Você está na página 1de 54

Centro de Nutrição Endógena e Soberania Alimentar

Curso de Licenciatura em Nutrição e Tecnologia Alimentar

Avaliação das Práticas Alimentares dos Adolescentes do Distrito da Manhiça. Caso de estudo na Secundária
da Manhiça

Estudante: Osvaldo Alberto Mariano Pambucane Alfândiga

Supervisor:
Prof. Doutor Miguel Marregula

Manhiça, marco de 2023


A avaliação da prática alimentar do adolescente de 10 a 19 anos no distrito Manhiça: caso da escola
secundária da Manhiça

Osvaldo Alberto Mariano Pambucane alfândiga

Trabalho de investigação apresentado ao Instituto


Superior de Estudos de Desenvolvimento Local
(ISEDEL) para obtenção do grau de Licenciatura em
nutricao e tecnologia alimentar

Supervisor: Prof. Doutor Miguel Marrengula

2023
2
Folha de aprovação

_________________________

(O Presidente do Júri)

________________________

(O Arguente)

_________________________

(O Supervisor)

Avaliação do Júri
__________________________________
__________________________________
__________________________________

iii
Declaração de honra

Osvaldo Alberto Mariano Pambucane, declara que esta monografia é original. A mesma, é fruto da sua
investigação e das orientações do seu supervisor, estando ainda indicadas ao longo do trabalho e na
bibliografia as fontes de informação por si utilizadas. Declara ainda que, o presente trabalho nunca foi
apresentado anteriormente, na íntegra ou parcialmente, para a obtenção de qualquer grau académico.

O declarante

_______________________________

(Osvaldo Alberto Mariano Pambucane)

iv
Resumo

A adolescência é uma fase importante na consolidação das práticas alimentares saudáveis. Os


conhecimentos e as percepções dos adolescentes são determinantes para que incorporem tais
práticas.

A família e a promoção da alimentação saudável nos adolescentes dos pequenos centros urbanos,
apesar de apresentarem conhecimento sobre alimentação saudável, nem sempre o põe em prática
devido à multiplicidade de fatores que interferem em suas escolhas alimentares.

Entende-se por uma alimentação adequada e saudável aquela planejada com alimentos de todos os
tipos, de procedência conhecida, preferencialmente naturais, preparados de forma a preservar o valor
nutritivo e os aspectos sensoriais dos mesmos. Os alimentos selecionados devem ser do hábito
alimentar da família e adequados em quantidade e qualidade para suprir as necessidades nutricionais.

Em 2003, a Organização Pan-Americana da Saúde juntamente com a Organização Mundial da Saúde


(OMS) elaborou um manual chamado “Estratégia Mundial sobre Alimentação Saudável, Atividade física
e Saúde” com o objetivo de orientar a população sobre os benefícios de uma alimentação saudável e
da prática de atividade física para a promoção da saúde.

Alimentar-se de maneira saudável tem se tornado uma preocupação global, visto que as doenças
crónicas não transmissíveis, tais como diabetes, câncer, doenças cardiovasculares e a obesidade
representam uma grande ameaça para a saúde da população (Missagia e Rezende, 2011).

Foi realizado um estudo de caso de caracter qualitativo na escola secundaria da manhica, com recurso
as tecnicas de entrevista semi – estruturada, observação, a pesquisa bibliografica e a pesquisa
documental.

Palavras-chave: Pratica alimentar, Adolescente e Alimentação saudável.

v
Dedicatória
Dedico este trabalho ao meu pai e minha mãe, Felisberto Cossa e Abel Eenesto gomana pelo apoio
incondicional que ofereceu em todas vertentes durante todo período de formação; Á minha esposa,
Minoca Dias Luis pela paciência em suportar a minha ausência de casa e pelo apoio que deu ao longo
de toda jornada de formação e por fim o meu filho Anastancio Osvaldo.

vi
Agradecimentos
Quero endereçar a todos aqueles que deram um contributo valioso para materialização deste trabalho.
Em primeiro lugar, agradeço ao supervisor da minha monografia de licenciatura Prof. Doutor Miguel
Marrengula que foi mais do que um simples supervisor, tornando-se ao longo desta caminhada um
amigo e companheiro de todas as horas. Muito obrigado Professor Doutor, estarei sempre agradecido!

Em segundo lugar agradeço ao Prof. Doutor Narciso Mahumana pela oportunidade de com ele
aprender as Perspectivas de Desenvolvimento Local e, profundos conhecimentos de Metodologias de
Investigação Científica que foram na maior parte, baseadas na participação das comunidades no
processo de tomada de decisão.

À minha mãe e meu pai pela fundamental contribuição na minha formação como pessoa e por todo
conhecimento e esforço que dedicou a mim.

Maior agradecimento vai para todos os docentes do ISEDEL, que de forma directa ou indirecta
contribuíram para que se chegasse a esta fase.

Finalmente a todos colegas do curso de Nutrição e Tecnologia Alimentar que directa e/ou
indirectamente ajudaram-me nesta longa caminhada, o meu muito obrigado!

vii
Lista de Siglas e Abreviaturas
HIV ---------- Virus de imunodificiencia huamano

INE- Instituto Nacional de Estatística

ISEDEL -------Instituto Superior de Estudos de Desenvolvimento Local

MISAU ------- Ministerio da Saude

OMS ----- Organizacao Mundial de Saude

viii
Índice
Folha de aprovação........................................................................................................................ii
Declaração de honra.....................................................................................................................iii
Resumo........................................................................................................................................iv
Dedicatória....................................................................................................................................v
Agradecimentos............................................................................................................................vi
Lista de Siglas e Abreviaturas.......................................................................................................vii
CAPÍTULO I................................................................................................................................10
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................10
1.1 Apresentação e descrição do objecto de estudo..............................................................11
1.2 Delimitação temporal, espacial e explorativa do estudo....................................................12
1.3 Formulação do problema e questão orientadora da pesquisa............................................12
1.4 Objectivos....................................................................................................................13
1.4.1 Objectivo Geral:.........................................................................................................13
1.4.2 Objectivos específicos...............................................................................................13
1.5 Motivação.....................................................................................................................14
CAPÍTULO II...............................................................................................................................15
2 QUADRO DE REFERÊNCIA CONCEPTUAL..........................................................................15
Introdução...................................................................................................................................15
2.1 Analisar Situação geral do estado nutricional do adolescente no Distrito da Manhiça..........15
2.2 Caracterização da dieta alimentar dos adolescentes no Distrito da Manhiça.......................16
2.3 Medidas a adoptar para promover a prática da alimentação saudável nos adolescentes.....17
CAPÍTULO III..............................................................................................................................19
3 METODOLOGIA...................................................................................................................19
Introdução...................................................................................................................................19
3.1 Abordagem metodológica..............................................................................................19
3.2 Apresentação do tipo de investigação.............................................................................19
3.3 Descrição dos procedimentos e técnicas a aplicar............................................................20
3.4 População e amostra.....................................................................................................21
3.4.1 População.................................................................................................................21
3.4.2 Amostra....................................................................................................................21
3.5 Limitações do estudo e propostas de solução..................................................................21
3.6 Questões éticas............................................................................................................22
3.7 Metodologia de análise de dados....................................................................................22
4 Capitulo IV: Análise das características da dieta alimentar consumida pelos adolescentes do
Distrito da Manhiça......................................................................................................................23
Introdução...................................................................................................................................23
4.1 Caracterização físico-geográfica económica e social do Distrito de Manhiça......................23
4.2 Descrição da situação geral do estado nutricional dos adolescentes do Distrito da Manhiça 27
CAPÍTULO V...............................................................................................................................37
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES..................................................................................37
Introdução...................................................................................................................................37
5.1 Conclusões...................................................................................................................37
5.2 Recomendações...........................................................................................................37
6 Referências Bibliográficas.....................................................................................................40
Anexos e Apêndices.....................................................................................................................42
CAPÍTULO I

1 INTRODUÇÃO
A adolescência é um período do desenvolvimento humano marcado por transformações biológicas e
psíquicas geradoras de inquietudes e sofrimento, sendo a emergência da sexualidade e a dificuldade
em estabelecer a própria identidade alguns dos elementos associados a essa fase (Da Silva, Texeira &
Ferreira 2014). Contudo, como refere Farthing, (1991, citado por Gambardella et al. 1999) que todas
essas transformações da adolescência têm efeito sobre o comportamento alimentar, influenciado por
factores internos como o caso da auto-imagem, necessidades fisiológicas e saúde individual, valores,
preferências e desenvolvimento psicossocial, assim como factores externos hábitos familiares, amigos,
valores e regras sociais e culturais, média, modismos, experiências e conhecimentos do indivíduo.

Entretanto, Silva & Viera (2014) afirmam que estudos recentes sobre a alimentação e o estado
nutricional de crianças e adolescentes mostram que o Sobrepeso e a obesidade crescem cada vez
mais nesta parcela da população, que cada vez mais cedo vem desenvolvendo doenças que antes
eram comuns somente em adultos.

Para Bento (2011), afirma que, a alimentação saudável e adequada é fundamental para que o
crescimento, desenvolvimento e manutenção do organismo humano acontecer de forma apropriada e
saudável.

O consumo de alimentos quer a nível de quantidade, quer a nível de qualidade, têm um papel de
elevada importância para evitar a ocorrência de carências e/ou excessos alimentares e assim melhorar
o estado de saúde

Segundo Vireira D (s/d), são recomendas de cinco a seis refeições ao dia: café da amanha, lanche da
manha, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. O intervalo entre uma refeição e outra pode variar de
duas a quatro horas, visto que geralmente, dependendo do tamanho da refeição anterior.

Desta maneira, a nutrição e o exercício físico estabelecem uma inter-relação importante, pois uma
alimentação balanceada e nutritiva melhora o rendimento do organismo, o desempenho físico, promove
o reparo e construção de tecidos corporais, além de potencializar o efeito dos treinos (Fontes e
Navarro, 2010).

11
Alimentar-se de maneira saudável tem - se tornada uma preocupação global, visto que as doenças
crónicas não transmissíveis, tais como diabetes, câncer, doenças cardiovasculares e a obesidade
representam uma grande ameaça para a saúde da população (Missagia e Rezende, 2011).

