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EMANUELLY CRISTINNE COSTA SANTOS

CONSEQUÊNCIAS DA DIETA DA MODA NA SAÚDE DA


MULHER

Bacabal – MA
2020
EMANUELLY CRISTINNE COSTA SANTOS

CONSEQUÊNCIAS DA DIETA DA MODA NA SAÚDE DA MULHER

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a
obtenção do título de graduado em Nutrição.

Orientador: Cristiane Gloor

Bacabal – MA
2020
EMANUELLY CRISTINNE COSTA SANTOS

CONSEQUÊNCIAS DA DIETA DA MODA NA SAÚDE DA MULHER

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a
obtenção do título de graduado em Nutrição.

BANCA EXAMINADORA

Prof (a). Titulação Nome do Professor (a)

Prof (a). Titulação Nome do Professor (a)

Prof (a). Titulação Nome do Professor (a)


Dedico Ester trabalho primeiramente a
Deus, minha família, orientador(a), amigos
e principalmente aos meus pais e ao meu
filho que foram meu alicerce para chegar
até aqui.
AGRADECIMENTOS

Quatro anos se passaram, muitos conhecimentos adquiridos e muitos desafios


foram superados, mas sozinha nada disso seria possível.
Agradeço em primeiro lugar a Deus, que se mostrou criador, que foi criativo.
Seu fôlego de vida em mim me foi sustento e me deu coragem seguir firme na minha
trajetória.
Aos meus pais Érika Fernanda e Antônio Bernardino que acompanharam de
perto minha luta,
Ao meu filho Cristian Emanuel por ter sido minha maior força.
Agradeço a minha família por acreditarem em mim e serem meu escudo; aos
meus poucos e verdadeiros amigos que conquistei e aos “velhos” que
compreenderam os meus dias de ausência, meu eterno agradecimento
Aos mestres, em especial as professoras Silvana Figueiredo e Suelen Leal que
muito alimentaram meus conhecimentos como aluna, profissional e ser humano.
A minha coordenadora Bruna Magalhães, que me estendeu a mão nos
momentos mais difíceis.
Enfim, a todos que eu amo e acima de tudo e de todos ao meu Deus, quero
expressar o meu muito Obrigada!
“Sonhos determinam o que você quer. Ação determina
o que você conquista “

(Aldo Novak)
SANTOS, Emanuelly Cristinne Costa. Consequências da dieta da moda na saúde
da mulher. 2020. 30 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Nutrição) – Faculdade Pitágoras, Bacabal, 2020.

RESUMO

As dietas da moda podem ser consideradas como padrões alimentares não usuais
que são seguidas com entusiasmo por seus defensores. Principalmente, são
utilizadas na tentativa de perda de peso rápida e controle de obesidade ou são
utilizadas de forma indiscriminada, sem acompanhamento profissional. Teve como
objetivo principal analisar as consequências da adesão de dietas da moda na saúde
da mulher. O tipo de pesquisa realizado se caracteriza como uma Revisão de
Literatura, realizada através da consulta a livros e artigos científicos, selecionados
através de busca nas seguintes bases de dados: BVS, LILACS, SCIELO e o Google
Acadêmico. O período utilizado para busca, foram dos últimos 10 anos. Os resultados
desse estudo mostram que a prática indiscriminada de dietas da moda pode provocar
perda de peso em curto prazo, porém, podem acarretar em malefícios como dores de
cabeça, fraqueza e irritabilidade. O público feminino e os indivíduos com excesso de
peso são os mais atingidos, devido ao maior histórico de tentativas em busca do corpo
ideal. Portanto, uma dieta deve ser orientada e acompanhada pelo nutricionista de
forma individualizada para atender as demandas nutricionais e energéticas
pertinentes a cada indivíduo. Vale ressaltar que a prescrição de planos alimentares é
de total competência desse profissional e a divulgação de dietas por pessoas não
habilitadas devem ser proibidas, uma vez que ferem a ética profissional e
principalmente acarretam danos à saúde daqueles que a seguem.

Palavras-chave: Consequências; dieta da moda; saúde da mulher.


SANTOS, Emanuelly Cristinne Costa. Consequences of the fad diet in women's
health. 2020. 30 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) –
Faculdade Pitágoras, Bacabal, 2020.

ABSTRACT

The fad diets can be considered as unusual dietary patterns that are followed with
enthusiasm by its advocates. Especially, are used in an attempt to fast weight loss and
control of obesity or are used indiscriminately, without professional follow-up. Had as
main objective to analyze the consequences of the accession of fad diets in women's
health. The type of research conducted is characterized as a literature review,
performed by consulting the books and scientific articles, selected through search
engines in the following databases: LILACS, SCIELO, BVS and Google Scholar. The
period used for searching, were the last 10 years. The results of this study show that
the indiscriminate practice of fad diets can cause weight loss in the short term,
however, may result in harmful effects such as headaches, weakness and irritability.
The female audience and individuals with excess weight are the most affected, due to
the larger history of attempts in search of the ideal body. Therefore, a diet must be
guided and accompanied by a nutritionist in an individualized manner to meet the
nutritional demands and energy relevant to each individual. It is worth mentioning that
the prescription of food plans is full of professional competence and the dissemination
of diets by unauthorized persons should be prohibited, since they injure the
professional ethics and mainly cause damage to the health of those that follow.

