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CENTRO DE ESTUDOS GERAIS

INSTITUTO DE ARTE E COMUNICAÇÃO SOCIAL

CURSO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO

FERNANDA MARIA LOBO DA FONSECA

REFLEXÕES SOBRE A INCONSISTÊNCIA VOCABULAR


/ EM GESTÃO DE BIBLOTECAS NO BRASIL

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Fernanda Maria Lobo da Fonseca

REFLEXÕES SOBRE A INCONSISTÊNCIA VOCABU1 AR FM


GESTÃO DE BIBLIOTECAS NO BRASIL

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Fernanda Maria Lobo da Fonseca

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REFLEXÕES SOBRE A INCONSISTÊNCIA VOCABULAR EM


GESTÃO DE BIBLIOTECAS NO BRASIL

Monografia apresentada à
Universidade Federal Fluminense
para obtenção de grau de Bacharel em
Biblioteconomia e Documentação.
Orientadora; Prof. Sandra Borges
Badini. Co-orienladora: Proí*. Mareia
J. Bossy.

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S

NITERÓI
2003
FERNANDA MARIA LOBO FONSECA

REFLEXÕES SOBRE A INCONSISTÊNCIA VOCABULAR EM


GESTÃO DE BIBLIOTECAS NO BRASIL

Monografia apresentada ao Departamento de Ciência da Informação, da Universidade


Federal Fluminense como parte dos requisitos para obtenção de título de Bacharel cm
Biblioteconomia c Documentação. Orientadora; Prof1. Sandra Borges Badini, Co-orientadora
Prof. Mareia J. Bossy.

Aprovado em 10 de fevereiro de 2003.

BANCAJ5XAM1NADORA

J • —
l'i\)P SU1ETE MOEDA
Departamento de Ciência da Informação - UFF

Prof. MARIA da MNI IA <" (^1000 3AM^A^O


Departamento de Ciência da/informação - UFF

ProP, SANDRA BORGES BADINI


Orientadora
Departamento de Ciência da Informação - UFF
À minha família, aos amigos, professores, colegas de inrma e a todas as pessoas que me
ajudaram a desenvolver este trabalho e a ter indagações

s
s
s
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais e amigos pela paciência e o suporte logislico de sempre.


Às especialistas que tào gentilmente colaboraram com sua experiência e
conhecimentos para a realização deste trabalho.
Aos professores que indicaram caminhos, em especial, às professoras Márcia J. Bossy,
por ter aceito o desafio e pelo diálogo, Sandra Badini, pelo apoio e incentivo, nos piores
momentos, e Vera Breglia, por sempre ter acreditado no meu potencial.
"Pela natureza do seu espírito, o homem
não pode lidar com o caos. Seu medo maior
é o de se defrontar com aquilo que não
pode controlar, seja por meios técnicos,
seja por meios simbólicos."
(José Carlos Rodrigues)
RESUMO

Fonseca, Fernanda Maria Lobo da Reflexões sobre a inconsistência vocabular em gestão


de bibliotecas no Brasil, Niterói. 2003. 52 f. Monografia apresentada ao Departamento de
Ciência da Informação da Universidade Federal Fluminense como parte dos requisitos para
obtenção de titulo de Bacharel em Biblioteconomia e Documentação.

Aborda a questão da inconsistência vocabular na Biblioteconomia e ciências afins em


particular na área de gestão de bibliotecas no Brasil. Apresenta resultados de pesquisa
empírica e teórica, em íontes informais e convencionais, respectivamente. Ressalta a
importância da padronização terminológica para a consolidação da Biblioteconomia como
ciência. Resume a evolução das Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação
relacionando-a ao desenvolvimento das tecnologias de informação e argumenta que' esta
evolução agravou a ocorrência de ruídos cm comunicações entre especialistas. Argumenta que
as novas tecnologias da informação toldam os limites entre os espaços "dentro" e "fora" das
bibliotecas, Por este motivo, as terminologias relativas à Gestão de Bibliotecas e a Ciências da
Infromação são cada vez mais semelhantes. Aponta a gestão de bibliotecas como uma área
que necessita das ferramentas de controle terminológico para garantir a eficácia dos
instrumentos gerenciais. Compara verbetes lexicográficos e terminológicos. A partir de
revisão de literatura, em português, identifica problemas decorrentes da inconsistência
vocabular, estabelecendo um paralelismo de semelhanças e divergências entre a Terminologia
e a Socioterminologia e identificando ocorrências de interação entre as duas Elenca as
especificidades de algumas das ferramentas utilizadas para controle terminológico. Propõe
que são múltiplas as razões para a lacuna editorial no Brasil sobre ferramentas para controle
terminológico, entre 1985 e 2000. Constata que sua construção, por si só não garante a
padronização, que depende de esforços coletivos da comunidade acadêmica e de órgãos de
normalização.

Palavras-chave: Controle Terminológico. Terminologia Biblioteconomia. Tecnologias da


Informação. Gestão de Bibliotecas. Socioterminologia.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro - Comparação entre verbetes lexicográficos e terminológicos

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SUMARIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES 8

RESUMO 9

I. INTRODUÇÃO ]0

2 TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E CONTROLE TERMINOLÓGICO 13


INCONSISTÊNCIA VOCABULAR; RUÍDOS NA COMUNICAÇÃO ENTRE
3 22
PARES
3.1 Causas de Ruídos na Comunicação em Ciência da InformaçSo 27

4 SUBSÍDIOS À GESTÃO: FERRAMENTAS DE CONTROLE TERMINOLÓGICO 30

5 NOVOS RUMOS DA TERMINOLOGIA: A SOCIOTERMINOLOGIA 34

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 37

ABSTRACT 39

ESPECIALISTAS CONSULTADAS 49

REFERÊNCIAS 4,

GLOSSÁRIO 47

APÊNDICE 50

ANEXO 5l
10

1 INTRODUÇÃO

A percepção, ao longo do curso de Biblioteconomia, da existência, na área, de um

vocabulário técnico vasto, de origem interdisciplinar, e disperso, proporcionada pelo

conhecimento empirico adquirido em experiências variadas (participação em eventos, listas

de discussão, estágio em bibliotecas), motivou a realização de pesquisas (convencionais e

na Internet) em torno de ferramentas de controle terminológico, metodologias para a sua

construção, tecnologias de gestão de bibliotecas.

A partir de tais pesquisas, constatou-se, uma lacuna editorial, de mais ou menos vinte

anos, no que se refere a glossários na área de Biblioteconomia, e também que a

inconsistência vocabular ocasiona ruídos na comunicação interna dos sistemas de

informação, em prejuízo do alcance de seus objetivos, tornando-os menos competitivos.

Isto, porque, hoje, mesmo as organizações sem fins lucrativos, precisam estabelecer, com

clareza, qual é o seu negócio (RAMOS, 1995, p. 15), pois com o desenvolvimento das

tecnologias de informação1 (TI) a informação é um bem, cuja posse favorece/determina o

desenvolvimento cientifico e tecnológico dos empreendimentos, sejam eles públicos ou

privados e, conseqüentemente, das nações.

Evidencia-se, assim, a relevância e atualidade do lema controle terminológico para

a gestão de bibliotecas, uma vez que

'Como exemplo desses avanços tecnológicos podemos cilar o protocolo TCP/IP (possibilitou comunicação
entre computadores); o formato MARC (Machine Readable Cataioging) permitindo o intercâmbio de dados
bibliográficos dc maneira legível por máquina, a Internet que agilizou a pesquisa bibliográJica e o acesso a
bases de dados internacionais; vveb que Jacililou a interação homem máquina através da sua interface gráfica
amigável; sistemas e redes (Ühio Collcge Library Cenler-OCLC, Research Libraries Group Inc.-RLG, Rede
BIBLIODATA/CALCO), entre outros
11

cm cada área do conhecimento irop8c-ac nõo apenas idcnüfioar mas

Prelende-se . portanto, com este trabalho, contribuir para a discussão em torno de

um problema - a inconsistência vocabular - cujos reflexos podem ser observados tanto nos

discursos de profisstonais, quanto na literatura da área de Biblioteconomia, Documentação

e Ciência da Informação.

Inicialmente, procurou-se apresentar, de forma resumida, a influência das TI no

desenvolvimento das áreas acima citadas e os problemas decorrentes da inconsistência

vocabular para a gestão de bibliotecas. Em seguida, abordam-se as ferramentas utilizadas

para controle terminológico e. por f,m. uma breve comparação entre a Terminologia e a

Socioterminologia. conclumdo-se que é importante a existência de normas e padrões únicos

para atuação cooperativa entre bibliotecas e a estruturação das mesmas em redes e sistemas

de informação.

