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UNIVERSIDADE PÚNGUÈ
Faculdade de ciências exactas e tecnológicas

Tema do trabalho
Regras de higiene e segurança do Laboratório, normas e riscos no Laboratório

Curso de Licenciatura em Ensino de Química

Albertina Simão Bila

Universidade Púnguè
Chimoio
Agosto, 2023
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Albertina Simão Bila

Tema do trabalho

Regras de higiene e segurança do Laboratório, normas e riscos no Laboratório

Trabalho a ser apresentado à Faculdade de ciências


exactas e tecnológicas no curso de licenciatura em Ensino
de Química para efeitos de avaliação na disciplina de
Laboratório III sob orientação de Doutor Daniel
Nanicuacua e MA. Félix Francisco

Universidade Púnguè
Chimoio
Agosto, 2023
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: equipamentos de proteção individual …………………………………………….. 7


Figura 2: Equipamentos de proteção coletiva ………………………………………………. 11
Figura 3: proteção para manuseio de produtos químicos …………………………………… 12
Figura 4: Rotulagem e classificação de produtos químicos …………………………………. 14
Figura 5: Exemplos de pictogramas utilizados em rótulos de embalagens de produtos químicos
……………………………………………………………………………………………….. 15
Figura 6: Sinais de emergência …………………………………………………………….. 16
Figura 7: Sinais de aviso …………………………………………………………………… 16
Figura 8: Sinais de obrigação ………………………………………………………………. 17
Figura 9: Símbolos de perigo em laboratórios ……………………………………………... 17
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Equipamentos de proteção respiratória e suas características ……………………. 7


Tabela 2: A eficiência das luvas é medida através de três parâmetros ……………………… 8
Tabela 3: diferentes tipos de luvas e os seus usos recomendados …………………………... 9
Tabela 4: Operações laboratoriais com obrigação do uso da proteção facial/ocular ……….. 10
Tabela 5: Equipamentos de proteção colectiva relevantes em um laboratório de química …. 11
Tabela 6: Apresentação de frases de risco ………………………………………………….. 14
Tabela 7: apresentação de frases de segurança ……………………………………………… 15
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Índice

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................. i

LISTA DE TABELAS ...............................................................................................................ii

1. Introdução............................................................................................................................ 1

1.1. Objectivos .................................................................................................................... 2

1.1.1. Geral ..................................................................................................................... 2

1.1.2. Específicos ............................................................................................................ 2

1.2. Metodologia ................................................................................................................. 2

2. Revisão bibliográfica........................................................................................................... 3

2.1. Definição dos principais conceitos .............................................................................. 3

2.1.1. Higiene no trabalho .............................................................................................. 3

2.1.2. Segurança no trabalho .......................................................................................... 3

2.1.3. Acidente no trabalho ............................................................................................. 3

2.1.4. Riscos ou catástrofes ............................................................................................ 3

2.1.5. Causas do acidente................................................................................................ 3

2.1.6. Produtos quimicos ................................................................................................ 4

2.2. Fluxograma de coresponsabilidades em Laboratórios ................................................. 4

2.3. Factores de riscos e danos em laboratórios .................................................................. 4

2.3.1. Risco ..................................................................................................................... 5

2.3.2. Danos .................................................................................................................... 6

2.4. Equipamentos de proteção em Laboratórios ................................................................ 6

2.4.1. Uso de equipamentos de proteção individual ....................................................... 6

2.4.1.1. Proteção respiratória ......................................................................................... 7

2.4.1.2. Roupas de proteção ........................................................................................... 8

2.4.1.3. Luvas ................................................................................................................. 8

2.4.1.4. Proteção Facial .................................................................................................. 9


iv

2.4.2. Uso de equipamentos de proteção coletiva......................................................... 10

2.5. Manuseio de produtos químicos ................................................................................ 11

2.5.1. Riscos envolvidos no manuseio de produtos químicos ...................................... 12

2.5.2. O manuseio de produtos químicos seguro .......................................................... 12

2.6. Sinais de segurança em laboratórios .......................................................................... 13

2.6.1. Frases de risco .................................................................................................... 14

2.6.2. Frases de segurança ............................................................................................ 14

2.6.3. Pictogramas ........................................................................................................ 15

2.6.4. Sinais de emergência .......................................................................................... 16

2.6.5. Sinais de Aviso ................................................................................................... 16

2.6.6. Sinais de obrigação ............................................................................................. 17

3. Considerações finais .......................................................................................................... 18

4. Recomendações das regras e boas práticas em laboratórios ............................................. 19

5. Referências bibliográficas ................................................................................................. 21


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1. Introdução

Este trabalho tem como objectivo principal descrever os procedimentos das regras e normas de
higiene e segurança em laboratórios, entretanto, em um laboratório principalmente químico é
inevitável que sejam adotadas algumas medidas de precauções para as operações a serem
realizadas (Ventura, 2008).

