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Ministério da Educação

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO


CAMPUS DIADEMA
Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas
Curso de Ciências

ALÍCIA FERREIRA DE CARVALHO

A aplicação de atividades práticas-experimentais com


alimentos em um programa de extensão universitária.

DIADEMA

2022
ALÍCIA FERREIRA DE CARVALHO

A aplicação de atividades práticas-experimentais com alimentos


em um programa de extensão universitária

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


exigência parcial para obtenção do título de Licenciatura
em Ciências, ao Instituto de Ciências Ambientais,
Químicas e Farmacêuticas da Universidade Federal de
São Paulo – Campus Diadema.
Orientador: Profa. Dra. Ana Maria Santos Gouw
Coorientadora: Ma. Paloma Marques dos Santos

DIADEMA

2022
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
ALÍCIA FERREIRA DE CARVALHO

A aplicação de atividades práticas-experimentais com alimentos


em um programa de extensão universitária

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


exigência parcial para obtenção do título de Licenciatura
em Ciências, ao Instituto de Ciências Ambientais,
Químicas e Farmacêuticas da Universidade Federal de
São Paulo – Campus Diadema.

Aprovado em: ____/____/_____.

BANCA EXAMINADORA
____________________________________
Profa. Dra. Ana Maria Santos Gouw (Orientadora)
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP

____________________________________
Profa Ma. Paloma Marques dos Santos (Coorientadora)
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP

____________________________________
Prof. Dr. Renato Barboza (Membro da Banca)
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP

___________________________________
Prof. Anderson Rocha (Membro da Banca)
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP

____________________________________
Profa. Dra.Simone Martorano (Membro da Banca)
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP
AGRADECIMENTOS

À Deus, por ter me sustentado com sabedoria e ajudado nessa caminhada longa.
À minha família, mais precisamente meus pais Maria e Rinaldo, pela paciência e apoio.
À minha irmã Tyciane, que me apoiou e não me deixou desistir em momentos de
fraqueza e cansaço.
À minha melhor amiga Mariele, que sempre esteve disposta a ajudar e me motivar em
momentos difíceis.
À esta Universidade, pelas oportunidades incríveis me proporcionou.
Aos meus orientadores, Ana Gouw e Paloma Marques, que se dispuseram a me orientar
e mantiveram-se pacientes nas situações em que precisei.
Á minha psicóloga Vanessa, que em momentos difíceis me orientou e ajudou a não
desistir.
À escola que autorizou a aplicação da pesquisa, e aos participantes que se dispuseram a
ajudar para a coleta de dados.
Aos meus amigos, em especial Amanda, Andrey, Lucas e Vitória que, desde início,
foram pessoas maravilhosas e tornaram este caminho mais leve e divertido.
E a todas as pessoas maravilhosas que passaram pela minha vida nesse período, que
acreditaram no meu potencial. Cada um possui um espaço importante e especial em minha
trajetória, e ao grupo de pesquisa Perspectivas para o Ensino do Conhecimento Biológico.
“Educação não transforma o mundo.
Educação muda as pessoas. Pessoas
transformam o mundo”.
(Paulo Freire)
RESUMO
CARVALHO, Alícia Ferreira. A aplicação de atividades práticas-experimentais com
alimentos em um programa de extensão universitária. 2022. 68 f. Trabalho de Conclusão
de Curso (Especialização em Ciências) – Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e
Farmacêuticas – Departamento de Ciências Exatas e da Terra. Universidade Federal de São
Paulo, São Paulo, 2022.
A alimentação é um aspecto fundamental para a promoção da saúde. No entanto, devido ao
desenvolvimento da sociedade o consumo de alimentos industrializados cresceu, colaborando
para alterações de hábitos alimentares. O objetivo desse trabalho foi a implementação de
atividades práticas-experimentais, voltada para o ensino de alimentação, no programa de
extensão universitária: “Cientista por um dia” da Universidade Federal de São Paulo, que busca
a interação entre a universidade e escolas de educação básica, promovendo a troca de saberes
científicos. Para análise e compreensão dos dados coletados, foi utilizado o método de pesquisa
qualitativa, por meio de uso de questionário, registros fotográficos, gravação de áudio,
observação de dúvidas e questionamentos dos participantes. O estudo possibilitou a verificação
de práticas e hábitos alimentares semelhantes entre os alunos, na qual, consomem alimentos
caracterizados como ultraprocessados que possuem vários ingredientes em sua composição,
com alta taxa de calorias, levando diretamente à malefícios na saúde. Além disso, a utilização
de atividades práticas-experimentais estimula a criatividade e crítica no processo de ensino-
aprendizagem. Abordar tema alimentação em sala de aula com atividades práticas contribui aos
estudantes uma aprendizagem significativa sobre suas bases alimentares e nutricionais no
contexto da importância de hábitos saudáveis, de modo que, sua importância é essencial para
manutenção e desenvolvimento social.
PALAVRAS-CHAVES: Atividades práticas-experimentais; Hábitos alimentares; Extensão
universitária; ensino-aprendizagem.
ABSTRACT
Food is a fundamental aspect for health promotion. However, due to the development of society,
the consumption of processed foods has grown, contributing to changes in eating habits. The
objective of this work was the implementation of practical-experimental activities, focused on
the teaching of food, in the university extension program: "Scientist for a day" of the Federal
University of São Paulo, which seeks the interaction between the university and schools of
education. basic education, promoting the exchange of scientific knowledge. For analysis and
understanding of the collected data, the qualitative research method was used, through the use
of a questionnaire, photographic records, audio recording, observation of doubts and questions
from the participants. The study made it possible to verify similar eating habits and practices
among the students, in which they consume foods characterized as ultra-processed that have
several ingredients in their composition, with a high rate of calories, leading directly to health
harm. Furthermore, the use of practical-experimental activities stimulates creativity and
criticism in the teaching-learning process. Addressing food in the classroom with practical
activities contributes to students' significant learning about their food and nutritional bases in
the context of the importance of healthy habits, so that their importance is essential for
maintenance and social development.

KEY-WORDS: Practical-experimental activities; Eating habits; University Extension;


teaching-learning.
LISTAS DE ILUSTRAÇÕES
Imagem 1 - Exemplo de Rótulo de Embalagem ...................................................................... 21
Imagem 2 - Explicação Inicial das Atividades ........................................................................ 33
Imagem 3 - Gráficos: Representação dos Hábitos Alimentares ............................................. 34
Imagem 4 - Preenchimento do Quadro Hábitos Alimentares .................................................. 35
Imagem 5 - Aplicação do Experimento: Presença de Amido nos Alimentos ......................... 37
Imagem 6 - Alimentos antes da aplicação do lugol ................................................................. 38
Imagem 7 - Alimentos com a presença de amido ................................................................... 38
Imagem 8 - Alimentos sem a presença de amido .................................................................... 39
Imagem 9 - Palavras Cruzadas ................................................................................................ 41
Imagem 10 - Classificação dos Alimentos .............................................................................. 42
Imagem 11 - Classificação dos alimentos posterior a atividade .............................................. 44
Imagem 12 - Analisando as Embalagens ................................................................................. 45
LISTA DE QUADRO E TABELA
Quadro 1 - Termos CEP .......................................................................................................... 25
Quadro 2 - Etapas da Pesquisa ................................................................................................ 25
Quadro 3 – Descrição da Atividade I ...................................................................................... 26
Quadro 4 – Descrição da Atividade II..................................................................................... 26
Quadro 5 - Descrição da Atividade III .................................................................................... 27
Quadro 6 – Descrição da Atividade IV ................................................................................... 28
Quadro 7 - Etapas das Atividades ........................................................................................... 28
Quadro 8 - Questionário aplicado aos alunos.......................................................................... 29
Quadro 9 - Legenda utilizada para transcrição de áudio ......................................................... 31
Quadro 10 - Mudança de Coloração da reação iodo-amido .................................................... 40

Tabela 1 - Classificação das Categorias dos Alimentos .......................................................... 42


LISTA DE SIGLAS

Base Nacional Comum Curricular BNCC


Parâmetros Curriculares Nacionais PCN’s
Universidade Federal de São Paulo UNIFESP
Comitê de Ética em Pesquisa CEP
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 14
1.2 Importância do estudo ................................................................................................. 14
1.3 Justificativa.................................................................................................................... 15
2. OBJETIVOS....................................................................................................................... 16
2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 16
2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................... 16
3. REFERENCIAL TEÓRICO..............................................................................................17
3.1 Ensino de Ciências ........................................................................................................ 17
3.2 Atividades práticas e experimentais no ensino........................................................... 18
3.3 Práticas de alimentação saudável e sua importância para o desenvolvimento
humano ................................................................................................................................ 19
3.3.1 As informações contidas na embalagem de alimentos .................................................. 20
3.4 Extensão Universitária ................................................................................................. 21
4. METODOLOGIA............................................................................................................... 23
4.1 Natureza da Pesquisa .................................................................................................... 23
4.2 Contexto da Pesquisa .................................................................................................... 23
4.3 Cientista por um dia ..................................................................................................... 24
4.4 Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) ........................................................................... 24
4.5 Etapas da Pesquisa........................................................................................................ 25
4.6 Contexto Social e Econômica dos Estudantes Participantes......................................27
4.7 Descrição das Atividades .............................................................................................. 26
4.8 Organização das atividades durante a visita na escola ............................................. 28
4.9 Aplicação do questionário ............................................................................................ 29
4.10 Transcrição das atividades ......................................................................................... 31
4.11 Análise de conteúdo .................................................................................................... 32
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES..................................................................................... 33
5.1 Implementação da atividade e participação dos alunos ............................................ 33
5.2 Realização da atividade I ............................................................................................. 33
5.3 Realização da Atividade II ........................................................................................... 36
5.4 Realização da Atividade III ......................................................................................... 41
5.5 Realização Atividade IV ............................................................................................... 44
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................ 46
7. REFERÊNCIAS................................................................................................................. 47
APÊNDICES........................................................................................................................... 53
APÊNDICE A – Atividades Alunos Alimentação ............................................................ 53
APÊNDICE B – Termo de Autorização do(a) diretor(a) da unidade (universidade)
participante.......................................................................................................................... 55
APÊNDICE C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Pai/Responsável
(para alunos menores de 18 anos) ..................................................................................... 56
APÊNDICE D – Termo de Assentimento (alunos) .......................................................... 59
APÊNDICE E – Transcrições das gravações de áudios durante as atividades ............. 61
14

1. INTRODUÇÃO

1.1 Organização da Monografia

O presente trabalho está estruturado da seguinte forma: o primeiro capítulo apresenta a


introdução, com referências sobre alimentação e contextualização do processo de ensino-
aprendizagem na área de ciências. No segundo capítulo, são descritos os objetivos do trabalho,
geral e específicos. O terceiro capítulo, traz a fundamentação teórica, com a descrição da
importância do ensino de ciências, atividades experimentais, extensão universitária e práticas
alimentares. O quarto, apresenta a metodologia, caracterizada como pesquisa qualitativa. O
quinto capítulo, mostra os resultados e discussões da pesquisa, as atividades desenvolvidas, o
processo de implementação das atividades realizadas, descreve a participação dos alunos e as
concepções ao desenvolvimento das práticas. Para melhor compreensão, uma parte destes dados
foram apresentados em forma de gráficos, quadros e tabelas. Por fim, o sexto capítulo apresenta
as considerações finais, sintetizando os dados do trabalho desenvolvido no programa de
extensão universitária e as contribuições de atividades práticas-experimentais no ensino-
aprendizagem em ciências.

