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DECLARAÇÃO
Ana Raquel Ernesto Manuel Gotine, casada, de 28 anos de idade, natural de Nampula, nacionalidade
Moçambicana, Docente a tempo integral no curso de Licenciatura em Nutrição, na Universidade de
Lúrio, vem por este meio atestar que o trabalho de culminação da estudante Atija Juma Alberto,
portadora de BI nº 030100009544N, emitido pelo arquivo de Identificação Civil da Cidade de Nampula,
com o número de estudante 20170100464, com o tema Avaliação do Consumo de Frutas e Vegetais
pelos Adolescentes da Escola Secundária de Napipine, Nampula 2021, se encontra estruturalmente
e metodologicamente capaz para de ser apresentado em provas públicas.
A orientadora
_______________________________
(MSc.Ana Raquel Gotine)
II
DEDICATÓRIA
III
AGRADECIMENTOS
“É preciso força para sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê”. (Los Hermanos)
Um longo caminho foi percorrido até chegar a este ponto, mas este não é um caminho que se
percorre sozinho. Agradeço á Deus pela vida e saúde que me tem proporcionado durante a
formação académica.
Aos meus pais por todos sacrifícios, pelo amor, carinho, apoio e acima de tudo por acreditarem
em mim.
Aos meus tios Fátima Temane Viana, Anifa Temane Viana, Jacinto Alberto Tupia pelo amor,
compreensão e apoio.
Aos meus irmãos Virgínia Juma Alberto, Eduardo Juma Alberto e Nina Juma Alberto, pelo
amor, carinho e pela força.
Ao meu companheiro Vagner Cassimo Ali João Teques pelo constante incentivo,
companheirismo, compreensão, paciência, lealdade e por estar presente em todos momentos.
À minha orientadora MSc. Menalda Valeriano André pelo incentivo, orientação e paciência
durante a elaboração do presente trabalho.
À Co-orietadora MSc. Ana Raquel Gotine pelo apoio e orientação na elaboração do trabalho.
Ao meu cunhado Rapieque Alberto, pela paciência e apoio durante a elaboração do trabalho.
Aos meus amigos e colegas pela ajuda e paciência durante o percurso académico, Libra Duque,
Arão José, Júnior Chabane, Durval Marques, Dulce Eduardo, Razia Guido, Alcino Rodrigues,
Harsh Parez e Geremias Gomes.
IV
RESUMO
V
ABSTRACT
The present work, with the theme Evaluation of the consumption of fruits and vegetables in
adolescents of the Secondary School of Napipine, Nampula 2021, has as general objective to
evaluate the consumption of fruits and vegetables by the adolescents of the Secondary School
of Napipine. This is a cross-sectional study, in which 276 students participated, 153 girls (56%)
and 123 boys (44%), aged between 14 and 19 years. For data collection, the food frequency
questionnaire (FFQ) and 24-hour recall were used. Of the 276 participants interviewed and
encouraged, the study found an inadequacy regarding the consumption of fruits and vegetables
(<400g) in accordance with the recommendations of the World Health Organization (WHO),
with important variations being identified in relation to the percentage and frequency of which
82.6% of participants consume fruits and vegetables greater than the average portion, in relation
to frequency it was found that 24.56% of participants consume fruits and vegetables 1 to 3 times
/ month. It was found that the reasons for consuming these foods ware heal (49.45%), taste
(15%), economic / financial conditions (14.5), availability (13.5%), seasonality (2.35%) and
lack of knowledge / do not know why they consume (4.5%). It was possible to verify the
association between class and fruit consumption (p = 0.047) and sex with vegetable
consumption (p = 0.032). Based on the study carried out, adolescents from the Secondary
School of Napipine present inadequate consumption of fruits and vegetables, which was
mediated by behavioral, socioeconomic and family factors (food insecurity).
