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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

GWAZA MUTHINI
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DE NUTRIÇÃO

ÂNGELA ALBERTO CHONGO

CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DOS INDIVÍDUOS


DIABÉTICOS DA VILA DE MAGUDE EM RELAÇÃO AO
USO DE ALIMENTOS COM POTENCIAL
HIPOGLICEMIANTE, CASO VILA DE MAGUDE, TERCEIRO
TRIMESTRE DE 2022

MARRACUENE, MAIO DE 2023


ÂNGELA ALBERTO CHONGO

CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DOS INDIVÍDUOS


DIABÉTICOS DA VILA DE MAGUDE EM RELAÇÃO AO
USO DE ALIMENTOS COM POTENCIAL
HIPOGLICEMIANTE, CASO VILA DE MAGUDE, TERCEIRO
TRIMESTRE DE 2022

Monografia a ser apresentado ao


Instituto Superior de Gestão e
Empreendedorismo Gwaza Muthini-
ISGEGM, como requisito final para a
obtenção de grau de licenciatura em
Ciências de Nutrição. Sob a orientação
de:

O Supervisor
dr. Luís Bernardo

MARRACUENE, MAIO DE 2023


DECLARAÇÃO DE HONRA
Eu, Ângela Alberto Chongo, declaro por minha honra, que o presente trabalho académico
foi elaborado por mim próprio. Toda informação usada neste trabalho encontra-se
adequadamente identificado e citado, com observância do regulamento para a elaboração de
trabalho académico em vigor nesta Instituição. Mais declaro que esta monografia não foi
apresentada, para efeitos de avaliação, a qualquer outra entidade ou instituição.

Marracuene, Maio de 2023

________________________________

Ângela Alberto Chongo

I
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho á minha família em especial aos meus pais, a minha avó e ao meu irmão,
por tudo o que fazem por mim, pela educação que sempre me deram e pelo seu apoio
incondicional. Dedico de igual forma a todos que torceram por mim nesse percurso.

II
AGRADECIMENTOS

Esta monografia é a prova final do meu percurso académico. Ao longo destes anos, foram
muitas as pessoas que me ajudaram a concretizar este objectivo, ajudaram-me em momentos
menos bons e felicitaram-me em momentos felizes, por isso, não posso deixar de manifestar
meu sentimento de gratidão.

Agradeço a Deus por ser a minha força e luz durante todo esse tempo, tendo contribuído para
que jamais desistisse mesmo quando tudo parecia estar a dar errado.

Ao meu supervisor, dr. Luís Bernardo pela paciência, ajuda, empenho, disponibilidade para a
concretização deste trabalho.

Aos meus pais Alberto Chongo e Graça Chaúque, e também a minha avó Maria Macie, pelo
apoio incondicional, pela confiança que depositaram em mim durante todo este percurso,
muito obrigada.

Aos meus colegas e em especial as amigas de faculdade, Assunta Tembe, Angelina Chavana,
Irma Rose, Matânia Joana, Antonela Mondlane e Benvinda Dinis agradeço imensamente pela
ajuda, companheirismo, apoio incondicional, amizade, partilha de conhecimento e troca de
ideias. A sua ajuda tornou este percurso mais fácil e agradável.

E por fim, a todos que directa ou indirectamente contribuíram para a concretização deste
sonho, meu muito obrigado.

III
“A verdadeira motivação vem da
realização do desenvolvimento
pessoal, satisfação no trabalho e
reconhecimento”

(Frederick Herbery)

IV
RESUMO
Introdução: A diabetes é um distúrbio do metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas
que está associado à hiperglicemia e a um maior risco de eventos cardiovasculares, alterações
renais e oftalmológicas, neuropatia periférica, úlceras e amputações de membros inferiores. É
decorrente de defeito da secreção e/ou da acção da insulina. O cuidado com a diabetes
normalmente é complexo e demorado, baseado em muitas áreas do cuidado à saúde. As
mudanças de estilo de vida necessárias, a complexidade do manejo e os efeitos adversos do
tratamento fazem do auto cuidado e da educação para as pessoas com diabetes peças centrais
no manejo. Objectivo: Este estudo teve como principal objectivo avaliar os conhecimentos e
práticas dos indivíduos diabéticos da vila de Magude em relação ao uso de alimentos com
potencial hipoglicemiante, terceiro trimestre de 2022. Metodologia: para a concretização
deste objectivo, usou se uma metodologia descritiva transversal e com uma abordagem
qualitativa. A pesquisa contou com cinquenta (50) participantes selecionados através da
técnica de amostragem não probabilística por conveniência. A entrevista ocorreu no Bairro da
vila de Magude com indivíduos diabéticos dos 28 a 76 anos de idade; os dados foram
colhidos através de guião de entrevista e entrevista. Os dados foram ainda analisados através
da técnica de análise do conteúdo. Resultados: foi observado que os participantes
reconhecem diabetes como doença e a relacionam com o açúcar e para eles esta é tratada com
medicamentos. Em relação a sua alimentação, alguns consumem carnes que apesar de não
possuir nenhum carboidrato são ricos em gorduras. Alguns participantes possuem boas
maneiras de preparar suas refeições, no entanto nem todos souberam explicar o porquê de
consumir os alimentos por eles mencionados. Conclusão: o estudo concluiu que os
participantes possuem pouco conhecimentos em relação a diabetes e alimentos
hipoglicemiantes. Suas práticas também precisam de ser reajustadas como forma de satisfazer
suas necessidades nutricionais mesmo estando padecendo da diabetes.
Palavras-chave: indivíduos diabéticos, conhecimentos e práticas, alimentos
hipoglicemiantes.

V
ABSTRACT
Introduction: Diabetes is a disorder of carbohydrate, fat and protein metabolism disorder that is associated with
hyperglycemia and a higher risk of cardiovascular events, renal and ophthalmological alterations, peripheral
neuropathy, ulcers and lower limb amputations. It is due to a defect in the secretion and/or action of insulin.
Diabetes care is often complex and time-consuming, drawing on many areas of healthcare. The necessary
lifestyle changes, the complexity of management and the adverse effects of treatment make self-care and
education for people with diabetes central to management. Objective: the main objective of this study was to
evaluate the knowledge and practices of diabetic individuals in the village of Magude in relation to the use of
foods with hypoglycemic potential, third quarter of 2022. Methodology: To achieve this objective, a
descriptive, cross-sectional methodology was used, with a qualitative approach was use. The survey had fifty
(50) participants selected through the non-probabilistic convenience sampling technique. The interview took
place in the neighborhood of the village of Magude with diabect indivuals from 28 to 76 years old; data were
collected through an interview and interview guide. The data were further analyzed using the content analysis
technique. Results: it was observed that the participants recognize diabetes as a disease and relate it to sugar
and for them it is treated with medication.. Regarding their diet, some consume meats that, despite not having
any carbohydrates, are rich in fats. Some participants have good ways of preparing their meals, however not all
of them were able to explain why they consumed the foods they mentioned. Conclusion: It was concluded that
the participants have little knowledge about diabetes and hypoglycemic foods. Their practices also need to be
readjusted as a way to meet their nutritional needs even though they are suffering from diabetes.

Keywords: diabetic individuals, knowledge and practices, hypoglycemic foods.

VI
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
OMS: Organização Mundial de Saúde;

ONU: Organização das Nações Unidas;

DM: Diabetes Mellitus;

DMT1: Diabetes Mellitus tipo 1;

DMT2: Diabetes Mellitus tipo 2;

HLA: Antígeno Leucócito Humano;

TN: Terapia Nutricional;

DMG: Diabetes Mellitus Gestacional;

A1C: Hemoglobina A1C;

ADA: Associação Americana de diabéticos;

DC: Direcção Cientifica;

COVID-19: Doença causada por coronavírus;

MISAU: Ministério de Saúde;

VII
ÍNDICE
DECLARAÇÃO DE HONRA....................................................................................................I

DEDICATÓRIA........................................................................................................................II

AGRADECIMENTOS.............................................................................................................III

RESUMO..................................................................................................................................V

ABSTRACT.............................................................................................................................VI

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS............................................................................VII

CAPITULO I..............................................................................................................................1

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................1

1.1 Contextualização..............................................................................................................1

1.1.1 Delimitação do estudo...............................................................................................2

1.2 Problematização e Justificativa........................................................................................3

1.2.1 Problematização.........................................................................................................3

1.2.2 Justificativa....................................................................................................................4

1.3 Objectivos.........................................................................................................................5

1.3.1 Objectivo geral..............................................................................................................5

1.3.2 Objectivos específicos...............................................................................................5

1.4 Perguntas de pesquisa.......................................................................................................5

CAPITULO II............................................................................................................................6

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................................6

2.1 Conceitos..........................................................................................................................6

2.2 Classificação de diabetes..................................................................................................6

2.2.1 Pré-diabetes................................................................................................................7

