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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E GESTÃO

Licenciatura em Ciências de Nutrição

2º Ano, Regime Modular

Disciplina: Patologia I

Desnutrição

Estudante: Rita Chaves

Maputo, Abril 2023


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E GESTÃO

Licenciatura em Ciências de Nutrição

2º Ano, Regime Modular

Disciplina: Patologia I

Desnutrição

Trabalho de Pesquisa a ser submetido


na Disciplina de Patologia I, como
requisito parcial para efeitos de
avaliação.
Docente: dr. Miguel Bica

Estudante: Rita Chaves

Maputo, Abril 2023

2
Índice págs.

1. Introdução.................................................................................................................. 1

2. Desnutrição................................................................................................................ 2

2.1. Tipos de desnutrição .............................................................................................. 3

2.2. Causas de desnutrição ............................................................................................ 4

2.3. Método de diagnóstico da desnutrição .................................................................. 5

2.4. Sintomas da desnutrição ........................................................................................ 6

2.5. Consequências da desnutrição ............................................................................... 6

2.6. Tratamento da desnutrição..................................................................................... 7

2.7. Formas de prevenção da desnutrição ..................................................................... 8

3. Conclusão .................................................................................................................. 9

Referências Bibliográficas .............................................................................................. 10

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1. Introdução

A desnutrição pode ser definida como uma condição clínica decorrente de uma
deficiência ou excesso, relativo ou absoluto, de um ou mais nutrientes essenciais. A
desnutrição é responsável por 55% das mortes de crianças no mundo inteiro. Está
associada a várias outras doenças e ainda hoje é considerada a doença que mais mata
crianças abaixo de cinco anos.

O presente trabalho surge no âmbito de avaliação na disciplina de Patologia I, lecionada


no Instituto Superior de Ciências e Gestão (INSCIG), curso de Ciências de Nutrição. O
objectivo geral é compreender tudo sobre a desnutrição e, de forma específica,
conceptualizar a desnutrição, identificar e descrever os tipos de desnutrição e analisar
vários aspectos relacionados à desnutrição.

No que concerne à metodologia, importa salientar que este trabalho foi feito mediante o
uso do método de pesquisa bibliográfica, que tem a ver com a procura de obras e artigos
científicos disponíveis em vários websites no sentido de, a posterior, sintetizar e
desenvolver o trabalho.

Quanto à organização, o presente trabalho compreende três partes fundamentais, a


saber: (i) Introdução, onde apresenta-se uma breve contextualização, objectivos,
metodologia e estrutura do trabalho; (ii) Desenvolvimento, onde descrevem-se todos
aspectos relacionados com a desnutrição e (iii) Conclusões onde, de forma breve,
apresentam-se as conclusões e a relação entre o tema e o curso de ciências de nutrição.

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2. Desnutrição

A desnutrição é um grave problema de saúde pública que afecta várias pessoas em


diferentes partes do planeta, em especial países em desenvolvimento. A desnutrição
pode afectar pessoas de qualquer idade, porém é mais preocupante quando atinge
crianças, as quais podem apresentar retardo no crescimento, queda de imunidade e até
mesmo comprometimento intelectual.

Segundo BECKER et al (2015), a desnutrição é um problema universal de saúde


pública, principalmente em países em desenvolvimento. Aproximadamente 20 milhões
de crianças menores de 5 anos de idade são subnutridas tornando-as vulneráveis a
doenças e mortes prematuras. Por isso a desnutrição pediátrica é responsável por
aproximadamente 45% de todas mortes infantis no mundo.

De acordo com RECINE e RADAELLI (s/d) a desnutrição pode ser definida como uma
condição clínica decorrente de uma deficiência ou excesso, relativo ou absoluto, de um
ou mais nutrientes essenciais. A desnutrição é responsável por 55% das mortes de
crianças no mundo inteiro. Está associada a várias outras doenças e ainda hoje é
considerada a doença que mais mata crianças abaixo de cinco anos.

Enquanto isso SANTOS (s/d) refere que a desnutrição pode ser definida como uma
deficiência nutricional decorrente da carência de nutrientes fundamentais para o
funcionamento adequado do organismo. Sua origem é complexa e pode ser
desencadeada por diferentes fatores. De maneira geral, podemos dizer que a desnutrição
ocorre devido a uma alimentação inadequada ou a uma incapacidade de absorção dos
nutrientes ingeridos.

A desnutrição pode afectar pessoas de qualquer idade, porém alguns grupos são
considerados mais vulneráveis a desenvolvê-la. No grupo de risco estão crianças com
idade inferior a cinco anos, mulheres grávidas ou amamentando, idosos, e
pacientes com doenças crônicas.

