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Por uma Universidade

Moderna e Reputada!

SEBENTA SOBRE

BIBLIOMETRIA,
REPOSITÓRIOS E REDES
SOCIAIS ACADÉMICAS

USB 2.3

Direcção de Investigação Científica, Inovação, Empreendedorismo e Pós-graduação


PLANO DE ACÇÃO 2023 – ACTIVIDADE Nº 4

Por: Dr. INFELIZ CARVALHO COXE


| v1.0, 29/03/ 2023
Rastreamento das versões
Versão Data Modificações Autores

0.1 21/03/2023 Versão inicial Infeliz Coxe (IC)

1.0 28/03/2023 Formatação e revisão geral IC e Ngombo Armando


TABELA DE MATÉRIAS

INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1
TEORIA DA BIBLIOMETRIA ........................................................................................... 2
BIBLIOMETRIA: ASPECTOS TEÓRICOS ................................................................................... 2
Lei de Lotka (1926) ................................................................................................. 2
Lei de Bradford (1934)............................................................................................ 2
Lei de Zipf (1949) .................................................................................................... 2
MÉTRICAS DE DESEMPENHO CIENTÍFICO .................................................................... 2
MÉTRICAS: ORIGENS E IMPORTÂNCIA .................................................................................. 2
Ferramentas analíticas ........................................................................................... 3
Indicadores e Métricas ............................................................................................ 4
QUESTÕES DE TERMINOLOGIA .............................................................................................. 8
PLATAFORMAS DIGITAIS DE RANKING DE DESEMPENHO .......................................... 10
AUXÍLIO PARCIAL SOBRE O TRABALHO AUTÓNOMO AVALIADO I ............................ 11
PASSO A PASSO PARA OBTER SEU ORCID .......................................................................... 11
REDES SOCIAIS ACADÉMICAS...................................................................................... 13
REPOSITÓRIOS E BASES DE DADOS ACADÉMICAS ...................................................... 13
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 16

Universidade Rainha Njinga a Mbande – Malanje | USB2.3/ Sebenta do https://uninjingambande.ed.ao/


módulo I - Especialidade/v1.0
INTRODUÇÃO
Bibliometria é um conjunto de leis e princípios empíricos que contribuem para estabelecer
os fundamentos teóricos da Ciência da Informação. O termo statistical bibliography –
hoje Bibliometria – foi usado pela primeira vez em 1922 por E. Wyndham Hulme,
antecedendo à data a qual se atribui a formação da área de Ciência da Informação, com a
conotação de esclarecimento dos processos científicos e tecnológicos, por meio da
contagem de documentos. Após Hulme, pressupõe-se que o termo statistical bibliography
foi ignorado por 22 (vinte e dois) anos, até ser usado por Gosnell, em 1944, em um artigo
sobre obsolescência da literatura. E, o mais curioso, sem reconhecimento de seu uso
prévio.
Consta, da literatura sobre Bibliometria que existiu um intervalo de cerca de 20 (vinte)
anos, até 1962, quando o termo statistical bibliography foi mencionado pela terceira vez,
por L. M. Raisig, em um estudo sobre análise de citações, intitulado “Statistical
bibliography in health sciences”. Menciona-se, ainda, que existia um consenso entre
autores dedicados ao assunto, de que o termo statistical bibliography não era de todo
satisfatório, o que se verificava inclusive pelo seu escasso emprego na literatura.
Assim, o termo Bibliometria (em inglês Bibliometrics) é sugerido para denominar a área
em questão (PRITCHARD, 1969). Pao (1989), em seu livro “Concepts of Information
Retrieval”, refere-se à Biblometria como um termo introduzido por Allan Pritchard, em
seu artigo “Statistical Bibliography or Bibliometrics”, publicado em 1969, para denotar
a área de estudo que usa métodos matemáticos e estatísticos para investigar e quantificar
os processos de comunicação escrita.
Pritchard, segundo Pao (1989), notou que a literatura é o ingrediente chave no processo
de comunicação do conhecimento. E, ainda, que o atributo de uma unidade de literatura,
que existe em forma publicada, isto é, artigos de periódicos e livros, pode ser estudado
em termos estatísticos. Ela acrescenta que publicações, autores, palavras-chave, usuários,
citações e periódicos são alguns dos parâmetros observáveis em estudos bibliométricos
da literatura. Esses estudos tentam quantificar, descrever e prognosticar o processo de
comunicação escrita.
Um dos conceitos mais utilizados em Bibliometria é que, segundo Pritchard (1969),
significa “todos os estudos que tentam quantificar os processos de comunicação escrita”.
O objetivo deste módulo é apresentar uma visão sobre Bibliometria, incluindo a criação
e denominação dessa área de assunto, suas leis e princípios, e a sua utilidade como
ferramenta estatística para o tratamento técnico e a gestão da informação e do
conhecimento, em sistemas de informação, avaliação e comunicação científica e
tecnológica.

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TEORIA DA BIBLIOMETRIA
Bibliometria: aspectos teóricos

Bibliometria, Cientometria e Informetria: três disciplinas da ciência da informação.


Bibliometria é uma técnica quantitativa e estatística para medir índices de produção e
disseminação de conhecimento científico. A utilização de métodos quantitativos para avaliação
da produção científica é ponto central da bibliometria (ARAÚJO, 2006).
Dentro da bibliometria, a análise de citações é uma das principais áreas, uma vez que permite
identificar padrões na produção do conhecimento científico (ARAÚJO, 2006), sendo o fator de
impacto um dos mais relevantes.
Os indicadores bibliométricos são importantes para a mensuração e avaliação de determinados
temas, mas também da inserção de um país na produção de conhecimento sobre determinado
tema (MACIAS-CHAPULA, 1998)
Três leis principais da bibliometria clássica:

Lei de Lotka (1926)

Esta lei é sobre autores. Uma grande proporção da literatura científica é produzida por um
pequeno número de autores, e um grande número de pequenos autores se iguala em produção
ao reduzido número de grandes autores.

