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UNIVERSIDADE LICUNGO
CURSO DE BIOLOGIA
Dondo
2022
2
Dondo
2022
3
Índic
V
e
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.....................................................................................................
1.1. Justificativa.....................................................................................................................
1.2. Problematização..............................................................................................................
1.3. Hipóteses.........................................................................................................................
1.4. Objectivos.......................................................................................................................
1.5. Variáveis.........................................................................................................................
1.8. Metodologia....................................................................................................................
2.7. Efeitos do consumo do óleo reutilizado sistematicamente na fritura dos alimentos para
saúde.........................................................................................................................................25
3.1.1. Conhecimento das consequências do consumo dos alimentos fritos por óleo usado
repetitivamente..............................................................................................................................
3.1.2. O valor gasto por mês para adquirir óleo para fritura dos alimentos..............................
3.1.4. O perigo que advêm com o consumo dos alimentos fritos por óleo usado
repetitivamente.........................................................................................................................31
3.1.5. Nível de aceitação dos comerciantes na venda do óleo que resta na fritura dos
alimentos para empresa que reaproveitam o óleo para o fabrico de sabão....................................
4.1. Conclusão...............................................................................................................................
4.2. Sugestões................................................................................................................................
5. Referências bibliográficas...............................................................................................
VII
DECLARAÇÃO
Declaro por minha honra que esta Monografia é resultado da minha investigação
pessoal e das orientações da minha supervisora, o seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro também que o mesmo trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra
instituição para a obtenção de qualquer grau académico.
O Candidato
_______________________________________________________
(José Albino Manuel Castigo)
VIII
DEDICATÓRIA
Com obrigação, muito amor e respeito devo dedicar ao meu núcleo familiar, que tanto
deu-me apoio e conselhos durante toda minha vida, dedico 100% a minha mãe amável (Lúcia
António Micajo), ao meu pai querido (Albino Manuel Castigo). A dedicatória é extensiva a
todos familiares que directa ou indirectamente me deram apoio durante a minha vida
académica.
Dedico este trabalho a minha namorada Catarina Fernandes pelo imensurável amor, carinho e
consideração, por ser ela que sempre trilhou ao meu lado dando-me apoio emocional e
conselhos durante a jornada estudantil.
Também dedico este trabalho aos meus docentes do curso de Biologia, por eles terem
trilhado ao meu lado no momento das aulas, transmitindo-me muitos conhecimentos e
habilidades que irei usar na minha vida profissional. Dedico de igual modo, aos meus amigos
Maya Ricardo, Manuel Matoi, Humberto Morais, Domingos Candiero, pela vossa presença e
companhia durante toda vida.
IX
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, pela força e saúde que tem me proporcionado em toda minha vida,
pelos momentos felizes durante o momento da realização desta pesquisa de culminação do
curso. Em seguida a minha supervisora, mestre Arminda Fernando Uachisso que através das
suas orientações e paciência acompanhou-me de forma positiva para a edificação desta
pesquisa.
Aos meus pais, Albino Manuel Castigo e Lúcia António Micajo, por tornarem possível minha
existência. E por terem-me dado apoio, carinho, compreensão, e por me mostrar o caminho
da honestidade e dignidade (obrigado de coração, pois sem vocês eu não conseguiria vencer).
Eu amo vocês. Não se esquecendo dos meus irmãos, Manuel Albino, Melizana Albino,
António Albino, Adélia Albino e Morais Albino pelos apoios que me deram, seja financeira
ou motivacional, que serviram de incentivo para a concretização dos meus sonhos, vão os
meus profundos agradecimentos.
Os meus agradecimentos estendem-se aos compradores e vendedores dos alimentos
fritos do mercado de Inhamízua pelas informações prestativas e pela colaboração na
concretização desta pesquisa, pois sem auxilio deles, nada seria possível.
Aos meus colegas da turma de Licenciatura Em Ensino de Biologia do ano 2016 pelo
companheirismo, durante todo este tempo de interacção tive a oportunidade de conhecer
pessoas incríveis, com quem me diverti, compartilhei e aprendi. Estar com vocês foi um
grande aprendizado, não somente académico, mas para a vida, muito obrigado pela amizade.
.
X
RESUMO
ABSTRACT
CASTIGO, José Albino Manuel (2022). Evaluation of the knowledge of traders in the
Inhamízua market on the effects of the repetitive use of cooking oil for frying food. Licungo
University. Faculty of Science and Technology. Beira. Mozambique.