Ainda na tentativa de compreender o conceito de desnutrição, MAGALHÃES (s/d)


também refere que a desnutrição é definida como uma condição clínica decorrente de
uma deficiência, relativa ou absoluta, de um ou mais nutrientes essenciais.

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A mesma autora diz que a desnutrição ocorre quando o organismo não recebe os
nutrientes necessários para o seu metabolismo adequado. É uma doença com múltiplas
causas, de entendimento complexo e com raízes na pobreza. É um resultado de factores
sociais, econômicos e patológicos.

Esta autora, afirma que a desnutrição é um grave problema de saúde pública em todo o
mundo, sendo mais observada em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.

A desnutrição pode se iniciar no útero e se estender à vida adulta. Os bebês de baixo


peso que sofreram retardo de crescimento intrauterino já nascem desnutridos e com
risco de morte.

O que difere a posição desta autora dos demais é que ela afirma que as crianças são as
mais afectadas enquanto os outros são mais abrangentes. Para ela, a desnutrição
infantil origina graves consequências para o crescimento e desenvolvimento das
crianças. A desnutrição infantil está directamente relacionada às condições de vida das
famílias de baixa renda. A desnutrição é responsável por 55% das mortes de crianças até
os cinco anos em todo o mundo.

Após as várias definições e afirmações defendidas pelos autores anteriormente citados,


pode-se compreender que eles são unânimes ao afirmar que a desnutrição é um
problema de saúde pública decorrente da carência de nutrientes fundamentais para o
funcionamento adequado do organismo. Também deu para perceber que a maioria dos
autores afirmam que a desnutrição é responsável por 55% das mortes de crianças
menores de 5 anos em todo o mundo.

2.1. Tipos de desnutrição

A pobreza está muito relacionada à desnutrição, sendo essa deficiência nutricional mais
comum em países em desenvolvimento como é o caso de Moçambique.

A desnutrição pode apresentar-se de forma mais leve, que não coloca o paciente em
risco, e também de forma mais grave, sendo esse último caso muito preocupante.

Segundo SANTOS (s/d) e MAGALHÃES (s/d), entre as formas graves, existe


o kwashiorkor (Desnutrição protéica), o marasmo nutricional (Desnutrição calórica ou
marasmo), e ainda uma forma mista denominada kwashiorkor-marasmática.

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 Desnutrição calórica ou marasmo: este tipo de desnutrição ocorre em pessoas
que consomem uma quantidade de alimentos escassa, isto é, que não comem o que
deveriam. Provoca atrasos no crescimento das crianças, perda de tecido adiposo e
magreza extrema, que pode inclusivamente chegar a ser considerada caquexia. Outras
consequências são o cansaço generalizado e o baixo rendimento laboral e académico.

 Desnutrição proteica: a desnutrição proteica ocorre em pessoas cuja dieta


apenas contém proteína e que se alimentam, sobretudo, de carboidratos. Este tipo de
desnutrição causa uma menor resistência do corpo às infeções, hérnias abdominais,
alterações na pele, problemas hepáticos

 Desnutrição proteica-marasmática: é a forma mista, isto é, existe falta de


fontes energéticas e proteínas neste tipo de desnutrição.

Segundo mesmos autores, a desnutrição também pode ser classificada em função


da relação entre o peso e o tamanho:

 Desnutrição aguda leve: aqui o peso é normal para a idade da pessoa, mas o
tamanho é inferior ao normal.

 Desnutrição aguda moderada: uma pessoa com este tipo de desnutrição pesa
menos do que deveria para a sua estatura.

 Desnutrição aguda grave: neste caso, o peso está muito abaixo do que seria
suposto (é inferior a 30% do normal) e as funções corporais vão-se alterando. Trata-se
de uma situação crítica, com elevado risco de morte para a pessoa que sofre desta
doença.

 Carência de vitaminas e minerais: quando ocorre esta situação, a pessoa não é


capaz de levar a cabo as suas tarefas diárias devido ao cansaço, a defesas baixas que
favorecem o aparecimento de infeções ou a dificuldades de aprendizagem.

2.2. Causas de desnutrição

De acordo com RECINE e RADAELLI (s/d), SANTOS (s/d) e MAGALHÃES (s/d), a


desnutrição pode apresentar carácter primário ou secundário, ou seja, causas primárias
ou secundárias, dependendo da causa que a promoveu.

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 Causas primárias: Alimentação inadequada. A pessoa tem uma alimentação
quantitativa ou qualitativamente insuficiente em calorias e nutrientes.
 Causas secundárias: Alguma condição faz com a ingestão de alimentos não seja
suficiente para atender as necessidades energéticas do organismo. Ocorre associada à
presença de verminoses, câncer, anorexia, infecções, intolerância alimentar, digestão e
absorção deficiente de nutrientes.