Com este trabalho pretendeu-se contribuir para a discussão sobre a importância de se

promover a consistência vocabular para a consolidação da Biblioteconomia comô ciência.

A revisão de literatura, em português, sobre a construção de ferramentas terminológicas,

em especial, glossários, permitiu relacionar problemas decorrentes da inconsistência

vocabular, na gestão de bibliotecas, e elencar as especificidades de algumas das ferramentas

utilizadas para controle terminológico. além de estabelecer um paralelismo de semelhanças

2
Segundo Tálamo (1994), conhecimento é um estoque ou conjunto de saberá ^tn,.. i
freqüentemente universais, enquanto inlbrmaçito é um lluxo de mensagem, d .d.innzad^Cpõrámi.Xc™ e
12

e divergências entre a Terminologia e Socioterminologia, auxiliando, assim na identificação

de ocorrências de interação entre as duas.

Para consecução desse objetivo, realizou-se pesquisa teórica (levantamento

bibliográfico convencional e na Internet) e empírica (entrevistas com bibliotecários,

consulta a listas de discussão).

Na primeira etapa - pesquisa teórica - foram consultados os acervos das

bibliotecas: Central do Gragoatá da Universidade Federal Fluminense (BCG/UFF) da

Universidade do Rio de Janeiro (UNT-RIO). da Escola de Comunicação da Universidade

Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ) e da Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT).

A pesquisa empírica incluiu consultas a Fontes informais, entre elas, listas de

discussão ( Bibamigos e Bibliotecários"1), além de conversas e/ou entrevistas com

especialistas da UN1-RIO, UERJ e do Núcleo de Documentação da UFF (NDC)5

Em função de tais pesquisas, localizaram-se fontes bibliográficas e eletrônicas,

sobre: ferramentas de controle terminológico. metodologias para a sua construção

tecnologias de gestão de bibliotecas, ou que arrolavam termos da área de Biblioteconomia

Documentação e Ciência da Informação.

Os capítulos que se seguem apresentam os resultados das pesquisas realizadas.

itualizaçao profissiom
Destinada ao relacionamento e troca de informações entre profissionais de Biblioteconomia Docurnenim^ »
Ciência da Informação. ' "açao e
O NDC foi idealizado, em 1967, pelas professoras e bibliotecárias Hagar Hspanha Gomes e Célia Rib • •
Zaher e sua criação se deu em 22 de setembro de 1969 (UNIVFRSIDADF FEDFRAL FL UMINFNSF
1999).
13

2 TECNOLOGIAS DL INFORMAÇÃO E CONTROLE TERMFNOLÓGICO

A parlir cio século XIX, a quantidade de informação disponível aumentou

exponencialmente, fazendo-se necessário o aperfeiçoamento e a criação de metodologias e

tecnologias que auxiliassem a disseminar, organizar e perpetuar quantidades cada vez

maiores de dados e informações.

Data dessa época, a criação do Instituto Internacional de Bibliografia (11 tí), por Paul

Otlet" hoje a reconhecida Federação Internacional de Documentação (FID), que ocorreu em

resposta a essa demanda, por uma nova tecnologia, "um novo conjunto de técnicas para

organizar, analisar os documentos, descrevê-los, resumi-los, técnicas que diferem das

técnicas biblioleconômicas tradicionais. Essa tecnologia era a Documentação"1 (LE

COADIC, 19%, p. 17).

Isto porque, a Biblioteconomia encontrava-se

às voltas com o controle da produção bibliográfica, que crescia a cada dia


obrigada, geralmente, a hmitar-sc ao tratamento de livros, periódicos c
demais tipos de documentos, sem conseguir, na maioria dos casos ficar
em dia com essa tarefa, permanentemente superada c sob o desafio de
uma produção maior de documentos a serem adquiridos e
processados...[dificultando] uma análise mais detida do conteúdo das
publicações c documentos manipulados (SAMBAQUY, 1978 p 53)

Por sua vez, a Documentação recorre a técnicas não convencionais de organização e

análise, não mais apenas de livros, mas de qualquer tipo de documento. Entre essas

6
Paul Otlet (1869-1944), advogado belga, reconhecido pelo seu trabalho desenvolvido no camno t
bibliografia em Ciências Sociais e seu colega, Henri La Fonlaine (1854-1943), trabalharam em um índi^
bibliográfico que arrolasse todas as informações publicadas, sob a orientação do IIB aJNIVFr^ti^nr
FEDERAL DE SANTA CATARINA. 2003). tursi vtKMDADE
7
A definiçío, da palavra Documentação-- processo dc reunir, clussilicar e diilindir documento» em todos
campos da atividade humana - deu-se, em 1931, em I laia, durante a X Conferência Internacional de
bibliografia, pela FID, e é adotada até hoje (ROBREDO.CUNHA, 1994, p. 3),
14

técnicas, a Classificação Decimal Universal (CDU) resultado de uma intensa atividade

documental e citada por Le Coadic, como exemplo de uma

classificação natural (que sc reporia ao conteúdo do documcnkO n.,,.


nunca leve por objetivo ser uma classiJicação para bibliotecas Era iWi
elaborada c por isso. em geral, inadequada para
conlenlasse com uma classificação abstrata (baseada w-n
não-tinguísliciLs, como o numera de rc^tVo umtnhTd^ra™''^
nome do editor)" (LE COADIC. 1996, p i 7). ' ' üu ü

Em 1937, realizou-se, em Paris, o importante Congresso Mundial de Documentação

Universal, reunindo 460 estud.osos do assunto, como Paul Otlet. S C. Bradford. Suzanne

Briet, entre outros Simultaneamente, as ciências ligadas à informação, como a

Biblioteconomia, foram se firmando enquanto ciência e criando os seus primeiros cursos de

graduação, no Brasil.

Ressalte-se que a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) foi fundada

em 1940. aluando desde então corno "o órgão responsável pela normalização técnica no

país. fornecendo a base necessárm ao desenvolvimento tecnológico brasileiro" e é uma

"entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como Fórum Nacional de Normalização

- UN1CO - através da Resolução n» 07 do CONMETRO, de 24,08.1992"

(ASSOCIAÇÃO, 2003).

A ABNT é membro fundador da International Organrza.ron for Standard,zation

(TSO), da Comissão Panamericana de Normas Técnicas (COPANT) e da Associaçã

Mercosul de Normalização (AMN) e é a única e exclusiva representante do Brasil das

seguintes entidades internacionais: ISO. International Hlectrotechnical Comission (IECV e

das entidades de normalização regional: Comissão Panamericana de Normas Técnicas

(COPANT); Associação Mercosul de Normalização (AMN) (ASSOCIAÇÃO 2003)


15
un. imrco „npor1a,Ue. em nosso país. fo, a cnação. em ,958. do InstUuto Brasile.ro

de Bibliografia e Docunrentação (IBBD), hoje Instituto Brasileiro de Inforntaçâo em

Ciência e Tecnologia (IBICT). por sugestão de Edson Nery da Fonseca, membro da

Comissão Brasileira da CDU. Cabe ressaltar cue. apôs a cr,aÇão do IBBD, vár.as

bibliotecas passaram a utilizar a CDU.

Quanto à Ciência da Informação, que originou-se da Biblioteconomia, e cujo. objeto

de estudo foi. portanto, a informação fornecida pelas bibliotecas - públicas, universitária,.

especializadas ou centros de documentação. A leitura pública e a história do livro

constituirá,n então a matéria dos primeiros estudos que foram realizados. Mais (arde. a

informação referente às ciências, às técn.cas, às indústrias e ao Estado preponderou sobre

esses assuntos, dinamizada pelo advento das TI e as necessidades crescentes de informação

dos setores científicos, técmcos e mduslriais. bem como do grande público. A Ciência da

Informação construiu-se, portanto, e se fundamenta, atualmente, sobre essa base

infomiacional (LE COADIC, 1996, p. 2).

Segundo Barreto (2002). ex.stem "três tempos da Ciênca da Informação", que

marcam as grandes preocupações dos profissionais da infor,nação, em cada época- o

primeiro seria o tempo da gerência da informação (1945-1980), o tempo da relação

informação e conhecimento (1980 a 1995) e o do conhecimento interativo (1995 afé o, dias

atuais). O autor ressalta que as questões de gerência de informação estão presentes em cada

um desses tempos e permanecem até os dias atuais.