This scientific research work has as main objective to evaluate the knowledge of
traders and buyers about the effects of the repetitive use of cooking oil for frying food.
Interviews, surveys and observation were used to carry it out, which constituted the main
techniques used for data collection. In this context, to enrich the phenomenon investigated,
the method of bibliographic research and field research was also used, while in the
argumentation of the discussed aspects the author used the critical - reflective method in
order to create criticism and reflections of the aspects inherent to the realities faced. by the
traders and buyers of the Inhamízua market. During the fieldwork, an interview was applied
to traders and a survey to buyers of fried foods and all information collected by observation,
interviews and survey were treated qualitatively through data analysis. Traders as well as
buyers have little knowledge about the effects of the repetitive use of cooking oil for frying
food, many traders do not discard used oil for frying food. Most fried food traders accept to
sell oil left over from frying food to companies that reuse the oil to make soap. Many
shoppers know that consumption of waste oil fried food repetitively causes illness, even with
that, most with still continue to buy and consume waste oil fried food repetitively due to lack
of conditions to purchase good quality food, ignorance and for having the habit and custom of
consuming these types of food.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01: Origem de óleo que os comerciantes usam para fritura dos alimentos 27
Gráfico 03: O perigo que pode advir com o consumo dos alimentos fritos por oléo usado
repetitivamente 31
Gráfico 05: Motivos que levam os comparadores a comprar e consumir os alimentos fritos
com óleo usado repetitivamente, mesmo conhecendo as consequências 35
LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Figura 01: A - Frigideira com óleo reutilizado que forma espuma, resultante da
presença de compostos resultantes da oxidação do óleo. B - Escurecimento marrom atribuído
à presença de compostos não polares provenientes dos alimentos que são solubilizados no
meio de fritura. 13
LISTA DE TABELA
% Porcento
Ac. Ácido
Msc. Mestre
NO Número
ºC Graus Celsius
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
A fritura é uma das formas de confecção dos alimentos mais antigas, originaria da
China, onde fritavam os alimentos antes de os assar. A utilização comercial da fritura, em
larga escala, teve início na segunda metade do sec. XX. Com o desenvolvimento tecnológico,
as fritadeiras também evoluíram e os alimentos fritos passaram a fazer parte do regime
alimentar dos indivíduos de todo o mundo. Óleos aquecidos e altamente oxidados podem
trazer implicações nutricionais e os principais riscos à saúde são a pré-disposição à
aterosclerose e a ação mutagênica ou carcinogênica, por isso que alguns países como
Alemanha, Bélgica, Holanda, Estados Unidos, Espanha, Suíça, França, Japão e Chile
possuem leis e regulamentações de controle de qualidade de óleos de fritura que visam
garantir a qualidade dos mesmos e dos alimentos fritos (FIRESTONE, 1993).
1.1. Justificativa
A escolha deste tema para pesquisa deve-se a observação prévia feita no campo do
estudo e da experiência vivida pelo autor, visto que o autor reside no bairro que se localiza
este mercado, além disso muitas vezes tem frequentando o mercado. Notou-se que quando os
comerciantes de vários alimentos fritos quando terminam de fazer a frituras dos alimentos
que incluem batatas, ovos, carne (branca ou vermelha), bolinhos e outros, para venda,
guardam o óleo para uma reutilização futura no mesmo processo. Mesmo se a próxima
proporção ou quantidade do óleo a reutilizar for menor preferem adicionar pouca quantidade
do óleo que nunca foi utilizado naquele já existente e guardado. O óleo é utilizado
repetitivamente desta forma, constituindo um perigo para a saúde do consumidor dos
alimentos confeccionados a partir daquele óleo.
Sabe-se que o consumo de alimentos fritos tem aumentado nos últimos anos, visto que
é um processo culinário de grande aceitação. Outro factor importante é a facilidade de
preparo que faz com que as pessoas na sociedade adiram mais este processo culinário,
particularmente no mercado de Inhamízua, os comerciantes têm usado repetitivamente o óleo
da cozinha na fritura dos alimentos, e esse óleo tem passado por profundas mudanças que
incluem a mudança na coloração, mudanças no sabor dos alimentos fritos e em algum
momento o óleo utilizado na fritura tende a ter espuma (óleo espumante).
