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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA COM HABILITAÇÕES EM GESTÃO


LABORATORIAL

JACINTA JOÃO LIPAPA

CONHECIMENTO E ACEITAÇÃO DOS JOVENS EM


RELAÇÃO AO USO DE PLANTAS MEDICINAIS EM
CHUPANGA – DISTRITO DE MARROMEU

Dondo

2022
12

JACINTA JOÃO LIPAPA

CONHECIMENTO E ACEITAÇÃO DOS JOVENS EM RELAÇÃO AO USO


DE PLANTAS MEDICINAIS EM CHUPANGA – DISTRITO DE
MARROMEU

Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura em Ensino de


Biologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia, como requisito
para obtenção do título de licenciada em Ensino de Biologia com
Habilitações em Gestão Laboratorial.

Orientadora: Profa. Doutora Marta da Graça Zacarias Simbine

Dondo

2022
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JACINTA JOÃO LIPAPA

CONHECIMENTO E ACEITAÇÃO DOS JOVENS EM RELAÇÃO AO USO DE


PLANTAS MEDICINAIS EM CHUPANGA – DISTRITO DE MARROMEU

Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Naturais, como requisito para


obtenção do título de licenciada em Ensino de Biologia com Habilitações em Gestão
Laboratorial.

Júri:

_____________________________________________________

_____________________________________________________

_____________________________________________________

Dondo, aos ____ de ________________ de 2022


11

DECLARAÇÃO

Declaro por minha honra que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal
e das orientações da minha supervisora, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas
estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro também que o mesmo trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra
instituição para a obtenção de qualquer grau académico.

Dondo, Julho de 2022

A Candidata
_______________________________________________________
(Jacinta João Lipapa)
12

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais: João Lipapa Nhandila e Angelina José Donquene,
pela educação e apoio que me deram durante o curso.
A dedicatória é extensiva a todos familiares que directa ou indirectamente me deram apoio
durante a minha vida académica.
Também dedico este trabalho aos meus docentes do curso de Biologia por eles terem
trilhado ao meu lado no momento das aulas, transmitindo-me muitos conhecimentos e
habilidades que irei usar na minha vida profissional. Além disso, os seus ensinamentos
contribuíram de forma positiva para a edificação desta pesquisa.
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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço a Deus pela força que tem mim concebido dia - à - dia e pela
constante presença em minha vida, pelo Dom da vida, pois sem ele nada teria sido possível. Em
seguida a minha supervisora, Marta da Graça Zacarias Simbine que através das suas orientações
e paciência acompanhou-me de forma positiva para a edificação desta pesquisa.

Os meus profundos agradecimentos estendem-se ao meu esposo Samito José Matenga,


juntamente com a minha filha Geovana de Jesus Matenga pelo imensurável amor, carinho e
consideração, por ser os mesmos que me deram apoio emocional e conselhos durante a jornada
estudantil.
Aos jovens do distrito de Marromeu, particularmente do posto administrativo de
Chupanga, vai o meu muito obrigado pelas informações prestativas e pela colaboração na
concretização desta pesquisa.

Agradeço aos meus amigos, em particular aos meus colegas da pesquisa, Maria do Céu,
Adélia Huo, Ana Bela de Jesus, José Manuel, David Bengala, Josefina Zemba, Raquel Bongece,
Ribeiro Duarte, Stela Diogo, Helena Paulo e Zubaida Melo, pela constante troca de ideias
permitindo melhor interpretação e análise dos dados colhidos. O agradecimento também se
estende ao mestre Augusto Fazenda, docente do curso de licenciatura em ensino de Inglês na UL,
pelo auxílio na correção e tradução de abstract.
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RESUMO

LIPAPA, Jacinta João (2022). Conhecimento e aceitação dos Jovens em relação ao uso
de plantas medicinais em Chupanga – Distrito de Marromeu. Universidade Licungo; Faculdade
de ciências e tecnologia; Beira; Moçambique.

O trabalho objectiva-se a analisar o conhecimento e aceitação dos jovens em relação ao


uso de plantas medicinais em Chupanga. Para sua realização usou-se a entrevista, que constituiu
a técnica utilizada para a recolha de dados. Neste contexto, para enriquecimento do fenómeno
investigado usou-se também o método de pesquisa de campo. Durante o trabalho de campo,
aplicou-se uma entrevista a cinquenta (50) jovens e todas as informações colhidas pela
observação e entrevistas foram tratadas de forma quantitativa através da análise dos dados. Os
jovens do posto administrativo de Chupanga possuem conhecimento sobre plantas medicinais e
aceitam o seu uso para tratamento de doenças. É o alto grau de eficácia das plantas medicinais
que mais motiva os jovens a preferir usá-las no tratamento de doenças. Neste caso, o uso de
plantas medicinais pelos jovens é eficiente para o tratamento de doenças em causa, durante a
pesquisa encontrou-se vinte e uma espécies de plantas medicinais, pertencentes a dezoito
famílias botânicas diferentes conhecidas pelos jovens do posto administrativo de Chupanga e a
Moringa (Moringa oleífera) constitui a planta mais utilizada.
Palavras – Chave: Doença. Tratamento. Cura.
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ABSTRACT

LIPAPA, Jacinta João (2022). Knowledge and acceptance of young people in relation to
the use of medicinal plants in Chupanga - District of Marromeu. Licungo University; Faculty of
Sciences and Technology; Beira; Mozambique.

The objective of the work is to analyze the knowledge and acceptance of young people
regarding the use of medicinal plants in Chupanga. The interview was used to carry it out, which
constituted the technique used for data collection. In this context, to enrich the investigated
phenomenon, the field research method was also used. During the fieldwork, fifty (50) young
people were interviewed and all the information collected by observation and interviews were
treated quantitatively through data analysis. The young people of the Chupanga administrative
settlement have knowledge about medicinal plants and accept their use for the treatment of
diseases. It is the high degree of effectiveness of medicinal plants that most motivates young
people to prefer to use them in the treatment of diseases. In this case, the use of medicinal plants
by young people is efficient for the treatment of diseases in question, during the research twenty-
one species of medicinal plants were found, belonging to eighteen different botanical families
known by young people administrative post of Chupanga and Moringa (Moringa oleífera) is the
most used plant.

Key - Words: Disease. Treatment. Cure.