Assim, a presente pesquisa visa fazer a avaliação de a prática alimentar do adolescente no Distrito de
Manhiça com objectivo de caracterizar a dieta alimentar usada com frequência de modo a propôr
medidas a adoptar para promover a prática da alimentação saudável.

Estruturalmente, o trabalho está organizado fundamentalmente em quatro capítulos a destacar:

O primeiro capítulo é a introdução onde constam as seguintes secções: a apresentação e descrição do


objecto em estudo, a delimitação temporal, espacial e explorativa do tema, a problematização, os
objectivos e a motivação;

O capítulo dois baseado no quadro de referência conceptual, onde são apresentados e discutidos os
conceitos chave desta pesquisa;

No terceiro capítulo é da metodologia, onde são apresentados os métodos através dos quais
conduzirão a pesquisa e por fim o quarto capítulo é a apresentação e análise dos dados da pesquisa
referente a caracterização da dieta alimentar dos adolescentes no Distrito de Manhiça.

O quarto capítulo é reservado a apresentação dos dados da pesquisa, e a sua análise, interpretação e
discussão dos mesmos, de modo a se alcançar os objectivos pré-definidos. No quinto e último capítulo
são apresentadas as conclusões e as recomendações da pesquisa.

1.1 Apresentação e descrição do objecto de estudo


A pesquisa tem como objecto de estudo ˮas práticas alimentaresˮ. Gambardella et al. (1999) define a
prática, como sendo a atitude que um indivíduo desenvolve em relação a dado objecto. Nesta vertente,
olhando na perspectiva alimentar, refere Pachecco (2008) citado por Gambardella et al. (2010) que as
práticas alimentares de um ser humano, de sua família e de sua comunidade são um produto da
história e da vida de seus antepassados, um reflexo da disponibilidade de alimentos e de água na
localidade onde residem, e de sua capacidade económica e física de ter acesso aos mesmos. Dai que
a volta da prática alimentar pretende-se, caracterizar a dieta alimentar que constitui a base alimentar
em adolescentes no Distrito da Manhiça.

12
1.2 Delimitação temporal, espacial e explorativa do estudo
Esta pesquisa cobre os factos retrospectivos dos anos 2018 a 2019. A escolha de 2018, foi pelo facto
do pesquisador ter despertado por meio de literaturas que actualmente o número de adolescentes com
obesidade apresentava uma tendência crescente tanto para os países desenvolvidos assim como em
países em desenvolvimento (Silva & Viera 2014; Gambardella et al. 2010; Fernandes, et al. 2007).

Para o ano de 2019, foi pelo facto de ter observado na escola Secundária da Manhiça um número
significativo de estudantes adolescentes com a condição referida acima.

O estudo será realizado na Escola Secundária da Manhiça. A escolha deste local deve-se ao facto de
ser um ponto de convergência de vários estudantes adolescentes do Distrito. Para, além disso, é nesta
Escola onde o pesquisador observou vários estudantes da faixa etária em estudo com obesidade.

O estudo será realizado no primeiro semestre de 2021, entre os meses de Abril e Agosto. A exploração
será feita por meio de entrevista e observação perante os profissionais de saúde. A dimensão
explorativa será em torno da caracterização da dieta alimentar usada pelo adolescente do Distrito da
Manhiça.

1.3 Formulação do problema e questão orientadora da pesquisa


Nas últimas décadas, a prevalência de sobrepeso e obesidade tem aumentado de forma preocupante
em todo o mundo, sendo este crescimento observado tanto em países desenvolvidos como naqueles
em desenvolvimento, como é o caso de Moçambique (Fernandes, et al. 2007).

Entretanto, este senário é verificado nos últimos dias nos adolescentes, como refere Silva & Vieira
(2014:2) que ˮestudos recentes sobre a alimentação e o estado nutricional de crianças e adolescentes
mostram que o sobrepeso e a obesidade crescem cada vez mais nesta parcela da população, que
cada vez mais cedo vem desenvolvendo doenças que antes eram comuns somente em adultos.ˮ

São inúmeras as causas que contribuem no sobrepeso e obesidade. Enes & Slater (2010) apontam por
exemplo a redução progressiva da prática de actividade física combinada ao maior tempo dedicado às
actividades de baixa intensidade, como assistir televisão, usar computador e jogar videogame, também
tem contribuído para o aumento de peso dos adolescentes.

Para Fisberg (2004) citado por Enes & Slater (2010) aponta para as práticas alimentares actuais dos
adolescentes como inadequadas. Na perspectiva deste autor há um consumo excessivo de fast-foods1,

1
Nome em inglês que significa ˮcomida rápidaˮ sendo refeições que podem ser aprontadas e servidas em um espaço
pequeno de tempo.
13
alimentos gordurosos e açúcares, além da baixa ingestão de frutas e hortaliças e omissões de
refeições.

Contudo, Silva & Vieira (2014) afirma que a adopção de um comportamento alimentar saudável, por
parte dos adolescentes, é apontada como importante medida de promoção da saúde, com
repercussões positivas na vida adulta. Para estes autores é necessário a conscientização e
envolvimento conjunto dos profissionais de saúde, dos pais, da escola e da comunidade com vista a
empoderar o adolescente nas práticas saudáveis da alimentação.

Face a observação feita pelo pesquisador de um número significativo de estudantes da Escola


Secundária da Manhiça aparentando fisicamente com sobrepeso sobretudo os adolescentes e tendo
em conta que a alimentação tem forte influencia no sobrepeso/obesidade, pretendemos estudar a
prática alimentar nesta faixa etária com vista a caracteriza-la. Dai que colocamos a seguinte questão da
pesquisa: Como é que se caracteriza a dieta alimentar dos adolescentes no Distrito da Manhiça?

Para operacionalizar a questão central da pesquisa, foram desenhadas as seguintes questões


específicas:

1. Qual é a situação geral do estado nutricional do adolescente no Distrito da Manhiça?


2. Como é que se caracteriza a dieta alimentar do adolescente no Distrito da Manhiça?
3. Que medidas podem ser adoptadas para promover a prática da alimentação saudável nos
adolescentes?

1.4 Objectivos

1.4.1 Objectivo Geral:


 Analisar as características da dieta alimentar praticada pelos adolescentes do Distrito da
Manhiça

1.4.2 Objectivos específicos


1. Descrever a situação geral do estado nutricional do adolescente no Distrito da Manhiça;
2. Caracterizar a dieta alimentar consumida pelo adolescente no Distrito da Manhiça;
3. Propôr medidas a serem adoptadas para promover a prática da alimentação saudável nos
adolescentes.

14
1.5 Motivação
A motivação para a escolha parte das literaturas feitas pelo estudante pelo estudante apontando que
actualmente há um número crescente de adolescentes sob condição de sobrepeso/obesidade tal como
afirmam Silva & Vieira (2014:2) que estudos recentes sobre a alimentação e o estado nutricional de
crianças e adolescentes mostram que o sobrepeso e a obesidade crescem cada vez mais nesta
parcela da população, que cada vez mais cedo vem desenvolvendo doenças que antes eram comuns
somente em adultos. Para além disso, o facto de o pesquisador ter observado no local em estudo uns
números adolescentes com sobrepeso.

Este facto inquietou ao pesquisador, na qualidade de ser estudante do curso de nutrição e tecnologia
alimentar a questionar sobre este fenómeno, na perspectiva de que usando os conhecimentos
adquiridos ao longo dos semestre anteriores sobre aconselhamento nutricional pode-se imponderar os
adolescentes a adoptar uma alimentação saudável.

Esperamos que, com este trabalho haja contribuições em várias áreas como o caso da área académica
e social.

Na área académica, espera-se que a pesquisa seja um contributo teórico na matéria sobre a prática
alimentar saudável, servindo assim como uma das fontes de consulta para pesquisas futuras.

Na área social, esperamos que os resultados da pesquisa, ajudem na melhoria da qualidade da dieta
alimentar consumida pelos adolescentes, servindo esta pesquisa como instrumento de
consciencialização das famílias sobre a alimentação.

15
CAPÍTULO II

2 QUADRO DE REFERÊNCIA CONCEPTUAL

Introdução
Neste capítulo constitui a revisão da literatura onde serão apresentados os referenciais teóricos e
outras pesquisas relevantes sobre o estudo relacionado com a “Avaliação da Prática Alimentar do
Adolescente no Distrito da Manhiça ”. Entretanto esta revisão será baseada no quadro de referência
conceptual. Segundo Fortin, et al. (1999) o quadro de referência conceptual refere-se a explicação que
é formulada baseando-se na literatura e na investigação respeitando conceitos em estudo. No entanto
a discussão dos conceitos desta pesquisa será baseada nas secções que se seguem: Situação geral
do estado nutricional do adolescente no Distrito da Manhiça; Caracterização da dieta alimentar dos
adolescentes no Distrito da Manhiça; Relação estabelecida pelo adolescente entre a dieta alimentar
consumida e a saúde pública e Medidas a adoptar para promover a prática da alimentação saudável
nos adolescentes.

2.1 Analisar Situação geral do estado nutricional do adolescente no Distrito da Manhiça


De acordo com Silva & Vieira (2014), o acto de alimentar-se é um dos que mais profundamente reflecte
a complexidade da vida humana em sociedade. Os mesmos autores referem que este acto em sentido
restrito, reflecte um comportamento biológico-nutricional, pois o ser humano necessita de uma
alimentação que contenha os nutrientes necessários à manutenção dos seus processos vitais.

Sanches & Smith (2014) referem que a Informação Nutricional para crianças em idade escolar e
adolescentes é quase inexistente em Moçambique. Entretanto, os mesmos autores, referem que existe
informação sobre o estado nutricional das crianças menores de 5 anos de idade, assim como
informação sobre a deficiência em micro nutrientes.

No que concerne, a informação disponível sobre o estado nutricional das crianças menores de 5 anos,
refere Fanta (2012: 1) que,

O país regista uma prevalência elevada e alarmante de desnutrição, que ultrapassa os


limites da Organização Mundial da Saúde (OMS) para significância “muito alta” em saúde
pública: 43 por cento das crianças sofrem de baixa estatura para idade, uma medida de
desnutrição crónica e 6 por cento sofrem de baixo peso para estatura, uma medida de
16
desnutrição aguda. Estima-se que a desnutrição ao nível global é a causa subjacente de 45
por cento das mortes em crianças menores de 5 anos de idade e tem efeito sobre a
economia.
A desnutrição aguda nos adolescentes e adultos é usualmente causada pelo aparecimento de uma
enfermidade que resulta na perda de peso num período recente e/ou aparecimento de edema bilateral.
A desnutrição aguda em adultos está comummente associada ao HIV e Tuberculose (MISAU, 2017).

