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Prof.

Aldina Vindula

REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNO DA PROVÍNCIA DA HUÍLA
DIRECÇÃO PROVINCIAL DA SAÚDE

INSTITUTO TÉCNICO DE FORMAÇÃO DE


SAÚDE DO LUBANGO Nº 1831

Material de apoio da disciplina de IEC

Elaborado por:

Aldina Patrícia Lima Matunga Vindula


Prof. Aldina Vindula

Índice

Índice
Introdução .................................................................................................................................... 1
UNIDADEI:INFORMAÇÃO, EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO ........................................... 1
Unidade I: Informação, educação e comunicação ................................................................ 2
1.1 Conceitos de IEC .................................................................................................................. 2
1.1.1 Informação ....................................................................................................................... 2
1.1.1.2 Informação na saúde ..................................................................................................... 3
1.1.1.3 Informação e dados....................................................................................................... 4
1.1.2 Educação .......................................................................................................................... 4
1.1.2.1 Educação na saúde ........................................................................................................ 4
1.1.3 Comunicação .................................................................................................................... 5
1.1.3.1 A Comunicação em Saúde ............................................................................................. 6
1.4 As Políticas da Informação Educação e Comunicação em Saúde ....................................... 6
1.5 Importância de IEC em saúde.............................................................................................. 7
UNIDADEII: MÉTODOS E MEIOS DE COMUNICAÇÃO ................................................... 2
Unidade II Métodos e meios de comunicação de comunicação ......................................... 9
2.1. Métodos de ensino............................................................................................................. 9
2.1.1 Tipos de métodos de ensino ............................................................................................ 9
2.1.2. Técnicas usadas nos métodos de ensino ...................................................................... 10
2.1.3 Obstáculos e possíveis soluções no uso das técnicas .................................................... 11
2.1.4 Tipos e formas de utilização dos métodos de ensino .................................................... 11
2.2 Meios de comunicação e ensino ....................................................................................... 12
2.2.1 Classificações dos meios de comunicação ..................................................................... 12
2.3. História e evolução dos meios de comunicação .............................................................. 13
UNIDADE III: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE ....................................................................... 15
Unidade III Educação para saúde.......................................................................................... 15
3.1 Conceito ............................................................................................................................ 15
3.2 Importância da educação para a saúde ............................................................................ 18
3.3 Práticas educativas em saúde e seus objectivos ............................................................... 18
3.4 Educação VS informação ................................................................................................... 20
Prof. Aldina Vindula

3.5 Planeamento das actividades educativas ......................................................................... 20


3.5.1 Planeamento .................................................................................................................. 20
3.5.2 Fases do planeamento educativo na saúde ................................................................... 22
2. Elaboração de programa ..................................................................................................... 23
3. Avaliação ............................................................................................................................. 24
Unidade IV: Material de ensino .............................................................................................. 25
4.1 Conceito ............................................................................................................................ 25
4.1.2 Objectivos....................................................................................................................... 26
4.1.3 Critérios de utilização dos materiais de ensino.............................................................. 26
4.2 Classificação ...................................................................................................................... 27
4.4 Como elaborar um cartaz .................................................................................................. 29
Conclusão ................................................................................................................................ 30
Referências bibliográficas ....................................................................................................... 31
Introdução
Informação, Educação e Comunicação (IEC) têm sido considerados muito
importante para toda e qualquer área do conhecimento. A comunicação como
uma importante ligação entre indivíduos, famílias, comunidades e os
profissionais no processo ou na resolução de problemas relacionados à saúde.
Os agentes promotores da saúde desempenham um papel de mediadores do
processo de comunicação entre a população e os demais profissionais de
saúde. Problemas reflectidos na saúde que se revelam desde a qualidade de
vida dos cidadãos, sua moradia, a alimentação, saneamento básico, transporte
público, acesso à informação, e outros determinantes sociais que são
vivenciados e compartilhados diariamente.
A família, os grupos sociais (escola, igreja, amigos), os profissionais de saúde
e as autoridades governamentais devem estar constantemente envolvidos na
divulgação de informação sobre a promoção da saúde e prevenção de doença,
assim como educação na saúde que visa a mudança de comportamento e por
último na comunicação o profissional de saúde busca uma escuta activa da
sociedade e de um sentimento empático com o paciente.

As acções dos agentes promotores da saúde tem sido dirigidas para reforçar o
vínculo entre a comunidade e o sistema de saúde, admite Frazão e Marques
(2006), que contribui para maior efectividade das acções de promoção da
saúde, prevenção das doenças e assistência individual.

1
UNIDADEI:INFORMAÇÃO, EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Unidade I: Informação, educação e comunicação
1.1 Conceitos de IEC
IEC é um processo integrado onde a informação, a educação e a comunicação
se articulam para a busca da qualidade de vida através da participação e da
construção de conhecimento.

Os programas de IEC ajudam a desenvolver várias actividades sanitárias


procurando a participação activa da comunidade. O campo predominante de
IEC é a educação, uma educação que não acontece separadamente dos
processos de informação e de comunicação.

IEC deverá apoiar e executar projectos que possibilitem a articulação entre o


conhecimento teórico e o conhecimento empírico; o respeito à cultura local,
criando vínculos de compromisso e espaços para o envolvimento de todos no
processo de identificação e solução de problemas; e a adopção, nos níveis
provincial e municipal, de estratégias de intervenção as mais adequadas.

1.1.1 Informação
A palavra informação vem do latim informatio, onis (delinear, conceber
ideia).

Quanto ao conceito a palavra informação carrega uma diversidade de


significado,

Segundo Ferreira (2008) a informação é o acto ou efeito de informar (factos


conhecidos ou dados comunicados) acerca de alguém ou algo que por ter
alguma característica distinta, que pode ser apreendido, assimilado ou
armazenado pela percepção e pela mente humanas.

A informação é o produto obtido a partir de uma determinada combinação de


dados, da avaliação e do juízo que fazemos sobre determinada situação. É um
importante recurso para subsidiar o processo de tomada de decisão, de
planeamento, de execução e de avaliação das acções desencadeadas.

2
Existem três grandes categorias de informação: oral, imagens e texto (Wolton,
2011).

A informação no contexto da saúde tem estado associada à organização de


sistemas de dados com o objectivo de apoiar a tomada de decisões, para
intervenção em uma dada realidade. O papel da informação em saúde tem sido
entendido como subsídio a essa intervenção; no entanto ela deve contribuir
para o entendimento de que a “realidade de saúde que traduz, deve influenciar
decisões e modificar percepções (Ignarra, 1996).

