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Resumo
Nas duas últimas duas décadas, temos sido testemunhas do aumento pela procura
de cursos na modalidade a distância (AVANCINI, 2017). Ao contrário da retração
vivida pelos cursos presenciais, a modalidade a distância apresentou um crescimento
significativo - algo em torno de 27% se comparado ao ensino na modalidade
presencial, cujo crescimento não passou de 0,5% no mesmo período. (BOLDRINI;
PAULUZE, 2018). A procura se dá, especialmente por pessoas que, em função das
suas atividades cotidianas e por questões econômicas, buscam, no ensino a distância,
uma alternativa de estudos mais flexível e acessível em termos de custos, seja para
ter uma graduação, especializar-se ou, simplesmente, pela vontade/necessidade de
aprender algo diferente ou que as motive na vida, além de permitir competitividade no
mundo do trabalho. Sobre este último, o fenômeno da globalização integrou mercados
de diferentes países, permitindo a conexão de localidades distintas. Em outras
palavras, além da sua influência em termos econômicos, não se pode negar que as
consequências do processo de globalização não são limítrofes às questões de ordem
econômica; devemos pensar até que ponto tal aproximação, favorecida pelo processo
de globalização, também não tornou possível o acesso imediato dos sujeitos
envolvidos tanto a outros mundos quantos discursos, conforme nos apontam Bueno
e Morais (2018). O que queremos dizer é que tal proximidade entre povos diversos
fez emergir a necessidade de um código, de uma língua compartilhada que permitisse
a esses sujeitos a comunicação efetiva. Para Bagno (2004), ao longo da história, a
língua tem sido utilizada como instrumento propiciador da comunicação entre sujeitos
de culturas e lugares e, consequentemente, línguas diferentes Dentro desse
panorama que se apresenta - o da globalização - o inglês consolidou-se como língua
mundial na metade século XX. O encontro de mundos e discursos diversos nesse
contexto teve, como um elemento facilitador, não somente a expansão do uso da
internet e o avanço das tecnologias digitais, mas também a própria língua inglesa que
surge como o idioma de comunicação. Em outras palavras, a globalização também
impulsionou a necessidade de competência comunicativa em língua inglesa, seja para
fins acadêmicos ou de negócios, a ponto de essa língua ser aceita, nos dias de hoje,
como uma língua franca. Tais transformações de cunho tecnológico, econômico e
social impactam também o campo da educação, incluindo-se aí o próprio ensino da
língua inglesa. Aliado a esse cenário, não podemos, portanto, deixar de ver o ensino
a distância também como uma modalidade de ensino que está em consonância com
o mundo atual, tecnológico e globalizado. Consequentemente, o desafio que surge é
como ensinar a língua inglesa na modalidade a distância, de modo a permitir o acesso
ao mundo globalizado dessa população que busca a sua primeira graduação ou
cursos de formação continuada. A comunidade acadêmica respondeu a esse desafio
ao dar início às pesquisas sobre as tecnologias digitais disponíveis e as estratégias
pedagógicas para o ensino on-line. Entretanto, a revisão de literatura mostra que
muito trabalho ainda é necessário, uma vez que há pouca pesquisa que dá suporte e
nos informa a respeito do ensino on-line no que diz respeito ao trabalho com as
habilidades orais em língua inglesa, se comparada aos estudos realizados sobre a
produção escrita por meio de tecnologias digitais que favorecem a escrita
colaborativa, seja por meio de e-mail, redes sociais ou Google docs. Nesse sentido, a
oralidade ainda continua a ser o maior dos desafios entre pesquisadores (LEVY;
STOCKWELL, 2006; DIAZ; MIY, 2017; MORALES; FERREIRA, 2008; WEN-CHI;
CHEN HSIEH; YANG, 2017). Sendo assim, neste trabalho, o nosso objetivo é discutir
os desafios pedagógicos que estão presentes, tanto em cursos de larga escala,
