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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO KALANDULA DE

ANGOLA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


COORDENAÇÃO DO CURSO DE ANÁLISES CLÍNICAS

TRABALHO DO FIM DO CURSO

FREQUÊNCIA DA HEPATITE B EM DADORES DE SANGUE NO


HOSPITAL MUNICIPAL DO CAZENGA II SEMESTRE 2020

Baião Seca Campo


Luanda- 2021

Baião Seca Campos

FREQUÊNCIA DA HEPATITE B EM DADORES DE SANGUE NO


HOSPITAL MUNICIPAL DO CAZENGA II SEMESTRE 2020

Trabalho do Fim do curso apresentado ao


Departamento de Análises Clínicas do Instituto
Superior Politécnico Kalandula de Angola
(ISPEKA), como requisito para obtenção do
Título de licenciado em Análises Clínicas sob
orientação MSC. Professor Bartolomeu.
Luanda-2021

TERMO DE APROVAÇÃO
EPIGRAF
DIDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha mãe dona Antonica Baião, por ser uma mulher
batalhadora e guerreira, por dar-me a vida e por me ensinar a honestidade, humildade, a
simplicidade, e acima de tudo a correr por trás dos meus sonhos.
AGRADECIMENTO

Ao longo da vida todos nos temos pessoas que nos vão ajudando de alguma
forma a ultrapassar as dificuldades que vão surgindo. Deste forma singela procurei
agradecer aos que me auxiliaram não só na realização do trabalho, mas também a todos
que me ajudaram a lidar com as adversidades da vida no geral... por mais difícil que que
sido a tarefa.

Deste modo meus agradecimentos vão:

Primeiramente a Deus por me conceder a vida, a força e a cima de tudo a sua graça.

A minha mãe por dar-me a luz e a coragem de continuar a lutar por aquilo que quero
conquistar.

A minha gratidão vai também para o meu tutor professor José Bartolomeu por ser uma
personalidade culta e atenciosa e muito carismática.

Ao meu pai na fé, Pastor Bleze Diassonama palas orientações dadas, em ser persistente
em meus objectivos e acima de tudo a crer em Deus que tudo é possível.

A minha mulher Maria Bessa por ser uma motivação para que este trabalho se tornasse
uma realidade.

Aos meus amigos e colegas do Hospital Municipal do Cazenga em especial a chefe


Paula pela ajuda na colheita dos dados, e a todos quanto puderam dar o seu contributo
directa ou indiretamente ai vão os meus agradecimentos e muito obrigado!
SUMARIO
LISTA DE GRAFICOS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
ABREVIATURAS E SIGLAS

ALT - Alanina aminotransferase ou alanina transaminase


Anti-HBs - Anticorpo contra o antígeno de superfície do vírus da hepatite B
AST - Aspartato aminotransferase
DTT - Doenças Transmissíveis por Transfusões
EGFR - receptor de fator de crescimento epidérmico (do inglês epidermal growth
factor receptor)
ELISA - Ensaio imunoenzimático (do inglês enzyme-linked immunosorbent assay)
HBcAg - antígeno core do vírus da hepatite B ou antígeno “c” do vírus da hepatite B
HBeAg - antígeno “e” do vírus da hepatite B
HBsAg - antígeno de superfície do vírus da hepatite B ou antígeno “s” do vírus da
hepatite B
HBV - Vírus da hepatite B (do inglês hepatitis B virus)
HCM - Hospital Municipal do Czenga
IgG - Imunoglobulina da classe G
IgM - Imunoglobulina da classe M
IST - Infeção sexualmente transmissível
Kb - kilobases
ORF - Fase de leitura aberta (do inglês open reading frame)
OMS - Organização Mundial de Saúde (
PCR - reação em cadeia da polimerase (do inglês polymerase chain reaction)
TGO - Transaminase glutâmico-oxalacética
TGP - Transaminase glutâmico-pirúvica
TR - Teste rápido
RESUMO
ABSTRACT
Sumário
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................4

1.1. PROBLEMÁTICA...................................................................................5

1.2. Objectivos.................................................................................................6

1.3. Hipótese....................................................................................................6

1.4. Justificativa...............................................................................................6

2. REFERENCIAL TEORICO........................................................................7

2.1. História.....................................................................................................7

2.2. Dados epidemiológicos.............................................................................8

2.3. Vírus da hepatite B (HBV).......................................................................8

2.4. Transmissão da hepatite B........................................................................9

2.5. Métodos de diagnóstico da hepatites B....................................................9

2.6. Diagnóstico.............................................................................................11

3. METODOLOGIA..............................................................................................13

3.1. Tipo de estudo........................................................................................13

3.2. Local do estudo.......................................................................................13

3.3. População................................................................................................13

3.3.1 Amostra................................................................................................13

3.4. Variáveis de estudo.................................................................................13

3.5. Critérios de inclusão e exclusão.............................................................14

3.7 Processamento e análise de dados...........................................................14

3.8. Procedimentos éticos..............................................................................14

4. CRONOGRAMA DAS ACTIVIDADES/2021................................................15


RECURSOS...........................................................................................................16

REFERENCIAS BIBIOGRAFICAS.....................................................................17
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho, tem como título: Frequência da hepatite B, em dadores de sangue no
Hospital municipal do Cazenga, II semestre de 2020.

Falando de hepatite, O termo significa inflamação no fígado e que pode ter várias
causas, tais como uso excessivo de álcool, medicamentos, chás, distúrbios imunológicos.
Além disso, algumas doenças infecciosas (dengue, febre amarela, leptospirose, malária,
citomegalovírus) e doenças autoimunes também podem causar inflamação no fígado.1,3

As hepatites causadas por vírus são hoje doenças bem conhecidas pelos profissionais de
saúde. São provocadas por vírus que têm tropismo pelas células do fígado, definidos pelas
letras do alfabeto A, B, C, D e E.1

As hepatites, podem ser divididas em dois grupos, o das hepatites A e E, que possuem
transmissão oral-fecal e evolução clínica aguda, e das hepatites B, C e D, que possuem
transmissão sexual ou por contacto com sangue e outros fluidos contaminado e possuem
potencial de cronificação.2

A Hepatite B, é uma infeção do fígado potencialmente fatal, causada pelo vírus da


hepatite B ( VHB).4

O primeiro relato de uma doença hepática de transmissão parenteral ocorreu por volta
de 1883, com a definição do termo hepatite B em 1947, por MacCallum, sendo adotado este
pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1973. No ano de 1965, foi identificado o
antígeno de superfície do VHB, denominado antígeno Austrália, atualmente, designado como
HBsAg.