Lei de Bradford (1934)

Esta lei é sobre periódicos. A disposição em ordem decrescente de produtividade de artigos


sobre um tema, nota-se um núcleo de periódicos mais voltados ao tema e outros grupos ou
zonas com o mesmo número de artigos sobre o tema, mas como números crescentes de
periódicos.

Lei de Zipf (1949)

Esta lei é sobre relação entre palavras. Há um uso demasiado das mesmas palavras em artigos
e, dessa forma, as palavras mais usadas indicam o assunto do documento.

MÉTRICAS DE DESEMPENHO CIENTÍFICO


Métricas: origens e importância

De acordo com Bornmann (2015d), Eugene Garfield concebeu o Science Citation Index (SCI)
nos anos 50 do século passado, que passou a ser publicado de forma regular a partir dos anos
60. Na década seguinte a National Science Foundation (NSF), nos Estados Unidos da América,
começa a publicar os seus relatórios sobre indicadores científicos (Science Indicators Report),
incluindo dados do SCI, que passa a considerar uma medida de avaliação.

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O próximo passo foi a abordagem teórica e empíricoestatística dos dados bibliométricos, o
aparecimento de revistas científicas e grupos de pesquisa que focam este campo, como a
Scientometrics e a Information Science and Scientometric Research Unit (ISSRU),
respetivamente, contribuem para o estabelecimento da Cientometria como uma disciplina
autónoma - com objeto, método e linguagem próprios - que investiga dados de citação com
especial incidência nas bases teóricas do processo de citação, no comportamento de citação dos
investigadores, no desenvolvimento de indicadores8 , e na visualização dos dados
bibliométricos, em mapas ou redes científicos. Bornmann (2015d) aproveita a lição da história
para fazer alguma previsão, sabendo que estas novas métricas têm a capacidade de avaliar o
impacto das pesquisas em outros segmentos da sociedade e não apenas nos meios académicos,
isto é, nos meios da própria pesquisa.
Assim, antevê a inclusão das altimetrias na avaliação da pesquisa, ou seja, em relatórios sobre
indicadores científicos. Também será provável que as altimetrias venham a ser normalizadas.
Para Haustein, Costas e Larivière (2015), a criação do Science Citation Index (SCI), também
contribuiu para outros tipos de estudos relacionados com as citações e determinadas
caraterísticas dos artigos, tais como a presença de colaboração entre autores, a sua extensão e o
número de referências presentes. Apareceram teorias para explicar o processo de citação na
comunicação científica, e que servem de suporte para a aplicação das citações nos processos de
avaliação de pesquisas e na recuperação da informação. Os estudos envolvendo as caraterísticas
dos artigos e as suas bibliografias apareciam normalmente no contexto de gestão em bibliotecas
e contribuíram para a formação das três leis elementares da bibliometria, através da medição
da produtividade dos cientistas (Lei de Lotka), a relevância dos periódicos, em determinada
área do conhecimento, (Lei de Bradford), e a frequência de palavras em textos (Lei de Zipf).
As métricas de desempenho das publicações científicas são importantes para pesquisadores e
universidades que visam progredir e acompanhar a produtividade e impacto de suas pesquisas.
O uso de indicadores e métricas de produção científica tornou-se prática rotineira na avaliação
da qualidade e desempenho das atividades de pesquisa em renomadas universidades de
pesquisa. No esteio dessa demanda, a análise bibliométrica e cientométrica realizada por meio
de indicadores tem se tornado cada vez mais popular, juntamente com ferramentas analíticas
de produção científica como o InCites e o SciVal .

Ferramentas analíticas

• InCites (Clarivate Analytics) é uma plataforma online de avaliação de pesquisa


personalizada e baseada em citações, que tem como fonte de dados a Base Web of
Science. Permite realizar análises de produtividade e impacto científico, comparar
resultados com outras instituições, aferir o desempenho de pesquisadores, pesquisas
financiadas.
• SciVal (Elsevier) possui um portfólio de ferramentas de análise de indicadores de
produção científica, que tem como fonte de dados o Scopus e o Science Direct. Permite
realizar análises bibliométricas da produção científica de uma determinada instituição,
país, região, autor ou grupos de autores, ou ainda em revistas, desde que o material esteja
indexado na base de dados Scopus.

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Obs. Para ambas plataformas é necessário que se faça o registro para utilizar.

Indicadores e Métricas

Produção científica (scholarly outputs): Número total acumulado de itens publicados em um