1.1.1.2 Informação na saúde

A informação na saúde busca a transmissão ou recepção de eventos


relacionados ao cuidado em saúde. Ela é vista como repasse de informação
sob a perspectiva de que a mesma será de grande relevância para aquele que
ouve, e de grande utilidade na tomada de futuras acções. É parte constituinte
de todo o processo de modificação de uma situação em saúde que, segundo
inclui decisão, intervenção, avaliação e difusão, permitindo entender o
“processo saúde-doença, interagir com as forças sociais participantes,
possibilitar a análise dos resultados e tomar-se essencial ao processo de
difusão desses resultados.”

A Informação em saúde é o sinónimo de orientação.

Ex: A partir de uma publicidade sobre a prevenção contra a malária, os


cuidados a serem tidos para evitar que os mosquitos se propagam e a
importância de dormir de baixo do mosquiteiro, essa informação bem passada
poderá ajudar na diminuição de casos dessa doença.

Contudo mesmo existindo um leque de informações a disposição do paciente


existe varias situações que influencia no tratamento de certas patologias e
também na adesão ao tratamento como:

 Pacientes com doenças cronicas (devido aos tratamentos prolongados);


 Doentes com baixo nível académico e que vivem sozinhos;
 A falta de empatia e de sensibilidade por parte de alguns profissionais
de saúde;
 A prescrição de muitos fármacos podem criar confusão ao paciente.

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1.1.1.3 Informação e dados
A informação e dados são conceitos intercambiáveis em muitos contextos,
todavia não são sinónimos.

Dados são a base para gerarmos informações. Os dados que escolhemos e o


modo como os combinamos reflectem o referencial explicativo (os
pressupostos, os valores etc.) que orienta a nossa visão de mundo, ou seja, o
nosso “modo de ver” ou de Conhecer uma determinada situação.

Informação é um dado que descrevem um domínio físico ou abstracto. O dado


não possui significado relevante e não conduz a nenhuma compreensão.
Representa algo que não tem sentido a princípio. Portanto, não tem valor
algum para embasar conclusões, muito menos respaldar decisões.

A informação é a ordenação e organização dos dados de forma a


transmitir significado e compreensão dentro de um determinado contexto. Seria
o conjunto ou consolidação dos dados de forma a fundamentar.

Exemplo:

AZUL, GRANDE, CASA

Tem algum significado para você os dados acima? Te converge para alguma
conclusão? Mas se eu disser: "A CASA AZUL É GRANDE". Assim, obtivemos
uma informação na organização desses dados.

1.1.2 Educação
A educação engloba os processos de ensinar e saber. Segundo Freire (2013)
a educação não deve ser uma mera transmissão de conhecimento, mas criar
uma possibilidade do educando construir o seu próprio conhecimento baseado
no conhecimento que ele traz de seu dia-a-dia.

1.1.2.1 Educação na saúde


A educação deve contribuir para formar cidadãos e despertar
responsabilidades, deve ser entendida não apenas como um meio de adquirir
conhecimentos, mas também de transformar a realidade do sujeito que é
educado. O processo de Educação na Saúde, para que seja transformador,

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deverá partir de uma escuta apurada e assim, realizar a intervenção. Além do
escutar ser uma habilidade fundamental na educação na saúde entende-se
que seu objectivo também é de oferecer momentos de reflexões e acções
capazes de transmitir às pessoas um aprendizado consciente, sem a intenção
de controlar suas vidas.

É importante compreender que a educação em saúde constitui um conjunto de


saberes e práticas orientadas para a prevenção de doenças e promoção da
saúde (COSTA; López, 1996). Trata-se de um recurso por meio do qual o
conhecimento cientificamente produzido no campo da saúde, intermediado
pelos profissionais de saúde, atinge a vida quotidiana das pessoas, uma vez
que a compreensão dos factores do processo saúde-doença oferece subsídios
para a adopção de novos hábitos e condutas de saúde (Alves, 2005).

Educação na Saúde é um processo transformador que ocorre


fundamentalmente, com a troca de saberes conhecimentos, com a acção
reflexão. Considera a compreensão da situação de saúde local e a actuação de
todos na resolução dos problemas e agravos existentes.

1.1.3 Comunicação
A comunicação tem lugar quando uma pessoa transmite ideias ou sentimentos
a outra ou outras pessoas, sendo a sua eficiência avaliada pela semelhança
entre a ideia transmitida e a ideia recebida. No entanto, comunicar não significa
apenas falar às pessoas; significa também ouvi-las, posto que ouvir como falar
é um acto de comunicação.

Assim comunicação não é apenas a transmissão duma mensagem mas sim a


transmissão dessa mensagem com fim de suscitar uma resposta específica.
Pelo que se pode definir comunicação como sendo o processo e pelo qual um
emissor se relaciona comum receptor através duma mensagem transmitida em
código por um canal.

Para Ferreira (2008), a comunicação é o processo de emissão, transmissão e


recepção de mensagens por meio de métodos ou sistemas convencionados; a
mensagem recebida por esses meios; a capacidade de trocar ou discutir ideia,
de dialogar, de conversar, com vista ao bom entendimento entre pessoas

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Comunicar saúde é uma tarefa essencial para os profissionais que trabalham
em busca da autonomia da população. Corcoran (2011) define comunicação
como um processo transaccional e na saúde ocupa um papel importante para a
promoção da saúde. A mesma autora (2010) refere que os profissionais de
saúde tem uma tarefa contínua de avaliar como será possível alcançar os
indivíduos e grupos para fornecer a promoção da saúde, com objectivo e
sensibilidade que os permita alcançar a comunidade.

1.1.3.1 A Comunicação em Saúde


A Comunicação na Saúde é um elo entre as outras acções (informação e
educação) pois, ao garantir uma comunicação de qualidade, será possível
informar, instruir e promover a participação da comunidade. A boa
comunicação também e importante no momento em que o paciente passa a
saber que tem uma determinada doença assim o técnico de saúde deve ser
cauteloso e sábio ao informar sobre o estado de saúde do paciente.

A boa comunicação em saúde deve pautar pelos seguintes elementos:

 Verdade;
 Atenção e compreensão;
 Atitude adequada;
 A escolha do momento certo;
 Estar preparada para diferentes reacções.

1.4 As Políticas da Informação Educação e Comunicação em


Saúde
Os termos Informação, Educação e Comunicação em Saúde se articulam e
permeiam as políticas de saúde.

