Você está na página 1de 13

Ali Sualehe

Ana Paula Geraldo


Atija Abu
Baltazar João Assane
Felisbela José Caricha

Constituição Básica de laboratório

Universidade Rovuma
Extensão Cabo Delgado
2023

Ali Sualehe
Ana Paula Geraldo

Atija Abu

Baltazar João Assane

Felisbela José Caricha

Constituição Básica de laboratório

Licenciatura em Ensino de Química com Habilidades em Gestão Laboratorial

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira de


Didáctica de Química II, a ser entregue no
Departamento de Ciências, Engenharia,
Tecnologia e Matemática, sob orientação de:

Msc. Afido Juma Pirilau

Universidade Rovuma

Extensão Cabo Delgado

2023
4

1. Introdução
O presente trabalho com o tema constituição básica dos laboratórios, visa abordar sobre as
características essenciais e indispensáveis para a instalação de um laboratório, seja ele
escolar, clinico, industrial e/ou de pesquisa.

Durante o desenvolvimento do trabalho foram descritas os constituintes de um laboratório e


seus devido modos de instalação, montagem e operação de acordo com suas devidas normas,
de modo a permitir uma melhor segurança e protecção de todos envolventes em um
laboratório.

Abaixo estão descritos os objectivos com os quais foram a base do desenvolvimento do


trabalho:

1.1. Objectivos gerais

Apresentar os constituintes básicos de um laboratório.

1.2. Objectivos específicos

Identificar os componentes de um laboratório;

Caracterizar a infra-estrutura de um laboratório;

Mencionar e descrever os equipamentos, instrumentos, vidrarias, recurso humanos de


um laboratório.

1.3. Metodologia
Para a concretização do presente trabalho, recorreu – se a revisão bibliográfica, através de
consulta de manuais, artigos científicos e também o trabalho obedece as normas APA
adoptada pela Universidade Rovuma.

1.4. Estrutura do trabalho


Quanto a organização, o trabalho esta organizado em: Introdução (Contextualização do
trabalho), desenvolvimento (caracterização do trabalho), Conclusão (Síntese do trabalho) e as
respectivas referências bibliográficas (Menção dos autores citados)
5

2. Conceito de laboratório

Para melhor enquadramento e entendimento sobre a constituição de um laboratório é


essencial a percepção do que é um laboratório. O termo laboratório é um termo que é usado
para referir lugares que se realiza trabalhos, que pode ser um lugar aberto ou fechado. O que
nos interesse é trazer aqui um conceito que se coadune ao local de realização de experiencia
para as diversas ciências.

O laboratório é um lugar no qual são realizadas tarefas específicas nas diversas áreas de
conhecimentos científicos, tais como a química, biologia, física, medicina, engenharias e outros.
Sendo assim, cada laboratório difere de outros por ser necessário adoptar procedimentos
especiais e específicos às actividades que lá se realizam e, por esta razão, é um local de risco
diversificado (UFSJ, 2017).

2.1. Constituição básica de um laboratório

2.1.1. Infra-estrutura1

Na construção de um laboratório deve-se ter em conta pisos, paredes, teto, portas e janelas,
protecção contra incêndio, ventilação e exaustão, capelas e coifas, sinalização de riscos,
equipamentos de protecção individual e colectiva, bancadas de trabalho e mobiliário.

A montagem de um laboratório deve incluir todos requisitos de segurança. Para tanto, é


fundamental a elaboração de um projecto detalhado para que haja funcionalidade, eficiência,
segurança e se minimizem futuras alterações. Assim, não podem ser desprezados itens como a
tipografia do terreno, orientação solar, ventos, segurança do edifício e do pessoal, bancadas,
capelas, estufas, muflas, tipo de piso, materiais de revestimento das paredes, iluminação e
ventilação do ambiente. Deve-se levar em consideração, ainda, a legislação referente aos
portadores de necessidades especiais, conforme a LBD- Lei n o 9.394, de 20-12-1996, capitulo
V, artigos 58 a 60. (Oliveira et all, 2007, p. 1).

Devem incluir nas infra-estruturas sala de espera, recepção, sala de colheita, sala técnica,
armazém, casa de banho, lavatório, vestiário, sala de esterilização, copa ou refeitório,
escritório, biblioteca/sala de estudo.