As actividades práticas realizadas em laboratórios apresentam riscos e estão sujeitas a muitos


acidentes que podem ser evitados se o profissional que exerce suas funções neste local tiver
conhecimento sobre as normas de segurança e colocá-las em prática. Além disso, temas como
armazenamento e descarte de materiais químicos também serão abordados visando auxiliar os
laboratoristas e professores sobre a melhor forma possível para fazê-los (Costalonga, Ademir;
et al., 2010).

De acordo com Costalonga (2010), diz que para prevenir e minimizar os riscos referidos, é
necessário adoptar uma cultura de segurança, que necessariamente engloba o conhecimento dos
riscos a que se pode estar exposto.

A segurança nos Laboratórios é essencial para garantir um trabalho de qualidade e a saúde dos
utilizadores, pois uma pequena distração pode colocar em risco a segurança não só dos próprios
mas também de terceiros. A segurança nos Laboratórios é essencial para garantir um trabalho
de qualidade e a saúde dos utilizadores, pois uma pequena distração pode colocar em risco a
segurança não só dos próprios mas também de terceiros (Vale, Ana Paula, 2005).

Segundo Machado (2005), aponta alguns aspectos fundamentais relacionados com a segurança,
como: A segurança deve ser encarada como uma atitude; As regras de segurança estabelecem-
se para todos, mas dependem do comportamento individual; A prevenção deve ser sinónimo de
segurança; Todos devem estar conscientes/sensibilizados e intervir nas questões da segurança;
2

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Descrever os procedimentos das regras e normas de higiene e segurança em
laboratórios.
1.1.2. Específicos
 Apresentar regras básicas de segurança no laboratório;
 Identificar factores de riscos e danos em laboratórios;
 Apontar os equipamentos de proteção em laboratório;
 Destacar os sinalizadores de segurança em laboratórios

1.2. Metodologia

No sentido de alcançar os objetivos, foram desenvolvidas atividades de pesquisa bibliográfica


e documental, material revisado no intuito de se compreender conceitos e temas fundamentais
para a proposta da investigação.
3

2. Revisão bibliográfica
2.1. Definição dos principais conceitos

Neste subcapítulo serão definidos os seguintes conceitos: Higiene no trabalho, segurança no


trabalho, acidente, riscos, causas do acidente e produtos químicos, como conceitos que fazem
parte deste estudo.

2.1.1. Higiene no trabalho

Do ponto de vista não médico, as doenças profissionais, identificando os factores que podem
afectar o ambiente do trabalho e o trabalhador, visando eliminar ou reduzir os riscos
profissionais sendo condições inseguras de trabalho que podem afectar a saúde, segurança e
bem-estar do trabalhador. (Ana Paula, 2005),

2.1.2. Segurança no trabalho

Do ponto de vista não médico, os acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras
do ambiente quer educando os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas.

2.1.3. Acidente no trabalho

Acidente do trabalho é aquele que ocorre no exercício da actividade a serviço da empresa, provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou perda, ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho (Afonso 2020).

2.1.4. Riscos ou catástrofes

São destacados alguns factores de riscos na area de trabalho:


 Riscos físicos
 Riscos químicos
 Riscos Ergonómico: A falta de bancos e assentos não ajustáveis; Trabalho físico pesado;
 Riscos Biológicos
2.1.5. Causas do acidente

Existem três factores predominantes como motivos que podem gerar ocorrência de acidentes
no ambiente de trabalho:
 Ato inseguro / acções fora do padrão;
 Condição insegura / condições fora do padrão;
 Factor pessoal de insegurança.
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2.1.6. Produtos quimicos

Produtos químicos são definidos como qualquer produto que possa ocasionar danos à saúde das
pessoas e ao meio ambiente.
2.2. Fluxograma de coresponsabilidades em Laboratórios

De salientar que a gerência e comunicação dos riscos em laboratório é de responsabilidade de


todos.