 As políticas de IEC compreendem o fortalecimento da cidadania e do


controle social visando a melhoria da qualidade e humanização dos
serviços e acções de saúde;
 Possibilita o acesso das populações socialmente discriminadas ao
acesso de serviços de diferentes níveis de complexidade;

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 Garante a apropriação por parte dos usuários e população de todas as
informações necessárias para a caracterização da situação demográfica,
e socioeconómica;
 Esta voltada para a promoção da saúde, que abrange a prevenção de
doenças, a educação para a saúde, a protecção da vida, a assistência
curativa e a reabilitação, sob responsabilidade das três esferas de
governo, utilizando pedagogia crítica, que leve o usuário a ter
conhecimento também de seus direitos;
 Da visibilidade à oferta de serviços e acções de saúde de; motivar os
cidadãos a exercer os seus direitos e cobrar as responsabilidades dos
gestores públicos e dos prestadores de serviços de saúde.

Os usuários devem ser bem informados, devem participar de forma activa de


seus cuidados de saúde. Os profissionais de saúde não podem ser colocados
como os principais responsáveis pela má qualidade desta comunicação, pois
muitas vezes os usuários estão numa situação de desespero, ansiosos por
informações ou exposição de suas dúvidas e expectativas. Além disso, eles
podem compreender de forma imprópria as informações fornecidas pelos
profissionais, daí a importância de se utilizar uma linguagem clara e acessível
para o usuário.

1.5 Importância de IEC em saúde


A promoção da saúde, como vem sendo entendida nos últimos anos,
representa uma estratégia promissora para enfrentar os múltiplos problemas de
saúde que afectam a sociedade e seus entorno neste final de século. Partindo
de uma concepção ampla do processo saúde-doença e de seus determinantes,
propõe a articulação de saberes técnicos e populares, e a mobilização de
recursos institucionais e comunitários, públicos e privados, para seu
enfrentamento e resolução. As quatro tarefas essenciais da medicina: a
promoção da saúde, a prevenção das doenças, a recuperação dos
enfermos e a reabilitação, e afirma que a saúde se promove proporcionando
condições de vida decentes, boas condições de trabalho, educação, cultura
física e formas de lazer e descanso, para o que pediu o esforço coordenado de
políticos, sectores sindicais e empresariais, educadores e médicos (Buss, sem
data).
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No mundo globalizado, a gestão das informações sobre a saúde, passa a ser
compartilhada entre docentes, profissionais, gestores, usuários, jornalistas e a
indústria de equipamentos medicamentos, cujos papéis são estratégicos no
processo de formação e actualização profissional

A Carta de Ottawa define promoção da saúde como o processo de capacitação


da comunidade para actuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde,
incluindo uma maior participação no controle deste processo. Subjacente a
este conceito, o documento assume que a saúde é o maior recurso para o
desenvolvimento social, económico e pessoal, assim como uma importante
dimensão da qualidade de vida. A saúde é entendida, assim, não como um
objectivo em si, senão como um recurso fundamental para a vida quotidiana
(Buss, sem data).

A promoção da saúde visa assegurar a igualdade de oportunidades e


proporcionar os meios (capacitação) que permitam a todas as pessoas realizar
completamente seu potencial de saúde. Os indivíduos e as comunidades
devem ter oportunidade de conhecer e controlar os factores determinantes da
sua saúde. Ambientes favoráveis, acesso à informação, habilidades para viver
melhor, bem como oportunidades para se fazerem escolhais mais saudáveis.
Os profissionais e grupos sociais, assim como o pessoal de saúde, têm a
responsabilidade de contribuir para a mediação entre os diferentes interesses,
em relação à saúde, existentes na sociedade.

Segundo Buss (sem data) a Carta de Ottawa propõe os seguintes campos


centrais de acção:

• Elaboração e implementação de políticas públicas saudáveis

• Criação de ambientes favoráveis à saúde

• Reforço da acção comunitária

• Desenvolvimento de habilidades pessoais

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UNIDADEII: MÉTODOS E MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Unidade II Métodos e meios de comunicação de comunicação
2.1. Métodos de ensino
O conceito de métodos vem do latim méthodus que significa caminho ou
modo de fazer algo de maneira ordenada. No âmbito pedagógico os métodos
de comunicação são vias ou caminhos que o professor utiliza para realização
de determinada tarefa com finalidade de organizar e desenvolver o ensino, por
forma a assegurar a actividade cognitiva dos estudantes e com eles, o domínio
por parte destes dos conhecimentos, habilidades e valores.

Os métodos de ensino contem três referentes irredutíveis: o professor, o


estudante e o conteúdo, e obedecem a determinados princípios:
 Ir do conhecido para o desconhecido
 Ir do concreto para o abstracto
 Ir do fácil para o difícil
 Ir do simples para o complexo

2.1.1 Tipos de métodos de ensino


Expositivo: visa a aquisição e compreensão simples de factos e conceitos,
divulgação de informações; introdução de um tema tendo em vista despertar o
interesse para um assunto ou fornecer directrizes para a realização de tarefas
orientadas pelos métodos activos. Reter informações por um período de tempo
relativamente curto.

Interrogativo: conjunto de perguntas, técnica e metodologicamente correctas,


procura levar o formando a descobrir novos conhecimentos através da reflexão
e do raciocínio.

Demonstrativo: visa essencialmente desenvolver o Saber-Fazer. Os pré-


requisitos são motivar. Apresentar as tarefas: mostrando, explicando e fazer

Sobressair os pontos-chave. Prática: ensaiar, de executar a tarefa, corrigindo


imediatamente os erros. Assegurar as aprendizagens dos formandos:
observando e verificar se a execução da tarefa foi minimamente satisfatória.

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Activo: utilização de técnicas que provocam a actividade do formando.
Motivação: Sentir-se envolvido e não apenas interessado. Relacionar a nova
aprendizagem: Conhecimentos, atitudes e comportamento. Participar num
grupo: Aprendizagem social, cooperação e saber ser. Aprender: Facilita
aquisição de novos processos de aprendizagem. Actividade: Aplicar os
conhecimentos adquiridos na realidade. Formador Facilitador: Compreensão e
retenção dos conhecimentos. Autoformação: Autonomia do Formando. Auto-
Avaliação: Comportamentos e progressos n a aprendizagem.

Outros métodos de ensino

Trabalho em grupos.

Os Métodos de Exposição pelo Professor.

Método de Trabalho independente.

