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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA

DISCIPLINA DE SAÚDE DA COMUNIDADE IV


1
5º ANO

TEMA: SCHISTOSSOMA HAEMATOBIUM

Docente: Dra. Fátima Abacassamo


INTEGRANTES DO GRUPO 2

 Celma Maria Tomás


 Denisse Manuel Guenha
 Kleidy Bess Matias Mugabe
 Néldio Helena
 Olívia Quina Arginaldo Muandula
SUMÁRIO 3

 Introdução; Tríade epidemiológica;

 Definição; Impacto da Schistossomíase na Saúde Pública;

Prevenção e controle;
 Evolução Histórica da Doença;
Situação de Moçambique quanto ao programa de
 Etiologia;
prevenção e crontole;
 Transmissibilidade; Estratégias de Eliminação;
 Vigilância epidemiológica; Conclusão;

 Epidemiologia; Referências bibliograficas.


INTRODUÇÃO 4

A schistosomíase ou bilharziose como era antigamente chamada é uma parasitose aguda e


crónica, causada por várias espécies de trematódes do género Schistosoma, que ao longo dos
tempos tem sido registada em zonas tropicais, subtropicais e temperadas e que se reveste de
grande impacto em saúde pública.
INTRODUÇÃO (CONT.) 5

A Shistossomiase é uma das parasitoses mais disseminadas no mundo. De acordo com a OMS ,
ocupa o segundo lugar depois da malária, pela sua importância e repercussão socioeconó-
mica.

É uma das doenças de maior prevalência entre aquelas veiculadas pela água. Nos países em
vias de desenvolvimento representa um dos principais riscos à saúde das populações rurais e
das periferias das cidades.
INTRODUÇÃO ( CONT.) 6

Existem 6 espécies de Schistosoma que podem causar doença no homem:

Schistosomose haematobium- África, Oriente médio, Córsega.

Schistosoma mansoni – África, Oriente médio, Caribe, Suriname,


Venezuela.

Schistosoma mekongi – Camboja, Laos.

Schistosoma japonicum – China, Filipinas, Indonésia.

Schistosoma intercalatum e S. Guineansis – África Central.

Schistosoma malayensis - Malásia

Adaptado de Red Book 2015


DEFINIÇÃO 7

Schistosoma Haematobium

(schisto = fenda; soma = corpo), corpo fendido e (Haima, haema) que significa “ sangue” e (Bios,
bium) “vida, curso ou modo de vida”, para indicar que estes vermes vivem na corrente sanguínea.

É um verme achatado parasita, pertencente ao filo Platyhelminthes, classe Trematoda.

Endémica em 54 países, sobretudo na África subsariana e na região oriental do Mediterrâneo, e


constitui uma forma específica de schistosomose urogenital, cujas lesões podem ter graves
consequências para a saúde humana (King e Dangerfield-Cha, 2008).
EVOLUÇÃO HISTÓRICA 8

1850- identificação de helmintas parasitas de humanos nas áreas pobres de África por Theodor M.
Bilharz.

 1851- identificação de um verme na veia mesentérica por Bilharz no hospital do Kasar do Cairo -
Distoma haematobium.

1858 - Designação de Schistosoma. (Colley, 1996 e Belo, 1999). Theodor Bilharz

 1859 – Cobbold propôs em homenagem a Bilharz, a alteração de Schistosoma para Bilharzia.

1859 - Infecção humana via transcutânea, detectada por Harley e Cobbold. (Beaver et al., 2003).
EVOLUÇÃO HISTÓRICA ( CONT.) 9

 1864 - Detecção de parasitas análogos por Harley na África do Sul, atribuindo o nome
de Bilharzia capensi .

 1870 - Bilharz e Griesinger - duas formas de ovos, com espícula lateral e com
espicula terminal (Grove, 1990).

1893 - Mansoni sugeriu a existência de duas espécies de Schistosoma (Grove, 1990).

 1904 - Kasai e Katsurada descrevem o hospedeiro vertebrado.

 1915 – Leiper considerou o molusco de água doce Bulinus sp como responsável pela
manutenção do ciclo de vida do parasita (Chatelain, 1977).
ETIOLOGIA 10

 Filum: Platelmintos
 Classe: Trematoda
 Subclasse: Digenea
 Ordem: Strigeiformes
 Familia: Schistosomatidae
 Género : Schistosoma
 Espécie: Schsitosoma haematobium
ETIOLOGIA ( CONT.) 11

Características do microorganismo

Verme adulto:
♂ 10-15 X 0.75-1.0 mm

♀ 20-26 x 0.25 mm)

Ovo de Schistosoma haematobium mede 140-170 x 40-70 um

♀ fertilizada põe 500-1000 ovos/dia


TRANSMISSIBILIDADE 12
CONDIÇÕES PARA QUE HAJA TRANSMISSÃO

Fonte de infecção: É necessária uma fonte de infecção para contaminação dos criadouros
com urina contendo ovos do parasita.