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LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Comprovativos da realização de entrevistas individuais em Chupanga. 15


Figura 02: Local de obtenção das plantas medicinas 27

Figura 03: Formas que Jovens adquiriram conhecimento de uso das plantas medicinas 28

Figura 04: Motivos que leva os jovens a usar plantas medicinais ................................................31

LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Listagem das plantas conhecidas pelos jovens. 25

Tabela 02: Uso de plantas medicinais 29


17

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................10

1.1. Delimitação do estudo........................................................................................................11

1.2. Problematização..................................................................................................................12

1.3. Hipóteses.............................................................................................................................13

1.4. Objectivos...........................................................................................................................13

1.5. Justificativa.........................................................................................................................13

1.6. Metodologia........................................................................................................................14

1.6.1. Colecta de dados.............................................................................................................14

1.6.2. Análise de dados.............................................................................................................15

1.6.3. Universo e escolha da amostra para pesquisa.................................................................15

1.7. Enquadramento da pesquisa...............................................................................................17

2.1. Plantas medicinas na atenção primária à saúde......................................................................18

2.2. Conhecimento tradicional.......................................................................................................18

2.3. Formas de uso das plantas medicinais....................................................................................19

2.4. Principais formas de preparação de plantas medicinais.........................................................21

3. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS............................................................25

3.1. Percepção dos Jovens sobre a nocção de plantas medicinais.................................................25

3.2. Plantas medicinais conhecidas pelos jovens.......................................................................25

3.3. Uso de plantas medicinais no tratamento de doenças.........................................................29

3.4. A eficácia das plantas medicinais no tratamento de doenças.............................................32

3.5. A parte da planta mais utilizada para tratamento de doenças.............................................33

4. CONCLUSÃO........................................................................................................................34

5. Referências bibliográficas......................................................................................................35
18
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1. INTRODUÇÃO
A história do uso de plantas medicinais tem mostrado que fazem parte do
desenvolvimento humano e foram os primeiros recursos terapêuticos 1 utilizados pelos povos. As
antigas civilizações têm referências históricas acerca das plantas medicinais, e muito antes de
aparecer qualquer forma escrita, o homem já utilizava as plantas, algumas como alimento e
outras como remédios (Teske e Trentine, 2001).

Essa pesquisa faz parte de um projecto temático sobre plantas medicinais que abrange
toda a província de Sofala, pois as plantas medicinais representam um factor de grande
importância para a manutenção das condições de saúde das pessoas, esse conhecimento empírico
transmitido de geração a geração foi de fundamental importância para que o homem pudesse
compreender e utilizar as plantas medicinais como recurso terapêutico na cura de doenças que o
afligiam.

Os egípcios incluíam as plantas na alimentação, no preparo de remédios e também


preparavam produtos para serem aplicados como cosméticos, além disso, embalsamavam seus
mortos com produtos elaborados à base de plantas medicinais (Correa et all 1994). Os povos
indígenas diante de tanta diversidade vegetal faziam uso de algumas plantas tanto para sua
alimentação como para tratamento de suas enfermidades desde a época do descobrimento. Além
da comprovação da acção terapêutica de várias plantas utilizadas popularmente, a fitoterapia que
constitui hoje ramo da medicina tradicional que utiliza plantas para a prevenção e tratamento de
doenças, representa parte importante da cultura do povo sendo também parte de um saber
utilizado e difundido pelas populações ao longo de várias gerações (Viegas, 2006).

Ainda são necessários esclarecimentos sobre o uso de plantas medicinais, pois o uso
inadequado das plantas tem causado sérios problemas de intoxicação a nível mundial, por
ingestão de partes de plantas altamente tóxicas, mesmo em doses baixas (Flor e Barbosa, 2015).

1
Recursos terapêuticos – são activiaddes, objectos, técnicas e métodos utilizados com o objetivo de auxiliar o
paciente durante o seu tratamento. Disponível em
http://recuperarte.com.br?page-id=2959/recursosterapêuticos, acesso em junho de 2022.
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1.1. Delimitação do estudo

A pesquisa foi efectuada na província de Sofala, distrito de Marromeu, particularmente


no posto administrativo de Chupanga, que faz limite com a vila municipal de Marromeu na parte
do norte.

O distrito de Marromeu apresenta área total de 5.761 km 2 e os seguintes limites


geográficos: Norte - distritos de Mopeia e Chinde (Província da Zambézia), sul - distrito de
Cheringoma, este - oceano índico e oeste - distritos de Cheringoma e Caia (INE, 2017).

No distrito de Marromeu, a precipitação média mensal apresenta uma variação sazonal


relevante destacando-se (Ministério da Administração Estatal, 2012):

a) Um período húmido, entre novembro e abril, onde ocorre um valor de precipitação


equivalente a cerca de 84 % do valor total anual da precipitação, sendo o mês de janeiro o
mês mais chuvoso com precipitação média mensal de cerca de 265 mm;
b) Um período seco entre junho a outubro com médias mensais de precipitação inferiores a
35 mm. Sendo que entre abril e novembro a evapotranspiração é sempre superior à
precipitação.

A temperatura média anual do distrito de Marromeu é de 24,7 ºC, ocorrendo uma


amplitude térmica anual relativamente baixa, de cerca de 3,6ºC. Fevereiro é o mês mais quente
(27,8 ºC) e julho o mais frio (20,6 oC). No sistema de ventos predominam os ventos de sul e
sudeste durante a maior parte do ano, intercalados por dois períodos com ventos do sudoeste e
outro com ventos de este. Distinguem-se assim quatro períodos com os seguintes ventos
dominantes e velocidades médias (km/h): Nos meses de dezembro a abril com ventos de sul e
sudeste (13,4 km/h), nos meses de maio e junho com ventos de sul e sudeste (11,7 km/h), entre
julho e setembro com ventos de sudeste e sul (13,3 km/h) e em outubro e novembro com ventos
de sudeste e este (16,2 km/h) (Ministério da Administração Estatal, 2012).

No Distrito de Marromeu predominam os solos de aluviões 2 argilosos (53 % da área total


do distrito), seguido de solos de mananga3 (23 %) constituídos a partir de diferentes associações

2
Solos de aluviões – são solos constituídos por sedimento clástico (areia, cascalho ou lama) depositados por um
sistema fluvial no leito e nas margens de um rio. Disponível em aluvião (cprm.gov.br), acesso em junho de 2022.
3
Solos de mananga – são solos cobertos com uma camada arenosa de espessura variável entre >25 cm à 180 cm de
espessura da camada arenosa (INGC, 2009).
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de solos, seguindo-se os solos arenosos (cerca de 19 %) e os solos sobre rocha calcária (5 %). A
maior parte do distrito é constituída por solos de aluviões argilosos (INGC, 2009).

1.2. Problematização

Acerca de 80% da população africana usa plantas medicinais para suprir as suas
necessidades de saúde. As plantas medicinais continuam a ser o sistema de cuidados de saúde
mais acessível, principalmente nas áreas rurais onde a cobertura dos sistemas nacionais de saúde
é escassa, deficiente ou praticamente inexistente (OMS, 2002).
O uso de plantas medicinais no tratamento de doenças vem sendo estudada bastante pelo
crescimento do seu uso pela população. Esta prática, é adoptada por várias pessoas
independentemente da sua faixa etária, alguns usam porque conhecem, outros usam sem saber o
seu tratamento (crianças) e outros por questões de cultura.