2.2.2 Diabetes mellitus tipo I..............................................................................................7

2.2.3 Diabetes mellitus tipo II.............................................................................................8

2.2.4 Diabetes mellitus gestacional...................................................................................10


2.2.5 Outros Tipos de Diabetes.........................................................................................11

2.3 Tratamento de diabetes...................................................................................................11

CAPITULO III.........................................................................................................................14

3 METODOLOGIA.................................................................................................................14

3.1 Conceito de método........................................................................................................14

3.2 Local de estudo...............................................................................................................14

3.3 Sujeito de pesquisa.........................................................................................................14

3.4 Participante de pesquisa.................................................................................................15

3.5 Tipos de estudo...............................................................................................................15

3.6 Técnicas e instrumentos de recolha de dados.................................................................15

3.8 Critérios de inclusão e exclusão.....................................................................................16

3.8.1 Critérios de inclusão...........................................................................................16

3.8.2 Critérios de exclusão................................................................................................16

3.9 Procedimentos de análise e interpretação de dados........................................................16

3.10 Considerações éticas.....................................................................................................17

CAPITULO IV.........................................................................................................................18

4 APRESENTAÇÃO, ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.............................18

4.1 Perfil dos participantes...................................................................................................18

4.2 Conhecimentos dos diabéticos em relação ao uso de alimentos com potencial


hipoglicemiante....................................................................................................................20

4.3 Práticas alimentares de indivíduos diabéticos................................................................23

CAPITULO V..........................................................................................................................26

5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES..............................................................................26

5.1 Conclusão.......................................................................................................................26

5.2 Recomendações..............................................................................................................27

Apêndices e Anexos.................................................................................................................31

Apêndice I: Termo de consentimento...................................................................................32


Apêndice II: Entrevista destinada a recolha de dados sobre diabetes na vila de Magude....33

Anexo I: Carta de aceitação do Supervisor..........................................................................35

Anexo II: Carta de Autorização do Supervisor Para a Submissão da Monografia..............36


CAPITULO I

1 INTRODUÇÃO

A diabetes é um distúrbio do metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas que


está associado à hiperglicemia e a um maior risco de eventos cardiovasculares, alterações
renais e oftalmológicas, neuropatia periférica, úlceras e amputações de membros inferiores. É
decorrente de defeito da secreção e/ou da acção da insulina. O cuidado com a diabetes
normalmente é complexo e demorado, baseado em muitas áreas do cuidado à saúde. As
mudanças de estilo de vida necessárias, a complexidade do manejo e os efeitos adversos do
tratamento fazem do auto cuidado e da educação para as pessoas com diabetes peças centrais
no manejo (Longo et al., 2013).

A fonte explica ainda que tanto o tratamento quanto o cuidado devem levar em
consideração as necessidades individuais dos pacientes e suas preferências. Uma boa
comunicação é essencial para permitir que as pessoas tomem decisões sobre o seu cuidado,
apoiadas por informações baseadas em evidências. Se a pessoa estiver de acordo, os
familiares e os cuidadores devem ter a oportunidade de se envolverem nas decisões sobre o
tratamento e o cuidado.

O tratamento de diabetes não é exclusivamente medicamentoso, carece de uma


combinação com a adopção de um estilo de vida saudável, ou seja, o paciente deve aliar os
medicamentos com uma alimentação adequada e prática de actividade física para que o
tratamento seja eficaz. Evidências científicas demonstram a possibilidade de prevenir ou
controlar a diabetes com uma alimentação adequada, com recurso a utilização de alimentos
hipoglicemiantes, com destaque para os cereais integrais, verduras, frutas e leguminosas.

Esta pesquisa teve como objectivo primordial avaliar os conhecimentos e práticas dos
indivíduos diabéticos da vila de Magude em relação ao uso de alimentos com potencial
hipoglicemiante no controlo de diabetes mellitus.

1.1 Contextualização

O Diabetes Mellitus pode ser considerado uma pandemia, que tem um impacto
substancial em todos os sistemas de saúde, bem como em toda a sociedade. O Diabetes
Mellitus é um dos mais importantes problemas de saúde na actualidade, tanto em termos do
número de pessoas afectadas, de incapacitações, de mortalidade prematura, como no que diz

1
respeito aos custos envolvidos no seu controle e no tratamento de suas complicações. Por não
produzir sintomas no início, na maior parte dos casos, esse problema costuma ser
despercebido (Barbosa, Tambascia & Ramos, 2011).

O diabetes mellitus inclui um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por


hiperglicemia, resultante de defeitos na secreção de insulina e/ou em sua acção. A
hiperglicemia se manifesta por sintomas como poliúria, polidipsia, perda de peso, polifagia e
visão turva ou por complicações agudas que podem levar a risco de vida: a cetoacidose
diabética e a síndrome hiperosmolar hiperglicémica não cetótica (Azevedo, Silveiro,
Camargo, Reichelt & Gross, 2002).

A hiperglicemia crónica está associada a dano, disfunção e falência de vários órgãos,


especialmente olhos, rins, nervos, coração e vasos sanguíneos. O diagnóstico correcto e
precoce da diabetes mellitus e das alterações da tolerância à glicose é extremamente
importante porque permite que sejam adoptadas medidas terapêuticas que podem evitar o
aparecimento de diabetes nos indivíduos com tolerância diminuída e retardar o aparecimento
das complicações crónicas nos pacientes diagnosticados com diabetes (Azevedo et al., 2002).

O tratamento adequado de diabetes e das condições associadas, que acarretam risco


adicional de morbidade, tem um resultado apreciável na redução das complicações da doença,
conforme demonstram diversos estudos recentes. Não há limite acima do qual o controle da
glicemia reduz a ocorrência de complicações; portanto, quanto melhor esse controle, menor o
risco de complicações (Barbosa et al., 2011).

1.1.1 Delimitação do estudo

O estudo delimitou-se a colher informações relacionadas com os conhecimentos e


práticas dos diabéticos em relação ao uso de alimentos com potencial hipoglicémico, na vila
sede do Distrito de Magude, terceiro trimestre de 2022.

Relativamente a escolha do local deu-se por perceber que a localização do Distrito de


Magude que encontra-se distante do local do levantamento dos medicamentos, causando
assim transtornos financeiros e por consequência o agravamento da própria patologia.

Para escolha do tempo, fui motivada pelo facto de haver requisitos necessários para
concluir o curso que são a monografia e defesa final uma vez que concluí todas as actividades
do plano curricular no mesmo semestre.

2
1.2 Problematização e Justificativa

1.2.1 Problematização

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2021), em 2014, 8,5% dos adultos
com 18 anos ou mais tinham diabetes. Em 2019, a diabetes foi a causa directa de 1,5 milhão
de mortes e 48% de todas as mortes devido à diabetes ocorreram antes dos 70 anos. Entre
2000 e 2016, houve um aumento de 5% nas taxas de mortalidade prematura (ou seja, antes
dos 70 anos) por diabetes.

Ainda de acordo com a mesma fonte, em países de alta renda, a taxa de mortalidade
prematura devido à diabetes diminuiu de 2000 a 2010, mas aumentou em 2010-2016. Em
países de renda média baixa, a taxa de mortalidade prematura devido à diabetes aumentou em
ambos os períodos (OMS, 2021).

De acordo com o Relatório da Organização das Nações Unidas ONU (2016), estima-
se que em Moçambique cerca de 1.5 milhões de indivíduos vivem com a diabetes Mellitus. A
OMS (2020), por sua vez, afirma que em Moçambique estudos realizados entre 2005 a 2015,
mostraram que durante este período do tempo observou-se a publicação da prevalência da
diabetes mellitus, tendo passado de 2.8% para 7.4%.

Fica evidente que a diabetes mellitus (DM) é uma doença de saúde pública mundial e
Moçambique não é excepção. A DM é uma das principais doenças responsáveis pela
mortalidade precoce, suas consequências atingem grandes proporções, o seu tratamento
requer a combinação dos medicamentos e a adopção de um estilo de vida saudável
(alimentação saudável, prática actividade física, etc).

Diversos pacientes padecendo de DM têm enfrentado dificuldades no que concerne ao


controlo dessa doença usando medicamentos convencionais, uma vez que, estes
medicamentos nem sempre estão disponíveis, acarretando muitos custo, enquanto poucos tem
possibilidades de adquirir os mesmos. Sabe-se que a DM pode ser controlado com uso de
alimentos hipoglicemiantes, daí a relevância da realização deste estudo.

Com a realização desse estudo, propomo-nos a responder a seguinte pergunta: Que


conhecimentos e práticas os diabéticos da vila de Magude têm em relação ao uso de
alimentos com potencial hipoglicemiante?

3
1.2.2 Justificativa

A motivação inicial pelo desenvolvimento desta pesquisa, surge após ter participado
nos cuidados da minha avó que padecia de diabetes mellitus e estava no estado avançado,
porém na sua alimentação não havia nenhuma restrição, pois, ninguém possuía
conhecimentos sobre a atenção a ter com a alimentação dos diabéticos.

