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Maio 2022
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Maio 2022
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Índice
1. Introdução.................................................................................................................. 3
4. Conclusão ................................................................................................................ 13
1. Introdução
Nos termos do n.º 1 do artigo 15 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o
Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE), a Despesa Pública é todo o
dispêndio, pelo Estado, de recursos monetários ou em espécie, seja qual for a sua
proveniência ou natureza, com ressalva daqueles em que o beneficiário se encontra
obrigado à sua reposição.
No que diz respeito à metodologia usada para a realização deste trabalho, há que
salientar que se usou a técnica de pesquisa bibliográfica baseada na navegação em
websites na busca de informações constantes no desenvolvimento do mesmo. O método
analítico-sintético ajudou na análise e sintetização do que foi lido nos materiais
pesquisados.
De acordo com o n.º 2 do artigo acima indicado, constituem condições para a assunção
e realização da despesa, que ela seja legal, se encontre devidamente inscrita no
Orçamento do Estado aprovado, tenha cabimento na correspondente verba orçamental e
seja justificada quanto à sua economicidade, eficiência e eficácia.
De acordo com ANDRADE (2002:57) citado por JOÃO (2010), a contabilidade pública
só permite realizar despesas que estejam previamente autorizadas, por isso, além da
necessidade explícita, os órgãos fiscalizadores forçam os administradores dos recursos
públicos a planearem o seu orçamento o mais próximo possível da realidade, ou seja,
formalizar em relatórios, com estimativas de receitas e fixação das despesas, a fim de
cumprirem esse ditame legal.
Segundo estudos feitos pelo economista Adolph Wagner verificou que quando a
produção percapita aumenta, as actividades do Estado e seus gastos aumentam em
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proporções maiores que o produto. Para explicar a lei de expansão das despesas
públicas, Wagner recorreu a três argumentos principais:
Além do aumento tanto da dívida interna e externa, a divida pública moçambicana teve um
aumento em cerca de 80% resultado de empréstimos a credores externos.
Por sua vez, o serviço da dívida externa acompanhou a evolução da Dívida Pública, de
2006 a 2010 o serviço da dívida praticamente decresceu. Mas a partir de 2011 o serviço
da dívida quase triplicou, de cerca de US$ 60 milhões para cerca de US$ 170 milhões
em 2014, estimando-se que em 2015 tenha atingido cerca de US$ 500 milhões (Banco
de Moçambique, vários anos apud Massarongo & Chichava, 2018).
Entre os anos de 2006 e 2015, retirando a dívida oculta, a dívida pública total
moçambicana foi dos US$ 3,5 mil milhões para mais de US$ 10 mil milhões, ou seja,
triplicou, tendo como consequência o aumento da dívida comercial de 300 milhões para
2,4 mil milhões de US$, fazendo com que a dívida pública representasse 34% do PIB
(Castel-Branco e Massarongo, 2016).
A EMATUM foi constituída por escritura pública de 2 de Agosto de 2013, sob forma de
sociedade anônima, com registo inicial no BR nº 71, III Série de 5 de Setembro de 2013,
registo actualizado no BR nº 111, III Série, de 16 de Setembro de 2016, regida pelo
Código Comercial, cujo capital é de 15 milhões de meticais, divididos em 15 mil
acções, com valor nominal de mil meticais cada, e cada sócio limita a sua
responsabilidade ao valor das acções subscritas. Assim sendo, são sócios da EMATUM:
A EMATUM tem sua sede na Cidade de Maputo, Avenida Amilcar Cabral nº 1512,
sendo de âmbito nacional.
3.1.2. PROINDICUS, SA
A PROINDICUS foi constituída por escritura pública, como sociedade anónima, com
registo publicado no BR nº 2, III Série, 2º Suplemento, de 8 de Janeiro de 2013, regida
também por regras do Código Comercial, cujo capital subscrito e realizado é de 15
milhões de meticais, representado por 15 mil acções, com valor nominal de mil meticais
cada. São acionistas desta sociedade:
A MAM é uma sociedade anónima, constituída sob normas de Código Comercial, com
registo publicado no BR nº 29, III Série, Suplemento, de 10 de Abril de 2014, com sede
na Cidade de Maputo, exercendo as suas actividades em todo o território nacional. O
capital da sociedade integralmente subscrito e realizado é de 30 milhões de meticais,
representado por 30 mil acções de valor nominal de mil meticais cada uma. Esta
sociedade tem a seguinte estrutura societária:
Para que as empresas fossem elegíveis para o credito era exigível que o Estado desse os
seus avales ou garantias de que em caso de inadimplemento ou atraso no pagamento das
prestações, este (Estado) faria pagamento no lugar dos devedores.
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Deste modo as três empresas e projectos foram vinculados, sendo que o director
executivo (CEO) de todas as três empresas é o administrador do SISE, António Carlos
do Rosário, neste momento nas mãos da justiça que julga 19 arguidos envolvidos nesse
escândalo financeiro. A Privinvest (foi responsável pela pelo fornecimento dos 24
navios de pesca e seis navio patrulha e fornecimento de equipamento para a EMATUM,
MAM e Proindicus) é o principal contratante nos contratos marítimos de Moçambique
(Hanlon, 2017a).
O problema inicial, assim como tinha acontecido uma década antes com os fundos de
desenvolvimento distrital de “7 milhões”, foi ter mantido em segredo dos doadores e do
FMI (Hanlon, 2017a). Mas os “7 milhões” tinham sido pelo menos uma única linha de
orçamento; isto (dívida ocultas) era muito mais grave porque não tinha sido incluído no
orçamento do Estado e as garantias não tinham sido aprovadas pelo parlamento. Em
meados de 2016, quando os detalhes dos três projetos ainda não tinham sido divulgados,
informações disponíveis sugeriram que os empréstimos tornaram-se num “guarda-
chuva” para compras substanciais de equipamento militar (Hanlon, 2017a). E houve
acusações de que os preços, por exemplo dos barcos de pesca, foram inflacionados para
permitir comissões para várias partes do acordo (Africa Confidential, 2016).
Foi assim que Moçambique mergulhou-se numa crise econômica que foi sentida por
todos os moçambicanos, principalmente os da baixa renda, com produtos da primeira
necessidade a disparar de preços e o país perdeu a confiança da FMI e o Banco Mundial
que cortaram o seu apoio directo ao orçamento do estado.
O impacto está sendo ultrapassado gradualmente, visto que, com a detenção do Manuel
Chang em Dezembro de 2018 na África do Sul a pedido da justiça norte americana, e a
detenção de 19 arguidos acusados de lesar o Estado Moçambicano por terem se
beneficiado dos montantes das dívidas ocultas, o FMI anunciou recentemente a retoma
do financiamento ao orçamento do estado com mais de US $ 3800 milhões bem como o
Banco Mundial. Portanto, isso quer dizer que se esperam bons dias, daqui para frente.
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4. Conclusão
Referências Bibliográficas