Observou-se que os jovens adquirem plantas medicinais comercialmente ou por doação


de poucos membros da comunidade que ainda preservam o hábito de cultivá-las nos quintais de
casa ou mesmo nas machambas ou campos agrícolas. Em algumas preparações das plantas feitas
pelos jovens, para cura de várias doenças misturaram diversas plantas medicinais ou partes delas,
causando deste modo as interacções dos seus constituintes ou componentes químicos,
consequentemente, o uso inadequado das plantas medicinais podem provocar efeitos
indesejáveis. No entanto, bons procedimentos de cultivo, colecta, secagem e armazenamento
garantem a qualidade e a estabilidade dos princípios activos das plantas medicinais (Flor e
Barbosa, 2015).

Normalmente em todos anos o posto administrativo de Chupanga, tem registado várias


doenças que afectam os jovens, então quando eles padecem de algumas enfermidades,
primeiramente recorrem as plantas medicinais que têm a capacidade de curar ou tratar a
respectiva doença em causa.
Outro problema para alta aderência de plantas medicinais no tratamento de doenças seria
o alto custo dos medicamentos, tornando estes produtos inacessíveis para a população dos países
do terceiro mundo (OMS, 2002).
Considerando que cada planta tem suas formas específicas de utilização, o conhecimento
acerca do seu uso pode mitigar o uso inadequado e riscos de efeitos indesejáveis a saúde do
consumidor. Mediante esses factos problemáticos coloca-se a seguinte questão norteadora:
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Qual é o conhecimento e aceitação dos Jovens em relação ao uso de plantas medicinais?

1.3. Hipóteses
a) É provável que a maior parte dos jovens tenham conhecimento do modo de uso de
plantas medicinais.
b) Possivelmente os jovens conhecem plantas medicinais, mas não usam por preferir
medicamentos convencionais.
c) Talvez os jovens não usam plantas medicinais por duvidar da sua eficácia, em relação a
medicamentos convencionais.
1.4. Objectivos
1.4.1. Objectivo geral
a) Analisar o conhecimento e aceitação dos jovens em relação ao uso de plantas medicinais
no posto administrativo de Chupanga.
1.4.2. Objectivos específicos
a) Listar as plantas medicinais conhecidas pelos jovens do posto administrativo de
Chupanga;
b) Explorar o conhecimento que os jovens têm em relação ao uso das plantas listadas;
c) Identificar as plantas medicinais utilizadas pelos jovens no tratamento de doenças;
d) Descrever as motivações que levam os jovens a usar plantas medicinais e
e) Avaliar a percepção dos jovens sobre a eficácia das plantas usadas no tratamento de
doenças.
1.5. Justificativa

A utilização das plantas medicinais na cura de doenças é uma prática secular no mundo e
propagada culturalmente pela população (Oliveira, 2012). Com isso procurou-se compreender o
conhecimento que os jovens têm sobre o uso de plantas medicinais no tratamento de diversas
doenças e a sua aceitação em relação as mesmas.
O uso de plantas medicinais pode ser uma ideia importante em acções conservacionistas.
Acções estas, que em diversas situações ajuda a comunidade a manter a biodiversidade de
plantas medicinais para o seu próprio bem uso no tratamento e cura de várias doenças, evitando
neste caso a sua extinção.
14

A escolha de jovens para o estudo, deve-se pelo facto dos autores que pesquisam o uso
popular de plantas medicinais frequentemente apontarem a concentração do conhecimento na
faixa etária acima dos cinquenta (50) anos. Contundo, perante este pressuposto, achou-se
necessário cultivar o conhecimento que os jovens do Posto administrativo de Chupanga têm em
relação ao uso de planta medicinais, aproveitando saber o seu nível de aceitação no uso das
mesmas, com intuito de compreender como este conhecimento está sendo repassado hoje em dia.
O tema em estudo é relevante a partir do momento que garante os valores terapêuticos
das plantas no tratamento de várias doenças, valorizando o conhecimento divulgado a nível local
e passados tradicionalmente de geração em geração. Que por sua vez permitirá trazer dados em
favor do aproveitamento, conservação e valorização do conhecimento tradicional sobre plantas
com potencial medicinal em comunidades locais do posto administrativo de Chupanga.
1.6. Metodologia
1.6.1. Colecta de dados

A pesquisa de campo foi aplicada para colecta de dados no local de estudo, inicialmente
realizou-se visitas à população do posto administrativo de Chupanga, com a finalidade de criar
uma aproximação com eles e de modo que os chefes das três (03) localidades possam fornecer
seus contatos, assim como a estruturação ou organização do local de estudo. Além disso,
procurou-se identificar aqueles jovens que tinham interesse em participar voluntariamente no
estudo. Ela teve a duração de sete (7) meses de setembro de 2021 à Março de 2022.

Esta pesquisa, aplica uma abordagem quantitativa, o estudo quantitativo caracteriza-se


pelo emprego da quantificação, tanto nas modalidades de colecta de informações, quanto no
tratamento dessas através de técnicas estatísticas, desde as mais simples até as mais complexa
(Richardson, 1989).

Usou-se este tipo de pesquisa para garantir a precisão dos resultados, evitando assim,
distorções de análise e interpretação, permitindo uma margem de segurança com relação a
possíveis interferências, buscando analisar o comportamento de uma população através da
amostra. Sendo assim, este estudo tem características quantitativas, porque os dados colectados
foram submetidos às técnicas estatísticas, trabalhando com quantidades percentuais,
principalmente pelo facto dos indicadores de desempenho operacional serem quantitativos.
15

A entrevista constituiu a técnica utilizada para a recolha de dados, e consistiu em


proceder com interrogatório directo aos jovens (ver figura 01) com base num guião de perguntas
abertas (ver apêndice I). Durante a entrevista foram solicitados os comprovativos de dados
referentes a plantas utilizadas, formas de preparação, a doença que trata e a eficácia das plantas
no tratamento de doenças. Disponibilizaram-se na entrevista cinquenta (50) jovens sendo vinte e
seis (26) do sexo masculino e vinte e quatro (24) do sexo feminino.

Figura 01: Comprovativos da realização de entrevistas individuais em Chupanga.

1.6.2. Análise de dados

A análise de dados realizou-se após o trabalho de campo, neste contexto, representou-se


os resultados da pesquisa em forma de gráficos e tabelas, para tal usou - se os programas
Microsoft Word e Excel de modo a representar os dados obtidos.
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1.6.3. Universo e escolha da amostra para pesquisa

O universo é constituído por toda população jovem, com idade que compreende entre 15
à 35 anos de idade, que residem no posto administrativo de Chupanga em número de 14370
indivíduos, sendo 6688 indivíduos do sexo masculino e 7682 do sexo feminino. Este posto
administrativo, apresenta três localidades que são: Nensa, Mponda e Chupanga - Sede, sendo
constituídos por 10522 jovens, 2493 jovens e 1355 jovens, respectivamente (INE, 2017).