VI
LISTA DE ILUSTRAÇÕES/FIGURAS
Grafico 1: Razões que levam ao consumo de frutas ................................................................ 10
Grafico 2: Razões que levam ao consumo de frutas ................................................................ 11
VII
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Descrição das variáveis sócio-demográfica da amostra ............................................. 9
Tabela 2: Descrição do consumo de frutas em relação a frequência ....................................... 12
Tabela 3: Descrição do consumo de vegetais em relação a frequência ................................... 13
Tabela 4: Descrição do consumo frutas e vegetais em relação a porcão ................................. 14
Tabela 5: Associação entre o consumo de frutas e vegetais com variáveis sócio-demográficas
.................................................................................................................................................. 14
Tabela 6: Frutas e vegetais referenciadas no Recordatório de 24H e a quantidade em gramas (g)
.................................................................................................................................................. 15
VIII
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IX
ÍNDICE
DEDICATÓRIA....................................................................................................................... III
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. IV
RESUMO .................................................................................................................................. V
ABSTRACT ............................................................................................................................. VI
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1
2. OBJECTIVOS ........................................................................................................................ 5
2.2.Específicos: ...................................................................................................................... 5
3. METODOLOGIA .................................................................................................................. 6
X
3.5. Questões éticas ................................................................................................................ 9
5. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 16
ANEXO 1 ................................................................................................................................. 26
ANEXO 2 ............................................................................................................................. 28
XI
1. INTRODUÇÃO
Durante a adolescência é possível ter dois grupos distintos, sendo a fase inicial entre os 10
aos 14 anos, caracterizada pelo inicio do processo biológico da puberdade (fase pré-púbere) que
desencadeia mudanças físicas, psicológicas, cognitivas e sociais; Caracteriza-se por ocorrer um
estirão de crescimento, aumento rápido das secreções hormonais e o surgimento de caracteres
sexuais secundários; enquanto a fase final compreende as idades dos 15 aos 19 anos, e por sua
vez, caracterizada pela desaceleração dos supra citados (fase púbere) até o cessar, na idade
adulta.1,2,3
Um estudo realizado por Keats et al.7 (2018) sobre hábitos alimentares dos adolescentes,
na África, mostra que 63% dos adolescentes consomem doces, salgados, bebidas energéticas e
fritos.
Não obstante, os dados da Global School Student Health Surveys (SSHS)8, mostram que
61% dos adolescentes comem fast food semanalmente e 57% bebem refrigerantes carbonados
diariamente.
1
A adolescência é considerada como sendo um período importante na consolidação dos
hábitos alimentares saudáveis, estimulando-se essencialmente o consumo de frutas, devido ao
facto de serem suscetíveis a deficiências nutricionais causados pela demanda aumentada de
nutrientes para atender ao intenso crescimento característico desta fase, especialmente em
relação ao ferro, cálcio, zinco e vitaminas A, C, D, E e as do complexo B.6
De acordo com Mintah et al.11 (2012) fruta é a estrutura associada a sementes comestíveis
e carnudas de certas plantas, que podem ser doces como (maçã, laranja, uva, morango, banana,
papaia) ou não doces (limão, toranja) em sua forma bruta.
As frutas são ricas em nutrientes dietéticos essenciais, como potássio, antioxidantes e ácido
fólico, que ajudam a reduzir o efeito da perda óssea e a ocorrência de pedras nos rins, auxiliando
no funcionamento adequado do cérebro, pois estimulam a recuperação da memória, além de
fornecerem ao corpo humano as fibras necessárias para um sistema digestivo saudável.11
Portanto, o consumo de frutas garante uma boa saúde, fornece energia instantânea ao corpo
e fornece vitaminas e minerais que são benéficos para o funcionamento do corpo,
assemelhando-se as funcionalidades dos vegetais.12
Por sua vez, os vegetais são definidos como as partes comestíveis da planta, incluindo
caules, raízes, tubérculos, bulbos, folhas, flores e frutos, podendo incluir ou não as leguminosas
ou cogumelos.13
Em linhas gerais os vegetais são importantes na vida de qualquer pessoa, porque ajudam a
melhorar a saúde geral, protegem os órgãos vitais do corpo, auxiliam no controle do peso e
promovem a saúde da pele e do cabelo. Eles também fornecem antioxidantes abundantes que
ajudam a manter as doenças longe do corpo e auxiliam na digestão, prevenindo prisão de ventre,
hemorroidas e diarreia.11,12
Muitos dos fitoquímicos presentes nas frutas e vegetais atuam como poderosos
antioxidantes, protegendo as células e tecidos contra os radicais livres e envelhecimento celular,
interferem com os processos inflamatórios, cuja inibição é importante, por exemplo, no controlo
2
de doenças cardíacas e inibem a proliferação de células cancerígenas.14 Por esta razão os
nutrientes encontrados nesses alimentos são importantes para o crescimento e desenvolvimento
saudável dos adolescentes.