i. Direção de curso e responsáveis técnicos


 Garantir o cumprimento das normas de saúde, meio ambiente e segurança em
conjunto com os demais setores.
ii. Técnicos de laboratórios
 Fiscalizar constantemente o ambiente de trabalho e promover boas práticas de
segurança, saúde e meio ambiente.
iii. Comissão de laboratórios
 Propor políticas que promovam boas práticas e condições de segurança nos
laboratórios de química.
iv. Aluno, bolsista e estagiário
 Reconhecer os riscos e recomendações de segurança relacionadas ao laboratório
onde atuará. Deve responsabilizar-se pelos danos pessoais e materiais provocados
pelo desrespeito.
v. Professores e funcionários
 Identificar, minimizar e informar os riscos e perigos do seu trabalho de pesquisa ou
aulas práticas a todos os envolvidos na atividade.

2.3. Factores de riscos e danos em laboratórios

As pesquisas apontam que além do contato direto com a pele, os diversos agentes químicos
manuseados em laboratórios podem agredir o organismo humano por três vias, sendo elas por
inalação, por absorção cutânea e por ingestão.

a. Por inalação

De acordo com Machado (2005), A absorção de gases, vapores, poeiras e aerossóis pelos
pulmões e a sua distribuição pelo sangue, que a leva às diversas partes do corpo, é extremamente
facilitada pela elevada superfície dos alvéolos pulmonares. Entretanto, esta constitui a principal
via de intoxicação.
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b. Por absorção cutânea

Afonso e Amadeu (2020) afirmam que os efeitos mais comuns da ação de substâncias químicas
sobre a pele são as irritações superficiais e sensibilizações decorrentes da combinação do
contaminante com as proteínas. Na decorrência destes, o agente químico pode penetrar pela
pele, atingindo a corrente sanguínea, sendo indispensáveis os cuidados quando houver danos à
integridade da pele feridas expostas devem ser devidamente protegidas.

Considera-se que a pele e a gordura protetora são barreiras bastante efetivas, sendo poucas as
substâncias que podem ser absorvidas em quantidades perigosas (Trautmann, 2008).

c. Por ingestão

Este factor pode ocorrer de diferentes maneiras, sendo acidental ou pela ingestão das partículas
que estejam retidas no trato respiratório, resultantes da inalação de pós ou fumos. Os riscos de
ingestão por contaminação das mãos e alimentos serão inexistentes se houver a devida atenção
e higiene no trabalho (Ventura, 2008).

2.3.1. Risco

De acordo com Machado (2005), nos laboratórios, durante a execução de trabalhos


experimentais pode-se estar exposto a diferentes fatores de risco que devem ser sempre
identificados antes do início do trabalho. Esses fatores são divididos em grandes grupos,
dependendo da natureza da sua origem.

Os fatores químicos nos laboratórios, estão relacionados com trabalhos envolvendo substâncias
químicas, principalmente substâncias dispersas no ar, gases e vapores. Os fatores de risco
químicos podem ser ainda subdivididos em risco inerente e risco efetivo.

O risco inerente é aquele característico da substância e está relacionado com as propriedades


químicas e físicas da mesma. Devido a isso, os riscos inerentes não podem ser minimizados
(Ricardo, 2008).

É considerado risco efetivo, a probabilidade de contato com a substância que está diretamente
relacionado com as condições de trabalho com o agente de risco. Sendo possível minimiza-lo,
tendo-se o conhecimento das características da substância que será manipulada e trabalhando-
se com os equipamentos de segurança adequados (Machado, 2005).
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2.3.2. Danos

De acordo com Machado (2005), diz que o dano é a consequência da concretização do risco,
ora vejamos, na manipulação de um ácido concentrado sem luvas, o operador derramou essa
substância em suas mãos, queimando-se, sendo desta um dano sofrido pelo operador.