A amostra foi apenas de 50 Jovens, sendo 25 jovens da localidade de Nensa, 15 da


localidade de Mponda e 10 da localidade de Chupanga-Sede, extraída da população para
representa-la. O desiquilíbrio nas quantidades deve-se ao critério usado que é a quantidade dos
jovens por localidade, neste contexto, as localidades que possuem maior número de jovens,
também teve maior número dos entrevistados.

Na seleção da amostra para a pesquisa, utilizou-se uma amostra aleatória simples, que
consistiu em selecionar para entrevista os jovens disponíveis no período de colecta de dados
(setembro de 2021 à março de 2022).

Na amostragem foram critérios de exclusão da amostra os seguintes:

a) Faixa etária: trabalhou-se de acordo com a política da juventude em Moçambique, que


define como jovem um indivíduo no grupo etário dos 15 aos 35 anos (Ministério da
Juventude e Desportos, 2012).
b) Residência: Serem residentes nativos ou ter no mínimo 5 anos de vivência no posto
administrativo de Chupanga.

Dos jovens selecionados para responder a entrevista vinte e seis (26) são do sexo
masculino e vinte e quatro (24) do sexo feminino.

Segundo dados obtidos no questionário aplicado aos cinquentas (50) jovens do posto
administrativo de Chupanga, que faz parte da amostra escolhida para o estudo, constatou-se que
eles possuem uma idade média de vinte e seis (26) anos, constituídos por vinte e seis (26)
indivíduos do sexo masculino e vinte e quatro (24) do sexo feminino. Quanto ao nível
acadêmico, todos tiveram a possibilidade ou oportunidade de frequentar o sistema nacional de
17

educação, dos quais doze (12) frequentaram o ensino primário, dezoito (18) ensino básico e vinte
(20) ensino médio.

No que diz respeito a profissão de cada um dos participantes da entrevista, dos cinquenta
(50) jovens entrevistados, dois (2) são mecânicos, três (3) carpinteiros, nove (9) comerciantes,
catorze (14) camponeses e vinte e dois (22) jovens são estudantes.

1.7. Enquadramento da pesquisa

O estudo enquadra-se nos ensinamentos das cadeiras leccionadas na Universidade


Licungo no curso de Licenciatura em Ensino de Biologia, tais como:

a) Botânica Sistemática, nos conteúdos relacionados com a sistemática e classificação dos


seres vivos do reino plantae.
b) Botânica geral, quando se aborda sobre as partes constituintes de uma planta.
c) Ecologia geral e humana no que concerne a benefícios da natureza para as pessoas e
d) Cadeira de Educação ambiental e saúde pública no que diz respeito a promoção de saúde
e cuidados primários da saúde.
18

2.1. Plantas medicinas na atenção primária à saúde


A OMS, por ocasião da 31ª Assembleia realizada em Alma-Ata no ano 1978, deu início
naquele ano a um programa com ênfase no uso de plantas medicinais, cujo objectivo maior era
alcançar “em torno do ano 2000, condições de saúde que permitissem aos povos no mundo levar
uma vida social e economicamente produtiva” (OMS, 2002). A OMS tem recomendado que os
países membros, especialmente os do terceiro Mundo, procurem ampliar o arsenal terapêutico
para saúde pública através do aproveitamento das práticas de medicina caseira empregadas pelo
povo. Essas recomendações estão resumidas nos quatro itens expressos a seguir:
1. Proceder a levantamentos regionais das plantas usadas nas práticas de medicina popular
ou tradicional e identificá-las cientificamente;
2. Apoiar o uso das práticas úteis seleccionadas por sua eficácia e segurança terapêutica;
3. Suprimir o uso de práticas consideradas inúteis ou prejudiciais e
4. Desenvolver programas governamentais que permitam cultivar e utilizar as plantas
seleccionadas.

2.2. Conhecimento tradicional


O conhecimento tradicional é definido como uma colecção de saberes e saber - fazer a
respeito do mundo natural, sobrenatural, que é passado de forma oral para as novas gerações
(Oliveira, 2012). E que dentro dos diversos grupos sociais ditos tradicionais, principalmente os
indígenas, existe uma ligação orgânica entre o mundo natural, o sobrenatural e a organização
social. Para estes grupos não há divisão entre o “natural” e o “social”, mas sim uma
complementação de um pelo outro. O conhecimento de plantas nativas é baseado nas práticas e
transmissão oral que são vulneráveis à deterioração e transformação com o processo de
globalização (Giraldi, 2009).
O conhecimento tradicional sobre o uso de plantas é vasto e é, em muitos casos, o único
recurso disponível que a população de países em desenvolvimento tem ao seu alcance (Pasa et
19

all, 2005). Este conhecimento, se manuseado de forma espontânea, pode contribuir com
mecanismos sociais e culturais de conservação da biodiversidade (Oliveira, 2012).
Algumas características definem uma população como tradicional, tais como (Oliveira,
2012):
 Conhecimento aprofundado da natureza e de seus ciclos que se reflecte na elaboração de
estratégias de uso e de manejo dos recursos naturais. Esse conhecimento é transferido de
geração em geração por via oral;
 Importância das simbologias, mitos e rituais associados à caça, pesca e actividades
extractivistas;
 Moradia e ocupação desse território por várias gerações, ainda que alguns membros
individuais possam ter-se deslocado para os centros urbanos e voltado para a terra de seus
antepassados;
 Importância dada à unidade familiar, doméstica ou comunal e às relações de parentesco
ou compadrio para o exercício das actividades económicas, sociais e culturais;
 A tecnologia utilizada é relativamente simples, de impacto limitado sobre meio ambiente.
Há reduzida divisão técnica e social do trabalho, sobressaindo o artesanal, cujo produtor
(e sua família) domina o processo de trabalho até o produto final.
O conhecimento tradicional pode auxiliar trabalhos sobre o uso sustentável da
biodiversidade através da valorização e do resgate do conhecimento empírico existente dentro
das sociedades, tendo como base os sistemas de manejo, incentivando a geração de
conhecimento científico e tecnológico visando sustentabilidade dos recursos naturais. É possível
observar, quando se relaciona as informações obtidas pelas populações tradicionais sobre a flora
medicinal com estudos químico/farmacológicos, que há um ganho significativo na descoberta de
novos fármacos e um aumento na eficiência da bioprospecção4 trazendo benefícios para a ciência
e para a economia. Este conhecimento é muito importante na manutenção das espécies
medicinais e variedades nativas (Leal e Tellis, 2016).

