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PROCESSOS FONOLÓGICOS SEGMENTAIS NA REDE –

FACEBOOK, ALGUMAS QUESTÕES.


Ana Paula Tavares Lopes1

Heraldo Pereira Lopes2

RESUMO

Este texto apresenta uma discussão sobre a temática “Fonologia no dia a dia”, e para isso, tem por objetivo
demonstrar os processos fonológicos segmentais na rede social Facebook como objeto de pesquisa ensino. Em
primeiro momento, apresenta-se aporte teórico sobre a interção social e evolução tecnológicas. Em seguida, trata
dos processos fonológicos segmentais, esclarecidos por Silva (2011) recorrentes na plataforma. Para a produção de
dados foram usados os procedimentos metodológicos limitados à amostra de ocorrências coletadas no feed ou
timeline, com a ressalva de que este estudo, trata-se apenas de observações já muito discutidas por estudiosos e aqui
trataremos de um pequeno recorte diante de suas vastas possibilidades de uso potencial em sala de aula.

INTRODUÇÃO

O crescente número de usuários das redes sociais por todo o mundo, especialmente,
com a popularização de diversas mídias, tem fomentado a necessidade da discussão a respeito
do uso das novas tecnologias na educação. Hoje, familiarizamo-nos com novos ambientes,
novas metodologias, novos saberes no despertar de uma era marcada fortemente pelo
progresso científico que impõe, frequentemente, aos sujeitos envolvidos no processo, revisão
do currículo e das práticas comuns dentro desse contexto. É inegável que a revolução
tecnológica, fez com que as pessoas também achassem outras formas de estabelecer relação
com o mundo – tudo se tornou mais intenso, imediato e interativo. Para Hass (2005), a
internet representa um interminável manancial de informações em superfície hipertextual que
proporciona impactos de novas percepções na aprendizagem. Sabe-se “que toda inovação se
caracteriza por apresentar dimensões utópicas emancipatórias, cuja aceitação está
condicionada à clareza da sua aplicação na melhoria de práticas, processos e produtos”
(XAVIER, 2009, p.46). Logo, o uso da tecnologia na educação deve estar atrelado a “ajustes

1
Mestranda em Letras – Profletras(UFOPA), Graduada em Letras (Ulbra),Graduada em Biologia e
Química (UFOPA), Especialista em Gestão Escolar.
2
Mestrando em Letras – Profletras(UFOPA), Graduado em Letras (UFPA),Graduado em Letras
Português e Inglês(UFOPA), Especialista em LIBRAS e Gestão Escolar.

1
nas diferentes estratégias utilizadas pelos professores na condução do processo de
ensino/aprendizagem” (OLIVEIRA, COSTA E MORREIRA, 2004, p.1120).

Em estudo divulgado pela Cuponation, em de janeiro de 2021, apontou-se que


brasileiros investiram cerca de 5 horas por dia em sites e programas de interação com outras
pessoas, ocupando a segunda posição no ranking de tempo dedicado às redes sociais –
perdendo apenas para a Indonésia. De acordo com o levantamento o Facebook ocupa a
segunda posição no gosto dos brasileiros merecendo aproximadamente cerca de 15 horas
mensais dos usuários. Dados divulgados pela GlobalWebIndex em 2019 já apontavam para
esta posição direcionando que o engajamento maior nas plataformas se deve, em grande parte,
a faixa etária específica de 16 a 24 anos. Vale mencionar que, globalmente, o uso das mídias
sociais vem crescendo aproximadamente 325% em um breve comparativo entre 2019 e 2020.

Logo, torna-se oportuno falar que ambientes virtuais oferecem a criação de novas
oportunidades de pesquisa e por que não dizer, também, possibilidades de intervenção
educacional significativa? Vários autores, dentre eles, Lévy (1993), Xavier (2009) e, Rabelo e
Haguenauer (2011), corroboram para mostrar possibidades e a eficiência do uso da tecnologia
nas escolas. Esse uso propicia o desenvolvimento cognitivo do aluno na medida em que,
quando o faz ampliar sua capacidade de atenção e percepção dos artefatos utilizados, transfere
também a atenção para os conteúdos ministrados.

Levando em consideração o cenário traçado, pretendemos estudar alguns aspectos


fonético-fonológicos presentes no ambiente de interação virtual focando nas marcas da
oralidade e investigar a interferência de processos fonológicos na escrita dos usuários. Para
efeito de estudo exemplificaremos algumas ocorrências em recortes de textos do Fabebook
observando a frequência e as variáveis que mais influenciam no aparecimento de alguns
processos fonologicos na escrita desses usuários.