Partículas do VHB no soro foram identificadas em 1970, com a confirmação da


natureza viral destas partícula e a caracterização do genoma do vírus feita por Robinson et al.
em 1974.5

VHB é uma partícula viral de 40-42 nm de diâmetro, pertencente à família


Hepadnaviridae. O seu genoma é constituído por apenas 3.200 pares de bases, sendo
considerado um dos mais pequenos vírus de ácido desoxirribonucleico (ADN) conhecidos na
atualidade. Este vírus replica-se, preferencialmente, nos hepatócitos dos humanos e de outros
primatas, contudo não se desenvolve em culturas de células artificiais. Apesar de ser um vírus
hepatotrópico, também é possível detectá-lo no pâncreas, nas células mononucleares e no rim
6,7
.
As hepatites causadas pelo VHB constituem um importante problema de saúde pública,
uma vez que, tais doenças têm larga distribuição geográfica, afetando um grande número de
indivíduos, em diferentes partes do mundo, e apresentando risco de cronificação, associado ao
surgimento de doenças hepáticas graves, tais como a cirrose hepática e o carcinoma
hepatocelular. 8

A prevalência de da hepatite B na população mundial é geograficamente desigual. Para


determinar esta prevalência é utilizado o marcador serológico o AgHBs, que nos diz as áreas
onde a esta prevalência é maior. A África, China e o Sudueste Asiático são considerados áreas
de alta endemicidade com prevalência de AgHBs entre 8 a 20%, a América do Sul, Japão ou
Sul da Europa têm a prevalência intermédia de 2 a 7%, enquanto que na Europa Ocidental ou
na América do Norte a prevalência é baixa com cerca de 2%.9

Segundo um estudo realizado no Bie/Kuito, (Angola), A prevalência do HBsAg nos


doadores manteve-se em torno de 11% nos anos de 2005, 2006 e durante o primeiro semestre
de 2007, conforme os dados registados. Em outro estudo na região do Kuando-Kubango em
Angola, verificou-se uma prevalência de 13%.10

1.1. PROBLEMÁTICA

Sabendo que a Hepatite B, é uma infeção do fígado potencialmente fatal, silenciosa e


assintomática, esta acomete pessoas mesmo sem terem o conhecimento da doença.

Como no nosso pais há uma escassez de dadores voluntários e nos hospitais nem
sempre têm o sangue disponível, equivalente a demanda da população de pacientes que
precisam deste sangue para o seu tratamento. Daí a necessidade de muitas vezes os técnicos
de saúde chamarem os familiares dos pacientes a reporem o sangue, sem mesmo eles saberem
que doença transportam.

A investigação das Doenças Transmissíveis por Transfusões (DTT) nos testes


sorológicos que envolvem a doação de sangue, tem papel fundamental, com destaque para a
Hepatite B. Em Angola a prevalência do HBsAg nos doadores manteve-se em torno de 11% a
13% nos anos de 2005, 2006 e durante o primeiro semestre de 2007, nas regiões de Kuito/Bié
e Kuando-Kubango em Angola .10
A partir dos pressupostos, levanta-se o seguinte problema:

Qual é frequência da hepatite B, em dadores de sangue no Hospital Municipal do


Cazenga (HMC), II semestre de 2020?

1.2. Objectivos

Objectivo geral : Analisar a frequência da hepatite B nos dadores de sangue no


Hospital Municipal do Cazenga ( HMC), II semestre de 2020.

Objectivos específicos:

- Caracterizar os dadores de sangue segundo o perfil socio-demografico.(Idade, Sexo,


profissão, morada e estado civil.)

- Identificar o método de diagnostico da hepatite B mais utilizado

-Determinar o tipo de dador predominante no hospital

- Calcular a frequência de hepatite B, no período e local em estudo

1.3. Hipótese

A maior frequência da hepatite B, é observada em dadores de sangue do sexo masculino


com uma percentagem acima de 70%.

1.4. Justificativa

Sabendo que as transfusões de sangue tem como objectivo, restaurar ou manter a


capacidade de transporte de oxigénio, o volume do sangue e a hemostasia. Estas envolvem
dadores, técnicos de saúde e receptores (pacientes).

Os dadores são as pessoas que doam o seu sangue para salvar a vida de outra. No
entanto estes dadores podem ser: Voluntários ou de reposição etc .

Nos nossos hospitais existe uma grande escassez de sangue por falta de dadores
voluntários, por vezes os familiares são chamados a doarem o sangue, para repor a bolsa de
sangue que foi transfundida, no seu parente. Mesmo sem saber o seu estado de saúde e que
doença transporta, estes familiares são chamados a repor o sangue.
Para garantir a segurança do sangue doado, faz-se um conjunto de exames com
objectivo de dectetar algumas, Doenças Infecciosas Transmissíveis por Transfusões (DITT)
como no caso da hepatite B.

Apesar de todos os cuidados o procedimento transfusional apresenta ainda muitos riscos


porque muitas destas doenças encontram-se incubadas e desenvolvem silenciosamente.

Pretende-se desta forma fazer um estudo da frequência da hepatite B, em dadores de


sangue do hospital municipal do Cazenga, no II trimestre de 2020. Estudando, esta população
de dadores, permitirá ter-se uma ideia de como está a população em geral do quanto a
prevalência da hepatite B.
2. REFERENCIAL TEORICO

2.1. História

As primeiras descrições das hepatites foram feitas na Grécia antiga, mas somente a
partir de 1939, com o advento da biopsia hepática, associou-se a doença hepatite a alterações
inflamatórias dos hepatócitos. A primeira descrição clara de hepatite transmitida por soro
humano foi em 1885, quando ocorreu uma epidemia de icterícia após a vacinação
antivariólica de trabalhadores em estaleiros alemães. Esta epidemia foi estudada por Lüdman
que publicou em 1885 o relato da primeira epidemia por hepatite B no Mundo11,12 .

Em 1965, Blumberg e cols descobriram, no soro proviniente de um aborígene


australiano, o antígeno que reagia com o sangue dos hemofílicos, que baptizaram de antígeno
Australia - depois denominada antígeno da superfície do vírus da hepatite B (HBsAg). No
japão, Okachi e Murakami, relacionaram a presença do antígeno Australia, em doadores de
sangue, com o desenvolvimento de hepatites pós transfusionais (HPT) nos receptores de
unidade transfusionais positivas para esses antígenos. Diversos foram os estudos que se
seguiram e que tornaram possíveis a caracterização completa do vírus da hepatite (HVB).13

A caracterização do HVB, dos seus antígenos (HBeAg) e dos anticorpos (anti-HBeAg)


associadas estava praticamente completa no início dos anos 70. Isto possibilitou estabelecer o
perfil sorológico da infecção pelo HVB, bem como diferenciar casos de hepatites produzidas
pelo vírus da hepatite A (VHA).13

Hoje a hepatite B é uma doença bem conhecida do ponto de vista clínico, laboratorial e
epidemiológico.

2.2. Dados epidemiológicos

A hepatite B é uma das infecções virais mais prevalentes, e a primeira virose


relacionada ao desenvolvimento de câncer 14.

Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de dois bilhões


de pessoas se infectaram em algum momento da vida com o vírus da hepatite B (HBV) e 325
milhões de indivíduos tornaram-se portadores crônicos, enquanto que no Brasil esse número
deva alcançar os 2 milhões. No mundo, estima-se ainda que ocorram em torno de 600.000
mortes por ano decorrentes dessa infecção 15.
O padrão epidemiológico do HBV pode ser classificado como: baixo (menor que 2%),
intermediário (2-7%) e alto (maior que 8%). Nas áreas com padrão epidemiológico
intermediário, 10% a 60% da população apresentam evidências sorológicas de contacto com o
vírus. Por outro lado, nas áreas onde o padrão epidemiológico é alto, 70% a 90% da
população tem evidência de infecção prévia por este vírus16.

A prevalência da hepatite B varia entre as diferentes regiões do mundo. Observa-se um


padrão epidemiológico alto na África subsaariana e um padrão baixo na América Latina,
América do Norte e Europa Ocidental. Já nas regiões da Ásia, houveram padrões distintos,
sendo intermediário no Sul da Ásia e alto na Ásia Oriental. O declínio na prevalência da
infecção em algumas localidades pode estar relacionado à imunização, ao aumento do número
total de indivíduos cronicamente infectados e à diferenças globais de abordagens para
combater a mortalidade relacionada a esta doença17 .

2.3. Vírus da hepatite B (HBV)

O HBV pertence à família Hepadnaviridae (vírus de DNA hepatotrópicos), que inclui


vírus capazes de infectar diferentes animais. A partícula viral infecciosa do HBV tem,
aproximadamente, 42nm e inclui um nucleocapsídeo proteico (HBcAg) de aproximadamente
27nm. Ela é envolta por um envelope lipoproteico originado da última célula infectada pelo
vírus, contendo as três formas do antígeno de superfície viral (HBsAg). Ainda dentro da
partícula, está presente a enzima DNA polimerase viral, que irá completar o genoma do vírus
durante a infecção.18

Segundo Liang at al o genoma do HBV é composto por uma molécula de DNA


parcialmente duplicada de, aproximadamente, 3.200 pares de kilobases (3,2kb). O genoma
viral possui quatro fases ou quatro regiões (“open reading frames” - ORF) que codificam as
proteínas virais: região pré-S/S, pré C/C, P e X abertas de leitura (ORFs) para a produção das
proteínas virais: capsídeo, envelope, DNA polimerase e proteína regulatória X. A tradução do
produto da ORF que codifica a proteína de envelope pode produzir as três formas dessa
proteína: pequena (pré-S1), média (pré-S2) e grande (S). As três formas da proteína de
envelope do vírus da hepatite B dão origem ao antígeno “s” do vírus da hepatite B (HBsAg).
A ORF da proteína de capsídeo pode ser traduzida tanto na região Pré-Core (PréC) quanto na
região do capsídeo (ou core). Os produtos de PréC são processados no retículo
endoplasmático e um dos produtos de processamento é secretado da célula, dando origem ao
antígeno “e” do vírus da hepatite B (HBeAg)19. A região C codifica a proteína do core ou
nucleocápside – AgHBc. 19.

2.4. Transmissão da hepatite B

A transmissão parenteral ocorre durante a transfusão de sangue e hemoderivados,


compartilhamento de agulha e seringa, acidentes com material perfuro-cortante e utilização de objetos
indevidamente esterilizados 20.

A transfusão de sangue e hemoderivados foi considerada uma via importante de transmissão


do HBV e HCV. Depois da identificação do HBsAg em 1963, por Blumberg e Cols, e do HCV em
1989, por Choo e cols, implementou-se a triagem rotineira dos marcadores sorológicos em bancos de
sangue. No entanto, existe ainda risco de infecção, sendo para o HBV em torno de 1/63.000 unidades
transfundidas.20

A transmissão do HBV se faz por via parenteral e, sobretudo, pela via sexual, sendo a
hepatite B considerada uma IST (Infeções Transmissível Sexualmente). Dessa forma, o
HBV pode ser transmitido por solução de continuidade (pele e mucosa), relações sexuais
desprotegidas e por via parenteral (compartilhamento de agulhas e seringas, tatuagens,
piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos, etc.). Outros líquidos orgânicos, como
sêmen, secreção vaginal e leite materno podem igualmente conter o vírus e constituir fontes
de infecção. A transmissão vertical (de mãe para filho) também é causa frequente de
disseminação do HBV em regiões de alta endemicidade. De maneira semelhante às outras
hepatites, as infecções causadas pelo HBV são habitualmente anictéricas. A cronificação da
doença, ou seja, a persistência do vírus por mais de seis meses, ocorre em, aproximadamente,
5% a 10% dos indivíduos adultos infectados. Caso a infecção ocorra por transmissão vertical,
o risco de cronificação dos recém-nascidos de gestantes com evidências de replicação viral
(HBeAg reagente e/ou HBV DNA > 10 ) é de cerca de 70% a 90%, e entre 10 a 40% nos
casos sem evidências de replicação do vírus. Cerca de 70% a 90% das infecções ocorridas em
menores de cinco anos se cronificam, e 20% a 25% dos casos crônicos com evidências de
replicação viral evoluem para doença hepática avançada (cirrose e hepatocarcinoma).21

2.5. Métodos de diagnóstico da hepatites B


O diagnóstico das hepatites virais é baseado na detecção dos marcadores presentes no
sangue, soro, plasma ou fluido oral da pessoa infectada, por meio de imunoensaios, e/ou na
detecção do ácido nucleico viral, empregando técnicas de biologia molecular. O constante
avanço tecnológico na área de diagnóstico permitiu o desenvolvimento de técnicas avançadas
de imunoensaios, incluindo o de fluxo lateral, que são atualmente empregadas na fabricação
de testes rápidos (TR). Os TR são de fácil execução, não exigem infraestrutura laboratorial
para a sua realização e podem gerar resultados em até 30 minutos, permitindo ampliar o
acesso ao Diagnóstico21,22.

2.5.1. Imunoensaios

As técnicas de imunoensaios são baseadas na detecção do antígeno viral e/ou anticorpos


específicos, como as imunoglobulinas da classe M (IgM), que são as primeiras a aparecer e
caracterizam, portanto, uma infecção aguda, e as imunoglobulinas da classe G (IgG), que
surgem após as IgM e podem permanecer indefinidamente, servindo como marcador de
infecção passada – que caracteriza o contacto prévio com o vírus – ou de resposta vacinal.

A seguir, são descritos os principais imunoensaios utilizados para o diagnóstico das


hepatites virais22.

2.5.2. Ensaio imunoenzimático (ELISA)

O imunoensaio (ELISA, do inglês enzyme-linked immunosorbent assay) é utilizado no


diagnóstico das infecções virais por meio da detecção de antígenos e/ou anticorpos
específicos contra o patógeno, isoladamente ou combinados.