2.2 Caracterização da dieta alimentar dos adolescentes no Distrito da Manhiça


A adolescência é frequentemente associada a um período do desenvolvimento humano marcado por
transformações biológicas e psíquicas geradoras de inquietudes e sofrimento, sendo a emergência da
sexualidade e a dificuldade em estabelecer a própria identidade alguns dos elementos associados a
essa fase (Para Silva, Teixeira & Ferreira, 2014). Nesta fase de adolescência de acordo com os autores
é caracterizada por um período de elevada demanda nutricional por ser uma fase em que se iniciam as
mudanças puberais.

Além do aspecto físico, há também mudanças sociais que acontece quando o adolescente começa a
adquirir independência e responsabilidades, e mudanças psicológicas, como o aumento da capacidade
cognitiva e adaptações de personalidade, constituindo uma parte da população com características
fisiológicas e psicológicas específicas (Lerner, 1994).

Todas estas transformações da adolescência têm efeito sobre o comportamento alimentar, influenciado
por factores internos, auto-imagem, necessidades fisiológicas e saúde individual, valores, preferências
e desenvolvimento psicossocial; e por factores externos, hábitos familiares, amigos, valores e regras
sociais e culturais, mídia, modismos, experiências e conhecimentos do indivíduo (Farthing 1991, citado
por Gambardella et al. 1999).

Face a escassez de fontes bibliográficas que caracterizam a dieta alimentar dos adolescentes em
Moçambique no geral e particularmente no Distrito da Manhiça (Sanches & Smith, 2014).

Estudos realizados por Enes e Slater (2010), revisando a literatura no tema sobre “obesidade na
adolescência e seus principais determinantes”, consideraram que os adolescentes podem ser
considerados um grupo de risco nutricional, devido à inadequação de sua dieta decorrente do aumento
das necessidades energéticas e de nutrientes para atender à demanda do crescimento. Para além
disso, os autores referem que esta inadequação da dieta era influenciada por mudanças físicas e
psicológicas, devido a factores genéticos, étnicos e ainda pelas diferentes condições sociais e
ambientais.

17
Em torno da caracterização da dieta, foi apontado ainda por Enes e Slater (2010), que a adopção de
hábitos alimentares conhecidos como “ocidentais”, pelos adolescentes, consistindo em uma
alimentação rica em gorduras, especialmente de origem animal, açúcar refinado e reduzida ingestão de
carboidratos complexos e fibras, tem sido apontada como condição favorecedora para o estoque
energético. Além disso, a falta de informação associada à ausência de políticas de saúde que atendam
adequadamente a população torna ainda mais grave e preocupante a epidemia de obesidade instalada
no contexto brasileiro.

Atenção especial também deve ser atribuída ao aumento do consumo, por parte dos adolescentes, de
bebidas adicionadas de açúcar, como refrigerantes e sucos artificiais e estudos têm demonstrado ser
cada vez mais frequente a ingestão dessas bebidas pela população jovem, situação que se agravou
nas últimas duas décadas do século XX (French, Lin & Guthrie, 2003).

Para Izac (2008), ainda no Brasil, destaca-se que, especialmente nesta fase da adolescência tem se
observado com relação aos hábitos e comportamentos alimentares dos mesmos, de modo geral, que
caracteriza-se com: associações distorcidas entre valores calóricos e nutritivos; Negligência na
realização do café da manhã; Baixo consumo de frutas, verduras, legumes e cereais integrais; Alto
consumo de refrigerantes; Preferência por alimentos com elevado teor de gordura saturada e
colesterol, além de grande quantidade de sal e açúcar.

Entretanto, há necessidade de se adoptar a dieta saudável pois de acordo com o Guia Alimentar para a
População Brasileira, uma dieta alimentar saudável deve ter as seguintes características: Equilibrada,
respeitando o consumo adequado de cada tipo de alimento. Variada, incluindo vários grupos
alimentares para fornecer diferentes nutrientes. Suficiente, respeitando as quantidades necessárias a
cada pessoa. Segura, livre de contaminantes de natureza biológica, física ou química; para isso, é
fundamental que se respeitem as regras de higiene, manuseando e armazenado adequadamente
(Silva e Vieira, 2014).

2.3 Medidas a adoptar para promover a prática da alimentação saudável nos adolescentes
Segundo Silva & Vieira (2014) a adopção de um comportamento alimentar saudável, por parte dos
adolescentes, é apontada como importante medida de promoção da saúde, com repercussões
positivas na vida adulta. Para os autores, para que a prática de uma alimentação saudável aconteça
efectivamente, é necessário conscientização e envolvimento conjunto dos profissionais de saúde, dos
pais, da escola e da comunidade.

A adopção de comportamento saudável passa necessariamente na criação de Programas de educação


em saúde que devem ser implementados nas escolas ou na comunidade, não se restringindo a

18
fornecer os conceitos sobre nutrição. Para além disso, é necessário ajustá-los aos recursos e à
formação cultural da região e permitir que a vivência de práticas de saúde ocorra pela valorização da
qualidade dos alimentos durante as refeições, na merenda ou cantinas escolares, além da
conscientização sobre as consequências de uma alimentação inadequada para o indivíduo (Silva &
Vieira 2014).

Para Gambardella et al. (1999) a família é a primeira instituição que tem ação sobre os hábitos do
indivíduo. É responsável pela compra e preparo dos alimentos em casa, transmitindo seus hábitos
alimentares às crianças.

Para os autores acima referidos, a aquisição da prática de alimentação saudável do adolescente, é


responsabilidade da família molda-lo.

Para Silva, Teixeira & Ferreira (2014) defendem ainda a necessidade de mobilizar conhecimentos que
viabilizem a implementação de cuidados, principalmente de educação em saúde, de modo que
conduza o adolescente a tornar-se sujeito-agente do seu próprio cuidado à saúde, com vistas a sua
promoção e a prevenção de agravos relativos às questões que se relacionam às práticas alimentares
não saudáveis.

19
CAPÍTULO III

3 METODOLOGIA

Introdução
A Metodologia segundo Prodanov & Freitas (2013:14), “é a aplicação de procedimentos e técnicas que
devem ser observados para construção do conhecimento, com o propósito de comprovar sua validade
e utilidade nos diversos âmbitos da sociedade”. Entretanto, neste capítulo, retrataremos da
metodologia com objectivo, apresentar os métodos e técnicas através das quais conduzirão esta
pesquisa. De acordo com Marconi & Lakatos, (2003:83) “o método é o conjunto das actividades
sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objectivo -
conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e
auxiliando as decisões do cientista.”

A descrição deste capítulo seguirá a seguinte sequência: a abordagem metodológica, a apresentação


do tipo de investigação, a descrição dos procedimentos e técnicas a aplicar, população e amostra,
Limitações do estudo e propostas de solução, questões éticas e método de recolha de dados.

3.1 Abordagem metodológica


Quanto a abordagem metodológica, o estudo é qualitativo. De acordo com Prodanov & Freitas (2013),
a pesquisa qualitativa, não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas, pois esta se preocupa com
a interpretação dos fenómenos e a atribuição dos significados. Portanto, este estudo, enquadra-se
nesta abordagem porque pretendemos explicar a caracterização da dieta alimentar consumida pelos
adolescentes no Distrito da Manhiça.

3.2 Apresentação do tipo de investigação


Nesta secção, classificaremos esta pesquisa quanto a natureza, quanto aos objectivos e quanto aos
procedimentos. Nesta vertente, esta pesquisa é de natureza geral, tendo objectivo descritivo e quanto
aos procedimentos, é estudo de caso.

20
A pesquisa de natureza geral de acordo com Prodanov & Freitas (2013), é aquela que tem como
objectivo, gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista.
Envolve verdades e interesses universais. Portanto, a nossa pesquisa é de natureza geral porque com
esta pesquisa, pretendemos ter uma visão geral da prática alimentar dos adolescentes no Distrito da
Manhiça.

O estudo quanto aos objectivos, é descritivo. De acordo com Gil (2002), as pesquisas descritivas são
aquelas que têm como objectivo principal, a descrição das características de determinada população
ou fenómeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. Entretanto, enquadra-se nesta
perspectiva porque pretendemos trazer detalhes da prática alimentar dos adolescentes no local de
estudo.

Quanto aos procedimentos é estudo de caso. Segundo Gil (2002) O estudo de caso é uma modalidade
de pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais, consistindo no estudo profundo e
exaustivo de um ou poucos objectos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento,
tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados. A nossa pesquisa
enquadra-se neste procedimento porque pretendemos, partindo dos adolescentes da Escola
Secundária, compreender a caracterização da prática alimentar dos adolescentes no Distrito de
Manhiça.

3.3 Descrição dos procedimentos e técnicas a aplicar


Para a recolha de dados nesta pesquisa aplicaremos as seguintes técnicas: a entrevista aberta, a
observação, a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental.

Segundo Marconi & Lakatos (2003), a entrevista é um procedimento utilizado na investigação social,
para a colecta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social. Esta
consiste num diálogo entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de
determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. Aplicaremos esta técnica
para colher informações concernente a caracterização da prática alimentar dos adolescentes no Distrito
da Manhiça.

A observação segundo Gil (2002) é uma técnica que faz o uso dos sentidos para a apreensão de
determinados aspectos da realidade. Refere ainda que a observação permite captar uma variedade de
situações ou fenómenos que não são obtidos por meio de questões. Esta técnica será aplicada para
visualizar os aspectos relevantes que apoiam a caracterização da prática alimentar dos adolescentes
que não foram relatados pelos entrevistados.

21
No que tange a pesquisa documental, esta possui semelhança com a pesquisa bibliográfica, porém
diferencia-se na natureza das fontes de informação. Segundo Gil (2002) a pesquisa documental é feita
de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados.
Usaremos esta técnica para fazer a caracterização físico-geográfica da Escola Secundária da Manhiça.

3.4 População e amostra


Apresentaremos nesta secção a população e a amostra da pesquisa.