1
As recomendações foram tiradas do Manual de boas praticas de Laboratórios da universidade estadual do rio
grande do sul (uergs).
6

2.1.1.1. Pisos

O piso deve ser impermeável, antiderrapante, resistente mecânica e quimicamente e, além


disso, não deve apresentar saliências nem depressões que possam prejudicar a circulação de
pessoas ou a movimentação de materiais.

2.1.1.2. Paredes

As paredes devem ser claras, foscas e impermeáveis, revestidas com material que permita o
desenvolvimento das actividades em condições seguras, sendo resistentes ao fogo e a
substâncias químicas, além de oferecer facilidade de limpeza.

2.1.1.3. Teto

O teto deve atender às necessidades do laboratório quanto à passagem de tubulações,


luminárias, grelhas, isolamento térmico e acústico, estática.

2.1.1.4. Portas e janelas

Considerando a NR-23, do TEM, que regulamenta sobre protecção contra incêndios, os locais
de trabalho deverão dispor de saídas em número suficiente, de modo que aqueles que se
encontrarem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança em caso de
emergência. A largura mínima das aberturas de saídas deverá ser de 1,20m e com sentido de
abertura da porta para a parte externa do local de trabalho. Recomenda-se o uso de visores em
divisórias, paredes, portas e onde mais for possível. Os acabamentos das portas devem ser em
material que retarde o fogo.

Orienta-se que sejam localizadas acima de bancadas e equipamentos, numa altura aproximada
de 1,20m do nível do piso e que a área de ventilação/iluminação seja proporcional à área do
recinto, numa relação mínima de 1:5 (um para cinco). Deverá haver sistema de controle de
raios solares, como persianas metálicas ou breezes (anteparos externos instalados nas janelas
que impeçam a entrada de raios solares, mas não impeçam a entrada de claridade). Porém,
sob nenhuma hipótese deverão ser instaladas cortinas de material combustível. Devem ser
empregados materiais de construção e acabamentos que retardem o fogo, que proporcionem
boa vedação, sejam lisos, não porosos, de fácil limpeza e manutenção. As janelas devem ser
dotadas de dispositivos de abertura, sempre que necessário.
7

2.1.1.5. Protecção contra incêndio

Seguir PPCI (Plano de prevenção contra incêndio) do Corpo de Bombeiro conforme Lei
Complementar 14.376 de 26 de Dezembro de 2013.

2.1.1.6. Ventilação e exaustão

Todo laboratório necessita de um sistema de exaustão e ventilação correctamente projectado


para as actividades realizadas, incluindo capelas, coifas, ar condicionado, exaustores e
ventiladores. A manutenção deve ser periódica, para garantir a eficiência das instalações. O
projecto de ventilação geral deve contemplar a troca contínua do ar fornecido ao laboratório
de forma a não aumentar as concentrações de substâncias odoríferas e/ou tóxicas no
transcorrer da jornada de trabalho.

2.1.1.7. Capelas e coifas

As capelas têm por finalidade permitir a execução de experimentos que geram gases ou
vapores tóxicos sem contaminar o ar do laboratório. Elas devem ser construídas com material
quimicamente resistente, possuir sistema de exaustão, com no mínimo dois pontos de
captação de gases e vapores (um inferior ao nível do tampo e um superior ao nível do teto) e
potência para promover exaustão dos gases e vapores de solventes. As capelas devem dispor
de sistema de iluminação, gás, vácuo, ar comprimido, instalações eléctricas e hidráulicas
adequadas - todos eles operando do lado externo, para que seja desnecessário abrir a janela
para ligá-los ou desligá-los. A altura das chaminés das capelas deve ser de 2 a 3 m acima do
telhado, para que, em situações normais, os gases emitidos sejam diluídos no ar.

As coifas são destinadas à captação de vapores, névoas, fumos e pós dispersos no ambiente.
Recomenda-se a instalação de coifas em cubas de lavagem de vidrarias. A instalação de
coifas ou capelas deve ser convenientemente situada para assegurar que as operações
perigosas não sejam desenvolvidas em bancadas abertas.

2.1.1.8. Sinalização de riscos

Os laboratórios químicos devem seguir as normas de sinalização por cores, que servem para
identificação de equipamentos de segurança, delimitação de áreas de risco e canalizações
8

empregadas para a condução de líquidos e gases.