dado período. Mede o volume, a produtividade: quantas publicações foram produzidas por um
autor, grupo de pesquisadores, instituição, país ou conjunto de países em dado período. É
possível também obter o número total acumulado de publicações de acordo com cada área de
conhecimento ou disciplina em um determinado período de tempo.
Contagem de citações (citation count): Indica o total de citações que as publicações de um
autor, instituição ou país acumularam ao longo de um determinado período. As diferenças na
contagem de citações entre fontes de dados são devidas a diferentes coberturas (título e datas)
do banco de dados (Scopus ou Web of Science). O número de citações recebidas não se refere
ao ano em que a citação foi recebida e sim ao ano em que o resultado foi publicado. As métricas
de contagem de citações são úteis para comparar a visibilidade onde os pesquisadores são de
campos ou disciplinas similares e com duração similar de carreira.
Citações por publicação (citation per publication): Indica o número de citações recebidas por
artigo/trabalho publicado. Indica o impacto médio de citação de cada uma das publicações de
uma instituição ou autor: quantas citações as publicações de uma instituição ou autor
receberam, em média.
Índice H (h-index): Indica um equilíbrio entre a produtividade (produção científica) e impacto
de citação (contagem de citações) de publicações de uma instituição ou pesquisador. Tem sido
utilizado também para revistas. Por exemplo, um índice h de 12 indica que, no conjunto de
dados, 12 artigos foram citados pelo menos 12 vezes cada um.
Impacto de citação (citation impact): é calculado dividindo o número total de citações
recebidas pelo número total de publicações. O impacto da citação mostra o número médio de
citações que um documento recebeu em um dado período. O impacto de citação tem sido
amplamente utilizado como um indicador bibliométrico na avaliação do desempenho de
pesquisa e pode ser aplicado em todos os níveis organizacionais (autor, instituição, país / região,
campo de pesquisa ou periódico). No entanto, há limites para o indicador, pois ignora o volume
total da produção científica. Por exemplo, o Pesquisador A tem apenas uma publicação que
recebeu 50 citações, enquanto o Pesquisador B publicou 10 documentos que receberam 200
citações.
O Pesquisador A tem um maior impacto de Citação (50) do que o Pesquisador B (20), embora
o Pesquisador B tenha publicado mais documentos e tenha recebido mais citações em geral. No
nível do campo de conhecimento, o impacto da citação de certas disciplinas é muitas vezes
maior do que em outros campos científicos devido a características próprias de cada área como
frequência e volume de publicações e citações. Por esse motivo, é preciso ter cuidado ao utilizar
esse indicador. (Fonte: InCites Help).
Impacto de citação ponderado por campo [de conhecimento] (Field-weighted citation
impact): Indica como o número de citações recebidas por publicações de uma instituição se
compara com o número médio de citações recebidas por todas as outras publicações similares
no universo de dados independente da área de conhecimento. Métrica utilizada pelo

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Scopus. Um impacto de citação ponderada no campo de mais de 1,00 indica que as publicações
foram citadas mais do que seria esperado com base na média mundial de publicações
semelhantes, por exemplo, uma pontuação de 1,44 significa que as saídas foram citadas 44%
mais vezes do que o esperado. Um impacto de citação ponderada no campo (FWCI) de menos
de 1,00 indica que as publicações foram citadas menos do que seria esperado com base na média
mundial de publicações similares, por exemplo, uma pontuação de 0,85 significa 15% menos
citada do que a média mundial. A Web of Science refere-se a essa métrica como impacto de
citação normalizada (Normalized citation impact).
Fator de impacto do periódico (journal impact factor): Mede quantas vezes um artigo foi
citado em relação ao total de artigos publicados em um periódico/revista em um período de dois
anos, no ano em curso. (Métrica Web of Science).
Fator de impacto do periódico sem auto-citações (journal impact factor without self cites): é
o mesmo que journal impact factor, mas com uma importante exceção: Quaisquer citações para
uma publicação que provêm da própria publicação (ou seja, auto-citações) são excluídas do
cálculo.
Fator de impacto do periódico em 5 anos (5-year journal impact factor): É o número médio
de vezes que os artigos de um periódico publicado nos últimos cinco anos têm sido citados no
ano no Journal Citation Reports (JCR). É calculado dividindo o número de citações no ano JCR
pelo número total de artigos publicados nos cinco anos anteriores. (Métrica Web of Science).
Produção nos top percentis (outputs in the top percentiles): Indica o grau em que publicações
de uma instituição, grupo ou país estão presentes nos percentis mais citados de um universo de
dados: quantas produções estão no topo de 1%, 5%, 10% ou 25% das publicações mais
citadas? Observe que o período não se refere ao ano em que as citações foram recebidas, mas
ao ano em que os resultados foram produzidos. Essa métrica também pode ser usada para
distinguir pesquisadores cujo desempenho parece similar quando visto por outras métricas,
como Produção Científica, Citações por publicação ou Colaboração.
Proeminência do tópico na ciência (topic prominence in science): combina três métricas para
indicar o momento alto de um Tópico: (a) Contagem de Citações (Citation Count) no ano 2017
para artigos publicados em 2017 e 2016, (b) Contagem de Visualizações (Scopus Views
Count) no ano 2017 para artigos publicados em 2017 e 2016 e (c) Média (Average) Citescore
no ano de 2017. Pode ser aplicado ao Mundo, a Regiões, País, Instituições, Grupos de Pesquisa
e Pesquisadores.
Publicações nos percentis top de periódicos (publications in top journal percentis): Indicam
até que ponto as publicações estão presentes nos periódicos mais citados na fonte de dados. Isso
calcula quantas publicações estão no topo 1%, 5%, 10% ou 25% dos periódicos indexados mais
citados. Os periódicos mais citados são definidos pelas métricas relacionadas aos periódicos
nas bases de dados (Web of Science, Scopus). Observe que o período de tempo não se refere
ao ano em que as citações foram recebidas, mas ao ano em que os resultados foram
produzidos. Essa métrica é útil para avaliar os pesquisadores, independentemente das
diferenças de tamanho e dos perfis disciplinares (áreas de conhecimento), e para mostrar a
presença de publicações em periódicos percebidos como os mais prestigiados do mundo.

