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São Paulo
2022
Elaine Cristina de Almeida Kotchetkoff
Orientadora:
Profa. Dra. Roseli Oselka Saccardo Sarni
Coorientadora:
Profa. Dra. Raquel Bicudo Mendonça
São Paulo
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PEDIATRIA E CIÊNCIAS
APLICADAS À PEDIATRIA
Chefe do Departamento:
Profa. Dra. Soraia Tahan
iii
Elaine Cristina de Almeida Kotchetkoff
Presidente da banca:
Banca examinadora:
Suplentes:
iv
Dedicatória
Amo vocês!
v
Agradecimentos
Ao Senhor, bendiga minha alma por todos seus feitos e que suas bênçãos jamais
sejam esquecidas;
À minha orientadora, Profa. Dra. Roseli Oselka Saccardo Sarni, por seu precioso
tempo, pelos ensinamentos, pelas oportunidades, pelo carinho e respeito e por toda
ajuda no decorrer desta trajetória. Sem dúvida é uma honra tê-la como mentora;
À minha coorientadora Profa. Dra. Raquel Bicudo Mendonça pelo voto de confiança
dado anos atrás, pela ajuda, parceria, ensinamentos e apoio. Você com certeza tem
um papel especial na minha formação;
À Profa. Dra. Fabíola Isabel Suano de Sousa pela contribuição essencial na análise e
interpretação dos dados desse trabalho;
À Profa. Dra. Daniela Neri por toda contribuição e ajuda na interpretação dos dados
desse trabalho;
À querida amiga Talita Lemos Neves Barreto pelo apoio, incentivo, amizade e ajuda
nas análises desse trabalho;
À querida amiga Renata Magalhães Boaventura pela ajuda com as planilhas do Excel
e pelo apoio e amizade;
vi
Lucia Nishinaka e Karina Trajano pela troca de experiências e pelos bons momentos
vividos durante esses anos;
A todos, que mesmo indiretamente contribuíram para essa conquista, o meu MUITO
OBRIGADA!
vii
Resumo
viii
Abstract
Background: Food allergy (FA) is growing in the pediatric age group. Nutritional
therapy involving food restriction in FA may pose short- and long-term health risks. The
high consumption of ultra-processed foods (UPF) in this population may imply a risk of
the persistence of FA and the development of other associated chronic diseases.
Objective: To describe the consumption of UPF by children and adolescents with FA
and to verify the association with the number of foods involved, associated allergic
diseases, Z-score of the body mass index (ZBMI), and breastfeeding (BF) at the time
of collection. Methods: Cross-sectional study with 110 children and adolescents with
single or multiple FA and different mechanisms. We evaluated food consumption using
the NOVA classification using three 24-hour recalls. Results: The mean age was
64.2±40.9 months, with a predominance of males (60.9%). As for the FA: 49% single
food involved, 61.8% IgE-mediated, and the foods most involved were cow’s milk and
egg. We observed excess weight, short stature, and BF at the time of collection in
14.5%, 10.9%, and 9.1% of individuals, respectively. The average percentage of UPF
intake concerning total energy intake (calories) was 33.1±15.7%. We observed through
multivariate analysis that UPF intake was inversely and independently associated with
the presence of atopic dermatitis (β= -7.55; 95% CI - 14.98 to -0.11; p =0.047) and
breastfeeding at the time of collection (β= -15.99; 95% CI -26.82 to -5.15; p=0.004)
fact not observed for ZBMI and the number of foods involved. Conclusion: The
present study showed that UPF accounts for about one-third of the total energy
consumed by children and adolescents with FA. The presence of atopic dermatitis and
BF were associated with lower UPF consumption. The number of foods involved in FA
and the ZBMI was not associated with UPF consumption.
ix
Sumário
Dedicatória .............................................................................................................. v
Agradecimentos ..................................................................................................... vi
Resumo .................................................................................................................. ix
Abstract .................................................................................................................. xi
Lista de gráficos.....................................................................................................xvi
2 JUSTIFICATIVA................................................................................................. 19
3 OBJETIVOS ....................................................................................................... 20
4 REFERÊNCIAS...................................................................................................21
5 MANUSCRITO ................................................................................................... 28
Anexo 1 ................................................................................................................. 59
Anexo 2..................................................................................................................66
Apêndice 1 ............................................................................................................ 68
Apêndice 2 ............................................................................................................70
Apêndice 3.............................................................................................................72
xi
Lista de figuras
xii
Lista de tabelas
envolvido............................................................................................................................1
ultraprocessados........................................................................................................10
Material suplementar
limitações.....................................................................................................................7
xiv
Lista de gráficos
xv
Lista de siglas
AA alergia alimentar
AC alimentação complementar
AM aleitamento materno
CA circunferência abdominal
DA dermatite atópica
LV leite de vaca
xvii
1 FUNDAMENTAÇÃO CIENTÍFICA
1
Amendoim 1,7 1,6
Fonte: adaptado de Nwaru e colaboradores, 2014 (4); TPO – teste de provocação oral
1.1.2 Classificação
2
ganho ponderal e déficit de crescimento, e pode levar mais tempo para ser
reconhecida e diagnosticada (12,13,14).
Sistema Observações
Cutâneo: Por ingestão ou contato (cerca de 20% dos casos de urticária aguda
angioedema/prurido Cerca de 80% dos casos de alergias IgE mediadas envolvem o sistema
cutâneo;
3
1.1.3 Diagnóstico
4
história clínica, idade, manifestações clínicas, entre outros (19). Dos três tipos
existentes de TPO, o duplo cego controlado por placebo é considerado padrão-ouro.