O FACEBOOK

O Fecebook ou Face, como é costumeiramente chamado, criado em fevereiro de 2004


por Mark Zuckerberg, é uma rede social de inegável popularidade. Segundo a Hootsuite, os
números de janeiro de 2021, apontam para 150 milhões de brasileiros ativos na rede e
representam impressionantes 69,6% da população. Trata-se de uma multiplataforma

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disponível para uso nos mais diversos aparelhos, um espaço digital de convivência online que
dispõe de inúmeras ferramentas com especificidades diferentes, com múltiplas funções a fim
de atender a objetivos de interação diversificados.

A rede promove a cultura de comunidade virtual e aprendizagem social em um


ambiente que se torna possível criar experiências compartilhadas e não apenas uma
experiência que é compartilhada. Rabelo e Haguenauer (2011) acreditam que o uso desses
recursos midiáticos “podem beneficiar os aprendizes uma vez que eles encorajam o diálogo
entre pares, promovem o compartilhamento de recursos, facilitam a colaboração e
desenvolvem habilidades de comunicação”, através de materiais genuínos que reúne em um
mesmo ambiente, inúmeros recursos e aplicação de vários tipos de mídia que dão aos
educadores a possibilidade de proporcionar um ensino interativo e uma aprendizagem
colaborativa.

O Facebook é um canal de interação que possui dentre suas inúmeras características a


influência da modalidade oral da língua pela velocidade e espontaneidade da escrita, o que
justifica a reconfiguração de palavras e a ressignificação de alguns sinais diacríticos. De
acordo com Lévy (1993) o ambiente virtual “é dinâmico, está perpetuamente em movimento.
[...] ele se redobra e se desdobra à vontade, muda de forma, se multiplica, se corta e se cola
outra vez de outra forma.” Recursos estes que a escrita no papel não suporta.

Os diálogos nas redes através de textos “instantaneamente” escritos e recebidos simulam


uma conversa face a face – uma relação entre escrita e oralidade que possibilita refletir sobre
os efeitos que esta prática provoca e como interfere na consciência linguística. Temos um
modo de comunicação:

com características típicas da oralidade e da escrita, constituindo-se, esse


gênero comunicativo, como um texto misto, situado no entrecruzamento de
fala e escrita. Assim, algumas das propriedades até há pouco atribuídas com
exclusividade à fala, tal como a simultaneidade temporal, já são
tecnologicamente possíveis na prática da escrita à distância, com o uso do
computador. Esse “escrever” tem até uma designação própria: “teclar”; tal é a
consciência da “novidade”. (MARCUSCHI, 2003, p. 18).

Devido a dinamicidade de teclar a comunicação on-line permite aos usuários que


desenvolvam novos modos de transmissão de ideias recorrendo a possibilidades menos
burocráticas, a uma linguagem mais estilizada, híbrida ou mesmo livre de convenções. Porém,
essa “liberdade” está intimamente relacionada a determinados fenômenos que permitem ser
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analisados por aspectos fonético-fonológicos que já atestam recorrência na história da língua,
que a comunicação digital lhes permitiu ganhar “forma”.

PROCESSOS FONOLÓGICOS SEGMENTAIS


Por processos fonológicos segmentais, entende-se como as alterações de fones ou de
fonemas. Nessa perspectiva Silva (2011, p.80) esclarece que “esses processos podem ser
percebidos tanto do ponto de vista sincrônico (num estágio da língua) quanto do ponto de
vista diacrônico (estágios sucessivos da língua)”. Trata-se de unidades tanto da Fonética
quanto da Fonologia que poderiam apresentar divisões diferentes, entretanto, convencionou-se
usar apenas a expressão “processos fonológicos” e a ela nos remeteremos neste trabalho. Na
língua Portuguesa, de forma genérica, de acordo com Bisol (2005), é possível agrupá-los em
quatro segmentos: processos de adição; processos de apagamento; processos de transposição e
processos de substituição.