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Colaboração (collaboration): Indica o número de publicações de uma instituição, grupo ou
pesquisador produzidas em coautoria internacional, nacional ou institucional, e autoria única.
Inclui colaboração acadêmico-acadêmica, acadêmico-corporativa, acadêmico-governamental e
acadêmico-médico.
Porcentagem de Internacionalização (% internacionalization): baseia-se na contagem do
número de países dos autores e co-autores de itens publicados.
Impacto das colaborações (collaboration impact): Indica o impacto de citação de uma
instituição a partir das publicações produzidas em colaboração com autores de diferentes
origens geográficas: quantas citações de publicações em co-autoria a instituição recebeu em
nível internacional, nacional ou institucionalmente? Autorias únicas também são
contabilizadas.
Impacto das colaborações acadêmico-corporativas (academic-corporate collaboration
impact): Indica o impacto de citação de publicações de uma instituição com ou sem
colaboração tanto acadêmica quanto corporativa.
Impacto econômico (economic impact): Indica o número de patentes que citaram publicações
de uma instituição, isto é, referências de publicações citadas em patentes dos cinco maiores
escritórios de patentes do mundo.
Contagem de periódicos (journal count): Indica a diversidade do portfólio de publicações de
uma instituição: em quantos periódicos distintos indexados na Base de Dados Scopus ou Web
of Science as publicações de uma instituição apareceram.
Contagem de periódicos por categoria (journal count by category): Indica a diversidade
disciplinar do portfólio de uma instituição, ou seja, em quantas categorias distintas de
periódicos as publicações dessa instituição apareceram.
Número de países citantes (citing countries): Indica a visibilidade geográfica das publicações
de uma instituição: a partir de quantos países distintos as publicações de uma instituição
receberam citações?
Periódicos mais citados em um campo de conhecimento (most frequently cited journals in
a field) – refere-se à classificação/ranking de periódicos mais frequentemente citados em uma
dada área de conhecimento ou assunto.
Periódicos de maior impacto em um campo de conhecimento (highest impact journals in a
field) – refere-se à classificação/ranking de periódicos mais citados em uma dada área de
aconhecimento ou assunto.
Autocitação em periódicos (journal “self citations“) – Uma auto-citação é uma referência a
um artigo do mesmo periódico. As auto-citações podem constituir uma parte significativa das
citações que um periódico faz e recebe a cada ano.
Índice de Imediaticidade (imediaticity index): Mensura o quão imediatamente um artigo de
uma revista é citado logo após ter sido publicado.
Pontuação Eigenfactor (Eigenfactor score): Baseia-se no número de citações a artigos
publicados em revistas nos últimos 5 anos (ano JCR), considera também a importância do

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periódico onde a citação foi realizada de tal modo que revistas mais influentes (mais citados)
têm um maior peso que os revistas menos influentes.
Pontuação de influência do artigo (article influence score): Mede a importância relativa de
uma revista a partir do número de artigos citados que aparecem no JCR. Uma pontuação
superior a 1,00 indica que cada artigo publicado na revista tem influência acima da média. Uma
pontuação inferior a 1,00 indica que cada artigo publicado na revista tem influência abaixo da
média.
Meia vida ou vida média (half-life): Mede quantos anos depois um artigo publicado em um
periódico ainda é citado. Varia de acordo com as características da área de conhecimento, seus
padrões de pesquisa e publicação. Geralmente, a meia vida é inversamente proporcional ao
fator de impacto.
CiteScore: mensura o impacto da citação de títulos em série, como periódicos. Os títulos de
série são definidos como títulos que publicam regularmente (ou seja, um ou mais volumes por
ano). O CiteScore calcula o número médio de citações recebidas em um ano por todos os itens
publicados nesse periódico nos três anos anteriores. O ano atribuído é determinado pelas datas
de cobertura, e não as datas em que os fascículos foram disponibilizados online – desde 2011.
(Métrica Scopus).
SNIP – Source Normalized Impact per Paper: Mede o impacto de citações contextualizadas
por revistas ponderando citações com base no número total de citações em um campo de
assunto. Ajuda a fazer comparações diretas entre periódicos em diferentes áreas de assunto
número total de citações referente a uma área de pesquisa. (Métrica Scopus)
SJR – SCImago Journal Rank: Métrica de prestígio baseada na reputação do periódico, o que
resulta em maior valor da citação. (Métrica Scopus)
IPP – Impact per Publication: Mede as citações por artigo publicado em uma revista no
período de 3 anos. (Métrica Scopus)
Indicador de desempenho agregado (aggregate performance indicator): O indicador de
desempenho agregado mede o impacto de uma instituição ou do país em relação a uma taxa de
citação esperada para a instituição ou país. O indicador é normalizado para as diferenças nas
taxas de citação de um determinado campo de conhecimento, bem como diferenças de tamanho
entre instituições e períodos.
Citações esperadas por categoria (category expected citations): Número médio de citações
recebidas por artigos de um mesmo tipo publicados em revistas de mesma categoria (área de
conhecimento) e data. Se um periódico é atribuído a mais de uma categoria, utiliza-se a média
das categorias.
Contagem de visualizações (view count): baseia-se no número de visualizações dos usuários
de resumos (abstracts) dos documentos indexados na base de dados SciVal.
Visualizações por publicação (views per publication): baseia-se no número de visualizações
dos usuários de resumos (abstracts) por documento indexado na Base de Dados SciVal.

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Impacto das visualizações ponderado pelo campo de conhecimento (field weighted views
impact): baseia-se na média mundial esperada de visualizações para o campo de
conhecimento/assunto, tipo de publicação e ano de publicação.
Produção relativa ao país/território (output relative to country/territory): Produção em áreas
específicas em relação ao impacto para todo o país / território em todas as áreas
Impacto das citações relativo ao país/território (impact relative to country/territory):
Impacto em áreas específicas em relação ao impacto para todo o país / território em todas as
áreas (um valor superior a 1 indica que o impacto do país / região na área de motivo selecionado
é melhor do que o impacto médio do País /território em todas as áreas)
Impacto relativo ao mundo (impact relative to world): A percentagem de documentos que
foram citados em relação ao número total de documentos citados no mundo (um valor maior
do que 1 indica que o impacto é melhor do que a média para o mundo – baseline).