O mundo, a cada dia, está sendo redescoberto. repensado, inventado e reinventado,

por muitos, e com olhares cada vez mais curiosos e até dispares; propiciando a invenção e o

aperfeiçoamento de TI e de comunicação.
Entre estas, surgiram suportes variados para registro da informação (película

cinematográfica, disco de vinil, fita K7 e de video. disquete. CD-ROM), bem conto

ferramentas e tecnologias tais como sites de buscas, hipertextos, que propiciaram ma,s

agilidade e interoperabilidade entre sistemas de informacionais.

Por outro lado, exigiram repensar o fazer biblioteconômico. com relação à

acessibilidade, organização, disseminação e eficiência em prover a satisfação informacional

do usuário, uma vez que alteraram aspectos fundamentais, tanto da condição da informação,

quanto da comunicação. Estas tecnologias

intensas nwxlifiearam radicalmente a qualificação dc lemno c cs„,.,.,


das relações entre emissor, os estoques c os recenlores d-i inlAm 1
razendo ao ambiente da informação um novo elaborar nnr

^ ',0 lCT
'Pn <= "<> Waço0

Frente ao desafio de acompanhar essas transformações, num ambiente dc constantes

inovações e de incertezas, as btbliotecas passaram a ser gerenciadas como organizações,

que embora, na maioria das vezes, sem fins lucrativos, deveriam estar sintonizadas com o

mercado, o que implica em manter os usuários reais e conquistar os potenciais, ter metas e

objetivos claros e buscar a excelência de seus serviços e produtos.

Assim sendo, administrar e avaliar tornaram-se estratégias de sobrevivência para as

bibliotecas, tanto quanto para as demais organizações. No entanto, a avaliação pressupõe a

existência de parâmetros, principalmente terminológicos, com relação a procedimentos,

atividades, produtos e semços, fazendo-se necessário elaborar e/ou aprimorar instrumentos

gerenciais, pois

as cslalislicas bibliotecárias sc ressentem, também da falta de m.rtr*


P
relação aos quais os números possam ser commmdJ a l es cm
padrões gera comparações base,,das *
sendo a biblio.ee,■ mensurada mais enu^lTmi Ivo."'8/ ,nClh0''"
não apresenta creseimento numérico não se acredita na mdhoria d"
17

qualidade de seus serviços (FFJRRF.rRA, SOUZA; OMVFIRA 1980 r»


22). ' 'p

No cnlanlo, as facilidades lecnológicas nfio ijaranlcm, por si só, o sucesso ou melhoria do

sen iço, pois sua função c acelerar ou aperfeiçoar tarefas que a biblioteca já vinha desempenhando,

tais como empreslimo, catalogação ou elaboração de bibliografias para usuários, lendo cm vista que

se o serviço estava bem planejado, poderá ganhar precisBo ou rapidez; se


eslava mal planejado, poderá continuar sendo irrelevante. A medida que
novas tecnologias sejam incorporadas espera-se que, concomilanlcmenle,
a análise c o diagnóstico prévios levem a um melhor desempenho,
dependendo da própria organização. Organizações baseadas na
informação c no conhecimento terão mais chances de sucesso (Miranda
1993, p. 230). ^

Dessa forma, as bibliotecas precisaram redirecionar também o seu foco, antes

centrado em coleções, e depois na acessibilidade da informação local ou remota8

Em decorrência de tais mudanças, alterou-se o conceito de biblioteca, propiciando a

emergência de denominações diversas para o ambiente - biblioteca tradicional, híbrida

digital, eletrônica, virtual, sem paredes, centro de informações - e categorizações diversas

para os serviços prestados aos clientes - online, offline, remoto, local.

O principal fio condutor da revolução informacional, depois dos computadores

pessoais e da Internet, foi a interface world wide weh {weh), que possibilitou uma

interatividade muito maior entre máquina e usuário e.o desenvolvimento de novas TI

introduzindo "o tratamento eletrônico integrado da informação, desde a aquisição o

armazenamento, até a transmissão à distância" (FREUND, 1992, p. 17),

A informação ganhou um suporte de circulação mais dinâmico que o livro, o eletrônico

biblioleena, catálogos dc livrarias, bases de texto integral.


18

Porém, foi com o hipertexto0 que o meio eletrônico conquistou e vem conquistando, a cada

dia, novos adeptos, pois agrega a possibilidade de navegar entre vários textos, aumentando

a sensação de proximidade física entre vários pontos geograficamente distantes e a de vir a

conhecer tudo, apenas com alguns cliques.

Portanto, o desenvolvimento dessa e outras TI, além de ampliar o acesso,

popularizou o "informaliques", que antes era restrito aos profissionais da área de

computação, e tornou-se uma linguagem decodificável também pelos meros mortais,

propiciando a criação de novos produtos e serviços ou seu aprimoramento.

Acresce que, áreas do conhecimento, cujo objeto de estudo é a informação, entre

elas, a Biblioteconomia, viram-se na contingência de adaptarem-se à mídia eletrônica, o

que ocasionou confusões conceituais e terminológicas, porque "para as coisas novas

necessitam-se palavras novas, assim o quer a clareza da linguagem para evitar a confusão

inseparável do sentido múltiplo dos mesmos vocábulos" (BARRETO, 2002), princípio este

que nem sempre é observado.

O ambiente eletrônico constitui-se em uma valiosa fonte de pesquisa, sendo

definido como um "não-lugar" eletrônico10 (Augé, 1992) que abriga uma quantidade infinita

(?) de informações sobre os mais variados temas, onde se pode ter acesso, quase que

simultâneo á produção das informações, bastando para isso "apenas" clicar. Esse "não-

lugar" eletrônico fantástico que é, de certa forma, "organizado" por wehsites, onde se pode

encontrar os hipertextos, e informações agrupadas por temas, foi designado, a princípio, por

'Documentos que possibilitam a leitura nao-linear.



Augé cnou esta categoria para designar a experiência de lugares sem história, sem âncora, onde os
"passantes" neto se relacionam entre si, apesar de compartilhar uma experiência comum (exemplo, aeroporto
hotel internacional, viagens de turismo, elevador, estacionamento, fast food). Este conceito foi trazido por
Gomes (2002), que o associou â experiência de navegação na Internet.
19

especialistas, como biblioteca virtual, denotando o sentido de coleção de informações

associado à biblioteca, ao de um espaço sem fronteiras, sem limites. Posteriormente, a

literatura passou a registrar a ocorrência do termo biblioteca digital, em que se frisa o tipo

de acervo. Com o tempo, cada um desses termos assumiu significações diferentes para

alguns autores, enquanto que, por outros, eram empregados indiferentemente, como se

sinônimos fossem.

No Brasil, concorreu para isto, o fato de tais lermos serem transpostos de artigos em

inglês, nos quais, geralmente publicam-se as inovações da área de TI.

Essa ausência de padronização pode ser percebida, ainda hoje. em artigos de

periódicos conceituados, na área de Biblioteconomia e até, no "Livro Verde", da Sociedade

da Informação-(Socinfo)-em que os termos biblioteca virtual e biblioteca digital, ora são

empregados como sinônimos, ora como designativos para fenômenos diferentes, sendo que

nele aparece, ainda, o termo biblioteca eletrônica.

A controvérsia, aqui apontada, segundo Ohira e Prado (2002), acontece também

entre estudiosos, em outros paises e há especialistas brasileiros que consideram esta, uma

questão de preferência de uso. entre ingleses e americanos, como é o caso de Gomes

(2001)" . que emprega o termo biblioteca virtual, como sinônimo de biblioteca digital e de

biblioteca eletrônica.

Releituras, adaptações aos novos tempos, são, portanto, exigências da atual

11
Nota dc aula proferida na UFF (disciplina; Fontes de Informação 11)
20

conjuntura, tendo em vista que

a nova ordem cientifica desordenou o saber, desordenou as cuardiãs do


saber e transmissoras desse saber (escolas, bibliotecas, museus, arquivo}?
etc.). Os profissionais da chamada ciência da informação (sic) deixam os
tradicionais postos e vagueiam entre as 'NFTS'. Os conceitos e
no
^nc'aluras perdem os seus domínios (CASTRO; RIBEIRO 1997

Dessa forma, podem ser encontrados, atualmente, na literatura, vários neologismos

relacionados a b.bliotecas, entre eles, polimidia, híbrida e tradicional (nova forma de

designar/realçar as bibliotecas que abrigam somente livros e periódicos em papel) Há

também as que, por estarem com seus catálogos na Internet, são denominadas vtrtuais.

embora localizadas fisicamente e dotadas de estantes e acervos tangíveis, como por

exemplo, a do Centro Estadual dos Direitos da Mulher (CEDTM/RJ),

Cabe destacar que o problema terminológico/conceilual é anterior às mídias

eletrônicas, que só o agravaram, por lerem facilitado a comunicação, o intercâmbio e o

compartilhamento de informações, em especial, entre bibliotecas, o que pressupõe a

padronização terminológica, requisito imprescindível para que possam comunicarem-se

sem ruídos.