As técnicas pedagógicas constituem acções, conjuntos de procedimentos,


atitudes e actuações que o formador adopta, definidas a partir do método, com
a finalidade de promover a aquisição de conhecimentos.

2.1.2. Técnicas usadas nos métodos de ensino


O aconselhamento é uma técnica de comunicação interpessoal pela qual uma
pessoa ajuda uma outra e encontra a solução de um problema.

A entrevista encoraja a troca de informações para esclarecer e resolver


problemas. Na contracepção, a entrevista contribui para que a pessoa escolhe
e utilize correctamente os métodos contraceptivos. Para fazer uma boa
entrevista é necessária: acreditar na mensagem que irá transmitir; querer
ajudar quem estiver a ser entrevistado; tentar compreender os sentimentos da
pessoa e dar informações claras e objectivas. Para isso o profissional de saúde
precisa de ter as seguintes qualidades:

 A compreensão;
 O Respeito (falar a verdade à pessoa);
 A honestidade;
 Saber observar e saber escutar;
 Saber questionar sem chocar ou ser indiscreto(a) e saber interpretar.

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As etapas de uma entrevista são estabelecer a confiança; escolher o (a)
cliente; e quebrar o gelo (contar uma anedota ou história) como um contacto
inicial etc.

Técnica de Resolução de Problemas: é uma abordagem sistemática que usa


métodos de forma ordenada para a resolução de problemas. Visa procurar o
problema e encontrar a solução

2.1.3 Obstáculos e possíveis soluções no uso das técnicas


Obstáculos
 Filtragem: é a solução voluntária ou involuntária de uma parte das
informações;
 Interpretação: é a transformação das informações:
 Ausência de oportunidade: circunstâncias que podem desfavorecer a
comunicação. Ex: a falta de tempo;
 Sub ou sore comunicação: ausência de algumas informações,
prejudica a comunicação; acrescentar informações não pertinentes
sobrecarrega a informação com detalhes.

As soluções possíveis para a resolução desses obstáculos são a empatia:


capacidade de colocar-se no lugar do outro; questões de
esclarecimento/clarificação; reformulação; interesse e escolha do momento.

2.1.4 Tipos e formas de utilização dos métodos de ensino


 Palestras;
 Demonstração;
 Discussão em grupo (debate ou mesa redonda);
 Dramatização.

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2.2 Meios de comunicação e ensino
Meio: é o recurso mataerial na aplicação de um método. Os meios de
comunicação têm como finalidade: dar informação; despertar interesse;
despertar atitudes; despertar necessidades; mudanças de comportamento e
motivar atitudes. Dependendo das características do meio utilizado, pode-se
transmitir ou armazenar informação, ou ambos os processos. Por exemplo:
Fala, discurso, gestos, telefone.

Tipos de meios de ensino

1.Documentação e Textos de Apoio

2. Quadro de Papel e Quadro Fixo.

3. Retroprojector e Acetatos

4. Projecções por Computador (ex. PowerPoint)

5. Diapositivos e Fotografias

6. Televisão e Vídeo

De acordo com o campo e actuação, existem dois tipos de meios de


comunicação, a saber:

 Individual: os meios de comunicações individuais estão pautados na


comunicação interna, interpessoal (entre as pessoas), por exemplo, a
carta (correio), telefone, Fax etc.

 Massa: os meios de comunicação de massa, é mais ampla e externa,


como intuito de comunicar um grande número de pessoas, por exemplo,
jornais, revistas, internet, televisão, rádio.

2.2.1 Classificações dos meios de comunicação


Os meios de comunicação social classificam-se da seguinte forma:

Escritos: linguagem escrita dos jornais, livros e revistas.

Sonoros: linguagens através de sons, por exemplo, o rádio e o telefone.

Audiovisuais: fusão de som e imagem, por exemplo, a televisão e o cinema.

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Multimídias: reunião de diversos meios de comunicação diferentes (texto,
áudio, vídeo, etc.).

Hipermédias: fusão de meios de comunicação por meio dos sistemas


electrónicos de comunicação, por exemplo, CD - ROM, TV digital e internet.

Os meios de comunicação mais utilizados ao redor do mundo, para transmitir


diversos tipos de mensagens, e que nos ajudaram a evoluir e chegar no
patamar avançado de tecnologia que nos encontramos actualmente.

2.3. História e evolução dos meios de comunicação


Se pensarmos que a história e origem dos meios de comunicação surgem da
necessidade humana de se expressar, a arte rupestre (desenhos primitivos
dentro das cavernas ou grutas), característico da pré-história, já aponta essa
importância na vida dos homens. Desde o surgimento da escrita e do alfabeto,
o homem vem desenvolvendo maneiras de expandir o conhecimento e criar
uma “cultura” humana. Note que isso é justamente o que nos difere dos
animais, ou seja, a criação de uma cultura (gerada pela comunicação humana),
posto que as espécies animais não possuem uma "linguagem" que os
permitam criar culturas, crenças e tradições, as quais serão passadas de
geração em geração.

Foram séculos de desenvolvimento até chegarmos ao ponto de comunicação


que chegamos, ou seja, na era das tecnologias da informação e da cultura de
massa, onde esses meios representam, em grande parte, factores de
desenvolvimento da sociedade humana, uma vez que disseminou (e continua
disseminando) o conhecimento pelo mundo, em diversos tempos e espaços.
Depois da escrita, surgiram os suportes como o papiro, os pergaminhos, e mais
tarde, o livro, que no início era objecto de poucos, sendo difundido a partir da
criação da imprensa no século XIV.
O correio é considerado um dos mais antigos meios de comunicação, de
forma que os egípcios já utilizavam para enviar documentos e cartas.
Antigamente, as aves, como pombas e corvos, eram utilizadas para o envio
das mensagens.