Em um teste ELISA, para a detecção de anticorpos, um antígeno deve ser imobilizado


em uma superfície sólida.21,22

O anticorpo presente na amostra do paciente se liga ao antígeno, ficando preso na


superfície sólida. Acrescenta se ao sistema um conjugado (anticorpo ligado a uma enzima),
que irá se ligar ao anticorpo preso ao antígeno. A detecção ocorre por meio da incubação
desse complexo enzimático (antígeno + anticorpo + anticorpo-enzima) com um substrato que,
ao ser consumido pela enzima, produzirá um produto detectável (colorido ou insolúvel). O
principal elemento para a estratégia de detecção é uma interação antígeno-anticorpo altamente
específica.
2.5.3. Ensaios luminescentes

A quimiluminescência e eletroquimioluminescência são tipos de luminescência nos quais


o evento excitatório é provocado por uma reação química ou eletroquímica, respectivamente.
O evento físico de emissão de luz na quimiluminescência e eletroquimioluminescência é
semelhante ao da fluorescência. A emissão de luz ocorre a partir de um elétron em estado
excitado que retorna ao seu estado fundamental, emitindo um fóton.

2.5.4. Testes rápidos

Os testes rápidos (TR) constituem imunoensaios cromatográficos de execução simples,


que podem ser realizados em até 30 minutos e não necessitam de estrutura laboratorial,
embora, a depender da amostra trabalhada, sejam necessários cuidados de biossegurança. Os
TR são fundamentais para a ampliação do acesso ao diagnóstico e aumentam a resolutividade
do sistema. Além disso, permitem a imediata intervenção médica nos casos que requerem
tratamento 21,22.

2.6. Diagnóstico

Os marcadores sorológicos circulantes podem ser detectados no soro, plasma ou sangue de


pacientes infectados por meio de imunoensaios que apresentam, em média, especificidade
acima de 99% e sensibilidade acima de 98%. O HBsAg também pode ser detectado por meio
de testes rápidos (TR), que usam a tecnologia de imunocromatografia de fluxo lateral.

Os imunoensaios empregados estritamente em laboratório e os TR detectam o HBsAg,


enquanto o anti-HBc só pode ser detectado por imunoensaio laboratorial. Com raras exceções,
ambos os marcadores estão presentes em todas as fases da infecção pelo HBV 22.

O diagnóstico laboratorial da hepatite B (HBV) é feito através da detecção dos


constituintes do vírus, nas diferentes fases evolutivas da infecção, através de testes
sorológicos (pesquisa de antígenos e anticorpos) e moleculares (pesquisa qualitativa e
quantitativa do DNA viral). Várias técnicas são empregadas no diagnóstico sorológico,
contudo, as mais utilizadas atualmente são os ensaios imunoenzimáticos (ELISA) e a
quimiluminescência. Além disso, pode ser realizada a pesquisa dos antígenos AgHBs e
HBcAg no tecido hepático (marcadores virais teciduais) pela imunohistoquímica 23,24.

A carga viral, em geral, é dosada utilizando-se técnicas de PCR, incluindo PCR em


tempo real, que se mostra muito mais sensível e confiável. A quantificação da carga viral é
um componente crucial na avaliação de pacientes com infecção crônica por HBV e na
avaliação da eficácia do tratamento antiviral25.

Os primeiros marcadores virais detectados no soro são o DNA viral, seguido logo
depois pelo HBsAg e HBeAg. O HBsAg pode ser detectado já entre a 1ª e a 2ª

segunda semana ou somente na 11ª e a 12ª semana após a exposição ao vírus, a


depender da sensibilidade do ensaio usado. A presença de AgHBs indica que o indivíduo pode
transmitir o vírus e sua persistência é uma marcador de cronicidade26.

Mesmo após a completa resolução da infecção pelo HBV, o AgHBs continua sendo
detectado no soro por um período variável de tempo, antes mesmo da soroconversão para
anti-HBs. Tal fato ocorre em decorrência do excesso de proteínas circulantes. O AgHBe é
detectado no soro e sua presença está associada a intensa replicação viral, podendo persistir
por 10 semanas na fase aguda. Em pacientes crônicos esse marcador é associado a um mau
prognóstico, refletindo a persistência da infecção viral e maior taxa de transmissão27.

O AgHBc é um antígeno intracelular, que não pode ser detectado no soro. O anti-HBc
se desenvolve em todas as infecções por HBV. Durante a fase aguda da infecção, anticorpos
anti-HBc da classe IgM, seguidos imediatamente da classe IgG, podem ser detectados. Os
anticorpos IgM anti-HBc surgem no início dos sintomas, até 30 dias após o aparecimento do
AgHBs e em geral são detectáveis por cerca de seis meses, enquanto o IgG anti-HBc
permanece detectável por muitos anos, em geral, por toda vida; sua presença marca uma
exposição ao HBV no presente ou no passado. Casos em que o anti-HBc é negativo, porém o
AgHBs é positivo, podem corresponder a indivíduos na fase final do período de incubação ou
a indivíduos imunocomprometidos. O anti-HBc total é considerado um marcador de infecção
pregressa do HBV. O anti-HBc IgM indica uma infecção recente, sendo o melhor marcador
sorológico para uma infecção aguda, enquanto que o IgG anti-HBc representa memória
imunológica23,26,27 .

O anti-HBe normalmente aparece logo após o clareamento do AgHBe, muitas vezes no


auge da doença clínica e é um marcador sorológico favorável durante a hepatite B aguda,
indicando o início da recuperação. O anti-HBs surge tardiamente durante a infecção,
geralmente durante a recuperação ou convalescência, depois do clareamento do AgHBs. O
anti-HBs persiste depois da recuperação, sendo associado à imunidade contra o HBV (em
indivíduos vacinados, o único marcador a aparecer é o anti-HBs)26. Após a resolução da
infecção, alguns pacientes, mesmo sendo anti-HBs positivos, podem cursar com títulos
positivos para DNA-HBV por um longo período de anos ou por toda vida28.

A ausência da soroconversão de AgHBe para anti-HBe até o 3º mês da doença aguda é


sinal de cronificação, pois indica falha do sistema imunológico do hospedeiro em reprimir a
replicação viral. Contudo, deve-se ressaltar que pacientes AgHBe negativo e anti-HBe
positivos podem apresentar significativa replicação viral em função da mutação na região pré-
core do DNA viral. A infecção crônica estará resolvida quando o paciente apresentar: anti-
HBc total positivo, AgHBs negativo, níveis normais de ALT e DNA-HBV sérico indetectável,
com ou sem soroconversão para anti-HBs24,28.