Os mesmos autores referem que a desnutrição também pode ser causada por:

 Desmame precoce – O desmame precoce pode causar desnutrição em crianças


entre 0 e 2 anos de idade. De modo geral, o desmame se dá em torno de duas semanas
ou num período menor do que três meses de idade. A alimentação introduzida
normalmente é insuficiente para satisfazer as necessidades dos lactentes entre famílias
de baixo poder aquisitivo. Além disso, as condições sanitárias insatisfatórias e práticas
inadequadas de higiene acompanham a desnutrição, o que favorece a ocorrência de
parasitoses, infecções e diarreia. O apetite diminui por causa das dores abdominais e às
vezes da febre. A criança passa a comer menos do que o normal e provavelmente menos
do que precisa para ter um crescimento e desenvolvimento normais.
 Socioeconômicos – Crianças provenientes de famílias de baixa renda
apresentam um risco maior relacionado a deficiências alimentares. Além disso,
condições sanitárias precárias contribuem para o aparecimento de infecções, parasitoses
e da desnutrição.
 Culturais – Factores culturais influenciam muito o consumo de alimentos.
Mitos, crenças e tabus podem interferir negativa ou positivamente nos aspectos
nutricionais, sendo mais comuns os prejuízos que os benefícios.
 Renda e disponibilidade de alimentos – Quanto mais alta a renda, maior é o
gasto com hortaliças, frutas e outros elementos variados. A dieta, é claro, tem melhor
qualidade. Quanto menor a renda, maior o comprometimento tanto da qualidade quanto
da quantidade de alimentos consumidos.

2.3. Método de diagnóstico da desnutrição

Autores como RECINE e RADAELLI (s/d), SANTOS (s/d) e MAGALHÃES (s/d),


foram unânimes ao afirmar que existem diversos métodos de diagnosticar a desnutrição.
Eles vão desde uma avaliação clínica (observação de características como peso, altura e

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idade) até uma completa avaliação do estado nutricional do paciente, incluindo, além da
análise clínica, dados sobre alimentação, avaliação bioquímica e imunológica, avaliação
metabólica e diagnóstico nutricional. Os profissionais capacitados para fazer tal
diagnóstico são o nutricionista e o médico.

Ou por outras palavras, a desnutrição é diagnosticada analisando-se o quadro clínico


do paciente e observando-se características como peso, altura e idade. O IMC é uma
das formas de diagnosticar-se a desnutrição. Exames laboratoriais podem ajudar no
diagnóstico, uma vez que ajudam a determinar alguns nutrientes que estejam faltando
no organismo.

2.4. Sintomas da desnutrição

Segundo SANTOS (s/d) a desnutrição pode apresentar-se de forma leve até grave,
sendo esta última a mais perigosa, podendo até mesmo levar à morte. O principal
sintoma da desnutrição é uma acentuada perda de peso. Acompanhado a isso, temos
uma diminuição da disposição e também da capacidade de realizarmos atividades
do dia a dia.

Podem ocorrer ainda alterações no cabelo e na pele, alterações psicológicas, como


tristeza e apatia, alterações ósseas, anemia, entre outras manifestações. Vale salientar,
ainda, que a pessoa com desnutrição fica mais sujeita a infecções devido ao
comprometimento de suas defesas.

2.5. Consequências da desnutrição

Segundo RECINE e RADAELLI (s/d), SANTOS (s/d) e MAGALHÃES (s/d), a


desnutrição leva a uma série de alterações na composição corporal e no funcionamento
normal do organismo. Quanto mais grave for o caso, maiores e também mais graves
serão as repercussões orgânicas. As principais alterações são:

 Grande perda muscular e dos depósitos de gordura, provocando debilidade


física.
 Emagrecimento: peso inferior a 60% ou mais do peso ideal (adultos) ou do peso
normal (crianças).
 Desaceleração, interrupção ou até mesmo involução do crescimento.

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 Alterações psíquicas e psicológicas: a pessoa fica retraída, apática, estática,
triste.
 Alterações de cabelo e de pele: o cabelo perde a cor (fica mais claro), a pele
descasca e fica enrugada.
 Alterações sanguíneas, provocando, dentre elas, a anemia.
 Alterações ósseas, como a má formação.
 Alterações no sistema nervoso: estímulos nervosos prejudicados, número de
neurônios diminuídos, depressão, apatia.
 Alterações nos demais órgãos e sistemas respiratório, imunológico, renal,
cardíaco, hepático, intestinal etc.

