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GWAZA MUTHINI
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DE NUTRIÇÃO
O Supervisor
dr. Luís Bernardo
________________________________
I
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho á minha família em especial aos meus pais, a minha avó e ao meu irmão,
por tudo o que fazem por mim, pela educação que sempre me deram e pelo seu apoio
incondicional. Dedico de igual forma a todos que torceram por mim nesse percurso.
II
AGRADECIMENTOS
Esta monografia é a prova final do meu percurso académico. Ao longo destes anos, foram
muitas as pessoas que me ajudaram a concretizar este objectivo, ajudaram-me em momentos
menos bons e felicitaram-me em momentos felizes, por isso, não posso deixar de manifestar
meu sentimento de gratidão.
Agradeço a Deus por ser a minha força e luz durante todo esse tempo, tendo contribuído para
que jamais desistisse mesmo quando tudo parecia estar a dar errado.
Ao meu supervisor, dr. Luís Bernardo pela paciência, ajuda, empenho, disponibilidade para a
concretização deste trabalho.
Aos meus pais Alberto Chongo e Graça Chaúque, e também a minha avó Maria Macie, pelo
apoio incondicional, pela confiança que depositaram em mim durante todo este percurso,
muito obrigada.
Aos meus colegas e em especial as amigas de faculdade, Assunta Tembe, Angelina Chavana,
Irma Rose, Matânia Joana, Antonela Mondlane e Benvinda Dinis agradeço imensamente pela
ajuda, companheirismo, apoio incondicional, amizade, partilha de conhecimento e troca de
ideias. A sua ajuda tornou este percurso mais fácil e agradável.
E por fim, a todos que directa ou indirectamente contribuíram para a concretização deste
sonho, meu muito obrigado.
III
“A verdadeira motivação vem da
realização do desenvolvimento
pessoal, satisfação no trabalho e
reconhecimento”
(Frederick Herbery)
IV
RESUMO
Introdução: A diabetes é um distúrbio do metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas
que está associado à hiperglicemia e a um maior risco de eventos cardiovasculares, alterações
renais e oftalmológicas, neuropatia periférica, úlceras e amputações de membros inferiores. É
decorrente de defeito da secreção e/ou da acção da insulina. O cuidado com a diabetes
normalmente é complexo e demorado, baseado em muitas áreas do cuidado à saúde. As
mudanças de estilo de vida necessárias, a complexidade do manejo e os efeitos adversos do
tratamento fazem do auto cuidado e da educação para as pessoas com diabetes peças centrais
no manejo. Objectivo: Este estudo teve como principal objectivo avaliar os conhecimentos e
práticas dos indivíduos diabéticos da vila de Magude em relação ao uso de alimentos com
potencial hipoglicemiante, terceiro trimestre de 2022. Metodologia: para a concretização
deste objectivo, usou se uma metodologia descritiva transversal e com uma abordagem
qualitativa. A pesquisa contou com cinquenta (50) participantes selecionados através da
técnica de amostragem não probabilística por conveniência. A entrevista ocorreu no Bairro da
vila de Magude com indivíduos diabéticos dos 28 a 76 anos de idade; os dados foram
colhidos através de guião de entrevista e entrevista. Os dados foram ainda analisados através
da técnica de análise do conteúdo. Resultados: foi observado que os participantes
reconhecem diabetes como doença e a relacionam com o açúcar e para eles esta é tratada com
medicamentos. Em relação a sua alimentação, alguns consumem carnes que apesar de não
possuir nenhum carboidrato são ricos em gorduras. Alguns participantes possuem boas
maneiras de preparar suas refeições, no entanto nem todos souberam explicar o porquê de
consumir os alimentos por eles mencionados. Conclusão: o estudo concluiu que os
participantes possuem pouco conhecimentos em relação a diabetes e alimentos
hipoglicemiantes. Suas práticas também precisam de ser reajustadas como forma de satisfazer
suas necessidades nutricionais mesmo estando padecendo da diabetes.
Palavras-chave: indivíduos diabéticos, conhecimentos e práticas, alimentos
hipoglicemiantes.
