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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO PRIVADO DA CATEPA

(Aprovado por decreto nº 132/17 de 19 de Junho)


DEPARTAMENTO DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

FACTORES DE RISCOS, FORMAS DE TRANSMISSÃO E


PREVENÇÃO DA FEBRE TIFÓIDE: Um estudo de Saúde Pública
realizado em Setembro de 2022, no bairro da Catepa, zona 4/Malanje.

LAVÍNIA MARCELINO GOMES

MALANJE, 2023
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO PRIVADO DA CATEPA
(Aprovado por decreto nº 132/17 de 19 de Junho)
DEPARTAMENTO DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

FACTORES DE RISCOS, FORMAS DE TRANSMISSÃO E


PREVENÇÃO DA FEBRE TIFÓIDE: Um estudo de Saúde Pública
realizado em Setembro de 2022, no bairro da Catepa, zona 4/Malanje.

LAVÍNIA MARCELINO GOMES

MALANJE, 2023
LAVÍNIA MARCELINO GOMES

FACTORES DE RISCOS, FORMAS DE TRANSMISSÃO E PREVENÇÃO DA


FEBRE TIFÓIDE: Um estudo de Saúde Pública realizado em Setembro de 2022, no bairro
da Catepa, zona 4/Malanje.

Trabalho de fim de Curso apresentado ao Instituto


Superior Politécnico Privado da Catepa, como requisito
parcial para a conclusão da Licenciatura em Análises
Clínicas e Saúde Pública, sob orientação da Professora
Filipa Gaspar Clemente.

MALANJE, 2023
FOLHA DE APROVAÇÃO

LAVÍNIA MARCELINO GOMES

FACTORES DE RISCOS, FORMAS DE TRANSMISSÃO E PREVENÇÃO DA FEBRE


TIFÓIDE: UM ESTUDO DE SAÚDE PÚBLICA REALIZADO EM SETEMBRO DE 2022,
NO BAIRRO DA CATEPA, ZONA 4/MALANJE.

Trabalho de fim de Curso apresentado ao Instituto Superior Politécnico Privado da Catepa, como
requisito parcial para a conclusão da Licenciatura em Análises Clínicas e Saúde Pública, sob
orientação da Professora Filipa Gaspar Clemente.

Aprovado ao: __/__/____

_______________________________________________
Coordenação do curso de Análises Clínicas e Saúde Pública
À minha família, que suportam as minhas ausências
em casa às noites, e algumas desatenções naqueles
momentos que tenho de me isolar para estudar.
AGRADECIMENTOS

Primeira mente o extensivo agradecimento é a Deus, Pai Todo Poderoso, pelo dom da vida,
dando-me luzes nas horas em que penso que tudo está perdido e escuro, mas com Ele venci e
hoje tenho este material graças ao Senhor;

Aos meus familiares que me deram apoio moral, financeiro e psicológica com dedicação e
paciência ajudaram-me a chegar onde cheguei hoje, dando seu contributo para que este
trabalho se tornasse numa realidade.

Aos meus colegas que incondicionalmente estiveram comigo em todos os momentos, bons e
ruins, o meu muito obrigado;

Sem esquecendo o extensivo agradecimento vai também para a minha tutora que tanto
apoiou-me e meteu as suas mãos no presente trabalho;

A todos aqueles que de forma direita e indirecta, contribuíram para que este trabalho se
tornasse possível.
Nunca te glorifiques no dia da sua vitória, pós as
obras de Deus são maravilhosas, mas misteriosas
aos olhos dos homens.
``Bem Será 5:3´´
RESUMO

A febre tifóide tem sido sempre um grande problema de saúde pública, principalmente para
população de baixa renda; por isso que o tema deste trabalho foi sobre factores de riscos,
formas de transmissão e prevenção da febre tifóide: um estudo de saúde pública realizado em
Setembro de 2022, no bairro da Catepa, zona 4 em Malanje, e teve como objectivo principal
de se estimar o nível de conhecimento sobre os seus factores de riscos, bem como as formas
de transmissão e prevenção; aplicando método descritivo com abordagem quantitativa, com a
técnica de entrevista; e os resultados obtidos realçaram que, a maioria da população estudada
era da faixa etária dos 18 aos 28 anos de idade, com uma representatividade de 67.5%; as
mulheres representaram os 50.5% de toda amostra, ocupando a maior cifra; apesar do estudo
revelar 25% ser analfabetos; o que poderia estar relacionado com este facto, porém, existindo
população do 2º ciclo, 90-95 por cento não sabiam nada sobre os factores de riscos, modo de
transmissão nem de prevenção da FT. Portanto, a população estudada, carece de
conhecimentos sobre a febre tifóide, e isto contribui para sério problema à saúde pública.
Palavras-chave: Febre tifóide. Factores de riscos. Transmissão. Prevenção. População.
ABSTRACT
Typhoid fever has always been a major public health problem, especially for low-income
populations; This is why the theme of this work was about risk factors, transmission methods
and prevention of typhoid fever: a public health study carried out in September 2022, in the
neighborhood of Catepa, zone 4 in Malanje, and whose main objective was to estimate the
level of knowledge about its risk factors, as well as the forms of transmission and prevention;
applying a descriptive method with a quantitative approach, with the interview technique; and
the results obtained highlighted that the majority of the studied population was aged between
18 and 28 years old, with a representativeness of 67.5%; women represented 50.5% of the
entire sample, occupying the highest number; despite the study revealing that 25% are
illiterate; which could be related to this fact, however, since there is a population of the 2nd
cycle, 90-95% did not know anything about the risk factors, mode of transmission or
prevention of TF. Therefore, the studied population lacks knowledge about typhoid fever, and
this contributes to a serious public health problem.
Keywords: Diagnosis. Typhoid fever. Risk factors. Transmission. Prevention. Population.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição dos populares do bairro da Catepa em Malanje Zona 4, no período de


estudo, de acordo com a faixa etária......................................................................................... 27

Tabela 2: Caracterização da amostra, de acordo ao género dos populares entrevistados. ....... 28

Tabela 3: Distribuição da população, no período de estudo, de acordo ao nível académico. .. 28