No que diz respeito a escolha do mercado de Inhamízua para estudo, deve-se ao facto
de ser um mercado que o autor frequenta diariamente, e está situado no mesmo bairro que
reside o autor, a qual permitiu constatar o problema em estudo.
1.2. Problematização
Certos produtos de oxidação gerados no momento da reutilização do óleo para fritura
são potencialmente tóxicos. Exemplos de compostos que devem ser considerados incluem:
peróxidos, radicais livres, malonaldeído e diversos produtos da oxidação do colesterol. O
consumo destes produtos provenientes da oxidação de lípidos podem ocasionar o
aparecimento de várias doenças, por isso torna-se relevante o estudo deste tema de forma a
mitigar ou evitar doenças que podem ser causados por consumo deste tipo de óleo.
Del-Ré (2007) citado por Borjes (2009) afirma que diversos autores, em seus estudos,
procuraram identificar os compostos formados no óleo de fritura e a importância biológica.
Existe, entre estas publicações, uma concordância no que se refere aos novos compostos que
13
Figura 01: A - Frigideira com óleo reutilizado que forma espuma, resultante da presença de
compostos resultantes da oxidação do óleo. B - Escurecimento marrom atribuído à presença
de compostos não polares provenientes dos alimentos que são solubilizados no meio de
fritura.
14
A B
Tenuta-Filho et al (2003) citado por Do Amaral (2013) ressalta que óleos e gorduras
aquecidos e altamente oxidados podem trazer implicações nutricionais e os principais riscos à
saúde são a pré-disposição à aterosclerose e a acção mutagênica ou carcinogênica. Acrescenta
Marques (2009) dizendo que durante o processo de fritura, são formados produtos tóxicos ou
cancerígenos, tais como acroleína e peróxidos. Além disso, as alterações físicas e químicas
dos óleos de fritura podem levar à produção de aldeídos, cetonas, radicais livres e ácidos
graxos trans que são incorporados aos alimentos fritos e também são prejudiciais à saúde
humana. Tais compostos podem causar doenças de natureza cardiovascular, além de câncer,
artrite e envelhecimento precoce. Estudos com óleos aquecidos por longos períodos, a
temperaturas elevadas, demonstraram que os produtos resultantes contêm mais de 50% de
compostos polares totais (CPTs), e esses elevados teores provocaram severas irritações do
trato gastrintestinal, diarreia, redução do crescimento e, em alguns casos, morte de animais
(ratos) em laboratório.
Além das variáveis listadas pelos autores acima, o grau de insaturação do óleo, é
também uma variável importante a abordar no processo de fritura, pois sabe-se que os óleos
ricos em ácidos graxos polinsaturados são mais susceptíveis à degradação. Neste contexto
surge o seguinte questionamento:
Qual é o conhecimento que os comerciantes têm sobre efeitos do uso repetitivo do óleo da
cozinha para fritura dos alimentos?
1.3. Hipóteses
É provável que os comerciantes não possuem conhecimento sobre efeitos do uso
repetitivo do óleo da cozinha para fritura dos alimentos.
Possivelmente os comerciantes apesar dos riscos que este trás para a saúde, não
descartam óleo usado para a fritura dos alimentos de modo a reaproveita-lo,
evitando neste caso, gastos para a sua compra.
É possível que os comerciantes dos alimentos fritos aceitem vender óleo que resta
na fritura dos alimentos para as empresas que reaproveitam o óleo para fabrico de
sabão.
Provavelmente os compradores não sabem que o consumo dos alimentos fritos por
óleo usado repetitivamente causa doenças.
16
1.4. Objectivos
1.4.1. Geral
Avaliar o conhecimento dos comerciantes e compradores sobre efeitos do uso
repetitivo do óleo da cozinha para fritura dos alimentos.
1.4.2. Específicos
Verificar se os comerciantes e compradores sabem que o consumo dos alimentos
fritos por óleo usado repetitivamente causa doenças;
Propor aos comerciantes a vender o óleo que resta na fritura dos alimentos para
empresas que reaproveitam o óleo para o fabrico de sabão;
Observar as características físicas do óleo que os comerciantes usam antes e depois
da fritura dos alimentos;
Identificar os principais alimentos que os comerciantes fritam com óleo e
Apurar o número de vezes que os comerciantes reutilizam óleo para a fritura.