Existem vários factores que podem influenciar o consumo de frutas e vegetais nos
adolescentes, inclui a idade, sexo, nível de escolaridade, disponibilidade sazonalidade
preferências de sabor, custo, influência dos pais, conhecimento em saúde, tempo de preparo,
3
crenças culturais e o poder de decisão das mulheres em relação aos homens no agregado
familiar.18,19
Importa referir que o baixo consumo de frutas e vegetais entre adolescentes durante o
período escolar é comum, e pode ser explicado por vários factores, incluindo exposição
frequente à alimentos não saudáveis, sua autonomia em selecionar e ingerir os lanches
preferíveis e favoráveis, comer fora de casa, influência de amigos e colegas, falta de tempo ou
experiências para trazer lanches saudáveis preparado pelos pais ou encarregados de educação
ou por si próprios.20
Estudo realizado por Carla Ribeiro, et al.15 sobre consumo de frutas e vegetais em escolares
na rede pública Municipal de Ensino Fundamental da Cidade de Pelotas (Sul do Brasil),
demostrou a pesquisa que as prevalências de consumo frequente de frutas e vegetais foram de
42,1%. Portanto, dos escolares avaliados, 12,1% não consumiam nenhuma fruta e 22,5% não
consumiam nenhum vegetal, nos sete dias que antecederam a entrevista.
Segundo o estudo realizado por Filipe Chiambiro Zano24, sobre Segurança Alimentar
Urbana em Moçambique, apresenta bases da alimentação das populações periurbanas da cidade
de Nampula, em relação o consumo de alimentos protetores (frutas e vegetais), o resultado
revelou que são consumidos entre 3 a 4 dias por semana. O estudo mostrou ainda que 30% das
famílias periurbanas da Cidade de Nampula não haviam consumido frutas durante um período
de 7 dias e 32% consumiam em apenas 1 dia da semana.
4
1.5. Justificativa
Não obstante, os adolescentes necessitam de uma atenção redobrada no que tange aos seus
hábitos alimentares por se encontrarem numa fase vulnerável a ditarem tendências alimentares
prejudiciais a sua saúde, que em algum momento é influenciado por hábitos familiares, dos
costumes locais, das amizades, dos Mídias, redes sociais, a falta de informação e a
desinformação.
2. OBJECTIVOS
2.1. Geral:
Avaliar o consumo de frutas e vegetais em adolescentes da Escola Secundária
de Napipine, Nampula 2021.
2.2.Específicos:
5
3. METODOLOGIA
A amostra inicial era constituída por 329 alunos, tendo se perdido durante o estudo 53
alunos (16%) por não apresentarem o termo de assentimento informado assinado pelo
encarregado de educação, não terem os questionários devidamente preenchidos e por
apresentarem idade superior a 19 anos de idade. A perda da amostra do estudo foi
maioritariamente constituída por alunos do sexo feminino.
O desenho amostral foi dividido em duas (2) fases, e a técnica de amostragem utilizada foi
aleatória por conglomerado. Inicialmente foram codificadas as escolas secundárias públicas da
cidade de Nampula com números (1 a 15), e dentre elas foi selecionada apenas uma (1) de forma
aleatória.
Em seguida, foram codificadas as turmas da 10ª e 12ª classe (para 10ª classe as turmas 1 a
41 e 12ª classe os grupos A, B e C com números de 1 a 21), aleatoriamente foram selecionadas
11 turmas, das quais 6 turmas da 10ª classe e 5 turmas da 12ª classe, visto que em cada turma é
constituída por 30 alunos.
As turmas escolhidas fizeram parte do estudo como um todo e foram consideradas como
amostra de modo a garantir representatividade em relação à população total.
O critério de inclusão era estar regularmente matriculado no 2º ciclo do curso (10ª e 12ª
classe) curso Diurno, na Escola Secundária de Napipine, ter a idade compreendida entre 14 e
19 anos, aceitar fazer parte do estudo e apresentar o termo de assentimento informado assinado
pelo encarregado de educação.