Presença de caracóis vectores: Espécies vectoras têm que estar presentes no


criadouro.

Contacto humano: O contacto humano com águas contaminadas é imprescindível para que
haja transmissão.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 13

DEFINIÇÃO DE CASO

 Caso Suspeito: Indivíduo residente ou procedente de área endêmica, com quadro clínico
sugestivo e história de exposição.

 Caso Confirmado: qualquer caso suspeito que apresenta ovos viáveis de S. Haematobium
na urina ou testes serológicos positivos.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ( CONT.) 14

 Notificação
Não é doença de notificação compulsória nacional.

A notificação é feita mensalmente a nível das direcções de saúde distrital/provincial.


SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA 15
SITUAÇÃO NO MUNDO E EM ÁFRICA 16
SITUAÇÃO NO MUNDO E EM ÁFRICA (CONT.) 17

Afecta 200 milhões de pessoas no mundo (93% em África – 192 milhões;


cerca de 85% na África Subsaariana), segundo a OMS (2006);

Mortalidade de 500.000 pessoas por ano, com 300.000 destas mortes a


ocorrerem em África (Hotez & Fenwick, 2009);

Mais de 600 milhões de pessoas estejam expostas ao risco de infecção


(Chitsulo et al., 2000 e Hotez & Kamath, 2009).
SITUAÇÃO NO MUNDO E EM ÁFRICA (CONT.) 18

Crianças em idade escolar e adolescentes (5 aos 15 anos) e, geralmente


infecções brandas em adultos;

O sexo masculino é geralmente o mais afectado;


SITUAÇÃO EM ÁFRICA EM 2010 (CONT.) 19
SITUAÇÃO EM MOÇAMBIQUE 2005-2007 20

FONTE: Gerito, Augusto, et al


TRÍADE EPIDEMIOLÓGICA 21
TRÍADE EPIDEMIOLÓGICA 22
IMPORTÂNCIA DA SCHISTOSOMISIASE EM
TERMOS DE SAÚDE PÚBLICA 23
IMPORTÂNCIA DA SCHISTOSOMISIASE EM
TERMOS DE SAÚDE PÚBLICA 24

É uma patologia da pobreza, ela aumenta o sofrimento a morbidade e mortalidade das populações
em áreas endémicas.

Aumenta a morbi/mortalidade através de:

 Afecção do estado nutricional;

 Prejudica os processos cognitivos;

 Causa complicações que requerem intervenções cirúrgicas;

 Induzem a reacções nos tecidos.


IMPORTÂNCIA DA SCHISTOSOMISIASE EM
TERMOS DE SAÚDE PÚBLICA (CONT.) 25

Em crianças:

Contribui para a perpetuação da pobreza prejudicando o crescimento físico e intelectual.

Adultos:

Diminui a capacidade de trabalho e a produtividade;

Resulta também em complicações que resultam em dificuldades na concepção e esterilidade em


alguns casos.
PREVENÇÃO E CONTROLE 26
PREVENÇÃO E CONTROLE 27

 Melhoria das condições de saúde pública : acesso a água potável, saneamento do meio e
educação sanitária;

 Controle regular dos moluscos, através do uso de moluscicidas.

Tratamento regular com Praziquantel;


PREVENÇÃO E CONTROLE (CONT.) 28

 O tratamento com Prazinquatel é recomendado a todos indivíduos independentemente do grau


de infeção.

 O grupo alvo são as crianças em idade escolar (5 aos 14 anos), devido ao alto risco de infeção.

 Por fim, temos os indivíduos de alto risco, residentes em aréas endémicas, com profissões de
risco, mulheres em idade fértil, grávidas e em aleitamento, e crianças em idade pré-escolar.
Quimioterapia 29
• Periodicidade de tratamento
Categoria prevalência Medidas Praziquantel (cp 600mg)
Comunidade de alto risco >50% Tratar todas a crianças Mais de 178cm 5
em idade escola (5- 160-177cm 4
14anos)ou todo o 150-159cm 3
indivíduos com idade > 5 138-149cm 2,5
anos 1x ano; 125-137cm 2
110-124cm 1,5
Comunidade de risco 10-49,9% Tratar todas crianças em
moderado idade escolar de 2 em 2 54-109cm 1
anos;
Comunidade de baixo Menor ou igual a 10% Tratar todas crianças em Contraindicações:
risco idade escolar 2x no ciclo Mulheres grávidas
primário. Menores de54cm de altura
Doentes graves e crianças
menores de 5 anos.
Prevenção e Controle
Meta, Objectivo do programa de prevenção e
Controle de da Schistosomiase 31

• Meta: Reduzir a morbilidade devido a parasitose vesical a nível


onde deixem de ser problema de saúde pública;

• Objectivo: Reduzir a infecção e carga parasitária para menos de


10% em crianças em idade escolar altamente infectadas através do
uso de quimioterapia.
Monitoria 32

• Através de postos de Sentinela (PS)


- Linha de base (antes da primeira campanha de tratamento massivo);

- Após 3 anos de campanha de tratamento massivo (opcional);

- Após 5 anos de campanha de tratamento massivo (obrigatório).