Tabela 4: Distribuição da população segundo os conhecimentos sobre os factores de


riscos da febre tifóide. ............................................................................................................ 29

Tabela 5: Distribuição da população segundo os conhecimentos do modo de transmissão da


febre tifóide............................................................................................................................... 29

Tabela 6: Distribuição da polução em estudo segundo os conhecimentos das medidas de


prevenção sobre a febre tifóide. ................................................................................................ 30
LISTA DE ABRVEATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

ACSP: Análises Clínica e Saúde Pública

%: percentagem

ONU: Organizações das Nações Unidas

OMS: Organização Mundial da Saúde

ISCAT: Instituto Superior da Catepa

FT: Febre Tifóide

Covid-19: Doença por coronavirus 19

˃: Maior
SUMÁRIO

Introdução ............................................................................................................................... 13

Objectivo Geral..................................................................................................................... 14

Objectivos Específicos ......................................................................................................... 14

CAPÍTULO I- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................... 15

1.1 Definição de termos e conceitos ................................................................................ 15

1.1.1. Conhecimento ..................................................................................................... 15

1.1.2 Febre tifóide........................................................................................................ 15

1.1.3 População ........................................................................................................... 15

1.2 Etiologia da Febre tifóide........................................................................................... 16

1.3 Modo de transmissão da Febre tifóide ....................................................................... 16

1.3.2 Período de Incubação da Febre tifóide ............................................................... 17

1.3.3 Período de Transmissibilidade da Febre tifóide ................................................. 17

1.3.4 Susceptibilidade e Resistência ............................................................................ 17

1.4 Patogenia da Febre tifóide ......................................................................................... 17

1.4.2 Período invasivo ou inicial ................................................................................. 18

1.4.3 Período de estado ................................................................................................ 18

1.4.4 Período de declínio ............................................................................................. 18

1.4.5 Período de convalescença ................................................................................... 18

1.4.6 A Salmonelose septicémica prolongada ............................................................. 18

1.5 Sinais e sintomas da Febre tifóide ............................................................................. 19

1.6 Complicações da Febre tifóide................................................................................... 19

1.6.2 Complicações Digestivas: .................................................................................. 19

1.6.3 Complicações Não digestivas: ............................................................................ 20

1.7 Diagnóstico ................................................................................................................ 21

1.7.2 Diagnóstico Laboratorial .................................................................................... 21

1.8 Diagnóstico Diferencial ............................................................................................. 22


1.9 Prevenção da Febre tifóide......................................................................................... 22

CAPÍTULO II- FUNDAMENTAÇÃO MEODOLÓGICA ................................................ 24

2.1 Caracterização do campo de estudo ........................................................................... 24

2.2 Modelo de pesquisa ................................................................................................... 24

2.3 População e amostra .................................................................................................. 25

2.3.1 Tipo de amostra .................................................................................................. 25

2.3.2 Critério de inclusão e Exclusão .......................................................................... 25

2.4 Características dos participantes da pesquisa ............................................................ 25

2.5 Técnica, instrumentos e procedimentos ..................................................................... 26

2.5.1 Técnica................................................................................................................ 26

2.5.2 Procedimentos e instrumentos ............................................................................ 26

CAPÍTULO III- APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS


RESULTADOS. ...................................................................................................................... 27

Conclusão ................................................................................................................................ 31

Recomendações finais ............................................................................................................. 32

Bibliografia.............................................................................................................................. 33
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Introdução

O baixo nível de conhecimento e baixo nível de instrução sobre as doenças faz com que as
pessoas não saibam como prevenir-se da mesma. Os sintomas e o diagnóstico da febre tifóide,
tem levado as pessoas muitas vezes a intoxicarem-se com fármacos, por tratarem a doença por
três meses ou mais, sem que a mesma apresenta qualquer melhoria.

Acomete com maior frequência a faixa etária entre 15 e 45 anos de idade em áreas endémicas.
A taxa de ataque diminui com a idade. Observando-se o comportamento da febre tifóide no
Sul de África, nas últimas décadas, constata-se uma tendência de declínio nos coeficientes de
incidência e letalidade, mas em Angola a taxa ainda é muito significativa.

Em Angola a epidemia tem causado muita morbilidade e mortalidade que as vezes morrem
sem serem diagnosticados por apresentar sintomas semelhantes a outras doenças e receberem
diagnósticos diferentes. Outros têm a doença, mas são tratados com fármaco anti-palúdico.
Outro factor importante que aumenta a mortalidade é a chegada tardia para receber a
assistência médico-medicamentosa.

O constante surgimento de epidemias em Angola deve-se às dificuldades de acesso entre os


municípios e a capital da província, à destruição da rede sanitária e à sua aproximação com os
países vizinhos onde diariamente se deslocam pessoas que vivem em condições precárias
vulneráveis.

Cá na nossa província a doença vem sempre ceifando vidas. O saneamento básico em certos
bairros é deficitário e isso favorece muito na propagação da febre tifóide.

Tem sido sempre um grande problema de saúde pública principalmente para população de
baixa renda. Portanto, é bastante essencial que se conheça o impacto daquelas enfermidades
que o baixo nível de conhecimento sobre elas por parte da população, tem feito com que
aumente a incidência, visto que a doença está relacionada com as mãos, alimentos, água e
saneamento básico. E desde sempre essa doença constitui um problema de saúde pública a
nível mundial, e particularmente em Angola. Este tema é de suma importância, uma vez que
dominando bem sobre essa enfermidade e aplicando medidas simples, no que diz respeito ao
seu modo de transmissão, as pessoas saberão melhor como se prevenir-se e facilitará na
diminuição dos seus casos, principalmente nas zonas suburbanas.

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O que mais chama atenção é que no dia-a-dia tem-se escutado muitas conversas sobre a febre
tifóide relacionada com a contaminação, com diversos relatos como: não posso comer isso ou
aquilo por causa da febre tifóide, o exame Vidal está sempre positivo há um ano, entretanto
nota-se uma instabilidade ou mesmo falta de conhecimento sobre a enfermidade. Notou-se
que há carência de estudos voltados ao tema, que possam posteriormente fazer com que os
populares aumentem os seus conhecimentos.