No curso da infecção pelo HBV, o HBsAg é produzido em grandes quantidades e pode


ser detectado no sangue da maioria dos indivíduos infectados cerca de 30 dias após a
infecção. A cronificação da infecção é definida pela persistência do vírus, ou seja, pela
presença do HBsAg por mais de seis meses, detectada por meio de testes laboratoriais ou TR.
O anti-HBc total, isoladamente, indica contato prévio com o vírus. Por isso, o resultado
reagente desse marcador não pode ser interpretado sem a realização de outros marcadores
diretos da presença do vírus. Além disso, a janela imunológica G para os anticorpos contra o
core viral é de aproximadamente 45 dias, posterior ao aparecimento do HBsAg29.

2.7. Manifestações clínicas das infecções por VHB

A infecção pelo VHB pode se manifestar de forma completamente assintomática, como


em 80 a 90% das crianças, ou na forma de sintomas gastrintestinais leves, ou na forma de
hepatite fulminante, e na maioria dos casos adquiridos após o período neonatal, ocorre a
evolução para o controle imunológico30.

Segundo Ferreira a hepatite B aguda se assemelha clinicamente a outras formas de


hepatites agudas, e caracteriza-se por apresentar um período de incubação de 45 a 180 dias,
sendo na maioria das vezes, subclínica e anictérica, resultando geralmente na recuperação
completa do paciente, pois apenas em cerca de 0,2% dos indivíduos, a doença assume caráter
fulminante e com alta letalidade 31.

O risco de desenvolver doença aguda ictérica causada pelo VHB aumenta com a idade,
inversamente à possibilidade de cronificação, a cronicidade da infecção ocorre em
aproximadamente 90% dos neonatos, 20% das crianças e 1 a 5% dos adultos 31.
Entre portadores crônicos, metade não apresenta doença hepática, se apresentando
como portadores assintomáticos, mas alguns mostram sinais de atividade inflamatória no
fígado, de variada intensidade, podendo desenvolver cirrose hepática ou hepatocarcinoma nas
fases tardias, com altas taxas de morbidade e mortalidade 32.

As respostas imunológicas humoral e celular envolvidas na infecção pelo VHB são


complexas e, aparentemente, o vírus não é diretamente citotóxico para os hepatócitos
infectados, assumindo, o sistema imunológico, um papel fundamental no curso e prognóstico
da hepatite.33

A infecção pelo vírus da hepatite viral crônica B pode causar hepatite aguda ou crônica,
sendo ambas as formas, habitualmente, oligossintomáticas.

Cerca de 30% dosindivíduos adultos apresentam a forma ictérica da doença na fase


aguda e essa porcentagem é ainda menor entre crianças. O aparecimento de anti-HBs e o
desaparecimento do HBsAg indicam resolução da infecção pelo VHB na maioria dos casos.
Em raras situações, a doença pode evoluir para forma crônica na presença desses dois
marcadores. Nos indivíduos adultos expostos exclusivamente ao VHB, a cura espontânea é a
regra em cerca de 90% dos casos. evolução para formas crônicas ocorre em aproximadamente
5 a 10% dos casos em adultos. A cronificação da infecção é definida como persistência do
vírus, ou seja, pela presença do HBsAg por mais de seis meses, detectada por meio de testes
sorológicos.34

2.7.1 Hepatite B aguda

O curso clínico da hepatite B, é dividido então em três fases: prodrômica, ictérica e


convalescência. Não necessariamente ocorrem as três fases seguidas em todos os
infectados.34,35

A fase prodrômica costuma durar de uma a duas semanas e se caracteriza pelo


aparecimento de fraqueza, anorexia e mal-estar geral. Os doentes podem ainda apresentar
dores abdominais, náuseas, intolerância a vários alimentos, vômitos, artrites, artralgias e
mialgias. O período ictérico dura cerca de 2 a 4 semanas e a recuperação costuma ser
completa na maioria dos enfermos. Nesta fase os principais achados são as elevações da
alanina aminotransferase (ALT) e da aspartato aminotransferase (AST), geralmente maiores
que 1.000 UI/L. A fase deconvalescência é caracterizada pelo aparecimento do anti-HBs, a
diminuição das aminotransferases e consequentemente da icterícia e dos sintomas36.
A hepatite fulminante ocorre em 1% dos casos de infecção pelo HBV, sendo uma forma
grave da doença aguda. Essa é caracterizada por evolução rápida para insuficiência hepática
com desenvolvimento de icterícia, febre, dor abdominal, desorientação, confusão mental,
encefalopatia e coma. A evolução para infecção crônica pelo HBV ocorre quando há
persistência do HBsAg por mais de seis meses. Nesses casos, a infecção pode levar ao
aparecimento de cirrose e hepatocarcinoma 21. Há dois determinantes para o desfecho da
infecção aguda e a evolução para doença hepática crônica que são a idade do paciente e o
sistema imune no período da infecção. Cerca de 90% dos recém-nascidos de mães HBeAg
positivas (transmissão vertical) apresentam risco para o desenvolvimento de infecção crônica.
Contudo, esse risco diminui para < 15% em recém-nascidos de mães HBeAg negativas. Já
quando a infecção ocorre em indivíduos acima de 10 anos de idade, o risco varia entre 7 a
14% 37.

A eliminação do HBV na fase aguda depende do trabalho integrado, pronto e vigoroso


do sistema imunológico do hospedeiro realizado através da resposta imune celular, produção
de citocinas inflamatórias e imunidade humoral (produção de anticorpos). Da mesma forma, a
evolução para cronicidade pode ser causada por falha nessa resposta imunológica. A resposta
celular inicia-se quando os linfócitos T citotóxicos reconhecem epítopos do vírus expressos
pelos hepatócitos infectados, causando a lise destes, o que caracteriza a base histológica da
fase aguda da hepatite B. As células do sistema imunológico também produzem citocinas
inflamatórias (Interferon I e II) que recrutam e ativam macrófagos que secretam fator de
necrose tumoral (TNF) e interleucina, estas ativam células Natural Killer (NK) que também
têm a função de destruir células infectadas. A imunidade humoral contribui igualmente para a
eliminação do vírus, pois as células B do sistema imunológico produzem o Anti-HBs que
neutraliza o HBsAg38 .

2.7.2. Hepatite B crónica

O curso natural da hepatite B crônica pode ser dividido em até quatro fases, são elas:
fase de imunotolerância, fase imunoativa ou clareamento imune, fase não replicativa ou
portador inativo e fase de reativação. A progressão para cirrose hepática pode ocorrer tanto da
fase imunoativa quanto da fase de reativação 38.

A primeira fase da história natural da hepatite B crônica é a fase de Imunotolerância.

Apresenta-se clinicamente assintomática e é carcaterizada pela presença de altas taxas


de replicação viral (HBeAg reagente); altos títulos de HBV-DNA no soro e tecido hepático;
aminotransferases normais ou discretamente elevadas; não há morte dos hepatócitos (fígado
normal ou com mínima atividade histológica inflamatória) e intensa expressão
imunohistoquímica de HBcAg e HBsAg. Esta fase pode durar de 10 a 30 anos em indivíduos
infectados no período perinatal ou horizontal precoce e pode ser mais curta se a infecção
acontecer durante a adolescência e fase adulta de vida 29.