A alimentação de indivíduos diabéticos carece de uma atenção especial, pois, o


fornecimento inadequado (défice ou excesso) de carboidratos/alimentos fontes pode agravar a
situação do paciente, dai a realização deste estudo torna-se fulcral, pois, fornecerá subsídios
sobre os cuidados a ter com a alimentação de diabéticos.

Em situações em que não há disponibilidade de medicamentos alguns pacientes ficam


sem opção, entretanto existem uma vasta gama de alimentos com potencial hipoglicemiante
que podem ser usados como alternativa ao medicamento convencional no controlo de
diabetes mellitus.

A avaliação de conhecimentos e práticas dos pacientes diabéticos em relação ao uso


de alimentos com potencial hipoglicemiante no controlo de diabetes mellitus é de grande
importância, pois, fornece informações importantes que poderão ser usadas pelos
profissionais que cuidam destes pacientes, principalmente nas sessões de educação
nutricional individual ou colectiva.

Com a realização deste estudo abre-se uma oportunidade para subsidiar a sociedade
com conhecimentos científicos e actualizados que poderão minimizar o sofrimento vivido
pelos pacientes com diabetes mellitus, igualmente irá minimizar os custos de tratamento com
base nos medicamentos convencionais e consequentemente influenciar na economia das
famílias.

No âmbito científico e académico, este estudo junta-se aos esforços de diverso


académicos e cientistas que vem pesquisando sobre diabetes mellitus, sua fisiopatologia,
consequências e tratamento, sendo que este tem a particularidade de incidir sobre a realidade
de comunidade moçambicana. O mesmo serve de fonte de consulta para os futuros
investigadores que desejarem pesquisar sobre o mesmo tema.

4
1.3 Objectivos

1.3.1 Objectivo geral


 Avaliar os conhecimentos e práticas dos indivíduos diabéticos da vila de Magude em
relação ao uso de alimentos com potencial hipoglicemiante, terceiro trimestre de
2022.

1.3.2 Objectivos específicos


 Caracterizar as condições sócio demográficas de indivíduos diabéticos da vila de
Magude, terceiro trimestre de 2022;
 Descrever as práticas alimentares de indivíduos diabéticos da vila de Magude, terceiro
trimestre de 2022;
 Descrever o conhecimento dos diabéticos da vila de Magude em relação ao uso de
alimentos com potencial hipoglicemiante, terceiro trimestre de 2022.

1.4 Perguntas de pesquisa

 Quais são as práticas alimentares de indivíduos diabéticos da vila de Magude?


 Qual é o conhecimento dos indivíduos diabéticos de vila de Magude em relação ao
uso de alimentos potencial hipoglicemiante?

5
CAPITULO II

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Conceitos

2.1.1 Diabetes mellitus

A diabetes mellitus Consiste em um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia


persistente, decorrente de deficiência na produção de insulina ou na sua acção, ou em ambos
os mecanismos (Golbert et al., 2020).

Para Mahan, Raymond e Escott-Stump (2012) e Vilar (2016), diabetes mellitus é um


grupo de doenças caracterizado por concentrações sanguíneas elevadas de glicose resultantes
de defeitos na secreção de insulina, acção da insulina ou ambos.

A insulina é um hormônio produzido pelas células β do pâncreas que é necessário


para uso ou armazenamento dos combustíveis do corpo (carboidratos, proteína e gordura). Os
diabéticos não produzem insulina suficiente (Mahan et al., 2012).

2.1.2 Hipoglicemiantes

São medicamentos usados para diminuir a quantidade de glicose (açúcar) no sangue


(glicemia). Os agentes hipolicemiantes orais tem uma variedade de acções, como
aumentarem a secreção de insulina pelas células β; reduzirem a insulinorresistência
periférica; diminuírem a absorção de glicose do tracto gastrointestinal e inibirem a produção
hepática de glicose (Rand & Marshall, 2004).

Hipoglicemiantes são medicamentos que são tomados por via oral, que por diferentes
formas, dependendo de sua classe, provocam uma diminuição da glicemia plasmática (nível
de açúcar no sangue). Dessa forma são medicamentos largamente utilizados no manejo do
Diabetes Melitus Tipo 2. Permitem seu controle e evitam complicações inerentes a essa
doença (Brasil, 2016).

2.2 Classificação de diabetes

Segundo Murro, Tambascia e Ramos (2011), a diabetes pode ser classificado em duas
classes: a) pré-clínicas: pré-diabetes (Intolerância a carboidratos) e glicemia de jejum
alterada; b) classes clínicas: Diabetes Mellitus tipo 1, do tipo 2, Pré-Gestacional, Gestacional
e outros tipos específicos.

6
2.2.1 Pré-diabetes

Os indivíduos com um estágio de homeostase da glicose prejudicada, que inclui GJA


e TGD, são muitas vezes diagnosticados com pré-diabetes, indicando seu risco relativamente
alto para o desenvolvimento de diabetes e de doenças cardiovasculares. As pessoas em risco
têm glicemia de jejum alterada (GJA), tolerância de glicose diminuída (TGD), ambas, ou uma
hemoglobina A1C (A1C) de 5,7% a 6,4%, e devem ser aconselhadas acerca de estratégias
como perda de peso e actividade física para diminuir seus riscos (Mahan et al., 2012).

2.2.2 Diabetes mellitus tipo I

No momento do diagnóstico, os indivíduos com diabetes mellitus tipo 1 (DMT1)


normalmente estão magros e podem apresentar sede excessiva, micção frequente e perda de
peso significativa. O defeito primário é a destruição das células β-pancreáticas, levando à
deficiência absoluta de insulina e, consequentemente, a hiperglicemia, poliúria (micção
excessiva), polidipsia (sede excessiva), perda de peso, desidratação, distúrbio eletrolítico e
cetoacidose (Morro et al., 2011)

Os autores explicam que, a taxa de destruição das células β é bastante variável,


podendo ocorrer rapidamente em bebés e crianças e lentamente nos outros (sobretudo
adultos). A capacidade de um pâncreas saudável em secretar insulina excede o que
normalmente é necessário. Logo, o início clínico da diabetes pode ser precedido por um
grande período assintomático de meses a anos, durante o qual as células β estão sendo
gradualmente destruídas.

O DMT1 representa 5%-10% de todos os casos diagnosticados de diabetes. Os


indivíduos com DMT1 dependem da insulina exógena para evitar cetoacidose e morte.
Embora possa ocorrer em qualquer idade, inclusive na 8ª e 9ª décadas de vida, a maior parte
dos casos é diagnosticada em indivíduos com idade inferior a 30 anos, com o pico de
incidência em torno de 10 a 12 anos de idade em meninas e de 12 a 14 anos de idade em
meninos (ADA, 2011).

O DMT1 tem duas formas: imunomediado e idiopático. O diabetes mellitus


imunomediado resulta de uma destruição auto-imune das células β do pâncreas, as únicas
células do organismo que produzem o hormônio insulina. O DMT1 idiopático refere-se às
formas da doença cuja causa é desconhecida, encontrada sobretudo em pessoas de origem
africana ou asiática (ADA, 2011).

7
Os factores de risco para DMT1 podem ser genéticos, auto-imunes ou ambientais. A
predisposição genética para DMT1 é o resultado da combinação de antígenos leucócitos
humanos (HLA) DQ, genes codificados para susceptibilidade à doença compensados por
genes relacionados à resistência à doença. Entretanto, os factores genéticos que conferem
susceptibilidade ou protecção contra a doença ainda são desconhecidos. Nesse momento, não
há meios conhecidos para prevenir o DMT1 (ADA, 2011).

2.2.2.1 Fisiopatologia de diabetes mellitus tipo I

Independentemente do evento desencadeador, o DMT1 precoce é inicialmente


identificado pelo surgimento de auto-imunidade activa direccionada contra as células β
pancreáticas e seus produtos. No momento do diagnóstico, entre 85% e 90% dos pacientes
com DMT1 apresentam um ou mais anticorpos para as células das ilhotas circulantes, a
insulina endógena ou outros antígenos que são constituintes das células das ilhotas (Mahan &
Raymond, 2018).

O início clínico da diabetes pode ser abrupto, mas a agressão fisiopatológica é um


processo longo e progressivo. A hiperglicemia e outros sintomas se tornam aparentes
somente após uma destruição superior a 90% da capacidade de secreção das células β (Mahan
& Raymond, 2018).

Frequentemente, após diagnóstico e correcção da hiperglicemia, da acidose


metabólica e da cetoacidose, a secreção de insulina é restabelecida. Durante essa fase de lua-
de-mel, os requisitos de insulina exógena diminuem consideravelmente para até 1 ano ou
mais, e o bom controlo metabólico pode ser facilmente atingido (Mahan & Raymond, 2018).