O procedimento antes restrito a ambientes acadêmicos, recentemente foi
incorporado ao Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde pela ANS, tornando-se
um teste com cobertura obrigatória para os planos de saúde regulamentados. Tal
cobertura tem finalidade diagnóstica e de monitoramento e se aplica a pacientes de
até 24 meses com suspeita de alergia ao leite de vaca (20).
Diversos estudos têm investigado o uso do patch test como ferramenta
potencial para o diagnóstico de AA não IgE-mediada. Entretanto, a falta de
padronização representa uma limitação para sua utilização na prática clínica, uma vez
que a interpretação dos resultados parece ser variável entre os estudos disponíveis
(21).
Quando há sintomas compatíveis com EoE (vômitos, regurgitação, disfagia,
impactação, queimação retroesternal, entre outros), na presença ou ausência de
eosinofilia periférica, recomenda-se a realização de esofagogastroduodenoscopia
com biópsias, incluindo as partes proximal e distal do esôfago. O diagnóstico de EoE
é baseado na presença de sintomas de disfunção esofágica e infiltrado eosinofílico no
exame histológico do fragmento de biópsia (> 15 eosinófilos em pelo menos um campo
de grande aumento na mucosa esofágica) que persistem após pelo menos 8 semanas
com tratamento envolvendo o uso do inibidor de bomba de prótons (1-2 mg/kg/dia) e
quando outras causas de eosinofilia esofágica são excluídas. Em caso de sintomas
caracterizados por dor abdominal, diarreia, sangue nas fezes, na presença ou
ausência de eosinofilia periférica, é necessária uma endoscopia do trato intestinal
superior e/ou inferior (colonoscopia) com múltiplas biópsias (22).
1.1.4 Tratamento
Pode refletir ingestão atípica A coleta seriada, de dois ou três dias, pode reduzir
a chance de isso ocorrer
Está sujeito a omissão de alguns alimentos, De acordo com as perguntas feitas pelo
como bebidas e beliscos entrevistador, essa limitação pode ser de menor ou
maior grandeza
Se for realizado em um único momento, não Se realizado em dois dias não consecutivos da
reflete as diferenças entre a ingestão de dias semana e um do final de semana, reduz a chance
da semana e finais de semana de isso ocorrer
7
ingredientes culinários; alimentos processados; alimentos ultraprocessados (AUP)
(28).
Desde a sua criação, em 2009, a classificação NOVA passou por algumas
atualizações e revisões. A NOVA é reconhecida por organizações internacionais,
como a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura e a
Organização Pan-Americana da Saúde, como uma ferramenta válida para pesquisa,
política e ações em nutrição e saúde pública. Também tem sido utilizada em inúmeras
publicações em vários países (29).
O primeiro grupo compreende os alimentos in natura e minimamente
processados, que são obtidos diretamente da natureza ou sofreram pouca ou
nenhuma alteração após deixarem a natureza.
No segundo grupo estão os ingredientes culinários, como sal, açúcar,
manteiga, banha de porco, óleo e vinagre. No entanto, eles podem ser incluídos ao
grupo de alimentos in natura e minimamente processados.
No terceiro grupo estão os alimentos processados, que são alimentos in natura
ou minimamente processados com adição de sal ou açúcar (e eventualmente vinagre
ou óleo).
No quarto grupo estão os AUP que são formulações industriais prontas para
consumo e feitas inteira ou majoritariamente de substâncias extraídas de alimentos
(óleos, gorduras, açúcar, amido, proteínas), derivadas de constituintes de alimentos
(gorduras hidrogenadas, amido modificado) ou sintetizadas em laboratório com base
em matérias orgânicas como petróleo e carvão (corantes, aromatizantes, realçadores
de sabor e vários tipos de aditivos alimentares usados para dotar os produtos de
propriedades sensoriais atraentes) (30). Os processos e técnicas empregados para
fabricação de alimentos deste grupo têm como objetivo aumentar a vida de prateleira
dos alimentos. Além disso, lançam mão de artifícios para que eles sejam altamente
palatáveis, acessíveis, atrativos e práticos (prontos para comer ou para aquecer)
(28,29,31).
Algumas características comuns aos AUP são a hiperpalatabilidade e o uso de
embalagens sofisticadas e atraentes. Geralmente são facilmente armazenados por
longo tempo, transportados e não necessitam de preparações mais elaboradas para
o consumo. Podem ser consumidos em qualquer lugar, seja em casa, na rua ou
durante o trabalho, no trânsito ou enquanto se assiste televisão. Além disso, sua
8
divulgação nos meios de comunicação tende a ser atraente, pois atribui a esses
alimentos características como saudáveis, convenientes, prazerosos, práticos e
confiáveis induzindo fortemente o seu consumo (32).
Muitos estudos sobre o impacto do consumo de AUP na saúde humana têm sido
publicadas na última década. E com isso, o surgimento de evidências relacionando o
consumo de AUP com o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis,
como diabetes, hipertensão e obesidade (29,33).
No Brasil, a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017–2018 (34) mostrou que
essa categoria de alimentos representa 19,7% da ingestão calórica diária dos
brasileiros, e a orientação para evitar esses alimentos faz parte do Guia Alimentar
para a População Brasileira (31).
Estudos de coorte e ensaios clínicos realizados com a população adulta
associaram o alto consumo de AUP ao risco de obesidade, maior ganho de peso e
adiposidade total e visceral. Especialmente, uma metanálise recente em adultos
mostrou que o consumo de AUP estava associado a risco 36% e 51% maior de
sobrepeso e obesidade, respectivamente (35). No que diz respeito à infância e
adolescência, o consumo de AUP é um fenômeno de grande importância e em rápido
crescimento. No entanto, a associação entre seu consumo e obesidade e tecido
adiposo na infância e adolescência permanece ainda pouco compreendida (35–37).