V
ABSTRACT
Introduction: Diabetes is a disorder of carbohydrate, fat and protein metabolism disorder that is associated with
hyperglycemia and a higher risk of cardiovascular events, renal and ophthalmological alterations, peripheral
neuropathy, ulcers and lower limb amputations. It is due to a defect in the secretion and/or action of insulin.
Diabetes care is often complex and time-consuming, drawing on many areas of healthcare. The necessary
lifestyle changes, the complexity of management and the adverse effects of treatment make self-care and
education for people with diabetes central to management. Objective: the main objective of this study was to
evaluate the knowledge and practices of diabetic individuals in the village of Magude in relation to the use of
foods with hypoglycemic potential, third quarter of 2022. Methodology: To achieve this objective, a
descriptive, cross-sectional methodology was used, with a qualitative approach was use. The survey had fifty
(50) participants selected through the non-probabilistic convenience sampling technique. The interview took
place in the neighborhood of the village of Magude with diabect indivuals from 28 to 76 years old; data were
collected through an interview and interview guide. The data were further analyzed using the content analysis
technique. Results: it was observed that the participants recognize diabetes as a disease and relate it to sugar
and for them it is treated with medication.. Regarding their diet, some consume meats that, despite not having
any carbohydrates, are rich in fats. Some participants have good ways of preparing their meals, however not all
of them were able to explain why they consumed the foods they mentioned. Conclusion: It was concluded that
the participants have little knowledge about diabetes and hypoglycemic foods. Their practices also need to be
readjusted as a way to meet their nutritional needs even though they are suffering from diabetes.
VI
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
OMS: Organização Mundial de Saúde;
VII
ÍNDICE
DECLARAÇÃO DE HONRA....................................................................................................I
DEDICATÓRIA........................................................................................................................II
AGRADECIMENTOS.............................................................................................................III
RESUMO..................................................................................................................................V
ABSTRACT.............................................................................................................................VI
CAPITULO I..............................................................................................................................1
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
1.1 Contextualização..............................................................................................................1
1.2.1 Problematização.........................................................................................................3
1.2.2 Justificativa....................................................................................................................4
1.3 Objectivos.........................................................................................................................5
CAPITULO II............................................................................................................................6
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................................6
2.1 Conceitos..........................................................................................................................6
2.2.1 Pré-diabetes................................................................................................................7
CAPITULO III.........................................................................................................................14
3 METODOLOGIA.................................................................................................................14
CAPITULO IV.........................................................................................................................18
CAPITULO V..........................................................................................................................26
5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES..............................................................................26
5.1 Conclusão.......................................................................................................................26
5.2 Recomendações..............................................................................................................27
Apêndices e Anexos.................................................................................................................31
1 INTRODUÇÃO
A fonte explica ainda que tanto o tratamento quanto o cuidado devem levar em
consideração as necessidades individuais dos pacientes e suas preferências. Uma boa
comunicação é essencial para permitir que as pessoas tomem decisões sobre o seu cuidado,
apoiadas por informações baseadas em evidências. Se a pessoa estiver de acordo, os
familiares e os cuidadores devem ter a oportunidade de se envolverem nas decisões sobre o
tratamento e o cuidado.
Esta pesquisa teve como objectivo primordial avaliar os conhecimentos e práticas dos
indivíduos diabéticos da vila de Magude em relação ao uso de alimentos com potencial
hipoglicemiante no controlo de diabetes mellitus.
1.1 Contextualização
O Diabetes Mellitus pode ser considerado uma pandemia, que tem um impacto
substancial em todos os sistemas de saúde, bem como em toda a sociedade. O Diabetes
Mellitus é um dos mais importantes problemas de saúde na actualidade, tanto em termos do
número de pessoas afectadas, de incapacitações, de mortalidade prematura, como no que diz
1
respeito aos custos envolvidos no seu controle e no tratamento de suas complicações. Por não
produzir sintomas no início, na maior parte dos casos, esse problema costuma ser
despercebido (Barbosa, Tambascia & Ramos, 2011).