síncronos e assíncronos, em relação ao ensino da oralidade em língua inglesa, com
foco na conversação. Tais desafios incluem ações como replicar interações
autênticas, propiciar espaços para interações entre alunos, encorajar a prática e a
comunicação fora dos espaços acadêmicos e encontrar tecnologias digitais que
auxiliem a comunicação verbal. Apesar da aparente facilidade de se contornar tais
desafios, se pensarmos nas possibilidades da aprendizagem ubíqua e no uso das
tecnologias digitais na educação (SANTAELLA, 2013), há de se considerar um
adicional de complexidade quando queremos aplicar as práticas pedagógicas do
ensino online em cursos de larga escala. Portanto, é pertinente perguntarmos até que
ponto as tecnologias digitais em cursos na modalidade a distância que comportam
milhares de estudantes favorecerem a conversação, a interação e atividades que
deem suporte às conversações autênticas. Neste trabalho, propomos discutir o uso
de chatbots, professores/tutores virtuais e reconhecimento automático de voz, além
das videoconferências que podem auxiliar os professores e as instituições de ensino,
com relação às interações suportadas por computadores, a partir dos estudos que
fornecem a algumas ideias teórica para esta revisão de literatura (COX; DAVIES,
2012; SHAWAR, 2017 e CHIU; LIOU; YEH, 2008). Esses autores tratam do uso de
tais tecnologias digitais como parte de um currículo maior que envolve outras
atividades de prática de conversação.
INTRODUÇÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A respeito do que foi tratado neste trabalho, a ênfase dada foi na prática
da conservação em cursos on-line de idiomas de larga escala, uma vez que,
em termos de pesquisas acadêmicas nessa área, tal habilidade linguística é a
que mais carece de informação. Apesar de não ter sido o objetivo deste artigo
verificar de forma empírica essa questão, o tema foi abordado a partir de
experiências já vivenciadas em algumas instituições de ensino não brasileiras
que se utilizam de recursos digitais (tais como professores virtuais, chatbots e
recursos de videoconferência) e observar até que ponto esses recursos podem
ser utilizados em cursos de larga escala.
Pode-se perceber, pela revisão de literatura que, ao tratarmos do ensino
de língua inglesa na modalidade a distância e para grandes grupos, não
somente a escolha dos recursos digitais deve ser analisada com critério, mas
também a própria operacionalidade desse recurso, que envolve o uso por
parte do aluno e a disponibilidade de oferta de acesso à internet. Uma vez que
seja averiguado que essas questões não irão afetar o desempenho da
produção linguística do aluno, vislumbra-se uma possibilidade real de que
esses recursos possam ser, de fato, aplicados em cursos on-line de idiomas.
Sabe-se que há desafios enfrentados no trabalho para se atingir de
forma significativa a proficiência em todas as habilidades no ensino de uma
língua estrangeira, em especial, a oralidade. Esta está relacionada à prática da
conversação, que implica na existência de um interlocutor, portanto, os
recursos aqui apresentados podem ser considerados potencialmente
produtivos em cursos de larga escala.
REFERÊNCIAS
CHIU, T.; LIOU, H.; YEH, Y. A study of web-based oral activities enhanced
by automatic speech recognition for EFL college learning. 2008.
Disponível em: <https://www-tandfonline-
com.libraryproxy.griffith.edu.au/doi/full/10.1080/09588220701489374?scroll=t
op&needAccess=true> Acesso em 20 set. 2018.
HLAS, A.; SCHUH, K.; ALESSI, S. Native and non-native speakers in online
and face-to-face discussions: Leveling the playing field. Journal of
Educational Technology Systems. 36, p. 337–373. 2008. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/249233974_Native_and_Non-
Native_Speakers_in_Online_and_Face-to-
Face_Discussions_Leveling_the_Playing_Field >. Acesso em 10 out. 2018.