1.2 Importância do estudo


De acordo com Santos et al. (2011, p. 71) “ensinar ciências é fazer com que o aluno
contribua para o seu próprio desenvolvimento, e que seja capaz de questionar, refletir e
raciocinar”. Portanto, a ciência proporciona aos cidadãos os conhecimentos necessários para o
desenvolvimento da sociedade, compreendendo questões do dia a dia, tomando posição e
intervindo na realidade (SANTANA; SANTANA; CAMPOS, 2011).

A ausência de atividades práticas relacionadas aos conteúdos teóricos no ensino de


ciências geralmente promove no estudante desmotivação e insatisfação, levando
consequentemente um bloqueio que impossibilita a aprendizagem (SILVA, et al. 2009). Nesse
aspecto, as aulas práticas são ferramentas pedagógicas importantes para a construção do
pensamento científico, pois estabelecem o diálogo entre teoria e prática, por meio de estímulos
ocasionados pela experimentação (TRIVELATO; SILVA, 2016).

Com a realização de atividades práticas, é possível verificar os benefícios no processo


de ensino-aprendizagem, como a participação ativa do aluno no desenvolvimento de tarefas,
15

permitindo a melhor assimilação de contextos teóricos apresentados em sala de aula,


despertando o interesse do mesmo, na identificação de processos e fenômenos científicos
(SILVA, 2017).

1.3 Justificativa
Considerada uma questão vital, a alimentação é além do que ingestão de nutrientes: tem
um significado único para cada indivíduo, constituindo um traço de identidade (LOUREIRO,
2004). Entretanto, o desenvolvimento, a urbanização e progressão da sociedade, colaborou para
a alteração de hábitos alimentares, como o crescente no consumo de alimentos industrializados,
que possuem alta taxas de calorias e menos nutrientes. (DIAS, 2016).
Como alternativa para divulgar as práticas de alimentação saudável, o Governo Federal
lançou o Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado primeiramente em 2006, que
apresentou as diretrizes iniciais sobre alimentação para a sociedade.
O Guia Alimentar para a População Brasileira retrata que:
O acesso a informações confiáveis sobre características e determinantes da
alimentação adequada e saudável contribui para que pessoas, famílias e comunidades
ampliem a autonomia para fazer escolhas alimentares e para que exijam o
cumprimento do direito humano à alimentação adequada e saudável (BRASIL, 2014,
p. 21).

Portanto, é importante que a população conheça as propriedades dos alimentos que


consomem, visando a prática de alimentação saudável. Atualmente, os alimentos são
classificados em quatro categorias, definidas de acordo com o tipo de processamento, sendo in
natura, minimamente processados, processados e ultraprocessados (BRASIL, 2008).

As práticas alimentares são contempladas na Base Nacional Comum Curricular, com


ênfase para “a necessidade da análise de hábitos alimentares e a discussão da ocorrência de
distúrbios nutricionais, como obesidade e desnutrição entre crianças e jovens” (BRASIL, 2018,
p. 341). Assim, o tema alimentação deve ser abordado no ensino fundamental, com o objetivo
de promover a reflexão sobre as práticas de alimentação saudável.

Desta forma, o estudo da alimentação envolve a compreensão de hábitos existentes no


cotidiano, refletindo na sociedade, o que leva à debates dentro de âmbitos econômicos e sociais.
Dito isso, o presente trabalho busca levar atividades práticas-experimentais por meio do
programa de extensão universitária, “Cientista por um dia”, voltado para a abordagem de temas
relacionados à alimentação saudável.
16

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

✔ Implementar atividades práticas e experimentais por meio de um projeto de Extensão


Universitária, voltado para o ensino de práticas alimentares;

2.2 Objetivos Específicos


✔ Analisar as potencialidades propostas das atividades práticas no ensino sobre
alimentação;
✔ Verificar as contribuições que um experimento realizado no contexto de um programa
de extensão pode oferecer no ensino-aprendizagem de Ciências e Biologia.
17

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Ensino de Ciências


De grande relevância para a sociedade, as ciências propõe a análise e explicação de
fenômenos da natureza contribuindo para o desenvolvimento social, político, econômico e
ambiental. Dessa forma tem como objeto de estudo o conhecimento científico que resulta na
investigação de questões recorrentes do dia a dia (ARAÚJO, 2006).

A BNCC (2018) retrata que:

[...] a área de ciências, por meio de um olhar articulado de diversos campos do saber,
precisa assegurar aos alunos do Ensino Fundamental o acesso à diversidade de
conhecimentos científicos produzidos ao longo da história, bem como a aproximação
gradativa aos principais processos, práticas e procedimentos da investigação científica
(BRASIL, 2018, p. 321).

As ciências preocupa-se em não só em entender os fenômenos que ocorrem, como


também em representa-los e indicar teorias que podem levar a interpretação como eles
acontecem (OLIVEIRA; SILVEIRA, 2013). De acordo com Trivelato e Tonidandel (2015), a
ciência permite que o indivíduo analise situações do dia a dia, compreenda problemas e desafios
socioeconômicos e ambientais e tome decisões, por meio de conhecimentos técnico-científicos.

Para a BNCC (2018) ao estudar ciências:

As pessoas aprendem a respeito de si mesmas, da diversidade e dos processos de


evolução e manutenção da vida, do mundo material com os seus recursos naturais,
suas transformações e fontes de energia, do planeta no sistema solar e no universo e
da aplicação dos conhecimentos científicos nas várias esferas da vida humana
(BRASIL, 2018, p. 325).

Camargo e Silva (2017, p. 134) retrata que, “o principal foco no ensino na área de
ciências é a busca por nova teorias, abordagens e metodologias que transformem a postura do
professor em sala de aula, possibilitando, que as suas práticas, sobreponha as características do
ensino tradicional”.

Portanto o ensino de ciências não deve levar ao aluno apenas conceitos teóricos de
processos físicos, químicos e biológicos, mas também um aspecto crítico na natureza das
ciências e da construção do conhecimento científico (MELO, 2010). Nesse aspecto, “a partir
do entendimento da complexidade do processo de ensinar, o uso de estratégias de ensino
diferenciadas nas aulas de ciências tende a maximizar as aprendizagens de estudantes em
diferentes contextos e conteúdos” (TRIVELATO; SILVA, 2016, p. 09).
18

De acordo com Leite et al. (2017) o ensino de biologia, contribui a uma reflexão crítica
referente aos processos de construção do conhecimento científico-tecnológico e de suas
consequências na população. Os Parâmetros Nacionais Curriculares (2000) consideram que:

O aprendizado da biologia deve permitir a compreensão da natureza viva e dos limites


dos diferentes sistemas explicativos, a contraposição entre os mesmos e a
compreensão de que a ciência não tem respostas definitivas para tudo, sendo uma de
suas características a possibilidade de ser questionada e de se transformar (BRASIL,
2000, p. 14).

3.2 Atividades práticas e experimentais no ensino


No processo de ensino-aprendizagem, é preponderante a presença de questões teóricas
apresentadas em classe, por meio de aulas expositivas. Porém, elas não são suficientes para
levar ao interesse e a atenção dos estudantes aos conteúdos programáticos das disciplinas
(SILVA, 2017). Para Passobom, Okada e Diniz (2003):
Os alunos têm papel de ouvintes e, na grande parte das vezes, os conhecimentos
passados pelos professores não são totalmente absorvidos por eles, que são apenas
memorizados por um curto período e, geralmente, esquecidos comprovando a não
ocorrência de um verdadeiro aprendizado (POSSOBOM; OKADA; DINIZ, 2003, p.
113).

Tendo em vista a necessidade de criar metodologias de ensino, as aulas práticas são


essenciais para a produção do pensamento científico, contribuindo com a relação entre teoria e
prática, através de estímulos ocasionados pela experimentação (SILVA, 2017). Ainda, segundo
Costa e Batista (2017), as atividades práticas são caracterizadas com abordagem pedagógica
que incentiva a criatividade, a crítica e a reflexão no ensino-aprendizagem, levando
conhecimentos importantes aos estudantes.
Uma alternativa de atividade prática é a experimentação, que geralmente analisa
fenômenos e suas transformações. A BNCC retrata que é “imprescindível que os alunos sejam
progressivamente estimulados e apoiados no planejamento e na realização cooperativa de
atividades investigativas, bem como no compartilhamento dos resultados dessas investigações”
(BRASIL, 2018, p. 321).
Leiria e Metaruco (2015) comentam que:
As experiências de alguma maneira estão ligadas ao ser humano, visto que as mesmas
se apresentam nas interações dos homens com o meio em que vivem, além de estar
presente em suas experiências sociais, procurando formar uma fonte de dados que
possa construir para as suas informações e assim poder formalizar o seu senso comum
(LEIRIA; METARUCO, 2015, p. 322).

Assim, as aulas práticas experimentais levam ao aprendizado, contextualizando os


estudos teóricos, constituindo-se em um fator essencial para a construção do conhecimento.
Para Catelan e Rinaldi (2018):
19

As atividades investigativas permitem a construção de conhecimentos e a reflexão dos


alunos sobre a construção de conceitos, favorecendo as relações com questões do dia
a dia, desenvolvendo competências, atitudes e valores que tanto é preconizado pelas
políticas públicas de educação do nosso país (CATELAN; RINALDI, 2018, p. 312).

No entanto, as atividades práticas não são necessariamente realizadas em laboratórios.


O professor pode usar diversos recursos, com a finalidade de tornar os conceitos teóricos mais
interessantes, motivadores e próximos da realidade (PERUZZI; FOFONKA, 2021).

3.3 Práticas de alimentação saudável e sua importância para o desenvolvimento


humano
A alimentação é essencial para a manutenção e desenvolvimento do corpo humano,
contribuindo no crescimento, levando à qualidade de vida e cidadania (BUSATO et al. 2015).
Cunha retrata que:
Os hábitos alimentares de um indivíduo refletem sua imagem, não só o corpo, mas
também a mente que se desenvolve de acordo com a sua alimentação, por esse motivo
é de extrema importância ter uma alimentação saudável e adequada com cada fase do
desenvolvimento humano, para cada fase da vida, a alimentação tem uma importância
diferente, mas é essencial em todas elas (CUNHA, 2014, p. 09).

Ainda, a prática de alimentação saudável, contribui diretamente para o funcionamento


do corpo. O Ministério da Saúde recomenda que:
Práticas alimentares assumam a significação social e cultural dos alimentos como
fundamento básico conceitual, nesse aspecto é fundamental resgatar estas práticas
bem como estimular a produção e o consumo de alimentos saudáveis regionais (como
legumes, verduras e frutas), sempre levando em consideração os aspectos
comportamentais e afetivos relacionados às práticas alimentares (BRASIL, 2010, p.
22).