Machado (2005), classifica os danos em laboratórios em seguintes aspectos:

a. Danos a integridade física (Morte ou incapacitação ao trabalho), aqueles acidentes que


causam danos ao indivíduo, acidentes que resultam de quedas, incêndios, explosões.
b. Danos a saúde do individuo exposto
 Efeitos agudos – que consistem na exposição a altas concentrações de uma
substância química tóxica por curtos períodos de tempo.
 Efeitos crônicos – relacionados a exposição a baixas concentrações por longos
períodos de tempo. O efeito muitas vezes é sutil e há dificuldade de se
estabelecer a causa e de se realizar uma associação com algum produto químico.
c. Danos à saúde e integridade das gerações futuras (descendentes dos indivíduos
expostos)
 Efeitos mutagênicos – aqueles que ocorrem com alterações das células
somáticas ou reprodutivas.
 Efeitos teratogênicos – quando ocorre má formação do feto no seu período de
gestação.
 Efeitos sobre o poder reprodutivo – redução da fertilidade de homens e
mulheres.
2.4. Equipamentos de proteção em Laboratórios

Segundo Costalonga, Ademir et al., (2010), os equipamentos de proteção sendo individuais ou


colectivos em laboratórios ajudam minimizar a possibilidade de contato das substâncias
químicas com a pele, olhos e sistema respiratório e a contenção em casos de derramamento.
Com o uso dos equipamentos de proteção adequadamente, minimiza-se o risco efetivo de
acidentes, ao se manipular as diversas substâncias químicas em laboratório.

2.4.1. Uso de equipamentos de proteção individual

Os itens de proteção individual são exigidos durante a manipulação de produtos químicos e em


uma série de atividades em que haja exposição a estas substâncias para garantir a segurança dos
colaboradores (Vale, Ana Paula, 2005).
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É possível evitar acidentes e danos à saúde e integridade física das pessoas com a utilização
correta dos equipamentos de proteção individual. Os equipamentos de segurança podem ser de
diferentes tipos e modelos, incluindo macacão, óculos de proteção, luva, creme protetor e muito
mais (Ademir et al., 2010).

Figura 1: equipamentos de proteção individual

Fonte: https://www.google.com/search?q=equipamento

2.4.1.1. Proteção respiratória

Para Machado (2005), os equipamentos de proteção respiratória apresentam características


descritas na tabela seguinte:

Tabela 1: Equipamentos de proteção respiratória e suas características

Protector Características
Respiradores com filtros mecânicos Apresentam uma barreira física e são eficientes contra a inalação de
partículas
Respiradores simples com filtros químicos Possuem filtros absorvedores capazes de reter gases e vapores de
substâncias químicas
Respiradores motorizados com filtros Possuem um motor capaz de bombear maior volume de ar, que passa
químicos através do filtro para retenção dos contaminantes. Esse tipo de respirador
é utilizado quando a concentração de oxigênio no ar for reduzida
Respiradores por adução Utilizam um tanque de ar comprimido. São utilizados quando a
concentração e a toxicidade do contaminante são muito elevadas.
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O uso destes equipamentos é de caracter obrigatória na ausência ou insuficiência das medidas


de proteção coletiva (capelas com exaustão adequada). Antes de optar pelo uso de respiradores,
deve-se tentar adotar os procedimentos de proteção coletiva, diminuir a exposição e, se possível,
substituir as substâncias tóxicas por outras que apresentem menores toxicidades (Amadeu,
2020).

O uso de respiradores ou máscaras é inevitável em casos como:

 Acidentes, nas operações de limpeza e salvamento;


 Operações de limpeza de almoxarifados de produtos químicos;
 Procedimentos onde não seja possível a utilização de sistemas exaustores.

2.4.1.2. Roupas de proteção

A roupa de proteção que recomenda-se para o manuseio das substâncias químicas deve ser de
algodão grosso, no entanto, queima mais devagar e reage com ácidos e bases, evitando assim
que essas substâncias atinjam a pele (Machado, 2005).

A roupa de proteção deve ter mangas compridas e comprimento até os joelhos para proteção
adequada do corpo e que tenha fechamento frontal com velcro, para facilitar a sua remoção em
caso de derramamento de produtos químicos, e evitar aventais com detalhes soltos, como bolsos
e tiras na cintura, pois, além de não terem utilidade, podem causar acidentes (Ricardo, 2008).

2.4.1.3. Luvas

As mãos devem ser sempre lavadas antes e depois da utilização de luvas. No entanto, as luvas
protegem as mãos durante manipulações de substâncias corrosivas (Trautmann, Ricardo, 2008).

Tabela 2: A eficiência das luvas é medida através de três parâmetros

Parâmetros Eficiência
Degradação Mudança em alguma das características físicas da luva
Permeação Velocidade com que um produto químico atravessa o material da luva
Tempo de residência Tempo decorrido entre o contato inicial com o lado externo da luva e
a ocorrência do produto no seu interior.