2.3. Formas de uso das plantas medicinais


O uso popular de plantas medicinais nos remete a um mundo de saberes passados de
gerações para gerações, cuja riqueza está na conservação de informações tradicionais, que
4
Bioprospecção – é a exploração de fontes naturais para pequenas moléculas, macromoléculas e informações
bioquímicas e genéticas que podem ser comercializados em produtos comercialmente valiosos para a indústrias
farmacêuticas. Disponível em https://stringfixer.com/pt/Biopiracy. Acesso em junho de 2022.
20

valorizam espécies vegetais nativas de alto valor terapêutico. Este universo de conhecimento,
entretanto, vem se extinguindo nos últimos tempos sendo a migração de populações tradicionais,
como os ribeirinhos, quilombolase indígenas para o meio urbano o principal fator que leva à
degradação dos conhecimentos. Pessoas que tradicionalmente utilizavam plantas medicinais,
cultivando ou buscando na natureza de forma controlada, são obrigadas a adquirir os produtos de
fontes pouco idôneas, em feiras livres ou de vendedores inescrupulosos5, que adulteramos
produtos, através de misturas ou de substituição da droga vegetal por outra espécie semelhante
(Bueno, 2016).
O uso de plantas medicinais e a fitoterapia 6 podem ser considerados conhecimentos
populares uma vez que agregam um conjunto de características direcionadas ao melhor
aproveitamento desses recursos terapêuticos. O conhecimento acerca de características das
plantas, cura de doenças, de terapêutica e toxicidade é advindo da prática de forma não
sistemática, uma vez que é repassado oralmente e de maneira difusa no quotidiano (Rauber,
2016).

O homem moderno é diferenciado das demais épocas pelo seu elevado consumo de
medicamentos, afinal as pesquisas ao longo da história possibilitaram o auxílio para males que
assolaram a humanidade por séculos. No entanto, a grande oferta de medicamentos alopáticos
não atingiu a maior parte da população mundial (Cunha et all, 2015).

A partir desse histórico, é possível observar que o ser humano sempre utilizou produtos
naturais em seu benefício de forma a melhorar sua qualidade de vida, assim como aumentar sua
longevidade. A aplicação de plantas medicinais como medicamento é muitas vezes baseada
apenas em conhecimentos tradicionais, transmitidos de geração em geração. A transmissão
desses conhecimentos ocorre principalmente pela oralidade, o que torna esse arcabouço7 de saber
empírico muito vulnerável à perda. Desta forma, o registo dessas informações torna-se
fundamental para evitar a sua perda e garantir a sua perpetuação (Viegas et all, 2006).

80% da população do mundo não têm acesso ao atendimento primário de saúde, por
estarem distantes dos centros de saúde ou por falta de condições em adquirir os medicamentos.
Desta forma, as terapias alternativas são às principais formas de tratamento, e as plantas
5
Vendedores inescrupulosos – vendedores que não tem um princípio moral (Dicionário de português).
6
Fitoterapia – é o estudo de das plantas medicinais e suas aplicações na cura de doenças (VEIGA et all, 2005).
7
Arcabouço – alicerce ou estrutura (Dicionário de português).
21

medicinais, os principais medicamentos disponíveis a população dos países mais pobres devido à
tradição de uso e da ausência de opções economicamente viáveis (OMS, 2002).

O uso de plantas medicinais também se afirma dentro da cultura das comunidades. Os


símbolos e as especificidades variam de uma região para outra; o modo de entender o processo
saúde – doença - cuidado, ao mesmo tempo que guarda características próprias, traz elementos
de outras formações culturais. A utilização de plantas medicinais é influenciada pelas culturas
indígenas, africanas e europeias. Características culturais se expressam de maneiras diferenciadas
dependendo do grupo étnico e da origem de uma população meio urbano ou rural (Maioli e
Fonseca, 2007).
O uso de plantas medicinais e a Biomedicina guardam uma estreita relação, no âmbito da
concepção de racionalidades médicas propõe que a Biomedicina seja delineada por meio de suas
três principais características: carácter generalizante, produzindo discursos com validade
universal, carácter mecanicista, em que o corpo humano passa a ser visto como uma gigantesca
máquina e carácter analítico, pressupondo o isolamento das partes para explicação do todo
(Camargo, 2005). A incorporação da anatomia patológica como referencial da medicina marca a
doença como categoria central da prática e saber médicos (Camargo, 2005).

2.4. Principais formas de preparação de plantas medicinais


Segundo o formulário de fitoterápicos da farmacopéia brasileira (2010) as principais
formas de preparação de plantas medicinais são:

a) Banho de assento - é a imersão em água morna, na posição sentada, cobrindo apenas as


nádegas e o quadril geralmente em bacia ou em louça sanitária.
 Preparo caseiro
Fazer uma infusão ou decocto mais forte com a droga vegetal apropriada e misturar na
água do banho em uma bacia apropriada (Bueno, 2016).
b) Bochecho - é a agitação de infuso, decocto ou maceração, na boca, fazendo movimentos
da bochecha, não devendo ser engolido o líquido ao final.
 Preparo caseiro
Fazer uma infusão ou decocto de maneira adequada de acordo com o tipo de planta que
estiver utilizando. Abafar por 10 minutos, esperar esfriar, até ficar morno, fazer bochechos ou
gargarejos calmamente (Bueno, 2016).
22

c) Compressa - é uma forma de tratamento que consiste em colocar, sobre o lugar


lesionado, um pano ou gaze limpo e humedecido com um infuso ou decocto, frio ou
aquecido, dependendo da indicação de uso.
 Preparo caseiro
Sobre um pano limpo, ou chumaço de algodão, verter o decocto ou a infusão sobre o pano
ou chumaço de algodão, e estes são então colocados sobre o ferimento ou órgão com inflamação
(Bueno, 2016).
d) Creme - é a forma farmacêutica semissólida que consiste de uma emulsão 8, formada por
uma fase lipofílica9 e uma fase hidrofílica 10. Contém um ou mais princípios ativos
dissolvidos ou dispersos em uma base apropriada e é utilizada, normalmente, para
aplicação externa na pele ou nas membranas mucosas.
e) Decocção - é a preparação que consiste na ebulição da droga vegetal em água potável por
tempo determinado. Método indicado para partes de drogas vegetais com consistência
rígida, tais como cascas, raízes, rizomas, caules, sementes e folhas coriáceas.
 Preparo caseiro
Os decoctos são preparados com as partes mais duras do vegetal, a planta medicinal é
colocada na água fria e então é levada ao fogo, até entrar em ebulição. Deixar ferver por
determinado tempo, de acordo com a planta que está sendo utilizada, desligar o fogo, abafar por
5 a 10 minutos e coar; aguardar a temperatura diminuir um pouco e poderá ser utilizado
conforme recomendado (Bueno, 2016).
f) Infusão – é preparação que consiste em verter água fervente sobre a droga vegetal e, em
seguida, tampar ou abafar o recipiente por um período de tempo determinado. Método
indicado para partes de drogas vegetais de consistência menos rígida tais como folhas,
flores, inflorescências e frutos, ou com substâncias ativas voláteis;
g) Inalação – é administração de produto pela inspiração (nasal ou oral) de vapores pelo
trato-respiratório;

8
Emulsão - é a mistura entre dois líquidos imiscíveis em que um deles encontra-se na forma de finos glóbulos no
seio do outro líquido, formando uma mistura estável. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Emuls%C3%A3o,
acesso em junho de 2022.
9
Fase lipofílica – é a fase que tem afinidade e é solúvel com lípidos. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/
Lipofilicidade, acesso em junho de 2022.
10
Fase hidrofílica - é a fase que tem afinidade e é solúvel com água.
23