Entretanto, o desenvolvimento da sociedade, a urbanização e a modernização conduziu-


a mudanças nas práticas alimentares da população, sendo comum a obtenção de alimentos
industrializados, que são caracterizados como menos nutritivos e mais calóricos (DIAS, 2016).
O Guia Alimentar para a População Brasileira (2014) comenta:
A alimentação adequada e saudável é um direito humano básico que envolve a
garantia ao acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a uma prática
alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais do indivíduo e que deve estar
em acordo com as necessidades alimentares especiais; ser referenciada pela cultura
alimentar e pelas dimensões de gênero, raça e etnia; acessível do ponto de vista físico
e financeiro; harmônica em quantidade e qualidade, atendendo aos princípios da
variedade, equilíbrio, moderação e prazer; e baseada em práticas produtivas
adequadas e sustentáveis (BRASIL, 2014, p. 09).

Seguindo o mesmo guia, os alimentos são divididos em quatro ordens, classificados


conforme a condição de processamento utilizado na sua produção, sendo:

Alimentos in natura: aqueles obtidos diretamente de plantas ou de animais (como


folhas e frutos ou ovos e leite) e adquiridos para consumo sem que tenham sofrido
20

qualquer alteração após deixarem a natureza. [...] Alimentos Minimamente


Processados: foram submetidos a alterações mínimas. Exemplos incluem grãos secos,
polidos e empacotados ou moídos na forma de farinhas, raízes e tubérculos lavados,
cortes de carne resfriados ou congelados e leite pasteurizado. [...] Alimentos
Processados: corresponde a produtos fabricados essencialmente com a adição de sal
ou açúcar a um alimento in natura ou minimamente processado, como legumes em
conserva, frutas em calda, queijos e pães. [...] Alimentos Ultraprocessados:
corresponde a produtos cuja fabricação envolve diversas etapas e técnicas de
processamento e vários ingredientes, muitos deles de uso exclusivamente industrial.
Exemplos incluem refrigerantes, biscoitos recheados, “salgadinhos de pacote” e
“macarrão instantâneo” (BRASIL, 2014, p. 29).

3.3.1 As informações contidas na embalagem de alimentos


As embalagens se encontram em vários campos, mas se evidenciam no setor
alimentício, tendo como objetivo beneficiar a conservação do alimento (LANDIM, et al. 2016).
Além disso, a embalagem também, é um meio informativo para consumidores e distribuidores.

Oliveira e Pessoa (2020) consideram que as embalagens apresentam:

Informações importantes, como: lista de ingredientes, conteúdos líquidos,


identificação da origem, nome ou razão social e endereço do importador, no caso de
alimentos importados, identificação do lote, prazo de validade, instruções sobre o
preparo, informação nutricional e uso do alimento, quando necessário (OLIVEIRA,
PESSOA, 2020, p. 01).

A resolução RDC 360/03: Regulamento Técnico Sobre Rotulagem Nutricional de


Alimentos Embalados, foi determinada pela ANVISA, leva a obrigatoriedade da rotulagem
nutricional, com a finalidade de beneficiar o consumidor (BRASIL, 2005). As informações
indispensáveis que devem constar no rótulo nutricional são: valor energético, valor diário,
carboidratos, proteínas, fibra alimentar, gorduras totais, saturadas, trans e sódio.
21

Imagem 1 - Exemplo de Rótulo de Embalagem

Fonte: ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2017).

De acordo com Oliveira e Pessoa (2020), os rótulos dos alimentos contribuem para a
compreensão sobre seu consumo e levam a alimentação adequada, proporcionando boas
escolhas para consumo, durante a alimentação. É uma maneira de transmitir as características
dos alimentos para os consumidores, uma vez que compreender as informações que estão nas
embalagens auxiliam nas escolhas alimentares e levam a uma alimentação mais equilibrada
(PAIVA, 2018).

3.4 Extensão Universitária


A extensão é um “processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a
pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre Universidade e
Sociedade” (FORPROEX, 1987, p. 11).
O Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior
Brasileiras (FORPROEX), foi criado para que a extensão universitária esteja presente no
processo de integração entre universidade e sociedade, caracterizado como:
Uma organização voltada para a articulação e definição de políticas acadêmicas de
extensão, comprometida com a transformação social para o pleno exercício da
cidadania e o fortalecimento da democracia. Se baseia no Plano Nacional de Extensão
Universitária que visa articular, de forma efetiva, o espírito constitucional da
indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão no ambiente universitário
(FORPROEX, 2016, p. 14).

A Política Nacional de Educação de Extensão Universitária (2012) considera que a


extensão universitária:
Assume interesse especial a possibilidade de produção de conhecimento na interface
universidade e comunidade, priorizando as metodologias participativas e favorecendo
o diálogo entre categorias utilizadas por pesquisados e pesquisadores, visando a
criação e recriação de conhecimentos possibilitadores de transformações sociais, onde
a questão central será identificar o que deve ser pesquisado e para quais fins e
interesses se buscam novos conhecimentos (FORPROEX, 2012, p. 28).
22

Diante disso, o modelo de extensão é importante para o desenvolvimento social e


acadêmico, levando contribuições que visam melhoria para a sociedade. Para Duarte (2014),
ela auxilia os estudantes em aprofundar conhecimentos obtidos, de modo que, no desenvolver
dos projetos, os temas são abordados com mais profundidade. Além disso, “o ensino rompe as
barreiras da sala de aula e sai do ambiente fechado da universidade, para que haja a troca de
informações provenientes do ambiente primordial”. (RODRIGUES, et al. 2013, p. 143).
Na ausência da possibilidade de realização de atividades práticas nas escolas, dada pela
ausência de equipamentos, a aproximação da universidade com a escola, por meio da extensão
universitária pode ser uma possibilidade para ocorrer tais práticas (PERUZZI; FOFONKA,
2021). Neste contexto, as atividades práticas em um programa de extensão universitária
possibilitam experiências essenciais para a formação do conhecimento científico.
Ferreira et al. (2016) comentam:
As atividades de extensão universitária colaboram para a formação do aluno por
ampliarem o universo de referência que estes ensejam e permitirem contato direto com
grandes questões contemporâneas, possibilitando o enriquecimento da experiência em
termos teóricos e metodológicos. Outrossim, abrem espaços para reafirmação e
materialização dos compromissos éticos e solidários da universidade pública
brasileira (FERREIRA, et al., 2016, p. 506).

O programa “Cientista por um dia”1 da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP),


visa o encontro de escolas da região do ABCD com Universidade Federal de São Paulo, campus
Diadema, promovendo a interação dos alunos com a cultura científica por meio de atividades
investigativas, lúdicas e experimentais.

1
Mais informações em: <https://caec.diadema.unifesp.br/programas-e-projetos/programas-e-projetos-no-
campus/cientista-por-um-dia>. Acesso em: 15/11/2021.
23

4. METODOLOGIA

4.1 Natureza da Pesquisa


A pesquisa aqui empregada se caracteriza como qualitativa, que de acordo com Bogdan
e Biklen (1994, p. 25), “reflete uma espécie de diálogo entre os investigadores e os respectivos
sujeitos”.
Neves (1996) comenta que a pesquisa qualitativa:
[...] costuma ser direcionada, ao longo de seu desenvolvimento, na qual, não busca
enumerar ou medir eventos e geralmente, não emprega instrumental estatístico para
análise dos dados; seu foco de interesse é amplo e parte de uma perspectiva
diferenciada da adotada pelos métodos quantitativos. Dela faz parte a obtenção de
dados descritivos mediante contato direto e interativo do pesquisador com a situação
objeto de estudo. Assim, nas pesquisas qualitativas, é frequente que o pesquisador
procure entender os fenômenos, segundo a perspectiva dos participantes da situação
estudada e, a partir, daí situe sua interpretação dos fenômenos estudados (NEVES,
1996, p. 01).

Geralmente, os pesquisadores qualitativos utilizam diversas tipologias de dados, como


questões numéricas, registros fotográficos, observação indireta, produções textuais ou outro
tipo que esclareça a condição que está acontecendo (STAKE, 2011). Assim, como instrumento
de coleta de dados a presente pesquisa utilizou:

✔ Questionário;
✔ Gravação de áudio dos participantes;
✔ Registros fotográficos;
✔ Observação de dúvidas e questionamentos dos participantes.

4.2 Contexto da Pesquisa


O desenvolvimento do projeto com o tema alimentação foi realizado por meio de
discussões nas reuniões do grupo de pesquisa: Perspectivas para o ensino do conhecimento
biológico, liderado pela Profa. Dra. Ana Maria Santos Gouw.
As atividades práticas desenvolvidas foram aplicadas presencialmente em uma escola
municipal de Diadema - SP, à estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental I. A participação
dos estudantes nesta pesquisa envolveu a presença na aplicação de atividades práticas
investigativas sobre o tema alimentação, bem como o preenchimento de questionário durante a
execução do projeto.
No decorrer das atividades, houveram registros fotográficos e gravações de áudio dos
participantes, assegurando o anonimato da pesquisa, e quaisquer formas de identificação foram
representadas por siglas. A atuação de participantes dessa pesquisa foi voluntária, não
24

possuindo nenhum tipo de compensação financeira.

4.3 Cientista por um dia


O programa de extensão “Cientista por um dia”, é uma ação de extensão universitária
da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), que organiza visitas pré-agendadas para
escolas estaduais e municipais da região do ABCD (devido à proximidade com a universidade),
para que os alunos interajam com a cultura científica por meio de atividades práticas,
investigativas e experimentais, nas áreas das ciências (biologia, física e química). As escolas
interessadas marcam e aguardam a confirmação de disponibilidade dos laboratórios designados
à recepção dos alunos, para que possam acompanhar as pesquisas e conhecer a prática da rotina
científica. A aplicação das atividades é realizada pelos graduandos de licenciatura ou bacharel
do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas (ICAQF).
Geralmente, as atividades são aplicadas nos laboratórios de pesquisa da UNIFESP,
porém, devido ao avanço da pandemia do Coronavírus, as atividades presenciais foram
inicialmente suspensas e precisaram ser adaptadas. Diante dessa situação, as atividades de
extensão foram realizadas de forma on-line no início da pandemia, da maneira que as escolas
agendavam as atividades práticas e o bolsista do projeto de extensão as executavam-nas.
Posteriormente, devido a flexibilização de medidas restritivas no município de Diadema,
ocorreu a retomada das aulas presenciais, de acordo com o Decreto Municipal nº 8.027 de
13/10/2021 e o programa “Cientista por um dia”, retornou com algumas visitas presenciais.
Assim, com a autorização da escola, as atividades foram aplicadas presencialmente no ambiente
escolar, respeitando todos os protocolos de segurança referente ao Covid-19, como: álcool em
gel e máscaras.

4.4 Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)


O Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)2 da UNIFESP é responsável por analisar e
fiscalizar as pesquisas realizadas na instituição. A pesquisa aqui apresentada seguiu todas as
indicações solicitadas pelo CEP, de modo que, o projeto foi submetido e aprovado, podendo
ser identificado pelo CAAE: 33080820.7.0000.5505. Ademais, para a coleta de dados, os
participantes precisavam assinar os termos de assentimento. Por se tratarem de menores de 18
anos, os responsáveis assinaram o termo de consentimento, autorizando os seus filhos(as) a
participar da pesquisa.