De acordo com o anterior anuncia-se o problema seguinte:

 Qual é o nível de conhecimento sobre os factores de riscos, bem como as formas de


transmissão e prevenção da Febre Tifóide, na população do bairro da Catepa zona 4/
Malanje?

Define-se como objecto de estudo: Febre Tifóide (FT) e como campo de acção: o nível de
conhecimento sobre os seus factores de riscos, bem como as formas de transmissão e
prevenção na população do bairro da Catepa zona 4 em Malanje, estudo realizado em
Setembro de 2022.

Com base no problema anterior formulam-se os objectivos seguintes:

Objectivo Geral

 Estimar o nível de conhecimento sobre os factores de riscos, formas de transmissão e


prevenção da Febre Tifóide, na população do bairro da Catepa zona 4 em Malanje, um
estudo realizado no mês de Setembro de 2022.

Objectivos Específicos

1. Caracterizar a amostra, de acordo ao sexo, género e nível académico da população


estudada, no bairro da Catepa zona 4 em Malanje, no mês de Setembro de 2022;

2. Constatar os conhecimentos sobre os factores de riscos da febre tifóide, na população em


estudo;

3. Avaliar os conhecimentos sobre o seu modo de transmissão;

4. Valorizar os conhecimentos sobre o modo de prevenção da febre tifóide, pelos populares


estudados.

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CAPÍTULO I- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo estão abordados os conceitos, termos e resultados científicos importantes


obtidos durante a pesquisa.

1.1 Definição de termos e conceitos

1.1.1. Conhecimento
É uma palavra proveniente do latim «coggnescere», ato ou efeito de conhecer. É aquilo que se
sabe de algo ou de alguém. (Aurélio, 2019).

É uma relação que se estabelece entre o sujeito e o objecto, constituído na apropriação


intelectual de um conjunto de dados empíricos ou ideias com a finalidade de dominá-los para
entendimento e elucidação da realidade, onde o sujeito aprende um objecto e torna-o presente
aos sentidos ou à inteligência. (APOSTILA, 2014)

Define-se conhecimento como ter noção de alguma coisa, saber de algo.

1.1.2 Febre tifóide


Uma doença endémica infecto-contagiosa, bacteriana aguda, de gravidade variável que se
caracteriza por sinais e sintomas proeminentes. (Alvarez, 2015).

A febre tifóide é qualquer infecção causada pela bactéria Salmonella typhi que cause
sintomas. Os sintomas variam de ligeiros a graves e têm geralmente início entre 6-30 dias
após exposição à bactéria. É uma enfermidade infecciosa aguda, febril que se conhece
também como febre entérica produzida pela Salmonella Typhi. (Roca, 2017).

1.1.3 População
Em sociologia se define como um conjunto de pessoas adscritas a um determinado espaço,
num dado tempo. (Pierre, 2014).

Em biologia define-se população como um conjunto de indivíduos da mesma espécie que


vive numa mesma área num determinado período. (Pierre, 2014).

Em Estatística define-se população como o conjunto de todos os elementos ou resultados


sob investigação. (Pierre, 2014).

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1.2 Etiologia da Febre tifóide

O agente etiológico da febre tifóide é uma bactéria com morfologia de bacilo Gram-negativo,
móvel e anaeróbio facultativo, denominada Salmonella typhi, subespécie entérica sorotipo
typhi, pertencente à família Enterobacteriaceae. Essa bactéria possui alta infectividade, baixa
patogenicidade e alta virulência, o que explica a existência de portadores (fontes de infecção
não doentes) que desempenham importante papel na manutenção e disseminação da doença
na população.

Os outros sorotipos de salmonelas encontram-se amplamente disseminados no reino


animal, e salmonelas foram isoladas em quase todas as espécies, como aves,
mamíferos, répteis, anfíbios e insectos. A infecção por salmonela no homem
geralmente ocorre pela ingestão de produtos animais contaminados, comummente
ovos, aves e carne (Roca, 2017).
Em concordam com (Roca, 2017) a febre tifóide é causada pala bactéria Salmonella Typhi,
também denominada Salmonella enterica serotipo Typhi, que se desenvolve em intestinos e
no sangue. A bactéria é geralmente transmitida pela ingestão de alimentos ou água
contaminados com as fezes de uma pessoa infectada.

A doença, causada pela bactéria Gram-negativa Salmonella typhi, WHO (2018).

1.3 Modo de transmissão da Febre tifóide

São possíveis duas formas de transmissão da febre tifóide:

• Directa: pelo contacto directo com as mãos do doente ou portador.

• Indirecta: guarda estreita relação com a água (sua distribuição e utilização) e alimentos, que
podem ser contaminados com fezes ou urina de doente ou portador. A contaminação dos
alimentos é verificada, geralmente, pela manipulação feita por portadores ou
oligossintomáticos, sendo a febre tifóide conhecida, por isso, como a “doença das mãos
sujas”.

Os legumes irrigados com água contaminada, produtos do mar mal cozidos ou crus (moluscos
e crustáceos), leite e derivados não pasteurizados, produtos congelados e enlatados podem
veicular salmonelas.

É transmitida por meio do consumo oral de uma porção patogénica da bactéria, na maioria das
vezes em alimentos ou água infectados. Também pode ser disseminada por meio de contacto
pessoal, devido a práticas não higiénicas, e pela contaminação do abastecimento de água.
WHO (2018).

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1.3.2 Período de Incubação da Febre tifóide


Depende da dose infectante, comummente de uma a três semanas (duas semanas em média).

1.3.3 Período de Transmissibilidade da Febre tifóide


A transmissibilidade se mantém enquanto existirem bacilos sendo eliminados nas fezes ou
urina, o que ocorre, geralmente, desde a primeira semana da doença até o fim da
convalescença. A transmissão, após essa fase, dá-se por períodos variáveis, dependendo de
cada situação. Sabe-se que cerca de 10% dos doentes continuam eliminando bacilos até três
meses após o início da doença.

1.3.4 Susceptibilidade e Resistência


A susceptibilidade é geral e é maior nos indivíduos com acloridria gástrica, idosos e
imunodeprimidos. A imunidade adquirida após a infecção ou vacinação não é definitiva.