 Preparo caseiro
Este preparo deve se tomar muito cuidado par que não haja queimaduras tanto no rosto
quanto nas vias respiratórias pela inalação de vapores quentes. Coloca-se a planta em uma
pequena bacia, na proporção de uma colher de sopa de erva fresca ou seca para cada meio litro
de água, verte-se água fervente sobre ela e coloca-se uma toalha de modo a cobrir em conjunto o
rosto, ombros e a vasilha, respira-se pausadamente, inspirando e expirando os vapores, durante
uns 15 minutos (Bueno, 2016).
h) Maceração - é o processo que consiste em manter a droga, convenientemente
pulverizada, nas proporções indicadas na fórmula, em contato com o líquido extrator,
com agitação diária, no mínimo por sete dias consecutivos. Deverá ser utilizado
recipiente âmbar ou qualquer outro que não permita contato com a luz, bem fechado, em
lugar pouco iluminado, a temperatura ambiente. Após o tempo de maceração verta a
mistura num filtro. Lave aos poucos o resíduo restante no filtro com quantidade suficiente
do líquido extractor de forma a obter o volume inicial indicado na fórmula.
i) Pomada - é a forma farmacêutica semissólida, para aplicação na pele ou em membranas
mucosas, que consiste da solução ou dispersão de um ou mais princípios ativos em baixas
proporções em uma base adequada usualmente não aquosa.
 Preparo caseiro
A pomada pode ser preparada com o sumo, tintura ou chá mais concentrado misturado
com banha animal, gordura de coco ou vaselina líquida. Pode-se ainda aquecer as ervas na
gordura depois coar e guardar em frascos tampados. Enquanto a mistura ainda estiver quente
pode também misturar um pouco de cera de abelha para que a pomada fique mais consistente
(Bueno, 2016).
j) Tintura - é a preparação alcoólica ou hidro alcoólica resultante da extração de drogas
vegetais ou animais ou da diluição dos respectivos extratos. É classificada em simples e
composta, conforme preparada com uma ou mais matérias-primas. A menos que indicado
de maneira diferente na monografia individual, 10 mL de tintura simples correspondem a
1g de droga seca.
k) Xarope - é a forma farmacêutica aquosa caracterizada pela alta viscosidade, que
apresenta, no mínimo, 45% de sacarose ou outros açúcares na sua composição. Os
24

xaropes geralmente contêm agentes flavorizantes. Quando não se destina ao consumo


imediato, deve ser adicionado de conservadores antimicrobianos autorizados.
 Preparo caseiro
Para se preparar o xarope utilizando parte das plantas que fazem infusão (folhas e flores)
primeiro faz-se uma calda utilizando açúcar mascavo11 até obter a consistência desejada, então
adiciona-se o vegetal, abafar, esperar esfriar e coar. No caso de plantas que se utilizam a forma
de preparo decocto: coloca-se a planta para ferver e após a água entrar em ebulição juntamente
com a planta, adiciona-se a quantidade desejada de açúcar. Pode-se utilizar também tintura para a
produção do xarope, neste caso prepara-se a calda e adiciona depois de fria a tintura na
proporção de 1 parte de tintura para 3 partes de calda. Os xaropes devem ser guardados na
geladeira por até15 dias, não devem ser consumidos se apresentarem qualquer sinal de
contaminação (fermentação, bolores, etc). Pode-se acrescentar algumas gotas de própolis como
conservante (Bueno, 2016).
l) Cataplasma
Cataplasmas são obtidas por diversas formas:
 Amassar as ervas frescas e bem limpas, aplicar diretamente sobre aparte afetada ou
envolvidas em pano fino ou gaze.
 As ervas secas podem ser reduzidas a pó, misturadas em água, chás ou outras preparações
aplicadas envoltas em pano fino sobre as partes afectadas. Pode-se ainda utilizar farinha
de mandioca ou fubá de milho e água, geralmente quente, com a planta fresca ou seca
triturada.

11
Açúcar mascavo – é açúcar de cor marrom ou dourada, que ainda não passou pelo processo químico de
refinamento, o que faz ele preservar algumas vitaminas e minerais. Disponível em
https://www.festvalcascavel.com.br/novidades/ acucar-mascavo, acesso de junho de 2022.
25

3. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS

3.1. Percepção dos Jovens sobre a nocção de plantas medicinais


Procurando conhecer as percepções dos jovens sobre plantas medicinais, inicialmente
foram questionados se já ouviu falar de plantas medicinais? Perante este questionamento, todos
Jovens afirmaram que sim. Isso ilustra claramente que os jovens do posto administrativo de
Chupanga já ouviram falar ou tem noção sobre plantas medicinais.
Então, de modo a cultivar mais a percepção dos jovens em torno das plantas medicinais,
foram solicitados a responder o seguinte questionamento: O que entende por plantas
medicinais? Os cinquentas (50) inqueridos afirmaram que, plantas medicinais são plantas usadas
para cura ou tratamento de doenças.
Esta definição que os jovens deixaram, entra em consonância com a definição de
Fernandes (2019) quando afirma que plantas medicinais são aquelas empregadas como fonte de
medicamentos para tratamento das enfermidades que acometem o ser humano, de modo a
ampliar suas condições de sobrevivência. Coincide também, com a definição da OMS (2002)
quando diz que planta medicinal é aquela espécie, cultivada ou não, utilizada com propósitos
terapêuticos.
3.2. Plantas medicinais conhecidas pelos jovens
Para se fazer a listagem das plantas medicinais que os jovens conhecem, eles foram
submetidos a uma entrevista, na qual foram questionados, quais são as plantas medicinais que
você conhece? Os dados para análise, foram agrupados em famílias botânicas para facilitar a
compressão e a identificação, como ilustra a tabela abaixo (ver tabela 1). Sendo assim, o número
total das plantas mencionadas foi de 21 espécies pertencentes a 18 famílias botânicas diferentes.

Tabela 01: Listagem das plantas conhecidas pelos jovens

Nome vulgar ou local Nome científico Família

Cebola Allium cepa

Alho Allium sativum Alliaceae

Continua
26

Cajueiro/Ncaju
Anacardium occidentale
Nome vulgar ou local Nome científico Família
Tabela 01 (Continuação)
Mangueira/Mwanga Mangifera indica Anacardiácea

Santo António Catharanthus roseus Apocynaceae

Coqueiro/Ncoco Cocus nucifera Arecaceae

Babosa Aloe vera Asphodelaceae

Papaieira/Mpapaia Carica papaya Caricaceae

Cacana Momordica balsamina Cucurbitaceae

Mandioqueira/Nfalinha Manihot esculenta Euphorbiaceae

Ervilha do Rosário/Mine mine Abrus precatorius Fabaceae

Imbondeiro/Mulambe Adansonia digitata Malvaceae

Moringa Moringa oleífera Moringaceae

Bananeira/Nfigo Musa paradisíaca Musaceae

Goiabeira/Nguiava Psidium guajava Myrtaceae

Eucalipto Eucalyptus sp

Salgueiro – chorão Salix babylonica Salicaceae

Espanta lobos/Nquinha Ailanthus altíssima Simaroubaceae

Capim-cidreira/Chabalacata Cymbopogon citratus Poaceae

Massaniqueira/Nsanica Zizyphus mauritania Ramnáceas

Limoeiro Citrus limonum Rutaceae


27

Após a listagem das plantas, procurou-se saber dos entrevistados sobre, dentre essas
plantas que mencionou, quais que existem em Chupanga? Os cinquenta (50) jovens
entrevistados responderam que as plantas que eles conhecem são as que existem no seu distrito,
consequentemente, as plantas mencionadas acima ou patentes na tabela 1 existem no posto
administrativo de Chupanga.