Ricardo (2008), diz que nenhum material utilizado na confeção de luvas protege contra todos
os produtos químicos. Entretanto, existem diferentes tipos de luvas para cada aplicação.
9

Tabela 3: diferentes tipos de luvas e os seus usos recomendados.

Tipo Uso
Borracha butílica (luva grossa) Boas para cetonas e ésteres, ruins para os demais solventes.
Látex Boas para ácidos e bases diluídas, péssimas para solventes
orgânicos.
Neopreno (luva grossa) Boas para ácidos e bases, peróxidos, hidrocarbonetos, álcoois,
fenóis. Ruins para solventes halogenados e aromáticos
PVC (luva grossa) Boas para ácidos e bases, ruins para a maioria dos solventes
orgânicos.
PVA (luva grossa) Boas para solventes aromáticos e halogenados, ruins para
soluções aquosas.
Nitrila Boas para uma grande variedade de solventes orgânicos, e
também para ácidos e bases.
Viton (luva grossa) Excepcional resistência a solventes aromáticos e halogenados.

Sendo obrigatório tomar cuidados para uma boa conservação das luvas, ora vejamos: devem
ser inspecionadas antes e depois do uso, não reutilização das luvas descartáveis e proteger as
não descartáveis.

2.4.1.4. Proteção Facial

De acordo com Ademir et al., (2010), o uso deste é obrigatório em qualquer atividade onde
houver a probabilidade de respingos de produtos químicos. Sendo assim de caracter obrigatória
a sua disponibilidade em laboratórios. Estes protetores dividem-se em dois tipos: óculos de
segurança ou protetor facial e devem apresentar características como:

 Resistentes aos produtos químicos que serão manuseados;


 Não devem distorcer imagens ou limitar o campo visual de observação;
 Confortabilidade e de fácil limpeza e conservação;
 Facilidade de remoção, no caso de acidentes.

Estes protetores faciais e oculares não são de uso constante nos laboratórios, entretanto, sendo
exigidos em casos da execução de algumas operações específicas, podendo ser.
10

Tabela 4: Operações laboratoriais com obrigação do uso da proteção facial/ocular.

Operação Proteção
Entrada nos locais com probabilidade de respingos Óculos de segurança e protetor facial
de líquidos no rosto
Actividades com produtos químicos corrosivos Óculos de segurança com vedação nas laterais
Manuseio de produtos químicos perigosos Óculos de segurança com vedação nas laterais
Transferência de produtos químicos corrosivos ou Óculos de segurança com vedação laterais e
perigosos protetor facial

De acordo com Ventura (2008), o uso de lentes de contato no laboratório apresenta aspectos
positivos e negativos. São destacados os aspectos positivos:

 Funcionalidade como barreira para alguns gases e partículas que se direcionam aos
olhos;
 São mais adequados do que óculos em atmosferas húmidas, pois não embaçam
facilmente;
 Melhoria na visão periférica;
 São mais adequados para se trabalhar com instrumentos ópticos sem ocular ajustável;
 Não apresentam problemas de reflexo, comum a vários tipos de lentes de óculos.

No entanto, os aspectos negativos são:

 Partículas podem ficar retidas sob as lentes de contato causando grande irritação ao olho
 As lentes podem ser danificadas (descolorir ou tornarem-se turvas) em contato com
alguns tipos de vapores químicos
 As lentes gelatinosas podem secar em ambientes com pouca umidade
 Alguns vapores e gases podem ser absorvidos pelas lentes e causar irritação nos olhos.

2.4.2. Uso de equipamentos de proteção coletiva

Uma das primeiras preocupações que o usuário deve ter é procurar a localização exata e
conhecer os detalhes do funcionamento dos equipamentos de proteção coletiva lá disponíveis é
sobre riscos de acidentes, independentemente da sua dimensão (Ana Paula, 2005).
11

Tabela 5: Equipamentos de proteção colectiva relevantes em um laboratório de química

Equipamentos Utilidade
Capelas de exaustão Utilizáveis na manipulação de produtos químicos que liberem gases ou vapores.
Chuveiros Sendo utilizados em casos de derramamento de grandes quantidades de
produtos químicos sobre o operador.
Lava-olhos Devem ser utilizados em casos de contato de produtos químicos com os olhos
do operador
Extintores de Incêndio São utilizados ao ser detectado algum foco de incêndio. Entretanto, há
diferentes tipos de extintores de incêndio para diferentes origens de foco de
fogo.