Metanálise recentemente publicada envolvendo estudos com crianças e adolescentes
incluiu dez publicações (cinco estudos longitudinais e cinco transversais). Quatro
estudos longitudinais em crianças, com seguimento superior a 4 anos, encontraram
associação positiva entre consumo de AUP e obesidade e parâmetros de adiposidade,
enquanto estudos transversais não encontraram associação (38).
Dentre as variáveis de ajuste na avaliação do consumo de AUP, a idade da
criança e escolaridade materna são apontadas. Crianças em idade escolar,
apresentaram maior consumo de AUP, comparado às pré-escolares. Em relação a
escolaridade materna, houve uma associação positiva entre a maior escolaridade e
aumento do consumo de AUP (39).
9
Coorte de base populacional na cidade de Pelotas-RS, que avaliou 4275 crianças
ao nascimento, das quais 95,4% foram acompanhadas até os 24 meses descreveu o
consumo alimentar avaliado por meio de um questionário de consumo habitual de
AUP. O número médio de AUP consumidos habitualmente foi de 4,8 (DP = 2,3). O
risco de consumo desses alimentos foi maior entre crianças de famílias de menor
posição socioeconômica, filhas de mães de baixa escolaridade, de raça negra, mais
jovens e de baixa renda (40).
Inquérito %EPAUP*
Autor, ano Pais Número Idade
alimentar (média)
Ruggiero e
Itália 9087 5-97 anos Rec 24h 17,8
cols., 2021
Parra e cols.,
Colômbia 38.643 2-64 anos Rec 24h 15,9
2019
Machado e
Austrália 12153 2+ anos 2 Rec 24h 42,0
cols., 2019
10
Cediel e cols.,
Chile 4920 2+ anos Rec 24h 28,6
2021
Martinez
Estados
Steele e cols., 9317 >1 ano 2 Rec 24h 57,5
Unidos
2017
>2 anos
Moubarac e
Canadá 3694 (55,1% entre 2 2 Rec 24h 47,7
cols., 2017
e 18 anos)
Costa
Louzada e
Brasil 32,898 >10 anos 2 Rec 24h 21,5
cols., 2015;
Louzada, 2015
11
Além de todas as substâncias maléficas à saúde presentes em AUP, o tipo de
tratamento térmico que boa parte desses alimentos são expostos induz a reação de
Maillard (RM), um dos principais mecanismos de geração de produtos finais de
glicação avançada (AGEs - advanced glycation end-products) (48).
Nos últimos anos tem sido postulado a participação dos AGEs na inflamação e
estresse oxidativo. Dentre os mecanismos propostos, temos a alteração da função da
proteína alimentar, devido a ligação de carboidratos com algumas proteínas e por
meio da ligação a receptores presentes em vários tecidos, que são os RAGEs,
promovendo a geração de espécies reativas de oxigênio (ERO), ambos cursando com
inflamação (49,50).
A alteração da função de proteínas glicadas ocorre porque a RM leva a
agregação das proteínas por meio da reticulação intermolecular ou intramolecular
entre resíduos de lisina e arginina na criação de AGEs partilhados. Esse processo
pode alterar o nível de reconhecimento de IgE e de células apresentadoras de
antígenos. Ou seja, proteínas modificadas por AGEs podem levar a respostas
imunogênicas (51).
Alérgenos alimentares na presença de AGEs, podem acionar o receptor RAGE
e cooperar para a sensibilização alérgica, por meio de células dendríticas,
apresentadoras de antígenos e respostas de células T. Além disso, a interação dos
AGEs com os RAGEs parece ativar mastócitos, com possível participação na
patogênese da AA (49,52,53).
Foi descrito que indivíduos asmáticos consumindo dieta pró-inflamatória
apresentavam formas mais graves da doença. Além disto, houve uma correlação
positiva entre os marcadores inflamatórios e maior consumo de alimentos
inflamatórios com redução do volume expiratório forçado (54).
Um estudo de base populacional norte americano, com 2736 crianças e
adolescentes de 6 a 19 anos determinou a associação entre o consumo de AUP e
sintomas alérgicos. Foi verificado uma associação positiva entre consumo de AUP e
prevalência de asma atual em crianças e associação entre consumo de AUP e DA em
meninas (55).
Embora muitos mecanismos tenham sido propostos e os efeitos negativos de
AGEs exógenos sobre a saúde sejam conhecidos, ainda não se sabe se o consumo
12
habitual de AGEs por si só é o culpado pelos seus efeitos negativos na saúde humana
(56,57) e mais estudos precisam ser feitos para elucidação deste binômio.