- Monitoria feita através da pesquisa de ovos do parasita na urina.


Medidas de prevenção e Controle- Situação
de Moçambique 33
Ponto de situação da Schistosomiase em
Niassa 34
Ponto de situação da Schistosomiase em
Nampula 35
Ponto de situação da Schistosomiase na
Zambezia 36
Ponto de situação da Schistosomiase em
Manica 37
Ponto de situação da Schistosomiase nas
restantes províncias 38
PERSPECTIVAS RUMO AO CONTROLE DA SHISTOSSOMIASE E
DAS PARASITOSES INTESTINAIS EM MOÇAMBIQUE 39

Fonte: Ministério da Saúde


COBERTURA DE TRATAMENTO EM
MOÇAMBIQUE 2007-2019 40

Fonte: Organização Mundial da Saúde


ESTRATÉGIAS DE ELIMINAÇÃO 41
ESTRATÉGIAS DE ELIMINAÇÃO 42

A eliminação da esquistossomose exige mais do que apenas a administração em massa de medicamentos e o


controle dos caramujos;

A OMS propõe: promoção de educação em saúde, acesso a água potável e saneamento em todas as nações
membros;

Quimioterapia teve inicio em moçambique em 2010;

Essas estratégias são frequentemente combinadas para formar um programa de controle integrado abrangente.
ESTRATÉGIAS DE ELIMINAÇÃO (CONT.) 43

Desenvolvimento de vacinas:

 Sh28GST;

 Sm-p80.
CONCLUSÃO 44

 A schistosomiase é uma das parasitoses mais disseminadas no mundo;

 Moçambique é um país endémico para a Schistosomiase, apresentando cerca de 73 distritos com alto risco
de prevalência.

 Representa um grande problema de saúde pública, com grande importância e repercussão socioeconómica.

 As medidas de prevênção e controle constituem as principais chaves para redução da morbimortalidade


relacionada a está patologia no nosso meio.

A monitorização periódica dos programas de controlo da schistosomose é uma etapa fundamental para
avaliar a eficácia das medidas de controlo implementadas e, se necessário, incluir medidas adicionais com
vista à redução destas parasitoses para níveis que deixem de constituir um problema de saúde pública
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 45

REY, L., (2001) Parasitologia , 3ª edição, Editora Guanabara & Koog an. Rio de Janeiro, p: 855.

Murray, Patrick R., et al; (2014) Microbiologia Médica, 7ª Edição, Elsevier Editora Ltda, São Paulo.

Ministério da Saúde, 2000; Doenças infeciosas e Parasitárias- Aspectos Clínicos, Vigilância

Epidemiológica e Medidas de Controle; 2a Edição, Fundação Nacional de Saúde, Brasília, p:73-74.

www.who.int/neglectedtropicaldiseases/schistosomiasis/treating-more-than-one-billion-people’f
or-the-fifyh-consecutive-year-2020

acessado no dia 16 de Fevereiro, pelas 16horas.

WHO, Helminth control in school age children: a guide for managers of control programs, 2nd ed.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (CONT.) 46

Gerito, Augusto, et al (2009); Geographic distribution and prevalence of schistosomiasis


and soil-transmitted helminths among schoolchildren in Mozambique.

https://unitingtocombatntds.org/wp-content/uploads/2018/01/Mozambique_por.pdf
acessado no dia 15 de Fevereiro, pelas 22 horas.

https://slideplayer.com.br/slide/14535394/ acessado no dia 16 de Fevereiro, pelas 16


horas.

https://run.unl.pt/bitstream/10362/20071/1/Tese-Versao%20final.MSC-Celio%20(1).pdf ,
acessado no dia 18 de Fevereiro, pelas 11 horas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (CONT.) 47

 Capacitação comunitária para a prevenção da tuberculose e parasitoses através da


educação popular participativa em saúde, em comunidades de baixa renda do
entorno do campus da FIOCRUZ,Manguinhos, RJ” P: 14-16. Acessado no dia 15 de
Fevereiro pelas 14h40minutos.

 https://www.scielo.br/pdf/csp/v3n1/v3n1a05.pdf

https://unitingtocombatntds.org/wpcontent/uploads/2018/01/Mozambique_por.pdf

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5045607/
48

OBRIGADO PELA ATENÇÃO

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