No entanto, a necessidade para aumentar a reposição da insulina exógena é inevitável


e deve sempre ser antecipada. Mostrou-se que a terapia intensiva de insulina, juntamente com
atenção à terapia nutricional (TN) e ao auto-monitoramento de glicose do início do
diagnóstico, prolonga a secreção de insulina. Dentro de 5 a 10 anos após o início clínico, a
perda de células β está completa e a ilhota circulante de anticorpos celulares não pode mais
ser detectada (Mahan & Raymond, 2018).

2.2.3 Diabetes mellitus tipo II

O diabetes mellitus tipo 2 (DMT2) é responsável por 90% a 95% de todos os casos
diagnosticados de diabetes e é uma doença progressiva que, em muitos casos, está presente
muito antes de ser diagnosticada. A hiperglicemia é desenvolvida gradualmente e, quase

8
sempre, não é grave o suficiente nos estágios iniciais para o paciente perceber qualquer um
dos sintomas clássicos do diabetes. Embora não diagnosticados, esses indivíduos estão sob
um risco aumentado de desenvolver complicações macros e microvasculares (Mahan et al.,
2012).

Dentre os factores de risco para DMT2 estão factores genéticos e ambientais,


incluindo história familiar de diabetes, idade avançada, obesidade, especialmente obesidade
intra-abdominal, sedentarismo, histórico anterior de diabetes gestacional, pré-diabetes e etnia
(Mahan et al., 2012).

2.2.3.1 Fisiopatologia de diabetes mellitus tipo II

O DMT II é caracterizado por uma combinação de resistência à insulina e por falha da


célula β. Os níveis endógenos de insulina podem estar normais, reduzidos ou aumentados,
mas eles não estão adequados para superar a resistência à insulina concomitante (diminuição
na sensibilidade ou responsividade tecidual à insulina). Como resultado, a hiperglicemia
ocorre (ADA, 2011).

A resistência à insulina é inicialmente observada nos tecidos alvos, sobretudo células


musculares, hepáticas e adiposas. Inicialmente, há um aumento compensatório na secreção de
insulina (hiperinsulinemia) que mantém as concentrações de glicose na variação normal ou
pré-diabética. Em muitas pessoas, o pâncreas é incapaz de continuar a produzir insulina
adequada, então a hiperglicemia ocorre e o diagnóstico de diabetes é feito. Logo, os níveis de
insulina são sempre deficientes, em relação aos níveis elevados de glicose, antes do
desenvolvimento da hiperglicemia (ADA, 2011).

A hiperglicemia surge como um aumento da glicemia pós-prandial (após uma


refeição) causada pela resistência à insulina em nível celular, e é seguida por elevação nas
concentrações de glicose em jejum (ADA, 2011).

À medida que a secreção de insulina diminui, a produção hepática de glicose aumenta,


acarretando aumento nos níveis de glicemia pré-prandial (jejum). A resposta da insulina
também é inadequada para suprimir a secreção do glucagon da célula alfa, o que resulta na
hipersecreção de glucagon e no aumento da produção hepática de glicose. A glicotoxicidade,
o efeito nocivo da hiperglicemia sobre a sensibilidade e a secreção de insulina, completa o
problema. Daí, a importância de se obter a glicemia próxima em indivíduos com DMT2
(Mahan & Raymond, 2018).

9
A resistência à insulina é demonstrada ao nível do adipócito, levando à lipólise e à
elevação dos ácidos graxos livres circulantes. Em particular, a obesidade excessiva intra-
abdominal, caracterizada por acúmulo excessivo de gordura visceral ao redor e dentro dos
órgãos abdominais, resulta em aumento na resistência à insulina (Mahan & Raymond, 2018).

O aumento dos ácidos graxos também causa diminuição da sensibilidade à insulina ao


nível celular, prejudica a secreção de insulina no pâncreas e acelera a produção de glicose
hepática (lipotoxicidade). Os defeitos contribuem para o desenvolvimento e progressão do
DMT2 e também são alvos primários para a terapia farmacológica (Mahan & Raymond,
2018).

Os indivíduos com DMT2 podem ou não apresentar os sintomas clássicos do diabetes


não controlado e são propensos a desenvolver cetoacidose. A perda progressiva da função
secretora da célula β, significa que as pessoas com DMT2 precisarão de mais medicamentos
ao longo do tempo para manter o mesmo nível do controle glicémico. Por fim, a insulina
exógena será necessária. A insulina também pode ser necessária para controlo glicémico
durante situações de hiperglicemia induzida por estresse, como durante uma enfermidade ou
cirurgia (Mahan & Raymond, 2018).

2.2.4 Diabetes mellitus gestacional

O diabetes mellitus gestacional (DMG) ocorre em aproximadamente 7% de todas as


gestações, o que resulta em mais de 200.000 casos por ano. Após o parto, aproximadamente
90% das mulheres com DMG tornam-se normo glicémicas, mas correm um maior risco de
desenvolver DMG no início das gestações subsequentes. Imediatamente após a gestação, 5%
a 10% das mulheres com DMG são diagnosticadas com DMT2 (Mahan et al., 2012).

As mulheres que tiveram DMG apresentam 40% a 60% de chance de desenvolver


diabetes nos próximos 5 a 10 anos. As modificações no estilo de vida direccionadas a reduzir
ou prevenir o ganho de peso e a aumentar o nível de actividade física após a gestação são
recomendadas e podem reduzir o risco de diabetes subsequente (Mahan et al., 2012).

Previamente, o DMG era definido como qualquer grau de intolerância à glicose com
início ou primeira identificação durante a gestação. Entretanto, o número de gestantes com
diabetes não diagnosticado aumentou. Agora, portanto, tem sido recomendado que as
mulheres de alto risco que descobriram diabetes em sua visita pré-natal inicial recebam um
diagnóstico de diabetes evidente, não gestacional (Mahan et al., 2012).

10
A maioria dos casos de DMG são diagnosticada durante o Iº ou IIº trimestre da
gravidez, por causa do aumento nos níveis do hormônio antagonista à insulina e da
resistência anormal à insulina que ocorrem nesse período (Morro et al., 2011).

Durante a gestação, o tratamento para normalizar os níveis de glicose no sangue reduz


o risco de resultados adversos para a mãe, o feto e o neonato. A glicose extra da mãe
atravessa a placenta fetal e o pâncreas do feto responde pela liberação de insulina extra para
lidar com o excesso de glicose. A glicose em excesso é convertida em gordura, o que resulta
em macrossomia (Morro et al., 2011).

O DMG não provoca anomalias congénitas. Essas malformações ocorrem em


mulheres com diabetes antes da gravidez, que têm níveis descontrolados de glicemia durante
as primeiras 6 ou 8 semanas de gestação, quando os órgãos do feto estão sendo formados
(Morro et al., 2011).

Quando os níveis ideais de glicemia não são mantidos com TN, ou o índice do
crescimento fetal é excessivo, a terapia farmacológica é necessária. As pesquisas apoiam o
uso de insulina, análogos de insulina, metformina e gliburida durante a gestação. As mulheres
com DMG devem ser triadas para diabetes de 6 a 12 semanas após o parto e devem ser
acompanhadas com uma triagem subsequente para o desenvolvimento de diabetes e pré-
diabetes (Morro et al., 2011).

2.2.5 Outros Tipos de Diabetes

Segundo Vilar (2016), essa categoria inclui a diabetes associada com síndromes
genéticas específicas (como o diabetes de início da maturidade do jovem), doenças do
pâncreas exócrino (como a fibrose cística), induzido por medicamentos ou substâncias
químicas (como no tratamento da síndrome da deficiência imune adquirida ou após o
transplante de órgãos), cirurgia, infecções e outras enfermidades. Esses tipos de diabetes
podem representar de 1% a 5% de todos os casos diagnosticados de diabetes.

2.3 Tratamento de diabetes

Segundo Mahan e Raymond (2018), o tratamento de todos os tipos de diabetes inclui


a dietoterapia, actividade física, monitoramento, medicamentos e informação sobre auto-
monitoramento e apoio. Um importante objectivo do tratamento clínico é fornecer ao
indivíduo com diabetes as ferramentas necessárias para alcançar o melhor controlo possível
da glicose, lipídios e da pressão arterial para prevenir, adiar ou tratar as complicações

11
micro/macrovasculares, enquanto minimiza a hipoglicemia e o excesso de ganho de massa
corporal.

A insulina, o principal hormônio no controle da glicose também é anticatabólico e


anabólico e facilita o transporte celular. Em geral, os hormônios contra-reguladores (estresse)
(glucagon, hormônio do crescimento, cortisol, epinefrina e norepinefrina) têm efeito oposto
da insulina. É importante que as pessoas com diabetes recebam cuidados médicos de uma
equipe que possa incluir médicos, nutricionistas, enfermeiras, farmacêuticos e profissionais
de saúde mental com especialização em diabetes (Mahan e Raymond, 2018).