Keywords: Consequences; fad diet; women's health.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 09

2. A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NO PROCESSO DE


EMAGRECIMENTO .................................................................................................. 11

3. FREQUÊNCIA DO USO DE DIETAS DA MODA ENTRE


MULHERES...............................................................................................................16

4. AS CONSEQUÊNCIAS DA INFLUÊNCIA DA MÍDIA NAS


DIETAS......................................................................................................................21

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 25

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 26
9

1. INTRODUÇÃO

Na mídia falada e escrita, regularmente são publicadas dietas da moda, o que


induz os indivíduos a ilusões de emagrecimento rápido e sem sacrifício, que, além de
não preconizarem a mudança de hábitos alimentares e a necessidade da prática de
atividade física, não estimulam hábitos saudáveis, o que, a longo prazo, pode
comprometer a saúde em muitos aspectos. Nesse sentido, as dietas com valor
energético muito baixo podem promover a redução do metabolismo basal pela perda
de massa muscular que será utilizada para fornecer energia ao organismo, e as dietas
que excluem certos tipos de alimentos, culminando com carências nutricionais
específicas.
Tais práticas alimentares consistem em um problema complexo, onde não
existe preocupação com a saúde e sim com o resultado final. Com o aparecimento de
sinais e sintomas clínicos durante o processo de emagrecimento forçado. O público
feminino e os indivíduos com excesso de peso são os mais atingidos, devido ao maior
histórico de tentativas em busca do corpo ideal.
O estudo se justifica por ser um tema de interesse para profissionais e
estudantes da área da saúde, tendo em vista que esses tipos de dietas são
inadequadas do ponto de vista nutricional e de saúde, sendo importante salientar que
a melhor maneira de perder peso e manter é através de uma reeducação alimentar,
que quando orientada pelo profissional nutricionista, e aliando à prática de atividade
física regular, efetiva uma perda de peso que não compromete a saúde e a sua
manutenção.
Que teve como questionamento norteador: Aderir ao uso das dietas da moda
podem acarretar em doenças?
Teve como objetivo principal analisar as consequências da adesão de dietas
da moda na saúde da mulher. Como objetivos secundários: apontar a importância da
alimentação saudável no processo de emagrecimento; verificar a frequência do uso
de dietas da moda entre mulheres; mostrar as consequências da influência da mídia
nas dietas.
O tipo de pesquisa realizado se caracteriza como uma Revisão de Literatura,
realizada através da consulta a livros e artigos científicos, selecionados através de
busca nas seguintes bases de dados: BVS, LILACS, SCIELO e o Google Acadêmico.
10

O período utilizado para busca, foram dos últimos 10 anos. Os descritores desta
pesquisa são: consequências; dieta da moda; saúde da mulher.
11

2. A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NO PROCESSO DE


EMAGRECIMENTO

A busca de um corpo esteticamente bonito é o desejo de uma imensa fatia da


população. Contudo, a maioria das pessoas que busca uma melhor condição estética
para seus corpos não dispõem de informações fidedignas acerca de métodos para
emagrecimento. Muitas vezes elas colocam sua saúde em risco na tentativa de
emagrecer. Ou por não saberem o que estão fazendo ou por seguirem sugestões
equivocadas que lhes são transmitidas (OLIVEIRA, 2010).
Especialmente no que se refere ao emagrecimento, o controle de peso consiste
num fenômeno complexo e com insucesso recorrente, que, muito além do
estabelecimento de balanços energéticos negativos, exige que se estabeleçam
modificações comportamentais de modo a interferir de maneira efetiva e definitiva nos
hábitos de vida (LEÃO et al., 2015).
Associada ao padrão do corpo magro, são veiculadas as mensagens de
sucesso, controle, aceitação, conquistas de amor e estabilidade psicológica. Assim, a
mulher acredita que, com a magreza, alcançará todas essas qualidades positivas,
sendo a prática de dietas vendida como solução para todas as dificuldades. E, na
ocorrência de insucesso na redução de peso, a mulher é vista como incapaz e sem
autocontrole (VALE, 2011). Entretanto, o padrão imposto como ideal não respeita os
diferentes biotipos e induz as mulheres a se sentirem gordas e desejarem o
emagrecimento. Para isso, iniciam dietas e aderem a práticas inadequadas de
controle de peso, tais como: fumo, vômitos autoinduzidos, laxativos e remédios para
emagrecer (KRAEMER, 2014). Portanto, a não aceitação do corpo leva muitas
mulheres a caírem na armadilha das dietas, sendo essa alienação quanto aos seus
corpos apoiada pela indústria do emagrecimento, que perpetua os mitos acerca das
dietas.
No contexto da ciência da Nutrição, a dieta é entendida como um padrão de
alimentação. O termo dieta também aparece relacionado às dietas terapêuticas, que
são modificações do padrão normal de dieta adequada, seguindo as recomendações
nutricionais vigentes para atender às necessidades específicas. E, ainda,
conceitualmente, uma dieta pode ter o objetivo de diminuição, manutenção ou
aumento de peso, a depender das necessidades do indivíduo (ALVARENGA, 2019).
12