O critério de exclusão foi usado para todos os alunos não cooperativos, os que
manifestaram o desejo de desistir do estudo, alunos que não apresentaram o termo de
assentimento informado assinado pelo seu encarregado de educação e os alunos que se
apresentaram na faixa etária inferior a 14 anos ou superior a 19 anos de idade.
6
3.1. Recolha de dados
Em seguida fez-se a distribuição do termo de assentimento informado aos alunos para que
entregassem aos encarregados de educação para a respetiva assinatura. Por último, foi feita a
segunda reunião com os alunos, onde foram distribuídos os questionários aos alunos que
traziam o termo de assentimento informado assinado, no qual o processo de recolha de dados
teve a duração de três (3) dias.
Uma vez que o inquérito foi realizado de forma presencial, foram acauteladas e respeitadas
todas as medidas de prevenção a Covid-19 durante o processo de colecta de dados, mantendo-
se uma lotação de 40% da capacidade da turma, distanciamento entre estudantes e a inquiridora,
uso das máscaras e desinfecção com álcool a 75% antes e depois da distribuição dos
questionários.
Idade;
Gênero;
Classe;
Relação com o chefe do agregado familiar;
Estado civil.
3.3. Instrumentos de avaliação do consumo
7
O QFA fornece informação de consumo alimentar de uma população durante um longo
período (6 meses a 1 ano) anterior ao período da entrevista, no qual ao entrevistado foi
apresentado uma lista de alimentos para que este seleciona-se, por alimento quantas vezes
consome (frequência de consumo) em termos gerais, bastava colocar no quadrado as vezes por
dia/semana/mês, do seu consumo e depois os alimentos escolhidos geralmente foram pré-
selecionados pela investigadora para os fins específicos do estudo.18
O QFA foi composto por 47 itens alimentares, no qual estão agrupados em dois (2) grupos,
nomeadamente, frutas e vegetais, as saladas cruas com legumes e verduras cozidas
considerando-os como uma única categoria denominada vegetais.
Foram feitas as medidas de frequências (absoluta e relativa) para as variáveis: sexo, classe,
estado civil e relação com chefe do agregado familiar. Para a variável idade calculou-se a média,
desvio padrão, e idade mínima e máxima. Para descrever e classificar o consumo foram feitas
medidas de frequências (absoluta e relativas) para cada fruta e vegetal.
8
3.5. Questões éticas
Garantiu-se a segurança na condução dos questionários e sigilo dos dados, uma vez que
nenhum dos questionários incluídos na metodologia possibilitou a identificação nominal,
garantindo o anonimato de todos alunos e com o conhecimento apenas da pesquisadora.
A adesão ao estudo foi voluntária, sem qualquer tipo de remuneração e aconteceu mediante
a aceitação através da assinatura de um Termo de Assentimento Informado pelos seus
encarregados de educação.
Variáveis Frequência %
Classe
10ª Classe 142 51,4
12ª Classe 134 48,6
Sexo
Masculino 122 44,2
Feminino 154 55,8
Esta Civil
Solteiro 275 99,6
Casado 1 ,4
Relação com o chefe do agregado familiar
9
Pai 27 9,8
Mãe 37 13,4
Pais 145 52,5
Tio 9 3,3
Tia 8 2,9
Tios 8 2,9
Avo 18 6,5
Irmão 18 6,5
Irmã 6 2,2
Fonte: Autora, 2021.
Com relação as razões que levam ao consumo de frutas (Gráfico 1), observou-se que os
adolescentes na sua maioria (48,4%) consome frutas por causa dos beneficios que estas trazem
ao organismo humano (saúde), 17,1% relatou o consumo de frutas porque gosta, 16,9%
comumiu fruta por causa de condições financeiras que eles apresentam e 4,3% apenas consome
frutas e não sabe porquê consome.