Figura 2: Equipamentos de proteção coletiva

Fonte: https://www.google.com/search?q=

2.5. Manuseio de produtos químicos

De acordo com Amadeu (2020), considera o manuseio de produtos químicos como uma
atividade ocorrente em vários segmentos indústrias, uma vez que a química está presente em
maior parte do processo. Não é exclusividade das indústrias químicas, como erroneamente
poderia se pensar, dessa forma, ele aparece nos setores farmacêutico, alimentício e de bebidas
etc.
Produtos químicos potencialmente perigosos podem ser encontrados por toda parte, não
somente no ambiente de trabalho, mas também no domicílio das pessoas e em locais
frequentemente visitados como o comércio, oficinas e etc. O manuseio seguro de produtos
químicos depende de um conjunto de ações voltadas à prevenção, minimização ou eliminação
de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e
prestação de serviços, visando à saúde do homem e à preservação do meio ambiente (Schneider,
2010).
12

Entretanto, os produtos perigosos, como líquidos inflamáveis, explosivos, corrosivos e gases, é


essencial que o trabalho seja desenvolvido de uma forma segura, ou seja, que seja realizado em
atendimento as normas vigentes e criada uma cultura de segurança, reduzindo assim os riscos
à saúde e a integridade física dos colaboradores e ao meio ambiente (Afonso, 2020).

Figura 3: proteção para manuseio de produtos químicos

Fonte: Júlio, (2013)


2.5.1. Riscos envolvidos no manuseio de produtos químicos

O manuseio de produtos químicos sem as medidas de segurança, seja no, transporte, extração,
produção ou até mesmo no armazenamento pode ocasionar uma série de consequências graves,
incluindo acidente ambiental, incêndio, contaminações, intoxicação, doenças e podendo até
causar a morte (Machado, 2005). Portanto, é fundamental que todos da cadeia respeitem e
cumpram as normas e medidas de segurança durante o trabalho, garantindo a saúde do pessoal
e prevenindo os acidentes.

2.5.2. O manuseio de produtos químicos seguro

Segundo Albertini, (2010), para o manuseio dos produtos químicos com segurança e proteção
a saúde, é necessário que o ambiente de trabalho seja seguro e que uma série de medidas sejam
tomadas para todo pessoal e a organização. Seguem as principais medidas:
13

a. Ficha de Informações de Segurança dos Produtos Químicos


 Constam todas as informações sobre o produto, os riscos e procedimentos de
segurança para o manuseio, também possui os primeiros socorros.

b. Treinamento e sinalização no ambiente de trabalho


 Consiste em oferecer ao pessoal um treinamento para melhor compreensão dos
riscos e dos procedimentos operacionais padrão.

c. Inventário de produtos químicos


 Garante uma gestão eficiente e uma manipulação segura. Entretanto, consta uma
série de informações sobre os produtos químicos utilizados na empresa, como
classificação, equipamentos de proteção individual, transporte, entre outros.

d. Rotulagem nas embalagens


 Evita acidentes, misturas incorretas e descartes inadequados, e apresentam
símbolos que apontam perigo representado por aquela substância.

e. Uso de Equipamentos de Proteção Individual


 Garante a segurança dos colaboradores.

f. Embalagens de produtos químicos


 Apresenta informações claras sobre os produtos químicos, e traz orientações
sobre o manuseio, transporte, armazenamento, e medidas de primeiros socorros.

g. Armazenamento dos produtos químicos


 Recomenda-se que os produtos químicos sejam armazenados em lugares
específicos, secos ventiladas e distantes de outros que possam reagir
adversamente.

2.6. Sinais de segurança em laboratórios

Através do pequeno espaço disponível nos rótulos, são utilizados alguns símbolos especiais,
que devem ser conhecidos e respeitados. Os rótulos dos produtos comercializados, apresentam
uma importante fonte de informação sobre os produtos químicos que são manipulados nos
laboratórios (Gamba, 2010). Entretanto, os símbolos correspondem às frases de risco e de
segurança, aos pictogramas.
14

Figura 4: Rotulagem e classificação de produtos químicos

Fonte: https://www.google.com/search?q=sinais+de+seguranca

2.6.1. Frases de risco

Schneider, et al., (2010), a letra “R” representa frases de risco, e dizem respeito ao risco que o
operador está exposto ao manipular aquela substância, podendo encontrar-se até 65 frases que
estão relacionadas à classificação das substâncias.