De modo breve, podemos dizer que nos processos por acréscimo podem ocorrer adição,
de consoantes, de vogais e de glides; os processos de apagamento consistem na supressão de
um segmento que pode ser uma consoante, uma vogal ou glide, ou ainda, de uma sílaba
inteira; o por transposição entende-se quando um segmento troca de posição dentro de uma
mesma palavra. Pode ocorrer de três formas: transposição de consoantes, de vogais ou de
elementos suprassegmentais. E, no processo de substituição, enquadra-se toda alteração que
um fone ou fonema venha a sofrer. Essa mudança ocorre por influência de outros fonemas
que lhe estão próximos.

Neste trabalho, daremos enfoque a categorização de alguns processos fonológicos feita


por Silva (2011) que estabeleecu algumas subcaterigorias, porém não estabeleremos
necessariamente a seguinte sequência:

1. Processos de adição:
1.1 Prótese: adição de segmento inicial.
1.2 Epêntese: adição de segmento medial.
1.3 Paragoge: adição de segmento final.
2 Processos de apagamento:
2.1 Aférese: apagamento de segmento inicial de palavra.
2.2 Síncope: apagamento de segmento medial.
2.3 Apócope: apagamento de segmento final.
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3 Processos de substituição:
3.1 Assimilação: Um segmento adquire propriedades do segmento que está
próximo dele.
3.2 Decaimento: fenômeno fonético em que o fone se transforma em outro.
3.3 Sonorização : Som surdo se torna sonoro.

DA COLETA E OBSERVAÇÃO DOS DADOS

Como procedimento metodológico, este estudo limitou o corpus de análise à amostra de


ocorrências coletadas no feed ou timeline (linha do tempo) de usuários da rede social, uma das
inúmeras ferramentas do Facebook, escolhida por se tratar de posts (postagens) que
possibilitam edições, marcações, além de apresentar como característica a perenidade em
relação, por exemplo, a efemeridade dos stories.

A fim de compor um quadro de registro dessas ocorrências recorremos a barra superior


de pesquisa disponível no aplicativo em seguida selecionamos o item publicações na barra de
ferramentas de acesso rápido que possibilitou a facilidade e maior abrangência no acesso à
coleta dos dados.

Cabe-nos, mencionar que este estudo trata-se apenas de observações já muito discutidas
por muitos estudiosos e aqui trataremos de um pequeno recorte diante das vastas
possibilidades que o estudos nesta rede social, sobre o assunto, podem proporcionar.

Deste modo, foram observados na escrita virtual tanto como em outros registros escritos
a ditongação – acréscimo de semivogais no interior de palavras. A formação de ditongos com
a adição de glides – como em “faiz”, “veiz”, “meis” ( /fejʃ/,/vejʃ/, /mejʃ/ ), torna-se habitual
neste ambiente que demonstra inúmeros casos em que está presente um tipo de epêntese. Nota-
se que o uso de “nóis” ou “nóiz” se tornou tão recorrente que parece estranho para os usuários
a escrita de “nós” como forma desse pronome. Este hábito está tão massificado que apresenta
possibilidades de gifs e/ou figurinhas que já estão disponíveis para uso imediato nos
comentários, por exemplo. Netto (2012) explica esta ocorrência de transformar “nós” em “nóis”
/nɔjʃ/ pelo fator de que quando uma oxítona ou monossílaba termina em “s”, ocorrerá à
inserção do glide [j] antes da fricativa alveolar e este fenomeno passou a fazer parte da escrita
no ciberespaço.

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Observa-se que a presença do fonema [z] é comun na maioria das ocorrências, e há de se

destacar que a sílaba tônica atua como fator de favoreciemnto da ditongação, como em “rapaiz” =

rapaz /ʁapajʃ/, ou, até mesmo, na realização do diminutivo do vocábulo /ʁapajziɲu/.

Existem ainda os casos em que a ditongação ocorre por influência da “hipercorreção”,


em que palavras como “boa” e “pessoa” são escritas como [„bowa] e [pe‟sowa], conforme
pesquisa apresentada por Netto (2012). Percebemos o uso na palavra “paredão” =
“paredaum” /paɾed w/, viralizada nas redes sociais por conta de um reality show em que na grafia há
uma aproximação muito clara da representação fonológica dos ditongos nasais, citando a
correspondência de vogal + semivogal + arquifonema nasal. O uso “m” e não “N”; e “u” ao
invés de “w”, justifica-se, já que habitualmente a leitura reconhece essa utilização (não
utilizamos “w”, e sim o “u”; e ainda no final de palavras, grafamos com “m”).