A solução sugerida por Medeiros (1984, p, 77) para esse problema seria o

estabelecimento de um programa integrado de terminologia em Ciência da Informação em

nível nacional, o que favoreceria a criação de bancos terminológicos, ou seja "um

registro de conceitos ou termos, realizado com a finalidade de ser utilizado por

pesquisadores ou tradutores, onde os dados são acompanhados de referências, definições e

outras informações auxiliares para sua melhor compreensão e utilização" (CURRÁS 1995

p. 55). Se automatizados, tais bancos favoreceriam a agilização das buscas e da


21

retroalimemação, propicando alualizaçào constante c observância de princípios da

Socioterminologia12

No entanto, avalia-se que a solução referida demandaria muito tempo, organização

política, recursos humanos e materiais, que dificulta a sua implementação, no Brasil.

Ale mesmo a construção de ferramentas de reconhecida importância para o controle

terminologico, em areas específicas do conhecimento, como os glossários, parecem

envolver dificuldades, pois os levantamentos efetuados não apresentaram um resultado

significativo (em termos quantitativos) de obras atualizadas, em português, sendo que das

encontradas, a maioria era em língua estrangeira A maioria foi editada ao longo década de

80, destacando-se a dissertação de Medeiros (1984), por ter sido a única fonte encontrada a

abordar a questão da construção de terminologias.

12
Tais princípios sito abordados no capítulo 6, deste trabalho.
3 INCONSISTÊNCIA VOCABULAR: RUÍDOS NA COMUNICAÇÃO ENTRE
PARES

A importância da padronização dos conceitos técnicos das áreas do conhecimento,

que têm como objetivo a gerência e a disseminação da informação, como é o caso da

Biblioteconomia, é ressaltada por Medeiros (1984), pois vivencia-se, na atualidade, uma

"íase das bibliotecas de muitos tipos e funçÕes"(Pinheiro, 19??) e de intensas e rápidas

mudanças.

No entanto, foi observada uma lacuna na publicação de ferramentas de controle

terminológico, especialmente glossários, na área de gestão de bibliotecas, a partir da década

de 80.

Ao contrário do que se possa pensar, contudo, considerando as pesquisas realizadas,

isto não indica, necessariamente, que a área estagnou, no tempo e no espaço, mas permite

supor que, ao tentar acompanhar o ritmo acelerado das inovações tecnológicas

informacionais, a Biblioteconomia não se preocupou em conlextualizar termos e conceitos

pertinentes, de maneira coletiva e padrão.

Isto contribuiria para promover a consolidação da área, tendo em vista que "as

comunidades científicas são, sobretudo, redes de organizações e relações sociais, formais e

informais que desempenham várias funções"(LE COAD1C, 1996, p, 33).

Para Le Coadic, uma das funções preponderantes é a comunicação, cujo papel

consiste em assegurar o intercâmbio de informações sobre os trabalhos em andamento

colocando os cientistas em contato entre si. Outro propósito dessa função, bem menos

praticado, é assegurar a difusão e a promoção da ciência junto a públicos de não

especialistas (inserir a ciência na cultura) e junto aos governos.


23

Acredila-se que, com a progressiva consolidação da área, diminuirão divergências

como a que aconteceu entre os participantes do Simpósio Nacional de Ciência da

informação (InfoBrasil/2001 )n.

Nesse evento, estudantes de Biblioteconomia. Museologia, Arquivologia e Gestão

da Informação e profissionais discutiram entre outros temas, a denominação mais

apropriada ao profissional da informação, no século XXI,

Mudanças ocorridas em currículos e/ou na designação de Escolas de

Biblioteconomia brasileiras, visando a adequá-los a uma sociedade em transição, marcada

pela ruptura, pela emergência de novos paradigmas, em que as inovações ocorrem com uma

rapidez jamais vista, em 2000 anos, suscitaram debates, em que bibliotecários, arquivistas e

museólogos confrontaram-se com os "cientistas da informação" ou "gestores da

informação".

Debate semelhante surgiu na lista de discussão Bibliotecários, na qual um

profissional mostrou-se em dúvida quanto à pertinência do uso dos termos

biblioteconomista e bibliotecário, uma vez que, indagado por um usuário, buscou o

significado dos mesmos em dicionários gerais e constatou que ambos ali estavam arrolados

com significados diferentes, que contrariam, inclusive, o disposto na legislação profissional

(o gerente de biblioteca, e aquele que fez curso superior em Biblioteconomia

respectivamente).

A essas experiências, agregaram-se as do estágio no Núcleo de Documentação

"Realizado em Londrina (PR), de 13 a 18 nov.2001, reuniu especialistas (entre eles, W. Vergueiro L


Milanesi) que discutiram o tema: Século XXI: uma odisséia da inlbnnucao e foi organizado nor
das Universidades Estaduais: de Londrina (URL) e de SBo Paulo (UNESP/Marilia). ' > cs
24

Informação e Memória (MlD) da Rede Sirius - Rede de Bibliotecas UERJ, onde


i
reelaboravam-se as páginas eletrônicas das bibliotecas, a fim de, pela padronização do

vocabulário relacionado aos seus produtos e serviços, otimizar o acesso do usuário à

informação, tarefa retardada pela dispersão e/ou ausência de conceitos técnicos, em

diferentes obras.

Posteriormente, nas entrevistas com bibliotecárias da UERJ surgiram outros

exemplos dos efeitos, nas tecnologias de gestão, da inconsistência termino lógica, pois o

diagnóstico1,1 - parte dos estudos avaliativos das bibliotecas dessa universidade - assinalou

inconsistência em dados coletados sobre procedimentos internos, serviços e produtos,

atribuída a questões terminológicas (polissemia, ambigüidade, neologismos).

As entrevistas com as especialistas da UERJ ratificaram a literatura consultada, pois

nesta são comuns os problemas decorrentes da inconsistência vocabular, com relação ao

emprego de teminologias para designar serviços e produtos.

Amaral (1987), por exemplo, destaca que além dos livros e revistas, no dia a dia, o

bibliotecário tem diante de si diversos tipos de materiais, registrados nos mais diferentes

suportes de informação, muitos deles disponíveis aos usuários em suas próprias casas,

como o videotexto, o videocassete, as fitas gravadas e outros. A autora elenca vários termos

empregados para denominar tais materiais: multimeios, materiais especiais ou meios

audiovisuais, materiais não-impressos ou não-gráficos ou não-bibliográficos.

Da mesma forma, os locais que fornecem informações, ora são chamados de

bibliotecas, ora de centros de informação, centros referenciais ou de documentação, entre

H
0 diagnóstico foi realizado, em 1997. por um Grupo Especial de Trabalho designado pela Reitoria da UERJ,
que em função desse e de outros estudos, propôs um sistema organizacional cm rede para as bibliotecas.
25

outras possibilidades, bem como usuário, cliente, consulente, leitor, por sua vez, referem-se

aquele que faz uso/busca informação.

Percebe-se que cada autor emprega tal ou qual termo, geralmente, fundamentando a

escolha, em determinado enfoque teórico. Porém, há aqueles que os empregam

indiscriminadamente, justificando-se. assim, estudos como a análise comparativa dos

conceitos relativos à biblioteca virtual elaborada por Gomes (2000) ou o "Glossário de

Biblioteconomia e Ciências Afins: (português/inglês)" de Arruda e Chagas (2002),

Ao realizar um estudo sobre a qualidade dos serviços prestados pelas bibliotecas

universitárias, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Pinheiro (19??)

observou "uma certa confusão terminológica entre pesquisa bibliográfica, levantamento

bibliográfico e DSl" e destaca a importância de normas e padrões únicos para atuação

cooperativa entre bibliotecas c a estruturação das mesmas em redes e sistemas de

informação.

Constata-se, portanto, que a citada confusão reflete-se negativamente nas

denominadas tecnologias de gestão (instrumentos de controle estatístico, sistemas de

informações gerenciais), pois "as definições são pressupostos indispensáveis na

argumentação e nas comunicações verbais. É pelo domínio perfeito das estruturas dos

conceitos que será possível obter também perfeita equivalência verbal" (DAHLBERG

1978, p. 106).