1.5. Variáveis
1.5.1. Variáveis dependentes
Consequências do uso repetitivo do óleo e
Fritura dos alimentos e
1.5.2. Variáveis independentes
Comerciantes e compradores dos alimentos fritos.
1.8. Metodologia
1.8.1. Quanto a pesquisa
1.8.1.1. Pesquisa de Campo
o efeito do uso repetitivo do óleo da cozinha para fritura dos alimentos e vários outros tópicos
tomando os mesmos como suporte da fundamentação teórica.
O autor usou este método na argumentação dos aspectos discutidos. É a partir deste
método onde fez – se a crítica e reflexão de alguns aspectos inerentes às realidades encaradas
pelos comerciantes e compradores dos alimentos fritos, fazendo-se a confrontação com o
material teórico consultado.
Esta pesquisa foi de natureza qualitativa, pois a pesquisa tem um carácter descritivo,
sendo o ambiente natural, a fonte de dados é o investigador, o elemento fundamental para
captar os significados que os indivíduos dão as coisas, usando a entrevista e observações.
Pois por meio deste método, o pesquisador, através das entrevistas, entrou em contacto
directo com a população e a situação que está sendo investigada, permitindo um contacto de
perto com os informantes.
Esta técnica foi usada com um rol de questões que posteriormente foram entregues
aos visados de modo a responder o questionário já elaborado e que este foi devidamente
usado duma forma sigilosa e não necessitando de dados civis dos inqueridos. O inquérito
constituiu a principal técnica a utilizar para a recolha de dados na parte dos compradores dos
alimentos fritos. Disponibilizaram-se para o inquérito apenas cem (100) compradores dos
alimentos fritos da população, de ambos sexos.
Esta técnica, foi usada para colher informações diversificadas, que permitiu proceder
o interrogatório directo com os comerciantes do mercado de Inhamízua, facilitando deste
modo uma conversa aberta.
19
Esta técnica foi utilizada amplamente para os trabalhos de campo, neste caso,
observou-se as características físicas do óleo usado antes e depois da fritura dos alimentos,
estes resultados contribuíram na explicação das características físicas do óleo que os
comerciantes usam na fritura repetitiva dos alimentos.
Para os comerciantes, faz parte do universo quinze (15) comerciantes que é o número
total dos comerciantes dos alimentos fritos que estavam presente no momento de
levantamento de dados, no mercado de Inhamízua. E pelo facto do tamanho do universo dos
comerciantes ser menor o autor preferiu trabalhar com todos. Só que, para os compradores
dos alimentos fritos, não foi possível obter a lista ou o número total do universo a ser
pesquisado. Sendo o mercado de Inhamízua, o sector de comercialização de alimentos fritos,
uma área que é frequentada por muitas pessoas que compram estes produtos para o consumo
imediato. É comum ver as mudanças constantes da população que pode aumentar ou reduzir
em consequência da necessidade que as pessoas tem com estes produtos, por isso, não há um
universo definido ou ideal dos compradores de alimentos fritos neste mercado. A amostra foi
de cem (100) compradores dos alimentos fritos, de ambos sexos, que foram escolhidos
intencionalmente.
O autor trabalhou com uma amostragem não probabilística, que consistiu em trabalhar
com os comerciantes e compradores que estavam disponíveis no período da recolha dos
dados.
20
Fonte: http://vejamoz.blogspot.com/2016/08/munhava-o-bairro-mais-populoso-da-beira.html
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Na fritura descontínua, o óleo ou gordura são aquecidos repetidas vezes, ou seja, são
aquecidos para uma refeição, são resfriados e reaquecidos posteriormente para o preparo da
refeição seguinte. Acontece principalmente no processo caseiro e no mercado institucional:
redes de fast food, restaurantes, lanchonetes, cantinas escolares e pastelarias.
de fumaça. Além do ponto de fumaça, ocorrem outras mudanças físicas, como formação de
espuma, aumento da viscosidade e escurecimento. A formação de espuma e o aumento da
viscosidade estão relacionados com a presença de compostos resultantes da oxidação do óleo
ou da gordura, e o escurecimento é atribuído à presença de compostos não polares
provenientes dos alimentos que são solubilizados no meio de fritura (GREGÓRIO e
ANDRADE, 2004)
I. O tipo de alimento
O tipo de alimento com sua humidade inicial e espessura relacionado com o tempo de
processamento e à incorporação de óleo no produto final. A humidade é a causa da alteração
hidrolítica. Os alimentos que retêm humidade no interior são fritos até que seu centro térmico
tenha recebido calor suficiente para destruir microrganismos contaminantes e alterar as
propriedades sensoriais.