Para escolha do tempo, fui motivada pelo facto de haver requisitos necessários para
concluir o curso que são a monografia e defesa final uma vez que concluí todas as actividades
do plano curricular no mesmo semestre.
2
1.2 Problematização e Justificativa
1.2.1 Problematização
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2021), em 2014, 8,5% dos adultos
com 18 anos ou mais tinham diabetes. Em 2019, a diabetes foi a causa directa de 1,5 milhão
de mortes e 48% de todas as mortes devido à diabetes ocorreram antes dos 70 anos. Entre
2000 e 2016, houve um aumento de 5% nas taxas de mortalidade prematura (ou seja, antes
dos 70 anos) por diabetes.
Ainda de acordo com a mesma fonte, em países de alta renda, a taxa de mortalidade
prematura devido à diabetes diminuiu de 2000 a 2010, mas aumentou em 2010-2016. Em
países de renda média baixa, a taxa de mortalidade prematura devido à diabetes aumentou em
ambos os períodos (OMS, 2021).
De acordo com o Relatório da Organização das Nações Unidas ONU (2016), estima-
se que em Moçambique cerca de 1.5 milhões de indivíduos vivem com a diabetes Mellitus. A
OMS (2020), por sua vez, afirma que em Moçambique estudos realizados entre 2005 a 2015,
mostraram que durante este período do tempo observou-se a publicação da prevalência da
diabetes mellitus, tendo passado de 2.8% para 7.4%.
Fica evidente que a diabetes mellitus (DM) é uma doença de saúde pública mundial e
Moçambique não é excepção. A DM é uma das principais doenças responsáveis pela
mortalidade precoce, suas consequências atingem grandes proporções, o seu tratamento
requer a combinação dos medicamentos e a adopção de um estilo de vida saudável
(alimentação saudável, prática actividade física, etc).
3
1.2.2 Justificativa
A motivação inicial pelo desenvolvimento desta pesquisa, surge após ter participado
nos cuidados da minha avó que padecia de diabetes mellitus e estava no estado avançado,
porém na sua alimentação não havia nenhuma restrição, pois, ninguém possuía
conhecimentos sobre a atenção a ter com a alimentação dos diabéticos.
Com a realização deste estudo abre-se uma oportunidade para subsidiar a sociedade
com conhecimentos científicos e actualizados que poderão minimizar o sofrimento vivido
pelos pacientes com diabetes mellitus, igualmente irá minimizar os custos de tratamento com
base nos medicamentos convencionais e consequentemente influenciar na economia das
famílias.
4
1.3 Objectivos
5
CAPITULO II
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Conceitos
2.1.2 Hipoglicemiantes
Hipoglicemiantes são medicamentos que são tomados por via oral, que por diferentes
formas, dependendo de sua classe, provocam uma diminuição da glicemia plasmática (nível
de açúcar no sangue). Dessa forma são medicamentos largamente utilizados no manejo do
Diabetes Melitus Tipo 2. Permitem seu controle e evitam complicações inerentes a essa
doença (Brasil, 2016).
Segundo Murro, Tambascia e Ramos (2011), a diabetes pode ser classificado em duas
classes: a) pré-clínicas: pré-diabetes (Intolerância a carboidratos) e glicemia de jejum
alterada; b) classes clínicas: Diabetes Mellitus tipo 1, do tipo 2, Pré-Gestacional, Gestacional
e outros tipos específicos.
6
2.2.1 Pré-diabetes
7
Os factores de risco para DMT1 podem ser genéticos, auto-imunes ou ambientais. A
predisposição genética para DMT1 é o resultado da combinação de antígenos leucócitos
humanos (HLA) DQ, genes codificados para susceptibilidade à doença compensados por
genes relacionados à resistência à doença. Entretanto, os factores genéticos que conferem
susceptibilidade ou protecção contra a doença ainda são desconhecidos. Nesse momento, não
há meios conhecidos para prevenir o DMT1 (ADA, 2011).