Digestão gástrica
AGE exógeno
(hidrólise peptídica)
Intestino delgado
Cólon
Circulação
(Talvez ocorra quebra de AGEs por
(60% do consumo de AGEs – bactérias; modificação da
livres; ligado a proteína; microbiota intestinal; AGEs não
metabolizado = desconhecido) absorvidos são excretados)
14
Tabela 3. Estudos publicados avaliando consumo alimentar em crianças e adolescentes com alergia alimentar
Autor, ano, país,
desenho, grupo Tipo de inquérito
Objetivos Faixa etária n Principais resultados
controle, alimentos alimentar utilizado
excluídos
Avaliar a ingestão de nutrientes
Henriksen et al., 2000
de crianças com ALV em dieta Registro alimentar de 4
(62), Noruega, coorte, Crianças em dieta de exclusão de LV apresentaram menor ingestão de
de exclusão, crianças sem ALV e dias - os alimentos
controlada. energia, de gordura, de proteína, de cálcio, de riboflavina e de niacina,
sem dieta de exclusão e crianças foram anotados e 31 a 37 meses 34 comparativamente às crianças sem dieta de exclusão.
sem ALV mas com menor pesados
Alimentos excluídos: consumo de LV
LV, ovo, amendoim
Christie et al., 2002 Diário alimentar de 3
(63), EUA, transversal, Identificar se AA especifica,
dias (dois dias da 1 mês a 10 anos Crianças com restrição de 2 ou mais alimentos eram mais baixas,
controlado eliminação dietética e outras
semana não (média de idade comparadas às crianças com AA apenas 1 alimento; 25 % de ambos os
variáveis associadas com AA
consecutivos e um dia 3,7 ±2,3 anos) 98 grupos apresentaram ingestão abaixo do recomendado (RDA-DRI) para
tem impacto no crescimento e
do fim de semana) e Ca, Vit E, Vit D; Crianças com ALV ou AA múltipla consumiam Ca abaixo
Alimentos excluídos: ingestão de nutrientes em
QFA do recomendado comparado as crianças sem AA ou com AA a 1
amendoim, LV, ovo crianças com AA
alimento apenas.
(mencionados)
Flammarion et al.,
2011 (65), França,
Pré-escolares
transversal, controlado Avaliar a ingestão alimentar e Diário alimentar de 3 O consumo de energia, proteína e cálcio foi semelhante nos dois grupos.
(média de idade
estado nutricional de crianças dias (foram contactados 96 Crianças com AA eram menores, mesmo com consumo semelhante aos
4,7 ± 2,58 anos)
Alimentos excluídos: com AA em dieta de exclusão por telefone) controles.
Amendoim, ovo, LV,
soja e peixe
Kim et al., 2013 (66), 1-65 anos
Pacientes ALV apresentaram menor ingestão de Ca, Zn e vitamina B2.
Corea, transversal,
Identificar deficiência de 3 dias de recordatório Indivíduos com alergia ao ovo apresentaram menor ingestão de
controlado 1-2 a=60; 150
nutrientes avaliando o estado de 24 horas vitaminas A, B1, B2, niacina e colesterol. Indivíduos com alergia ao trigo
3-5 a=33; (crianças e
nutricional de pacientes com AA e soja apresentaram menor ingestão de Ca, P, Fe, K, Zn, Vitamina B6 e
Alimentos excluídos: 6-11 a=23; adolescentes)
niacina. Indivíduos com alergia à carne bovina, suína e de frango
LV, ovo, trigo, soja, 12-19=34
apresentaram menor ingestão de Fe e maior ingestão de K, vitamina A,
carne bovina, suína e
B2. Indivíduos com DA apresentaram carência de vitaminas A e C.
de ave
15
Alergia a múltiplos alimentos esteve associada à maior número de
deficiências.
16
Alimentos excluídos: O consumo de frutas e vegetais diminuiu nos finais de semana.
LV, ovo, cereais,
tomate, cereja,
chocolate, amendoim e
laranja
Tuokkola et al, 2017 O grupo seguindo dieta de exclusão apresentou consumo dentro das
(72), Finlândia, coorte, recomendações de energia e proteína, porém cresceram mais
controlada Examinar o crescimento e o
3 dias de diário lentamente. A exclusão de trigo, cevada e centeio não foi associada ao
consumo alimentar de crianças
alimentar (com 1, 2 e 3 Pré-escolares 295 crescimento. Crianças em dieta de exclusão apresentaram menor
em dieta de exclusão de LV e ou
Alimentos excluídos: anos de idade) consumo de cálcio e proteína. No entanto, crianças em dieta de
trigo, cevada ou centeio
LV, trigo, cevada ou exclusão consumiram menos gorduras saturadas e açúcar e mais
centeio vitamina C e ferro, comparadas ao grupo controle.
O grupo ALV consumiu mais calorias, comparado ao grupo controle.
Rowicka et al., 2017 Ambos os grupos excederam a recomendação de proteína em 3 vezes.
(73), Polônia, O grupo ALV consumiu mais gordura poliinsaturada, carboidrato, ferro,
transversal, controlado Avaliar a dieta e o estado 3 dias de diário iodo, cobre e vitamina D, E, B1, B6 e PP. Ambos os grupos
4 a 6 anos 48
nutricional de crianças com ALV alimentar apresentaram consumo insuficiente de vitamina D, embora as
concentrações de vitamina D séricas estivessem dentro da normalidade.
Alimento excluído: LV Foi encontrado deficiência de Ca na dieta de 93% dos ALV e 90% dos
controles
O estado nutricional de micronutrientes estava dentro da normalidade
em ambos os grupos, exceto B12, que estava maior entre os bebes em
Kvammem et al.,2018 aleitamento materno, comparado aos bebes que não estavam em
(74), Noruega, Bebês aleitamento materno. Foi encontrada anemia ferropriva em 5% dos
Estudar o estado nutricional Diário alimentar de 3
retrospectivo (média de idade participantes. Além disso, 7% apresentaram deficiência de Zn e 9%
relativo aos micronutrientes e dias consecutivos
(3 momentos de 9 ±2 meses) concentrações baixas de Vitamina D.
ingestão nutricional de 82
coleta), com grupo Quanto ao consumo alimentar, a AC não atendeu as recomendações
alimentação complementar em
controle das DRIs para Vit B12, Fe e Zn em lactentes em aleitamento materno
crianças com ALV
predominante. A ingestão de Ca proveniente da dieta estava abaixo das
Alimento excluído: LV recomendações das DRIs nos grupos de lactentes em aleitamento
materno predominantes e parciais, mas normal entre os lactentes sem
aleitamento materno.