Pires (2011), salienta a procura por resultados mais rápidos, e com a tecnologia
em alta, muitas pessoas tem acesso a informações que muitas vezes não é segura,
onde usam sem conhecimento os suplementos ergogênicos, onde na maioria das
vezes não seria preciso o uso. Hábitos alimentares estão diretamente relacionados
com a disponibilidade de alimentos, bem como, a cultura, renda, e cada significado
empregado pelas pessoas sobre o mesmo.
O índice de alimentação saudável constitui uma medida da qualidade da dieta
por meio de um sistema de avaliação de 12 componentes (nove grupos alimentares e
conteúdo total de gordura saturada, sódio e energia provenientes de gordura sólida,
bebidas alcoólicas e açúcares) de acordo com as recomendações dietoterápicas
americanas. Esse índice tem sido considerado um instrumento com amplo potencial
de uso na epidemiologia nutricional, útil para a descrição e o monitoramento do padrão
alimentar da população e para a avaliação das intervenções realizadas (SILVA, 2012).
A soma de todos os seus componentes totaliza um índice de alimentação saudável
máximo de 100 pontos, sendo as dietas com escore total menor do que 51 pontos
classificadas como “de baixa qualidade”, com 51 a 80 pontos como “dietas que
necessitam de melhorias”, e as com mais do que 80 pontos, como “ótimas” (FELIPPE,
2011).

Os alimentos gordurosos devem ser substituídos por alimentos ricos em


gorduras boas, os carboidratos refinados devem ser substituídos por
carboidratos complexos ricos em fibras, e, além disso, a população deve
estabelecer consumo de proteínas de alto valor biológico e a ingestão calórica
deve estar dentro das recomendações energéticas, garantido dessa forma a
manutenção do peso corporal e a manutenção da saúde (BONOTTO, 2012,
p. 27).

A literatura científica já estabeleceu claramente que a redução de calorias


combinada com o aumento do gasto energético por meio da prática de exercícios
físicos é a maneira mais eficiente para a perda de peso (FRANZ, 2017), porém ainda
ocorre com frequência a adoção de dietas muito restritivas e práticas para perda
ponderal rápida, mesmo que tais medidas não tenham ainda resultados a longo prazo
bem estabelecidos, assim como seus impactos na saúde do indivíduo. Para o público
feminino, tem sido crescente o surgimento de dietas populares para combater a
obesidade e provocar a perda ponderal de peso a curto prazo, sendo estas publicadas
principalmente em revistas não científicas (FREEDMAN, 2011). A avaliação da
qualidade nutricional dessas dietas ainda é escassa na literatura científica.
13

Segundo uma breve revisão da literatura, onde Arstrup e Hjorth (2017)


analisaram qual dieta seria mais adequada para perda de peso, se seria uma com
baixo teor de carboidratos ou com baixo teor de gorduras, eles chegaram à conclusão
que dependeria do metabolismo da glicose de cada indivíduo, ou seja, indivíduos com
sobrepeso que são normoglicêmicos, apresentam uma melhor perda de peso com
dietas com baixo teor de carboidratos e gordura e indivíduos com pré-diabetes
apresentam uma melhora na perda de peso utilizando carboidratos de qualidade
melhor, no que se refere ao índice glicêmico, e também nas quantias dos outros
macronutrientes, dietas pobres em carboidratos e ricas em gorduras boas e proteínas,
promoveram perda de peso e melhora no controle glicêmico.
Por isso, a ciência da nutrição destaca que todo indivíduo deve ter uma
alimentação saudável e equilibrada, tanto em qualidade como em quantidade. Hábitos
alimentares inadequados, alto consumo energético e falhas no metabolismo levam à
obesidade e à deficiência de nutrientes, que afetam mais de dois bilhões de pessoas
mundialmente. Isto ocorre porque há um consumo cada vez maior de alimentos
industrializados (LIBERATO, 2016).
Segundo Nathan Rodrigues (2016) os brasileiros estão procurando uma
alimentação saudável por entenderem a importância dessa postura para a própria
saúde. A adoção de um cardápio mais equilibrado, por exemplo, previne o surgimento
de doença crônicas e a ingestão de frutas, verduras, legumes e cereais integrais que
contêm vitaminas, fibras e outros compostos, auxilia na defesa natural do corpo.

O paciente deve compreender que a perda de peso é muito mais que uma
medida estética, o processo visa à redução da morbidade e mortalidade
associadas à obesidade, além de ser um início para a adesão de um novo
estilo de vida mais saudável, com uma reeducação alimentar e prática de
exercícios físicos regulares, para a manutenção do novo peso no longo prazo
(VIEIRA, 2017, p. 152).