II. O oxigénio do ar
III. Oxidação térmica: oxidação que ocorre na presença de oxigênio a altas temperaturas
(oxipolimerização);
IV. Modificações físicas: modificações que ocorrem nas propriedades físicas;
V. Modificações nutricionais: modificações nos aspectos fisiológicos e nutricionais dos
óleos;
VI. Modificações químicas, que podem ser de três tipos:
Hidrólise dos triacilgliceróis: resulta na liberação de ácidos graxos, glicerina, mono e
diglicerídeos;
Oxidação: ocorre nos ácidos graxos com ligações duplas;
Polimerização: extensa condensação de monômeros de ácidos graxos polinsaturados a
altas temperaturas por períodos prolongados.
De acordo com Reda e Carneiro (2007) Quando o alimento é submerso no óleo quente
em presença de ar, o óleo é exposto a três agentes que causam mudanças em sua estrutura:
Afirma Reda e Carneiro (2007) que dentre os fatores que influenciam as alterações
que surgem nos óleos durante a fritura, alguns têm maior influência:
Vários países têm estabelecido regulamentos para o controle da qualidade dos óleos e
gorduras utilizados para fritura, fixando limites máximos para os compostos polares (de 24 a
27%), índice de peróxidos de 15meq/kg e acidez (de 1,0% a 2,5%, expressa em ácido oleico)
(FREIRE e tal, 2013).
De acordo com o RSA No 75, citado por Freire et all (2013), afirma que em alguns
países da Europa e nos Estados Unidos, seguem-se essas regulamentações para controle de
qualidade de óleos de fritura, acrescentando ponto de fumaça entre 170-180ºC. Na América
do Sul, o Chile foi pioneiro na regulamentação em óleo de fritura, estabelecendo limites de
2,5% para ácidos graxos livres (expressos em ácido oleico), 25,0% para CPT e 170ºC para
ponto de fumaça. Nota-se que ainda não há um consenso entre os países, principalmente
quanto aos limites de ácidos graxos livres, com uma variação entre 0,9% e 2,5%. Muitos
ainda não estabeleceram nenhuma regulamentação sobre óleo ou gordura de fritura.
28
40%
30% 27%
20%
13%
10% 7%
0%
Extraído a partir Extraído a partir Extraído a partir Não sabe porque
de soja de girassol de coco adquire avulso
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Gráfico 01: Origem do óleo que os comerciantes usam para fritura dos alimentos
Nas preparações dos seus alimentos através da fritura, muitos comerciantes com
frequência equivalente a 53%, usam óleo extraído a partir de soja. O tipo do óleo influencia
na saúde dos consumidores, porque no contexto dos resultados desta pesquisa, os
comerciantes usam óleos polinsaturados (soja e girassol) que são menos resistentes às altas
temperaturas, com a temperatura de degradação equivalente a 170 oC. Para os óleos
polinsaturados, as temperaturas a partir das quais os processos de degradação se
desencadeiam, são inferiores à temperatura de fritura que é cerca de 180ºC. Atendendo a que
a temperatura de fritura é 180ºC, constato que os óleos usados pelos comerciantes dos
alimentos fritos não são adequados para este processo de confeção dos alimentos.
3.1.2. O valor gasto por mês para adquirir óleo para fritura dos alimentos
Quando entrevistados os quinze (15) comerciantes sobre qual é o valor gasto por mês
para adquirir óleo para fritura dos alimentos? Cada um especulou valor dele,
consequentemente foram citados vários valores, em que o valor médio gasto por mês na
compra do óleo para fritura dos alimentos é de 1518. 00 MT.
Para evitar gastos avultados dos valores na compra do óleo os comerciantes recorrem
a compra dos óleos de baixo custo, consequentemente os oleo de baixo custo, na maioria das
vezes são os mais propensos a degradação quando expostos a temperaturas elevadas, durante
o processo da fritura dos alimentos.
30
Notou-se que são poucos comerciantes com a frequência igual a 27% que descartam o
óleo após a fritura dos alimentos. Mas, deve ficar claro que, esse descarte só é feito após o
seu uso repetitivo. Muitos comerciantes com frequência equivalente a 73% não descartam
óleo usado na fritura, contudo eles têm feito o uso repetitivo deste óleo e quando notarem que
o óleo usado restou pouco na frigideira, eles adicionam outro óleo normal, continuando com
o processo de fritura.