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Com o desenvolvimento dos estudos sobre electricidade, já no século XVIII,
surge o telégrafo, instrumento ligado por fios e electroíman, baseado na
emissão de impulsos electromagnéticos, encarregado de enviar mensagens a
longas distâncias. Foi considerado uma das grandes revoluções dos meios de
comunicações sendo um dos primeiros sistemas modernos de comunicação.
Os telégrafos foram essencialmente utilizados pelos governos, sendo que a
mensagem (escrita ou visual) era transmitida por códigos, donde surge
o Código Morse, inventado pelo pintor estadunidense Samuel Morse (1791-
1872).
No século XIX, o rádio e o telefone foram os principais meios de
comunicação. Por meio de ondas electromagnéticas, o rádio foi criado e
utilizado para propagar as informações, bem como servir de entretenimento,
com as músicas e radionovelas. Note que foi um importante instrumento de
comunicação utilizado durante os períodos de guerra. Já o telefone
representou a evolução do telégrafo uma vez que representa um instrumento
ligado por fios, entretanto, que emite mensagens de voz a longas distâncias em
tempo real, enquanto os telégrafos só enviavam desenhos ou mensagens de
texto.
Todavia, diferente do telégrafo, esse meio de comunicação se expandiu sendo
muito utilizado actualmente: telefone público, analógico, digital, sem fio e
celulares. No século XX, sem dúvida, a televisão e a internet foram (e
continuam sendo) os principais meios de comunicação. A televisão é um
instrumento de reprodução de som e imagem simultâneos, por meio de ondas
electromagnéticas. Já a internet, representa um sistema global de redes de
computadores que utiliza das mais variadas tecnologias de rede: electrónica,
sem fio e óptica. Pesquisas apontam que a televisão ainda é o meio de
comunicação mais utilizado pelo homem, e, em segundo lugar está a internet,
que cada vez mais se expande pelo mundo no campo das comunicações
instantâneas

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UNIDADE III: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE

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Unidade III Educação para saúde
3.1 Conceito
O conceito de saúde tem evoluído ao longo dos tempos. O grande marco
histórico de definição de Saúde, encontra-se na Carta Magna em que a
concepção passa a incluir uma dimensão social e mental, ganha uma
perspectiva mais global e holística, engloba o termo bem-estar em oposição ao
que é definido como doença, e enfatiza a ideia de equilíbrio e harmonia. Assim,
saúde passa a significar “um estado completo de bem-estar físico, mental e
social, e não apenas ausência de doença ou enfermidade” (OMS). Esta
definição, que representa uma perspectiva mais positiva e que marca a grande
mudança que a concepção de saúde sofreu, tem recebido continuamente
alterações e influências, em função das imensas variedades de contextos e
experiências humanas, históricas, culturais, sociais, científicas e filosóficas que
foram acontecendo. Em 1986, o mesmo órgão internacional, através da Carta
de Ottawa emitida após a 1.ª Conferência Internacional sobre a Promoção da
Saúde, acrescenta uma nova ideia, referindo que a Saúde constituiu “um
recurso para a vida e não uma finalidade. Nesta óptica, a Saúde passa a ter,
como acontece a todos os recursos, um limite, pelo que, o indivíduo, ao
conseguir controlar os seus recursos físicos, mentais, sociais, tem a
capacidade de se adaptar às alterações do meio, e, em simultâneo, contribuir
para o bem-estar dum grupo ou comunidade.

De forma idêntica ao que ocorreu ao conceito “saúde”, a definição de Educação


para a Saúde e do que é o seu objecto de estudo e de intervenção, sofreu
transformações, decorrentes da evolução das novas perspectivas de saúde e
de bem-estar individual, comunitário e social. Actualmente, encarada como “um
processo baseado em regras científicas que utiliza oportunidades educacionais
programadas por forma a capacitar os indivíduos, agindo isoladamente, ou em
conjunto, para tomarem decisões fundamentais sobre assuntos relacionados
com a saúde” (OMS, 1990).

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Assim Educar para a saúde consiste em dotar os Técnicos de saúde ,
estudantes “e a população em geral” de conhecimentos, atitudes e valores
conferindo-lhes assim um papel interventivo na saúde bem-estar físico, social e
mental, dos que os rodeiam, ajudando-os a fazer opções e a tomar decisões
adequadas à sua saúde. A educação para

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a saúde ajuda o Técnico de saúde e a “população em geral” a não só ajudar os
outros a tomarem decisões correcta sobre a sua saúde e a ter cuidado com a
mesma e a não negligenciá-la mas também coma assuas saúde individual.
“Aquele que educa, instrui e orienta os outros a terem cuidado com a sua
saúde deve ser o mais cuidadoso ainda com a sua própria saúde”. A Educação
em Saúde esta ligada a Medicina Preventiva Os intervenientes no processo da
educação para a saúde não devem cingir-se a ser, apenas, meros divulgadores
de informação; devem, pelo contrário, tornar-se genuínos dinamizadores da
reflexão das comunidade, de forma a estimulá-los a interpretar o seu modo de
vida e a reflectir os seus contextos, de maneira a poderem identificar e
mobilizar os recursos disponíveis para se manterem saudáveis.

A primeira grande conferência internacional sobre Promoção da Saúde


decorreu em Novembro de 1986 e culminou com a carta de ottawa, um
documento orientador, no qual vários países participaram e ratificaram. Esta
conferência convocou a Organização Mundial de Saúde (OMS) e os demais
organismos internacionais a advogar em favor da saúde em todos os
contextos, uma vez que a educação para a saúde não é da responsabilidade
exclusiva dos serviços de saúde; todos os setores, nomeadamente o da
educação, são responsáveis pela construção de um bem-estar global. (A partir
daí, o Gabinete Regional para a Europa da Organização Mundial de Saúde
formou a Rede Europeia de Escolas Promotoras de Saúde, com o objetivo de
promover a saúde e demonstrar o impacte da promoção da saúde em meio
escolar). E hoje se configura na plataforma Schools for Health in Europe
(SHE). Assim passou a competir à Direção-Geral da Educação (DGE) o
seguinte:

 Conceber orientações e instrumentos de suporte às escolas na área da


educação para a saúde;
 Contribuir para a definição de políticas em matéria de educação para a
saúde;
 Adaptar e acompanhar as directivas da OMS e do Conselho da Europa
(SHE) em matéria de educação para a saúde, organismos nos quais o
Ministério da Educação e Ciência está representado.

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Podem ser educadores para saúde todos os profissionais de saúde
(enfermeiros, médicos, destintas, auxiliares de enfermagem etc.) poem e
devem desenvolver acções educativas em saúde em todo e qualquer contacto
com a população, dentro e fora da unidade de saúde. A acção educativa na
saúde por ser um dos componentes das acções básicas de saúde, deve ser
entendida como uma postura, um compromisso com a realidade de saúde da
população da área de abragência do profissional e como um compromisso de
qualidade no atendimento.