Os indivíduos com diabetes também precisam assumir um papel activo no cuidado.


Para um programa de tratamento da DMT1 flexível e individualizado, é essencial o uso dos
princípios da terapia intensiva de insulina. O DM T2 é uma doença progressiva (Mahan et al.,
2012).

Os medicamentos e eventualmente a insulina precisam ser combinados com a terapia


nutricional. Através do desenvolvimento colaborativo de intervenções nutricionais
individualizadas e apoio permanente das mudanças comportamentais, os profissionais em
cuidados em saúde podem facilitar a conquista dos objectivos da saúde do diabético (Mahan
et al., 2012).

Embora inúmeros factores influenciem a reacção glicémica aos alimentos, o


monitoramento total dos gramas de carboidratos, se para o uso da contagem de carboidratos
ou estimativa baseada em experiência, permanece uma estratégia fundamental no alcance do
controle glicémico (Mahan et al., 2012).

A contagem de carboidratos é um método de Plano Alimentar baseado no princípio de


que todos os tipos de carboidratos (excepto as fibras) são digeridos com a maioria absorvida
pela corrente sanguínea como moléculas de glicose e que a quantidade total de carboidratos
consumidos tem um efeito maior sobre a elevação da glicose sanguínea que o tipo específico
(Mahan et al., 2012).

Para Mahan e Raymond (2018), os alimentos contendo carboidratos incluem o amido,


como os pães, cereais, massa, arroz, feijão e lentilha, vegetais ricos em amido, biscoitos e os
salgadinhos; frutas e sucos de fruta; leite, substitutos do leite e iogurte; doces e sobremesas.
A escolha de um carboidrato ou uma dose é uma porção de alimento contendo 15 gramas de
carboidratos.

12
Os autores, acreditam que os indivíduos são encorajados a manter as fontes de
proteínas e de lipídios o mais constante possível, porque elas não afecta muito as
concentrações de glicose sanguínea mesmo que requeiram insulina para o metabolismo. As
necessidades energéticas determinam as porções diárias totais dos macros nutrientes.

Para Vilar (2016), existem dois principais Planos Alimentares usando a contagem de
carboidratos: as proporções insulina/carboidratos a fim de ajustar as doses de insulina antes
da refeição para a ingestão variável de carboidratos (regimes de fisiológicos de insulina); ou
seguir um Plano Alimentar constante de carboidratos quando usar regimes fixos de insulina.
É importante testar as concentrações de glicose antes e após as refeições com vistas a ajustar
tanto a ingestão alimentar quanto o medicamento para se alcançar os objectivos glicémicos.

13
CAPITULO III

3 METODOLOGIA

3.1 Conceito de método

Na concepção do Gil (2008), pode-se definir método como caminho para se chegar a
determinado fim. E método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e
técnicos adoptados para se atingir o conhecimento.

Segundo Richard (1999), o método científico é a forma encontrada pela sociedade


para legitimar um conhecimento adquirido empiricamente, isto é, quando um conhecimento é
obtido pelo método científico, qualquer pesquisador que repita a investigação, nas mesmas
circunstâncias, poderá obter um resultado semelhante.

3.2 Local de estudo

O estudo decorreu na vila de Magude, cita no Distrito com mesmo nome, província de
Maputo. O distrito de Magude está situado na parte norte da Província de Maputo, a sul de
Moçambique. A sua sede é a vila de Magude.

Tem limites geográficos, a norte com distrito de Massingir da província de Gaza, a


este como distrito de Chokwé e Bilene também da província de Gaza, a sudeste com o distrito
de Manhiça, a sul com o distrito de Muamba e a oeste é limitado por uma linha de fronteira
artificial com a província sul-africana de Pumalanga.

3.3 Sujeito de pesquisa


Conforme Ruiz (2008), o sujeito de uma pesquisa pode ser definido como a pessoa, um fato
ou o fenómeno sobre o qual se quer saber algo.

O sujeito de pesquisa para este estudo foi constituída por indivíduos diabéticos de
ambos sexo, residente na vila de Magude.

Na visão de Marconi e Lakatos (2003), universo ou população é o conjunto de seres


animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum. A fonte
acrescenta que a delimitação do universo consiste em explicitar que pessoas ou coisas,
fenómenos serão pesquisados, enumerando suas características comuns, como, por exemplo,
sexo, faixa etária, organização a que pertencem, comunidade onde vivem etc.

14
3.4 Participante de pesquisa
Para este estudo foram seleccionados 50 participantes por conveniência. Previa-se
ainda o uso de critério de saturação de respostas para o recorte empírico. A pesquisa
qualitativa não se baseia no critério numérico para garantir sua representatividade. Uma
pergunta importante neste item é, quais indivíduos sociais têm uma vinculação mais
significativa para o problema a ser investigado (Minayo, 2010).

Segundo Gil (1996), a amostragem não probabilística por conveniência, constitui o


menos rigoroso de todos os tipos de amostragem. Por isso mesmo é destituída de qualquer
rigor estatístico. O pesquisador selecciona os elementos a que tem acesso, admitindo que
estes possam, de alguma forma, representar o universo. Aplica-se este tipo de amostragem em
estudos exploratórios ou qualitativos, onde não é requerido elevado nível de precisão.

3.5 Tipos de estudo

Considerando o propósito desta pesquisa, desenvolveu-se um estudo descritivo


transversal, com uma abordagem qualitativo, que permitiu analisar conhecimento e práticas
alimentares dos indivíduos diabéticos da vila de Magude.

Para Fonttlles, Siões, Foares e Fonttlles (2009), a pesquisa qualitativa é o tipo de


pesquisa apropriada para quem busca o entendimento de fenómenos complexos específicos,
em profundidade, de natureza social e cultural, mediante descrições, interpretações e
comparações, sem considerar os seus aspectos numéricos em termos de regras matemáticas e
estatísticas.

A mesma fonte define pesquisa descritiva como aquela que visa apenas a observar,
registar e descrever as características de um determinado fenómeno ocorrido em uma amostra
ou população, sem, no entanto, analisar o mérito de seu conteúdo.

3.6 Técnicas e instrumentos de recolha de dados

Para a recolha de dados foi usado a entrevista estruturada e guião de entrevista


estruturada. O uso desta técnica para a colecta de dados encontra fundamente no facto de não
excluir os participantes com baixo ou nenhum nível de escolaridade, além de ser de fácil
aplicação e permitir colher dados em pouco tempo.

O guião de entrevista estruturada, foi constituído por perguntas abertas ou fechadas


todas relacionadas com as condições socioeconómicas dos divíduos diabéticos, com as
práticas e percepções alimentares dos mesmos.

15
Para Marconi e Lakatos (1996), as entrevistas estruturadas são aquelas nas quais as
questões e a ordem em que elas comparecem são exactamente as mesmas para todos os
respondentes. Todas as questões devem ser comparáveis, de forma que, quando aparecem
variações entre as respostas, elas devem ser atribuídas a diferenças reias entre os
respondentes.

3.8 Critérios de inclusão e exclusão

3.8.1 Critérios de inclusão


Foram incluídos neste estudo indivíduos com idade igual ou superior a 18 anos com
diagnóstico de diabetes e residentes da vila de Magude, foram incluídos também indivíduos
que gozavam das suas boas faculdades mentais e que aceitaram assinar o termo de
Consentimento Livre e Formal.

3.8.2 Critérios de exclusão


Nesse estudo ninguém foi excluído pois não faziam parte do critério de exclusão.

3.9 Procedimentos de análise e interpretação de dados

Os dados foram analisados e interpretados como recurso a análise de conteúdo, que


segundo Bardin (1977), a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de comunicações
que tem por objectivo enriquecer a leitura e ultrapassar as incertezas, extraindo conteúdos por
trás da mensagem analisada. Ela constitui as seguintes etapas: pré-análise, exploração de
material e análise da informação obtida.

A pré-análise: consiste na organização do material colhido, leitura e definição de


objectivos, construir um corpus com base na exaustividade, representatividade,
homogeneidade pertinência.

Foi feita leitura exaustiva pela pesquisadora de diversos artigos com temática semelhança, o
que permitiu a identificação e viabilidade na realização do estudo pois, os artigos lidos
tinham informação suficiente para a confrontação dos dados desse estudo.

A exploração do material: Dentro dessa fase encontra se a codificação e a categorização do


material. Na codificação é feito o recorte das unidades de registo e de contexto, em seguida é
feita a categorização que consiste na agregação das informações em categorias simbólicas e
temáticas.

16
Todos os dados recolhidos no campo de estudo foram organizados e agrupados de acordo
com a ordem estrutural dos objectivos (geral e específicos) e no final foram organizados no
Microsoft word 2010 tornando assim mais acessível a analise e a interpretação.

Análise da informação: Consiste em captura os conteúdos manifestos e latentes contidos em


todo o material colectado (entrevistas, documentos e observação).