No entanto, não foram encontrados glossários em português, arrolando definições

básicas, atualizadas, completas e com garantia literária explícita de termos referentes à

gestão de bibliotecas englobando as diversas facetas do conhecimento biblioteconômico

(Circulação, Serviço de Referência, Processamento Técnico e Administrativo) relacionadas


26

às atividades-meio e atividades-fim das bibliotecas, que sofreram influência das

transformações, ocorridas nos últimos anos, nas TI.

Por outro lado, as listas de discussão, Bibamigos e Bibliotecários, já citadas

favoreceram o acesso a iniciativas isoladas de bibliotecários, que tentam suprir essa lacuna

conceituai, utilizando ferramentas atualizadas, mas em inglês, ou trabalhando o problema

em leses e dissertações.

As constantes solicitações de obras de referência, pelos participantes das referidas

listas, motivou um deles a desenvolver um glossário português-inglês, arrolando os lermos

e expressões mais recentes de Biblioteconomia e Ciências afins, designativos de

tecnologias da iníbrmaçãon.

Constatou-se também que, embora haja normas16'17 para a elaboração de

terminologias, pelo menos no que tange às obras consultadas, as diretrizes nelas

preconizadas não foram observadas, com relação à construção de "conceitos descritivos

compatíveis com conceitos metodológicos" (DUCROT apuei GALVÃO,1998 p 50) ou

seja, estes últimos relacionam-se com a teoria, enquanto os primeiros são mais voltados à

operacionalidade desta, devendo haver para o conceito descritivo pelo menos um conceito

metodológico (GALVÃO, 1998, p. 50).

^t rata-se do trabalho de ARRUDA; CHAGAS (2002).


16
Na NBR 13789 há regras para elaboração e apresentação de normas de terminologia (ASSOCIAÇÃO NIW
13789,1997). v . ok
i7
A NBR 13790 tem por objetivo fixar o enfoque metodológico adotado na harmonização dos conceitos dos
sistemas de conceitos, das definições, dos lermos c dos sistemas de lermos. Aplica-se à claboraeaò ^
glossários nacionais e intemacionais(ASSOCIAÇÃO, NBR 13790, 1997).
27
»
3.1 CauSíIS dc Ruídos nn Coniunicíiçíio cm Cicuciu díi InformuçAo

A terminologia brasileira em Ciência da Informação apresenta peculiaridades

apontadas por Medeiros (1984, p. 64), tais como o uso de termos derivados da linguagem

comum, resultando na proliferação de significados diferentes para o mesmo termo

(polissemia); a produtividade terminológica inovatória devido a uso variado de modelos

teóricos (empréstimo); uso de termos favoritos para representar determinados conceitos

sem preocupar-se com a existência de termos adequados e/ou já padronizados

(ambigüidade); criação desnecessária de termos novos (neologismos), e variação semântica

do termo, ou seja, enquanto a forma externa do mesmo parece igual, seu significado varia

pelo uso que dele se faz, do que resulta falta de precisão.

A falta de precisão resulta, ainda de outras causas (Koblitz apud MEDEIROS

id.ihid):

a) o processo de denominação das atividades, objetos, métodos, etc

relacionados com a Ciência da Informação, que prescinde,

freqüentemente dc fundamentação científica;

b) a adoção de um termo deve-se antes a fatores bistóricos do que a

critérios de normalização terminológica ou análise conceituai prévia*

c) o desenvolvimento da terminologia, na área, não tem acompanhado a

evolução das atividades práticas da Ciência da Informação;

d) subestima-se entre os profissionais da área, o valor e a importância

da padronização terminológica;

e) freqüentemente, entre os proponentes e usuários de termos novos

constata-se um desconhecimento das teorias e métodos terminológicos e


28

O observa-se indiferença ou desconhecimento das normas

internacionais de teminologia.

A esses fatores Medeiros acresce outros inerentes ao caso específico brasileiro;

a) a insuficiência de glossários, de vocabulários e dicionários na área-

b) inexistência de estudos relativos aos problemas terminológicos da

Ciência da Informação;

c) penetração e difusão descontrolada de termos provenientes de outras

línguas, especialmente do inglês,

d) atuação ainda incipiente do órgão responsável pela normalização no

Brasil (ABNT), na área da terminologia, e

e) ausência de padronização terminológica em Ciência da Informação

o que prejudica a comunicação entre os especialistas, bem como as

atividades de indexação e recuperação da informação científica da

área.

Por outro lado, Galvão (1998, p. 51) argumenta que no percurso histórico da

Biblioteconomia e da Documentação, sempre foram importados e/ou adaptados conceitos e

denominaçõe provenientes de outras ciêncais ou disciplinas, com o intuito de se obterem

soluções para problemas práticos, como de teorias da Administração, da Lingüística da

Lógica, da Comunicação e de outras áreas. Porém, visando-se a um emprego imediato não

houve compreensão/problematização dos conceitos metodológicos e descritivos, bem como

um questionamento sobre as implicações do uso de conceitos e denominações oriundos de

diferentes áreas do conhecimento.

Tais importações levaram a Biblioteconomia e a Documentação à elaboração de

conceitos descritivos compatíveis -- mas que. com o passar do tempo, tornaram-se


29

desatualizados em relação ao esíado-da-arte tanto da Administração, quanto da Lingüística

- e incompatíveis com os conceitos metodológicos de origem. Em decorrência, nos

"momentos em que a Biblioteconomia e a Documentação tentaram atualizar os conceitos

descritivos que utilizam, não obtiveram êxito, devido à ausência de conceitos

metodológicos internos à área"-(GALVÃO, 1998, p. 51).

Assim ao importar conceitos e denominações oriundos de outras áreas, a

Biblioteconomia e Documentação não estabeleceram "uma ruptura epistemológica

necessária para a construção de um arcabouço conceituai próprio, Ao não propor conceitos

nesta área parece, para a autora, a ruptura com o senso comum parece ser muito frágil"

(GALVÀO. 1998, p. 51). Para essa autora, a consolidação da área transcende a questão da

mudança da auto denominação, para Ciência da Informação, "é preciso discutir a sua base

conceituai c, principalmente, como está trabalhando e empregando as metodologias

científicas".
30

4 SUBSÍDIOS À GESTÃO: FERRAMENTAS DE CONTROLE TERMINOLÓGICO

O desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação (TICs) propiciou

uma profusão de informações fazendo com que a visão das bibliotecas como mera

intermediária/localizadoras de documentos ficasse obsoleta, pois os usuários passam a obter

as informações que precisam em casa.

Assim as unidades de informação são levadas a reassumir o seu papel de

contextualizadoras de informação. Não sendo mais suficiente administrar/tratar e recuperar

a informação é preciso gerir, ou seja, "agregar valor"18 a serviços e produtos de

informação.

A fim de fornecer rapidamente informação precisa sobre o que o buscador nem

percebeu que precisará, é fundamental contar com instrumentos cada vez mais refinados -

tanto de princípios de classificação das linguagens documentárias "são fundamentais em

qualquer atividade, que requeira organização; de dados, de informação, de conhecimento"

(CAMPOS, 2001, p. 13) - quanto instrumentos terminológicos.

Evidencia, pois a relevâcia do desenvolvimento de ferramentas de controle

tenninológico, como glossários e terminologias, urna vez que

o nosso conhecimento do mundo cresce conlinuamcnte assim como sc


enriquece scmpic mais u intenção dos nossos conceitos relativos ao
mesmo. Mas o aumento do conhecimento das características dos nossos
conceitos implica não no alargamento dos mesmos, mas na criação dc
novos conceitos. Acontece, porém muitas vezes, que os lermos que os
liadu/cm, poi uma lei dc menor esforço lingüístico, permanecem os
mesmos. Daí as confusões. Não há dúvida que as enciclopédias c

'^Fntende-se tal expressão como o processo de transformar dados sem nenhum significado em informação
v 10
útil" (TAYLOR apuei KIKLGAST; HUBBARD, 1997).
31

dicionários necessitam muitas vezes de uma aluali/açao. O que contém


esteá muitas vezes ultrapassado e os lermos deveriam receber novos
rcajuslamcntos (DAI ILBFRG, 1978,p. 106).

Entende-se, portanto, que ferramentas terminológicas deveriam ser parte integrante

dos instrumentos de gestão (manuais, formulários de controle estatístico, avaliações

sistemas de informações gerenciais), embora, na prática, muitas vezes nem sejam

consideradas subsidiárias.