2
Mais informações em: < https://cep.unifesp.br/>. Acesso em: 15/11/2021
25

Para a aprovação pelo Comitê de ética em pesquisa (CEP) foram desenvolvidos os


seguintes documentos:
Quadro 1 - Termos CEP

Termo de Autorização do(a) diretor(a) da unidade (universidade) participante.


(APÊNDICE B)
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Pai/Responsável (para alunos
menores de 18 anos). (APÊNDICE C)

Termo de Assentimento (alunos). (APÊNDICE D)


Fonte: Autoria própria, 2021.

4.5 Etapas da Pesquisa


A pesquisa foi desenvolvida nas seguintes etapas:
Quadro 2 - Etapas da Pesquisa

ETAPAS
Escolha do tema das atividades práticas sobre alimentação no projeto de Extensão
A
Universitária.
B Escolha e adaptações das atividades para ensino fundamental I.
Apresentação do tema durante as reuniões de orientação do trabalho de conclusão de
C
curso (TCC).
D Pesquisa do referencial teórico.
E Elaboração do questionário.
Assinatura dos termos de consentimento e assentimento para a realização da pesquisa
F
com os estudantes.
Elaboração do roteiro das atividades que, descreve os objetivos, duração, materiais,
G
desenvolvimento e questões a serem discutidas.
H Agendamento para aplicação das atividades na escola.
I Análise de metodologias aplicadas para coleta de dados.
J Aplicação da atividade na escola.
K Análise de resultados.
L Elaboração da monografia.
Fonte: Autoria própria, 2021.

4.6 Contexto Social e Econômica dos Estudantes Participantes


A alimentação vai além da nutrição e manutenção do corpo, é uma questão sociopolítica,
pois é através dela que as pessoas se unem para fazer as refeições e estabelecem relações. Isto
percorre desde a escolha do alimento, até sua maneira de preparo, na qual, o estilo alimentar do
indivíduo está intimamente ligado com fatores sociais (MINUZI, POMMER, 2019).
Para Bertoncelo (2019, p. 01) “a investigação sociológica da estratificação social das
práticas alimentares se insere num conjunto mais amplo de estudos sobre as mudanças mais ou
26

menos recentes nos padrões de consumo e nos modos como diversos fatores estruturais moldam
o comportamento de indivíduos e grupos sociais”. Nesse aspecto, ao realizar essa pesquisa,
anteriormente a aplicação das atividades houve o levantamento da classe econômica e social
dos alunos participantes, visto que, por ser um tema delicado pode ocasionar constrangimentos.
Todos os estudantes participantes, não possuíam defasagem alimentar no seu ambiente familiar
e houve o levantamento e discussão juntamente com professores, direção e pesquisadora sobre
o assunto.

4.7 Descrição das Atividades


O projeto foi desenvolvido com a finalidade de levar aos alunos conceitos sobre hábitos
alimentares, a partir de atividades práticas-experimentais. Houve a construção de roteiros
descritivos das atividades aplicadas, para a melhor execução e desenvolvimento, conforme
apresentados abaixo:
Quadro 3 – Descrição da Atividade I

ATIVIDADE I
Tema Quais Alimentos Eu Consumo no Meu Dia a Dia?
Público-Alvo Ensino Fundamental I: 3º ano.
Analisar quais são os hábitos alimentares; verificar a
Objetivos
importância da alimentação saudável.
Duração 30 minutos.

- Folha Sulfite
Materiais
- Lápis

Foi disponibilizado, um quadro, na qual, os alunos informaram


Descrição quais alimentos geralmente consomem no dia a dia, sendo no
café da manhã, almoço, jantar e a sua comida favorita.

Por que precisamos nos alimentar?; Se ao acaso uma pessoa não


se alimentar durante o dia, o que acontece com ela?; Qual a
Questões a serem
importância de consumir os alimentos?; Existem alimentos que
discutidas
fazem mal à saúde?; O que são nutrientes, vitaminas, gorduras,
carboidratos e proteínas?.
Fonte: Adaptado de PEREIRA & VILLELA (2017).

Quadro 4 – Descrição da Atividade II

ATIVIDADE II
Tema A Presença de Amido nos Alimentos
Público-Alvo Ensino Fundamental I: 3º ano.
27

Realizar um experimento de identificação de amido em


alimentos do dia a dia, a partir da reação com iodo (lugol);
Objetivos introduzir conceitos sobre uma boa alimentação e as causas da
má alimentação e em quais alimentos pode-se encontrar
vitaminas, proteínas e carboidratos.
Duração 40 minutos.
- Pipeta de Plástico Alimentos
- Placas de Petri - Pão (francês e forma)
- Reagente Lugol (Iodo). - Torrada;
- Bolacha de Água e Sal;
- Macarrão;
- Sal;
- Açúcar;
Materiais
- Arroz (cozido e cru)
- Batata;
- Queijo (Mussarela)
- Presunto;
- Maçã;
- Uva;
- Banana.

Os alunos adicionaram duas a três gotas de lugol (iodo) aos


Descrição
alimentos selecionados.

O que você entendeu do amido? Qual sua importância?; Você


Questões a serem costuma comer alimentos com a presença de amido, se sim
discutidas quais?; Na atividade, houve a mudança da cor do lugol em
determinados alimentos, quais?.
Fonte: Adaptado de LOUREIRO et al. (2020).

Quadro 5 - Descrição da Atividade III

ATIVIDADE III
Tema Tipo de Alimentos
Público-Alvo Ensino Fundamental I: 3º ano.
Introduzir conceitos teóricos referentes a alimentação e tipos de
Objetivos
alimentos; conscientizar práticas de alimentação saudável.
Duração 30 minutos.
Explicação e demonstração dos tipos de alimentos, como: in
Conteúdo natura, minimamente processados, processados e
ultraprocessados.
28

- Folha Sulfite
- Giz
Materiais
- Lousa
- Imagens de Alimentos
Foram apresentados os tipos de alimentos, de acordo com o
Guia Alimentar para a População Brasileira (2014), na qual,
durante a execução da explicação foram distribuídas diversas
Descrição
imagens de alimentos, na qual, os alunos associaram quais são:
in natura, minimamente processados, processados e
ultraprocessados.

Quais são os tipos de alimentos?; Quais alimentos (categorias)


Questões a serem
devem ser evitadas para o consumo?; Como pode ser
discutidas
caracterizada uma prática de alimentação saudável?.

Fonte: Adaptado de PEREIRA & VILLELA, (2017).

Quadro 6 - Atividade IV

ATIVIDADE IV
Tema Verificando a Embalagem dos Alimentos
Público-Alvo Ensino Fundamental I: 3º ano.
Analisar e identificar a quantidade de carboidratos, proteínas,
Objetivo
vitaminas e nutrientes por meio da embalagem de alimentos.
Duração 30 minutos.
- Embalagens de Alimentos
Materiais

Foram disponibilizadas embalagens de alimentos, na qual, os


Descrição
alunos deveriam identificar quais informações continha.

Questões a serem Para que servem as embalagens dos alimentos?; Quais


discutidas informações as embalagens trazem?.

Fonte: Autoria própria, 2021.

4.8 Organização das atividades durante a visita na escola


Para otimizar o desenvolvimento da pesquisa foi necessária a organização das
atividades, conforme descrita abaixo:
Quadro 7 - Etapas das Atividades

ETAPAS
1 Recepção dos alunos.
2 Aplicação das regras.
29

3 Apresentação da pesquisadora, bolsista, UNIFESP e o programa cientista por um dia.


4 Entrega e explicação do questionário.
5 Aplicação atividade I.
6 Aplicação atividade II.
7 Aplicação atividade III.
8 Aplicação atividade IV.
9 Explicações sobre a importância da alimentação.
10 Fechamento de dúvidas.
11 Esclarecimento finais.
12 Agradecimentos.
Fonte: Autoria própria, 2021.

4.9 Aplicação do questionário


Para a coleta de dados foi elaborado um questionário respondido durante a aplicação
das atividades propostas.
Gil (2019) define questionário como:
[...] técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são
submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos,
crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores,
comportamento presente ou passado etc. Trata-se, portanto, da técnica fundamental
para coleta de dados em levantamentos de campo, que é um dos delineamentos mais
utilizados nas ciências sociais (GIL, 2019, p. 137).

Com sua aplicação, ocorre uma melhor compreensão sobre os temas apresentados, onde
o pesquisador consegue avaliar quais questões tiveram melhor entendimento por parte dos
alunos. O questionário aplicado para os alunos é apresentado a seguir:
Quadro 8 - Questionário aplicado aos alunos

ALIMENTAÇÃO

1. COLOQUE ABAIXO OS ALIMENTOS QUE VOCÊ CONSOME NO DIA A DIA:

A) CAFÉ DA MANHÃ:

_____________________________________________________________________________

B) ALMOÇO:

_____________________________________________________________________________

C) JANTAR:

_____________________________________________________________________________
30

D) INTERVALO ENTRE AS REFEIÇÕES:

_________________________________________________________________________

E) COMIDA FAVORITA:

_________________________________________________________________________

2. QUAL A IMPORTÂNCIA DE SE ALIMENTAR DE MANEIRA SAUDÁVEL?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

3. O QUE VOCÊ ENTENDEU DO AMIDO? QUAL SUA IMPORTÂNCIA?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

4. VOCÊ COSTUMA COMER ALIMENTOS COM A PRESENÇA DE AMIDO, SE


SIM, QUAIS?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
5. NA ATIVIDADE, HOUVE MUDANÇA DE COR DO LUGOL EM
DETERMINADOS ALIMENTOS? QUAIS?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

6. COMPLETE A CRUZADINHA COM OS SEGUINTES ALIMENTOS:

Fonte: Autoria própria, 2021.


31

Quinze alunos de uma escola municipal do município de Diadema responderam o


questionário disponibilizado. A aplicação das atividades ocorreu no dia 04 de novembro de
2021, no período vespertino. As quatro atividades foram introduzidas pela pesquisadora, sendo
a atividade II (Presença de Amido nos Alimentos) e atividade IV (Verificando as embalagens)
juntamente com a bolsista do programa “Cientista por um dia”.
Com a participação da bolsista, houve uma melhor interação entre os estudantes, pois
esta, trouxe questões norteadoras essenciais para a aplicação do questionário, como a explicação
do amido, materiais de laboratório utilizados e como as embalagens trazem informações
relevantes para a saúde.

4.10 Transcrição das atividades


Durante a aplicação das atividades, foi feita a gravação de áudio dos participantes, com
o objetivo de ampliar a coleta de dados, auxiliando na transmissão dos diálogos ocorridos
durante a aplicação das atividades.
Gil (2019), retrata que:
O modo mais confiável de reproduzir com precisão as respostas é registrá-las durante
a entrevista, mediante anotações ou com o uso do gravador. A anotação posterior à
entrevista apresenta dois inconvenientes: os limites da memória humanos que não
possibilitam a retenção da totalidade da informação e a distorção decorrente dos
elementos subjetivos que se projetam na reprodução da entrevista (GIL, 2019, p. 135).