A analise comparativa é realizada através da justaposição das diversas categorias existentes


dos dados que consistiu no agrupamento dos dados que julgados semelhantes e diferentes e
foi feita a fundamentação dos resultados suportando se em estudos e artigos que aguardavam
temas semelhantes.

3.10 Considerações éticas

O projecto de pesquisa foi inicialmente submetido a Direcção Científica (DC) para


sua apreciação e aprovação. Após aprovação, a DC emitiu uma credencial que foi submetido
a Direcção da Vila de Magude juntamente com o instrumento de recolha de dados. Após esta
fase, os visados foram convocados numa secção com a finalidade de explicar sobre os
objectivos de estudo e aspectos metodológicos.

Os convidados foram informados e explicados que a participação neste estudo era de


carácter voluntario, pelo que os participantes podiam retirar em qualquer fase da pesquisa o
seu consentimento sem nenhuma consequência para as partes. Mais ainda foram esclarecidos
que, a sua participação não ia proporcionar nenhum risco de saúde, pois não seriam
empregues métodos invasivos ou que ferem a sua integridade física.
Para a manutenção de anonimato e da confidencialidade das informações prestadas,
durante a recolha de dados, análise e divulgação dos resultados, foram usados pseudónimos,
pelo que cada participante foi atribuído um código e os dados foram guardados num lugar
onde apenas a investigadora tinha acesso.
Face a situação actual da pandemia de COVID-19 a pesquisadora, respeitou todas as
recomendações do MISAU viradas para a prevenção da transmissão de vírus, todos tinham
uma máscara, observou-se o distanciamento de pelo menos 1 metro e ainda foi usado álcool
para a desinfecção dos materiais usados.

17
CAPITULO IV

4 APRESENTAÇÃO, ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Este capítulo é concernente a apresentação, análise e discussão dos resultados da


pesquisa. O estudo decorreu na vila sede do Distrito de Magude, contou com 50 participantes,
todos maiores de 18 anos, seleccionados por amostragem não probabilística por
conveniência, conforme descrito no capítulo da metodologia.

4.1 Perfil dos participantes


4.1.1 Idade

Em relação a idade, participaram do estudo indivíduos com idade que variava dos 28 a
76 anos. Indivíduos com a faixa etária mais jovem apresentaram menos informações sobre o
uso dos alimentos com potencial hipoglicemiante. O estudo de Machado et al., (2019) que
avaliou os factores socioeconómicos relacionados com diabetes evidenciou que houve maior
prevalência de DM entre pacientes do sexo feminino, na faixa etária de 50 e 59 anos, com
baixa escolaridade, que apresentavam companheiro fixo e exerciam actividade remunerada.

O estudo de Mendes et al. (2011), em relação a prevalência de diabetes em idosos,


afirmou que nas faixas etárias mais elevadas a diabetes tende a aumentar devido a baixa
escolaridade, o estilo de vida, consumo de álcool e do cigarro, a incidência de outras doenças
crónicas. Muitos dos pacientes se recusam a seguir correctamente o tratamento, podendo
fazer uso de hipoglicemiantes orais e de insulina, no entanto, se negam a fazerem dietas
alimentares para perda de peso e a prática de exercícios físicos.

A semelhança entre ambos estudos é justificada pelo facto de haver mais prevalência
de DM na idade mais avançada devido ao seu estilo de vida aliado com a falta de exercícios
físicos, a própria idade (envelhecimento) e as outras doenças crónicas que eles possam ter
nessa idade, sendo também importante levar em conta que grande parte dos casos de diabetes
tipo II se manifesta após 40 anos de idade.

18
4.1.2 Sexo

Dados do estudo mostram que participaram indivíduos de ambos os sexos,


relacionando o tema do estudo, com este dado observou-se que os indivíduos de sexo
feminino apresentavam o predomínio de DM em relação aos de sexo masculinos.

Para Grillo e Gorini (2017), defendem que o predomínio de DM entre as mulheres


pode estar relacionado à maior procura destas pelos serviços de saúde, sendo observado
muitas vezes, o homem como provedor da família, o que lhe dificulta a procura pelo
atendimento clínico. No entanto, não há diferença na prevalência de DM entre homens e
mulheres.

Entre os estudos aqui analisados identificou-se que a prevalência de DM é maior na


população feminina facto que pode ser explicado pela maior tendência das mulheres serem
mais preocupadas, assim procuram mais assistência e vivenciam maior autocuidado em
relação aos homens que inventam desculpas para não adesão ou procura dos serviços de
saúde.

4.1.3 Profissão/ocupação

Em relação a ocupação os participantes do estudo eram: camponeses, funcionários


públicos, estudantes de enfermagem, domesticas, comerciantes e vendedores ambulantes.
Algumas profissões pela sua natureza (vendedor ambulante), colocam os participantes numa
situação de vulnerabilidade, pois, por vezes estes optam por consumir “alimentos da rua” que
basicamente visam apenas satisfazer a fome e não as suas necessidades nutricionais. Sobre a
ocupação dos participantes, os resultados desta pesquisa corroboram com os da pesquisa de
Oliveira (2013) onde 43,39% dos aposentados, 20,75% trabalhadores rurais e 18,86% do lar.

O estudo constatou que devido a ocupação os entrevistados têm dificuldades em


seguir alimentando se saudavelmente o que acaba gerando mais obesidade devido a sua dieta
com alto valor calórico aliado com o sedentarismo de alguns participantes.

4.1.4 Nível de escolaridade

Em relação ao nível de escolaridade constatou-se que a maioria dos indivíduos


entrevistados eram analfabetos á nível básico incompleto, nível médio incompleto e nível
superior completo, havendo uma representatividade de diabéticos que tinham nível básico
incompleto.

19
Estudos revelam que quanto a nível de escolaridade e de informação maior é a
tendência ao desenvolvimento da doença, logo evidenciou-se que a maioria dos casos de DM
está entre analfabetos ou pessoas com baixo grau de escolaridade. A relevância de se obter
conhecimento do nível de escolaridade das pessoas com DM está relacionada ao planeamento
das estratégias de educação para cuidado (ADA et al.,2015).

A semelhança entre ambos os estudos é evidenciado pelo facto de os respondentes


terem baixa escolaridade, condição que pode representar um baixo conhecimento da doença,
esses factores são uns dos fortes preditores de não adesão ao tratamento na parte dos
participantes. É preciso se elaborar estratégias de educação em saúde para melhorar os
conhecimentos dos entrevistados em relação ao DM.

4.2 Conhecimentos dos diabéticos em relação ao uso de alimentos com potencial


hipoglicemiante
4.2.1 Definição de diabetes

Quando os participantes entrevistados foram questionados sobre o que é diabetes?


Responderam da seguinte forma:

(X5) respondeu que “ pelo que já que me disseram com os doutores no hospital
quando fui fazer exame de sangue no primeiro dia que viram essa doença em mim, me
disseram que a diabetes é uma doença que tem a ver com o açúcar no corpo”.

(X9) respondeu que “ eix é difícil responder como deve ser (risos), só sei que a
diabetes é doença de ter muito açúcar no nosso organismo ”.

(X24) respondeu “ minha filha falar de diabetes é mesmo que falar de doença de
açúcar por ingerir coisas muitos doces ”

Os depoimentos dos participantes permitem afirmar que, eles têm noção de o que
pode ser diabetes mellitus. Apesar desta constatação, percebe-se que eles em nenhum
momento explicam as razões do desenvolvimento da diabetes mellitus, facto que demonstra
que seus conhecimentos sobre diabetes são ainda muitos limitados.

Em relação ao conhecimento sobre diabetes mellitus, Coates (2019), salienta em seu


estudo que o fornecimento de informações entre os aprendizados deve incluir informações
significativas para as pessoas, caso contrário, as mesmas não serão integradas a seu stock de

20
conhecimentos e habilidades. Dessa forma, conhecer os interesses e conhecimentos prévios
dos participantes é fase importante do processo educativo.

Nesse marco, as actividades devem ser programadas de acordo com as necessidades


identificadas e conforme cada contexto situacional, incluindo o grau de risco para
complicações. O conhecimento sobre a diabetes e a importância no processo de autocuidado
permite valorizar a necessidade de sensibilizar a população acerca dos factores de risco para o
desenvolvimento da diabetes, bem como de suas complicações crónicas entre os
diagnosticados. Tais aspectos devem ser contemplados nos programas educativos e nas
campanhas de rastreamento da diabetes mellitus para despertar motivação e interesse (Pace,
Ochoa-Vigo, Caliri & Fernandes, 2016).

A semelhança verificada entre ambos estudos é dado pelo fato de os participantes


desse estudo apresentarem noção sobre o que é a diabetes, observando as suas respostas é
perceptível que ainda há défice relacionados com a identidade da doença, o que lhes leva a
continuar com os mesmos hábitos alimentares e estilo de vida de um individuo sem restrições
alimentares.