600 556
500
400
300 269
200 Frequência
94 95 100,0 Porcentagem
100 48,4 56
16,9 17,1 10,1 14 2,5 24 4,3
0
10
600 556
500
400
281
300
200 Frequência
94 100,0 Porcentagem
100 50,5 67 72
12,1 12,9 16,9 122,2 264,7
0
Estudo realizado por Silva et al.26 sobre influência da educação nutricional no consumo de
frutas e verduras de alunos do sertão pernambucano, não segue a mesma linhagem com os
resultados encontrados no neste estudo, no qual relata que a maioria (42%) dos adolescentes
participantes do estudo aponta o hábito alimentar como a principal condição para o consumo
de frutas e vegetais, seguido pelo preço (39,3%).
Os dados acima representados podem indicar que o histórico alimentar e suas influências
externas (condição social, média, praticidade do produto) são importantes moduladores da
alimentação, e contribuem para que os adolescentes não se preocupem com a sua saúde por
acreditarem que seus hábitos não podem causar prejuízos à saúde, enquanto estas são práticas
negativas.26
De referir que entre os vários factores determinantes para o consumo de frutas e vegetais
nos adolescentes, um dos mais importantes é a frequência com que eles consomem refeições,
os adolescentes que consomem refeições com maior frequência têm maior chances para a
ingestão de frutas e vegetais, pelo contrário, os adolescentes que consomem refeições com
menos frequência tendem a ingerir menos esses alimentos.27
Segundo o estudo realizado por Rasmussen et al.28 com o tema determinantes do consumo
de frutas e vegetais em adolescentes, relatam que a textura da fruta é outro factor importante
11
que influencia o consumo de fruta, os adolescentes rejeitam fruta danificada, imperfeita ou com
manchas por serem interpretadas como possíveis sinais de mau sabor ou textura.
O baixo consumo de frutas e vegetais é justificado por vários autores pela pluralidade dos
seus determinantes, entre eles a falta de políticas públicas efetivas, custo, disponibilidade e
acessibilidade destes produtos em casa e na escola, as preferências e hábitos dos adolescentes,
falta de conhecimento dos pais sobre os benefícios da ingestão diária de frutas e vegetais,
também a baixa saciedade que esses alimentos produzem em relação aos alimentos processados
ricos em açúcares e gorduras saturadas.26,27,29
Em relação à frequência do consumo de frutas, tal como ilustrado na tabela 2, a maioria dos
adolescentes (13,5%) apresentam o consumo de frutas 1 a 3 vezes/mês e 12,6% refere nunca
consumir frutas.
Frequência n %
1 a 3 Vezes/Mês 240 13,5%
1 Vez/Semana 215 12,2%
2 a 4 Vezes/Semana 220 12,4%
5 a 6 Vezes/Semana 193 10,9%
Fruta 1 Vez/Dia 209 11,8%
2 a 3 Vez/Dia 179 10,1%
4 a 5 Vez/Dia 128 7,2%
6 ou Mais Vezes/Dia 161 9,1%
Nunca 223 12,6%
Total 1768 100%
Fonte: Autora, 2021.
Os resultados estes não colaboram com aos encontrados na pesquisa levantada por Joana
Godinho30, sobre factores comportamentais determinantes no consumo de fruta nos
adolescentes e a importância do suporte social no qual aponta que a maioria (29,7%) dos
adolescentes referem consumir frutas duas vezes por dia, sendo a resposta menos significativa
nunca comerem fruta (2,6%).
12
Tabela 3: Descrição do consumo de vegetais em relação a frequência
Frequência n %
1 a 3 Vezes/Mês 200 11,06
1 Vez/Semana 216 11,94
2 a 4 Vezes/Semana 205 11,33
5 a 6 Vezes/Semana 195 10,78
Vegetais 1 Vez/Dia 223 12,33
2 a 3 Vez/Dia 204 11,28
4 a 5 Vez/Dia 156 8,62
6 ou Mais Vezes/Dia 173 9,56
Nunca 236 13,05
Total 1808 100
Fonte: Autora, 2021.
Resultado estes assemelham-se aos encontrado por Muniz et al.31 no estudo sobre a
prevalência e factores associados ao consumo de frutas e vegetais entre adolescentes de escolas
públicas de caruaru, onde aponta que a maioria 68% (IC95%: 61,7; 73,6) dos adolescentes
informaram consumir vegetais uma vez/dia.