Os documentos de terminologia'9, auxiliam na padronização de termos "essencial

em todas as etapas da Normalização" (ABNT, NBR 13789, 1997) de procedimentos, de

rotinas, serviços e produtos pois fornecem a base teórica para a construção do sistema de

conceitos20, e cíe definições harmônicas entre si assegurando uniformidade e coerência de

termos tanto na área de assunto específico quanto entre áreas correlatas e em diferentes

línguas. Fomentando o emprego eficiente da tecnologia da informação nos trabalhos de

terminologia. Posto que " as definições21 são pressupostos indispensáveis na argumentação

e nas comunicações verbais" (Dahlberg, 1978, p 106), a Terminologia,

como disciplina cientifica, a Teoria da Classificação facetada c a Teoria


do lesauro - com - base - cm - conceito temcaracterísticas semelhantes
porque todas objetivam à clcboração de instrumentos de representação do
conhecimento. Entretanto, esses instrumentos possuem funções
di Icrentes. Citaremos aqui dois momentos em que essas diferenças se
apresentam: 1) ambiente de origem, a saber. os espaços comunicacional22
c inlormacional , 2) a função dos instrumentos (CAMPOS, 1995 p 54)

l9
Entendendo-se terminologia como listagem "ordenada de um certo grupo de conceitos e termos de uma ái
de um assunto qualquer" (CAMPOS. 2001, p.13). Ela é criada pura permitir ao próprio pesquidor nciv—
sobre a área e também paru comunicar os próprios resultados. P -tu
^Conceito a compilação de enunciados verdadeiros a respeito de determinado objeto, fixada por ura símbol
0
lingüístico [palavra ou termo](Dahlberg,l 978,pl02). ' '
2'Definição como "delimitação |c/| ou fixação do conteúdo de um conceito (|...| = mtensão ou coniunio A ■
c
características ou atributos)" (Dahlberg 1978, p. 106). *
"Espaço comunicacional é onde as descobertas tornam-se registros, através do intercâmbio entre o "gerado "
de conhecimento e o próprio conhecimento e entre "gerador" e seus pares (CAMPOS, 1995, p 54) ' ^
"Espaço iníbrmacional onde existe um "nccessilador de informação" e um sistema possuidor de
documentos/informação (CAMPOS, 1995, p.54).
32

No espaço iníbrmacional verifica-se a necessidade de criação de instrumentos que

possibilitam a comunicação não mais entre os pares, mas entre o usuário de um sistema de

informação e o próprio sistema, que seria o espaço do tesauro e da tabela de classificação.

Porém esses inslrumentros para serem criados, necessitam de uma estrutura

terminológica/conceitual que será buscada em um sistema teiminológico24 (CAMPOS

1995, p. 54).

A gestão de bibliotecas embora seja uma área da Biblioteconomia, que engloba

atividades-meio (desde a coleta de dados estatísticos/gerenciais, e avaliação de desempenho

de unidades de informação, até a elaboração e/ou aprimoramento de instrumentos

gerenciais) e fim, tem como base as atividades de controle e avaliação. Uma vez que

através delas, são detectados problemas e planejadas soluções, funcionando como

instrumentos de medição da qualidade de produtos e serviços. Porém, para uma avaliação

consistente é preciso que se tenha parâmetros de maneira a possibilitar obter dados "quali-

quantitivos".

Embora as ferramentas de controle lerminológico tenham um papel relevante no

espaço informacional nem sempre se conhecem as especificidades de cada uma delas

Devido, talvez, a uma falta de consenso na literatura sobre suas especificidades. Assim

sendo, neste capítulo serão arroladas, algumas definições de ferramentas de controle

lerminológico encontradas na literatura, e a título de comparação, verbetes pesquisados em

obras léxico gráficas (Quadro).

2,
0 sislemfl lerminológico ocorre em um ambiente contextualizado de produção do conhecimento contrnlnHo
pelas leis cia linguagem e da lógica
33

Quadro Comparação entre verbetes lexicográficos e terminológicos

s
>
BETKS -i

!
Lexicogralicos I enninológicos
Dicionário - conjujito cie vocábulos dc ujna língua
ou dc temios próprios duma ciência ou arte,
disposto, em geral, em ordem alfabética, e com os Dicionário - repertório de unidades lexicais que
respectivos significados, ou a sua versão cm outra contém informações de natureza fonética
língua (HOLANDA, 1996).
Dicionário - coleção dc palavras dc uma língua, por ... ' aananuca, relerencial
(faulslich, 1995).
ordem alfabética, com o seu significado no mesmo
idioma ou traduzido para outro (ABNT, TB-49,1967|.
Dicionário dc termos técnicos, científicos,
poéticos - vocabulário que figura como apêndice a Dicionário especial - dicionário dc língua que
uma obra, principalmente para elucidação de descreve unidades lexicais seleciondas por algumas
palavras c expressões regionais ou pouco usadas de suas características. Ex.: dicionário de sinônimos
(HOLANDA, 1996). dicionário de ginas.elc. (Faulstích. 1995).
Glossário - vocabulário ou livro cm que sc
explicam palavras dc significação obscura, Glossário - repertório em que os termos
clucidário (HOLANDA, 1996). normalmente de uma área, são apresentados cm'
ordem sistemática acompanhados de informação
Glossário - vocabulário cm que sc explicam gramatical, definição, remissivas podendo
palavras obscuras ou referentes a determinada apresentar ou não contexto de ocorrência (Faulstích,
especialidade técnica, cientifica, ele, geralmente
apenso a um livro [ABNT, TB-49,1967J
Léxico - dicionário dc formas raras ou dificeis, Léxico repertório que inventaria lermos
próprias de determinado autor ou de uma época acompanahados dc seus equivalentes de uma ou
literária lABNT, TB-49,1967]
c
"uc n"0 compor,a
Tesauro - não é capaz de normalizar efetivamente a Tesau ro-terminológico lermos sistematizados com
representação do conceito/informação dc uma área a inclusão de definições, forma dc "elaborar
do conhecimento, porque sc restringe às relações procedimentos metodológicos mais rigorosos para a
lógico-scmânticas. m exação e rccupcrção da informação, ulcndedo-sc
assim com maior eficiência às demandas dos
usuános . (Tálamo.1992 p 10<H *
Vocabulário - Conjunto de palavras especializadas
em qualquer campo dc conhecimento ou atividade,
nomenclatura, terminologia (HOLANDA, 1996). Vocabulário - repertório que inventaria os lermos
dc um domínio c que descreve os conchos
Vocabulário - lista alfabética dos vocábulos de um designados por estes termos por meio de definições
idioma, acompanhados ou não das respectivas ou dc ilustrações. (Faulstich, 1995).
explicações (ABNT, TB-49,1967].

Barbosa (1996) arrola como sinônimos: D icionâno, vocabulário. idõ^Kné^

iDtQ
Ml
34

5 NOVOS RUMOS DA TERMINOLOGIA: A SOCIOTERMINOLOGIA

Este capitulo aborda, em linhas gerais, a Terminologia e a Socioterminologia,

segundo Medeiros (1984) e Faulstich (1995), respectivamente.

De acordo com Medeiros (1984, p. 36) a padronização terminológica deve ser

considerada um meio para diminuir os problemas de ordem terminológica, facilitando a

comunicação entre especialistas de uma área e consiste no estabelecimento de termos

padronizados para representar, de forma unívoca os conceitos do campo enfocado, visando

a eliminar a ambigüidade e o uso indiscriminado de sinônimos na comunicação científica.

As etapas desse processo de padronização terminológica, indicadas por Sager {apud

MEDEIROS, 1984, p, 37) são as seguintes:

a) identificação das necessidades de padronização;

b) coleta e análise da terminologia existente;

c) proposta de solução para os problemas terminológicos detectados e

d) prescrição para o uso dos termos padronizados aos especialistas da área.

Medeiros reconhece que para a padronização efetiva é preciso que os especialistas

aceitem os termos padronizados e que os fatores sócio-linguísticos e psicolinguísticos

sejam levados em consideração, tanto pelo terminólogo, quanto pelo órgão de

padronização, por ocasião do estabelecimento desses termos, mas não explicita que "a

fixação de uso, mediante uma prescrição ou normalização, deve obedecer ao uso

estabelecido, em vez de precedê-lo", preceituando, dessa forma uma univocidade

terminológica, em oposição à biunivocidade preconizada pela Socioterminologia.

Faulstich (1995) considera a terminologia um instrumento, que objetivava a

eliminação das ambigüidades nas comunicações cietíficas c técnicas, cuja evolução deu
35

origem à Sociolerminologia, onde "se reconhece que a fixação de uso, mediante uma

prescrição ou normalização, deve obedecer ao uso estabelecido, em vez de precedê-lo".