Na fase imunoativa, as respostas imunes celular e humoral são ativadas promovendo


intensa ação inflamatória com consequente apoptose dos hepatócitos. Esta fase caracteriza-se
então pela elevação dos níveis séricos de ALT e decréscimo de HBV-DNA. Permanecendo
nessa fase, o portador pode evoluir para cirrose ou carcinoma hepatocelular (CHC) no período
de no máximo 20 anos. O desfecho da fase imunoativa dá-se com a soroconversão do HBeAg
para anti-HBe. Assim, tem-se a terceira fase, conhecida como não replicativa. Esta fase é
carcaterizada pela presença de HBsAg reagente, anti-HBe reagente, títulos baixos ou
indetectáveis do HBV-DNA, ALT normal, mínima lesão histológica hepática, risco
diminuído29

de progressão para cirrose, curso assintomático e de bom prognóstico. Portadores


inativos do HBV têm chance de 70% a 90% de permanecerem nessa fase pelo resto da vida 33.

A quarta fase, denominada fase de reativação do HBV, caracteriza-se pela


sororreversão de HBeAg positivo em pacientes previamente com HBeAg negativo, causando
aumento dos níveis de ALT 5 a 10 vezes acima do limite superior de normalidade, elevados
níveis de carga viral e lesão histológica ativa. A reativação pode acontecer espontaneamente
ou ser desencadeada por estados imunossupressores, além de ser um fenômeno intrínseco aos
vírus, podendo ocorrer 2 a 3 alternâncias de reativação num período de 7 anos. Essas
alternâncias aumentam as chances de progressão para fibrose hepática 39.

2.8. Tratamento e prevenção

O tratamento segue recomendações do Ministério da Saúde, conforme o quadro


clínico da infecção.
Hepatite aguda: O acompanhamento ambulatorial com tratamento sintomático,

repouso relativo, dieta conforme a aceitação, pois frequentemente os pacientes estão


com um pouco de anorexia e intolerância alimentar; abstinência de consumo alcoólico por, ao
menos, 6 meses; e uso de medicações para vômitos e febre, se necessário. A terapêutica
disponível é o Interferon Alfa-2 B ou Lamivudina3.

Hepatite crônica: A persistência do HBsAg no sangue, por mais de 6 meses,


caracteriza a infecção crônica pelo vírus da hepatite B. O tratamento medicamentoso está
indicado para algumas formas da doença crônica, e devido à sua complexidade, deverá ser
realizado em ambulatório especializado.

Ações preventivas, como a incorporação da vacina anti-hepatite B no programa de

imunização básica, foram recomendadadas pela OMS, em 1977 3.

A hepatite B é uma doença imunoprevenível. As primeiras vacinas foram obtidas a


partir de plasma humano, no início da década de 80. Em junho de 1982, o Advisory
Committee on Imunization Practices (ACIP) dos EUA divulgou as primeiras recomendações
oficiais sobre o uso da vacina contra a hepatite B e sobre o rastreamento nos grupos de risco
para a infecção pelo VHB. Em 1991, o ACIP instituiu o programa de imunização infantil
universal39.

A adoção de programas de imunização universal infantil tem promovido redução na


prevalência da infecção pelo VHB em alguns países, o que se reflete não apenas na redução
da incidência de doença hepática aguda, mas também na redução da população de portadores
crônicos e de mortalidade relacionada à cirrose e ao carcinoma hepatocelular. Apesar desse
avanço, ainda metade das crianças no mundo não tem acesso à imunização contra o HBV.

A prevenção da infecção pelo VHB também é realizada basicamente por meio de


mudanças no comportamento sexual e por imunoprofilaxia passiva.

As mudanças no comportamento sexual em face da infecção pelo vírus da

imunodeficiência humana (HIV) contribuíram para a queda da incidência de infecção


pelo VHB nos Estados Unidos da América39.
3. METODOLOGIA
3.1. Tipo de estudo

3.2. Fez-se um estudo descritivo retrospectivo, com abordagem qual-quantitativa, sobre uma
população de 572 dadores do Hospital Municipal do Cazenga(H.M.C) II semestre de 2020 .

3.2. Local do estudo


O estudo foi realizado no Hospital Municipal do Cazenga (H.M.C) , localizado no
município do Cazenga, bairro Calawenda província de Luanda.

3.3. População

A população ou universo foi composto por 572 dadores, dos quais voluntários,
familiares ou de reposição, que frequentaram o hospital municipal do Cazenga no II semestre
de 2020.

3.3.1 Amostra
A amostra foi composta por 38 dadores com resultados positivo para hepatite B, através
dos testes positivos ao marcador HBsAg, no local e período em estudo ( Hospital Municipal
do Cazenga, no II semestre de 2020).

3.4. Variáveis de estudo


Variáveis Tipos de Escala de Valor
variáveis medição assumido
Idade Quantitativa Discreta Razão
Sexo Qualitativa Nominal Dicotómica
Nível académico Qualitativa Ordinal Policotómica
Estado civil Qualitativa Nominal Policotómica
Método de diagnostico Qualitativa Ordinal Policotómica
Tipo Dador Qualitativa Nominal Policotómica

3.5. Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídos no estudo todos dadores com resultado positivo a Hepatite B, com
processos completas e documentos de identificação, mas também aqueles dadores que não
tinham referencia de morada e outras variáveis.

Foram excluídos do estudo, dadores com processos incompletos, como a falta de bilhete
de identificação e outros dados importantes que dificultaram a recolha de dados como: a
morada, idade, tipo de dador e outros.
3.6 Procedimento de recolha de dados.

Considerando o tipo de estudo que foi realizado, foram elaboradas fichas e formulários
com base as variáveis selecionadas. Após o preenchimento das fichas e formulários foram
verificadas com fim de identificar as possíveis falhas.

3.7 Processamento e análise de dados


Os dados obtidos foram processados com o auxílio do computador, utilizando o
programa Microsoft Word 2010, na qual alguns resultados foram apresentados sob a forma
de tabelas e gráficos partir do Microsoft Excel 2010 para melhor compreensão da temática
abordada.

3.8. Procedimentos éticos

Depois da aprovação do protocolo pelo orientador e pela comissão científica do Curso


de Análises Clínicas a Direcção do ISPEKA Solicitou a autorização da recolha de dados no
Hospital Municipal do Cazenga (H.M.C), onde foi feita a pesquisa. Depois da sua anuência e
respeitando, desta forma, a privacidade e anonimato, manter-se-á a confidencialidade dos
dados a serem recolhidos, os quais serão utilizados, apenas, para fins académicos.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

De acordo o estudo realizado no Hospital Municipal do Cazenga durante o II semestre


de 2020 em 572 dadores, diagnosticados por meio de testes rápidos e exames de elisa, através
da identificação do marcador HBsAg da hepatite B no soro do sangue destes dadores, 38
destes dadores tiveram o resultado positivo a hepatite B, com uma percentagem de 7%, e os
534 dos dadores o resultado foi negativo, o que corresponde a 93%, tal como mostra a
Grafico-1:
Grafico 1- de frequência da hepatite em dadores de sangue atendidos no hospital
municipal do Cazenga durante o II semestre 2020.