3.4.1 População
Segundo Gil (2002) população é um conjunto definido de elementos que possuem determinadas
características. Nesta pesquisa, constituem população desta pesquisa todos adolescentes em número
não especificado que estudam na Escola Secundária da Manhiça. Entretanto, em termos de faixa etária
destes adolescentes, definimos olhando na determinação cronológica feita pela Organização Mundial
de Saúde (OMS) que delimita a adolescência como a segunda década de vida, dos 10 aos 19 anos
(Silva e Vieira, 2014).

3.4.2 Amostra
Segundo Fortin et al. (1999) a amostra é um subconjunto do universo ou da população, por meio do
qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população. Para este estudo,
a amostra será de 15 indivíduos sendo 10 adolescentes e 5 pais/encarregados de educação destes
adolescentes. Para seleccionar a amostra será usada método probabilístico aplicando a amostragem
aleatória simples. Entretanto, como referem Piana & Machado (2009) o método probabilístico admite
que todos elementos da população tenham a mesma probabilidade de fazer parte da amostra. A
efectivação deste método será mediante o uso da técnica lotaria. Esta técnica, consiste em atribuir a
cada elemento da amostra um número único para depois seleccionar alguns desses elementos de
forma casual.

Constituem critérios de inclusão da amostra os seguintes: Ser adolescentes com idade compreendida
entre 10 a 19 anos, ser aluno da Escola Secundária da Manhiça, aceitar participar na investigação.
Para além disso, serão inclusos também os pais/encarregados de educação destes adolescentes.
Portanto, constituem os critérios de exclusão, os não descritos nos critérios de inclusão.

3.5 Limitações do estudo e propostas de solução


Presumimos que sejam as limitações de estudos os seguintes: a recusa dos adolescentes
seleccionados a participar na pesquisa. Como proposta de solução, serão explicados de forma
antecipada os objectivos da pesquisa e que a participação dos mesmos será mediante a assinatura da

22
declaração de consentimento informado pelos adolescentes ou pelos pais ou encarregados de
educação dos mesmos.

3.6 Questões éticas


Observaremos os princípios éticos como são preconizados no ISEDEL, a saber a participação dos
envolvidos será de carácter voluntário e será preservado a privacidade das informações, a
confidencialidade, entre outros aspectos conforme a folha de informação do participante usado na
faculdade.

3.7 Metodologia de análise de dados


No processo de recolha de dados será aplicado o método de triangulação. Segundo Azevedo et al.
(2013), este método consiste em combinar diferentes métodos de recolha e/ou análise de dados de
naturezas diferentes (quantitativos e qualitativos), com fim de ultrapassar as deficiências que decorrem
de um único método, iluminando e tornando segura a realidade a ser estudada. Com este método será
possível combinar os instrumentos como a entrevista, a observação, a pesquisa documental e a
pesquisa bibliográfica para a conhecer a dieta alimentar consumida pelos adolescentes no Distrito de
Manhiça.

23
4 Capitulo IV: Análise das características da dieta alimentar consumida pelos adolescentes do
Distrito da Manhiça

Introdução

Este capítulo tem como objectivo apresentar e analisar as características da dieta alimentar consumida
pelos adolescentes do Distrito da Manhiça. Para fundamentação deste capítulo, poderá obedecer a
seguinte estrutura: (1) caracterização da zona de estudo; (2) descrição da situação geral do estado
nutricional dos adolescentes do Distrito da Manhiça; (3) caracterização da dieta alimentar dos
adolescentes do Distrito da Manhiça, e (4) medidas a serem adoptadas para promoção da prática da
alimentação saudável nos adolescentes.

4.1 Caracterização físico-geográfica económica e social do Distrito de Manhiça

A pesquisa foi realizada na Vila sede Distrito de Manhiça, principalmente na Escola Secundaria da
Manhiça. Entretanto, a vila sede na qual realizou-se a pesquisa, constitui um dos Postos administrativo
do Distrito de Manhiça, Distrito este que se encontra localizado no extremo Norte da Província de
Maputo que distando a 80 km da cidade de Maputo ligado pela EN1, tendo como limites geográficos, a
norte e nordeste com o Distrito de Bilene Macia da província de Gaza, a leste com o Oceano Índico, a
sul com o Distrito de Marracuene, a oeste com o Distrito de Moamba e a oeste e nordeste com o
Distrito de Magude, conforme ilustra o mapa abaixo:

24
Fonte: Governo do Distrito da Manhiça

O Município da Manhiça mostra 208.466 habitantes (INE, 2017). Este associado ao posto
administrativo 3 de Fevereiro constitui os mais populosos do Distrito, representando mais de 61% da
população total do Distrito. Apresenta este, uma superfície de 478 quilómetros quadrados (km²) e a
densidade populacional é de 230 habitantes por quilómetro quadrado (km²).

O Distrito Municipal da Manhiça faz limite no extremo Norte com o Posto Administrativo de 3 de
Fevereiro, a Sul com a Localidade Maciana (que compreende os Bairros Cambeve e Chibututuíne), a
Leste com o Posto Administrativo de Calanga e a Oeste com o Distrito de Moamba e Magude (INE
2017).

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (2017), a vila da Manhiça é composta pelos seguintes
bairros: Manhiça sede, Mulémbja, Ribángua, Chafutene, Nhambi, Chibucutso, Mitilene e Cofi, e estes
bairros estão constituídos por povoações.

A vila da Manhiça é determinada por formações sedimentares (areia fina e média das dunas interiores,
areia fina do tipo argiloso do vale do Incomáti. Os solos argilosos e aluviais são encontrados na zona
baixa que é o vale do Rio Incomáti, que favorece a prática da agricultura de subsistência e também se
desenvolve a agricultura intensiva, a qual é praticada pela Empresa Agro-pecuária Inácio de Sousa.

A nível Distrital, o rio é explorado pelas indústrias açucareiras de Xinavane e Maragra, com as quais se
verifica uma relação comercial com os produtores locais de cana-de-açúcar ( idem).

25
O Município da Manhiça possui um clima tropical húmido no litoral e tropical seco à medida que se
penetra para o interior. No Distrito da Manhiça predominam duas (2) épocas: Quente e de pluviosidade
elevada – Outubro a Abril é fresca e seca – Abril a Setembro. Quanto a pluviosidade no período em
análise foi caracterizado por uma queda regular de chuvas com uma precipitação acumulada de
1267.7mm contra 452.7mm do igual período da campanha agrícola passada. Incidem duas épocas: A
estação chuvosa (verão) e a estação seca (inverno).

A temperatura média anual é de 23 graus centígrados, sendo a máxima em Janeiro (cerca de 32º C) e
a mínima em Julho (13º C).

No posto administrativo Municipal da Manhiça predominam formações sedimentares dos Períodos


Secundário, Terciário e Quaternário. O relevo é caracterizado pela existência de dunas costeiras e
planícies aluvionares inferiores a 100m de altitude. Nas zonas altas, o solo é caracterizado por
sedimentos arenosos eólicos (a ocidente e ao longo da costa). Na planície aluvionar, ao longo do rio
Incomáti, os solos são argilosos, francos, de textura estratificada ou turfosos.

O Município da Manhiça, encontra com diversos problemas ligados ao meio ambiente. Esta necessita
em grande escala à falta de conhecimento e o facto da não observância às medidas básicas de uso e
conservação dos recursos naturais por parte das populações. Aliado a estes aspectos, ressaltar as
queimadas descontroladas, a erosão eólica, hídrica e costeira.

O Município da Manhiça mostra uma grande diversidade de vegetação. No sentido Este-oeste,


observam-se diferentes tipos de pradarias, matagais, dunas e solos sem vegetação.

As pradarias localizadas nas proximidades do rio Incomáti são, geralmente utilizadas para actividades
agrícolas e oferecem um bom pasto para os animais.

Nas dunas ocorre uma vegetação do tipo matagal caracterizada predominantemente por árvores que
dão frutas denominados Tindzole e mais para o interior encontra-se o matagal médio onde existem
plantas trepadeiras e de grande porte. Para além das formações vegetais há que revelar a existência
de árvores que dão frutas da época tais como: Mangueiras, Canhueiros, Cajueiros, Mafureiras, tindziva
e Makwakwa. Essas frutas têm sido aproveitadas para o consumo por parte da população e também
existem árvores de maior proveito na área da construção e fornecimento de combustível lenhoso em
forma de lenha e carvão tais como: Chanfuta, Jamboeiro e outras.

A agricultura e o comércio constituem as primeiras actividades económicas no Município da Manhiça. O


primeiro tipo de agricultura praticada é a de subsistência que é desenvolvida pelo sector familiar
produzindo diversos tipos de culturas como o milho, batata-doce, amendoim, feijão, banana, mandioca
e arroz.
26
A actividade comercial no Município da Manhiça tem vindo a crescer e caracteriza-se pelo crescente
número de diversos estabelecimentos comerciais fixados maioritariamente ao longo da Estrada
nacional número 1, nomeadamente lojas, bares e restaurantes, mercados formais e informais, bancos
comerciais, pensões, etc. A actividade comercial também conta com a existência de cerâmicas (que
produzem tijolos, potes, vasos), serrações, carpintarias e indústrias panificadoras. É praticada
principalmente pelo sector familiar, utilizando pesca artesanal (INE, 2017).

A actividade pesqueira é praticada pelas populações que residem nas proximidades da costa,
principais lagoas e ao longo Rio Incomáti. A actividade pesqueira no Distrito depende maioritariamente
das condições naturais principalmente o caudal dos rios e do equipamento e material de pesca. São as
principais espécies capturadas, o peixe preto, tilápia de água doce, peixe vermelho e serra.

Quanto as cerimónias relacionadas com o nascimento, após o parto o bebé fica dentro de casa até o
cordão umbilical cair, depois faz-se uma festa de saída do bebé. Para atribuição do nome ao bebé, faz-
se uma cerimónia para que o nome seja conhecido pelos familiares. Entretanto, pessoas sexualmente
activas não devem pegar no recém-nascido porque o umbigo não vai cicatrizar.

Quanto as práticas relacionadas com o casamento, se o noivo pagar o lobolo por completo é lhe
oferecido uma cunhada por este ter cumprido com os mandamentos; a noiva fica dissociada do marido
3 dias antes do lobolo. As línguas predominantes são o Xichangana, Xirhonga e Português. Enquanto,
para religiões, as principais religiões são o cristianismo e o islamismo. No Cristianismo, a seita
dominante é a Sião/Zione, havendo outras crenças no Município da Manhiça e representantes das
respectivas hierarquias e que se têm envolvido, em coordenação com as autoridades do Distrito em
várias actividades de índole social (INE 2017).

