vem sendo discutida desde os anos de 2014
á 2016, o que tem vindo a suscitar grandes desenfreamentos ao nível desta temática, vamos
então perceber de forma sintética esta problemática de criação de províncias autónomas em
Moçambique.
O facto de se criar este novo escalão de democracia local é importante para o país dar salto
qualitativo em termos de governamentação local. Significa que as províncias que se
tornarem autarquias locais vão ter assembleia eleita e autónoma para gerir os assuntos
provinciais, frisou Cistac, constitucionalista que não é bem visto em alguns círculos
políticos próximos do poder por alegadamente defender posições separatistas.
6
estabelecer outras categorias autárquicas superiores ou inferiores à circunscrição
territorial do município ou da povoação”.9 “Nessa senda, entende Cistac, em vez regiões
autónomas” passaria a ser denominada “províncias autónomas”, que é a designação mais
abrangente no âmbito da lei em alusão. Para tal, se houver vontade política neste sentido,
pode-se, através da lei ordinária, transformar as províncias numa autarquia local, “o que é
constitucional”. Esta ginástica, segundo Cistac, não implica a alteração da Constituição.
Continua a sua explanação referindo que a transformação da província numa autarquia do
nível da província não extingue, de forma alguma, os municípios que se encontram dentro
da província e continuam autónomos mesmo em termos das suas competências.
Diz ainda que o modelo exigido pela Renamo não dilui a essência da unidade de Estado
assim como do aparelho administrativo estadual na medida em que tudo continuaria a
funcionar no âmbito da Constituição.10
Percebe-se então que falar de províncias autónomas significa falar de circunscrições com
uma capacidade de fazer a boa gestão dos seus interesses com vista a satisfação dos fins
pelos quais prosseguem, ou seja pelos fins que levaram a sua criação.
9
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Constituição da República, (2004) in Boletim da República I série
nº115 de 12 de Junho.
7
Órgãos De Governo Das Regiões Autónomas
As assembleias legislativas das províncias autónomas são eleitas por sufrágio universal,
directo e secreto, segundo o princípio da representação proporcional geralmente. Têm
competência para, nomeadamente, aprovar o orçamento regional, o plano de
desenvolvimento económico e social e as contas da província, bem como para adaptar do
sistema fiscal nacional às especificidades da Região. Podem ainda apresentar propostas de
referendo regional e legislar em certas matérias não reservadas aos órgãos de soberania.
No entanto, no que respeita à organização e gestão dos tribunais o Governo das províncias
autónomas assume algumas competências que ao nível nacional estão atribuídas ao
Ministério da Justiça, pelo que existe nesse âmbito algum grau de autonomia (por ex., com
o estabelecimento da Direcção provincial da Administração da Justiça).
8
estão à partida excluídas, embora as províncias autónomas possam adaptar o sistema fiscal
nacional às especificidades regionais. A possibilidade de legislar no âmbito regional em
matérias de reserva relativa da Assembleia da República abrange diversos domínios (por
ex., económico, urbanístico, ambiental, etc.).
A dimensão do território;
A estabilidade político-social;
A Autonomia Política;
A atractividade da Qualidade de Vida conseguida, bem como do funcionamento
institucional;
Com as províncias autónomas os problemas da população serão resolvidos por
pessoas que melhor conhecem a sua origem, intensidade e circunstancialismo;
Proporciona uma maior participação da população das tomadas de decisões
públicas, permitindo uma governação participativa e inclusiva;
Permite um maior desenvolvimento da região, apostando nos sectores chaves da
economia;
MADEIRO, Ascensão, Províncias e Regiões Autónomas em Moçambique, 2017, disponível em :
11
9
Distribuição equitativa dos rendimentos;
Maior exercício das liberdades por parte das populações;
Aplicação mais eficiente das receitas e maior controle dos gastos públicos;
Melhor prestação dos serviços administrativos.
10
Conclusão
Após uma Heurística (Selecção de fontes) para posterior análise o grupo saiu a conclusão
que ao se falar da eficácia da análise de criação de províncias autónomas do ordenamento
jurídico Moçambicano, esta questão não tem-se revelado pacifica ao nível do nosso
ordenamento jurídico, tendo surgido na sequência das ultimas eleições gerais as ditas
eleições presidenciais do ano de 2014, em que a RENAMO por sinal o maior partido da
oposição em Moçambique através do comunicado do seu líder pretendia criar regiões
autónomas no nosso ordenamento jurídico oque considerando a constituição vigente pode
ser olhada esta ideia como inconstitucional, ou seja em Moçambique não se pode falar de
criação de regiões autónimas mas sim de províncias autónomas conforme ilustra o n o 4 do
artigo 287, em que “a lei pode estabelecer outras categorias autárquicas superiores ou
inferiores a circunscrição territorial do município ou da povoação” este artigo constitui o
objecto de discussão do nosso trabalho.
O nosso país ainda não optou fazer a criação destas províncias autónomas, para a
efectivação destas basta o legislador criar uma lei que estabelece a criação de outras
categorias autárquicas superiores aos municípios e povoações, desta feita criando as
Províncias autónomas.
Portanto, o facto de se criar este novo escalão de democracia local é importante para o país
dar salto qualitativo em termos de governamentação local. Significa que as províncias que
se tornarem autarquias locais vão ter assembleia eleita e autónoma para gerir os assuntos
provinciais.
11
Bibliografia
CUNHA, Celso, Dicionário Integral da Língua Portuguesa, Texto Editores, 2008.
AMARAL, Diogo Freitas do, Curso de Direito Administrativo, Vol. I, 2a Edição, Livraria
Almedina, Coimbra, 1998.
CAUPERS, João; EIRO, Vera, Introdução ao Direito Regional, Âncora editora, 12ª
edição, 2011.
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