Este princípio adquire relevância, nos dias atuais, quando os dicionários e glossários

que registravam somente o uso da linguagem escrita, passaram a considerar a linguagem

falada, que é exaltada por meio da mídia. Torna-se necessário, assim, investigar as formas

faladas do léxico, porque as comunicações entre os membros da comunidade em estudo

podem gerar termos diferentes para um mesmo conceito ou mais de um conceito para um

mesmo termo.

Consultando Strehler (1995), conclui-se que a Socioterminologia tem como objetivo

integrar diferente meios sociais no trabalho terminológico, assim deve mencionar não
V
somente os termos consagrados por especialistas, mas as variante populares, assim um

trabalho terminológico não pode deixar de lado o aspecto variacionisla, a não ser sob pena

de guardar um valor limitado para um meio profissional limitado.

Assim sendo, Faulstich (1995) reconhece que nos recentes estudos sobre

terminologia sistemática, o termo perde cada vez mais sua característica de entidade

unívoca, em favor de uma interpretação variacionista que considera as diversídades de

comunicação entre pessoal de direção, de setores administrativos, de setores de pesquisa de

produção e de comercialização dentro das empresas o meio mais adequado para a descrição

dos termos científicos e técnicos.

Fica evidente, dessa forma, que para desenvolver adequadamente um trabalho

terminológico baseado na Socioterminologia, não podem deixar de ser utilizados


36

postulados da etnografia, harmonizados com o meio", e com os fenômenos que a definem

Para isso, precisam ser observadas as características da instituição em que a terminologia é

gerada, características do pessoal, competência e os usos lingüísticos (comunicação mais

falada, escrita e lida) e registro da variação lingüística na terminologia (Faulstich (1995).

"Roteiro elaborado por Faulstich (1995) para o desenvolvimento da pesquisa sócio-terminológica pode ser
consultado, neste trabalho, em Anexo.
37

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Face à percepção da importância das ferramentas terminológicas para consolidação

de área de Biblioteconomia, como ciência26, propiciada pelos levantamentos bibliográficos

e situações aqui descritas, inicialmente pensou-se em construir um glossário de

Biblioteconomia enfocando o campo da gestão de bibliotecas. Posteriormente, direcionou-

se a pesquisa para a questão da comparação de metodologias para construção de

ferramentas terminológicas.

A medida que o estudo foi se aprofundando, mais se ressaltava a relevância do

controle terminológico, face às confusões observadas em diferentes contextos. Considerou-

se, no entanto, que seria oportuno restringir este trabalho a reflexões sobre inÇonsistência

vocabular, na área de gestão de bibliotecas, por ser tema pouco abordado na literatura.

Além disso, verificou-se, por meio desta pesquisa, que um glossário não se constitui

meramente na reunião de conceitos obscuros em uma única obra. Esta visão mostrou-se

simplista, uma vez que a elaboração de glossários pressupõe planejamento minucioso das

áreas e subáreas de um tema - onde serão coletados os dados, os conceitos harmonizados --

e dos recursos materiais e humanos. É recomendada a composição de equipe

multidisciplinar, com especialistas nas áreas de Lingüística, Terminologia, Biblioteconomia

e Documentação, Tecnologias da Informação, Administração.

Além disso, acredita-se que a ferramenta por si só não garante a resolução do

26
A ciência para Macias-Chapula (1998) deve ser entendida como um amplo sistema social, cujas funções
sito: disseminar conhecimentos, assegurar a preservação de padrões e atribuir créditos e reconhecimento
para os que contribuem para o desenvolvimento das idéias em diferentes campos.
38

problema terminólogico na área de Biblioteconomia, pois tal resolução envolve

necessariamente um esforço coletivo de profissionais, incluindo-se a comunidade

acadêmica c as entidades de normalização, para dar visibilidade à questão e promover a

necessária consistência vocabular da área e cm decorrência sua consolidação.

O que se pretendeu, dessa forma, com este trabalho, foi tentar contribuir para

suscitar o debate em torno de uma questão que, a julgar pelos levantamentos realizados

parece ter sido relegada, talvez até mesmo por conta das dificuldades a ela inerentes.
39

ARSTRACT

Fonseca, Fernanda Maria Lobo da Reflexions about iiiconsislency of vocabulary in


library mnnagement in Brazil. Niterói, 2003. 51 f. Essay presenled at the Information
Sciences Department at Universidade Federal Fluminense as requisite for obtaining a
college degree in Library and Information Sciences.

The essay addresses lhe problem of vocabulary inconsistency within Library and
Information Sciences, paying special altentiôn to lhe lheme of Library Management in
Brazil. Il presents lheoretical and empiric research results. deriving from formal and
informal sources, respectively. It stresses the importance of standard terminology for the
validation of Library Sciences as an academic research field. It summarizes the evolution of
Library Sciences, Documenlation and Information Sciences, in parallel with the
developmenl of Information Technologies, arguing lhat said development increases noise
occurrence in Communications among specialists. It argues lhat nevv information
technologies are blurring the boundaries defimng spaces "inside" and "outside" libraries
For that reason, Library Management and Information Sciences terminology are now
indistinguishable. It identifies Library Management as a field in need of terminological
control tools to secure the eíTectiveness in its management mechanisms. It compares
lexicographic and terminologic vocabulary, ín a brazilian literature review, it identifies
problems emanating from vocabulary inconsistency, establishing a comparativo table of
similiarities and dissimilarities between Terminology and Socioterminology theories and
poiníing to instances of interaction. It describes the characteristic features of some tools of
terminological control. It proposes several explanations for the editorial hiatus in Brazil
conceming terminological control tools, between 1985 and 2000. It ascertains that its
production alone will not guarantee standardization for it depends of collective efforts
envolving the academic community and standardization agency.

Keywords; Terminological control. Terminology. Information technology. Library


management. Socioterminology.
40

ESPECIALISTAS CONSULTADAS

FONSECA, Nadin Lobo da


Bibliotecária, coordenadora do Núcleo de Planejamento e Administração ÍPI ANAm a
1
Rede Sirius - Rede de Bibliotecas UERJ. ^vinaü) da

íSFRAN, Angela
Bibliotecária do Núcleo de Documentação da UFF.

MACHADO, Rosane Lopes


Bibliotecária, coordenadora do Núcleo de Processos Técnicos e Automação tPROTatn ^
Rede Sirius - Rede de Bibliotecas UERJ. ^

MOREIRA, Maria José


Bibliotecária, docente da Faculdade de Biblioteconomia da Universidade do Rio de Jnaeir

SILVA, Maria do Carmo de Almeida


Bibliotecária, coordenadora do Núcleo de Memória Informação e Documentarão i
Rede Sirius-Rede de Bibliotecas UERJ. memaçao (Ml D) da

SILVA, Neusa Cardim da


Bibliotecária, chefe da Biblioteca C do Centro de Ciências Sociais ÍCCS/n Ho d ^ o- •
- Rede de Bibliotecas UERJ ^ ^ da Rede Slnus

VELHO, Angela da Silva


Bibliotecária do Núcleo MID da Rede Sirius - Rede de Bibliotecas UERJ
41

REFERÊNCIAS

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AMARAL. Sueli Angélica do^ Os multimeios. a biblioteca e o bibliotecário Rcv


Biblioteconomia, Brasília, v. 15, n. 1, p.45-68, jan./jun. 1987

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GLOSSÁRIO

Banco íerminológico

Repertório terminológico automatizado, constituído de um conjunto organizado de


aaclos
terminológicos (FAULSTICH, 1995).

"Um registro de conceitos ou termos, realizado com a finalidade de ser utilizado do


pesquisadores ou tradutores, onde os dados são acompanhados de referências, definições e
outras informações auxiliares para sua melhor compreensão e utilização" (CURRÀS 1995e
p. 55).

Biblioteca virtual

"Um lugar de informação e de comunicação na Internet, capaz de servir e de incrementar


pesquisa científica, que, valendo-se das singularidades do ciberespaço, integra informação
qualificada e organizada, mecanismos que propiciam a comunicação entre pessoas
diversos serviços, num ambiente construído para suprir as necessidades de uma
determinada comunidade acadêmica" (GOMES, 2002).