O Distrito da Manhiça possui vinte e duas (22) unidades sanitárias, sendo um (1) Hospital Distrital, nove (9)
Centros de saúde e doze (12) postos de saúde. Na vila Municipal de Manhiça tem um Hospital Distrital e Centro
de saúde da Manhiça, para além de um (1) posto de saúde no Instituto de formação de professores
(Chibututuíne). No entanto, excluindo os Postos de saúde da Manhiça que prestam assistência aos pacientes
apenas em regime ambulatórios e sem maternidade, as outras unidades sanitárias (Centros de saúde e Hospital
Distrital) possuem serviços de Maternidade.

De acordo com as informações contidas no folheto estatístico do último censo, o Distrito da Manhiça
tem uma rede escolar de 98 escolas, sendo 37 do EP1, 53 EPCs, 3 ESG1, 3 ESG2 e 2 do ETP, com
54721 alunos assistidos por 1228 professores de todos os subsistemas de ensino (INE, 2017). Desde
Agosto de 2019, passou também a contar com um Instituto Médio Alvor, nos cursos relacionados com
a saúde. De acordo com o edital publicado em 2019, fazem parte dos cursos administrados pelo

27
Instituto Médio Alvor: Nutrição, Agro-pecuária, Contabilidade e Gestão, Enfermagem de saúde Materno
Infantil, Farmácia e Saúde Pública e Preventiva e também um Instituto Superior.

Faixa etária dos adolescentes entre 10 a 19 anos Número de a


mostra
Adolescentes (10- 14 ANOS) 4

Adolescente (14 – 19 ANOS) 6

Faixa etária dos pais ou encarregados entre 30 – 60 amos


Pais ou encarregado 30 – 40 ANOS 2
Pais ou encarregado 40 – 60 ANOS 3

Fontes: Dados do entrevistado 2021

4.2 Descrição da situação geral do estado nutricional dos adolescentes do Distrito da Manhiça
Nesta secção pretendemos descrever a situação geral do estado nutricional dos adolescentes do
Distrito da Manhiça. Para tal, serão usados os seguintes métodos: pesquisa documental, e entrevistas
semi-estruturadas. A pesquisa documental será realizada no Centro de saúde da Manhiça.
Pretendemos com a pesquisa documental através dos relatórios mensais e anuais e Manuais do
Ministério da Saúde compreender a prevalência da desnutrição nos adolescentes do distrito da
Manhiça em particular e no país em geral. Por outro lado, será usada a entrevista semi-estruturadas
aos técnicos do sector de saúde de modo a compreender a situação geral do distrito da Manhiça. A
entrevista também poderá ajudar na compreensão dos seguintes aspectos: (idade, escolaridade,
profissão dos entrevistados, como também da forma como concebem as dietas alimentares. Estas
informações serão recolhidas no Centro de saúde da Manhiça e na escola secundaria da Manhiça e
em alguns casos nas residências dos entrevistados.

Na presente pesquisa, pretendemos descrever a situação geral do estado nutricional dos adolescentes
do Distrito da Manhiça ou no país em geral.
Pode-se definir o estado nutricional como sendo uma medida da extensão na qual a necessidade
fisiológica do indivíduo por nutrientes está sendo alcançada (Mahan & Stump, 1998).

Segundo Vasconcelos (2000), o conceito de estado nutricional segue uma dimensão biológica, e,
portanto, individual, enquanto produto da relação entre consumo (ingestão alimentar) e as
necessidades nutricionais (gastos nutricionais ou utilização biológica de nutrientes). Neste sentido, o

28
estado nutricional poderia, teoricamente, ser expresso dentro de três modalidades de manifestações
orgânicas.

No entanto foi escolhido o Distrito da Manhiça intencionalmente devido as elevadas taxas de


desnutrição, insegurança alimentar e por ser uma comunidade que vive à base de agricultura se
subsistência com uma identidade cultural evidenciada. Os participantes da pesquisa foram ou
responsáveis no cuidado das crianças e os informantes chaves de referência cultural a nível do distrito
(curandeiros, maziones e ancioes).

Efectivamente, de acordo com o MISAU (2010), em Moçambique, as estatísticas apontam que cerca de
44% das crianças menores de 5 anos têm altura baixa para a sua idade e, conforme se reforça no (IDS
2011).
Perante este facto, o Governo de Moçambique, através do Ministério da Saúde, na perspectiva de dar
corpo às suas acções de combate à fome no âmbito da Política Nacional de Saúde, definiu como uma
das suas prioridades, reduzir a taxa de mortalidade das crianças menores de 5 anos por desnutrição
aguda grave (MISAU, 2010).

Outrossim, é preocupação do Governo desenvolver acções que visam assegurar a alimentação


adequada da população, concorrendo para a redução da desnutrição aguda e crónica.

O estado nutricional depende muito do aspecto sócio-cultural, pois o alimento representa a


manifestação da organização social, a chave simbólica dos costumes, o registro do modo de pensar a
corporalidade no mundo em qualquer que seja a sociedade (Camporesi, 1996).
Dentre estes factores, pode-se destacar os relativos às condições sociais da família, traduzidos pelo
nível de educação dos pais, origem destes (é de especial importância n ocaso de crianças, a origem da
mãe), e os relativos às condições de moradia da família, entre as quais, avulta, nos meios urbanos de
países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, o suprimento de serviços básicos de saneamento,
como água e esgoto. O factor saneamento, em vários estudos, tem-se destacado como sério
determinante do estado nutricional, pois precárias condições de saneamento levam ao
desenvolvimento de moléstias como as infecções intestinais, cujos efeitos nocivos sobre o estado
nutricional são conhecidos (Campino, 1998).
Para as classes populares em seus diversos estratos sociais, o poder aquisitivo, o comércio e a forma
como são distribuídas enquanto forças produtivas impõem modelos culturais à mesa. A comida é
também mesclada de valores simbólicos antigos e modernos, mantendo características regionais e
padrões sócio-culturais nas diversas instâncias do conhecimento tradicional (Freitas, 1997).

Caracterização da dieta alimentar dos adolescentes do Distrito da Manhiça


29
O objectivo desta secção é de caracterizar a dieta alimentar dos adolescentes do Distrito da Manhiça.
Para obtenção dessa informação será usada a entrevista semi-estruturadas e observação. Será usada
a observação de modo a colher informações relacionadas com a dieta alimentar dos adolescentes.
Esta informação será obtida nas residências dos adolescentes e na escola secundária da Manhiça.
Será usada entrevistas semi-estruturadas aos adolescentes da escola secundária da Manhiça . Ainda
nesta secção, poderá ser usado o método bibliográfico de modo a subsidiar as informações recolhidas
através da observação e da entrevista semi-estruturada.

Entretanto, começamos por apresentar os dados recolhidos por meio da entrevista aos adolescentes e
respectivo parentes ou encarregado de Educação, usei a entrevista sem - estruturada e observação,
onde a primeira questão da pesquisa, gostaria de saber quantas refeições faz por dia . Todos
participantes afirmaram que faz 3 a 4 refeições por dia.

“São três refeições por dia (adoles 1, 3, 5, 6, 7, 10) ‘‘

"São quatro refeições ao dia (adoles 2, 4, 6, 8, 9 ) ‘‘

"São quatro refeições por dia (pai 1, 3 e 5) ‘‘

‘’São três refeições por dia (pai 2 e 4) ‘‘

Entretanto de acordo com minha recolha de dados destaque que na maioria dos adolescentes da
Escola Secundaria da Manhiça fazem três (3) refeições por dia, que são: mata-bicho, Almoço e jantar.

Couto, M (s/d), os adolescentes devem comer três refeições nutritivas por dia e fazer lanches
saudáveis entre as refeições. Se não seguem uma dieta saudável e apropriada, as crianças não podem
aprender e se concentrar na escola: especialmente se a escola é um pouco longe e tem de se ir a pé, é
importante começar o dia com um bom pequeno-almoço!

Também os adolescentes consomem muita energia e para completar o seu processo de crescimento
devem manter uma dieta saudável e equilibrada. Mesmo nesta idade é necessário comer 5 vezes por
dia (3 refeições e 2 lanches).

O lanche não tem que ser um alimento caro, mas sim um alimento que forneça os nutrientes que a
criança precisa para um bom crescimento e desenvolvimento e livre de contaminantes. Os lanches
devem ser compostos por alimentos naturais e não industrializados, de boa qualidade e em quantidade
adequada.

Segundo vireira D (s/d), são recomendas de cinco a seis refeições ao dia: café da amanha, lanche da
manha, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. O intervalo entre uma refeição e outra pode variar de
duas a quatro horas, visto que geralmente, dependendo do tamanho da refeição anterior.
30
Para Bento (2011), Um dos erros alimentares mais frequentes é a diminuição do número de refeições
que se faz por dia. Dever-se-á procurar fazer entre 5 a 6 refeições distribuídas ao longo do dia, de
forma a não ficar mais de 3 h 30M sem comer.
A importância de se criar este hábito prende-se com a capacidade de regulação dos mecanismos
fisiológicos que controlam o apetite, se forem realizadas várias refeições por dia. Através da regulação
do apetite é possível um melhor controlo da ingestão alimentar ao longo do dia. Além disso, comer de
3H30M em 3h30M faz com que se distribua de forma mais equilibrada os alimentos ao longo das horas
sem que está acordado, fazendo com que não se concentre uma grande quantidade de alimentos e
calorias em apenas 2 ou 3 refeições (normalmente o almoço e o jantar).
Actualmente existem alguns estudos que evidenciam que a ingestão de uma grande quantidade de
alimentos concentrada em 2 a 3 refeições por dia pode induzir a situações de excesso de peso. Por
outro lado, dever – se -á terem atenção o que se escolhe para comer, pois não se deverá fazer várias
refeições se em cada uma delas se ingerir alimentos e quantidades prejudiciais à saúde.

A segunda questão da pesquisa o que consome com frequência nestas refeições que mencionou.