O diabetes mellitus tipo 2 (DMT2) é responsável por 90% a 95% de todos os casos
diagnosticados de diabetes e é uma doença progressiva que, em muitos casos, está presente
muito antes de ser diagnosticada. A hiperglicemia é desenvolvida gradualmente e, quase
8
sempre, não é grave o suficiente nos estágios iniciais para o paciente perceber qualquer um
dos sintomas clássicos do diabetes. Embora não diagnosticados, esses indivíduos estão sob
um risco aumentado de desenvolver complicações macros e microvasculares (Mahan et al.,
2012).
9
A resistência à insulina é demonstrada ao nível do adipócito, levando à lipólise e à
elevação dos ácidos graxos livres circulantes. Em particular, a obesidade excessiva intra-
abdominal, caracterizada por acúmulo excessivo de gordura visceral ao redor e dentro dos
órgãos abdominais, resulta em aumento na resistência à insulina (Mahan & Raymond, 2018).
Previamente, o DMG era definido como qualquer grau de intolerância à glicose com
início ou primeira identificação durante a gestação. Entretanto, o número de gestantes com
diabetes não diagnosticado aumentou. Agora, portanto, tem sido recomendado que as
mulheres de alto risco que descobriram diabetes em sua visita pré-natal inicial recebam um
diagnóstico de diabetes evidente, não gestacional (Mahan et al., 2012).
10
A maioria dos casos de DMG são diagnosticada durante o Iº ou IIº trimestre da
gravidez, por causa do aumento nos níveis do hormônio antagonista à insulina e da
resistência anormal à insulina que ocorrem nesse período (Morro et al., 2011).
Quando os níveis ideais de glicemia não são mantidos com TN, ou o índice do
crescimento fetal é excessivo, a terapia farmacológica é necessária. As pesquisas apoiam o
uso de insulina, análogos de insulina, metformina e gliburida durante a gestação. As mulheres
com DMG devem ser triadas para diabetes de 6 a 12 semanas após o parto e devem ser
acompanhadas com uma triagem subsequente para o desenvolvimento de diabetes e pré-
diabetes (Morro et al., 2011).
Segundo Vilar (2016), essa categoria inclui a diabetes associada com síndromes
genéticas específicas (como o diabetes de início da maturidade do jovem), doenças do
pâncreas exócrino (como a fibrose cística), induzido por medicamentos ou substâncias
químicas (como no tratamento da síndrome da deficiência imune adquirida ou após o
transplante de órgãos), cirurgia, infecções e outras enfermidades. Esses tipos de diabetes
podem representar de 1% a 5% de todos os casos diagnosticados de diabetes.
11
micro/macrovasculares, enquanto minimiza a hipoglicemia e o excesso de ganho de massa
corporal.
12
Os autores, acreditam que os indivíduos são encorajados a manter as fontes de
proteínas e de lipídios o mais constante possível, porque elas não afecta muito as
concentrações de glicose sanguínea mesmo que requeiram insulina para o metabolismo. As
necessidades energéticas determinam as porções diárias totais dos macros nutrientes.
Para Vilar (2016), existem dois principais Planos Alimentares usando a contagem de
carboidratos: as proporções insulina/carboidratos a fim de ajustar as doses de insulina antes
da refeição para a ingestão variável de carboidratos (regimes de fisiológicos de insulina); ou
seguir um Plano Alimentar constante de carboidratos quando usar regimes fixos de insulina.
É importante testar as concentrações de glicose antes e após as refeições com vistas a ajustar
tanto a ingestão alimentar quanto o medicamento para se alcançar os objectivos glicémicos.
13
CAPITULO III
3 METODOLOGIA
Na concepção do Gil (2008), pode-se definir método como caminho para se chegar a
determinado fim. E método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e
técnicos adoptados para se atingir o conhecimento.
O estudo decorreu na vila de Magude, cita no Distrito com mesmo nome, província de
Maputo. O distrito de Magude está situado na parte norte da Província de Maputo, a sul de
Moçambique. A sua sede é a vila de Magude.
O sujeito de pesquisa para este estudo foi constituída por indivíduos diabéticos de
ambos sexo, residente na vila de Magude.