Tabela 6: Apresentação de frases de risco

Frases Descrição
R10 Inflamável

R25 Toxico por ingestão

R38 Irritante para pele


R60 Pode comprometer a fertilidade

Substâncias com mais de uma característica de risco


R14/15 Reage violentamente com a água, liberando gases extremamente inflamáveis.
R36/38 Irrita os olhos e a pele.

2.6.2. Frases de segurança

São identificadas no rótulo pela letra “S” as frases de segurança. Sendo estas nos remetem às
recomendações de segurança necessárias, que devemos exercer quando necessitarmos de
manipular aquelas substâncias químicas (Schneider, et al., 2010). Existem 62 frases de
segurança.
15

Tabela 7: apresentação de frases de segurança

Frases Descrição
S11 Evitar o contato com o ar.
S24 Evitar o contato com a pele.
S37 Usar luvas adequadas.
S51 Manipular somente em locais bem ventilados.

Substâncias combinadas com mais de uma característica de risco


S3/9 Conservar o recipiente em lugar fresco e bem ventilado.
S24/25 Evitar o contato com os olhos e com a pele.

2.6.3. Pictogramas

Pictogramas são símbolos gráficos que identificam determinadas características das


substâncias químicas (Machado, 2005).

Figura 5: Exemplos de pictogramas utilizados em rótulos de embalagens de produtos químicos.

Fonte: Gamba, (2010)


16

2.6.4. Sinais de emergência

Os sinais incluídos nesta categoria visam indicar, em caso de perigo, as saídas da emergência,
o caminho para o posto de socorro ou local onde existem dispositivos de salvamento (Ventura,
2008). Os sinais de emergência devem apresentar as seguintes características:

 Forma retangular ou quadrada;


 Pictograma branco sobre fundo verde (a cor verde deve cobrir pelo menos 50%
da superfície da placa).

Figura 6: Sinais de emergência

Fonte: https://www.google.com/search
2.6.5. Sinais de Aviso

Schneider, et al., (2010), defende que os sinais inseridos nesta categoria visam advertir para
uma situação, objeto ou ação susceptível de originar dano ou lesão pessoal e/ou nas instalações.

Características intrínsecas:
 Forma triangular;
 Pictograma negro sobre fundo amarelo, margem negra /a cor amarela deve cobrir
pelo menos 50% da superfície da placa).

Figura 7: Sinais de aviso

Fonte: https://www.google.com/search
17

2.6.6. Sinais de obrigação

Os sinais de obrigação visam prescrever um determinado comportamento (. Estes sinais devem


possuir as seguintes características:
 Forma circular;
 Pictograma branco sobre fundo azul, (a cor azul deve cobrir pelo menos 50% da
superfície da placa).

Figura 8: Sinais de obrigação

Fonte: https://www.google.com/search

Anexo
Figura 9: Símbolos de perigo em laboratórios

Fonte: https://www.google.com/search
18

3. Considerações finais

Desta forma, concluiu-se que é de extrema importância, durante a realização das actividades no
laboratório, os cuidados e medidas de segurança e higiene devem ser observados, pois
determinadas substâncias são altamente perigosas, sendo assim indispensável a atenção de
forma a evitar os acidentes. O manuseio seguro de produtos químicos depende deste conjunto de
ações voltadas à prevenção, minimização e eliminação de riscos inerentes às atividades.
19

4. Recomendações das regras e boas práticas em laboratórios

 Após o encerramento do experimento, todos os materiais utilizados deverão ser limpos