"São: Matapa, peixe, verduras, arroz, xima e massa esparguete (adoles 1,3 e 5) ‘‘

"São: arroz, pão, manteiga, xima, Matapa, verdura e mandioca (adoles 4, 7 e 9) ‘‘

‘’São: pão, jamo, manteiga, arroz, frango, feijão, peixe e matapa) ‘‘

"São: verduras pão, manteiga, chima, feijão, peixe e arroz (pai 1 e 3) ‘‘

" São: mandioca, alface, arroz, carne, peixe, xima, pão, feijão carne, repolho e frango (pai 2, 4 e 5) "

Apesar de muitos adolescentes e pais e encargados de educação respostar as perguntas da pesquisa


o que consome com frequência nestas refeições, as respostas são vagas sobre este assunto.

Para ter uma boa alimentação e necessário seguir alguns procedimentos ou regras para ter uma boa
alimentação adequada e saudável.

Boa alimentação significa fazer refeições balanceadas ou equilibradas que contêm uma variedade de
alimentos e nutrientes. As pessoas seleccionam os alimentos que comem por várias razões como o
sabor, nível da fome, disponibilidade do alimento, conveniência, capacidade de aquisição e estatuto
sócio-económico. Contudo, nós precisamos de comer uma mistura de alimentos em uma quantidade,
qualidade e combinação apropriada para ter um corpo saudável. Os nossos corpos precisam de
alimentos que nos dão energia, promovem o crescimento, reparam os tecidos, reservam energia e nos
protegem das doenças.

31
Os alimentos que comemos são tipicamente classificados em quatro grupos principais com base no
tipo de nutrientes e função:

 carbohidratos ou hidratos de carbono (fornecimento de energia);


 proteínas (formação do corpo);
 gorduras (armazenamento de energia, isolamento)
 vitaminas e minerais (protecção do corpo)

Para além dos alimentos destas quatro categorias, também precisamos comer fibras, que ajudam a
mover os alimentos através do aparelho digestivo, e água, que é a componente chave para a maior
parte das funções vitais (corporais).

Os primeiros três grupos, carbohidratos, proteínas e gorduras são chamados de macronutrientes


porque eles são necessários em grandes quantidades. As vitaminas e minerais são chamados de
micronutrientes porque são necessários em pequenas quantidades. Apesar dos micronutrientes serem
necessários em pequenas quantidades eles desempenham funções importantes no organismo e são
essenciais para o normal metabolismo, crescimento e bem-estar físico. As necessidades nutricionais de
um indivíduo dependem da sua idade, género, nível de actividade, estado de saúde e de algumas
outras condições como gravidez ou aleitamento.

carbohidratos (alimento que fornece energia)

+
proteínas (alimento de formação do corpo)
+
gorduras (alimento de armazenamento de energia e isolamento )
+
vitaminas + minerais (alimento de protecção do corpo)
=

Dieta Balanceada (Equilibrada) e Saudável

Uma dieta equilibrada é aquela que fornece uma quantidade adequada e variedade de alimentos para
cobrir as necessidades de energia e nutrientes da pessoa que os consome. Quase todos os alimentos
contêm uma mistura de vários nutrientes. Contudo, classificações generalizadassão comumente
usadas para ajudar as pessoas a compreende que tipos de alimentos tipicamente fornecem que tipo de
nutrientes.

32
Na terceira questão da pesquisa procura saber se tem realizado algum exercício? Sim – ou não---, se
sim, preço lhe para a descrever?

"Sim. Dançar (adoles 5 e 8) ‘‘

"Sim. Corro nas tardes (adoles 9 e 7) ‘‘

"Sim. Tenho realizado exercício físico corro nas tardes (pai 2 e 4) ‘‘

Em 2003, a Organização Pan-Americana da Saúde juntamente com a Organização Mundial da Saúde


(OMS) elaborou um manual chamado “Estratégia Mundial sobre Alimentação Saudável, Actividade
física e Saúde” com o objectivo de orientar a população sobre os benefícios de uma alimentação
saudável e da prática de actividade física para a promoção da saúde.

Desta maneira, a nutrição e o exercício fisico estabelecem uma inter-relação importante, pois uma
alimentação balanceada e nutritiva melhora o rendimento do organismo, o desempenho físico, promove
o reparo e construção de tecidos corporais, além de potencializar o efeito dos treinos (Fontes e
Navarro, 2010).

O binômio alimentação e exercício promovem ainda o controle e manutenção do peso, aumento da


resistência cardiorrespiratória e melhora a estética (Marangon e Welker, 2008).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde a prática de exercícios físicos, importa salientar que
há muita vantagem de praticar exercícios físicos, e tem muitos benefícios a saúde humanos. Benefícios
da prática do exercícios físicos a saber:

1. Exercício contribui para o bom funcionamento dos órgãos, principalmente no coração;


2. Contribui para o bom funcionamento do intestino;
3. Diminui a ansiedade e o estresse;
4. Contribui para o funcionamento normal dos mecanismos cerebrais de controle de apetite.
Permitindo um equilibro entre a ingestão e gasto de energia;
5. Quanto mais activo você se torna, mais calorias vai queimar, e;
6. Aliada ao consumo reduzido dos alimentos, aumenta a perda de gorduras e melhora a sua
distribuição corporal.

33
Medidas a serem adoptadas para promoção da prática da alimentação saudável nos adolescentes.

Esta secção pretende propor medidas a serem adoptadas para promoção da prática da alimentação
saudável nos adolescentes. Para recolha desta informação, será usada a entrevista semi-estruturada
aos adolescentes da escola secundária da Manhiça e aos técnicos do centro de saúde da Manhiça.
Estes dados serão confrontados com o método bibliográfico que poderá ser materializado através das
consultas nas bibliotecas virtuais disponíveis como também em algumas literaturas existentes no
ISEDEL.

Entretanto, começamos por apresentar os dados recolhidos por meio da entrevista aos adolescentes e
os seus respectivos parentes ou encarregado de Educação da Vila da Manhiça, onde a primeira
questão procura-se saber dos participantes que informação tem sobre alimentação saudável. As
narrativas conforme os tipos de respostas dada sobre que informação tem sobre alimentação saudável:

‘’Alimentação saudável e variação de alimentos (adoles 1, 2 e 5) ‘‘

‘’Consumir couve, alface, batata freta e ovo (adoles 4) ‘‘

‘’Alimentação saudável e variar alimentos de forma equilibrada (adoles 6)

‘’Alimentação saudável é variar os alimentos (pai 1, 2 e 4) ‘‘

‘’Alimentação saudável é comer muito pouco em todas as refeições (pai 3) ‘‘

‘’Alimentação saudável é comer com frequência, variar os alimentos, comer tempo a hora, e tomar
muito líquido (pai 5) ‘‘

Apesar dos autores mostram ter um conhecimento básicos sobre alimentação saudável percebe -se
que as suas respostas são vagas ao referir que Alimentação saudável é o mesmo que dieta equilibrada
ou balanceada e pode ser resumida por três princípios: variedade, moderação e equilíbrio.

Para Bento (2011), afirma que, a alimentação saudável e adequada é fundamental para que o
crescimento, desenvolvimento e manutenção do organismo humano acontecer de forma apropriada e
saudável.

O consumo de alimentos quer a nível de quantidade, quer a nível de qualidade, têm um papel de
elevada importância para evitar a ocorrência de carências e/ou excessos alimentares e assim melhorar
o estado de saúde.

Esta representação da escola no incentivo a alimentação saudável tornou-se ainda mais evidente entre
os adolescentes com condições económicas menos favoráveis, pois possivelmente os familiares
destes sujeitos apresentam menor grau de escolaridade e menos conhecimento acerca deste tema.
34
Frente à ausência de conhecimento dos familiares acerca do tema alimentação e da capacidade da
escola de educar por meio da construção de conhecimentos resultantes do confronto dos diferentes
saberes advindos dos alunos, professores, familiares e sociedade, este e outros estudos identificam a
necessidade de inserir os familiares nas práticas educativas alimentares e nutricionais desenvolvidas
neste espaço, visto que isto se constitui em uma estratégia favorável para disseminação e
aplicabilidade das informações fornecidas durante estas práticas educativas (Fulkerson, Neumark-
Sztainer, Story, 2006; Salvy et al., 2011).

De forma geral, estes achados alertam para o facto de que, além da escola actuar como meio de
divulgação de informações sobre alimentação saudável, a dimensão pedagógica da alimentação
oferecida na escola precisa ser valorizada a fim de favorecer aos sujeitos a escolha por alimentos
saudáveis (Oliveira et al., 2011; Koglin, Beghetto, Mello, 2011).

Entende-se por uma alimentação adequada e saudável aquela planejada com alimentos de todos os
tipos, de procedência conhecida, preferencialmente naturais, preparados de forma a preservar o valor
nutritivo e os aspectos sensoriais dos mesmos. Os alimentos seleccionados devem ser do hábito
alimentar da família e adequados em quantidade e qualidade para suprir as necessidades
nutricionais(Vinholes, D.B 2006).

No Brasil, a acção adoptada pelo Ministério da Saúde foi a elaboração dos 10 Passos para a
Alimentação Saudável dentro do Plano Nacional para a Promoção da Alimentação Adequada e do
Peso Saudável, cujos objetivos são: aumentar o nível de conhecimento da população sobre a
importância da promoção à saúde e manutenção do peso saudável e da promoção de uma vida ativa;
modificar atitudes a práticas sobre alimentação e actividade física e prevenir o excesso de peso.

Os sete primeiros passos estão relacionados ao consumo alimentar, mais especificamente e os três
últimos ao comportamento em direção a uma vida mais saudável. Os passos relativos à dieta seguem
uma orientação geral de várias instituições estrangeiras.Os passos do Ministério da Saúde incluem:

1- Comer frutas e verduras variadas, pelo menos cinco vezes por dia;

2- Consumir feijão pelo menos quatro vezes por semana;

3- Reduzir o consumo de alimentos gordurosos, como carnes com gordura aparente, salsicha,
mortadela, frituras e salgadinhos;

4- Reduzir o consumo de sal;

5- Fazer pelo menos três refeições e um lanche por dia;

35
6- Reduzir o consumo de alimentos ricos em açúcar;

7- Reduzir o consumo de álcool e refrigerantes;

8- Fazer as refeições com calma;

9- Manter seu peso dentro de limites saudáveis;

10- Fazer actividade física regularmente.