Geralmente a febre tifóide é transmitida através da ingestão de alimentos ou água


contaminada ou então pelo contacto directo com a saliva do portador em um espirro,
beijo ou pela partilha de talheres e copos. É importante, por tanto separar talheres e
copos para a pessoa infectada. Seu agente causador é classificado como uma bactéria
de alta infectividade, baixa patogenicidade e alta virulência. (Cecil, Medicina
Interna. Infecções por Salmonela,2583., 2017)
Existem dois modos de transmissão e afirmam que os principais elementos na transmissão são
alimentos, líquidos, mão e a boca, importante dizer que transmissão da Febre tifóide é
digestiva (fecal-oral). O período de incubação será aquele que transcorre desde que o
individuo entra em contacto com o agente patogénico, isto é, Salmonela Typhi até aparecer os
primeiros sinais e sintomas não específicos da febre tifóide.

1.4 Patogenia da Febre tifóide

Após a ingestão da Salmonella entérica sorotipo Typhi, ocorre a penetração na mucosa


intestinal que se agrava com acloridria ou hipocloridria têm diminuído a protecção conferida
pela acidez gástrica, estando, assim, mais susceptíveis a essa infecção. Decorrido um período
de incubação de 7-21 dias, ocorre a disseminação hematogênica para o fígado, baço e medula
óssea, onde as salmonelas penetram nas células histiocitárias. A febre e os calafrios reflectem
a bacteremia desde o início. A colonização da vesícula biliar propicia a eliminação de
salmonelas a partir da terceira semana de doença. Há reacção inflamatória em todos os locais
onde existe a proliferação bacteriana no interior dos macrófagos. A febre e outros sintomas
sistémicos parecem ser devido a defesa protagonizadas pelas células de defesa que libertam as
interleucinas (acúmulo de tecido linfóide presente na mucosa intestinal A hiperplasia das
placas de Peyer e com ulceração da mucosa, é responsável pelas manifestações intestinais,
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como dor abdominal, diarreia, sangramento ou perfuração intestinal. Daí surgem os outros
períodos:

1.4.2 Período invasivo ou inicial


Após um período de incubação de 7-21 dias, sintomas inespecíficos como febre, calafrios,
cefaleia, astenia e tosse seca vão aumentando de intensidade progressivamente, acarretando
febre alta, prostração e calafrios, mais constantes ao final da primeira semana.

Nessa fase, a hemocultura geralmente é positiva, sendo o principal exame complementar para
a confirmação laboratorial do diagnóstico.

1.4.3 Período de estado


Na segunda semana de doença, a febre atinge um platô e se faz acompanhar de astenia
intensa, ou mesmo, torpor. O nível de consciência pode se alterar, havendo delírios e
indiferença ao ambiente (typhus). Na mucosa dos pilares anteriores da boca, podem aparecer
pequenas ulcerações de 5 a 8mm de diâmetro (úlceras de Daguet), sendo essas de ocorrência
rara. Pode-se observar a presença da dissociação pulso-temperatura (frequência de pulso
normal em presença de febre elevada), hepatoesplenomegalia, dor abdominal difusa ou
localizada em quadrante inferior direito. Poderá haver diarreia, sobretudo em crianças, sendo
frequente, entretanto, a constipação intestinal.

1.4.4 Período de declínio


Nos casos de evolução favorável, observa-se, durante e após a quarta semana de doença, uma
melhora gradual dos sintomas e o desaparecimento da febre. Entretanto, deve-se estar atento a
complicações como trombose femoral, abscessos ósseos e recorrência da doença.

1.4.5 Período de convalescença


Nessa fase, o doente mostra-se emagrecido e extremamente fraco, adinâmico, podendo haver
descamação da pele e queda de cabelos.

1.4.6 A Salmonelose septicémica prolongada


Trata-se de entidade clínica distinta da febre tifóide, que pode acontecer em doentes com
esquistossomose. Como as salmonelas têm nos helmintos um local favorável para a sua
proliferação, o tratamento antiesquistossomótico parece favorecer a cura da salmonelose.

Os períodos citados são considerados, actualmente, como divisões artificiais ou


académicas, graças às várias formas de apresentação entre os doentes e à ausência,
na prática clínica, de limites bem definidos entre um período e outro, assim como

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pelo uso precoce ou mesmo indiscriminado de antimicrobianos. (Manual Integrado


de Vigilância e Controle da Febre Tifóide 13, 2015).

1.5 Sinais e sintomas da Febre tifóide

Sintomas na primeira semana:

Febre alta (40 graus); Forte diarreia; Mal-estar; Tosse seca; Dor de cabeça; Dor de barriga.

Outros sintomas que ocorrem a partir da segunda semana são: Abdómen sensível; Agitação
motora; Manchas rosadas pelo corpo (roséola); Hepatoesplenomegalia; Obstipação; Fezes
com sangue; Calafrios; Confusão mental; Delírio; Humor instável; Sangramento do nariz;
Exaustão; Fraqueza muscular (miastenia).

Estes são os principais sintomas da febre tifóide, febre alta, cefaleia, mal-estar geral,
dor abdominal, falta de apetite, bradicardia relativa, esplenomegalia (aumento do
baço e fígado), manchas rosadas no tórax (roséolas tíficas), obstipação intestinal ou
diarreia e tosse seca. A distensão abdominal é o sinal mais grave, que pode ser uma
consequência da peritonite. (Alvarez, 2015).
Pela Pandemia da Covid-19 que assolou o mundo, a situação é mais desafiadora, pois vários
sintomas da febre tifoide são semelhantes à apresentação clínica da COVID-19. Por exemplo,
a febre tifoide geralmente tem sintomas que variam do início lento de febre contínua,
calafrios, aumento do fígado e do baço (hepatoesplenomegalia) e dor abdominal, até anorexia,
erupção cutânea, dor de cabeça, diarreia ou prisão de ventre, náusea, bradicardia relativa e
baixo nível de consciência, Adesegun OA, 2020.