A promoção da alimentação saudável (PAS) encontra-se inscrita no contexto


da promoção da saúde e, portanto deve pressupor a criação de condições favoráveis
à saúde do indivíduo e coletividades, implicando no desenvolvimento de ações
destinadas a fortalecer o acesso de pessoas a recursos e meios que lhe garantam
uma alimentação saudável e adequada. Tomando como base o conceito de promoção
da saúde da Organização Mundial da Saúde, é possível reafirmar que a PAS também
é um processo social e político, que envolve ações direcionadas ao fortalecimento das
14

habilidades e capacidades dos indivíduos e à mudança das condições sociais e


ambientais e econômicas, que trazem prejuízos à saúde de indivíduos e coletividades
(BRITO, 2012).
As recomendações para promoção da alimentação adequada e saudável
reforçam o direito humano básico de acesso permanente e regular à alimentação.
Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, a alimentação adequada
e saudável deve ser baseada em uma variedade de alimentos que contemple as
necessidades biológicas, sociais e emocionais dos indivíduos, além de
necessidades alimentares especiais; deve ser justa do ponto de vista social; ter como
referência a cultura alimentar e as dimensões de gênero, raça e etnia; ser acessível
física e financeiramente; equilibrada, harmônica e moderada em quantidade e
qualidade; prazerosa; e sustentável (BRASIL, 2014).

Dietas restritivas sem acompanhamento de profissional capacitado não


respeitam as necessidades fisiológicas dos indivíduos, visto que a maior parte
desses planos alimentares são desequilibradas nutricionalmente. Salienta-se
que dietas com oferta menor de 1200kcal/dia não suprem a necessidade
mínima de micronutrientes para mulheres adultas, bem como a taxa de
metabolismo basal (LIMA, 2010, p. 58).

Apesar de se mostrarem inicialmente bem-sucedidas na perda de peso, as


estratégias de mudança de estilo de vida (com dietas restritivas), no geral, não
demonstram sucesso na manutenção do peso no longo prazo. Recentemente, vários
mecanismos compensatórios foram elucidados e explicam como o corpo se opõe ao
novo peso perdido e esse mecanismo de compensação acaba resultando em reganho
de peso. Tal mecanismo envolve alterações no metabolismo energético, no
metabolismo dos nutrientes, adaptações neuroendócrinas e alterações na fisiologia
do intestino (BLOMAIN, 2013).
Independentemente de classe social, ao longo das últimas décadas a
população brasileira substituiu alimentos isentos de processamento e/ou
industrializados por alimentos ultra processados (MONTEIRO, 2011). Estes produtos
apresentam características desfavoráveis do ponto de vista nutricional por serem
formulações industriais compostas em grande parte, se não inteiramente, por óleo e
gordura, inclusive hidrogenada, açúcar, amido modificado, corantes, aromatizantes e
realçadores de sabor, possuindo maior densidade energética, teor de açúcar, gordura,
sódio e potássio e menor teor de fibras que os alimentos industrializados com menor
15

processamento (LOUZADA, 2015). Entretanto, são palatáveis, acessíveis


financeiramente e duráveis, do ponto de vista do tempo de armazenamento,
apresentando-se como opções rápidas de consumo.
Um aspecto marcante desse modelo se baseia no declínio do consumo de
alimentos in natura em detrimento do aumento do consumo de alimentos
industrializados, contradizendo o que as diretrizes e guias de alimentação saudável
dos órgãos de saúde disseminam. Dessa forma, os alimentos globalizados fazem
parte de uma cultura alimentar dominante que se distancia cada vez mais da
diversidade de culturas alimentares alternativas, locais e tradicionais (TRICHES,
2015).
A cultura se inscreve no processo alimentar dos humanos, com escolhas
influenciadas pela forma como as pessoas veem e sentem o mundo. Escolhe-se o
alimento e a quantidade. Comer moderadamente ou excessivamente. Também,
quando se escolhe o que comer nem sempre se prioriza o consumo de nutrientes,
mas a dimensão simbólica do alimento. O que este representa para si. Então, mudar
hábitos alimentares significa mudar símbolos, representações (CONTRERAS, 2011).
Para a aquisição de hábitos alimentares mais saudáveis é importante ter
conhecimentos sobre alimentação e nutrição observou-se que, isoladamente, o
conhecimento não é capaz de promover mudanças no comportamento alimentar,
provavelmente por este ser influenciado por diversos fatores. acredita-se que a
melhora do conhecimento nutricional seja o início para uma posterior melhora nas
escolhas alimentares (ALBUQUERQUE et al., 2013).
16