Juntamente com os 10 Passos para a Alimentação Saudável , o Ministério da Saúde lançou em Junho
de 2005 o Projecto Brasil Saudável, com o objectivo de incentivar a adopção de hábitos de vida
saudáveis. Com este projecto, o Ministério da Saúde cumpre o compromisso com as directrizes e as
acções previstas na Estratégia Global de Alimentação Saudável, Actividade Física e Saúde.

Na sua opinião, como se alimentar de forma saudável?

‘’Para se alimentar que forma saudável é variar alimentos, e consumir muitas frutas (adoles 1 e 4)

‘‘Alimentar de forma saudável é comer alimentos sem gorduras, consumir muitas frutas (adoles 2) ‘‘

‘’Alimentar saudável é comer nas horas certa, e comer frutas naturais (adoles 7) ‘‘

‘’Para mim alimentar de forma saudável e consumir todos alimentos que fornece nutrientes para um
bom funcionamento pra organismo (pai 2 e 4) ‘‘

‘’Quando eu como alimentos variados, de forma regular e equilibrada (pai 5) ‘‘

De acordo com o Guia Alimentar da População Brasileira, publicado pelo Ministério da Saúde (Guia
Alimentar 2006), “a alimentação saudável deve fornecer água, carboidratos, proteínas, lipídios,
vitaminas, fibras alimentares e minerais, os quais são insubstituíveis e indispensáveis ao bom
funcionamento do organismo. A diversidade dietética que fundamenta o conceito de alimentação
saudável pressupõe que nenhum alimento específico ou grupo deles, isoladamente, é suficiente para
fornecer todos os nutrientes necessários a uma boa nutrição e consequente manutenção da ssaúde”.

Para os responsáveis, as dificuldades para se alimentarem de maneira saudável giram, em maior


proporção, em torno da condição financeira, falta de tempo e do hábito. E em menor proporção em
torno de comer verduras e legumes, comer nos horários certos e cortar/evitar alimentos gordurosos e
enlatados.

Os benefícios no consumo de frutas e hortaliças se expressam em diferentes formas na saúde


humana. Estudoos relatam sua importância para promoção da saúde e prevenção de doenças,
proporcionando a redução dos teores energéticos totais, da densidade energética, e o fornecimento de
vitaminas e minerais. O esgotamento de reservas orgânicas de diversos micronutrientes está associada
36
a redução no consumo de frutas e hortaliças, tendo como consequência o retardo no desenvolvimento
em adolescentes com diminuição da capacidade de aprendizagem, baixa resistência e maior
suscetibilidade a infecções e doenças (TORAL; SLATER; SILVA, 2007).

Nas práticas alimentares saudáveis deve ser priorizado o resgate de hábitos alimentares regionais ao
consumo de alimentos in natura produzidos no local, deve ser culturalmente referenciados e de
elevado valor nutritivo como frutas, legumes e verduras, grãos integrais, leguminosas, sementes e
castanhas, que devem ser consumidos a partir dos 6 meses de vida até a fase adulta e a velhice,
considerando sempre sua segurança sanitária. E não esquecer de sempre considerar os aspectos
comportamentais e afectivos relacionados às práticas alimentares (GUIA ALIMENTAR PARA
POPULAÇÃO BRASILEIRA, 2006).

Entende-se que os responsáveis precisam mudar sua forma de sentir e pensar a alimentação, bem
como fazer escolhas alimentares saudáveis. Para que isto ocorra, faz-se necessário propor estratégias
no campo da alimentação e nutrição que levem à reflexão, possibilitando aos responsáveis reconhecer
e ter uma alimentação saudável, seus benefícios para sua saúde e de seus filhos, bem como transpor
barreiras que os impeçam de adoptá-la.

Alimentar-se de maneira saudável tem - se tornada uma preocupação global, visto que as doenças
crónicas não transmissíveis, tais como diabetes, câncer, doenças cardiovasculares e a obesidade
representam uma grande ameaça para a saúde da população (Missagia e Rezende, 2011).

37
CAPÍTULO V

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Introdução
O objectivo deste estudo foi de analisar as características da dieta alimentar consumida pelos
adolescentes do Distrito da Manhiça. Para a materialização deste objectivo foi necessário descrever a
situação geral do estado nutricional do adolescente no Distrito da Manhiça. Caracterizar a dieta
alimentar consumida pelo adolescente no Distrito da Manhiça e Propôr medidas a serem adoptadas
para promover a prática da alimentação saudável nos adolescentes.

5.1 Conclusões
Com base nos resultados obtidos ao final deste presente estudo sobre caracteristicas da deita
alimentar consumida pelos adolescentes do distrito da Manhiça.

Dizer que dieta alimentar

Uma alimentação para ser saudável ela deve fornecer água, carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas,
fibras e minerais, os quais são insubstituíveis e indispensáveis para o bom funcionamento do
organismo. A alimentação saudável deve ser diversificada, pois nenhum alimento ou grupo
isoladamente é suficiente para o fornecimento de todos os nutrientes que são necessários para uma
boa nutrição e manutenção da saúde
Também dizer que existe uma relação ao consumo alimentar dos adolescentes, vem a confirmar o que
outros estudos semelhantes vêm apresentando, ou seja, que a alimentação dos adolescentes nos dias
actuais apresenta-se com alto consumo de alimentos gordurosos como: embutidos, óleo, margarina,
rica em carboidratos simples com o consumo de doces em geral e apresenta baixo consumo de
legumes, peixes e cereais integrais que são importantes para essa fase da vida.

Vale ressaltar que, é fundamental o acompanhamento do nutricionista nas escolas que tem a tarefa de
auxiliar no processo de educar e informar sobre hábitos alimentares saudáveis, desta forma é
importante conhecer, comparar e avaliar o tipo de alimentação que é oferecido aos alunos, pois tal

38
conhecimento pode ser dados para a elaboração de estratégias de intervenção, dentro e fora das
escolas, além de poder auxiliar na prevenção de problemas de saúde, relacionados com a alimentação.

5.2 Recomendações
De acordo com as conclusões do presente do estudo, recomenda-se:

Recomenda-se há a ver mais estudos com diversidade de factores para que se possa levantar
informações sobre causas da desnutrição e da obesidade.

Um programa de saúde pública mais actuante, envolvendo uma parceria entre as secretarias de
Educação e Saúde, com o objectivo de monitorar e acompanhar o estado nutricional dos escolares;

A criação de um banco de dados com a finalidade de avaliar o estado nutricional, utilizando um


questionário sociodemográfico e as medidas antropométricas, porque essas medidas envolve
instrumentos e orientações de grande simplicidade.

Maior incentivo dos órgãos governamentais e não-governamentais para os programas de actividade


física, levando informações à escola, à comunidade e aos pais sobre o benefício da actividade física,
como meio de promoção da saúde e como contribuição para a melhoria da qualidade de vida dos
adolescentes ou da comunidade em geral.

Desnutrição e Obesidade foram consideradas elevadas e de idêntica magnitude. Nesse sentido, seriam
imperativo intervenções de expansão das ações voltadas para prevenção e combate à obesidade
baseadas no consumo de dietas adequadas às necessidades nutricionais e um estilo de vida saudável,
e manutenção das ações destinadas ao controle da desnutrição, haja vista que as duas condições
representam agravos à saúde.

39
40
6 Referências Bibliográficas
1. Azevedo, C. et al. 2013. A Estratégia de Triangulação: Objectivos, Possibilidades, Limitações,
Proximidades com o Pragmatismo. Brasília: SE
2. Alves, G. M. & Cunha, T. C. O. 2020. A importância da alimentação saudável para o
desenvolvimento humano. Pag.46 -62.
3. Busato, M. A; Pedrolo, C; Gallina, L. S & Rosa, L. 2014. Ambiente e alimentação saudável:
percepções e práticas de estudantes universitários;
4. Da Silva, J. Texeira, M. & Ferreira, M. 2014. Alimentação na adolescência e as relações com a
saúde do adolescente. Rio de Janeiro: UFRJ
5. Elisabeth, R.& Patrícia, R. s/d. Alimentação saudável. Brasilia: NUT/FS/UnB-ATAN/DAB/SPS
6. Enes, C. & Slater, B. 2010. Obesidade na adolescência e seus principais factores
determinantes. São Paulo. Rev Bras Epidemiol : 163-71
7. Fanta. 2012. Fortalecimento da Nutrição em Moçambique: Relatório de actividades do Fanta,
2012 To 2018. Maputo: USAID
8. Fernandes, et al. 2007. Prevalência de sobrepeso e obesidade em alunos de Escolas privadas
do município de presidente prudente. São Paulo: Universidade Estadual Paulista
9. French, S.; Lin, B. & Guthrie, J. 2003. Tendênciais Nacionais no Consumo de Refrigerantes
em Crianças e Adolescentes de 6 a 17 anos Prevalência, quantidade e fontes 1977/1978 a
1997/1998. Jama: S.E
10. Gambardella, et al. 1999. Prática Alimentar de Adolescentes. Rev. Nutr., Campinas, 12(1): 5-
19.
11. Gil, A. 2002. Como elaborar Projectos de Pesquisa . 4ª ed. São Paulo: Atlas
12. Izac, D. 2008. Alimentação Saudável na infância e adolescência. Ano VIII. Número 97
Disponível em: <http://www.senado.gov.br/senado/portaldoservidor/jornal/jornal97/
nutricao_infancia. aspx> Acesso: dia 19 de Novembro de 2019.
13. INE. 2017. Folheto estatístico do Distrito da Manhiça . Maputo: INE
14. Lerner, B. (1994). Alimentação e a anemia carencial em Adolescentes . São Paulo, P.26-77.
Tese (doutorado): USP
15. Marconi, M. & Lakatos, E. 2003. Fundamentos de Metodologia Científica . São Paulo: Atlas
16. MISAU. 2017. Manual de Tratamento e Reabilitação Nutricional – Volume II: Adolescentes e
Adultos ≥ 15 anos. Maputo: MISAU
17. Piana, C. & Machado, A. 2009. Estatística básica. Brasil: Universidade Federal de Pelotas.