Local de obteção das plantas medicinais


50%
46%
45%

40%

35%
32%
30%

25%
22%
20%

15%

10%

5%

0%
Machamba Residência Floresta

Figura 02: Local de obtenção das plantas medicinas

De modo a identificar o local que os jovens adquirem as plantas medicinais, questionou-


se o seguinte: Onde adquire as plantas medicinais que você usa? Perante este questionamento,
dezasseis (16) jovens correspondentes a 32% relataram que adquirem na machamba, vinte e três
(23) jovens correspondentes a 46% responderam que adquirem no quintal das suas residências, e
onze (11) jovens correspondentes a 22% responderam que adquirem na floresta.

Os resultados apresentados graficamente ilustram que a maioria dos jovens adquirem


plantas medicinais nos quintais das suas residências, por esse motivo, é comum encontrar entre
moradores de comunidades rurais do posto administrativo de Chupanga, aqueles que ainda
preservam o hábito de cultivá-las ou planta-las ao longo das suas residências.
28

Formas que adquiriram conhecimento sobre uso das


plantas medicinais
70%
62%
60%

50%

40%

30%
22%
20%
10%
10% 6%
0%
Familiares Amigo Redes sociais Observação de
outras pessoas

Figura 03: Formas que jovens adquiriram conhecimento de uso das plantas medicinas

Os entrevistados sobre, como você adquiriu conhecimento de uso dessas plantas? Trinta
e um (31) jovens correspondentes a 62% responderam que adquiriram com familiares, onze (11)
jovens correspondentes a 22% responderam que adquirem com amigos, três (3) jovens
correspondentes a 6% responderam que adquiriram nas redes sociais e cinco (5) jovens
correspondentes a 10% responderam que adquiriram o conhecimento sobre o uso das plantas
medicinais através das observações de outras pessoas que usam estas plantas.

A troca de conhecimentos sobre o uso de plantas medicinais, com o objetivo de tratar


doenças é oriunda do conhecimento popular, muitas vezes transmitida no seio familiar, na
maioria das vezes pela linguagem oral, e permite que os jovens tenham acesso a diferentes
formas de tratamentos baseados em plantas.

Bonfim et all (2015) quanto às formas de aquisição de conhecimento sobre uso de plantas
medicinais também chegaram a resultados similares a deste trabalho quando observaram que o
conhecimento do uso de plantas medicinais adquirido pelos feirantes foi oriundo principalmente
das pessoas mais experientes da sua família, com uma frequência de (62%), dos amigos e
vizinhos (25%) e por conta própria (13%). As observações feitas refletem a importância da
29

transmissão oral das práticas terapêuticas tradicionais, bem como o caráter familiar na
transmissão de conhecimentos.

3.3. Uso de plantas medicinais no tratamento de doenças

Para compreender o uso de plantas medicinais por jovens no tratamento de doenças, questionou-
se o seguinte: Usa plantas medicinais no tratamento de doenças? Neste contexto, notou-se que,
todos responderam que sim, usam plantas medicinais para tratamento de doenças.

Tabela 02: Uso de plantas medicinais

Nome científico Parte Forma de Doenças que trata


utilizada preparo

Allium cepa Caule Xarope Diabete

Allium sativum Caule Xarope Tosse e asma

Folha Infusão (Bafo) Tosse, asma e constipação


Anacardium occidentale
Mangifera indica Folha Maceração Dor de barriga

Chá Anemia

Catharanthus roseus Caule e raiz Infusão Dor de barriga e dor de cabeça

Cocus nucifera Raiz Maceração Dor de dente

Aloe vera Folha Maceração Dor de barriga

Emplasto Alergias

Nome científico Parte Forma de Doenças que trata


utilizada preparo
Continua
Momordica balsamina Folha Chá Dor de barriga

Manihot esculenta Folha Maceração Dor de barriga


30

Abrus precatorius Fruto Emplasto Conjuntivite

Carica papaya Folha Maceração, Dor de barriga


emplasto e chá

Adansonia digitata Folha Chá Dor de barriga

Moringa oleífera Folha Maceração e chá Dor de barriga

Flor Maceração Anemia

Musa paradisíaca Folha Pó Feridas

Fruto Líquido Dor de dente

Psidium guajava Folha Chá Diarreia

Eucalyptus sp Folhas Infusão (bafo) Dores de cabeça

Salix babylonica Folha Chá Dor de barriga

Ailanthus altíssima Folha Maceração Dor de barriga

Cymbopogon citratus Folhas Chá Tosse

Zizyphus mauritania Folha Maceração Dor de dente

Folha Chá Dor de barriga

Citrus limonum Fruto Maceração Tosse

Depois eles deporem que usam plantas medicinais no tratamento de doenças


diversificadas, foram solicitados a dizer quais são as plantas que eles usam no tratamento de
enfermidades? Perante este questionamento, a Moringa (Moringa oleífera) foi mencionado 24
vezes, Cacana (Momordica balsamina) 17 vezes, Eucalipto (Eucalyptus sp) 15 vezes, Santo
António (Catharanthus roseus) 13 vezes, Salgueiro – chorão (Salix babylonica) 8 vezes,
Mandioqueira (Manihot esculenta) mencionada 5 vezes, Babosa ( Aloe vera ) 6 vezes, Alho
31

(Allium sativum) 3 vezes, Bananeira (Musa paradisíaca) 2 vezes, por sua vez Goiabeira
(Psidium guajava) , Cajueiro (Anacardium occidentale), Papaieira (Carica papaya), Limoeiro
(Citrus limonum), Coqueiro (Cocus nucifera ), Mangueira (Mangifera indica) e Cebola (Allium
cepa) foram mencionados uma vez.

Neste caso, a espécie mais utilizada pelos jovens do posto administrativo de Chupanga é
Moringa (Moringa oleífera), comumente usada para tratar doenças do sistema digestivo (dor de
barriga). Para esta cura, os métodos de preparação desta planta tem sido a maceração ou chá
preparadas a partir das suas folhas.