3.2 Importância da educação para a saúde


 A educação para a saúde e de extrema importância porque o uso
correcto de suas políticas nos ajudam a optamos mais pela prevenção
das doenças e no caso de alguém já estiver e acomodado a mesma o
ajuda a tomar a decisão correcta;
 Contribui para o desenvolvimento integral das pessoas, tornando-as
mais aptos para uma cidadania activa e responsável;
 Retira as pessoas da ignorância e os informas sobre vários assuntos
como saúde mental, prevenção da violência, educação alimentar,
benefícios da actividade físicas, comportamentos aditivos, dependências
afectos, educação para a sexualidade, consequência do uso das drogas.
 Ajuda o indivíduo toma decisões conscientes sobre o que são as suas
escolhas mais saudáveis, é estimulado a interagir com os indivíduos da
sua comunidade, promove acções para uma vida saudável e participa
responsável e activamente no processo educativo;
 Aumenta a consciencialização das pessoas sobre as questões
relacionadas com a saúde do seu próximo, colocar as questões da
saúde na agenda das pessoas, auxiliar a aquisição de conhecimentos e
competências e promover atitudes favoráveis à saúde e à promoção de
valores de bem-estar e equilíbrio.

3.3 Práticas educativas em saúde e seus objectivos


A Educação para a Saúde é, pois, uma estratégia de promoção da saúde.
Assim, um aspecto fundamental das actividades promotoras da saúde é a
comunicação e o facto dos seus fundamentos teóricos terem ligações bem

18
estruturadas com a educação e o marketing social. De acordo com a OMS,
um dos objectivos fundamentais da Educação para a Saúde é de dotar
Agentes de Saúde e a “população em geral” com atitudes e acções que serão
exercidas sobre os indivíduos no sentido de modificar os seus
comportamentos, a fim de adquirirem e conservarem hábitos de saúde
saudáveis, aprenderem a usar os serviços de saúde que têm à sua disposição
e estarem capacitados para tomar, individual ou colectivamente, as decisões
que implicam a melhoria do seu estado de saúde e o saneamento do meio em
que vivem” (OMS, 1969).

Entendida como um processo indispensável numa sociedade, as práticas em


Educação para a Saúde, permitem que os indivíduos ou as comunidades
adquiram conhecimentos e competências necessárias para a adopção de
modos de vida saudáveis. As suas intervenções têm um carácter formativo,
uma vez que conseguem integrar processos cognitivos e atitudes, que
permitem a modificação de comportamentos, tornando-se numa acção,
permanentemente, consciente, racional e voluntária.

As práticas de educação em saúde envolvem três segmentos de actores


prioritários: os profissionais de saúde que valorizem a prevenção e a
promoção bem como as práticas curativas; os gestores que apoiem esses
profissionais; e a população que necessita construir seus conhecimentos e
aumentar sua autonomia nos cuidados, individual e colectivamente. Embora a
definição do MS apresente elementos que pressupõem essa interacção entre
os três segmentos das estratégias utilizadas para o desenvolvimento desse
processo, ainda existe grande distância entre retórica e prática.

Educação em saúde como processo político pedagógico requer o


desenvolvimento de um pensar crítico e reflexivo, permitindo desvelar a
realidade e propor acções transformadoras que levem o indivíduo à sua
autonomia e emancipação como sujeito histórico e social, capaz de propor e
opinar nas decisões de saúde para cuidar de si, de sua família e de sua
colectividade. A temática deve envolver a compreensão de projectos de
sociedades e visões de mundo que se actualizam nas formas de conceber e
organizar os discursos e as práticas educativas no campo da saúde. As
práticas de educação em saúde são inerentes ao trabalho em saúde, mas
19
muitas vezes estão relegadas a um segundo plano no plano e organização dos
serviços, na execução das acções de cuidado e na própria gestão.

3.4 Educação VS informação


A educação é um processo contínuo que visa a mudança de comportamento,
ela busca a mudança de comportamento de risco para comportamentos
positivos. A acção educativa em saúde é um processo que objectiva capacitar
indivíduos ou grupos para assumirem e ajudarem na melhoria e condições de
vida da população. A informação é processo que consiste na transmissão de
conhecimento a um individuo ou grupo.

3.5 Planeamento das actividades educativas


A educação para a saúde pode ser feita informal (aparecimento de uma
oportunidade) ou de forma planejada e organizada.

3.5.1 Planeamento
Em saúde planificar é um processo contínuo de previsão de recursos e de
serviços necessários para atingir objectivos determinados.

O planeamento é a determinação de uma sequencia de acções que tem como


objectivo alcançar um determinado resultado desejado; determina aquilo que
deve ser feito e como deve ser feito. Deve maximizar os resultados e minimizar
as deficiências, busca maior eficiência, eficácia e efectividade. O seu objectivo
deve ser definido de forma clara, com precisão, para favorecer a
implementação do próprio. É preciso um método de planeamento que
possibilita a compreensão e a compartilha de uma mesma linguagem
(conceitos básicos, termos, instrumentos usados entre outros). Que sejam
capaz de contribuir para o diálogo e efectiva participação de todos aqueles
envolvidos na formulação e na operacionalização de um plano (Campos, Farias
& Santos).

 Planeamento em saúde

O planeamento em saúde caracteriza-se pelo processo de analisar a


realidade e organizar os caminhos para se atingir um objectivo colectivo. Este
processo envolve um exercício da razão e da sensibilidade que engloba
actividades de maior e menor complexidade, proporcionando a construção de

20
planos para enfrentar situações actuais ou futuras. O plano de saúde também
pode ser designado como o processo que os administradores em saúde
desenvolvem juntamente com a população para conseguirem atingir áreas em
prazo determinado, os melhores níveis de saúde das respectivas populações,
utilizando recursos disponíveis de forma mais racional e eficaz (Duran, 1989).

O crescente interesse no planeamento em saúde surgiu como consequência na


complexidade crescente da actividade nesta área, face as mudanças
registadas nas condições de saúde e vida das populações em diversos países.
A organização mundial da saúde teve um papel essencial sendo a principal
impulsionador do desenvolvimento da saúde, ela recomendou a todos
governantes na conferência de Alma-Ata em 1978, para aperfeiçoarem as
estruturas administrativas e a aplicarem métodos de gestão apropriados, para
planejar e implementar cuidados de saúde primários. O planeamento em saúde
não surge só, como um instrumento tradutor de políticas e objectivos em
saúde, mas também para a tradução de acções correctas no desenvolvimento
da área de saúde.

O grande objectivo do planeamento na saúde é de melhorar o nível de vida


da população, procurando mudanças no comportamento, essencialmente a
nível das atitudes e no comportamento relacionados com estilo de vida
saudáveis e com a utilização dos serviços. A identificação das necessidades é
feita através do contacto directo com a população, liderança da comunidade,
dados epidemiológicos, que reflectem a situação de saúde e pela observação
do ambiente em que a comunidade esta inserida. O levantamento das
necessidades consiste:

 Identificar as necessidades sentidas pela comunidade;


 Identificar a população que necessita do programa educativo; (nível
académico, faixa etária, condições sócio económico);
 Escolher a temática e os recursos necessários;
 Estabelecer onde será desenvolvido o programa educativo.