Maslin et al., 2018
(75), UK, transversal, No geral, 22,8% dos adolescentes usaram polivitamínico/poli mineral ou
controlado suplemento de Ca isolado. Adolescentes com AA apresentaram maior
Comparar a ingestão dietética de Diário alimentar de 4 consumo de niacina e selênio, comparado aos controles. Essa diferença
11 a 18 e 19 a 151 (sendo
Alimentos excluídos: adolescentes e adultos com AA dias consecutivos persistiu quando os suplementos foram excluídos na análise. Em todos
65 anos 71 com AA)
ovo, LV, amendoim, com um grupo controle (incluindo 1 dia do FDS) os participantes, a ingestão de vários micronutrientes foi abaixo do ideal.
oleaginosas, gergelim, Não houve diferença no consumo de proteína ou energia, ou IMC, de
crustáceos, peixe e acordo com o número de alimentos envolvidos.
trigo
17
D'Auria et al., 2019
(76), Itália, transversal,
controlado
3 diários alimentares
Comparar gasto energético de Não houve diferença estatisticamente significante quanto ao gasto
(dois dias da semana
Alimentos excluídos: repouso de crianças com AA e Escolares 30 energético de repouso, assim como da ingestão alimentar e a
não consecutivos e um
oleaginosas, ovo, LV, controle saudável antropometria entre o grupo com AA e o controle
dia do FDS)
peixe, frutas,
amendoim, feijões,
gergelim e hortaliças
O escore Z de estatura/idade dos alérgicos foi significativamente menor
D'Auria et al., 2022 comparativamente aos controles, apesar do consumo similar de energia
(77), Itália, transversal, Comparar o consumo de macro 3 dias de recordatório e proteína. O consumo de Ca, Fe e Vitamina D foi abaixo da
controlado e micronutrientes de escolares de 24 horas 7-8 anos 52 recomendação nos dois grupos, enquanto o consumo de proteína foi
com AA e controles saudáveis maior que o recomendado em ambos os grupos. Crianças com AA
consumiram mais proteína que os controles, porém com menor consumo
de nutrientes como Ca
Por meio de questionário de comportamento alimentar, foi verificado
Ercan et al., 2022 (78), Investigar comportamento
entre os indivíduos do grupo ALV um escore maior em relação aos
Turquia, transversal, alimentar, estado nutricional e
quesitos alimentos evitados e responsividade à saciedade, comparado
controlado crescimento de crianças 3 recordatórios de 24
2-6 anos 31 ALV ao grupo controle. P/I e E/I foram estatisticamente menores no grupo
caucasianas de 2 a 4 anos de horas
ALV, comparados ao grupo controle. No grupo ALV o consumo de
Alimentos excluídos: idade com ALV (IgE mediada e
energia total, vitamina B1, ácido fólico, vitamina C e ingestão de cálcio
LV não mediada)
foi significantemente menor, comparado ao grupo controle.
Legenda: LV – leite de vaca; ALV – alergia ao leite de vaca; AA – alergia alimentar; QFA – questionário de frequência alimentar; Ca – cálcio; DA – dermatite
atópica; P – fósforo; Fe – ferro; K – potássio; Zn – zinco; P/E – peso para estatura; P/I – peso para idade; ZIMC – escore Z índice de massa corporal; P/I –
peso para idade; DRGE – doença do refluxo gastro esofágico; EoE – esofagite eosinofílica; PP – niacina; FDS – fim de semana; AC – alimentação
complementar; RDA – recommended dietary allowance; DRI – dietary reference intake
18
2 JUSTIFICATIVA
O impacto nutricional da AA em crianças e adolescentes pode
corresponder a: distúrbios do crescimento, alterações da composição corporal e
do consumo alimentar e deficiência de micronutrientes (79).
Este estudo se justifica pelos seguintes aspectos: i) restrição alimentar
desta população e substituições inadequadas; ii) aumento global da doença; iii)
distúrbios do crescimento e alterações na composição corporal; iv) escassez de
estudos em relação ao consumo alimentar; v) ausência de estudos sobre
consumo de AUP em indivíduos com AA.
Se por um lado temos que a restrição alimentar pode implicar em prejuízos
nutricionais, por outro vivemos um crescente aumento do consumo de AUP na
população geral em todas as faixas etárias, com evidências associando o
consumo de tais alimentos a inúmeros malefícios à saúde. Em vista disso, o
estudo do consumo alimentar de crianças e adolescentes com AA, com base na
metodologia NOVA, pode contribuir para ampliar o olhar na intervenção
nutricional de uma população que se encontra em expansão e em risco
nutricional.