A pessoa desnutrida fica mais sujeita a infecções, por causa da perda muscular e,
especialmente, da queda nas defesas corporais.

Todos esses problemas são mais graves nas crianças de 0 a 5 anos de idade, porque elas
são mais vulneráveis biologicamente e mais dependentes do ponto de vista social e
econômico. Convém lembrar ainda que nesse período da vida o crescimento e
desenvolvimento físico e mental são muito acentuados.

Outros efeitos da desnutrição são o aumento da morbidade e da mortalidade, além de


hospitalização e convalescência prolongadas.

Uma população desnutrida representa também maiores gastos em saúde para o país,
desde os cuidados primários até a internação.

Além disso, é mais difícil para essa população conseguir emprego, o que acarreta
problemas socioeconômicos que podem agravar ainda mais o quadro da desnutrição em
todo o país, gerando um ciclo vicioso.

2.6. Tratamento da desnutrição

Segundo SANTOS (s/d), o tratamento da desnutrição apresenta como objectivos:


fornecer os nutrientes necessários para o organismo funcionar adequadamente, garantir
o aumento de peso e tentar reverter os problemas desencadeados pela desnutrição. O
paciente então será orientado sobre os alimentos que deve ingerir e deverá seguir uma
dieta que garanta a reposição e manutenção das reservas de nutrientes. Médicos e
nutricionistas são essenciais nesse contexto.

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De acordo com RECINE e RADAELLI (s/d) e MAGALHÃES (s/d), o tratamento da
desnutrição varia de acordo com a gravidade da doença. De modo geral envolve as
seguintes acções: eliminar as causas da desnutrição e propiciar condições no tempo
necessário para que o organismo possa ser recuperar.

Isto quer dizer que no tratamento busca-se recuperar o estado nutricional da pessoa, com
objectivo de normalizar o seu metabolismo. Para isso, são fornecidos os nutrientes
necessários na alimentação.

Em crianças, o tratamento busca também recuperar as suas condições normais de


crescimento e ganho de peso. A alimentação saudável é a melhor forma de prevenir a
desnutrição.

Segundo RECINE e RADAELLI (s/d) Existem recomendações gerais que ajudam no


tratamento de desnutridos: uma dieta específica para o caso, aliada a uma educação (ou
reeducação) alimentar; orientações sobre higiene alimentar e pessoal; e a participação
familiar e comunitária nesse processo.

2.7. Formas de prevenção da desnutrição

Segundo RECINE e RADAELLI (s/d), as principais maneiras de prevenir a desnutrição


são:
 Orientar correctamente a população a respeito do aleitamento materno, através
da formação de profissionais de saúde e educadores capacitados.
 Divulgar informações práticas sobre o conceito de alimentação saudável em
locais e em meios de comunicação de fácil acesso à população.
 Realizar programas governamentais de suplementação alimentar que atinjam
todo o país e, especialmente, os mais necessitados.

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3. Conclusão

O presente trabalho pretendia compreender tudo sobre a desnutrição. Por isso, após a
realização deste trabalho foi possível chegar a seguintes conclusões:

 A desnutrição é um problema de saúde pública decorrente da carência de


nutrientes fundamentais para o funcionamento adequado do organismo;
 A desnutrição pode apresentar-se de forma mais leve, que não coloca o paciente
em risco, e também de forma mais grave, sendo esse último caso muito preocupante;
 A desnutrição pode apresentar carácter primário ou secundário, ou seja, causas
primárias ou secundárias, dependendo da causa que a promoveu;
 A desnutrição é diagnosticada analisando-se o quadro clínico do paciente e
observando-se características como peso, altura e idade;
 O principal sintoma da desnutrição é uma acentuada perda de peso;
 A desnutrição leva a uma série de alterações na composição corporal e no
funcionamento normal do organismo. Quanto mais grave for o caso, maiores e também
mais graves serão as repercussões orgânicas;
 O tratamento da desnutrição varia de acordo com a gravidade da doença. De
modo geral envolve as acções como eliminar as causas da desnutrição e propiciar
condições no tempo necessário para que o organismo possa ser recuperar e;
 As formas de prevenção da desnutrição centram-se na propagação da informação
para as populações no sentido de tomarem conhecimentos e, assim, preveni-la.

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Referências Bibliográficas

Ajuda em Acção. (2018). Tipos de Desnutrição e seus efeitos. Madrid: AECID

MAGALHÃES, Lana. (s/d). Desnutrição. Amazonas: UEA

RECINE, Elisabetta e RADAELLI, Patrícia. (s/d). Obesidade e Desnutrição. Brasília:


NUT/FS/UnB – ATAN/DAB/SPS

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. (s/d). Desnutrição. Brasilia

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