No entanto, é necessário considerar as questões éticas para a realização da gravação de


áudios, que também de acordo com Gil (2019):
A gravação eletrônica é o melhor modo de preservar o conteúdo da entrevista. Mas é
importante considerar que o uso do gravador só poderá ser feito com o consentimento
do entrevistado. O uso disfarçado do gravador constitui infração ética injustificável.
Se a pessoa, por qualquer razão, não autorizar a gravação, cabe, então, solicitar
autorização para a tomada de anotações (GIL, 2019, p. 135).

Diante dessa situação, para manter o anonimato dos participantes, que essa pesquisa
exige, a transcrição do áudio da pesquisa foi elaborada utilizando a legenda abaixo para
identificar os interlocutores.
Quadro 9 - Legenda utilizada para transcrição de áudio

INTERLOCUTOR SIGLAS

Professora/Pesquisadora P
32

Auxiliadora da Pesquisa A

AG3 Alunos em Geral

A1, A2, A3, A44... Alunos em específico

Fonte: Autoria própria, 2021.

A transcrição das atividades ocorreu em grande parte com o diálogo geral dos alunos.
Durante a execução das atividades II (A presença de amido nos alimentos) e III (Tipos de
alimentos), houve a necessidade de realizar a gravação das respostas de estudantes em
específicos. Todos os diálogos são encontrados no apêndice E.

4.11 Análise de conteúdo


Os dados obtidos foram analisados, de acordo com Bardin (1977, p. 38), que caracteriza
“análise de conteúdo” como: “um conjunto de técnicas de análises das comunicações que utiliza
procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdo das mensagens”.
Bardin (1977, p. 95) define que a análise de conteúdo de pesquisas qualitativas, é
dividida em três partes: 1. Pré-análise, 2. Exploração do material, 3. Tratamento dos resultados
obtidos e interpretação. A pré-análise é a organização sistemática de ideias, sendo necessária a
seleção dos documentos que serão verificados, as formulações de hipóteses e a elaboração de
indicadores que levam à interpretação final. A exploração do material consiste em
procedimentos aplicados para definição de questões utilizadas. Já o tratamento de resultados, é
os resultados tratados consiste no tratamento propriamente dito, que se torna significativos e
válidos.
Os dados obtidos e interpretações foram representados em gráficos, quadros e tabela,
contendo a categoria de resposta e o número amostral (N), que é o número de alunos que
realizaram as atividades. As gravações e registros de imagens coletadas foram transcritas e
apresentadas a partir de recortes de diálogos e fotos.

3
AG: Corresponde ao momento que todos os alunos responderam no mesmo período.
4
A1, A2, A3, A4...: Corresponde as respostas de alunos em específico.
33

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A seguir serão apresentados os resultados obtidos junto a aplicação dos instrumentos


de coleta de dados.

5.1 Implementação da atividade e participação dos alunos


As práticas foram desenvolvidas dentro do programa de extensão “Cientista por um
dia”, da UNIFESP, Campus Diadema. A duração da aula foi de cerca de 2 horas. Os estudantes
responderam individualmente e durante as atividades, para a melhor compreensão dos conceitos
apresentados.

Na execução da prática experimental a bolsista do projeto do projeto apresentou


previamente quais materiais os alunos estavam utilizando, como pipetas e placas de petri, e
também explicou o manuseio de equipamentos de laboratório. Todos os materiais usados foram
disponibilizados pela pesquisadora.

Imagem 2 - Explicação Inicial das Atividades

Fonte: Acervo pessoal, 2021.

5.2 Realização da atividade I


Para introduzir os conceitos sobre a alimentação, a atividade I buscou conhecer quais
são os hábitos alimentares dos alunos em seu cotidiano, e qual seu conhecimento sobre a
importância de possuir uma alimentação saudável.
34

O Ministério da Saúde (2010), comenta que alimentação saudável é o mesmo que dieta
equilibrada ou balanceada e pode ser resumida por três princípios: variedade – consumir
diversos tipos de alimentos, moderação – não se deve comer menos ou mais que o organismo
precise e equilíbrio – saber a qualidade e quantidade dos alimentos consumidos.

Com base nisto, para mensurar os hábitos alimentares dos alunos foi disponibilizado um
quadro, no qual eles deveriam informar quais alimentos geralmente consomem no café da
manhã, almoço, jantar, intervalo entre as refeições e a comida favorita. A partir das respostas
coletadas no quadro, foram construídos gráficos comparativos, verificando quais alimentos são
mais comuns entre os alunos.

Imagem 3 - Gráficos: Representação dos Hábitos Alimentares

1) CAFÉ DA MANHÃ N = 15 2) ALMOÇO N = 15


Arroz Feijão
STÁAo Pão
ve Leite
Carne Refrigerante
Café Cereal Matinal
Macarrão Frango
Bolacha Suco Miojo Ovo
Salgadinho Salada

5%3%
4% 4% 5%
8% 8% 30%
34%
8%
12%

17%
15% 22%
25%

3) JANTAR N = 15 4) INTERVALO ENTRE


Arroz Feijão
AS REFEIÇÕES N = 15
Macarrão Instantâneo Macarrão Bolacha Pipoca
Carne Frango Chocolate Pão
Nada Cereal Matinal Nada

20% 5%
24% 5%
9%
38%
8%
14%
20%
16%

4% 8%
29%

Fonte: Autoria própria, 2021.


35

Ao analisar os gráficos, verifica-se que os alunos possuem hábitos semelhantes entre si.
Ademais, durante o jantar, verifica-se que a variável “nada” apareceu e em virtude disso, houve
a explicação da importância de realizar as três refeições como apresentado abaixo:

P.: Por que precisamos realizar as três refeições durante o dia?

AG.: Para ficar fortes.

P.: [...] precisamos realizar as três refeições pois elas fornecem os


nutrientes necessários que o corpo necessita.

Durante toda a realização da atividade houveram discussões com os alunos a partir das
questões apresentadas, e assim foi possível introduzir o assunto sobre hábitos alimentares. Toda
a atividade se desenvolveu de maneira espontaneamente, onde os estudantes colaboraram com
todo o processo e se mantiveram interessados, participando ativamente da atividade e
discutindo as questões entre si e com a pesquisadora. Outrossim, ao abordar os hábitos
alimentares e a introdução de alimentação saudável, eles conseguiram identificar a ausência do
consumo de alimentos categorizados como saudáveis, refletindo sobre possíveis mudanças de
suas práticas alimentares.

Imagem 4 - Preenchimento do Quadro Hábitos Alimentares

Fonte: Acervo pessoal, 2021.

Além disso, os estudantes deveriam registrar no questionário, seus entendimentos sobre


a importância de se alimentar de maneira saudável. Dos 15 alunos participantes, todos deram
respostas satisfatórias, conforme algumas apresentadas abaixo:

A3. “Precisamos nos alimentar para manter a qualidade de vida”.


36

A7. “Os alimentos saudáveis são aqueles que fornecem força e mantêm
nosso corpo [...]”.

A10. “Sem os alimentos não seriamos capazes de sobreviver, porque


muitos previnem doenças”.

5.3 Realização da Atividade II


Na atividade II, houve a aplicação da prática experimental: a presença de amido nos
alimentos. Os alunos deveriam verificar se iria ocorrer alguma variação de coloração nos
alimentos com o reagente lugol (iodo).

Durante a realização, observou-se que a maioria dos alunos não têm prática em trabalhar
com equipamentos de laboratórios. Mesmo objetos mais simples, como placas de petri e pipetas,
são desconhecidos pela grande maioria dos estudantes. Antes de iniciar a aula, os nomes dos
equipamentos utilizados foram apresentados.

Para iniciar o experimento, foi realizado uma demonstração inicial para os estudantes.
Os alimentos escolhidos foram disponibilizados e os estudantes deveriam manusear a atividade.
Para que houvesse o entendimento da reação química do iodo com o amido, houve a
necessidade de explicação prévia sobre os conceitos químicos relacionados e o que poderia
acontecer durante o desenvolvimento da atividade. Para iniciar foi apresentado o reagente lugol
(iodo):

P.: [...] o nome disso aqui é lugol.


P.: A gente usa em laboratório, ele é um reagente químico, alguém sabe
o que é?
AG.: Não.
P.: O reagente ele reage alguma coisa, por isso o nome reagente de
reação, ou identifica alguma coisa [...]
Posteriormente, houve a introdução do amido:

P.: O lugol ele identifica o amido nos alimentos. Vocês sabem o que é
amido?.
AG.: Não, já ouvi falar.
P.: Vocês comem amido?
AG.: Não.
37

P.: [...] O amido é um carboidrato do tipo polissacarídeo.


AG.: Que nome grande.
P.: Vocês sabem o que é?
AG.: Massa.
P.: Carboidrato fornece energia para o nosso corpo, ele serve para
correr e se exercitar. Então, quando vocês comerem arroz, macarrão,
vocês estão consumindo o amido, que é uma fonte de energia. Lembra
que eu falei para vocês, que ia provar que tem amido nesses alimentos.

Imagem 5 - Aplicação do Experimento: Presença de Amido nos Alimentos

Fonte: Acervo pessoal, 2021.

O experimento foi executado pelos próprios alunos, que colocaram de uma a duas gotas
de lugol para identificar a presença de amido. Eles observaram a mudança de coloração do lugol
(iodo) ao entrar em contato com alimentos com a presença de amido, que foi utilizado como
reagente indicador que sofre reações complexas com a formação de compostos coloridos
variando do azul ao violeta.

No ensino de ciências a utilização de atividades práticas são essenciais para a


aprendizagem científica, possibilitando ao estudante uma aproximação do trabalho científico e
melhor compreensão de ações das ciências (FREIRE, 2012). Com a aplicação da atividade
experimental, foi observado um melhor entendimento acerca do amido e sua importância para
o funcionamento do corpo. Além disso, o programa de extensão universitária, “Cientista por
um dia”, possibilita uma melhor interação entre o meio acadêmico e escolar, sendo beneficiados
tanto graduandos como discente de educação básica.
38

Imagem 6 - Alimentos antes da aplicação do lugol

Fonte: Acervo pessoal, 2021.


Imagem 7 - Alimentos com a presença de amido

Fonte: Acervo pessoal, 2021.


39

Imagem 8 - Alimentos sem a presença de amido

Fonte: Acervo pessoal, 2021.


Para responder algumas questões do questionário, os alunos deveriam analisar quais são
os alimentos que possuíam a presença de amido, por meio da mudança de coloração do lugol
(iodo). A partir das respostas coletadas, verificou-se que cerca de 80% (N=13), dos participantes
da pesquisa, entenderam o que é o amido e sua importância conforme a transcrição de respostas:

A3. “O amido é um carboidrato responsável pela energia do nosso


corpo”.;

A8.“O amido serve para fonte de energia e estão presentes em alimentos


como batata e pão”;

A11. “O amido fornece energia e ajuda a manutenção do corpo”.