Vários outros estudos tratando a mesma temática, indicam uma baixa frequência alimentar
de frutas e vegetais entre os adolescentes.30,31,32,33,34 Essa inadequação na ingestão é
preocupante, uma vez que pesquisas têm apontado que o consumo adequado desses alimentos
(400g/dia que equivalem a 5 porções/dia) é factor protetor contra o risco de diversas doenças
crónicas.14
Neste sentido, os resultados do presente estudo chamam a atenção, não apenas por
sugerirem que as recomendações de consumo estabelecido pela OMS, mas porque o consumo
de frutas e vegetais entre os adolescentes da Escola Secundária de Napipine não ocorre
diariamente na maior parte dos casos. Visto que os mesmos apresentam uma percentagem
elevada em relação ao conhecimento dos benefícios do ocnsumo desses alimentos. Além disso,
considerando que o consumo insuficiente de frutas e vegetai, pode estar associado na
disponibilidade desses alimentos.
13
Tabela 4: Descrição do consumo frutas e vegetais em relação a porcão
Porção Contagem %
Porcão Média 174 63,0%
Maior que a Porcão 245 88,8%
Média
Frutas
Menor que a Porcão 219 79,3%
Média
Nunca 222 80,4%
Porcão Média 170 61,6%
Maior que a Porcão 231 83,7%
Média
Vegetais
Menor que a Porcão 211 76,4%
Média
Nunca 239 86,6%
Fonte: Autora, 2021.
Os resultados do estudo mostram que os adolescentes consomem frutas (88.8%) e vegetais
(83,7%) maior que a porção média, dados estes seriam satisfatórios se a mesma proporção
tivesse associação com maoir frequência no consumo desses alimentos.
14
Cardoso et al.34 em seu estudo sobre escolhas e hábitos alimentares em adolescentes:
associação com padrões alimentares do agregado familiar, mostrou que a influência materna é
a mais frequente e está associada a realização das tarefas como cozinhar ou compra dos
produtos, ainda outros relatos indicam associação entre o padrão alimentar dos pais e as
escolhas e preferências alimentares dos filhos.
15
5. CONCLUSÃO
Com base nos resultados apresentados em relação a frequência do consumo de frutas e
vegetais, observou-se que os adolescentes da Escola Secundária de Napipine apresentam o
consumo fora das recomendações actuais de acordo com a Organização Mundial de Saúde,
dados estes são preocupantes, uma vez que o baixo consumo desses alimentos culminam com
o desenvolvimento de Doenças crónicas.
Os dados referentes as razões que influenciam o consumo de frutas e vegetais, indicam que
os adolescentes possuem informação dos benefícios que estes alimentos trazem para o
organismo humano, mesmo assim apresentam o baixo consumo desses alimentos. Foram
encontradas diferenças significativas entre os factores sócio-demográficos como sexo e a
escolariadade com o consumo desses alimentos, ou seja, o sexo assim como a classe que o
adolescente frequenta influenciam no consumo desses alimentos.
16
6. OBSERVAÇÕES FINAIS, LINHAS FUTURAS DE I-D, SUGESTÕES
Em relação aos estudos do âmbito nutricional, não foi possível encontrar um estudo
publicado sobre consumo de frutas e vegetais pelos adolescentes em Nampula, o que torna este
o primeiro estudo neste âmbito.
Mais estudos são necessários para melhor compreensão dos factores influenciadores do
consumo de frutas e vegetais para que práticas eficientes de educação nutricional sejam
adotadas e difundidas.
Frente a isso, o papel de melhorar a alimentação dos adolescentes não deve ser encarado
como um esforço individual, pois depende também de iniciativas governamentais que
potencializem e impulsionem mudanças de múltiplos comportamentos visando à promoção da
saúde.
17
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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19
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Portuguesa de Saúde Pública, 33(2):128-136, 2015.