Com os resultados acima, nota-se que dos comerciantes que fazem o descarte do óleo
usado na fritura dos alimentos, muitos deles com frequência equivalente a 75% descartam
diretamente no solo. Esta prática dos comerciantes, provoca a poluição do meio ambiente
porque o óleo lançado diretamente no solo, ocupa os espaços que naturalmente seriam
ocupados pela água e pelo ar, provocando a sua impermeabilização. Adicionalmente, a fauna
e flora ficam impedidas de absorver os nutrientes, bem como as sementes não conseguem
germinar o que torna o solo impróprio para o cultivo. Dependendo das características físicas-
químicas e outras características como o relevo e o regime pluviométrico, pode migrar e
atingir corpos hídricos a ate lençol freático, causando uma ameaça para o ecossistema
marinho ou límnico.
31
70%
60%
50%
40%
30%
20%
13%
10% 7%
0%
Uma vez Duas vezes Três vezes
Do universo dos quinze (15) comerciantes questionados sobre quantas vezes reutiliza
o óleo para fritura dos alimentos? Dois (02) correspondentes a 13% afirmaram que
reutilizam uma vez, Doze (12) correspondentes a 80% responderam que reutilizam duas
vezes e ultimamente um (01) equivalente a 07% afirmou que reutiliza três (03) vezes.
3.1.4. O perigo que advêm com o consumo dos alimentos fritos por óleo usado
repetitivamente
Perigo que pode advir com o consumo dos alimento fritos por óleo
usado repetitivamente
50% 46%
40% 33%
30%
20%
10% 7% 7% 7%
0%
s a e be
nça rias dur coc sa
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D ira go pr ão
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D E
nve
E
Gráfico 03: O perigo que pode advir com o consumo dos alimentos fritos por óleo usado
repetitivamente
De acordo com dados representados no gráfico 03, no total dos quinze (15)
comerciantes entrevistados sobre qual é perigo que pode advir com o consumo dos alimentos
fritos por óleo usado repetitivamente? Cinco (05) que corresponde a 33% responderam que
pode acarretar o aparecimento de doenças, que não conseguiram especificar, um (01) que
corresponde a 07% responderam que pode acarretar o aparecimento de doenças respiratórias,
outro um (01) comerciante também equivalente a 07% afirmou que o perigo que pode advir é
o excesso de gorduras no corpo humano, além disso, também houve outro um (01)
comerciante correspondente a 07% que afirmou que o perigo que pode advir é o
envelhecimento precoce e sete (07) comerciantes correspondentes a 46% afirmaram que não
sabem.
Apesar de muitos comerciantes terem afirmado que o consumo de alimentos fritos por
óleo usado repetitivamente prejudica a saúde, também existem aqueles com frequência
equivalente a 46% que não conhecem o perigo que pode advir com o consumo dos alimentos
fritos por óleo usado repetitivamente. Para os que conhecem perigos, citaram eles que causa
doenças que não quiseram especificar, doenças respiratórias, excesso de gordura e
envelhecimentos precoce.
33
70%
66%
60%
50%
40%
30% 27%
20%
10% 7%
0%
Evitar os des- Falta de dinheiro Não respondeu
perdiço do óleo
3.1.5. Nível de aceitação dos comerciantes na venda do óleo que resta na fritura dos
alimentos para empresa que reaproveitam o óleo para o fabrico de sabão
Hamburguer 1
Dos cem (100) compradores inquiridos sobre se já comprou alimentos fritos por óleo
usado repetitivamente? Noventa e sete (97) equivalentes a 97% afirmaram que já compraram,
enquanto que três (03) equivalentes a 3% responderam que nunca compraram alimentos fritos
por óleo usado repetitivamente. Os 3% dos inquiridos após responderem negativamente que
nunca compraram alimentos fritos por óleo usado repetitivamente, achou-se relevante
questionar o porquê da rejeição, afirmaram eles que não compram, porque o consumo destes
tipos de alimentos pode causar doenças.