Outrossim, 100% dos alunos concluíram que costumam comer alimentos com a
presença de amido, como: pão, arroz, macarrão, banana e batata. Além disso, com o
experimento realizado com o lugol (iodo), todos conseguiram identificar em quais os alimentos
ocorreu tal variação, conforme o quadro abaixo:
40

Quadro 10 - Mudança de Coloração da reação iodo-amido

ALIMENTOS COLORAÇÃO PRESENÇA DE AMIDO

Pão Azul-violáceo Sim

Torrada Azul-violáceo Sim

Bolacha de Água e Sal Azul-violáceo Sim

Bolacha Maisena Azul-violáceo Sim

Arroz Azul-violáceo Sim

Macarrão Azul-violáceo Sim

Batata Azul-violáceo Sim

Banana Azul-violáceo Sim

Maçã Laranja escurecido Não

Queijo (Mussarela) Laranja Não

Presunto Laranja Não

Sal Laranja Não

Açúcar Laranja Não

Fonte: Adaptado de FERRANINI et al. (2016).

Para a finalização da atividade II, os alunos deveriam resolver a “cruzadinha” de


palavras fornecida no questionário. Na prática pedagógica as palavras cruzadas possuem uma
abordagem diferenciada, que estimulam o raciocínio e a memória, fazendo com que os alunos
sejam capazes de pensar, buscar e refletir sobre suas descobertas, perante ao conteúdo
apresentado (SANTOS, et al. 2017).
41

Imagem 9 - Palavras Cruzadas

Fonte: Acervo pessoal, 2021.

5.4 Realização da Atividade III


Foi introduzido a classificação dos alimentos, conforme o Guia Alimentar para a
População Brasileira (2014), caracterizados como: in natura, minimamente processados,
processados e ultraprocessados.

Posteriormente, foram disponibilizadas para cada aluno imagens de alimentos, para que
fossem categorizados conforme as classificações apresentada anteriormente. Em cada prato, os
alunos deveriam colocar a imagem dos alimentos a partir do seu entendimento sobre os
conceitos mostrados, sendo: verde – in natura; amarelo – minimamente processados; laranja –
processados; vermelho – ultraprocessados.
42

Imagem 10 - Classificação dos Alimentos

Fonte: Acervo pessoal, 2021.


Os alunos foram classificados de A1 a A15, mantendo o anonimato da pesquisa. Acertos
foram pontuados com 1 e erros com 0, conforme apresentado na tabela abaixo:

Tabela 1 - Classificação das Categorias dos Alimentos

IN MINIMAMENTE
ALUNOS ALIMENTOS PROCESSADOS ULTRAPROCESSADOS
NATURA PROCESSADOS

A1 Pão 1

A2 Café 1

A3 Bacon 0
Milho em
A4 1
lata
A5 Milho 1

A6 Feijão 0

A7 Batata 1
Macarrão
A8 1
Instantâneo
43

A9 Banana 1

A10 Maçã 1
Batata
A11 0
chips
A12 Brócolis 1

A13 Chocolate 1

A14 Ovo 1

A15 Alface 1

N=15 TOTAL: Acertos: 12 Erros: 03

Fonte: Autoria própria, 2021.

Verificou-se que 12 (80%) dos 15 alunos, conseguiram compreender os conceitos


apresentados sobre a classificação dos alimentos. Aos participantes que erraram, os conceitos
foram explicados novamente, de modo que, puderam colocar novamente os alimentos nas
respectivas classificações. Além disso, foi dada ênfase na comparação do milho enlatado
(processado) e milho natural (in natura), que ao consumir vegetais ou frutas que passaram por
modificações e industrialização não é necessariamente saudável.

Por fim os alunos foram questionados sobre quais alimentos gostam ou consome mais.
A maioria respondeu “ultraprocessados”, correspondendo a 70% (N=11) dos alunos. Nesse
sentido, Bieleman et al. (2015) comenta que:

Os alimentos processados e ultraprocessados tornam-se cada vez mais acessíveis para


todas as faixas etárias, sendo vendidos pré-prontos ou prontos para o consumo. O
aumento no consumo desses alimentos tem sido considerado um dos fatores que
contribuem para o aumento na prevalência de doenças, como obesidade e doenças
crônicas (BIELEMAN, et al., 2015, p. 03).

Diante disso, foi explicado que esses alimentos não são categorizados como saudáveis,
podendo trazer malefícios à saúde, o que levou à reflexão de reformulações para práticas
saudáveis, como aumento do consumo de alimentos in natura.
44

Imagem 11 - Classificação dos alimentos posterior a atividade

Fonte: Acervo pessoal, 2021.

5.5 Realização Atividade IV


Na atividade IV, foram disponibilizados aos alunos embalagens de alimentos, a fim de
verificarem quais informações são disponibilizadas nelas. Houve a introdução de conceitos,
como: proteínas, nutrientes, vitaminas, gorduras e carboidratos. Além disso, a importância das
embalagens foi abordada, conforme transcrição abaixo:

P.: Para que serve a embalagem de alimentos?.

AG.: Para proteger.

P.: Vocês já leram a embalagem dos alimentos?

AG.: Sim.

P.: Alguém consegue ler, o que tem nas informações nutricionais?

A12.: Valor energético, proteínas, gorduras e carboidratos...

P.: Olha só, todos os alimentos têm carboidratos?

AG.: Não.

P.: Para que serve mesmo os carboidratos?


45

AG.: Energia para o nosso corpo.

P.: As embalagens são importantes para identificar e introduzir o que


os alimentos possuem. [...] A leitura das informações nutricionais é
essencial para possuir uma alimentação saudável.

Durante a execução da atividade IV, foi observado maior dificuldade dos alunos. A
idade dos estudantes estavam entre 08 a 09 anos (3ºano do Ensino Fundamental I), e alguns não
estavam totalmente alfabetizados possuindo dificuldade na leitura das informações, e
necessitando de auxílio da professora. Isto contrapõe o que a BNCC (2017) determina: “a
alfabetização das crianças deverá ocorrer até o segundo ano do ensino fundamental I, com o
objetivo de garantir o direito fundamental de aprender a ler e escrever”.

Entretanto, mais da metade dos alunos responderam às perguntas de forma completa e


descritiva. Algumas respostas abordaram aspectos importantes sobre o tema alimentação.
Ademais, ao analisar as embalagens os alunos conseguiram compreender a função das
embalagens aos alimentos, sendo: proteção; conservação e informação.

Imagem 12 - Analisando as Embalagens

Fonte: Acervo pessoal, 2021.


46

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A extensão universitária, beneficia na formação de profissionais acadêmicos e cidadãos,


contribuindo com o processo de ensino-aprendizagem, induzindo novas abordagens
pedagógicas, não focadas apenas na aprendizagem teórica, mas também na prática. Ela
possibilita a produção de conhecimentos significativos, interligando as atividades de ensino e
pesquisa da universidade com questões recorrentes do dia a dia da sociedade.

A aplicação de atividades práticas-experimentais por meio de um programa de extensão


universitária, voltado para o ensino de práticas alimentares, possibilitou aos alunos que
refletissem sobre seus hábitos, relacionando-os com o que foram apresentados. Além disso,
possibilitou a experiência de manuseio dos equipamentos experimentais, despertando
curiosidade e interesse sobre assunto.

A alimentação é mais do que ingestão de nutrientes, é um direito social. Nesse sentido,


é necessário trabalhar e aplicar uma educação alimentar que promova a consciência em relação
às práticas saudáveis. Tais ações podem melhorar a qualidade de vida, uma vez que trazem
consciência sobre os malefícios e impactos do consumo de alimentos processados e
ultraprocessados na saúde e bem-estar.

O programa de extensão universitária: “Cientista por um dia”, contribui diretamente


para a formação social, tanto de graduandos quanto de alunos de educação básica. Além disso,
levar as ciências para estudantes, de maneira prática-experimental, possibilita melhor
aprendizado, proporciona a compreensão de informações científicas aplicadas na realidade, que
são contextualizadas no ambiente no qual o aluno está inserido.

Com os dados coletados e as respostas obtidas durante a execução das atividades


mostrou concepções mais direcionadas acerca do conteúdo de hábitos alimentares, com a
incorporação de novas práticas comentados pelos alunos, como o consumo de alimentos
naturais (in natura).
47

7. REFERÊNCIAS

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distorções. Ciência e Educação, v. 20, n. 03, p. 579-593, 2014.

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53

APÊNDICES

APÊNDICE A – Atividades Alunos Alimentação


APÊNDICE A – Questionário dos alunos

ATIVIDADE

NOME: _____________________________________________________DATA: __________________

ALIMENTAÇÃO

1) COLOQUE ABAIXO OS ALIMENTOS QUE VOCÊ CONSOME NO DIA A DIA:


54

NOME:_______________________________________________________DATA:__________________

2) QUAL A IMPORTÂNCIA DE SE ALIMENTAR DE MANEIRA SAUDÁVEL?


_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
3) O QUE VOCÊ ENTENDEU DO AMIDO? QUAL SUA IMPORTÂNCIA?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
4) VOCÊ COSTUMA COMER ALIMENTOS COM A PRESENÇA DE AMIDO, SE SIM, QUAIS?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
5) NA ATIVIDADE, HOUVE MUDANÇA DE COR DO LUGOL EM DETERMINADOS
ALIMENTOS? QUAIS?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
6) COMPLETE A CRUZADINHA COM OS SEGUINTES ALIMENTOS:
55

APÊNDICE B – Termo de Autorização do(a) diretor(a) da unidade (universidade)


participante

Diadema, __/__/___

Ao Comitê de Ética em Pesquisa – UNIFESP

Venho por meio desta, autorizar a realização do projeto de pesquisa intitulado: “A


relação entre universidade e sociedade na perspectiva da extensão universitária”, sob
coordenação da Profa. Dra. Ana Maria Santos Gouw, professora da Universidade Federal de
São Paulo (UNIFESP), campus Diadema.

O citado projeto será realizado na ______________________ e conta com minha


anuência.