20
APÊNDICE 1: Questionários
6 ou mais x/ dia
2 a 4x/ Semana
5 a 6x /Semana
Porção media
porção média
porção média
Menor que a
1x / Semana
Maior que a
1 a 3x/ Mês
2 a 3x /dia
4 a 5x/dia
1x /dia
Nunca
Caju 1 Porção
1
Manga /2
Pêra 1 Média
Maçã 1 Média
Banana 1Pequena
Pêssego 1 Média
Ananás 1Fátia
Média
1
Papaia /2
Uva 1cacho
pequeno
Maracujá 1 Média
Laranja 1 Média
Toranja 1 Pequena
Limão 1 Média
Tangerina 2 Médias
Meláncia 1Fátia
Média
Melão 1Fátia
Média
1
Ata /2 Média
Goiaba 1 Média
1
Abacate /2 Média
21
Vegetais
Folhas de ½ chávena
mandioca
Folhas de ½ chávena
abóbora
Folhas de ½ chávena
batata-doce
Nheué ½ chávena
Feijoada ½ chávena
Couve ½ chávena
Alface ½ chávena
Repolho ½ chávena
Feijão ½ chávena
nhemba
Feijão ½ chávena
manteiga
Feijão boer ½ chávena
Feijão jugo ½ chávena
Feijão verde ½ chávena
Ervilha ½ chávena
Fava ½ chávena
Cogumelo ½ chávena
Tomate 1 Médio
Quiabo ½ chávena
Beringela ½ chávena
Pimento 6 Rodelas
Batata rena ½ chávena
Cebola ½ Médio
Cenoura ½ Médio
Pepino ¼ Médio
Piripiri 1 dente
Alho 1 dente
Saladas ½ chávena
cruas
22
RECORDATÓRIO DE 24H
R24H Nᴼ_______ Inquérito nᴼ_______
Preencha a tabela a baixo, descrevendo todos alimentos que consumiu ontem, desde a hora que acordou
até o último alimento que consumiu antes de dormir. Para determinar a quantidade use as fotos
encontradas depois do questionário.
Hora do Alimento Quantidade
consumo
23
ÁLBUM FOTOGRÁFICO
24
25
ANEXO 1:
Você esta sendo convidado para participar da pesquisa, que tem como titulo: Avaliação do consumo de
frutas e vegetais nos adolescentes da Escola secundária de Napipine, Nampula 2021. Seus
responsáveis permitiram que você participasse.
Os adolescentes que irão participar dessa pesquisa têm de ter 14 a 19 anos de idade. Você não precisa
participar da pesquisa se não quiser, é um direito seu, portanto, não terá nenhum problema se desistir, a
qualquer momento.
A pesquisa será feita na Escola Secundária de Napipine, onde a selecção dos adolescentes será aleatória de
acordo com a amostra selecionada.
Para isso, será usado o Questionário de Frequência alimentar (QFA) e o Recordatório de 24h. O uso do
QFA e o R24H são considerados seguro, não existirá qualquer risco para o bem-estar físico, psicológico,
social e económico. Em caso de dúvidas contacte o número celular: 843423369 da pesquisadora Atija
Juma Alberto.
O participante não irá receber nenhuma compensação material ou financeira por participar na pesquisa,
apenas lanche para suportar calorias durante o tempo da minha participação se for necessário.
A sua participação neste estudo poderá contribuir para traçar melhores e adequadas estratégias para
alimentação saudável.
É reservado a você o direito de sigilo, isto é, ninguém saberá que você está participando da pesquisa,
excepto os intervenientes na pesquisa. Os resultados da pesquisa vão ser publicados, mas sem identificar
os adolescentes que participaram da pesquisa. Quando terminarmos a pesquisa os resultados estarão
disponíveis para a direção da Escola Secundária de Napipine, participantes e a investigadora.
26
Eu entendi a informação apresentada neste TERMO DE ASSENTIMENTO.
27
ANEXO 2:
Declaro que a pesquisadora, Atija Juma Alberto, me explicou todas as questões sobre o estudo que
vou participar, sobre os métodos, o tempo da aplicação do questionário e as técnicas que utilizará,
benefícios e riscos decorrentes do estudo.
Fui informado (a) que não sou obrigado (a) a participar do estudo e posso desistir em qualquer
etapa do estudo sem sofrer de represálias ou mau atendimento nesta instituição de ensino.
Compreendi que não vou receber nenhuma compensação material ou financeira por participar na
pesquisa, apenas lanche para suportar calorias durante o tempo da minha participação se for
necessário.
O investigador explicou-me também que o meu nome não aparecerá no estudo e as informações
ou amostra colhida servirá somente ao fim do presente estudo.
Assinatura da Pesquisadora_________________________________________
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