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O processo oposto pode ser notado. Trata-se da monotongação do ditongo /ow/ por
exemplo, visto em outras incidências nas redes sociais como “loco‟‟/loku/ = louco e “poko”
/poku/ = pouco. A monotongação consiste no processo pelo qual o ditongo passa a ser
produzido como uma única vogal. Daí a presença de exemplos em que há um apagamento
da semivogal como “fico” = fic[o] /fiko/ = ficou. A supressão de glide que provoca
“monotongação” apresenta bastante recorrência nas redes sociais como acontece em –
“mantega”/m tega/ = manteiga onde o ditongo /ej/ é alterado pelo apagamento.

Para Câmara Jr. a monotongação consiste

na passagem de um ditongo a uma vogal simples. Para pôr em relevo o


fenômeno da monotongação chama-se, muitas vezes, monotongo, à vogal
simples resultante, principalmente quando a grafia continua a indicar o
ditongo e ele ainda se realiza numa linguagem mais cuidadosa. Entre nós há,
nesse sentido o monotongo ou /ô/, em qualquer caso, e ai /a/, ei /ê/ diante de
uma consoante chiante (p)ouca, (b)oca, (c)caixa, como acha, (d)deixa), como
fecha. (CÂMARA JR, 1997, p.170)

Outro exemplo de apagamento característico observado facilmente é a ausência da


consoante (r) em final de palavras. A omissão de /R/ em exemplos como “fica” /fika/; = ficaR,
“amo” / mo/ = amoR, “ventilado”´/v tʃilado/ = ventiladoR que pertencem a subclassificação
do processo fonológico denominado apócope. Caso que também é notado com o uso de marca
de plural /S/ em algumas palavras em que o plural já vem marcado na primeira palavra. Mas
também, resgistramos a síncope que consiste no desaparecimento ou apagamento no interior
de um vocábulo em casos como “ceveja” /seveʒ / = cerveja.

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Dentre exemplos de ocorrrncias classificadas dentro processo fonológico de substituição
foram registrados exemplos de decaimento como em: “arvori” /aʁvuɾi/= árvore, “di” /dʒi/ = de,
Elias (2014) acrescenta, ainda, que as substituições de vogais finais se dão para representar a real
sonoridade, quando pronunciadas espontaneamente (“meiu” /meju/ = meio; “ocupadu”
/okupadu/ ocupado ;sabi /sabi/ = sabe ). Seara, Nunes e Lazarotto (2011, p. 111) explicam que
existe oralmente e foneticamente essa possibilidade de pronúncia das vogais átonas finais.
Alguns fonemas que em alguns contextos particulares perdem seus valores distintivos,
representam um processo fonológico chamado de enfraquecimento. As vogais /e/e /o/ tornam-se
[i] e [u], respectivamente, quando não acentuadas e em posição final de palavra. São exemplos
palavras como “forti” /fɔʁtʃi/ = forte, “bati” /batʃi/ = bate

Quanto ao processo de assimilação merece destaque exemplo coletados como “igreja”


/ ɡɾeʒ / =igreja, “indentidade”/ d tʃidˈadʒi/ = identidade. Nesses casos, a nasalidade, ocorre
quando uma vogal tipicamente oral é seguida de uma consoante nasal, sem alterar o sentido e
marca também a variação dialetal como afirma Silva (2008). A vogal acaba por assimilar
o traço nasal da consoante nasal. Para Cagliari (2002, p. 99) isso acontece quando “um som
torna-se mais semelhante a outro, que lhe está próximo, adquirindo uma propriedade fonética
que ele não tinha”. A assimilação é para Silva (2011) um tipo de processo por substituição.

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Deste modo, para citar apenas um caso assimilação, representaram graficamente a nasalização
da vogal [i] com a letra “n” em “indentidade”. A motivação fonética pra isso é o traço nasal
do fonema /n/ que incide na percepção da vogal /i/, ou seja, /i/ assimila o traço nasal de /n/.
Para Camara Jr. (2011), na língua portuguesa não há vogais nasais. Há vogais orais seguidas
de arquifonemas nasais, ou seja, não há traço distintivo de sentido, portanto não se trata de um
fonema, apenas um fone.

Um caso que merece atenção é o yeismo que fonologicamente é visto como um


fenomeno de desfonolização em que há perda do fonema palatal, sendo produzido como o
fonema /y/. No estudo o exemplo mais recorrente e característico é “veio” /vɛju/= velho. Na
fala, esse fenômeno se manifesta como diferentes variantes, podendo realizar-se com
articulações mais fechadas (fricativas e africadas), mais abertas (semiconsoantes) ou, ainda,
intermediárias (aproximantes).