Atenciosamente,

______________________________________________

Diretor(a) da instituição
56

APÊNDICE C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Pai/Responsável (para


alunos menores de 18 anos)

Prezado(a) responsável,

Seu(ua) filho(a) está sendo convidado a participar de uma pesquisa intitulada “A


relação entre universidade e sociedade na perspectiva da extensão universitária” sob
orientação da Profa. Dra. Ana Maria Santos Gouw.
Estas informações estão sendo fornecidas para que você permita a participação
voluntária do(a) seu(ua) filho(a) neste estudo. O objetivo da pesquisa é conhecer as
contribuições que a extensão universitária pode oferecer à educação básica, tanto no que se
refere às expectativas de continuidade dos estudos e futuro emprego, quanto às contribuições
das situações vividas durante o programa de extensão Cientista por um dia na aprendizagem e
na formação inicial de professores.
A participação dele(a) envolverá responder um questionário que possui questões sobre
o perfil dos estudantes, bem como as percepções e contribuições a respeito da visita de seu
filho(a) a Unifesp, se houver alguma pergunta que incomode seu(ua) filho(a), ele(a) tem a
liberdade para não respondê-la. Durante o desenvolvimento das atividades haverá gravação de
áudio para avaliar a interação de seu(ua) filho(a) com os outros estudantes e com o ambiente de
aprendizagem e registro fotográfico destinada à divulgação ao público em geral e/ou apenas
para uso interno desta pesquisa, sem que haja desvirtuamento da sua finalidade. As gravações
e dados coletados ficarão disponíveis, caso seja necessário utilizar esses dados, gravações e
fotos em outras pesquisas você será contatado. As imagens serão utilizadas SEM tarja ou algum
outro recurso que impossibilitará a identificação de seu(ua) filho(a).
Os dados coletados podem ser utilizados por todos os integrantes da equipe desta
pesquisa (alunos de graduação, pós-graduação e os demais pesquisadores), sendo que todos os
dados obtidos serão utilizados unicamente para fins da pesquisa, não sendo divulgados seus
dados pessoais e não haverá custos financeiros para sua participação.
Além da pesquisadora Profa. Dra. Ana Maria Santos Gouw, compõem a equipe: Prof.
Dr. José Alves da Silva, Profa. Dra. Simone Alves de Assis Martorano, Profa. Dra. Thaís Cyrino
de Mello Forato, Prof. Dr. Thiago Antunes Souza, Msc. Paloma Marques dos Santos e os
graduandos Anderson Ricardo Junior da Rocha Silva, Bianca Lopes Santos, Camila Beatriz
Moraes Contrucci de Souza, Camila Oliveira Cordeiro da Silva, Gabrielle Gomes Ferreira,
Jailson Alves da Silva, José Romário Ferreira Tavares, Rafaela Lopes Rodrigues, Thamires
Gomes de Souza,Victoria Lindebach de Morais Alícia Ferreira de Carvalho, Alexandre
Monteiro de Camargo, Maria Fabiana de Melo, Natacha Ferreira de Oliveira, Francielle
Aparecida Machado.
Existem riscos mínimos: há a possibilidade de quebra de sigilo das informações ou o
desconforto emocional do seu(ua) filho(a) em participar de atividades em que poderá se expor.
É garantido o direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais da pesquisa e a
liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento, deixando de participar do estudo,
sem qualquer prejuízo. Se ocorrer qualquer problema ou dano pessoal ao seu(ua) filho(a)
57

durante ou após os procedimentos aos quais ele(a) será submetido, será garantido a ele(a) o
direito a tratamento imediato e gratuito na Instituição. E se o dano for decorrente da pesquisa,
o participante terá direito a solicitar indenização através das vias judiciais e/ou extrajudiciais,
conforme a legislação brasileira (Código Civil, Lei 10.406/2002, Artigos 927 a 954; entre
outras; e Resolução CNS nº 510 de 2016, Artigo 19).
Como benefício de participação desta pesquisa pretende-se contribuir para a
aprendizagem, a oportunidade de participar de experiência em um laboratório universitário e a
aproximação e incentivo à participação com a comunidade universitária.
Os resultados estarão à sua disposição quando finalizada a pesquisa. Os dados e
instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com a pesquisadora responsável por um
período de 5 anos e, após este tempo, serão destruídos. Este termo de consentimento encontra-
se impresso em duas vias originais, sendo que uma via será arquivada pela pesquisadora
responsável, e a outra será fornecida a você. Podendo ser contatada para esclarecimentos de
eventuais dúvidas pelo endereço: Rua Antônio Doll de Moraes, nº 105 – CEP: 09920-540 –
Diadema, SP – Telefone (11) 3385-4137 – 1°andar sala Profa Dra. Ana Maria Santos Gouw.
E-mail: ana.gouw@unifesp.br. Para considerações ou dúvidas sobre a ética da pesquisa, deve-
se entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Unifesp – Rua Botucatu, nº
740, 5º andar, sala 557 – CEP: 04023-900 – Vila Clementino - São Paulo; Telefone: (011) 5571-
1062; (011) 5539-7162. E-mail: cep@unifesp.br. O horário de atendimento telefônico e
presencial do CEP/Unifesp é: Segundas, Terças, Quintas e Sextas, das 9 às 12hs.

Declaração do(a) responsável

Acredito ter sido suficientemente informado(a) a respeito da participação do(a)


meu(inha) filho(a) neste estudo intitulado “A relação entre universidade e sociedade na
perspectiva da extensão universitária”. Ficaram claros, para mim, quais são os propósitos do
estudo, os procedimentos a serem realizados, as garantias de confidencialidade e de que a
participação dele(a) é isenta de despesas e de compensações financeiras.
Assim, concordo voluntariamente com a participação do meu(inha) filho(a) neste
estudo, permitindo a coleta de dados através de entrevistas e/ou questionários.
Nome do(a) participante:_________________________________________________
Endereço:_______________________________________________________
RG:_____________________; CPF: _________________
Assinatura:____________________________________ local e data:_______________
58

Declaração do responsável sobre o uso de imagem de seu(ua) filho(a)

( ) Eu autorizo o uso a gravação das imagens e/ou voz dos procedimentos propostos neste
estudo e guarda dos dados coletados, e estou ciente de que serei consultado sobre a utilização
destas informações em pesquisas futuras.

( ) Eu NÃO autorizo a guarda e utilização da gravação das imagens e/ou voz sons e a utilização
dos dados coletados nos procedimentos propostos neste estudo, em pesquisas futuras.

Declaração do Pesquisador
Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária, o Consentimentos Livre e Esclarecido
deste participante (ou representante legal) para a participação neste estudo. Declaro ainda que
me comprometo a cumpri todos os termos aqui descritos.
Nome do Pesquisador: Profa. Dra. Ana Maria Santos Gouw
Assinatura:_______________________________________
Local/data:________________________
Presenciei a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do
participante.
Nome:_____________________________ Assinatura:_________________________

Nome e assinatura dos auxiliares desta pesquisa

Nome:_________________________________________
Assinatura:___________________________________

Nome:_________________________________________
Assinatura:___________________________________

Nome:_________________________________________
Assinatura:___________________________________

Nome:_________________________________________
Assinatura:___________________________________
59

APÊNDICE D – Termo de Assentimento (alunos)

Prezado(a) participante,

Você está sendo convidado(a) a participar de uma pesquisa intitulada “A relação entre
universidade e sociedade na perspectiva da extensão universitária” realizada sob orientação da
Profa. Dra. Ana Maria Santos Gouw. Sua contribuição é importante, porém, você não deve
participar contra a sua vontade.
Estas informações estão sendo fornecidas para que você permita a sua participação voluntária
neste estudo. O objetivo da pesquisa é conhecer as contribuições que a extensão universitária
pode oferecer à educação básica, tanto no que se refere às expectativas de continuidade dos
estudos e futuro emprego, quanto às contribuições das situações vividas durante o programa de
extensão Cientista por um dia na aprendizagem e na formação inicial de professores.
Sua participação envolve responder um questionário que possui questões sobre o perfil dos
estudantes, bem como as percepções e contribuições a respeito da sua visita à Unifesp. Durante
o desenvolvimento das atividades haverá gravação de áudio, para avaliar sua interação com os
seus colegas e com o ambiente de aprendizagem, e registro fotográfico destinada à divulgação
ao público em geral e/ou apenas para uso interno desta pesquisa, sem que haja desvirtuamento
da sua finalidade.
Os dados coletados podem ser utilizados por todos os integrantes da equipe desta pesquisa
(alunos de graduação e pós-graduação e demais pesquisadores), sendo que todos os dados
obtidos serão utilizados unicamente para fins da pesquisa, não sendo divulgados seus dados
pessoais e não haverá custos financeiros para sua participação.
Além da pesquisadora Profa. Dra. Ana Maria Santos Gouw, compõem a equipe: Prof.
Dr. José Alves da Silva, Profa. Dra. Simone Alves de Assis Martorano, Profa. Dra. Thaís Cyrino
de Mello Forato, Prof. Dr. Thiago Antunes Souza, Msc. Paloma Marques dos Santos e os
graduandos Anderson Ricardo Junior da Rocha Silva, Camila Oliveira Cordeiro da Silva,
Gabrielle Gomes Ferreira, Jailson Alves da Silva, Rafaela Lopes Rodrigues, Victória
Lindenbach Morais, Alícia Ferreira de Carvalho, Alexandre Monteiro de Camargo, Maria
Fabiana de Melo, Natacha Ferreira de Oliveira, Francielle Aparecida Machado.
Existem riscos mínimos: há a possibilidade de quebra de sigilo das informações ou o
desconforto emocional em participar de atividades em que você poderá se expor. É garantido o
direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais da pesquisa e a liberdade da
retirada de consentimento a qualquer momento, deixando de participar do estudo, sem qualquer
prejuízo. Se ocorrer qualquer problema ou dano pessoal durante ou após os procedimentos aos
quais você será submetido, lhe será garantido o direito a tratamento imediato e gratuito na
Instituição. E se o dano for decorrente da pesquisa, você terá direito a indenização determinada
por lei.
Como benefício de participação desta pesquisa pretende-se contribuir para a aprendizagem, a
oportunidade de participar de experiência em um laboratório universitário e a aproximação e
incentivo à participação com a comunidade universitária.
60

Os resultados estarão à sua disposição quando finalizada a pesquisa. Os dados e instrumentos


utilizados na pesquisa ficarão arquivados com a pesquisadora responsável por um período de 5
anos e, após este tempo, serão destruídos. Este termo de consentimento encontra-se impresso
em duas vias originais, sendo que uma via será arquivada pela pesquisadora responsável, e a
outra será fornecida a você. Podendo ser contatada para esclarecimentos de eventuais dúvidas
pelo endereço: Rua Antônio Doll de Moraes, nº 105 – CEP: 09920-540 – Diadema, SP –
Telefone (11) 3385-4137 – 1°andar, Profa Dra. Ana Maria Santos Gouw. E-mail:
ana.gouw@unifesp.br. Para considerações ou dúvidas sobre a ética da pesquisa, deve-se entrar
em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Unifesp – Rua Botucatu, nº 740, 5º
andar, sala 557 – CEP: 04023-900 – Vila Clementino - São Paulo; Telefone: (011) 5571-1062;
(011) 5539-7162. E-mail: cep@unifesp.br.

Declaração do Participante

Acredito ter sido suficientemente informado(a) a respeito do estudo “A relação entre


universidade e sociedade na perspectiva da extensão universitária”. Ficaram claros, para mim,
quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, as garantias de
confidencialidade e de que minha participação é isenta de despesas e de compensações
financeiras.
Assim, concordo voluntariamente em participar deste estudo, permitindo a coleta de dados
através de questionários e/ou entrevistas.

Nome do(a) participante:_________________________________________________


Endereço;_______________________________________________________
RG:_____________________; CPF: _________________
Assinatura:____________________________________ local e data:_______________

Declaração do Pesquisador

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária, o Consentimentos Livre e Esclarecido


deste participante (ou representante legal) para a participação neste estudo. Declaro ainda que
me comprometo a cumpri todos os termos aqui descritos.