Número Percentagem
600
534
500

400

300

200
93
100
38
7
0
Dadores com HBsAg+ Dadores com HBsAg-

Fonte: elaborado a partir das fichas de dados colhidas no HMC.

A partir dos dados encontrados no grafico-1, calculou-se a frequência da hepatite B, em


dadores de sangue durante o II semestre de 2020, no Hospital Municipal do Cazenga, e
obteve-se o seguinte resultado, como mostra a expressão:

número de dadores positivos com AgHBs durante II semestre de 2020


P= × 100
A populaçãode dadores de sangue II semestre 2020

38
P= 572 ×100

P= 7%

A frequência da Hepatite B em dadores de sangue atendidos no Hospital Municipal do


Cazenga no II semestre de 2020 esteve na ordem dos 7%.

Com base nestes resultados, pode-se assim dizer, que a frequência da epatite B em
dadores de sangue atendidos no hospital municipal do Cazenga no II semestre de 2020 , é
caracteriza como intermédia ou média.

Segundo a OMS as regiões de endemicidade alta são aquelas cuja prevalência do HBV
é acima de 8%, e as regiões de endemicidade intermédia, a prevalência do HBV varia de 2-
7%. Taxas de prevalência do HBV inferior a 2% são observadas em regiões de endemicidade
baixa.
Grafico nº 2- Distribuição da amostra segundo o sexo dos dadores atendidos no
Hospital Municipal durante o II semestre de 2020 .

Número Percentagem Series3


100 94.7
90
80
70
60
50
40 36
30
20
10 5.3
2
0
Masculino Femenino

Elaborado pelo autor a partir das fichas dos dadores do HMC(2021)

Em relação ao sexo, 94,7%, dos doadores reativos a hepatite B, foram do sexo


masculino tal como mostra o gráfico 2.

Observou-se uma maior frequência da HBV, em dadores do sexo masculino, pelo facto
de serem mais os homens a doarem sangue duque as mulheres, bem as relações sexuais com
múltiplos parceiros, o não uso de preservativo entre outros factores.

Segundo Diogo et al. (2012), o maior índice de positividade entre dadores do sexo
masculino pode estar relacionado aos aspectos comportamentais, tais como uso de drogas,
promiscuidade e a não utilização de preservativo.

No entanto, Aquino et al (2008) afirmam que além do comportamento sexual, outro


motivo para a maior prevalência de positividade dos testes sorológicos entre os homens pode
ser explicado pelo simples fato da maior procura pela doação sanguínea ser feita por eles.

Esses números também são consequência dos papéis sociais construídos por homens e
mulheres onde esses definem o comportamento de ambos. No que diz respeito à sexualidade,
é imposto à mulher o não pertencimento de seu próprio corpo e domínio de sua própria
sexualidade, cabendo ao homem, considerado pela sociedade sexo forte, a sua propriedade.
Assim, os papéis de gênero, atribuem aos homens a ilusória certeza de poderem desfrutar de
uma sexualidade irreprimível, com ampla variabilidade de parceiras e que sejam ativos nas
relações sexuais.26

Grafico nº 3- Distribuição da amostra segundo a idade dos dadores atendidos no


Hospital Municipal durante o II semestre de 2020 .

Número Percentagem
35
30
30
25
21 21
20 18
15
11 10
10 8 8 7
5 4

0
18-23 anos 23-28 anos 28-33 anos 33-38 anos < ou igual a 38

Fonte: elaborado pelo autor a partir da ficha de recolha de dados no HMC(2021)

Em relação a idade, observou-se que os dadores com maior risco de infecção HVB
estão na faixa etária compreendida entre 23 aos 28 anos, com 30%;

Isto quer dizer que a maior parte dos dadores que atendidos no Hospital Municipal do
Cazenga (HMC) durante o segundo semestre de 2020, para doarem o sangue foram jovens. O
quer dizer que esta é a faixa com maior frequência a infecção do HBV.

O elevado número de jovens infectados com HBV, pode estar relacionado com, uma
sexualidade activa, um número elevado de parceiros e a fraca educação sexual nas famílias.

Segundo um estudo realizado Kuito/Bié , pelo Dr. Pelinganga (2005/2006) em 1430


doadores registrados no banco de sangue , apenas 23% tinham a idade descriminada, sendo a
média de 29 anos e a faixa etária dos 20-29 anos a mais representativa com 48% .

No ano de 2006, o mesmo autor trabalhou com 1792 doadores registrados, dos quais
98% (1759/1792) tinham a idade descriminada, sendo a média de 29 anos e a faixa etária dos
20-29 anos a mais frequente com 42%.
Gráfico nº 4 Distribuição das amostra segundo a proveniência ou morada dos dadores
atendidos no Hospital Municipal do Cazenga durante o II semestre de 2020

Número Percentagem

63

24
18
13
5 7 5
2
Cazenga Cacuaco Viana Sem refência

Quanto proveniência dos dadores de sangue que frequentaram Hospital Municipal do


Cazenga, durante o II semestre de 2020, 63% reside no próprio municipio em que esta
situado o hospital.

A facilidade do acesso ao hospital por parte dos municípes, o aumento de familiares a


serem chamados para doarem o sangue, e reporem o que foi transfundido no seu parente,
sendo maior parte destes familiares residentes no Cazenga, faz com que o maior número de
dadores que frequentam o hospital sejam do município do Cazenga.

Isto quer dizer que a maior parte dos dadores de sangue, residem no município do
Cazenga onde o hospital esta localizado. Mas que também o hospital recebe utentes
provenientes dos outros municípios como Viana e Cacuaco, que são os municípios mais
próximos, isto talvez deve-se ao fácil acesso que os utentes de outros município tem ao
hospital do Cazenga.

Gráfico nº 5 - Distribuição da amostra segundo a ocupação dos dadores atendidos no


Hospital Municipal durante o II semestre de 2020 .
Número Percentagem
15

10
9
8 8 8

6
5 5 5 5
4 4
3 3
2

Estudante Professor Motorista Mecânico Pintor Técnico de Barbeiro Militar


frio

Quanto a a ocupação, observa-se que 15% dos dadores que frequentaram o Hospital
Municipal do Cazenga, Durante o segundo semestre de 2020, foram estudantes.