Questões de terminologia

Para Araújo (2015a) podemos considerar os estudos métricos da informação como métodos e
técnicas para medir e avaliar quantitativamente (estatístico/matemático) a produção, a
circulação e a utilização da informação. Existem diversas abordagens teórico-metodológicas,
assim como diferentes denominações, conforme os objetivos e objetos de estudo:
A Bibliometria, de forma ampla, abrange todos os estudos que procuram quantificar a
produção, disseminação e utilização da informação registada, aplicando, para isso, métodos
numéricos específicos e desenvolvendo padrões e modelos matemáticos para medir aqueles
processos. O seu objecto de estudo são os livros. Os seus resultados podem ser utilizados para
elaborar previsões e apoiar tomadas de decisão.
O termo ‘bibliometria’ foi proposto originalmente por Paul Otlet, e é, originalmente, a área de
estudo que, em geral, abrange livros e publicações.
A Cientometria, possui um objecto mais amplo do que a bibliometria, já que visa aplicar
métodos quantitativos para estudar a história da ciência e do progresso científico e tecnológico.
A sua matéria de análise são teses e dissertações, patentes, e outros produtos da ciência. Estuda
uma determinada disciplina, dentro de uma área do conhecimento, utilizando indicadores
quantitativos, por exemplo, a análise de publicações, ao medir o aumento de produção e
produtividade de uma disciplina, de um grupo de investigadores de uma área específica, a fim
de determinar o crescimento de um determinado ramo do conhecimento, e tendo aplicação no
desenvolvimento de políticas científicas (Araújo, 2015a).
A Informetria é o estudo quantitativo da informação em qualquer formato e suporte, analógico
ou digital, para qualquer grupo social, científico ou não. Distingue-se das anteriores pelo
objecto e sujeitos de estudo, uma vez que não é limitada à informação registada, podendo
estender-se até à comunicação informal, incluindo a falada, e estudar a utilização e necessidade
de informação de grupos sociais mais desfavorecidos. Consideram-se os seus recursos ou
objecto de estudo, “todo o tipo de informação em qualquer tipo de suporte; fluxo, busca,
recuperação, acesso à informação, disseminação, sistemas de recuperação. Comunicações

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formais e informais, entre quaisquer grupos sociais, de qualquer forma e em qualquer canal”
(Araújo, 2015a, p. 47).
Webometria estuda aspetos quantitativos relacionados com a construção e utilização de
recursos de informação, estruturas e tecnologias na Web, isto é, aplica métodos informétricos
à World Wide Web (WWW). Pode, por exemplo, estudar a distribuição de páginas no
ciberespaço, analisando comparativamente a presença dos países em rede, as proporções de
páginas pessoais, comerciais e institucionais, podendo estas serem analisadas por tipo (privado,
público), por classificação (pessoal, institucional), por categoria (páginas-documento, páginas-
recurso), por medidas temporais, a fim de comparar o crescimento e evolução da rede quanto a
determinado assunto ou matéria.
Consideram-se os seus recursos ou objecto de estudo, “toda a Web: domínios, sítios, páginas
Web, URLs, motores de busca, ligações Web, agrupamentos de sítios (clusters), pequenos
mundos de uma determinada região, grupo social, setor ou área do conhecimento específica.
Combinada com a Bibliometria pode-se ter como objetos: ebooks, artigos eletrônicos de
revistas disponíveis na Web” (Araújo, 2015a), p. 47). Nesta área as páginas da Web são
analisadas como se de documentos se tratassem. Mingers e Leydesdorff (2015) referem, ainda,
que são utilizadas abordagens bibliométricas e informétricas tendo em conta os aspetos
quantitativos relacionados com a construção e utilização de recursos de informação, estruturas
e tecnologias no desenho da Web.
Quadro 1 – Termos frequentemente usados como métricas de avaliação da pesquisa.

Termo Definição Curta


Conjunto de métodos para análise quantitativa da literatura e
Bibliometrias comunicação académica.
Estuda aspetos quantitativos da informação, incluindo a produção,
disseminação e utilização de todas as formas de informação,
Informetrias independentemente da sua forma ou origem.
Estuda os aspetos quantitativos e as caraterísticas da ciência,
Cientometrias pesquisa científica e comunicação académica.
Estuda aspetos quantitativos, caraterísticas, estrutura e padrões de
Webometrias uso da Web, suas hiperligações e recursos da Internet.
Termo alternativo para Webometrias, mede a World Wide Web,
Cibermetrias meios cibernéticos, recursos Web e hiperligações.
Conjunto de métodos para analisar quantitativamente a
Bibliotecometria disponibilidade e utilização de documentos em bibliotecas e o
s impacto dos serviços da biblioteca na comunidade de utilizadores.
Conjunto de métodos para analisar quantitativamente bases de dados
Patentometrias de patentes, citações de patentes e seus padrões de utilização.
Novas métricas propostas como uma alternativa à utilização ampla
do FI de revista e índices de citação pessoal como o índice h. O termo
foi proposto em 2010 no Twitter, como generalização de métricas a
Altmetrias nível de artigo (article level metrics).
Article Level Metrics ou métricas a nível de artigo é um termo
ALMs alternativo a Altmetrias.