4.2.2 Formas de tratamento da diabetes

Relativamente as formas de tratamento de diabetes os entrevistados responderam que a


doença é tratada com os medicamentos. Seguem os depoimentos da entrevistada:

(X41) “…desde que fui diagnosticada com diabetes, trato com medicamentos e tem me
ajudado muito”.

(X3) " bom, eu tenho tratado com os medicamentos receitados pelo médico, mas
também reforço com a alimentação adequada a minha condição actual”.

(X20) " Uhm, eu tenho tomado medicamentos que me receitaram no hospital”.

De acordo com as afirmações dos entrevistados, chega-se a constatação de que


diabetes foi sempre tratada com medicamentos hipoglicemiantes orais. Não restam dúvidas
de que os hipoglicemiantes orais, que frequentemente são usados principalmente em
situações de diabetes mellitus do tipo II, precisam de ser coadjuvados com os alimentos com
potencial hipoglicemiante.

21
A literatura consultada defende que além de tratamento convencional com
antidiabéticos, outras substâncias podem ser usadas com destaque para as plantas. O uso de
fitoterápicos tem como objectivo ser uma forma auxiliar de terapêutica para os doentes
diabéticos, tendo em conta que este tratamento complementar pode ter benefícios que se
somam a terapia convencional (Teles, 2013).

Existem várias plantas medicinais conhecidas pela sua actividade antidiabética, com
diferentes mecanismos de acção e fito-constituintes. A acção biológica das plantas está
relacionada com a composição química dos produtos vegetais. As plantas contem na sua
composição compostos fenólicos, alcalóides, flavonóides, terpenóides e glicosídeos, que
apresentam efeitos positivos (Bhusan et al., 2020).

A divergência entre esses dois estudos é evidenciado pelo facto de os participantes


desse estudo optarem por medicamentos hipoglicemiantes orais e considerá-los como a
melhor opção para o seu tratamento sem se importar muito em aliá-los com o uso das plantas
medicinais ou alimentos hipoglicemiantes que lhes pode servir de grande auxílio no seu
tratamento.

Os entrevistados foram questionados como tem feito o controlo da diabetes


quando há falta de medicamentos no hospital, eles intervieram nos seguintes modos:

(X28) respondeu: “ quando no hospital não tem, meus filhos compram nas farmácias
privadas, mas as vezes quando há falta de dinheiro uso medicamentos tradicionais (água de
cacana e o jambolão fervido) ”.

(X39) respondeu: “ se não tiver no hospital, uso os medicamentos que me ensinaram


a fazer como água de cacana, bebo água de folhas de quiabo e como alho e cebola cru ”.

(X2) respondeu: “ eu uso aquelas plantas medicinais e também no hospital me


disseram para alimentar me bem, então sigo o que me disseram para melhorar”.

O estudo constatou que os participantes tinham noção do tipo de plantas medicinais


que podem consumir na falta dos medicamentos hipoglicemiantes orais. Os depoimentos
mostraram um ponto positivo por parte dos diabéticos ao mencionar essas plantas como
sendo uma segunda alternativa quando não há medicamentos nos hospitais.

Diferentes estudos indicam que entre as principais plantas medicinais empregadas no


controle de diabetes estão o Allium sativum, Aloe spp., Punica granatum e momórdica

22
charantia, além de suprir a necessidade por novos compostos activos menos tóxicos
produzem menos efeitos colaterais que os fármacos sintéticos e são economicamente mais
acessíveis á população (Rajasekaran et al., 2004).

O mecanismo de acção pelos quais as plantas medicinais reduzem a taxa de glicose do


sangue pode ser atribuído aos seguintes factores: diminuição da perda glicogénio, aumento do
consumo de glicose nos tecidos e órgãos, resistência aos hormônios que aumentam a taxa de
glicose. No entanto é importante que os indivíduos que consomem essas plantas estejam
cientes sobre como identificar a planta, a parte a ser usada, como preparar, dosagens
terapêuticas, efeitos colaterais, interacções medicamentosas e alimentares (Negri, 2005).

A semelhança desses dois estudos é dado pelo facto dos participantes recorrerem ao
uso de plantas medicinais como segunda opção na falta dos fármacos isso é justificado pela
troca de experiência sobre as segundas alternativas vantajosas para o tratamento de diabetes e
também por serem economicamente acessíveis para eles.

4.3 Práticas alimentares de indivíduos diabéticos


4.3.1 Alimentos usados para o controlo da diabetes

Quanto aos alimentos usados para o controlo da diabetes mellitus, os participantes


passaram diversos alimento como:

(X10) citou: feijão, abóbora, peixes, frango, carne de vaca, couve e a maioria das
folhas verdes.

(X19) respondeu “como sempre: quiabo, cacana, carnes, laranja, matapa,


txambalakate, folhas de limoeiro, banana, folhas de abobora e beterraba ”.

(X35) respondeu que consome usualmente “todo o tipo de carne, abacate, pão
integral, ovo, verduras, fruta, espinafre, couve”.

No conjunto dos alimentos mencionados pelos participantes, figuram-se alguns


alimentos que são apontados como sendo potenciais hipoglicemiantes. Quando questionados
sobre os alimentos que usavam para controlar a sua doença, os participantes mencionaram os
mesmos alimentos, sendo assim, pode-se afirmar que eles incluem alimentos menos

23
recomendados para os diabéticos, pois alguns possuem altos índices glicémicos, além de
serem fontes de gorduras.

A literatura fornece uma vasta gama de alimentos com um potencial hipoglicemiante e


que vem sendo usados pela população para o tratamento de diabetes. Numa pesquisa
realizada recentemente constatou que o extracto aquoso, semente e casca do quiabo
(300mg/Kg) tem mostrado eficácia na redução da glicose quando comparado ao uso da
glibenclamida (Argentina, 2019).

A azeitona roxa também foi citada como tendo as mesmas propriedades. A eficácia da
folha e da semente da azeitona roxa (Syzygium jambolanum DC ou Eugenia jambolana
Lam.) foi estudada há mais de uma década e demonstrou-se que a mesma possui a ação
hipoglicemiante, é antioxidante e, eleva a actividade das enzimas removedoras de radicais
livres no fígado, rim e coração (Vieira, 2017).

Os participantes desse estudo apontam algumas folhas verdes como alimentos que são
usados para o controle da diabetes isso pode ser justificado pelo facto desses alimentos
possuírem baixo índice glicémico, porém eles fazem o consumo inadequado de algumas
carnes. Ainda que haja um ponto positivo sobre a alimentação que consomem eles não têm
muitas informações dos reais benefícios ou danos que podem trazer á sua patologia.

4.3.2 Formas de preparação dos alimentos

No que concerne as formas de preparação dos alimentos, os pacientes preparam suas


refeições de diferentes maneiras.
(X21) respondeu o seguinte: “preparo caril com amendoim, as vezes faço água e sal as
carnes gosto mesmo de assar”;
(X34) respondeu que “eu faço sempre com água e sal, principalmente quando forem
verduras, hã e as carnes faco guisados”;
(X40) respondeu nas seguintes palavras “as vezes faço estufado, outras vezes água e
sal e nalguns guisados”.
Em função destes depoimentos, conclui-se que alguns participantes possuem boas
maneiras de preparar suas refeições, pois tem optado pelas formas de preparação mais
simples, que comummente são as mais saudáveis. Preparações como frituras, guisados ou
mesmo com amendoim e coco (em excesso) tornam-se prejudiciais para pacientes diabéticos
por possuir na sua composição a gordura, por isso, devem ser evitadas.

24
Quanto ao modo de preparo dos alimentos a literatura, salienta que deve-se priorizar
os grelhados, assados, cozidos no vapor ou até mesmo os servidos crus. Além disso, a
preferência por alimentos in natura, e minimamente processados, e a moderação no consumo
de alimentos processados e ultraprocessados devem ser prioridade para toda população, com
ou sem diabetes (SBD,2016).