e guardados em local apropriado.
 Ao realizar misturas exotérmicas em água (ácidos e álcalis concentrados), nunca deverá
ser adicionada água ao produto químico, mas sim o inverso e lentamente.
 Quando do manuseio de gases, as válvulas dos cilindros devem ser abertas lentamente
com as mãos ou usando chaves apropriadas. Nunca deverão ser forçadas as válvulas
com martelos ou outras ferramentas.
 Deverá ser dada atenção especial às operações onde seja necessário realizar
aquecimento.
 Não deverá ser utilizada a mesma pipeta para medir soluções diferentes durante a
realização de um experimento, a fim de evitar contaminações e/ou acidentes.
 Jamais deverão ser pipetados líquidos com a boca; deverá ser utilizada pêra de borracha
ou trompa de vácuo.
 Deverá haver cuidado especial ao trabalhar com sistemas sob vácuo ou pressão.
Dessecadores sob vácuo devem ser protegidos com fita adesiva e colocados em grades
de proteção próprias.
 Os materiais de vidro devem ser utilizados com cuidado, pois se rompem facilmente e
quando isso ocorrer devem ser trocados imediatamente. Para manipulação de artefactos
de vidro, recomenda-se utilizar luvas contra cortes para proteção das mãos, quando das
operações de corte de tubos e, também, quando da conexão destes com outros artefactos,
como rolhas e tubos de borracha, além de fazer uso de lubrificantes apropriados para
facilitar a conexão dos tubos de vidros com outros materiais.
 Manter um extintor por perto, com bico destravado.
 Em caso de derramamento de líquidos, o local deverá ser imediatamente limpo,
utilizando-se os cuidados necessários para cada tipo de produto.
 Devem ser lidos atentamente os rótulos dos frascos de reagentes, antes de utilizá-los,
pois neles há informações importantes para a sua manipulação segura.
 O manuseio de produtos químicos tóxicos e corrosivos deve ser feito em capela com
exaustão ligada e o uso de luvas e óculos de proteção facial é necessário.
 É indispensável o uso de avental longo, em tecido de algodão, sobre a roupa.
 Ao sair do laboratório no final do dia, verifique se todos os equipamentos foram
desligados e se não há reações químicas em andamento.
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 Observe sempre o local de trabalho, a fim de verificar se apresenta condições seguras,


principalmente no que se refere à infraestrutura: piso, instalações elétricas, mobiliário,
vidros, etc. Em caso de irregularidade, comunique-a ao responsável pelo laboratório.
 Evite o uso de adornos pessoais, como brincos, pulseiras, anéis e colares, pois, além do
risco de ficarem presos a algum equipamento, também são pontos favoráveis à retenção
de micro-organismos e produtos químicos.
 Ao utilizar o bico de Bunsen, verifique a validade das mangueiras e, para evitar
incêndios, certifique-se de que foram afastados todos os materiais e produtos químicos
inflamáveis.
 Devem ser mantidas no laboratório as FISPQs (Ficha de Informação de Segurança de
Produtos Químicos) de todos os produtos manuseados. Os alunos devem ser orientados
a consultá-las antes de qualquer atividade com produtos químicos.
 Os cabelos compridos devem ser mantidos sempre presos, para evitar que prendam em
materiais ou equipamentos, ou até mesmo, que sejam atingidos por produtos químicos
ou fogo.
 Para proteger os pés contra respingos de produtos químicos e cortes por vidraria, utilize
sempre calçados fechados e sem salto.
 Não se deve fumar, manter e/ou ingerir alimentos ou bebidas nos laboratórios, sob o
risco de contaminação e da distração.
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5. Referências bibliográficas

i. Afonso, Amadeu. (2020). Química 8ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo.


ii. Boas Práticas de Laboratório (BPL) (2012): Um guia operacional do Instituto
Agronômico de Pernambuco (IPA) Recife.
iii. Costalonga, Ademir; et al. (2010). Normas de Armazenamento de Produtos Químicos.
São Paulo.
iv. Machado, J.C. (2005). Curso Introdutório de Físico-Química Experimental, UFMG,
Belo Horizonte.
v. Schneider, R.P.; Gamba, R.C.; Albertini, L.B. (2010). Manuseio de Produtos Químicos.
Capítulo 1 Fundamentos São Paulo: ICBII USP,. 39 p. Protocolo da Rede PROSAB
Microbiologia. Área: Métodos Básicos.
vi. Serviço especializado em engenharia de segurança e medicina do trabalho (2013).
Manual de segurança para laboratórios. Porto Alegre.
vii. Trautmann, Ricardo. (2008). Montagem do laboratório químico da UNIFESP: Manual
de segurança e boas práticas em laboratórios químicos (MSBPLQ). Diadema:
Universidade Federal De São Paulo (CAMPUS DIADEMA).
viii. Vale, Ana Paula. (2005). Manual de Boas Práticas. Viana do Castelo (Portugal): Escola
Superior Agrária - Serviços Analíticos. ESAPL.
ix. Ventura, Maria da Anunciação Mateus, (Org.). et al. (2008). Manual de Boas Práticas
Laboratoriais - Universidade dos Açores. Ponta Delgada (Portugal): GERLAB – Gestão
De Resíduos Laboratoriais da Universidade dos Açores.

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