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PLATAFORMAS DIGITAIS DE RANKING DE DESEMPENHO
As plataformas e tecnologias digitais são frequentemente confundidas com estratégias. Para
exemplificar, o Facebook não é uma rede social, mas sim uma plataforma de rede social. A rede
social está inserida sobre tal plataforma e pode até estar sobre outras plataformas também.
Dessa forma, uma empresa ou pessoa pode ter uma rede social onde seus membros estejam
tanto no Facebook quanto no Twitter.
A história das plataformas inicia com a chegada da internet na década de 1990. Os Sistemas de
Informação (SI) rodavam em redes ONE e desktops, caracterizados por uma arquitetura fechada
e modularizada. Somente seu desenvolvedor poderia agregar novas funcionalidades ao sistema
(ZANETI JÚNIOR; VIDAL, 2006; BROUSSEAU; PENARD, 2007; REIS 2014).
Com o advento da Internet, os SI ingressaram no ambiente das redes e sofreram mudanças no
seu projeto arquitetural, desenvolvendo ubiquidade global e acesso massivo. A indústria passou
a reutilizar esses softwares, usando-os como plataformas para que outros aplicativos operassem
neles e, assim, ampliar sua oferta centralizada de software (GHANAM; MAURER;
ABRAHAMSSON, 2012).
Com a popularização globalizada dos computadores pessoais, o foco das plataformas se tornou
a customização, o lucro e a luta pelo domínio do nicho entre os futuros gigantes Microsoft, Intel
e Apple (GAWER; CUSUMANO, 2002; BALDWIN; WOODARD, 2009; GAWER, 2009,
2014).
O século XXI vem sendo marcado pela emergência de plataformas digitais que, através de seus
algoritmos, controlam as vidas dos seres humanos em diferentes setores, como economia,
mobilidade, educação, turismo, entre outros, capturando nossos dados sem informar como serão
usados e para que fins, denotando, dessa forma, falta de transparência na sua obtenção e
manuseio. A partir de 2010 começam a se intensificar produções que apresentam um olhar
crítico sobre esse processo, quebrando o encantamento de que a internet é livre e sem controle.
(POELL; NIEBORG; VAN DIJCK, 2020; VAN DIJCK; POELL, 2018; VAN DIJCK; POELL;
WAAL, 2018; VAN DIJCK, 2017).
Essas plataformas marcam um outro momento na cultura digital, que passam a se configurar na
perspectiva de Lemos (2021) como Plataformização, Dataficação e Performatividade
Algorítmica (PDPA). Morozov (2018, p. 7) regista, inclusive, que essas plataformas também
deixaram de ser vistas como inofensivas e invisíveis, mas passaram a ser compreendidas como
“[...] bloco poderoso, com interesses mercantis ocultos, lobistas e projetos de dominação do
mundo”. Estamos vivendo, no cenário global, a pandemia da covid-19 desde o final de
dezembro de 2019. Com isso, a presença desses artefactos tecnológicos se tornou mais presente
na vida de todos, por conta da necessidade de estarmos realizando constantemente atividades
remotas para diferentes fins. Tais fatos contribuíram para que a discussão com o olhar crítico
em torno desses ambientes crescesse, inclusive impulsionando a regulamentação, no Brasil, em
setembro de 2020, da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

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AUXÍLIO PARCIAL SOBRE O TRABALHO AUTÓNOMO AVALIADO I
Passo a Passo para obter seu ORCiD

Para saber se já possui um ORCID iD ou qual é o número do seu ORCID iD, acesse o
site: https://orcid.org/orcid-search/search. Para criar seu Registro ORCID, siga os passos
descritos a seguir:
1 - REGISTRE-SE
Obtenha seu identificador ORCiD único Registre-se agora! O registo leva somente 30
segundos. Ou verifique se já tem ORCiD.
2 - ADICIONE SUAS INFORMAÇÕES
Inclua informações sobre Variações de seu Nome, Área de pesquisa, Palavras-chave, Biografia,
Formação, Emprego, Financiamentos e Trabalhos. Melhore seu registo ORCiD:
• Biografia: adicione o resumo de sua biografia profissional.
• Adicione as variações de seu nome, palavras-chave que definem seus interesses de
pesquisa ou área de atuação, websites, outros identificadores e e-mails.
• Formação: Preencha as informações de formação: graduação e pós-graduação.
• Emprego: inclua informações sobre vínculos institucionais e/ou empregatícios, atuais ou
não.
• Financiamentos: adicione informações sobre bolsas ou financiamentos recebidos.
Habilite a integração com mais de 11 mil Agências de Financiamento, para garantir a
atualização automática de seus projetos financiados em seu ORCID. Utilize
o ÜberWizard for ORCID
• Trabalhos: adicione os trabalhos de sua autoria.
• Habilite a integração com outros identificadores como o Crossref DOI, Researcher ID,
Redalyc iD e Scopus iD;
• Garanta a atualização automática de seus trabalhos toda vez que as outras plataformas
forem atualizadas;
• Importe seus trabalhos do Google Scholar para o seu Registro ORCID por meio de
upload de arquivo formato BibTex.
USE O SEU ORCID ID
Participe da Rede ORCiD. Inclua o identificador ORCID na forma de link: Ex.
http://orcid.org/123456789X:
• Use seu ORCiD em seu Currículo Lattes;
• Utilize seu ORCiD ao submeter seu artigo para publicação em revistas nacionais e
internacionais;
• Utilize seu ORCiD ao solicitar financiamentos e em qualquer fluxo de trabalho de
pesquisa para garantir que você obtenha crédito por seu trabalho.