3. FREQUÊNCIA DO USO DE DIETAS DA MODA ENTRE MULHERES

A televisão, os desfiles de moda, as propagandas, e de forma geral, a mídia,


estão expondo crescentemente um modelo corporal padrão, nas mulheres com corpos
magros e definidos e nos homens, corpos fortes e musculosos como modelos
desejáveis (COELHO, et al., 2016). A mídia, juntamente com as demais experiências
de vida, influencia no modo que o indivíduo se relaciona com o seu corpo (FROIS;
MOREIRA; STENGE, 2011). Com isso, a mesma, apresenta papel decisivo nos ideais
de imagem corporal com o poder de formar conceitos, opiniões e comportamentos,
sendo o espelho do que a sociedade dita como verdade (MEDINA, 2005).
A indústria da beleza sugere que ao acontecer uma mudança no corpo, a vida
e qualquer acontecimento emocional aversivo irão sofrer mudanças também. Sendo
assim, o corpo se torna inteiramente responsável pelas contingências negativas que
o indivíduo sofre. Há uma validação social diante a regra imposta, em que se constitui
a crença que o emagrecimento se relaciona ao bem-estar emocional e social. Essa
validação se torna fidedigno para sociedade, tornando a magreza padrão estético
prevalecente, e isso pode ser um elemento determinante para o desenvolvimento de
transtornos alimentares (COPETTI, QUIROGA, 2018).
O modelo de corpo perfeito mostrado pela mídia é esbelto e magro. Muitos
indivíduos que se encontram com o corpo fora do padrão estabelecido pela sociedade
sentem-se mal e buscam com seus próprios esforços, dietas que levem ao
emagrecimento de forma rápida. A busca pelo corpo perfeito tem levado as pessoas
a adotarem alguns tipos de dietas consideradas ‘dietas da moda’, que visam
emagrecimento, resultados rápidos e nem sempre seguros e duradouros
(MARANGONI; MANIGLIA, 2017).

A mídia tem um papel fundamental no incentivo a essa perda de peso,


influenciando o desejo de um corpo mais esbelto. O público feminino e os
indivíduos com excesso de peso são os mais atingidos, devido ao maior
histórico de tentativas em busca do corpo ideal. Com isso, as dietas restritivas
ganharam destaque. Todavia, por apresentarem grandes restrições
alimentares, são de difícil continuidade (MARANGONI; MANIGLIA, 2017,
p.36).

A influência que a mídia tem sobre as mulheres, induz a busca do corpo ideal
por meio de dietas da moda e procedimentos estéticos invasivos, sendo capaz de ter
uma melhora significativa da autoestima, mesmo passando por estes processos a
17

sensação de insatisfação ligada a vontade de novas transformações corporais, na


região modificada ou em outra parte do corpo que não agrada permanece no
consciente. A mídia de várias maneiras passa mensagens relacionadas à beleza ideal,
priorizando a moda, a estética, o consumo, desta maneira a beleza natural torna-se
ofuscada, fazendo as mulheres desenvolverem o sentimento de insegurança com sua
imagem corporal (GRACIANO; EMILIANO, 2015).
A maioria das pessoas opta por seguir um regime alimentar para
emagrecimento em busca de uma melhor aparência. A mídia tem um papel importante
no incentivo a essa perda de peso, influenciando o desejo de um corpo magro. O
público feminino e os indivíduos com excesso de peso são os mais atingidos, devido
ao maior histórico de tentativas em busca do corpo ideal (OLIVEIRA, 2010).
Segundo Oliveira e Hutz (2010), devido a insatisfação entre as mulheres com
relação ao seu corpo, são tomadas determinadas ações arriscadas, como a realização
de dietas sem orientação de um nutricionista, atividades físicas exageradas, utilização
de medicamentos como diuréticos, laxantes e anorexígenos e a indução do vômito
que podem desencadear transtornos.
Por isso, especulações sobre práticas alimentares para emagrecimento criam
um padrão de corpo exemplar, que são disseminados representando interesse de
algum fragmento, como as propagandas e revistas que, indiretamente, estabelecem
que a aparência física seja autora da felicidade e sucesso. Podemos dizer que são
vendidos, incessantemente, produtos e serviços que cooperam tanto com a
obesidade, bem como com um padrão estético impecável, constituindo uma
contradição (WITT, SCHNEIDER, 2011).
A mídia contribui para construção de um padrão estético da população através
da definição de um padrão de beleza, referindo aos corpos que são considerados
ideais e sem imperfeições. Revistas têm publicado matérias apresentando métodos
de emagrecimento utilizados por artistas, pressionando ainda mais o público leitor.
Dessa forma o público torna-se mais suscetível a ceder às dietas com apelo ao
emagrecimento rápido (VARGAS et al., 2018), pois existe um ideal de constituição
física e, quanto mais ele distanciar-se do real, maior será o risco para com a
insatisfação da imagem corporal, transtornos alimentares e atitudes alimentares
inadequadas, bem como, omissão de refeições e substituição de refeições como
almoço e jantar por lanches ou “shakes” de baixa caloria (OLIBONI et al., 2015).
18

As restrições severas de calorias e nutrientes também geram consequências


à saúde de seus adeptos, e ainda não garantem o emagrecimento tão esperado por
elas, pelo contrário, o temido efeito sanfona está entre uma das consequências
causadas pelas dietas da moda levando ao risco de doenças crônicas não
transmissíveis futuramente (ANTUNES et al., 2015). Os sujeitos restritivos são
sensíveis à informação nutricional, especialmente a que se refere à composição
energética dos alimentos e a técnicas de modificação do comportamento que envolve
o controle de estímulos.
Conforme Betoni et al., (2010), dietas muito restritas em calorias podem levar
ao aumento nas cetonas urinárias, interferindo na liberação renal do ácido úrico. Como
consequência da elevação dos níveis séricos desse ácido, pode haver o aparecimento
de gota úrica. Além disso, o colesterol sanguíneo pode aumentar em razão da maior
mobilização da gordura corporal, levando ao risco de desenvolvimento de cálculo biliar
e doenças cardiovasculares. Observou-se ainda que as reduções de peso decorrente
de dietas muito restritivas em calorias resultam em uma perda de 9 a 26 Kg em quatro
a vinte semanas, no entanto, o tempo de permanência com o peso reduzido é breve.
Segundo Deram (2014) fazer uma dieta restritiva é algo que estressa o corpo e
o cérebro. O cérebro não percebe a perda de peso como uma busca de beleza,
percebe-a como um grande perigo, por isso, desenvolve mecanismos de adaptação
para proteger o organismo, ou seja, irá aumentar o apetite, diminuir o metabolismo e
aumentar cada vez mais a obsessão por comida, justamente para que se coma e não
se corra nenhum risco de perder tecido adiposo que é utilizado como principal fonte
de energia .