2.1.1.9. Equipamentos de protecção individual

Equipamentos destinados a proteger o usuário do laboratório em operações com risco de


exposição em que se podem ter emanações de produtos químicos, risco de quebras ou
explosões de aparelhos de vidro, cortes com vidrarias, lâminas, ferramentas perfuro cortantes
etc. Os EPIs devem ser de boa qualidade e proporcionar o mínimo desconforto possível, sem
tirar a liberdade de movimento do usuário.

2.1.1.10. Bancadas de trabalho

Considerando o disposto nas NRs 8 e 17, do MTE, que estabelecem normas sobre
Edificações e Ergonomia, respectivamente, bem como literaturas técnicas consultadas,
recomenda-se que as bancadas:

 Sejam constituídas de material rígido para suportar o peso de materiais e


equipamentos;

 Tenham a superfícies revestidas com materiais impermeáveis, lisos, sem emendas ou


ranhuras e resistentes a substâncias químicas.

2.1.1.11. Mobiliário

As cadeiras, mesas, prateleiras e outros componentes do mobiliário devem atender aos


conceitos de funcionalidade e ergonomia, de acordo com a NR-17, do MTE. A quantidade de
móveis no laboratório de ensino deverá ser a mínima necessária para atender a proposta
pedagógica da escola. Os móveis devem ser dispostos de modo a não comprometer a
circulação dos usuários e manterem corredores com largura mínima de 1,5 m.

2.1.1.12. Quadro

O quadro geralmente é usado em laboratórios escolares. Deve de preferência ser branco e


anexado à parede.

2.1.1.13. Chuveiro e lava-olhos de emergência

2.1.1.14. Instalações eléctricas, hidráulicas, de iluminação e de gases


9

As instalações eléctricas devem ser feitas de modo a permitir a manutenção. “os circuitos
eléctricos devem ser protegidos contra humidade e agentes corrosivos, por meio de
eletrodutos emborrachadas e flexíveis e dimensionados com base no numero de
equipamentos e suas respectivas potências, além de comtemplar futuras ampliações”.
(Oliveira et all, 2007).

As instalações hidráulicas devem ser bem equipadas, válvula de bloqueio e com material
resistente a corrosão.

Os resíduos concentrados de características tóxicas, corrosivas, inflamáveis e reactivas não


devem ser descartados directamente na rede de esgoto. Estes deverão ser recolhidos em
contentores específicos, identificados com símbolos de risco e, posteriormente, neutralizados
ou encaminhados para seu destino final, atendendo a legislação ambiental . (Oliveira et all,
2007)

Quanto a iluminação as lâmpadas devem ser bem equipadas para evitar possíveis acidentes, “
o nível de iluminação recomendado é de 500 a 100 lux, devendo ser evitados a incidência de
reflexos ou focos de luz nas áreas de trabalho”. (Oliveira et all, 2007)

Os cilindros de gases deve ser de bom revestimento do tipo de gás, bem armazenados, do
lado exterior e o mais próximo possível do laboratório.

2.1.2. Vidrarias, Equipamento e instrumentos

Segundo Oliveira (2018, p.10), O armazenamento de vidrarias em mezaninos, prateleiras e


armários deve ser limitado a uma altura que não implique uso de escadas para alcançá-las,
evitando-se acidentes.

Vidrarias: balão de fundo chato, balão de fundo redondo, balão volumétrico, bastão de
vidro, bequer, bureta, dessecador, Erlenmeyer, frasco tipo schott, funil analítico, funil de
buchner, kitassato, pipeta de Pasteur, pipeta graduada, pipeta volumétrica, placa de petri,
proveta e vidro relógio.

Equipamentos e instrumentos: agitador magnético com aquecimento, agitador tipo vórtex,


alça e fio de platina, almofariz e pistilo, balança analítica e semianalítica, banho-maria, banho
seco, bico de Bunsen, cabine de segurança biológica, câmara de Neubauer, capela de
exaustão, centrifuga (refrigerada, de bancada e piloto), espátula, espectrofotómetro, estufa,
fonte e cuba para electroforese, garrafa para cultivar célula, incubadora com agitação, manta
aquecedora, micropipeta, microplaca, microscópio, microtubo, pHmetro, pipetador, pisseta,
10

rotaevaporador, strips, termociclador, transiluminador, microscópio, geleira, estufa, banho


maria, centrífuga, autoclave, destilador de água, agitador, cabine de segurança, aparelho de
bioquímica, aparelho de hematologia, balança.