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• Aumente a visibilidade de suas atividades utilizando seu Registro ORCiD: formação,
emprego, financiamentos e publicações.
INTEGRE-SE EM REDES INTERNACIONAIS DE PESQUISADORES
– Identificadores como o ResearcherID e o Scopus ID já estão integrados ao ORCID
iD. Desta forma, as bases Web of Science (Thomson Reuters) e Scopus (Elsevier) estão
integradas ao sistema ORCID. Basta que você autorize.
– Grupos editoriais internacionais (Springer-Nature, PNAS, Emerald, Elsevier,
Wiley, PLOS, IEEE, etc) utilizam o ORCID em seus processos de submissão e
publicação de artigos.
– Google Scholar – A partir de seu Perfil Google, é possível exportar seus artigos e
trabalhos para o seu registo ORCID no formato BibTex.

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REDES SOCIAIS ACADÉMICAS

REPOSITÓRIOS E BASES DE DADOS ACADÉMICAS


Falaremos dos repositórios, Web Of Science (WOS), Scopus, Google acadêmico e Scielo.
WOS (Web Of Science) como ecossistema para Business Intelligence na ciência. A WOS foi
criada pelo Institute for Scientific Information (ISI) dos EUA na década de 1960, com o objetivo
de prover informações científicas atualizadas e de qualidade. Por mais de 40 anos, WOS foi a
única base de dados bibliográfica disponível para produzir indicadores de desenvolvimento
científico, até 2004, quando a Scopus foi lançada pela editora Elsevier (ARCHAMBAULT et
al., 2009).
Em 1992, a WOS foi vendida para a Thomson Corporation, que em 2008 virou Thomson-
Reuters, em fusão com a canadense Reuters. Atualmente, a WOS é propriedade da Clarivate
Analytics, uma ex-divisão de Thomson Corporation, desenvolvedora de produtos de gestão de
conhecimento e inteligência de mercado (patentes, invenções, business intelligence e pesquisa
científica). Clarivate foi incorporada em 2019 à Churchill Capital, uma empresa de análise de
mercados e estratégias corporativas baseadas em sistemas inteligentes.
A WOS indexa os periódicos mais reputados mundialmente nas suas respectivas áreas e
mantém estruturas de índices de desempenho científico aplicáveis a publicações de pesquisa,
artigos, instituições e países. Inclui anais de eventos e livros. Opera como um conglomerado de
oito bases de dados, implicando 8.500 publicações. Essas bases de dados estão interligadas por
protocolos de banco de dados que permitem a interoperabilidade das interfaces de busca da
WOS, que são fundamentadas em ontologias altamente disciplinadas, que permitem vasculhar
todos os sistemas desde seu centro. Essa interoperabilidade ontológica é possível porque as
publicações vinculadas à WOS exigem dos autores dados e metadados formatados sob
vocabulários controlados e em campos específicos. Dessa forma, a capacidade de busca da
WOS inicia quando cada autor preenche os dados da sua publicação, organiza seus textos e se
identifica, oferecendo uma formatação padronizada e desambiguada que permite a busca
automatizada e cruzamento de dados.
A interoperabilidade e a capacidade de aglutinar dados estruturados da WOS se estabelecem na
sua capacidade de disciplinar os usuários na gestão dos dados brutos originados nas suas
publicações. Esse disciplinamento abarca também o contexto, já que a influência de Thompson-
Reuter facilitou a convergência com outras fontes de dados críticas, como o Open Researcher
and Contributor ID (ORCID), ferramenta que não é controlada pela WOS, mas foi fortemente
influenciada por ela. O portal da WOS inclui sete módulos com serviços específicos, ainda que
baseados na mesma atividade, que é a análise da produção científica global: WOS é o buscador
do sistema;
Scopus e o suporte à competitividade científica Scopus foi lançada pela editora holandesa
Elsevier em 2004 e, junto a WOS, são atualmente as principais fontes de dados científicos.
Apesar de ter uma cobertura mais ampla que a WOS, essa plataforma também está restringida
a aqueles que possam pagar o serviço e se concentra fortemente na academia de língua inglesa
(MONGEON; PAUL-HUS, 2016). Scopus indexa mais de 21.500 periódicos, de cinco mil

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editores internacionais, combinando características da PubMed e WOS, tanto para a pesquisa
como para análise integrado de literatura (FALAGAS et al., 2008).
A plataforma tem como elo o portal da Elsevier, que dá acesso aos módulos de motor de buscas,
produtos, serviços e “mercadorias acadêmicas” (livros, artigos e serviços para o autor como
edição, tradução, ilustração, pósteres etc.).
Os serviços estão apresentados em módulos organizados alfabeticamente, com alternativas
além dos serviços bibliográficos: Pesquisa e Desenvolvimento (R&D), soluções clínicas,
plataformas de pesquisa, inteligência de mercado e educação.
Assim como a WOS produz métricas para comparar o desempenho das comunidades
acadêmicas e seus veículos de publicação, Elsevier também cria um sistema de elites científicas,
fundamentado em métricas como o CiteScore e o CiteScore Tracker (ELSEVIER, 2019).
Scopus é uma plataforma no sentido técnico, no entanto restringida pelo seu modelo de negócio.
Sua configuração como ecossistema de software é mais ampla que a da WOS, devido a sua
maior variabilidade de serviços. As unidades de negócio articuladas ao redor do seu núcleo
apresentam uma plataformização mais avançada que a da WOS, em termos de abertura,
plasticidade e interoperabilidade.
Google acadêmico, como módulo da plataforma Google Lançado em versão beta em novembro
de 2004, o Google acadêmico não é um serviço pago, nem uma estrutura que inclua a gestão
de publicação. É um buscador que aproveita as capacidades da Google para capturar e
classificar informação na internet, focando em literatura acadêmica, incluindo a literatura
“cinzenta”.
Em 2006 se adicionou o recurso de importação de citações compatível com formatos como
RefWorks, RefMan, EndNote e BibTeX. Nessa época, outros serviços de busca e repositório
de artigos científicos como CiteSeer ou Scirus foram lançados. No entanto, a maioria fechou
por conta de ações legais das maiores editoras científicas do mercado.
Google Acadêmico persistiu, pois, seu projeto de digitalização de livros e artigos foi cancelado,
e assim o buscador não infringiu as leis de copyright. Em 2012 foi adicionada a possibilidade
de criar perfis pessoais com a capacidade de medir citações e em 2013 foi incluído um
repositório pessoal para que os usuários salvassem seus resultados de busca em coleções
próprias. Também foi adicionada uma página de métricas aplicadas às revistas científicas,
baseada no índice H e H5 (ASSISI, 2005; GILES, 2005; HUGHES, 2006; QUINT, 2007;
LEVY, 2014).
Google Acadêmico é um aplicativo dentro de um ecossistema plataformizado, como é a suíte
de produtos da Google, porém, não é plataforma. A sofisticação das ferramentas oferecidas é
menor em comparação com a WOS e a Scopus. No entanto, sua condição de ferramenta gratuita
e o volume de fontes que recupera, principalmente de comunidades acadêmicas não
pertencentes às elites mundiais, tem facilitado sua popularização.
Google Acadêmico tem problemas de padronização de dados nas publicações que recupera,
pois não exerce controle sobre a disciplina de submissão e publicação das suas fontes, como a
WOS e a Scopus fazem. Isso gerou um extenso debate sobre a qualidade da indexação do