19
3 OBJETIVOS
- Escore ZIMC
20
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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28
5 MANUSCRITO
29
Resumo
30
Abstract
Background: Food allergy (FA) is growing in the pediatric age group. Nutritional
therapy involving food restriction in FA may pose short- and long-term health
risks. The high consumption of ultra-processed foods (UPF) in this population
may imply a risk of the persistence of FA and the development of other associated
chronic diseases. Objective: To describe the consumption of UPF by children
and adolescents with FA and to verify the association with the number of foods
involved, associated allergic diseases, Z-score of the body mass index (ZBMI),
and breastfeeding (BF) at the time of collection. Methods: Cross-sectional study
with 110 children and adolescents with single or multiple FA and different
mechanisms. We evaluated food consumption using the NOVA classification
using three 24-hour recalls. Results: The mean age was 64.2±40.9 months, with
a predominance of males (60.9%). As for the FA: 49% single food involved,
61.8% IgE-mediated, and the foods most involved were cow’s milk and egg. We
observed excess weight, short stature, and BF at the time of collection in 14.5%,
10.9%, and 9.1% of individuals, respectively. The average percentage of UPF
intake concerning total energy intake (calories) was 33.1±15.7%. We observed
through multivariate analysis that UPF intake was inversely and independently
associated with the presence of atopic dermatitis (β= -7.55; 95% CI - 14.98 to -
0.11; p =0.047) and breastfeeding at the time of collection (β= -15.99; 95% CI -
26.82 to -5.15; p=0.004) fact not observed for ZBMI and number of foods
involved. Conclusion: The present study showed that UPF accounts for about
one-third of the total energy consumed by children and adolescents with FA. The
presence of atopic dermatitis and BF were associated with lower UPF
consumption. The number of foods involved in FA and the ZBMI was not
associated with UPF consumption.
31
1. Introdução
32
oxidativo e causar uma redução na diversidade da microbiota intestinal, levando
ao aumento na suscetibilidade a alergias ou ao seu agravamento (14,15).
2. Métodos
33
2.2. Avaliação do consumo alimentar
34
2.2.1. Alimentos categorizados de acordo com a classificação NOVA
Todos os alimentos consumidos foram classificados de acordo com a
NOVA, um sistema que categoriza os alimentos de acordo com o grau de
processamento (16). Os alimentos foram divididos em 3 grupos: G1 - alimentos
in natura ou minimamente processados (alimentos frescos sem adição de
substâncias como açúcar, sal, óleo e aditivos alimentares) e ingredientes
culinários; G2 - alimentos processados (alimentos industrializados elaborados a
partir de alimentos in natura ou minimamente processados com adição de sal ou
açúcar - e eventualmente óleo ou vinagre); e G3 – alimentos ultraprocessados,
(alimentos industrializados feitos inteiramente ou predominantemente de
substâncias extraídas de alimentos, derivadas de constituintes de alimentos ou
sintéticas) (16).
35
Por meio de questionário estruturado e padronizado, elaborado pelo
pesquisador, foram coletados os dados clínicos e sociodemográficos. Os dados
clínicos coletados foram: idade gestacional, peso ao nascer, informações sobre
AM exclusivo, AM total, mecanismo imunológico, idade da primeira reação,
tempo de doença, uso de adrenalina, outras doenças alérgicas associadas e
alimentos envolvidos. Os dados sociodemográficos foram etnia do participante e
escolaridade materna.
3. Resultados
Participaram do estudo =
110 indivíduos
*pacientes que durante a coleta de dados fizeram teste de provocação oral com resultado
negativo
37
O consumo alimentar detalhado e estratificado segundo o grupo de
alimentos consumidos (in natura ou minimamente processados, processados e
AUP) de todos os participantes e daqueles que tinham alergia ao leite de vaca
(ALV) está apresentado nas tabelas 1 e 2 de materiais suplementares,
respectivamente. Sendo que os principais substitutos de LV consumidos no
grupo com ALV foram substitutos à base de plantas 31 (47,7%) e fórmulas
infantis hipoalergênicas 22 (33,9%). Dez crianças (9,1%) estavam em AM.
Características de crianças e
adolescentes com alergia alimentar
38
Sexo Masculino 67 (60,9%)1
5 a 10 anos 42 (38,2%)1
10 a 19 anos 12 (10,9%)1
(n = 108) B1 47 (43,5%)1
B2 51 (47,2%)1
C1 5 (4,6%)1
Peso ao nascer
Quilogramas 3,11±0,562
(n = 108)
39
Aleitamento materno total
Meses 13,4±11,32
(n = 105)
Misto 30 (27,3%)1
Idade 1ª reação
Meses 5,0 (3,0; 11,0)3
(n = 110)
Tempo de doença
Meses 53,5±38,02
(n = 110)
Amendoim 20 (18,2%)1
Soja 17 (15,5%)1
Peixe 14 (12,7%)1
Trigo 10 (9,1%)1
Castanhas 10 (9,1%)1
40
Crustáceos 6 (5,5%)1
Outros* 26 (23,6%)1
Ferro 2 (1,8%)1
Cálcio+Fósforo+Vitamina D 2 (1,8%)1
Indicadores antropométricos
Escore z da estatura
- 0,4±1,372
(n = 110)
41
Estatura adequada 98 (89,9%)1
1
n (%); 2 média ± desvio padrão; 3 mediana (intervalo interquartil); *frutas, gergelim, carne bovina, frango, aditivos
alimentares, arroz e milho; **bebidas vegetais caseiras e industrializadas, iogurte e preparos em pó; ***fórmula
extensamente hidrolisada, fórmula de aminoácidos livres e fórmula à base de proteína isolada de soja; ****sem
associação com uso de fórmula infantil especial ou substituto à base de plantas; SBP – substitutos à base de plantas;
42
(n=110)
(n=110)
43
Escore Z do índice de > + 1 (n=40) 35,58 17,82 0,121
massa corporal
≤ + 1 (n=70) 30,47 13,59
(n=110)
44
Gráfico 1. Consumo de alimentos ultraprocessados (percentual em relação
ao total de energia ingerida) por crianças e adolescentes com alergia
alimentar de acordo com o número de alimentos envolvidos na alergia
alimentar (n=110)
4. Discussão
45
O aumento no consumo de AUP, nos últimos 30 anos, triplicou entre os
adultos e está associado ao aumento da mortalidade por algumas doenças
crônicas não transmissíveis. Os AUP não são considerados “comida de
verdade”, mas afetam a saúde humana por mecanismos complexos
envolvendo os efeitos sinérgicos de alguns nutrientes e aditivos alimentares.