Em comparação, os sintomas da COVID-19 incluem febre, dor de cabeça, falta de ar,


artralgia, dor de garganta, fadiga, dor no peito, hipogeusia, hiposmia, tosse, entre outros.
Portanto, as semelhanças nas apresentações clínicas dessas duas doenças podem levar a
subdiagnósticos ou a diagnósticos erróneos, Ahmad S, 2021.

1.6 Complicações da Febre tifóide

1.6.2 Complicações Digestivas:


– Enterorragia: complicação da terceira semana de doença; ocorre em cerca de 3% a
10% dos casos, variando o volume da perda sanguínea em cada caso, podendo ser volumosa.
Quando maciça, observa-se queda súbita da temperatura, palidez, colapso circulatório,
agitação, sensação de sede intensa, ou seja, sinais de choque hipovolêmico. A coloração do
sangue pode variar dependendo do intervalo de tempo decorrido entre o sangramento e a sua
eliminação. Detectar os sinais de choque hipovolêmico precocemente é essencial para o
manuseio clínico desta complicação.

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– Perfuração intestinal: é a complicação mais temida, em virtude de sua gravidade. Ocorre


em 3% dos casos, surgindo por volta do vigésimo dia de doença, particularmente nas formas
graves e tardiamente diagnosticadas. Caracteriza-se por dor súbita na fossa ilíaca direita,
seguida por distensão e hiperestesia abdominal.

Num estudo feito recentemente na província do Bié, notou-se que as


perfurações do íleo por febre tifóide são muito frequentes em Angola,
principalmente em meninos e adultos jovens existindo tardança
em ir ao centro de saúde, o que ocasiona um agravamento do estado
do paciente; são mais frequente uma única perfuração e a técnica
cirúrgica mais utilizada é a sutura primária com ressecção de borde.
(Dr. Carlos Castillo López, 2022).
– Outras complicações digestivas: colecistite, ulceração de cólon, estomatites, parotidites,
pancreatite e abscessos esplénicos ou hepáticos.

1.6.3 Complicações Não digestivas:


Outros órgãos também podem manifestar complicações das mais variadas.

– Coração: miocardite tífica decorrente da toxemia, constituindo causa de óbito em virtude


da insuficiência cardíaca, inicialmente direita e, posteriormente, global.

– Complicações vasculares: flebites e arterites, que surgem nos casos de evolução mais
prolongada.

– Sistema nervoso central: encefalites (formas bulbares, cerebelares e corticais), podendo


ocorrer alterações psíquicas, como leptomeningite purulenta e neurites periféricas.

– Rins: lesões glomerulares, inclusive com depósito de antígeno, causando glomerulite;


raramente observa-se proteinúria e hematúria transitória.

– Ossos: processos de periostites, osteítes, osteomielites, monoarterites e poliarterites.

– Outras complicações menos frequentes: miosite, iridociclite, coriorretinite e neurite


óptica, abscesso cutâneo, otite média, surdez, prostatite, vulvite, mastite, etc.

Os doentes que se tenham curado sem tratamento antibiótico podem continuar


transmitindo a doença por vários meses, exigindo tratamento com antibióticos e
separação de copos e talheres até eliminarem as bactérias remanescentes. Podem ter
recaído que ocorre em 3-20% dos casos, no período de convalescença, em média 15
dias após a temperatura ter-se normalizado. A curva térmica e algumas
manifestações clínicas ressurgem. Parecem estar associadas a tempo insuficiente de
tratamento. A hemocultura torna-se novamente positiva. (Manual Integrado de
Vigilância e Controle da Febre Tifóide 13, 2015).
De acordo com a literatura (Manual Integrado de Vigilância e Controle da Febre Tifóide 13,
2015), essas complicações são mais comuns em crianças. Cirurgia pode ser necessária para
tratar as ulcerações do sistema digestivo, especialmente no intestino, vesículas e bexiga.

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1.7 Diagnóstico

O diagnóstico é feito através de:

Anamnese: onde o médico investiga a história da doença e sociofamiliar. Nesta etapa realiza-
se uma entrevista sobre os sinais e sintomas da doença, o início, antecedentes pada doença,
hábitos alimentares e outros.

1.7.2 Diagnóstico Laboratorial


O diagnóstico de laboratório da febre tifóide baseia-se, primordialmente, no isolamento e na
identificação do agente etiológico, nas diferentes fases clínicas, a partir do sangue
(hemocultura), fezes (coprocultura), aspirado medular (mielocultura) e urina.

a) Hemocultura: apresenta maior positividade nas duas semanas iniciais da doença (75 por
cento, aproximadamente), devendo o sangue ser colhido, de preferência, antes que o paciente
tenha tomado antibiótico. Por punção venosa, devem ser collidossangue, em seguida, devem
ser transferidos para um frasco contendo meio de cultura. Recomenda-se a colecta de duas a
três amostras, nas duas semanas iniciais da doença.

c) Coprocultura: a pesquisa da Salmonella sorotipo Typhi nas fezes é indicada a partir da


segunda até a quinta semana da doença, com intervalo de três dias cada.

d) Mielocultura: trata-se do exame mais sensível (90 %). Este exame tem a vantagem de se
apresentar positivo mesmo que a pessoa tenha tomado fármacos anteriormente. As
desvantagens são o desconforto para o doente e a necessidade de profissional médico com
treinamento específico para o procedimento de punção medular.

e) Urocultura: valor diagnóstico limitado, com positividade máxima na terceira semana de


doença; coletar 50 a 100 ml de urina na fase da convalescença, em frascos estéreis para urina;
análise imediata.

f) Reacção de Widal: embora ainda muito utilizada em nosso meio, é possível de inúmeras
críticas quanto à sua padronização, devido aos diferentes resultados que podem produzir um
falso positivo para a febre tifóide, uma vez que não é possível interpretar a diferença entre
uma pessoa doente recente com a febre tifóide, aquele que se recuperou, um portador e
alguém que tenha sido vacinado contra a doença.