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Google Acadêmico e o efeito das publicações predatórias em suas buscas (KOUSHA;
THELWALL, 2007; FALAGAS et al., 2008; KULKARNIet al., 2009; BEALL, 2014).
SciELO como proposta da “periferia” acadêmica A SciELO é uma base de dados e livraria
digital nascida em 1997 no Brasil, em colaboração com 14 países ibero-americanos. O ingresso
dos associados se deu, paulatinamente, durante a década dos anos 2000.
A estrutura opera de forma federada no que tange à gestão, financiamento e operação
tecnológica, entretanto o processamento da informação está padronizado na sua metodologia e
arquitetura tecnológica. O desenvolvimento da SciELO teve que romper a resistência dos
editores latino-americanos quanto à edição impressa e superar seu desprezo pelas publicações
eletrônicas, além da fraca infraestrutura tecnológica da região e os escassos recursos humanos
qualificados em informática. A liderança e o comprometimento da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e do time de editores e informáticos brasileiros
encarregados do projeto superou todos esses desafios, desenvolvendo o sistema completo em
código aberto (PACKER et al., 2014). O sistema consiste em módulos articulados definidos
pelo país de origem da publicação/revista, coleções temáticas e outras coleções. O desenho
original de1997 teve que ser trocado por uma nova versão em 2010.
O grande mobilizador da arquitetura do SciELO não foi a perspectiva de lucros ou de inovação
de serviços, mas a necessidade de criar um sistema de indexação, busca e recuperação eficiente,
estável e barato. Em 2007, a SciELO foi indexada no Google e Google Acadêmico, o que levou
a um aumento expressivo de acessos (de 25 milhões em 2005 a 103 milhões em 2007), sendo
essa situação um impulsionador da renovação da plataforma. O modelo da SciELO está
evoluindo para o cloud computing, deixando a infraestrutura de aplicações por conta da SciELO
Brasil, no entanto o restante dos federados se foca no conteúdo (BRITO, 2001; MARCONDES
et al., 2003; GRÁCIO; OLIVEIRA, 2010; PACKER et al., 2014).
A SciELO não é uma plataforma, pois não acolhe aplicativos de terceiros. É uma estrutura de
softwares complementares dedicados às tarefas de gestão e administração bibliográfica,
dividida em módulos-país articulados. O efeito plataformizador acontece na área do tratamento
dos conteúdos e a utilização dos repositórios das obras, que estão formulados para criar uma
disciplina técnica que permita dados estruturais e interoperabilidade.
Em 2015, o notório bibliotecário Jeffrey Beall publicou em seu blog uma nota se referindo à
SciELO como uma “favela da publicação” (BEALL, 2015). No texto, Beall associa o sucesso
de uma base de dados ao management efetivo que as editoras comerciais fazem dos conteúdos,
chamando-os de “bons vizinhos da academia”, e às plataformas open access, como SciELO ou
Redialyc, de “favelas”. Beall afirma que essas bases acadêmicas não oferecem um bom serviço
de marketing e difusão, já que poucos norte americanos conhecem seus serviços. Para Beall,
Google Acadêmico estaria a acabar, pois o material indexado por esse serviço é de péssima
qualidade. Na sua visão, inexistência de copyright nas obras desestimula os publicadores
comerciais e, com isso, limita a melhoria do sistema.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BRAGA, Gilda Maria. A representação da informação na reconstrução do texto. In COLÓQUIO:


ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO E REPRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO: ENFOQUES E
PERSPECTIVAS. Resumos... Rio de Janeiro: IBICTCNPq, 1996.

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BROOKES, B. C. Bradford’s law and the bibliography of science. Nature, [s.l.], v.224, p.953-956, Dec. 1969.

CHENG, Y. S. Booth’s Law of word frequency. Journal of American Society for Information Science, v. 41, n. 5,
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CHEN, Ye-Sho; CHONG, P. Pete; TONG, Morgan Y. The Simon-Yule approach to bibliometric modeling.
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FAIRTHONE, R. A. Empirical hyperbolic distribution (Bradford – Zipf – Mandelbrot) for bibliometric description
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