21
3.5.2 Fases do planeamento educativo na saúde
1. O Diagnóstico da Situação de Saúde

O Diagnóstico de Situação de Saúde tem como intuito traçar o perfil de saúde


de uma População, identificar e priorizar os problemas e necessidades de
saúde dessa população, bem como clarificar as intervenções prioritárias
conducentes a ganhos potenciais em saúde. Ele pretende ainda reconhecer os
recursos da comunidade, incluindo os Serviços de Saúde, assim como os
demais sectores públicos e da sociedade civil com impacto na área da saúde.

A etapa da elaboração do diagnóstico de situação de saúde é fundamental


para a construção do plano de saúde, na medida em que correta
caracterização do estado de saúde da população permite satisfazer as suas
necessidades e consequentemente promover uma melhoria efectiva da saúde
da mesma.

Priorização dos Problemas de Saúde: geo demográfico; socioeconómico.

Caracterização da população-alvo, a nível: através da utilização dos


indicadores de morbi-mortalidade, importa também identificar os determinantes
de saúde que afectam mais significativamente os problemas de saúde
definidos; e também, identificar a utilização dos serviços de saúde;

Os Problemas de Saúde da população: nomeadamente as necessidades


passíveis de intervenção, capazes de obter os melhores ganhos em saúde com
os recursos disponíveis;

As Necessidades de Saúde da população: designadamente parceiros


internos e externos, com particular relevância param a rede social, envolvidos
na construção do Plano de saúde e que colaborem em cada necessidade de
saúde identificada.

22
2. Elaboração de programa
O tempo da elaboração de um programa dependera da natureza das decisões
e da disponibilidade recursos.

O programa educativo é elaborado tendo em conta as seguintes


fazes:
 Definição dos objectivos: o comportamento a atingir na população;
 Conteúdo: o que ensinar;
 Estratégias e métodos de ensino: como ensinar (discussão em
grupo, aula expositiva, aula demostrativa etc.;)
 Horário e período.

Recursos usados na elaboração de um programa educativo


Para uma efectiva implementação das estratégias estabelecidas no Programa
de saúde, importa estimar os recursos e orçamento necessários para as
diversas actividades, incluindo as actividades referentes ao plano de
comunicação. A colaboração das instituições de saúde, do sector público e da
sociedade civil assume-se como fundamental no que respeita à atribuição de
recursos, económicos e humanos, para o programa de saúde, sendo
importante a adopção de uma verdadeira abordagem intersectorial de saúde
em todas as políticas.

Para a elaboração de um programa educativo em saúde é necessário os


seguintes recursos:

 Recursos humanos: as pessoas que irão desenvolver o programa


precisam ter domínio da temática a abordar, para tal é necessário
instrução quanto aos aspectos pedagógicos e técnicos para desenvolver
o programa;
 Recursos matérias: são as matérias de ensino que serão utilizados para
facilitar a compreensão como livros, cartazes, panfletos, projector etc.;
 Recursos financeiros: refere-se a todo valor monetário necessário para a
elaboração do programa;

23
 Recursos físicos: para implementação de um programa educativo em
saúde é necessário um lugar apropriado que seja espaçoso, boa
iluminação, arejado, longe de barulho e de fácil acesso.

3. Avaliação
O programa educativo é avaliado pela equipa de saúde quanto aos aspectos
pedagógicos, erros de estratégias e de prioridade, através também da
população tendo em conta a mudança de comportamento e a melhoria das
condições de saúde, e essencial que a população participe da avaliação do
programa educativo em saúde.

A execução do programa é a implementação do mesmo na comunidade.


Porem antes da sua excussão tem que ser feita uma avaliação e correcção dos
possíveis erros gramaticais e científicos.

A eficácia e sucesso da implementação do Programa de saúde requer um


esforço contínuo de comunicação, não só a nível interno (profissionais e
instituições de saúde), mas também externo (sociedade civil e poder local).

O plano de comunicação deve definir: Conteúdos e mensagens-chave a


divulgar; conjunto de acções a desenvolver; público-alvo das acções;
calendarização das actividades; parceiros da comunidade que possam
colaborar na operacionalização do plano de comunicação.

A comunicação deve ser eficaz, interactiva, dinâmica e actualizada.

24
UNIDADE IV: MATERIAL DE ENSINO
Unidade IV: Material de ensino
Quando se pretende educar, ensinar, comunicar ou informar, podemos usar
várias formas e meios entre os quais os Matérias de ensino. Os materiais de
ensino são actualizados constantemente de acordo com os aspectos
pedagógicos, tecnológicos, gráficos e visuais, propiciando uma melhor
informação e comunicação, com foco no desenvolvimento de suas
potencialidades. O ideal seria que toda aprendizagem se efectuasse em
situação real de vida. Não sendo isso possível, os materiais ou recursos de
ensino tem por fim substituir a realidade, representando-
a da melhor forma possível, de maneira a facilitar a aprendizagem.

Falar sobre Material de Ensino e o mesmo que falar sobre Material


didático uma vez que o temo “didáctica” vem da expressão grega techné
didaktiké, que significa arte ou técnica de Ensinar. A partir disso, podemos
entender que qualquer que informa, comunica ou ensina é um artista. Em
algumas obras, usam o termo meios de ensino ou meios didácticos, ou mesmo
materiais de ensino-aprendizagem. Contudo estes termos são todos eles
equivalentes.

Na sala de aula os Materiais de ensino são utilizados para a organização e


condução metódica do processo de ensino pelo professor e pelos alunos. São
todos os recursos pedagógicos que combinados com os métodos permitem ao
professor e aos alunos alcançar objectivos da aula de uma forma metódica,
efectiva e racional (Libâneo, 1994).

4.1 Conceito
Para Libâneo (1994), materiais de ensino são todos os meios e recursos
utilizados pelo professores ou técnicos, para organização e condução metódica
da informação ou do ensino.

Castro define materiais de ensino como sendo os canais através do qual se


transmitem mensagens ou informações, com vista a garantir a prevenção ou o
tratamento de algum problema.

25
Nesta mesma linha Edling e Paulson, consideram materiais de ensino como
as vias gráficas, fotográficas, electrónicas ou mecânicas para capturar,
processar e reconstruir informação visual ou verbal ”.