14
3.4 Participante de pesquisa
Para este estudo foram seleccionados 50 participantes por conveniência. Previa-se
ainda o uso de critério de saturação de respostas para o recorte empírico. A pesquisa
qualitativa não se baseia no critério numérico para garantir sua representatividade. Uma
pergunta importante neste item é, quais indivíduos sociais têm uma vinculação mais
significativa para o problema a ser investigado (Minayo, 2010).
A mesma fonte define pesquisa descritiva como aquela que visa apenas a observar,
registar e descrever as características de um determinado fenómeno ocorrido em uma amostra
ou população, sem, no entanto, analisar o mérito de seu conteúdo.
15
Para Marconi e Lakatos (1996), as entrevistas estruturadas são aquelas nas quais as
questões e a ordem em que elas comparecem são exactamente as mesmas para todos os
respondentes. Todas as questões devem ser comparáveis, de forma que, quando aparecem
variações entre as respostas, elas devem ser atribuídas a diferenças reias entre os
respondentes.
Foi feita leitura exaustiva pela pesquisadora de diversos artigos com temática semelhança, o
que permitiu a identificação e viabilidade na realização do estudo pois, os artigos lidos
tinham informação suficiente para a confrontação dos dados desse estudo.
16
Todos os dados recolhidos no campo de estudo foram organizados e agrupados de acordo
com a ordem estrutural dos objectivos (geral e específicos) e no final foram organizados no
Microsoft word 2010 tornando assim mais acessível a analise e a interpretação.
17
CAPITULO IV
Em relação a idade, participaram do estudo indivíduos com idade que variava dos 28 a
76 anos. Indivíduos com a faixa etária mais jovem apresentaram menos informações sobre o
uso dos alimentos com potencial hipoglicemiante. O estudo de Machado et al., (2019) que
avaliou os factores socioeconómicos relacionados com diabetes evidenciou que houve maior
prevalência de DM entre pacientes do sexo feminino, na faixa etária de 50 e 59 anos, com
baixa escolaridade, que apresentavam companheiro fixo e exerciam actividade remunerada.
A semelhança entre ambos estudos é justificada pelo facto de haver mais prevalência
de DM na idade mais avançada devido ao seu estilo de vida aliado com a falta de exercícios
físicos, a própria idade (envelhecimento) e as outras doenças crónicas que eles possam ter
nessa idade, sendo também importante levar em conta que grande parte dos casos de diabetes
tipo II se manifesta após 40 anos de idade.
18
4.1.2 Sexo
4.1.3 Profissão/ocupação
19
Estudos revelam que quanto a nível de escolaridade e de informação maior é a
tendência ao desenvolvimento da doença, logo evidenciou-se que a maioria dos casos de DM
está entre analfabetos ou pessoas com baixo grau de escolaridade. A relevância de se obter
conhecimento do nível de escolaridade das pessoas com DM está relacionada ao planeamento
das estratégias de educação para cuidado (ADA et al.,2015).
(X5) respondeu que “ pelo que já que me disseram com os doutores no hospital
quando fui fazer exame de sangue no primeiro dia que viram essa doença em mim, me
disseram que a diabetes é uma doença que tem a ver com o açúcar no corpo”.
(X9) respondeu que “ eix é difícil responder como deve ser (risos), só sei que a
diabetes é doença de ter muito açúcar no nosso organismo ”.
(X24) respondeu “ minha filha falar de diabetes é mesmo que falar de doença de
açúcar por ingerir coisas muitos doces ”
Os depoimentos dos participantes permitem afirmar que, eles têm noção de o que
pode ser diabetes mellitus. Apesar desta constatação, percebe-se que eles em nenhum
momento explicam as razões do desenvolvimento da diabetes mellitus, facto que demonstra
que seus conhecimentos sobre diabetes são ainda muitos limitados.
20
conhecimentos e habilidades. Dessa forma, conhecer os interesses e conhecimentos prévios
dos participantes é fase importante do processo educativo.
(X41) “…desde que fui diagnosticada com diabetes, trato com medicamentos e tem me
ajudado muito”.
(X3) " bom, eu tenho tratado com os medicamentos receitados pelo médico, mas
também reforço com a alimentação adequada a minha condição actual”.