Para o diagnóstico definitivo da FT é necessário o isolamento da Salmonella typhi,


uma vez que o quadro clínico é não específico e comum a outras patologias.
Eventualmente podem ser usados métodos que demonstra a presença
de antígenos ou anticorpos contra esta bactéria. A reacção de Widal é um teste de

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aglutinação em tubo que demonstra resposta serológica contra a S. typhi. Este teste,
apesar de apresentar várias limitações, é ainda muito utilizado em regiões pouco
desenvolvidas. Exames de sangue mostram elevado número de leucócitos. Cultura
sanguínea, de medula ou de fezes podem revelar a bactéria. (Cecil, Medicina
Interna. Infecções por Salmonela,2583., 2017).

Acha-se que alguma coisa tem falhado nos hospitais públicos de Malanje, por constatar-se
excesso e quase o único exame complementar a Reacção de Widall. Porque segundo a
literatura de CECIL, 2017, actualmente, não é indicada para fins de vigilância
epidemiológica, já que não é suficiente para confirmar ou descartar um caso, pelo risco de
ocorrerem resultados falso-positivos.

1.8 Diagnóstico Diferencial

Devido a semelhança dos sintomas da febre tifóide com outras doenças muitos pacientes têm
perdido a vida sem diagnóstico definitivo ou as vezes os pacientes são diagnosticados febre
tifóide mesmo tendo outras doenças. (Roca, 2017).

Os médicos diferenciam a febre tifóide com:

Pneumonias é uma doença inflamatória aguda de gravidade variável que acometem os


espaços aéreos provocando sinais e sintomas proeminentes.

Tuberculose é uma doença infecciosa de evolução crónica, que compromete principalmente


os pulmões provocando sinais e sintomas proeminentes•

Meningoencefalites é uma enfermidade inflamatória das mengingesblandas (aracnóides e


piamade), que pode ser causada por bactérias, vírus e fungos.

Colecistite aguda: é a inflamação da vesícula biliar acompanhada com dor abdominal em


nível do hipocôndrio direito, que pode ser de etiologia múltipla.

Pode se diferenciar também com: Apendicite aguda, que é a inflamação do órgão


apêndice. E o Paludismo que é enfermidade infecciosa aguda provocada por
plasmodium, endémica, que se produz pela transmissão vectorial (picada do
mosquito do género anôfeles). (Roca, 2017)

1.9 Prevenção da Febre tifóide

A infecção por salmonela pode ser prevenida a partir de tratamento adequado de água e
esgoto, cozimento e refrigeração apropriados de alimentos de origem animal, pasteurização do
leite e de seus derivados e lavagem das mãos antes da preparação de comida e VACINAÇÃO.

A disponibilidade de rede de água e esgoto adequados reduz a morbidade por diarreia de


maneira considerável.

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A educação da comunidade leva à valorização das condições de saneamento básico, tornando-


a prioritária também para os governos.

Lavagem das mãos


A higiene das mãos reduz a frequência dos episódios diarreicos.
Deve-se lavar bem as mãos:

Educação em saúde
O profissional de saúde deve necessariamente envolver a comunidade não apenas como alvo
de informações, mas repartindo com ela a responsabilidade de buscar alternativas para um
eficaz trabalho preventivo.

Para isso deverá:


 Conhecer as práticas da população;
 Valorizar as práticas adequadas;
Modificar as práticas inapropriadas.

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CAPÍTULO II- FUNDAMENTAÇÃO MEODOLÓGICA

2.1 Caracterização do campo de estudo

A presente pesquisa desenvolveu-se no bairro da Catepa Zona 4, em Malanje. Tem como


Situação geográfica do bairro da Catepa Zona 4:

A Norte encontra-se o Campo Primeiro de Maio e Estrada que dá acesso à Voanvala.

A Sul Residências populares.

A Oeste Construção do Supermercado NOSSA CASA

A Este Escola Dom Quixote.

Em termo de saneamento, o bairro não tem contentores para resíduos sólidos e nem vala de
drenagem para os reídeos líquidos.

É habitado por 49.700 populares dos quais os adultos são: Masculino: 8700, Feminino: 9000;
Crianças: Masculino: 14.000, Feminino: 18.000.

2.2 Modelo de pesquisa

Esta trabalho de fim do curso está baseada nos modelos de investigação quantitativo, onde se
analisa cada situação a partir de dados descritivos, buscando identificar causas,
consequências e outros aspectos considerados necessários à compreensão da realidade
estudada e que, geralmente envolve múltiplos aspectos, onde se tem em conta os resultados
numéricos, tabelas que derivam das entrevistas, assim como o resumo e interpretação dos
fundamentos teóricos que sustentam a investigação.

A metodologia qualitativa, ´´ refere-se em seu mais amplo sentido, à investigação que produz
dados descritivos: as próprias palavras das pessoas, faladas ou escritas, e a conduta
observável.

A investigação qualitativa é indutiva. Os investigadores desenvolvem conceitos,


conexões e compreensões partindo de pautas dos dados, e não recolhendo dados
para avaliar modelos, hipótese ou teorias preconcebidas. Nos estudos qualitativos os
investigadores seguem um desenho da investigação flexível. Estes dão início aos
seus estudos só com interrogatórios vagamente formulados. (Bogdan, 2000).
O modelo quantitativo permite ao autor descrever o objecto estudado e oferecer as suas
opiniões. A forma quantitativa da pesquisa possibilita representar a realidade de forma
numérica e apresentar graficamente os dados obtidos, conseguindo desta forma melhor a
compreensão sobre o aspecto que se deseja dar e conhecer.

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A investigação quantitativa considera que tudo pode ser quantificável, o que


significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e
analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas ´´
percentagem, média, moda, moderna, desvio-padrão, coeficiente de
correlação, análise de regressão, etc´´. (Morone, 2012).

2.3 População e amostra

Como já se definiu na fundamentação teórica, em biologia define-se população como um


conjunto de indivíduos da mesma espécie que vive numa mesma área num determinado
período.

Em Estatística define-se população como o conjunto de todos os elementos ou


resultados sob investigação. A amostra é uma parte ou uma porção de um produto
que permite conhecer a qualidade do mesmo. Que neste caso pode ser escolhida de
várias forma dependente mente do critério do autor. (Pierre, 2014).
Para desenvolver este trabalho tornou-se como população, um total de trezentos (300)
indivíduos. A partir desta, obteve-se como amostra duzentos (200) indivíduos dos quais Cento
(101) femininos e Noventa e nove (99) masculinos o que representa um total de 66. 6 % da
população em estudo tornando-a representatividade.