2.1.3. Reagente.

É bem sabido que todos os laboratórios deve conter reagentes para o uso em experiencias e
pesquisas. Esses reagentes devem estar bem armazenados, estocarem por grupos, de acordo
com as classificações de risco, de modo a evitar possíveis acidentes. Para tal, deve se levar
em hábitos e costumes de trabalho adequados, instalações e equipamentos apropriados.
Salientar a importância de consultar as fichas de informação de segurança de produtos
químicos.

De acordo com o Núcleo de Segurança, Higiene e Saúde de Lisboa (NSHS, 2016), para se
promover um armazenamento seguro de produtos químicos são necessários quatro elementos-
chave:

 Manter um inventário dos produtos existentes no laboratório e no armazém;

 Os produtos devem estar todos devidamente etiquetados/rotulados;

 Separar os produtos químicos incompatíveis;

 Ter um ambiente adequado, incluindo ventilação, iluminação, temperatura e adequada


arrumação em prateleiras e equipamento.

2.1.4. Recursos humanos.

Segundo Oliveira (2018, p.8), os recursos humanos em um laboratório é constituído por co-
responsabilidade:

 Direcção de curso e responsáveis técnicos, garantir o cumprimento das normas de


saúde, meio ambiente e segurança em conjunto com os demais sectores;

 Técnicos de laboratórios, Fiscalizar constantemente o ambiente de trabalho e


promover boas práticas de segurança, saúde e meio ambiente;

 Comissão de Laboratórios, Propor políticas que promovam boas práticas e


condições de segurança nos laboratórios da UERGS Apoiar a SUPLAN;
11

 RT; Projectos especiais; GAS; comissão de laboratórios e SUPLAN, inspeccionar


laboratórios. Sugerir adequações e melhorias. Apoiar os coordenadores de
laboratórios na definição de EPIs EPCs, PPCIs, RESÍDUOS. Investigar e analisar
ocorrências. Ministrar treinamentos;

 Aluno, bolsista e estagiário, reconhecer os riscos e recomendações de segurança


relacionadas ao laboratório onde actuará. Deve responsabilizar-se pelos danos
pessoais e materiais provocados pelo desrespeito;

 Professores e funcionários, identificar, minimizar e informar os riscos e perigos do


seu trabalho de pesquisa ou aulas práticas a todos os envolvidos na actividade.
12

3. Conclusão
Concluindo, em um laboratório de química deve-se levar em consideração muitos itens para a
segurança do pessoal e para a eficiência da pesquisa ou experiencias que lá se realizam. Os
constituintes básicos no laboratório são infra-estrutura com boa iluminação, acesso a água,
bancadas, prateleira, reagentes, equipamentos e instrumentos, vidrarias, material de combate
a incêndios, quadro, no caso dos laboratórios escolares, local adequado para armazenamento
de reagentes, chuveiros e lava olhos, equipamentos de protecção individual e colectiva e
técnico de laboratório.
13

4. Bibliografia
NSHS. (2016). Manual De Segurança Para Laboratórios. Lisboa; Disponível em:
http://nshs.tecnico.ulisboa.pt/files/sites/10/manual-de-seguranca-para-laboratorios.pdf

Oliveira, C. M. A.; Mancilha, J. C.; Rocha, L. M. S.; Sassa, L. H.; De Mello, M. A.; Sanvido, M.
C.; Bergamo, M. E.; Del Rey, M.; Oliveira, P. C.; Lopes, W. A. C. (2007). Guia de Laboratório
Para O Ensino de Química: Instalação, Montagem e Operação. São Paulo: CRQ-IV; Disponível
em: http://www.Crq4.org.br/downloads/selo_guia_lab.pdf

Oliveira, Marcos Barreira. (2018). Manual de Boas Praticas de laboratório. Porto alegre:
UERGS; Disponível em: http://www.uergs.edu.br/upload/arquivos/201901/02150629-
manual-boas-praticas-de-laboratorios.pdf

UFSJ. (2017). Modulo I: Normas Gerais de Segurança e Gerenciamento de Laboratório. São


Paulo. Disponível em: http://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/file/progp/capacitacao/
Cartilhas%20cursos/Seguranca%20em%20laboratorio-mesclado.pdf

Você também pode gostar