A maioria dos compradores já compraram em algum momento, alimentos fritos por
óleo usado repetitivamente, isso mostra que é comum encontrar no mercado de Inhamízua
pessoas que podemos considerar de compradores a consumirem alimentos fritos através do
óleo usado repetitivamente. Esta prática, acaba sendo nociva para a saúde daqueles que
36
consomem alimentos fritos por este óleo, acarretando neste caso, um problema para a saúde
pública.
3.2.2. Conhecimento dos compradores sobre conhecimento se o consumo de alimentos
fritos por óleo usado repetitivamente pode causar doenças ao Homem
40% 32%
20% 12%
0%
ira
s
ncia m
es
e â u
an
c
nor os
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if n Ig e c
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Fa
37
Gráfico 05: Motivos que levam os comparadores a comprar e consumir os alimentos fritos
com óleo usado repetitivamente, mesmo conhecendo as consequências
Mesmo tendo noção que estas práticas podem acarretar algumas doenças aos Homens,
alguns compradores continuam a comprar e consumir porque vários motivos, dentre eles
destacam -se: a falta de condições financeiras para a compra de alimentos de alta qualidade,
ignorância por parte dos compradores e por ser hábito e costume da população dos
compradores que ali frequentam.
No total de quinze (15) locais observados, constatou-se que apenas quatro (4) locais
não tinham fumaça e onze (11) locais apresentavam fumaça no momento de fritura dos
alimentos.
Com os resultados acima fica esclarecido que a maioria dos locais de fritura dos
alimentos apresentavam fumaça no momento de fritura dos alimentos. Então, quando fritava-
se alimentos com elevado teor de humidade como batata rena o ponto de fumaça era menor
em comparação com os alimentos com menor teor de humidade. Neste caso, verificou-se
também a variação de humidade no momento de fritura dos alimentos, significa que a
humidade conferida pelo alimento ao óleo foi evaporada durante as frituras e consumida no
processo de hidrólise.
Nos quinze (15) locais observados apenas dois (02) apresentam cor normal, outros
dois (02) apresentam com marrom escuro e onze (11) apresentam uma coloração escura (ver
figura 01).
Notou-se na observação, que durante a fritura dos alimentos, os alimentos transferem para o
óleo várias substâncias como açúcares, amidos, proteínas, fosfatos e compostos de enxofre,
que escurecem ou reagem com o óleo tornando-o escuro. O aparecimento de cor variava com
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o tipo de alimento, por exemplo, quando os comerciantes fritavam batatas escurecem menos
o óleo do que frango, devido aos componentes proteícos existente neles.
Figura 03: O óleo que possui escurecimento atribuído à presença de compostos não polares
provenientes dos alimentos que são solubilizados no meio de fritura.
tornando-o impróprio para consumo. Porém, se malcuidado, o óleo pode estragar com muita
rapidez.
Figura 04: A- Óleo a reutilizar armazenado na garrafa de água mineral e B - Óleo a reutilizar
armazenado no recipiente usado para a fritura dos alimentos.
40
A B
4.1. Conclusão
Contudo, os objectivos desta pesquisa cientifica foram alcançados, visto que,
conseguiu-se avaliar o conhecimento dos comerciantes e compradores sobre efeitos do uso
repetitivo do óleo da cozinha para fritura dos alimentos. A partir dos resultados da entrevista,
inquérito e observação permitiu confirmar todas as hipóteses e a alcançar os objectivos que
haviam sido propostos neste estudo. Neste contexto, pode-se concluir que:
fritura dos alimentos. Nas preparações dos seus alimentos através da fritura, muitos
comerciantes usam óleo extraído a partir de soja.
4.2. Sugestões
Durante a fritura que leva muito tempo, os comerciantes devem fazer o controle da
formação de espuma ou fumaça durante a fritura, escurecimento intenso da coloração do óleo
ou mesmo dos alimentos frito e cheiros ou sabor estranho do óleo ou alimento frito. Esses
sinais, indicam que o óleo deve ser trocado na fritura.
O ministério da saúde, juntamente com o seu pessoal que actuam na saúde pública e
nutrição, devem criar condições para que haja legislação nacional que regulamenta o uso
adequado do óleo na fritura dos alimentos.
43
5. Referências bibliográficas
1. BARROS (1999). Técnicas de Elaboração e Apresentação de um Trabalho
Científico.
2. BORJES, Lúcia Chaise. CECON Gisele. DA SILVA Ana Paula Bautitz (2009).
Análise da degradação do óleo de fritura de restaurantes comerciais do centro de
Chapecó. Curso de Nutrição. Universidade Comunitária da Região de Chapecó.