Gráfico nº 6- distribuição da amostra segundo o tipo de dadores atendidos no Hospital


Municipal durante o II semestre de 2020 .
Número Percentagem

61

31
26

12

Dadores familiares ou de reposição Dadores volunários

De acordo o gráfico número 6 observa-se maior número de dadores de reposição, também


chamados de familiares segundo HNC, com uma percentagem de 61%.

O elevado número de dadores de reposição ou familiares está relacionado com pouca


disponibilidade ou captação de dadores voluntários por parte do Hospital. Por este motivo os
familiares dos pacientes são chamados a doarem, para repor o de sangue, transfundido no seu
parente.

Gráfico nº 7- distribuição da amostra segundo o tipo de exame realizado nos dadores de


sangue atendidos no Hospital Municipal durante o II semestre de 2020 .

Número Percentagem

74

28
26

10

Testes rápidos Testes rápidos|Elisa


Observou-se que os testes mais utilizados no HMC para o rastreio da hepatite B em
dadores de sangue, são os testes rápidos e de Elisa ao mesmo tempo, com uma percentagem
de 74%, de acordo o gráfico 74%.

De acordo o que constatamos nesta pesquisa, a maior parte dos resultados positivos a
HBsAg, obtidos por testes rápidos no HMC, são confirmados por testes com alto poder de
sensibilidade como os ensaios- inuenzimáticos como os exames de Elisa pelo Instituto
Nacional de Sangue.

Gráfico nº 8- distribuição da amostra segundo o método de diagnostico utilizado nos


dadores de sangue atendidos no Hospital Municipal durante o II semestre de 2020 .

Número Percentagem

74

28
26

10

Método cromatográfico Ensaios imuno-ensimático

Método de diagnóstico Número Percentagem (%)


Sorológico/Cromatografico(TR) 10 26
Sorólogico/ imunoensaio(Elisa) 30«8 74
Total 38 100
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Em locais de endemicidade intermediária, a transmissão ocorre em todas as idades,


concentrando-se nas crianças de faixas etárias maiores, adolescentes e adultos. Em regiões de
baixa endemicidade, adolescentes e adultos são os mais vulneráveis, devido à exposição a
sangue ou fluidos corpóreos durante o contato sexual ou o uso indevido de drogas injetáveis
12.

Secretaria de Vigilância em Saúde Departamento de DST, Aids e Hepatites


ViraisPrograma Nacional para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais
Anexos

Tabela 1 - Distribuição das amostra segundo a frequencia da hepatite B no Hospital


Municipal durante o II semestre de 2020 .

Rsultados Numéro Percentegem (%)


Negativos( HB 534 93
sAg-)
Positivos( HBs 38 7
Ag+)
total 572 100
Tabela nº 2- distribuição da amostra segundo o sexo dos dadores atendidos no Hospital
Municipal do Cazenga durante o II semestre de 2020 no .

Sexo Número Percentagem (%)

Masculino 36 94,7

Feminino 2 5,3

total 38 100

Elaborado pelo autor a partir das fichas dos dadores do HMC(2021)

Idade Número Percentagem (%)


18 aos 27 anos 19 50
28 aos 37 anos 15 39
38 aos 47anos 3 8
48 aos 57 anos 1 3
Total 38 100

Tabela 3 - distribuição da amostra por idade dos dadores com hepatite B durante o II
semestre de 2020 no Hospital Municipal do Cazenga.

Tabela nº 4 Distribuição das amostra segundo a proveniência ou morada dos dadores


atendidos no Hospital Municipal durante o II semestre de 2020 .

Morada ou Número Percentagem (%)


proveniência
Cazenga 24 63
Cacuaco 5 13
Viana 7 18
Sem referencia 2 5
Total 38 100

Tabela no 5- Distribuição da amostra segundo a ocupação dos dadores atendidos no


Hospital Municipal durante o II semestre de 2020 .
Ocupação Número Percentagem (%)
Estudante 9 15
Professor 6 8
Motorista 4 8
Mecânico 5 10
Pintor 3 5
Técnico de frio 4 8
Barbeiro 5 5
Militar 2 3
Total 38 100

Quanto a a ocupação, observa-se que 15% dos dadores que frequentaram o Hospital
Municipal do Cazenga, Durante o segundo semestre de 2020, foram estudantes.

Tabela nº 6- distribuição da amostra segundo o tipo de dadores atendidos no Hospital


Municipal durante o II semestre de 2020 .

Tipo de dador Número Percentagem (%)


Familiar /reposição 26 61
voluntário 12 31
Total 38 100

Tabela nº 7- distribuição da amostra segundo o tipo de exame realizado nos dadores de


sangue atendidos no Hospital Municipal durante o II semestre de 2020 .

Tipo de exame Número Percentagem (%)


Testes rápido 10 26
Teste rápido/ Elisa 28 74
Total 38 100

Tabela nº 8- distribuição da amostra segundo o método de diagnostico utilizado nos


dadores de sangue atendidos no Hospital Municipal durante o II semestre de 2020 .

Método de diagnóstico Número Percentagem (%)


Sorológico/Cromatografico(TR) 10 26
Sorólogico/ imunoensaio(Elisa) 28 74
Total 38 100
Segundo a OMS as regiões de endemicidade alta são aquelas cuja prevalência do
HBsAg é acima de 8%, com evidências sorológicas de infecção pelo HBV em 70-90% da
população, onde a infecção ocorre habitualmente durante a infância. Em regiões de
endemicidade intermediária, a prevalência do HBsAg varia de 2-7%, sendo que cerca de 10-
60% têm evidência sorológica de exposição ao HBV, e a infecção ocorre habitualmente em
adolescentes e adultos jovens. Taxas de prevalência do HBsAg inferior a 2% são observadas
em regiões de endemicidade baixa com menos de 10% de indivíduos com evidência
sorológica de infecção pelo HBV, ocorrendo geralmente em grupos com comportamentos de
risco .
Com este achado pode-se assim dizer que dos 38 dadores infectados com hepatite B,
10-60% são adolescente e adultos jovens, esta percentagem aproxima-se a hipótese proposta.
Por este motivo as autoridades sanitárias devem ver a infecção da hepatite B, como um
problema de saúde pública, que deve ter uma atenção indispensável, para que se evitem as
furas infecções.

Em outro estudo na região do Kuando-Kubango em Angola, verificou-se uma


prevalência de 13% , e índices similares foram ainda encontrados no Congo, na Etiópia e na
região do Será, com 13%, 11% e 9%, respectivamente. Contudo, estudos evidenciaram taxas
maiores de prevalência na Nigéria (22%) , Sudão (26%) e Mauritânia (20%), e uma
prevalência mais baixa foi encontrada na Argélia (3,6%) .25

Em todos os cenários a frequência de HBV é maior , isso, pelo fato do vírus HBV se
transmitir principalmente pela relação sexual desprotegida que é atualmente o principal meio
de transmissão das hepatites virais. 25 .

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