21
A literatura consultada defende que além de tratamento convencional com
antidiabéticos, outras substâncias podem ser usadas com destaque para as plantas. O uso de
fitoterápicos tem como objectivo ser uma forma auxiliar de terapêutica para os doentes
diabéticos, tendo em conta que este tratamento complementar pode ter benefícios que se
somam a terapia convencional (Teles, 2013).
Existem várias plantas medicinais conhecidas pela sua actividade antidiabética, com
diferentes mecanismos de acção e fito-constituintes. A acção biológica das plantas está
relacionada com a composição química dos produtos vegetais. As plantas contem na sua
composição compostos fenólicos, alcalóides, flavonóides, terpenóides e glicosídeos, que
apresentam efeitos positivos (Bhusan et al., 2020).
(X28) respondeu: “ quando no hospital não tem, meus filhos compram nas farmácias
privadas, mas as vezes quando há falta de dinheiro uso medicamentos tradicionais (água de
cacana e o jambolão fervido) ”.
22
charantia, além de suprir a necessidade por novos compostos activos menos tóxicos
produzem menos efeitos colaterais que os fármacos sintéticos e são economicamente mais
acessíveis á população (Rajasekaran et al., 2004).
A semelhança desses dois estudos é dado pelo facto dos participantes recorrerem ao
uso de plantas medicinais como segunda opção na falta dos fármacos isso é justificado pela
troca de experiência sobre as segundas alternativas vantajosas para o tratamento de diabetes e
também por serem economicamente acessíveis para eles.
(X10) citou: feijão, abóbora, peixes, frango, carne de vaca, couve e a maioria das
folhas verdes.
(X35) respondeu que consome usualmente “todo o tipo de carne, abacate, pão
integral, ovo, verduras, fruta, espinafre, couve”.
23
recomendados para os diabéticos, pois alguns possuem altos índices glicémicos, além de
serem fontes de gorduras.
A azeitona roxa também foi citada como tendo as mesmas propriedades. A eficácia da
folha e da semente da azeitona roxa (Syzygium jambolanum DC ou Eugenia jambolana
Lam.) foi estudada há mais de uma década e demonstrou-se que a mesma possui a ação
hipoglicemiante, é antioxidante e, eleva a actividade das enzimas removedoras de radicais
livres no fígado, rim e coração (Vieira, 2017).
Os participantes desse estudo apontam algumas folhas verdes como alimentos que são
usados para o controle da diabetes isso pode ser justificado pelo facto desses alimentos
possuírem baixo índice glicémico, porém eles fazem o consumo inadequado de algumas
carnes. Ainda que haja um ponto positivo sobre a alimentação que consomem eles não têm
muitas informações dos reais benefícios ou danos que podem trazer á sua patologia.
24
Quanto ao modo de preparo dos alimentos a literatura, salienta que deve-se priorizar
os grelhados, assados, cozidos no vapor ou até mesmo os servidos crus. Além disso, a
preferência por alimentos in natura, e minimamente processados, e a moderação no consumo
de alimentos processados e ultraprocessados devem ser prioridade para toda população, com
ou sem diabetes (SBD,2016).
25
tratamento, ainda assim é imprescindível a intervenção contínua dos profissionais de saúde
para encorajamento no tratamento e alimentação adequada.
CAPITULO V
5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
5.1 Conclusão
O estudo decorreu na vila sede do distrito de Magude, teve como objectivo avaliar os
conhecimentos e práticas dos indivíduos diabéticos em relação ao uso de alimentos com
potencial hipoglicemiante. A pesquisa contou com a participação de indivíduos de ambos
sexos, dentre eles jovens, adultos e idosos. Este perfil dos participantes influencia de certa
forma no conhecimento e práticas dos pacientes diabéticos em relação ao uso de alimentos
com potencial hipoglicemiante. Foi evidente que os mais novos são os menos desprovidos de
informação sobre a sua saúde e em particular sobre o uso de alimentos com potencial
hipoglicemiante no tratamento da sua doença.