2.3.1 Tipo de amostra


A amostra desta pesquisa foi do tipo probabilístico ou aleatório, porque estas amostras são
compostas por sorteio e podem ser, amostras casuais simples, com as características de que
cada elemento da população tem oportunidade igual de ser incluído na amostra. (Oliveira,
2007)

É a única forma que permite planos de amostra representativa. Permite que o pesquisador
estime até que ponto os resultados baseados em sua amostra tende a diferir dos que seriam
encontrados por meio de estudo da população. Assim afirmou (Oliveira, 2007)

2.3.2 Critério de inclusão e Exclusão


Foram incluídos na amostra, somente todas as pessoas adultas dos ambos géneros, que se
mostraram disponíveis para a entrevista e excluídas as que não se mostraram disponíveis,
porque a princípio aceitaram, mas quando se entrevistava uns outros relatavam que não
participaria sem fins lucrativos.

2.4 Características dos participantes da pesquisa

Nesta vertente, constatou-se que o grupo alvo para o estudo tem características diferentes,
como qualquer sociedade onde nem todos têm a mesma descrição, logo dizer que todos eles
eram de raça negra, residentes daquela zona, vive com os seus familiares (pais, irmão,

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mulheres, maridos e/ou filhos). Dos 200 indivíduos inqueridos 101 eram femininos e 99 eram
masculinos, com idade compreendida dos 18 até maiores de 60 anos.

2.5 Técnica, instrumentos e procedimentos

2.5.1 Técnica
Referindo-se das técnicas, é importante salientar que ela vem do grego techné (arte de saber
fazer), são processos práticos que implementam o método.

As técnicas “são os procedimentos e instrumentos que se utilizam para chegar ao


conhecimento”, Inquérito, entrevistas e observações (Gil, 1999).

E para o seguinte trabalho realizou-se as seguintes técnicas:

Entrevista: Tem como principais vantagens o grau de profundidade que se consegue obter
dos elementos em análise e a flexibilidade e a fraca directividade do dispositivo que permite
recolher os testemunhos e as interpretações dos interlocutores.

Esta técnica permitiu obter maior informação dos dados obtidos. (Campenhoudt, 1995).

Inquérito por questionário: Este método é aplicado ao estudo de grandes indivíduos


(método extensivo). É constituída por um conjunto de perguntas simples e objectiva, na
maioria das vezes com apenas duas alternativas: sim, ou não. Avalia os aspectos relevantes de
um número. (Gil, 1999)

Baseando-se na ideia de Gil, (2000), esse é o método que facilitou a obtenção de toda
informação. Conforme consta no pós-textual desse trabalho.

2.5.2 Procedimentos e instrumentos


Foi elaborado e entregue ao Soba daquela zona uma carta de autorização, vindo do Instituto
Superior da Catepa, anexado a um termo de consentimento informado dirigido à população, e
também um inquérito de questionário elaborado por mim, sob orientação da tutora, onde
constavam as variáveis dependentes (ANEXOS).

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CAPÍTULO III- APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS


RESULTADOS.

Do estudo feito sobre a Febre Tifóide na população do bairro da Catepa zona 4 em Malanje,
com objectivo principal de se estimar o nível de conhecimento sobre os seus factores de
riscos, bem como as formas de transmissão e prevenção, realizado no mês de Setembro de
2022; obteve-se os seguintes resultados seguidos das suas discussões:

Tabela 1: Distribuição dos populares do bairro da Catepa em Malanje Zona 4, no


período de estudo, de acordo com a faixa etária.

Faixa etária Nº %

18 – 28 135 67.5

29 – 39 35 17.5

40 – 50 16 8

51 – 60 9 4.5

˃ 60 anos 5 2.5

Total 200 100

Fonte: População do bairro da Catepa Zona=4 em Malanje

Esta tabela realça que a maioria dos populares em estudo estava entre 18 aos 28 anos de
idade, com uma frequência de 135 membros o que constituiu os 67.5 % dos indivíduos
entrevistados.

A literatura de Cecil, (2017) afirma que a susceptibilidade é geral e é maior nos indivíduos
com acloridria gástrica, idosos e imunodeprimidos. A imunidade adquirida após a infecção ou
vacinação não é definitiva. (Cecil, 2017)

Com este dado pode se dizer que apesar de a doença acometer mais os idosos e
imunodeprimidos todos devem ter conhecimento da mesma, para a melhor prevenção.

Olhando nesta tabela, entende-se que os dados não fogem muito do último CENSO/2014
realizado em Angola, que confirmava que a população é constituída actualmente por 25

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milhões 789 mil e 24 habitantes, e apontava que a nossa população é extremamente jovem
com uma esperança de vida que subiu para 60 anos. (angola.unfpa.org, 2016 )

Por isso verificou-se a participação activa no etário dos 18 aos 28 anos de idade.

Tabela 2: Caracterização da amostra, de acordo ao género dos populares entrevistados.

Género Nº %

Masculino 99 49.5

Feminino 101 50.5

Total 200 100

Fonte: População do bairro da Catepa Zona=4 em Malanje

Nesta tabela se observa que dos 200 membros entrevistados, 101 era do sexo feminino,
representando os 50.5% de toda amostra. Em comparação com 99 de frequência,
representando 49.5% no masculino.

Na selecção da amostra, este é o género que mais se disponibilizou para a entrevista, e


também, os dados estatísticos do Campo de Estudo revelam que há maior predominância no
sexo feminino, com uma população de 9000, deferindo-se dos 8700 no masculino. E é um
dado muito importante, porque a mãe é a pessoa que protege a família, quanto mais elevado
for o seu nível de conhecimento e de instrução sobre doenças de transmissão digestiva,
melhor será a manipulação dos alimentos. Por isso devem ser participantes e activas no que
concerne com a saúde pública, tal como é o caso de palestras e outras informações.

Tabela 3: Distribuição da população, no período de estudo, de acordo ao nível


académico.