Motivos que leva os jovens a usar plantas medicinais


80% 68%
60%
40%
20%
20% 12%
0%

Figura 04: Motivos que levam os jovens a usar plantas medicinais

De acordo com as respostas dos cinquenta (50) jovens entrevistados, sobre o que lhe
motiva a usar essas plantas? Trinta e quatro (34) que corresponde a 68% responderam que
motivos que levam os jovens a usar plantas medicinais é devido a elas serem eficazes no
tratamento de doenças, dez (10) jovens corresponde a 20% responderam que motivos que levam
os jovens a usarem plantas medicinais é por estarem distante da unidade sanitária, seis (6) jovens
correspondentes a 12% disseram que é o alto custo dos medicamentos sintécticos que motiva eles
a usarem plantas no tratamento de doenças.
32

Os resultados deste estudo, entram em contradição com os resultados obtidos por Bueno
et all (2016) no seu manual elaborado no âmbito de estudo de plantas medicinais e fitoterápicos
utilizadas na cicatrização de feridas, na qual constatou que o alto custo dos medicamentos
sintéticos e tratamentos tem dificultado as tomadas de decisões e muitas vezes os usuários do
sistema ficam sem o tratamento adequado, acaba motivando neste caso, a população a usarem
plantas medicinais para tratamento de várias enfermidades.
Neste estudo, notou-se que é o alto grau de eficácia das plantas medicinais com
frequência equivalente a 68%, que mais motiva os jovens a usá-las no tratamento de doenças.
Depois segue a maior distância para unidade sanitária com frequência correspondente a 20% e
ultimamente o alto custo dos medicamentos sintéticos com a menor frequência equivalente a
12%. Segundo esses pressupostos, fica esclarecido que os jovens do posto administrativo de
Chupanga usam meios alternativos para suprir o sistema público de saúde, através do uso de
procedimentos e tratamentos a partir de plantas medicinais.

3.4. A eficácia das plantas medicinais no tratamento de doenças

Os cinquenta (50) jovens após responderem que usam plantas medicinais para cura de
várias doenças, também foram submetidos a um questionamento que tinha por objectivo
entender, se as plantas foram ou não eficazes no tratamento da doença? Todos afirmaram que
quando usaram as plantas conseguiram atingir os seus objectivos, que é tratar a doença em causa.

Matos (2019) durante o seu estudo, também chegou a resultados similares a deste
trabalho, quando notou que as pessoas que usavam essas plantas para cura de doenças também as
achavam eficazes, devido a resultados positivos do seu uso e tornavam válidas as informações
terapêuticas que foram sendo acumuladas durante séculos por aqueles que usavam plantas
medicinais.

3.5. A parte da planta mais utilizada para tratamento de doenças


Na preparação dos remédios para tratamento de doenças através de plantas medicinais,
durante a entrevista, notou-se a maior utilização das folhas com frequência equivalente a 64%
em seguida citou-se caules com frequência equivalente a 12% e os frutos também tiveram a
33

mesma frequência igual a 12%, as raízes tiveram frequência igual a 8% e finalmente as flores
com uma frequência equivalente a 4%.
Durante o trabalho de campo, conseguiu - se mais informações em torno das partes
utilizadas para tratamento de doenças, onde abordaram que as folhas e flores colhidas devem
apresentar aspecto saudável, estando livres de envelhecimento, doenças e pragas, além de
manifestar um bom desenvolvimento. No caso da secagem das folhas, deve ser feita à sombra,
em área coberta, limpa e ventilada. No caso do caule, deve ser colhido de plantas adultas
saudáveis, lavadas em água corrente e em seguida secadas ao sol evitando assim o surgimento de
fungos. As raízes arrancadas do solo devem ser lavadas em água limpa, para retirar excesso da
terra.
Bonfim et all (2015), nas suas pesquisas também as folhas foram as partes das plantas
mais utilizadas, seguidas de cascas do tronco, flores, raízes, sementes e látex, preparadas na
maioria das vezes como chá, obtido por infusão ou decocção.
34

4. CONCLUSÃO

Da análise realizada no âmbito deste trabalho, conclui-se que são vinte e uma (21)
espécies de plantas medicinais, pertencentes a dezoito (18) famílias botânicas diferentes
conhecidas pelos jovens do posto administrativo de Chupanga e todas estas espécies de plantas
existem neste posto administrativo, usadas por eles para suprir as necessidades básicas da saúde.
A Moringa (Moringa oleífera) constitui a planta mais utilizada, depois segue a Cacana
(Momordica balsamina), Eucalipto (Eucalyptus sp), Santo António (Catharanthus roseus),
Salgueiro – chorão (Salix babylonica) e outras que possuem a frequência de utilização mais
baixa.

Na preparação das plantas para o tratamento de doenças notou-se maior utilização das
folhas, em seguida, caules, frutos e finalmente as flores com uma frequência mínima do uso.
Os jovens do posto administrativo de Chupanga possuem conhecimento sobre plantas medicinais
e aceitam o seu uso para tratamento de doenças. É o alto grau de eficácia das plantas medicinais
que mais motiva os jovens a preferir usá-las no tratamento de doenças.
Todavia, o uso de plantas medicinais pelos jovens é eficiente para o tratamento de
doenças em causa, consequentemente nos tratamentos efectuados por eles através dessas plantas,
sempre tiveram resultados positivos, facto este que acaba motivando-os a aderir com mais
frequência este tipo de tratamento.
Deve-se contribuir através da procura permanente de mais informações referentes ao uso
e manipulação correcta das plantas medicinais. Além disso, também deve-se cultivar plantas
medicinais nos quintais, machambas ou mesmo fazer jardins botânicos com base de plantas
medicinais, criando neste caso, uma biblioteca botânica que irá proteger as plantas sob riscos de
extinção.
35

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38

Apêndice
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Apêndice I: Guião de entrevista dirigido aos jovens do Posto Administrativo de Chupanga


I. DADOS PESSOAIS
Sexo: F___ M___ Idade: ______ anos Nível acadêmico:_______________
Profissão:_________________________________________
II. QUESTIONÁRIO
1. Já ouviu falar de plantas medicinais? Sim ( ) Não ( )
1.1. Sem sim, o que entende por plantas medicinais?
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1.2. Quais são as plantas medicinais que você conhece?


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1.3. Dentre essas que mencionou, quais é que existem em Chupanga?


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1.4. Quais são as doenças que podem ser tratadas por cada planta que mencionou?
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2. Como cada planta é usada para tratamento dessa doença?

Chá Emplasto Infusão Maceração em Xarope Pó Pomada


água fria /
quente

3. Onde adquire as plantas medicinais que você usa?

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4. Como adquiriu conhecimento de uso dessas plantas?


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5. Usa plantas medicinais no tratamento de doenças? Sim ( ) Não ( )


5.1. Se sim, quais?
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5.2. O que lhe motiva a usar essas plantas?


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6. As plantas foram ou não eficazes no tratamento da doença? ( ) Foram ( ) Não


foram

Anexo

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