A aderência às dietas da moda restritivas está se tornando cada vez mais


comum e os indivíduos que a seguem vem apresentando algum resultado em
curto prazo, mas em longo prazo, estas pessoas podem entrar em efeito
rebote, ou seja, tendem a ganhar mais peso do que quando não estavam em
restrição calórica, o que leva à insatisfação corporal, transtornos alimentares
e infelicidade (SOIHET; SILVA, 2019, p.27).

A mídia vem contribuindo para o aparecimento de conceitos inadequados a


respeito de saúde na busca de um corpo ideal. Tal apelo tem aumentado à veiculação
de dietas impróprias e inadequadas do ponto de vista nutricional. As mensagens
destes meios são aproveitadas pelos adolescentes na construção da identidade e do
processo de socialização (VIANA, 2014)
19

Tais conteúdos encorajam o seguimento dos chamados modismos


alimentareis, que na maioria das vezes representam verdadeiras agressões ao
organismo humano. Salienta-se que, considerando-se as bases fisiológicas da
nutrição e que estas dietas só, em sua maioria, extremamente hipocalóricas, contendo
muito abaixo do necessário em calorias e outros nutrientes. O seguimento das
mesmas pode repercutir em efeitos deletérios no organismo humano, podendo, a
médio prazo, corroborar para o ganho de peso ainda mais expressivo que o anterior
ao seguimento destas, visto o stress físico e psicológico que se submetem as pessoas
que as seguem e até mesmo o surgimento de novas doenças, como anorexia nervosa,
anemia, deficiência de zinco e hipovitaminoses (ALVARENGA et al., 2015).
Viana (2014) afirma que há um crescimento preocupante nos últimos anos de
divulgações de dietas da moda, atribuídos pela mídia sejam por associações de
revistas não cientificas, livros periódicos ou por outros meios de comunicação.
Segundo Barros et al., (2013) as dietas da “moda” surgem a todo momento como uma
alternativa imediata de tratamento para a obesidade. Contudo, elas podem promover
uma rápida perda de peso, porém, ao retornarem os antigos hábitos, como reposta do
organismo, o peso inicial também é recuperado rapidamente.
Essas dietas milagrosas sejam com privação parcial ou total de alimentos e/ou
nutrientes está intimamente ligada ao atual conceito sociocultural de beleza. As dietas
impostas não funcionam, pois do ponto de vista científico elas não promovem perda
de peso a longo prazo, elas podem trazer consequências clínicas, físicas, emocionais
e psicológicas promovendo a obsessão por comida e o “terrorismo nutricional” além
de poder levar a transtornos alimentares (ALVARENGA et al., 2015).

A mídia contribui para o surgimento de conceitos errôneos a respeito de


saúde e estética, veiculando várias “dietas da moda”, que induzem à
população a desejada perda de peso e sem sacrifícios, que não propiciam
hábitos saudáveis, o que em longo prazo pode comprometer a saúde em
muitos aspectos (FARIA; SOUZA, 2017, p. 197).

Dessa maneira, a melhor alternativa para perder peso sem retomá-lo e


principalmente, de modo saudável e natural é através da reeducação alimentar.
Hábitos alimentares saudáveis conquistados por meio da reeducação tem como base
principal o equilíbrio nutricional, sem que existam deficiências alimentares ou qualquer
sacrifício. Para tal, o indivíduo aprenderá a conter seus desejos e impulsos, se
reeducando e aprendendo novamente, porém da maneira certa, emagrecendo e
20

mantendo a forma com hábitos saudáveis, sem ocasionar nenhum prejuízo ao corpo
(SANTOS, 2010).
O crescimento das dietas de emagrecimento mostra como a sociedade, em
especial o público feminino, está insatisfeita com o corpo. Por essa razão, há, cada
vez mais, um aumento no aparecimento de TA. Essa preocupação se dá por acharem
que a diminuição do peso corporal irá dar estabilidade psicológica, motivação,
conquista amorosa e aceitação social. A pressão pelo ideal de magreza é cada vez
mais prejudicial para o aparecimento de distúrbios da imagem corporal, contribuindo
para que os indivíduos adotem esses métodos compensatório (FARIA; SOUZA, 2017).
21