Brasil.
3. BÓSIO, Pâmella (29 de novembro de 2014). Caracterização do descarte do óleo de
cozinha utilizado no município de matelândia e seus impactos no meio ambiente.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Brasil.
4. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução
RDC nº 270, de 22 de setembro de 2005. Aprova o regulamento técnico para óleos
vegetais, gorduras vegetais e creme vegetal. Brasília: Anvisa; [acesso 2021 Fevereiro
18]. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/ alimento/informes>.
5. Chile. Ministerio de Salud. Regulamento sanitário de los alimentos. nº 75 D.O. 13.
01. 2000. No deberán utilizarse los aceites o mantecas cuando sobrepasen los limites.
Santiago: Seremi Region Metropolitana.
6. CORSINI M. S.; JORGE, N.; MIGUEL, A. M., VICENTE, E. (2008). Perfil de
ácidos graxos e avaliação da alteração em óleos e fritura. Química Nova.
7. COSTA, Singh Sanches (2014). Avaliação da qualidade de óleos vegetais submetidos
ao aquecimento. Nutrição Brasil; 13(3):110-117
8. DA COSTA, Daniela Alves. LOPES, Gilmeire Rulim e LOPES, José Roberto
(2015). Reutilização do óleo de fritura como uma alternativa de amenizar a poluição
44
20. MARQUES, Elisabete Coentrão (s/d) Controle da qualidade de óleos para fritura em
serviços de alimentação. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Centro
Juvenil de Orientação e Pesquisa. Rio de Janeiro.
21. MATAVEL, Nilza Isabel (2015). Logística reversa do óleo residual de fritura para
produção de biodiesel do distrito municipal de Kampfumo – Cidade de Maputo.
Dissertação apresentada ao Programa de pós-graduação em Energia do Centro
Universitário Federal do Espirito Santo, como requisito para obtenção do título de
mestre em Energia. São Mateus- Espirito Santo, Brasil.
22. MORETTO, E.; FETT, R. (1998) Tecnologia de Óleos e Gorduras Vegetais. São
Paulo: Varela.
23. MORETTO, E.; FETT, R.; GONZAGA, L.V. et al. (2002). Introdução à Ciência de
Alimentos. Florianópolis: UFSC.
24. RAMALHO, V. C.; JORGE, N. (2006) Antioxidantes utilizados em óleos, gorduras e
alimentos gordurosos. Química Nova, São José do Rio Preto, v. 29, n. 4.
25. REDA, Seme Youssef; CARNEIRO, Paulo I. Borba (2007). Óleos e gorduras:
aplicações e implicações- Revista analítica No 27. Universidade Federal do paraná.
Brasil - Ponta grossa.
26. SEVERINO, António Joaquim (2007). Metodologia do trabalho científico. 23.ed. São
Paulo: CORTEZ.
27. TENUTA-FILHO, A. et al (2003). Óxidos de colesterol em alimentos. Revista
Brasileira de Ciências Farmacêuticas, São Paulo, v. 39, n. 3, p. 319-325, jul./set.
46
XIII
Apêndices
XIV
I. DADOS PESSOAIS
II. QUESTIONÁRIO
1.Você tem conhecimento das consequências do consumo dos alimentos fritos por óleo usado
repetitivamente? Sim ( ) Não ( )
Outras_____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3.Qual é o valor gasto por mês para adquirir óleo para fritura dos alimentos?
4.1.Se sim, o que é feito com o óleo utilizado na fritura dos alimentos?
a) ( )Jogado no solo.
d) ( ) Outros
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
g) ( ) Não reutiliza.
6. Qual é perigo que pode advir com o consumo dos alimentos fritos por óleo usado
repetitivamente?
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–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
7. Qual é o motivo que te leva a reutilizar o óleo no momento da fritura dos alimentos.
c) ( ) Outros
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
8. Aceita vender o óleo que resta na fritura dos alimentos para empresa que reaproveitam o
óleo para o fabrico de sabão? ( )Sim ( )Não
XVI
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Outros
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
I. DADOS PESSOAIS
II. QUESTIONÁRIO
2.O consumo de alimentos fritos por óleo usado repetitivamente pode causar doenças ao
homem (consumidor)? ( ) Sim ( ) Não
XVII
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______
3. Local de armazenamento do
óleo a reutilizar
XVIII
Anexo