Em relação as práticas dos pacientes diabéticos relacionadas com uso de alimentos
com potencial hipoglicemiante, conclui-se que os participantes demonstraram ter práticas
inapropriadas para o controlo da diabetes, pois algumas das suas práticas alimentares, além
de lhes auxiliar no tratamento da diabetes, criam espaço para o surgimento de outras
patologias que podem agravar a condição do paciente.
Relativamente aos conhecimentos dos pacientes em relação ao uso de alimentos
hipoglicemiantes no tratamento de diabetes, resultados da pesquisa, permitiram concluir que
os participantes possuem pouco conhecimentos em relação a diabetes e alimentos
hipoglicemiantes. O conhecimento correcto sobre uma determinada doença é imprescindível
para o seu combate.
26
5.2 Recomendações
Aos pacientes:
Evitar consumo excessivo de carnes, por possuir na sua composição gorduras;
Buscar mais informações relacionadas com alimentação dos pacientes com
diabetes;
Conhecer os alimentos com potencial hipoglicemiante;
Ao sector de saúde:
Oferecer uma educação nutricional individual e grupal com vista a manter os
pacientes diabéticos informados;
Divulgar os alimentos com potencial hipoglicemiante como coadjuvantes no
tratamento da diabetes mellitus.
Desenvolver mais pesquisas que possam incluir mais participantes e que possa
permitir observar as práticas alimentares dos pacientes diabéticos.
27
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Vilar, L. (2016). Endocrinologia Clínica. (6ª. ed). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
30
Apêndices e Anexos
31
Apêndice I: Termo de consentimento
Eu_____________________________________________declaro que:
1. Fui informado de forma satisfatória que a presente pesquisa tem por finalidade
recolher informação sobre Conhecimentos e práticas de indivíduos em relação ao uso
de alimentos hipoglicemiante.
2. Fui devidamente esclarecido da natureza da minha participação nesta pesquisa, dos
riscos e benefícios que dela decorrem;
3. Compreendi que não receberei nenhuma recompensa material nem monetária por
participar do estudo;
4. Fui devidamente esclarecido do direito que tenho em me retirar do estudo a qualquer
momento sem qualquer prejuízo.
5. Compreendi que a informação relativa á minha participação terá carácter confidencial,
e que em termos de grupo a informação será utilizada para caracterizar o que as
pessoas sabem esteja a acontecer na provisão de serviços de saúde e encontrar formas
mais adequadas para melhorar a qualidade de provisão dos serviços de saúde com
mais qualidade.
6. Compreendi também que se tiver perguntas as poderei fazer contactando a qualquer
momento a Ângela Alberto Chongo, investigadora principal neste estudo, através do
telefone número 842235987.
7. Ou então se tiver alguma pergunta sobre os seus direitos em tanto que participante
nesta pesquisa, ou se sentir que não foi tratado de forma adequada, pode contactar a
Sr (a). _________ do Comité _______________ (tel. _________).
Assinatura do participante
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Magude, aos ____ de ____________ de 2022
Apêndice II: Entrevista destinada a recolha de dados sobre diabetes na vila de Magude
Guião de entrevista
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10. Como tem feito o controlo/tratamento da diabetes?
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11. Para além de tratamento convencional, tem feito outro? Qual?
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12. Na sua opinião quais os alimentos que podem ser usados para o controlo de diabetes?
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13. Dos alimentos mencionados na resposta anterior, qual deles tem usado para o controlo da
sua doença? Se não respondeu a pergunta anterior passa para a seguinte.
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14. Como tem preparado esses alimentos? Qual é a quantidade que toma?
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15. Na sua opinião e experiência, qual desses alimentos é mais eficaz? Explica porquê?
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34
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Fim!
Por ser verdade, assino a presente carta de aceitação e em anexo se pode encontrar o meu CV
e fotocópia de BI e fotocópia do meu diploma.
Marracuene, ____/_____2023
O Supervisor
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(Luís Bernardo)
35
Contacto: +258844160272 ou +258860742802
=ISGEGM=
O Supervisor
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(Luís Bernardo)
36
Contacto: +258844160272 ou +258860742802
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