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Por fim, embora não faça parte do propósito inicial deste trabalho, tratar
especificamente sobre vocábulo fonológico, cabe mencionarmos da alta recorrência de
palavras como de repente, e com certeza que são frequentemente grafadas como uma só
palavra: “derepente” /deʁep tʃi/ e “concerteza” /k seʁtɛz /. Isso mostra que “para o falante,
certos grupos de força, assim entendidos como conjuntos de palavras que se pronunciam sem
pausa, são interpretados como se fossem um único vocábulo” (CAVALIERI, 2005, p. 135).

Muitas palavras compostas do português apresentam hoje essa interpretação de um só


grupo de força e são transcritas como um único vocábulo. São exemplos desse fato palavras
como “aguardente” (água+ardente) e “entretanto” (entre+tanto), por exemplo.

DA REDE PARA A REDE

É irefutavel que o professor necessita refletir a respeito das inúmeras questões que
envolvem a escrito do seu aluno, mediante a ocorrência de processos fonológicos, bem como a
apontar direções e ou caminhos que possam subsidiá-lo no processo de ensino-aprendizagem.
Diante desses pontos, acreditamos que o professor é o principal mediador no processo de
sistematização de ações educativas e disseminador de reflexões sobre oralidade, escrita e
ortografia.

Deste modo, feito recortes, seleções e análises podemos fazer uso da retextualização
como uma dentre várias possiblidades da prática de trabalho da relação oralidade e escrita,
Marcuschi (2003), em sua obra “Da fala para a escrita: atividadesde retextualização, entre
outros pontos”, traz esclarecimentos e desmistifica muitos conceitos sobre fala e escrita, além
de propor as atividades de retextualização em sala de aula, no caso em questão, esclarece as
possibilidades de passarmos o texto falado para o escrito. Fazendo uso da possibilidades que a
multiplataforma oferece o professor pode propor um ir e vir nos textos, criando e recriando
falas nos mais diversos genero que a rede soscial abarca, como memes e gifs, por exemplo,
ressaltando ainda que assim como na fala, a forma escrita também deve se manifestar
dependendo do espaço.

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Além das atividades de retextualização pode-se propor a produção de um “pequeno
dicionário” com as express es tipicas do ciberespaço com as devidas transcrições fonéticas e
fonologicas para que os educandos percebem as relações dos femonemos e o processos
fonológicos pertinentes em cada registro e refletir sobre meios de como compartilhar
essa experiencia.
Para isso, pode-se se fazer uso da criação de grupos, comunidades, páginas, salas,
eventos e uma série de outras possibilidades de recurso suportados. A fim de se criar de
situações que fomentem a reflexão sobre o aspecto fonológico da lingua, tão despresado
emm relação a outros questoes línguísticas.
O Facebook, como tantas outras redes socias, devem ser consideradas como mais uma
ferramenta que contribui com a educação linguística e importancia no fato que todos os meios
de comunicação hoje concentrarem ou converguirem para tecnologia computaciol.

CONSIDERAÇÕES

Diante do exposto, é pertinente salientar que a escrita digital confirma-se como um meio
pelo qual se “recria” a escrita para atender aos novos propostos comunicativos da sociedade
digital. E que ao observarmos o mundo não podemos fazeê-lo alheios a práticas sociais
significativas.
Percebemos a necessidade de levantamentos como este, tornando-se relevantes no
sentido de cumprir o papel na investigação de ferramentas que possibilite o ensino da
linguagem, sobre os aspéctos fonológicos, de maneira a estimular os alunos a apreciação,
percebendo alguns mecanismos que favorecem a articulação da fala em relação a escrita, para
realização comunicacional social. E usar essas ferramentas mais usuais para esse fim é uma
maneira atratativa de contextualizar e estabelecer um paralelo entre o fim e o meio. É nesse
contexto de sala de aula, de multiplos saberes, que emerge o desafio do professor de Língua
Portuguesa.
Espera-se que este artigo possa ter auxiliado para a compreensão sobre a temática
desenvolvida e abra possibilidades pedagógicas a partir da metodologia desenvolvida. E
assim, possamos transformar a sala de aula em um ambiente interacional e de fomentação da
autonomia, contribuindo com a formação de um sujeito mais autônomo e consciente.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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