Ciência

Deve ser entendida como um amplo sistema social, cujas funções são dissem"
conhecimentos, assegurar a preservação de padrões e atribuir créditos e reconhecimento
para os que contribuem para o desenvolvimento das idéias em diferentes ra™ 0
leS
(MAC1AS-CHAPULA. 1998). ^"'P03

Conceito

A compilação de enunciados verdadeiros a respeito de determinado objeto, fixada oor


m
símbolo lingüístico [palavra ou termo](DAHLBERG, 1978, p. 102). '

Definição

"Delimitação [e/] ou fixação do conteúdo de um conceito ([.,.] = intensão ou coni„„f„ .


caracteristicas ou atributos)" (DAHLI3ERG, 1978, p. 106). conjunto de

Espaço comunicacional

"É onde as descobertas tornam-se registros, através do intercâmbio entre o 'Wrad » ^


conhecimento e o próprio conhecimento e entre "gerador" e seus pares (CAMPOS [995
48

Espaço informacional

Onde existe um "necessitador de informação" e um sistema


documentos/informação (CAMPOS, 1995, p. 54).

Etnografia

"Método de pesquisa social [que] baseia-se na existência de padrões culturais va i H


0S
dentro das diversas sociedades e no seu significado para compreensão dos n
b
sociais" (FAULSTICH, 1995). processos

Ferramentas de trabalho

"Métodos e dispositivos acessórios que auxiliam a execução de tarefas e atividades "


vls
melhores níveis de qualidade e produtividade" (MANUAL, 1997, p. 134) ' ítndo

Fontes de informação

"As fontes de informação designam todos os tipos de meios (suportes) oi


informações suscetíveis de serem comunicadas.Não importa o suporte físico e 001116,11
informação se encontra (papel, objeto, imagem, disco, fita cassete ou uma fonte"1
pesquisa) o que é importante é que o conhecimento seja transmitido" (MANUAL^m?

Padrão

"Aquilo que serve de base ou norma de avaliação de qualidade e quantidade (MANTíai


1997, p. 246) e que têm como objetivo "prestar auxílio para decisões e ações * ,
uma situação considerada ideal para viabilizar seu ' rW,* e:'tabe,ecer
SeU
(TARAPANOFF, 1995, p. 123) ^nvolv.mento"

Padronização

"Indica os valores, as inlensidades dos atributos dos produtos e servira o


C0S 3 serem
na produção" (MANUAL, 1997, p. 246). «mg,dos

Padronização terminológica

Consiste no estabelecimento de termos padronizados para representar de f


conceitos de determinado campo do conhecimento, visando a eliminar a a ^ UniVoca 08
uso indiscriminado de sinônimos na comunicação científica (FAULSTICH 1 ^)0l^Ulda<^e e 0
49

Sistema tenninológico

"Ocorre em um ambiente contextualizado de produção do conhecimento, controlado nel


leis da linguagem e da lógica" (CAMPOS, 1995, p. 54).

Socioterminologia

"Disciplina que se ocupa da identificação e da categorização das variantes lingüísticas d


termos em diferentes tipos de situação de uso da língua", em que o "princípio subjacente dS
pesquisa [...] é o registro de variante(s) que leva em conta os contextos social situacionaf
espacial e lingüístico em que os termos circulam; não abandona também a freqüência d
uso, se for este o método escolhido pelo especialista" (FAULSTICH, 1995)

Terminologia

"Listagem ordenada de um certo grupo de conceitos e termos de uma área de u


qualquer" (CAMPOS, 2001, p. 13). Ela é criada para permitir ao próprio pesoukaT0
pensar sobre a área e também para comunicar os próprios resultados. saaor

Variantes terminológicas

Funcionam "como marcas do tipo Var., no corpo de um verbete e são resull


diferentes usos que a comunidade, em sua diversidade social lingüística e neoará/" r*
termo" (FAULSTICH. 1995). ^ y ai,ca do
APÊNDICE - Lista de instrumentos de controle terminóloaico: levantamento prelindnar

FARIA. Maria Isabel, PERICÀO, Maria da Graça Dicionário do livro- tcrminol '
relativa ao suporte, ao texto, à edição e encadernação, ao tratamento tér„.V„ T"
Lisboa: Guimarães, 1988. «cnico, etc.

GíL. B M Diccionario técnico de Biblioteconomia: espanol-ingles México- T 11


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51

ANEXO- DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA SOCIOTFRMINOI nnr .


ROTEIRO '-«iviiNULOGICA:

0 roteiro elaborado por Faulstich (1995) para o desenvolvimento d» .


terminológica inclui as seguintes etapas: pesquisa sócio-

1) identifique o público que será usuário do repertório o usuário é


para a seleção da área de conhecimento a ser sistematizada nnro,,""? . pista
ncia
a falta de documentos de referência dos quais precisa nJ» 1
P 3 para am 1
conhecimentos. P 'ar seus

2) Escolha área do conhecimento que terá a terminoloaia sistematiza


ern urn
tipos de repertórios terminológicos. dos

3) Escolta o tipo de repertório que você vai redigir- dicionáriot m .


Vocabulário? etc.observe a complexidade de cada um Glossário?

4) Elabore um projeto de pesquisa para desenvolver com ma"


trabalho. Um projeto deve contemplar, pelo menos, as seguinte13 SegUrança seu
Institucional (dados gerais, setor responsável pelo desenvol^'1^ SÍtuação
cargo e formação do responsável pelo projeto, seus enderp Vlnient0' noi"e,
profissional), 2 Apresentação (situação da área de est d0S reSlC,encia, e
terminologia -em relação à área de conhecimento - cienlíf 0 "" n0 Caso'
selecionada, justificativa do tema da pesquisa isto é 1 ^ 0U l^cn'ca
desenvolver a pesquisa, formulação dos objetivos, justifícaf ^'^Ção para
1 t,ernanda
quem será o usuário - e da escolha da área de conhecimento^ ~
e Sí eCirica a ter
terminologia descrita, tipo de repertório terminológico a ser , ? a
quantidade de termos de entrada prevista, mecanismos de ex^LZ^COm a
ror
de equipe, definição da documentação bibliográfica para , maçao
reC0 de
etapas do trabalhoe etc., tratamento automático dos dados dados,
cronograma e detalhamento financeiro de gastos); ' memor,a de cálculo:

5) Desenvolva o trabalho terminográfíco, isto é, o estudo sist ' •


seguindo os procedimentos etnográficos; matico dos termos,

6) Durante a recolha de termos, considere a variação da te '


possível. Assim sendo, recolha o termo-entrada e qualquer11'110, Sem re
P que
16 eSSe teriTio
recolha a definição mais abrangente e outra(s) defíniçãorõ^^" ^ ;
o(s) uso(s) naquele contexto. A definição também pode variar ^ especifíca(mj

7) Recolha a definição do termo que aparece no corpus de


9 de ni
não preencher os requisitos necessários par a definição do ^ ^ ^ Çao
não encontrar a definição precisa elabore-a

8) Retire da definição os termos remissivos se você est"


repertório sistemático; se optar por repertório alfabético a r^ ?I8anÍ2ando um
pode ser desnecessária; ' reco'na de remissivas
52

9) Prencha uma ficha de terminologia para cada termo. Procure esgotar ao ' '
os campos cto ficha ou selecione os campos que serão sistematÍM^èm°
preenchidos, de acordo com a terminologia a ser descrita e o reoert 5
110 a ser
redioido:

10) Atente para microestrutura do repertório. A microestrutura corresno H


verbete pronto. Veja a seguir um esquema com os campos constituintes 1 ^
verbete: Verbete = + entrada + categoria gramatical (± substantivo P sint Um
termmológico, ± verbo) ± gênero ± sinônimo ± variantes + fonte~-f '
area
subárea ± definição ± fonte + contexto + fonte + remissivn^ • ~
211 ec uiv
fontes; ~ l alentes ±

11) Atente para a macroestrutura do repertório. A macroestrutura inclui 1'


verbetes, os textos que explicam ao usuário a composição da obra n' a d0S
S
facilitação de consulta. Serve também para organizar o m '
repertório, por meio do qual se identifica quem o elaborou para0 ,S,Cllrso do
tlUem e COm
que intensão. Não pode faltar a Apresentação nornnA
composição da obra; i-^icce a

12) Determine a quantidade de termos a ser descrita, dependend


repertório. Observe, contudo, que uma quantidade muito peo 0 h0 l^0
tenil
pode não ser ideal para uma suficiente sistematização termino!á ^ os,
POr 0utro
lado, um número exagerado de termos pode conduzir o
pesquisa superficial; ' specialista a uma

13) Discuta com os consultores especializados - profissionais 1-


< e
conhecimento que está sendo descrita - a pertinência das inf^ ^
ülmações
validação do repertório terminológico elaborado depende,' basicarn , ; A
tr a e
especialista em terminologia, especialista da área de conhecimento^us^ ' ^
c
€>
Mi

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