Nível de Escolaridade Nº %
Sem escolaridade 50 25
1ª-6ª Classe 40 20
7ª-9ª Classe 49 24.5
10-13ª 56 28
Ensino superior 5 2.5
Total 200 100
Fonte: População do bairro da Catepa Zona=4 em Malanje

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A tabela mostra que da população estudada, em relação ao nível de escolaridade, a maioria


está no ensino médio, com 56 membros o que representando os 28% da amostra, de realçar
que em seguida vem os sem escolaridade, com uma frequência de 50 indivíduos e uma
representatividade de 25%.

Apesar de encontrar-se a maioria da população no ensino médio, há um nível bastante elevado


dos sem escolaridade, e, sugere a Organização das Nações Unidas que 1,2 bilhões de pessoas
vivem sem acesso a escolaridade em países subdesenvolvidos e em vias de desenvolvimento o
que constitui um factor de risco e desconhecimento de determinadas enfermidades, isto é
desde a sua forma de transmissibilidade até à prevenção. (ONU, 2014).

Tabela 4: Distribuição da população segundo os conhecimentos sobre os factores de


riscos da febre tifóide.

Medidas de prevenção. Nº %

Sabe 10 5

Não sabe 190 95

Total 200 100

Fonte: População do bairro da Catepa Zona=4 em Malanje

Nesta tabela verifica-se que a maioria dos indivíduos estudados não sabe nada sobre os
factores de riscos da Febre Tifóide, com um total de 190, representando os 90% da população.

Tabela 5: Distribuição da população segundo os conhecimentos do modo de transmissão


da febre tifóide.

Modo de transmissão Nº %

Sabe 10 5

Não sabe 190 95

Total 200 100

Fonte: População da Catepa Zona=4 em Malanje

Na tabela 4 nota-se que 190 indivíduo, representando os 90% da população em estudo, não
sabe como transmite-se a enfermidade.
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Segundo a Organização das Nações (2014), pessoas que vivem sem acesso a escolaridade em
países subdesenvolvidos e em vias de desenvolvimento, constitui um factor de risco para o
surgimento de determinadas enfermidades, e quanto maior o nível de escolaridade maior a
capacidade de conhecer o modo de transmissão das doenças.

Porém, nesta pesquisa nota-se que, apesar da maioria da população estar no ensino médio, 190
da amostra não sabiam como se transmite a febre tifóide. Isso faz pensar que o baixo nível de
conhecimento sobre a febre tifóide não está unicamente relacionado com o nível de
escolaridade, mas sim também com o nível de instrução dada pelos profissionais de saúde.

Tabela 6: Distribuição da polução em estudo segundo os conhecimentos das medidas de


prevenção sobre a febre tifóide.

Prevenção Nº %

Sabe 10 5

Não sabe 190 95

Total 200 100

Fonte: População do bairro da Catepa Zona=4 em Malanje

Na tabela 5 se nota que 190 indivíduos, representando os 90% da população estudada, não
sabe como prevenir-se da Febre tifóide.

Sobre prevenção da febre tifóide, nas comunidades, resulta imprescindível a aparição de


pessoas sem sequer um conhecimento de medidas de prevenção da mesma enfermidade.
(WHO, 2018).

A discussão desta tabela não difere da anterior que refere do modo de transmissão, concluindo
que o baixo nível de conhecimento sobre a febre tifóide não está relacionado somente com o
nível de escolaridade, mas também com o nível de instrução.

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Conclusão

Depois de se realizar um estudo sobre a Febre Tifóide na população do bairro da Catepa zona
4 em Malanje, com objectivo principal de se estimar o nível de conhecimento sobre os
factores de riscos, bem como as formas de transmissão e prevenção, realizado no mês de
Setembro de 2022;

Conclui-se o seguinte:

A febre tifóide tem sido sempre um grande problema de saúde pública, principalmente para
população de baixa renda. E dos achados relevantes;

1. A maioria da população estudada está entre 18 aos 28 anos de idade, com uma
frequência de 135 membros e uma representatividade de 67.5%, dos indivíduos entrevistados,
mostrando ser jovens socialmente activo para ter mais informação e melhor servirem o país;

2. As mulheres devem ser pessoas informadas para proteger melhor a família,


revelando o estudo que elas representaram os 50.5% de toda amostra, ocupando a maior cifra;

3. Apesar do estudo mostrar 25% ser analfabetos; o que poderia estar relacionado
com este facto, mas mesmo existindo população do 2º ciclo, 95 por cento não sabem o modo
de transmissão nem de prevenção da febre tifóide;

4. De toda amostra estudada, verifica-se que 90 % dos indivíduos não sabe quais
os factores de riscos sobre a Febre Tifóide;

5. Termina-se este trabalho, dizendo que a população do bairro da Catepa zona 4


em Malanje, carece de conhecimentos sobre a febre tifóide, e isto contribui para sério
problema da saúde pública a nível do mundo, em África, em Angola e muito particularmente
na nossa província/Malanje.

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Recomendações finais

1. Que se aposte muito na formação dos jovens força motriz da sociedade.

2. Que a mulher seja formada e informada, para a melhor protecção das famílias
contra doenças;

3. Que o Ministério da educação continue a realizar campanhas de luta contra o


analfabetismo, e que os estudos sejam levados a sério para que não tenhamos pessoas com
alto nível de escolaridade, mas com nível de instrução baixa;

4. Que se aposte mais na saúde preventiva do que curativa instruindo a população


sobre a prevenção, transmissão e sintomas das doenças;

5. Que outra geração do curso de ACSP do ISCAT e não só, realize mais estudos
para identificar as causas que estão na base do baixo nível de conhecimento.

6. Que os altos responsáveis sobre a Saúde Pública de Malanje realizem palestras


no bairro da Catepa zona 4 para aumentar o nível de conhecimento sobre a febre tifóide.

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Bibliografia

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Anexos

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Anexo 1

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36

Anexo 1

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37

Anexo 2

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38

Anexo 3

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39

Anexo 4

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40

Anexo 4

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41

Anexo 5: preenchimento do inquérito, por parte de um indiíduo.

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