Nome do Pesquisador: _________________________________________________


Assinatura:____________________________________
Local/data:________________________
Presenciei a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do
participante.
Nome:_____________________________ Assinatura:______________________
61

APÊNDICE E – Transcrições das gravações de áudios durante as atividades


P.: Boa Tarde, pessoal hoje iremos fazer uma atividade de
alimentação? Vocês sabem por que precisamos se alimentar?
AG.: Para ficar forte.
P.: Hoje vamos fazer atividade sobre alimentação.
P.: Eu entreguei uma atividade, aí tem o quadro vocês conseguem ver
o que esse quadro está pedindo?
AG.: Está perguntado o que comemos no café da manhã, almoço,
jantar, intervalo entre as refeições e comida favorita.
P.: O que vocês comem no café da manhã?
AG.: Pão, leite, sucrilhos, suco...
P.: A professora geralmente come pão com manteiga e café com leite.
Escrevam aí o que vocês costumam comer.
A3.: Professora, tem dias que eu durmo até tarde e eu esqueço de
tomar café da manhã.
P.: Não acredito. E você não fica fraco?
A3.: Não, eu sou forte.
P.: E no almoço?
AG.: Arroz, feijão, carne, mandioca frita...
A7.: Professora, a gente almoça na escola, grande parte das vezes.
P.: Alguém come alguma coisa diferente disso?
AG.: Macarrão.
P.: Eu no jantar, geralmente como arroz, feijão e frango.
P.: E no jantar?
AG.: As mesmas coisas do almoço, miojo, biscoito, nada, macarrão...
P.: Por que precisamos realizar as três refeições durante o dia?
AG.: Para ficar fortes.
P.: Além disso, precisamos realizar as três refeições, pois elas
fornecem energia para o nosso corpo.
P.: E no intervalo entre as refeições? Alguém sabe o que é isso?
AG.: Na hora do intervalo?
P.: Quase, entre uma refeição e outra, a professora come geralmente
bolacha.
AG.: bolacha, pão, nada...
62

P.: E a comida preferida?


AG.: Estrogonofe, pizza, arroz e feijão, miojo, salgadinho...
P.: Eu vou fazer um convite para vocês... Alguém quer ser cientista
por um dia?
AG.: Sim.
P.: Alguém sabe que faz um cientista?
AG.: Ciências.
P.: Alguém sabe o que o cientista faz em um laboratório?
P.: Alguém sabe o que é laboratório?
P.: Vocês já foram alguma vez?
AG.: Eles fazem experimentos.
AG.: É o lugar que o cientista fica.
AG.: Não.
P.: Ali da janela vocês conseguem ver a minha faculdade e lá tem
laboratório eu já fui muitas vezes.
AG.: Mentira, não pode ser.
P.: Aqui eu vou fazer uma atividade, que é um experimento. Alguém
sabe o que é um experimento?
AG.: Sim, é coisas legais que explode.
P.: Também, mas experimentos são atividades científicas que
geralmente fazemos em laboratório.
P.: Aqui vamos usar equipamentos que a gente usa em laboratório de
verdade.
P.: O nome disso é pipeta, que nome engraçado né?
AG.: Sim.
P.: Placas de Petri. A gente usa em laboratório de verdade. Nela
colocamos as bactérias para elas crescerem.
P.: Os alimentos que estão aqui vocês vão poder comer?
AG.: Não.
P.: O que vocês acham que a gente vai fazer aqui?
AG.: Experimento.
P.: Alguém sabe que é isso aqui?
AG.: Corante.
P.: Não é corante, o nome disso aqui é lugol.
63

A.: Parece nome de personagem.


P.: A gente usa em laboratório, ele é um reagente químico, alguém
sabe o que é?
AG.: Não.
P.: O reagente ele reage alguma coisa, por isso o nome reagente de
reação, ou identifica alguma coisa. O nome dele é lugol, um complexo
de iodo, mais para frente quando vocês forem mais velhos, vocês vão
estudar sobre o iodo, e vão falar, ah era isso que a professora me
mostrou.
P.: A gente vai usar o lugol para que?
AG.: Não sei.
P.: O lugol ele identifica o amido nos alimentos. Vocês sabem o que é
amido.
AG.: Não, já ouvi falar.
P.: Vocês comem amido?
AG.: Não.
P.: Mas eu vou provar, que vocês comem o amido, e ainda muito.
AG.: Oshe, não pode ser professora.
P.: Alguém quer chutar a cor do lugol?
AG.: Laranja, vermelho, preto, azul e transparente.
P.: Vamos ver?
AG.: Sim.
P.: Olha só ele é uma cor vinho, puxado para o roxo.
P.: A gente vai usar o lugol para que?
AG.: Para colocar nos alimentos.
P.: Isso.
P.: Pessoal eu vou pingar o lugol aqui no arroz, vocês acham que vai
mudar de cor?
P.: Sim, vai ficar, azul, vermelho, amarelo, roxo.
P.: A professora vai pingar.
P.: Que cor ficou?
AG.: Preto.
P.: Mas por que mudou de cor?
AG.: Por conta da reação química.
64

P.: Mas qual reação?


P.: Isso acontece, devido a presença de amido, quando um alimento
tem na sua composição ele fica essa cor
P.: Alguém quer vim aqui na frente pingar o amido?
AG.: Sim.
P.: Escolhe um alimento.
A1.: Sal.
P.: Vai mudar de cor?
A1: Sim.
P.: Qual cor?
A1: Preto, azul, laranja e vermelho.
P.: Alguém eu pergunto para vocês, por que no sal ficou laranja e no
arroz ficou preto.
A1.: Uma reação química.
P.: Outro aluno.
P.: Escolhe um alimento.
A2.: Queijo.
P.: Qual cor vai ficar o queijo?
AG.: Azul, verde, laranja...
P.: Pode pingar o lugol.
A2.: Ficou avermelhado professora.
P.: Outro aluno.
A3.: Macarrão.
P.: Qual cor vai ficar.
AG.: Preto, vermelho, azul...
A3.: Ficou preto.
P.: Agora, eu vou fazer uma pergunta para vocês, por que o macarrão
e o arroz ficou de uma cor, e o sal e o queijo de outra?
A3.: Não sei, o amido professora.
P.: Isso, devido ao amido. Vocês sabem o que é o amido?
AG.: Não.
P.: O amido é um carboidrato do tipo polissacarídeo.
AG.: Que nome grande.
P.: Vocês sabem o que é?
65

AG.: Massa.
P.: Carboidrato ele fornece energia para o nosso corpo, ele serve para
correr se exercitar. Então, quando vocês comer o arroz, macarrão,
vocês estão consumindo o amido, que é uma fonte de energia. Lembra
que eu falei para vocês, que ia provar que tem amido.
P.: Pode vim outro aluno.
A4.: Eu vou escolher a batata.
P.: Você acha que tem amido ou não?
A4.: Sim.
P.: Que cor ficou?
AG.: Ficou preto. Então tem amido.
A5.: Eu escolhi a maçã.
P.: Maça tem amido?
AG.: Não, por conta da cor.
AG.: Ficou um pouco esverdeado.
A6.: Eu escolho o presunto.
A6.: Ficou laranja, não tem amido.
A7.: Laranja.
A7.: Ficou alaranjado professora.
A8.: Eu escolho a banana.
A8.: Ficou escuro, então tem amido.
A9.: Eu escolhi o pão.
P.: Tem amido?
A9.: Não.
A9.: Ficou preto, não tô acreditando.
A10.: Eu escolho o açúcar.
A10.: Ficou laranja, não tem amido.
A11.: Eu vou pegar a bolacha. Ela ficou preta também professora.
P.: O que vocês acharam do experimento?
AG.: Legal.
P.: Quais os alimentos que tem amido?
AG.: Arroz, macarrão, pão, batata, bolacha, torrada.
P.: Por que eles têm amido?
AG.: Por que todos ficaram preto.
66

P.: E quais não tem amido?


AG.: Laranja, maçã, sal, açúcar...
P.: Para que serve o amido mesmo?
AG.: Para dá energia para o corpo, para comer, fortalece o nosso
corpo, ele serve para a gente correr sem cansar.
P.: Se eu comer muita batata, vai ser bom para a minha saúde?
AG.: Não.
P.: Por que?
AG.: Por que faz mal.
P.: O que eu tenho aqui?
AG.: Pratos.
P.: Quais cores são os pratos?
AG.: Verde, amarelo, laranja e vermelho.
P.: Vamos começar com o prato verde. O que está escrito aqui?
A13.: In natura.
P.: Alguém sabe o que os alimentos in natura?
AG.: Não.
P.: Os alimentos que a gente consome, são divididos em quatro
categorias, sendo in natura, minimamente processados, processados e
ultraprocessados. Os alimentos in natura são aqueles que vem
diretamente da natureza ou dos animais, sem passar por nenhuma
modificação. Alguém está com alimentos que vem da natureza ou de
animais.
AG.: Sim.
P.: A professora está com brócolis, alguém sabe se ele é in natura?
AG.: Sim.
P.: Os alimentos minimamente processados, são aqueles que vem
diretamente da natureza ou de animais, mas passa por alguma
modificação, como: corte de carnes, grãos e farinhas. Os alimentos
processados são aqueles que em sua composição tem adição de
açúcares, sal ou óleos, como alimentos em latas. Já os
ultraprocessados são aqueles que tem muitos ingredientes em sua
composição e devem ser evitados de todo jeito.
67

P.: Quando estamos andando de carro, e o sinal está verde o que a


significa?
AG.: Pode andar.
P.: Então os alimentos in natura, são aqueles que podemos consumir.
P.: E quando o sinal está amarelo?
AG.: Devem ter atenção.
P.: Então, os alimentos minimamente processados são aqueles que
devemos ter atenção em comer.
P.: E o laranja, não tem essa cor no sinal. O que significa.
AG.: Que não pode comer.
P.: Os alimentos processados não devemos comer, por isso o prato
está laranja.
P.: E quando o sinal fica vermelho?
AG.: O carro deve parar.
P.: Os alimentos ultraprocessados, devemos parar de consumir eles,
pois fazem muito mal à saúde.
P.: Todos aí estão com alimentos, vocês deverão colocar no prato que
vocês acham que corresponde o alimento, sendo in natura,
minimamente processados, processados ou ultraprocessados.
P.: O que é isso pessoal?
AG.: Lixo.
P.: Lixo?
AG.: Embalagem de alimentos.
P.: Para que serve a embalagem de alimentos.
AG.: Para proteger.
P.: Vocês já leram a embalagem dos alimentos?
AG.: Sim.
P.: Alguém consegue ler, o que tem nas informações nutricionais?
A12.: Valor energético, proteínas, gorduras e carboidratos...
P.: Olha só, todos os alimentos têm carboidratos?
AG.: Não.
P.: Para que serve mesmo os carboidratos?
AG.: Energia para o nosso corpo.
68

P.: As embalagens são importantes para identificar e introduzir o que


os alimentos possuem A leitura das informações nutricionais são
essenciais para possuir uma alimentação saudável.
P.: O que mais tem nas embalagens?
AG.: Proteínas.
P.: Para que serve as proteínas?
AG.: Manutenção do corpo.
P.: Elas servem para o crescimento.
P.: O que mais tem?
AG.: Gorduras.
P.: E elas servem para?
AG.: Engordar.
P.: Elas são importantes para o armazenamento de energia.
P.: Quais os alimentos mais saudáveis dessas embalagens?
AG.: Não tem professora.
P.: Que mais.
AG.: Colesterol.
P.: Alguém já ouviu falar?
AG.: Sim.
P.: Tem o colesterol bom e o ruim né?
AG.: Tem sódio.
P.: Alguém sabe o que é sódio?
AG.: Sal.
P.: Isso.
P.: Agora acabou pessoal a atividade. Gostaria de agradecer a todos
pela participação.

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