4.3.3 Motivação para utilização dos alimentos


Questionados qual é a motivação ou razão para a utilização dos alimentos
mencionados anteriormente, os participantes deram a saber que:
(X17) “porque não contem açúcar”;
(X28) “uso esses alimentos porque gosto e acho eles bons para minha doença ”;
(X43) “ na verdade me disseram para usa-los, não sei o porquê?”.
De acordo com os depoimentos dos participantes, observa-se que nem todos souberam
explicar o porquê de consumirem os alimentos por eles mencionados, peso embora, alguns
explicaram que é por não conter açúcar. A escolha de alimentos de um paciente diabético não
pode depender exclusivamente do seu potencial glicemiante, há que olhar-se pelas outras
propriedades.
Em relação as práticas alimentares dos diabéticos Sartorelli, Franco e Cardoso (2006)
constatam que as estratégias de intervenção alimentar para que apresentem sucesso devem
apresentar um padrão alimentar habitual rico em fibras e ácidos graxos polinsaturados, pobre
em gorduras saturadas e ácidos graxos trans com baixo índice glicémico, o que resulta na
redução em 91,0% o risco de desenvolver o diabetes mellitus tipo 2 após 16 anos de
seguimento.
Anunciação et al. (2012), cita ainda que a crença de que o diabético não pode comer
alimentos com sabor mais adocicado, tais como a beterraba e alguns tipos de frutas, não têm
embasamento científico e gera muitas dúvidas nos pacientes. Diante disso os pacientes
diabéticos devem ser encorajados a consumir uma variedade de alimentos fonte de fibras. Um
elevado consumo de fibras por diabéticos tipo 2 está associado a uma redução na glicemia, na
hiperinsulinemia e na lipemia.
A semelhança existente entre os dois estudos é dado pelo facto de os entrevistados
desse estudo optarem pela utilização de alguns alimentos que possuem fibras. Isso deve se
aos aconselhamentos nutricionais e também pelas experiências adquiridos ao longo do

25
tratamento, ainda assim é imprescindível a intervenção contínua dos profissionais de saúde
para encorajamento no tratamento e alimentação adequada.

CAPITULO V
5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
5.1 Conclusão
O estudo decorreu na vila sede do distrito de Magude, teve como objectivo avaliar os
conhecimentos e práticas dos indivíduos diabéticos em relação ao uso de alimentos com
potencial hipoglicemiante. A pesquisa contou com a participação de indivíduos de ambos
sexos, dentre eles jovens, adultos e idosos. Este perfil dos participantes influencia de certa
forma no conhecimento e práticas dos pacientes diabéticos em relação ao uso de alimentos
com potencial hipoglicemiante. Foi evidente que os mais novos são os menos desprovidos de
informação sobre a sua saúde e em particular sobre o uso de alimentos com potencial
hipoglicemiante no tratamento da sua doença.
Em relação as práticas dos pacientes diabéticos relacionadas com uso de alimentos
com potencial hipoglicemiante, conclui-se que os participantes demonstraram ter práticas
inapropriadas para o controlo da diabetes, pois algumas das suas práticas alimentares, além
de lhes auxiliar no tratamento da diabetes, criam espaço para o surgimento de outras
patologias que podem agravar a condição do paciente.
Relativamente aos conhecimentos dos pacientes em relação ao uso de alimentos
hipoglicemiantes no tratamento de diabetes, resultados da pesquisa, permitiram concluir que
os participantes possuem pouco conhecimentos em relação a diabetes e alimentos
hipoglicemiantes. O conhecimento correcto sobre uma determinada doença é imprescindível
para o seu combate.

26
5.2 Recomendações
Aos pacientes:
 Evitar consumo excessivo de carnes, por possuir na sua composição gorduras;
 Buscar mais informações relacionadas com alimentação dos pacientes com
diabetes;
 Conhecer os alimentos com potencial hipoglicemiante;

Ao sector de saúde:
 Oferecer uma educação nutricional individual e grupal com vista a manter os
pacientes diabéticos informados;
 Divulgar os alimentos com potencial hipoglicemiante como coadjuvantes no
tratamento da diabetes mellitus.
 Desenvolver mais pesquisas que possam incluir mais participantes e que possa
permitir observar as práticas alimentares dos pacientes diabéticos.

27
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Vilar, L. (2016). Endocrinologia Clínica. (6ª. ed). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

30
Apêndices e Anexos

31
Apêndice I: Termo de consentimento

Nome do participante:_______________________ Código do participante:_________

Tendo eu sido convidado a participar no estudo: Conhecimentos e práticas dos diabéticos


em relação ao uso de alimentos com potencial hipoglicemiante, caso vila de Magude,
terceiro trimestre de 2022.

Eu_____________________________________________declaro que:

1. Fui informado de forma satisfatória que a presente pesquisa tem por finalidade
recolher informação sobre Conhecimentos e práticas de indivíduos em relação ao uso
de alimentos hipoglicemiante.
2. Fui devidamente esclarecido da natureza da minha participação nesta pesquisa, dos
riscos e benefícios que dela decorrem;
3. Compreendi que não receberei nenhuma recompensa material nem monetária por
participar do estudo;
4. Fui devidamente esclarecido do direito que tenho em me retirar do estudo a qualquer
momento sem qualquer prejuízo.
5. Compreendi que a informação relativa á minha participação terá carácter confidencial,
e que em termos de grupo a informação será utilizada para caracterizar o que as
pessoas sabem esteja a acontecer na provisão de serviços de saúde e encontrar formas
mais adequadas para melhorar a qualidade de provisão dos serviços de saúde com
mais qualidade.
6. Compreendi também que se tiver perguntas as poderei fazer contactando a qualquer
momento a Ângela Alberto Chongo, investigadora principal neste estudo, através do
telefone número 842235987.
7. Ou então se tiver alguma pergunta sobre os seus direitos em tanto que participante
nesta pesquisa, ou se sentir que não foi tratado de forma adequada, pode contactar a
Sr (a). _________ do Comité _______________ (tel. _________).

Assinatura do participante

32
Magude, aos ____ de ____________ de 2022

Apêndice II: Entrevista destinada a recolha de dados sobre diabetes na vila de Magude

Guião de entrevista

Local de entrevista:____________________________________ Data:___/____/2022


Código:__________________ Hora:___:___
Assinatura do (a) entrevistador (a):_______________________
Parte I: Características sócio demográficas

1. Quantos anos tem?_______ (anos)


2. Qual é o seu sexo? ___________(masculino ou feminino)
3. Onde vive? _________________________________(indique o bairro e quarteirão)
4. O que faz?____________________________________(profissão/ocupação)
5. Sabe ler e escrever? Sim___ Não____
6. Se respondeu sim na pergunta anterior, qual é o grau máximo de escolaridade que
concluiu? Se respondeu não, então responde a pergunta a
seguir.________________________.

Parte II: Conhecimentos e práticas alimentares

7. O que entende por diabete?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________.

8. Sofre de diabetes? Sim____ Não_____


9. Se sim, desde quando? Se não, não responde a pergunta
seguinte._____________________________________________________.

33
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
.
10. Como tem feito o controlo/tratamento da diabetes?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
____________________.
11. Para além de tratamento convencional, tem feito outro? Qual?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
______________________________________________________.
12. Na sua opinião quais os alimentos que podem ser usados para o controlo de diabetes?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________.
13. Dos alimentos mencionados na resposta anterior, qual deles tem usado para o controlo da
sua doença? Se não respondeu a pergunta anterior passa para a seguinte.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________.

14. Como tem preparado esses alimentos? Qual é a quantidade que toma?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________.
15. Na sua opinião e experiência, qual desses alimentos é mais eficaz? Explica porquê?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
_______________________________________________________.

Observações (informação adicional):

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

34
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______________________________________________________________________.

Fim!

Anexo I: Carta de aceitação do Supervisor

Carta de aceitação para supervisor do curso de licenciatura

Eu Luís Bernardo, com licenciatura em Ciências de Nutrição, aceito supervisionar o Projecto


de Pesquisa intitulado: Conhecimentos e práticas dos indivíduos em relação ao uso de
alimentos com potencial hipoglicemiante, caso vila de Magude, terceiro trimestre de
2022, da estudante Ângela Alberto Chongo, do 4º ano do Instituto Superior de Gestão e
Empreendedorismo Gwaza Muthini, do Curso de Licenciatura em Ciências de Nutrição para
a obtenção do grau de Licenciatura em Ciência de Nutrição, a ser realizado na vila de
Magude.

Por ser verdade, assino a presente carta de aceitação e em anexo se pode encontrar o meu CV
e fotocópia de BI e fotocópia do meu diploma.

Marracuene, ____/_____2023

O Supervisor

___________________________________

(Luís Bernardo)

35
Contacto: +258844160272 ou +258860742802

Correio eletrónico: luiznhambugue@gmail.com

Anexo II: Carta de Autorização do Supervisor Para a Submissão da Monografia

=ISGEGM=

Carta de Autorização do (a) supervisor (a) Para a Submissão da Monografia

Eu Luís Bernardo, supervisor de estuda Ângela Alberto Chongo, do 4º ano do curso de


Licenciatura em Ciências de Nutrição do Instituto Superior de Gestão e Empreendorismo
Gwaza Muthini (ISGEGM), com o título, Conhecimentos e práticas dos indivíduos em
relação ao uso de alimentos com potencial hipoglicemiante, caso vila de Magude,
terceiro trimestre de 2022, autorizo a submissão do mesmo á Direcção Científica do
ISGEGM.

O Supervisor

______________________________________

(Luís Bernardo)

Marracuene, aos____de Maio de 2023

36
Contacto: +258844160272 ou +258860742802

Correio eletrónico: luiznhambugue@gmail.com

37

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