4. AS CONSEQUÊNCIAS DA INFLUÊNCIA DA MÍDIA NAS DIETAS

As dietas da moda, que prometem redução de peso rápida e sem sacrifícios,


são dissociadas dos diversos determinantes da saúde e da nutrição, e constituem
padrões de comportamento alimentar não usuais, adotados entusiasticamente por
seus seguidores. Seu sucesso é atribuído especialmente à motivação inicial das
pessoas pelo contato com algo novo, além da promessa de resultados rápidos
(VIGGIANO, 2017). Entretanto, a adesão à dieta é temporária, sendo usualmente
abandonada em poucas semanas, uma vez que as mudanças propostas não
condizem com os hábitos e o cotidiano do indivíduo. De forma geral, além de não
possuírem embasamento científico, essas dietas criam expectativas irreais
relacionadas à velocidade e à quantidade de peso perdida. Podem, ainda, causar
deficiências nutricionais e potenciais riscos à saúde, se conduzidas por um longo
período (BETONI; ZANARDO; CENI, 2010).
O emprego de dietas radicais, são utilizadas por pessoas que desejam
emagrecer muito em uma pequena quantidade de tempo. O maior problema é que
essas dietas que propiciam um emagrecimento rápido, oferecem grandes quantidades
de certo nutriente, mas em compensação acaba ocorrendo carência em outro tipo de
nutriente, e ao existir uma sobrecarga ou carência de nutrientes no nosso corpo,
consequentemente irá haver efeitos colaterais no nosso organismo, dentre as
doenças mais comuns, considera-se a diabetes, osteoporose e anemia (BASTOS;
RIBEIRO; LISBOA, 2015).
As dietas que visam a redução de peso são muito difundidas em revistas não
científicas e adotadas de forma abrangente por pessoas leigas, geralmente sem
critério de escolha ou orientação profissional (BETONI; SKZYPEK ZANARDO; CENI,
2010). Entre essas dietas, chamadas da moda, uma que tem ganhado popularidade
especial por apresentar uma perda de peso rápida é a pobre em carboidratos, a
chamada dieta low carb (SEIDELMANN et al., 2018).
Há também as dietas muito restritivas permitindo somente um grupo de
alimentos como a dieta da sopa, ou a dieta da lua. Geralmente pobre em nutrientes
importantes para o funcionamento adequado do corpo, podendo levar a sérios
distúrbios metabólicos, entre eles a formação de corpos cetônicos, anemias,
hipovitaminoses e deficiência de minerais. Para se ter sucesso na perda de peso é
22

preciso que haja uma reeducação nutricional acompanhada de exercícios físicos e


mudança de hábitos (BETONI; ZANARDO; CENI, 2010).

Comportamentos arriscados ao aderirem dietas que leva a uma alimentação


incorreta. Tal fato ocasiona a perda de nutrientes, vitaminas e sais minerais
necessários para a saúde e traz consigo efeitos colaterais como cansaço,
dores de cabeça, intoxicação alimentar, alterações metabólicas do sistema
digestivo, que podem ocasionar doenças como diabetes, osteoporose,
anemia e até perda temporária de movimento dos membros. (BASTOS;
RIBEIRO; LISBOA, 2015, p. 39).

Todo este cenário vem distorcendo a relação entre o indivíduo e o seu estado
nutricional, alterando a auto percepção da sua imagem corporal, com sentimento de
insatisfação (WITT; SCHNEIDER, 2011). Assim, a ideia e busca incessante pela
magreza pode influenciar a população a aderirem a dietas veiculadas na mídia, que
prometem emagrecimento rápido e sem sofrimento.

Para a mídia, a mensagem da boa forma e beleza é algo que produz lucro;
desta forma o assunto é propagado em todos os veículos de comunicação
exaustivamente. Produtos, técnicas, dietas e exercícios físicos são citados
exaustivamente como meios para obter o almejado corpo perfeito, mas para
conseguir atingir este patamar é preciso consumir alguns destes dispositivos.
Desse modo, não é apenas a busca pela saúde e beleza que faz com que
pessoas gastem fortunas para ter o corpo ideal, mas também pelo status que
ele proporciona, uma vez que ele é um meio de representação social (FLOR,
2019, p.271).

A mídia vem contribuindo para o aparecimento de conceitos inadequados a


respeito de saúde na busca de um corpo ideal. Tal apelo tem aumentado à veiculação
de dietas impróprias e inadequadas do ponto de vista nutricional. As mensagens
destes meios são aproveitadas pelos adolescentes na construção da identidade e do
processo de socialização (VIANA, 2014).
A maioria das “dietas da moda” leva a uma perda de peso em pouco tempo, o
que é vantajoso para algumas pessoas que querem resultados em curto prazo. No
entanto, assim que são interrompidas, provocam aumento ponderal, muitas vezes
superando o anterior, o que leva ao desestímulo, pois se trata de busca que nunca
atinge seu objetivo de forma integral (VIGGIANO, 2017).
Para Contreras e Gracia (2011), os transtornos gerados por dietas inadequadas
com restrição de diversos nutrientes aumentaram substancialmente e, em todos os
casos, os diagnósticos estão associados, principalmente, à anorexia ou bulimia
nervosa. Deram (2014) assegura que as dietas, de cunho restritivo apresentam um
23

risco altíssimo de desenvolver bulimia nervosa, além de interferir prejudicialmente na


saciedade da pessoa que se submete a tal situação.
Desta forma, a mídia digital e impressa vem contribuindo, sobremaneira, para
o surgimento de conceitos errôneos a respeito de saúde na busca de um “corpo ideal”,
veiculando várias “dietas da moda”, além de dicas, simpatias, depoimentos pessoais,
tabelas de calorias e outras informações não científicas com o objetivo de perda de
peso (FARIAS, 2014).
Apesar de se mostrarem inicialmente bem-sucedidas na perda de peso, as
estratégias de mudança de estilo de vida (com dietas restritivas), no geral, não
demonstram sucesso na manutenção do peso no longo prazo. Recentemente, vários
mecanismos compensatórios foram elucidados e explicam como o corpo se opõe ao
novo peso perdido e esse mecanismo de compensação acaba resultando em reganho
de peso (BLOMAIN, 2013).