41
18. Prodanov, C. & Freitas, E. 2013. Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e Técnicas e do
Trabalho Acadêmico. Novo Hamburgo: Feevale
19. Sanches, C. & Smith, M. 2014. Vamos comer alimentos nutritivos. Moçambique: FAO
20. Silva, J. Teixeira, M. & Ferreira, M. 2014. Alimentação na Adolescência e as relações com a
saúde do adolescente. Florianópolis: UFRJ
21. Scarsi, K (2010), Estado Nutricional e consumo alimentar de um grupo de adolescentes de
uma escola pública e uma privada Do município de forquilhinha (sc): unesc
22. Silva, S. & Vieira, A. 2014. O Comportamento Alimentar dos Adolescentes: uma proposta de
reeducação alimentar. In. Silva & Vieira (orgs.). Os desafios da escola pública paranaense na
perspectiva do professor pde. Paraná: S.E
23. Toral, N. 2010. A alimentação saudável na óptica dos adolescentes e o impacto de intervenção
nutricional com materiais educativos baseados no modelo Transteórico entre escolares de
Brasilia. São Paulo: USP
24. Vinholes, D. B. 2006. Frequência de hábitos saudáveis de alimentação na população adulta de
pelotas – RS: UFP

42
Anexos e Apêndices

43
Folha de informação participante
1.Título:

Avaliação da prática do adolescente do Distrito da Manhiça. Caso na escola secundária da Manhiça.

2. Coordenação

ISEDEL- Departamento de Nutrição Endógena e Soberania Alimentar: dra. Rossana Luís

3.Introdução

Sou Osvaldo Alberto Mariano Pambucane estudante do instituto Superior de Estudos de


Desenvolvimento Local – Manhiça, em pesquisa cujo objectivo é de analisar a dieta alimentar
consumida pelos adolescentes no Distrito d Manhiça. Procuramos através da investigação responder
as seguintes questão orientadora do estudo: Qual e a caracteriza da dieta alimentar dos adolescentes
no Distrito da Manhiça? Esta questão será operacionalizada pelas seguintes questões específicas:

 Qual é a situação geral do estado nutricional do adolescente no Distrito da Manhiça?


 Como é que se caracteriza a dieta alimentar do adolescente do distrito da Manhiça?
 Que medidas ser adoptar apara promover a pratica da alimentação saudável nos adolescentes?

O estudo será efectuado na Escola Secundaria da Manhiça, onde os resultados serão obtidos
conciliando a visão émica e ética em uma abordagem qualitativa onde a realidade que iremos estudar
não é apenas material, mas numa perspectiva holística para que o nosso problema seja explicado de
em todas as suas dimensões. Teremos como técnica de primazia a observação directa, documental,
bibliográfica e entrevistas.

4.Procedimentos

A sua participação neste estudo será de forma voluntaria, tendo em conta a disponibilidade. As
informações neste estudo serão recolhidas por entrevista, observação directa, pesquisa bibliográficas e
documental, a nossa conversa será aberta, seguindo um guião.

5.Riscos e benefícios

Participar neste estudo não vos trará risco algum sobre a vossa saúde nem integridade física, pois será
baseado apenas em conversas e observação de modo a aprofundar os meus conhecimentos sobre as
características da dieta alimentar em adolescente neste local sem envolver ensaios clínicos nem toma
de medicamentos.

44
6. Confidencialidade

Toda a informação colhida e as observações feitas para este estudo serão confidenciais, isto significa
que mais ninguém, a não ser nós, terá conhecimento sobre o conteúdo do que você disser ou
observarmos. Todos os dados recolhidos serão guardados num local seguro no ISEDEL, sem qualquer
identificação e devidamente codificados para facilitar o seu manuseamento.
Sua privacidade será sempre garantida. Você somente será associado as suas informações se assim o
solicitar ou consentir. Se não o fizer as informações por si dadas aos investigadores nunca serão
divulgadas naqueles casos em que a sua divulgação possa resultar em violação da sua integridade
social ou identificação por terceiros. Nunca emitirei informações ou comentários relacionados como
processo da investigação, fora das instâncias a que o processo diga respeito, ou em outras julgadas
inapropriadas.

7. Voluntariedade

A sua participação nesta investigação é voluntária, não é uma obrigação política ou legal de qualquer
tipo. Sinta-se livre de rejeitar o nosso pedido para participar na investigação se não concordar com o
estudo ou não estiver em condições de colaborar.
Caso queira participar no estudo, agradeço que assine a declaração em anexo e me devolva. Ao
assinar esta declaração confirma também que compreendeu o objectivo do estudo e que nos permite
usar as informações por si prestadas para escrever um relatório, monografia, um livro e artigos
científicos a serem publicados nacional e internacionalmente para ajudar analisar as características da
dieta alimentar consumida pelos adolescentes no Distrito da Manhiça.

8.Nossos contactos

Caso tenha alguma dúvida, por favor não hesite em me contactar pelos seguintes endereços:
Departamento de Nutrição Endógena e Soberania Alimentar – ISEDEL. dra Rossana Luís
Estudante: Osvaldo Alberto Mariano Pambucane
Pessoal
Telefone: 844612352
E-mail: osvaldoalbertomarianopambucane@gmail.com
Agradeço pela sua colaboração e queira por favor aceitar os nossos respeitosos comprimentos.

45
Declaração de Consentimento Informado

Número de Identificação: __/__/__/__/__/__/__/__/

Eu __________________________________________________________________________aceito
participar na investigação do Instituto Superior de Estudos de Desenvolvimento Local (ISEDEL)
avaliação da prática alimentar do adolescente: Caso de estudo na Escola Secundaria da Manhiça.
Confirmo que compreendi os seus objectivos e autorizo o uso das informações por mim prestadas para
elaboração de um trabalho de fim do curso, Livro e artigos científicos a serem publicados nacional e
internacionalmente com o objectivo de analisar a dieta alimentar consumida pelos adolescentes no
distrito da Manhiça.
Eu compreendi que toda a informação colhida e observações feitas pelo estudante do ISEDEL para
este estudo serão confidenciais, isto significa que mais ninguém a não ser o estudante e seu supervisor
terão conhecimento do conteúdo do que eu disser ou for observado a fazer. Todos os dados recolhidos
na investigação serão guardados num local seguro nos arquivos do ISEDEL sem qualquer
identificação.
Consentimento:
Nome: ___________________________________________________________________________.
Idade________; Contactos_________________________________________.
Assinatura:________________________________________________________________________.
Testemunha:______________________________________________________________________.
Assinatura:________________________________________________________________________.
Maputo, aos_______de_____________________________2021
Profissão_________________Local de trabalho_________________
Função social:_________________
Manhiça aos_______de______de 2021

46
Departamento de Antropologia e Saúde Publica

Curso de Licenciatura em Nutrição e Tecnologia Alimentar

Apêndice nº1: Guião de pesquisa documental

Questões Tópicos a pesquisar


 Localização geográfica; Número de alunos
existente; Vegetação; Clima; Relevo.

Aspectos socioculturais

 Práticas alimentares; Práticas religiosas; Práticas


Caracterização da zona de estudo linguísticas; Práticas terapêuticas.

Práticas económicas

 Principais actividades económicas; Fonte de


rendimento; Educação e Saúde

Número e sexo de adolescentes admitidos com


frequência nos serviços de Urgência do Hospital
Distrital da Manhiça e respectivos diagnósticos;
Situação geral do estado nutricional dos Verificar nos livros e relatórios, a situação do
adolescentes do Distrito da Manhiça
estado nutricional de adolescentes registados

47
Departamento de Antropologia & Saúde Pública

Curso de Licenciatura em Nutrição e Tecnologia Alimentar

Apêndice Nᵒ2: Guião de entrevista dirigido aos adolescentes da Escola Secundária da Manhiça e seus
parentes.

Em virtude da realização de pesquisa científica, orientada pelo Instituto Superior de estudos e


desenvolvimento Local no segundo semestre do ano 2021 para a obtenção do grau de Licenciatura em
Nutrição e Tecnologia Alimentar, estaremos a aplicar esta entrevista com objectivo de Analisar as
características da dieta alimentar consumida pelos adolescentes do Distrito da Manhiça. Garantimos
anonimato, confidencialidade e privacidade das informações prestadas. Pedimos a sua colaboração.

4.3.Caracterização da dieta alimentar dos adolescentes do Distrito da Manhiça

1. Gostaria de saber quantas refeições faz por dia?

__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

2. O que consome com frequência nestas refeições que mencionou?

__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

3. Tem realizado algum exercício físico? Sim_____ ou não______, se sim, peço lhe para a descrever?

48
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

4.4.Medidas a serem adoptadas para promoção da prática da alimentação saudável no adolescente

4.Que informação tens sobre alimentação saudável?

__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

5. Na sua opinião, como se alimentar de forma saudável?

__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

Obrigado pelo tempo dispensado

Departamento de
Antropologia & Saúde Pública
49
Apêndice Nᵒ3: Guião de observação semi-particpante

Tópicos

1.Observar os alimentos consumidos com frequência;

2. Observar como são confecionados os alimentos;

3. As normas que regulam a prática alimentar.

Departamento de Antropologia & Saúde Pública

50
Apêndice Nᵒ4: Guião de pesquisa Bibliográfica

Pesquisar na literatura, autores que abordam sobremedidas adaptadas para promoção a prática da
alimentação saudável em adolescentes;

Analisar as medidas mencionadas acima a luz do contexto local de estudo;

Propor acções de promoção da alimentação saudável em adolescentes tendo em conta os resultados


obtidos

Cronograma de actividades

Fev- Ago. Set. Out. Nov. Dez.


Actividades Meses Jun/
2021
Planeamento (cadeira de métodos etnográficos)
Trabalho do campo (colecta de dados)
Tabulação, análise dos dados e elaboração da
51
síntese
Elaboração da síntese e conclusão da análise dos
resultados
Redação final, revisão linguística; formatação
conforme normas do ISEDEL
Entrega do trabalho final
Preparação para apresentação
Apresentação do trabalho final e defesa →

Orçamento

Descrição do material Quantidade Preço unitário Preço Total


Resma de papel A4 01 300,00 300,00
Bloco de notas 01 50,00 50,00
Esferográficas 03 10,00 30,00
Lápis 01 5,00 5,00
Borracha 01 5,00 5,00
Flesh 02 500,00 1.000,00
Crédito 01 500,00 500,00
Transporte 1000,00
Revisão Linguística 4.166,40
Impressão de trabalho Final 3000,00
Total Geral 10.056,40

52

Você também pode gostar