Seu consumo é principalmente observado em países ocidentais e
proporciona uma maior exposição aos AGEs. Os AGEs são um grupo
heterogêneo de compostos formados como produtos da reação de
Maillard. A interação de AGEs com seus receptores (RAGE) pode levar ao
incremento da produção de citocinas pró-inflamatórias e tem sido associada
ao desenvolvimento e progressão de várias doenças, como diabetes tipo 2,
doenças cardiovasculares, algumas formas de câncer, doenças
neurodegenerativas e, mais recentemente, ao desenvolvimento de alergias
alimentares. Outros potenciais efeitos imunológicos dos AGEs incluem a
capacidade de induzir novos epítopos de ligação à IgE, a capacidade de
ocasionar estresse oxidativo e reduzir a diversidade da microbiota intestinal, o
que leva a uma maior suscetibilidade a alergias e/ou pode implicar em demora
na aquisição de tolerância em indivíduos com AA (14).
46
1,14–4,31) para crianças com DA e OR = 3,82 (IC 95%: 1,47–9,93) para crianças
com AA nos primeiros 10 anos de vida (33).
47
redução do consumo desses alimentos. O pobre perfil nutricional dos AUP
(alto teor de sal ou açúcar adicionado e gorduras não saudáveis e baixo teor
de fibra alimentar, micronutrientes e fitoquímicos) e o próprio processamento
(características físicas e estruturais alteradas, remoção de água e utilização
de aditivos como aromatizantes, realçadores de sabor, corantes, entre
outros) os tornam nutricionalmente desequilibrados, hiperpalatáveis e
viciantes. Eles dispensam a necessidade de preparo culinário e são
onipresentes, o que os torna, também, convenientes e acessíveis. Sua
fabricação com ingredientes de baixo custo, praticidade e a comercialização
agressiva ampliam suas vantagens de comercialização no mercado sobre
alimentos in natura ou minimamente processados e refeições preparadas na
hora (39). Isso explica por que para as famílias de crianças com AA é tão
difícil excluir esse tipo de alimento que está muito presente nos domicílios.
Além disso, cresce na indústria a disponibilidade de AUP que atendam as
mais diversas formas de restrição alimentar. Por fim, cabe ressaltar que os
guias de conduta para pacientes com AA por vezes estimulam o uso de
substitutos industrializados, como fórmulas infantis e bebidas vegetais (6–
10).
48
Este estudo foi pioneiro em descrever o consumo de AUP por crianças e
adolescentes com AA com diferentes mecanismos e número de alimentos
excluídos. Há, entretanto, algumas limitações como o desenho transversal,
um único centro envolvido e a ausência de grupo controle de indivíduos sem
AA.
5. Conclusão
49
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Material suplementar
Tabela 1. Média do consumo absoluto e relativo de alimentos in natura ou minimamente processados, de alimentos
processados e de alimentos ultraprocessados em crianças e adolescentes com alergia alimentar de acordo com a faixa
etária (n=110)
Carne bovina ou suína 127,40 10,05 111,03 6,54 154,00 8,03 157,86 9,06
Outros cereais2 78,47 6,19 99,69 5,88 204,97 10,68 51,97 2,98
Carne de ave 55,23 4,36 82,60 4,87 112,48 5,86 86,83 4,98
Raízes e tubérculos 57,68 4,55 57,20 3,37 55,06 2,87 42,31 2,43
Café e chás 0,21 0,02 0,63 0,04 1,31 0,07 0,99 0,06
55
Peixes 0,06 0,00 7,00 0,41 3,41 0,18 6,98 0,40
Outros alimentos in natura ou minimamente processados3 0,23 0,02 10,87 0,64 10,20 0,53 21,59 1,24
Alimentos processados 13,90 1,10 44,73 2,64 90,71 4,73 98,76 5,67
Pão francês 12,60 0,99 33,46 1,97 66,83 3,48 80,17 4,60
Carnes processadas 0,06 0,00 1,47 0,09 0,64 0,03 0,50 0,03
Conservas de frutas e hortaliças 1,14 0,09 5,68 0,33 10,31 0,54 0,70 0,04
Alimentos ultraprocessados 312,37 24,65 586,35 34,56 633,73 33,03 511,44 29,36
Bolos, tortas e biscoitos doces 1,29 0,10 105,41 6,21 95,78 4,99 66,22 3,80
Lanches do tipo fast food4 0,06 0,00 3,57 0,21 22,49 1,17 32,16 1,85
Refrigerantes e sucos de frutas industrializados 12,74 1,01 36,69 2,16 73,63 3,84 35,75 2,05
Pães de forma, de hamburguer, de hot dog e similares 11,98 0,95 28,19 1,66 43,62 2,27 16,34 0,94
Biscoitos salgados e salgadinhos tipo chips 5,25 0,41 43,92 2,59 58,71 3,06 9,85 0,57
56
Embutidos 57,17 4,51 19,04 1,12 78,17 4,07 36,39 2,09
Pratos prontos ou semiprontos6 4,53 0,36 16,68 0,98 21,66 1,13 32,27 1,85
Bebidas lácteas adoçadas 0,06 0,00 10,76 0,63 6,46 0,34 15,28 0,88
Substitutos à base de plantas 29,32 2,31 44,10 2,60 47,78 2,49 67,64 3,88