Comportamentos arriscados ao aderirem dietas que leva a uma alimentação


incorreta. Tal fato ocasiona a perda de nutrientes, vitaminas e sais minerais
necessários para a saúde e traz consigo efeitos colaterais como cansaço,
dores de cabeça, intoxicação alimentar, alterações metabólicas do sistema
digestivo, que podem ocasionar doenças como diabetes, osteoporose,
anemia e até perda temporária de movimento dos membros (BASTOS;
RIBEIRO; LISBOA, 2015, p. 12).

A adoção de dietas restritivas pode trazer malefícios psicológicos, metabólicos


e também no surgimento de transtornos alimentares. Os indivíduos praticantes de
dietas preocupam-se de modo compulsivo com os alimentos que consomem, são mais
vulneráveis a comer descontroladamente após muito tempo de restrição e tendem a
possuir problemas emocionais como ansiedade e depressão. Ainda, existe enorme
relação entre indivíduos que restringem a sua alimentação e indivíduos
diagnosticados com transtornos alimentares (PEREIRA, 2016).
A falta de informações corretas conduz a comportamentos arriscados ao
aderirem dietas que leva a uma alimentação incorreta ou, até mesmo, a não ingestão
de alimentos. Tal fato ocasiona a perda de nutrientes, vitaminas e sais minerais
necessários para a saúde e traz consigo efeitos colaterais como cansaço, dores de
cabeça, intoxicação alimentar, alterações metabólicas do sistema digestivo, que
podem ocasionar doenças como diabetes, osteoporose, anemia e até perda
temporária de movimento dos membros (VIGARELLO, 2012).
24

Dietas restritivas sem acompanhamento de profissional capacitado não


respeitam as necessidades fisiológicas dos indivíduos, visto que a maior parte desses
planos alimentares são desequilibradas nutricionalmente. Salienta-se que dietas com
oferta menor de 1200kcal/dia não suprem a necessidade mínima de micronutrientes
para mulheres adultas, bem como a taxa de metabolismo basal (LIMA, 2010).
Uma alternativa para melhorar a qualidade de vida e, consequentemente,
alcançar a redução de peso, é o que se conhece por (re) educação alimentar, um
processo que perpassa pela educação nutricional. A educação nutricional estaria
vinculada a uma aprendizagem ativa, profunda e transformadora, sendo essa uma
forma mais efetiva de promover saúde (SANTOS, 2012).
Através de guias alimentares é utilizado para prescrever as necessidades
nutricionais do paciente, a pirâmide alimentar constituída por 8 grupos alimentares,
presentes que deve ser consumida durante 6 ou mais refeições ao dia para obter todos
os nutrientes necessários segundo sua idade, gênero e fator atividade física (LEAL et
al., 2010).
Com isso, é muito importante a atuação do nutricionista, para que seja feito um
levantamento individual do paciente, para que ele seja analisado e se for necessário
ser prescrita uma dieta, que irá se enquadrar perfeitamente com o metabolismo do
mesmo. Dietas errôneas levam a dificultar o trabalho não só do Nutricionista, mas
também de vários profissionais da área da saúde, podendo desencadear problemas
com estado nutricional ou físico do paciente (ARAÚJO, 2013).
25

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados desse estudo mostram que a prática indiscriminada de dietas da


moda pode provocar perda de peso em curto prazo, porém, podem acarretar em
malefícios como dores de cabeça, fraqueza e irritabilidade. Além de muitas vezes
promover o reganho de peso e serem dietas difíceis de seguir por tempo prolongado.
O público feminino e os indivíduos com excesso de peso são os mais atingidos, devido
ao maior histórico de tentativas em busca do corpo ideal.
Regularmente são divulgadas via internet, redes sociais e revistas destinadas
especialmente ao público feminino dietas da moda para emagrecimento que
incentivam a busca do corpo perfeito, por meio de estratégias rápidas e ilusórias, que
nem sempre estimulam a prática de atividade física e hábitos alimentares saudáveis.
Portanto, uma dieta deve ser orientada e acompanhada pelo nutricionista de
forma individualizada para atender as demandas nutricionais e energéticas
pertinentes a cada indivíduo. Vale ressaltar que a prescrição de planos alimentares é
de total competência desse profissional e a divulgação de dietas por pessoas não
habilitadas devem ser proibidas, uma vez que ferem a ética profissional e
principalmente acarretam danos à saúde daqueles que a seguem.
26

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