4.1.2 Objectivos
As matérias de ensino têm como objectivo

 Motivar e despertar o interesse da pessoa que esta a ser informada


sobre a informação que está a ser transmitida;
 Favorecer o desenvolvimento da capacidade de observação;
 Aproximar a pessoa que está a ser informada á realidade;
 Visualizar ou concretizar as informações sobre a prevenção ou
tratamento de uma doença;
 Oferecer informações e dados;
 Permitir a fixação e compreensão das informações;
 Ilustrar noções mais abstractas, e Desenvolver a experimentação
concreta.

4.1.3 Critérios de utilização dos materiais de ensino


A utilização dos materiais de ensino é para melhorar a aprendizagem e a
compreensão da pessoa que é ensinada, para estes colaborarem neste
sentido, importa observar alguns critérios e princípios dos quais se destacam:
 Ter em vista os objectivos a alcançar ao passamos a informação;
 Utilizar materiais suficientemente conhecidos, de forma a empregá-los
correctamente;
 Estimular as pessoas que estão a ser informadas com comportamentos
que aumentem a receptividade dos materiais de ensino tais como a
actuação, a percepção, o interesse, a sua participação activa, pois a
eficácia dos materiais de ensino depende da interacção entre estes e a
pessoa que está a ser informada;
 Escolher o material de ensino tendo em conta a natureza da informação
ou comunicação a ser passada;
 Há informações que exigem maior utilização dos meios audiovisuais que
outros;

26
 Considerar o tempo disponível, pois a preparação da utilização dos
materiais requer muito tempo, e as vezes não temos o mesmo tempo.
Como alternativa, deve se recorrer a materiais que exigem menos
tempo, se necessário pode solicitar ajuda dos alunos de saúde e de
outros profissionais para preparar os meios de ensino.

4.2 Classificação
Não existe uma classificação universalmente aceite, estas variam segundo os
autores. Contudo, os materiais de ensino podem agrupar-se em:

 Visuais e escritos - que englobam as projecções, folder, álbuns,


seriados, mapas, os cartazes, gravuras, panfletos, livros, mapas etc;
 Auditivos- que são a rádio, as gravações, etc;
 Audiovisuais- são cinema, TV, filmes, retroprojector etc.
Os livros, os mapas, as fotografias, as gravuras, os filmes, os recursos da
comunidade, os recursos naturais e outros.

Gravuras- ilustrações retiradas de revistas, jornais ou livros. É um material


simples e acessível.
Importância
 Servem para motivar estudos:
 Desenvolver a observação;
 Completar e enriquecer as plantações.

Potencialidades/ Vantagens do uso de gravuras


São pouco dispendiosos, porque as revistas e os jornais estão cada vez mais
ricos em gravuras, que até os estudantes de saúde podem colaborar na
obtenção desse material. Despertam atenção da pessoa que está a ser
informada e mantém seu interesse por mais tempo; Possibilitam um contacto
visual do aluno com a realidade por mais tempo.

Como utilizar
- Apresentar gravuras visíveis para todos;
- Seleccionar gravuras adequadas para o assunto;
- Relacionar as gravuras aos principais conceitos e ideias em foco;

27
- Cuidar da qualidade e da quantidade de gravuras usadas em cada assunto;
- Evitar o uso de gravuras com excesso de detalhes.

Álbum seriado- colecção de folhas organizadas numa encadernação,


contendo fotografias, letreiros, etc. Serve para abordar temas mais ou menos
gerais, que permitem a sua visão em partes. Também enriquecem numa aula
expositiva, apresenta dados previamente elaborados e de forma sequencial.
Sistematiza um assunto.

Potencialidades/ Vantagens do uso do álbum seriado


 Apresentação de maneira mais organizada, orientada e dirigida, sem
dispersões ou confusões;
 Concentração da atenção da pessoa que está a ser informada com
relação ao tópico seguinte;
 Fixa tópicos essenciais e melhor visualização das ideias através de
ilustrações.
Cartazes- são cartolinas ou folhas de papel contendo uma ou mais ilustrações
e uma mensagem estes podem apresentar diversos tamanhos e formatos.
Importância
-Servem para comunicar, dar sugestões, recomendações e informações;
-Despertar o interesse por um determinado assunto;
-Dar destaque a comemorações, acontecimentos importantes, datas cívicas ou
sobre os perigos de uma doença.

Potencialidades/ Vantagens do uso de cartazes


 Despertar a atenção da pessoa que está a ser informada;
 São facilmente confeccionados;
 São de custo baixo;
 Estimulam o trabalho de equipa e, podem ser confeccionados pelos
estudantes de saúde.
 Estimulam o trabalho em equipa.

28
4.4 Como elaborar um cartaz
 Preparar um esboço previamente;
 Evitar letras ou números floreados, pois dificultam a leitura do texto;
 Fazer letras uniformes, do mesmo tamanho;
 Utilizar cores fortes (preto, vermelho, azul e verde);
 Utilizar o menor número de palavras possíveis pois isso facilita a leitura;
 Não colocar textos e ilustrações junta as bordas do cartaz. É preciso que
haja um espaço vazio em toda a volta do cartaz, como se fosse uma
margem imaginária;
 Utilizar de forma adequada os 3 elementos do cartaz (ilustração, texto e
cor);
 Usar como ilustrações fotografias, desenhos ou gravuras;
 Escolher o tipo de letra mais adequado, pois ela apresenta um papel de
entoação da fala. O texto é o elemento que procura levar, através de
palavras ou frases, uma mensagem aos alunos;

 Escolher que mais convêm a comunicação do texto. A cor, terceiro


elemento visual, forma a atmosfera condizente com a mensagem do
cartaz, manifesta a harmonia agradável de seus elementos visuais e o
contraste necessário entre o fundo e a figura.

29
Conclusão
As práticas educativas Saúde fortalecem as acções e da atenção em relação
aos profissionais de saúde: O que fazemos com os conhecimentos que
adquirimos? Para que estão servindo na qualidade de vida das comunidades e
das pessoas? Os Agentes comunitários de Saúde interferem directamente com
as famílias e modificam sua realidade, melhorando a saúde da comunidade.
Eles promovem a saúde. O conhecimento adquirido sobre a saúde é aplicado
por estes profissionais através das acções desenvolvidas. Este trabalho implica
em uma comunicação e quanto mais efectiva for, melhor será o resultado das
acções de informação, educação e comunicação em saúde.

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