Fórmulas infantis 174,81 13,80 171,63 10,12 35,75 1,86 0,00 0,00
Molho tomate 0,55 0,04 2,69 0,16 6,27 0,33 2,32 0,13
1
Incluem sucos espremidos das frutas; 2 Milho, aveia e trigo e suas farinhas e preparações como cuscuz; 3 Nozes e sementes, iogurte natural e coalhada e preparações
feitas com misturas de vários alimentos; 4 Hamburguer e cheeseburguer, hot dog, salgados fritos e assados e semelhantes; 5 Balas, confeitos, chocolates, pipoca
industrializada, creme de avelã, gelatina, pudins e sorvetes; 6 Pizza, pratos de massa ou de carne congelados, pão de queijo, farofa industrializada, macarrão
instantâneo e sopas em pó; 7 Molhos industrializados, requeijão, queijo processado, suplementos alimentares e cereais matinais
57
Tabela 2. Média do consumo absoluto e relativo de alimentos in natura ou minimamente processados, de alimentos
processados e de alimentos ultraprocessados em crianças e adolescentes com alergia ao leite de vaca de acordo com a
faixa etária (n=71)
Carne bovina ou suína 140,38 11,73 111,83 7,09 184,55 9,83 74,69 5,23
Outros cereais2 53,91 4,51 82,14 5,21 238,58 12,71 37,35 2,62
Carne de ave 62,56 5,23 80,47 5,10 101,14 5,39 115,08 8,06
Raízes e tubérculos 67,18 5,61 61,62 3,91 67,78 3,61 7,16 0,50
Café e chás 0,08 0,01 0,70 0,04 1,25 0,07 2,00 0,14
58
Ovos 28,75 2,40 24,52 1,55 28,44 1,51 9,16 0,64
Outros alimentos in natura ou minimamente processados3 0,31 0,03 9,02 0,57 6,22 0,33 2,00 0,14
Alimentos processados 17,75 1,48 51,02 3,23 83,32 4,44 184,89 12,95
Pão francês 17,44 1,46 39,75 2,52 73,37 3,91 176,89 12,39
Carnes processadas 0,08 0,01 1,95 0,12 1,07 0,06 2,00 0,14
Conservas de frutas e hortaliças 0,08 0,01 7,17 0,45 2,55 0,14 2,00 0,14
Alimentos ultraprocessados 294,90 24,64 579,19 36,73 603,18 32,13 314,03 22,00
Bolos, tortas e biscoitos doces 0,08 0,01 100,43 6,37 100,61 5,36 2,00 0,14
Lanches do tipo fast food4 0,08 0,01 4,71 0,30 26,12 1,39 2,00 0,14
Refrigerantes e sucos de frutas industrializados 5,79 0,48 39,78 2,52 87,80 4,68 24,92 1,75
Pães de forma, de hamburguer, de hot dog e similares 15,87 1,33 17,50 1,11 29,94 1,59 2,00 0,14
Biscoitos salgados e salgadinhos tipo chips 3,67 0,31 40,34 2,56 55,48 2,95 2,00 0,14
Pratos prontos ou semiprontos6 6,27 0,52 16,71 1,06 8,49 0,45 2,00 0,14
59
Bebidas lácteas adoçadas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Substitutos à base de plantas 40,60 3,39 58,27 3,69 79,23 4,22 250,20 17,53
Fórmulas infantis 213,04 17,80 213,21 13,52 41,91 2,23 0,00 0,00
Molho tomate 0,77 0,06 1,19 0,08 7,46 0,40 2,00 0,14
1
Incluem sucos espremidos das frutas; 2 Milho, aveia e trigo e suas farinhas e preparações como cuscuz; 3 Nozes e sementes, iogurte natural e coalhada e
preparações feitas com misturas de vários alimentos; 4 Hamburguer e cheeseburguer, hot dog, salgados fritos e assados e semelhantes; 5 Balas, confeitos,
6
chocolates, pipoca industrializada, creme de avelã, gelatina, pudins e sorvetes; Pizza, pratos de massa ou de carne congelados, pão de queijo, farofa
industrializada, macarrão instantâneo e sopas em pó; 7 Molhos industrializados, requeijão, queijo processado, suplementos alimentares e cereais matinais;
*Incluído no cálculo pacientes ALV em uso leite processado em alta temperatura (baked)
60
ANEXO 1
61
62
63
64
65
66
67
ANEXO 2
QUESTIONÁRIO SÓCIO-ECONÔMICO ABEP (2015)
Nome do participante:
____________________________________________________________________________
Caro participante, farei algumas perguntas sobre itens do domicílio para classificação
econômica. Todos os itens de eletroeletrônicos que vou citar devem estar funcionando, incluindo os
que estão guardados. Caso não estejam funcionando, considere apenas se tiver intenção de consertar
ou repor nos próximos seis meses.
Não
Itens de conforto 1 2 3 4+
possui
Quantidade de banheiros
DVD de automóvel
Quantidade de geladeiras
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Quantidade de máquinas secadoras de roupas,
considerando lava e seca
Poço ou nascente 2
Outro meio 3
Asfaltada/Pavimentada 1
Terra/Cascalho 2
Qual é o grau de instrução do chefe da família? Considere como chefe da família a pessoa que
contribui com a maior parte da renda do domicílio.
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APÊNDICE 1
70
71
APÊNDICE 2
72
73
APÊNDICE 3
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75
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