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FACULDADE UNIRB ARAPIRACA

CURSO DE BACHARELADO EM NUTRIÇÃO

DAMIANA BARBOSA DE LIMA

ALTOS NÍVEIS DE CORTISOL CAUSADO PELO ESTRESSE E SEUS


IMPACTOS NAS ESCOLHAS ALIMENTARES: revisão integrativa de
literatura

Arapiraca/AL
2022
DAMIANA BARBOSA DE LIMA

ALTOS NÍVEIS DE CORTISOL CAUSADO PELO ESTRESSE E SEUS


IMPACTOS NAS ESCOLHAS ALIMENTARES: revisão integrativa de
literatura

Monografia apresentada como requisito parcial para


obtenção do grau de Bacharel em Nutrição.

Orientadora: Profa. Ma. Gleyssielle Lira Prochazka

Arapiraca/AL
2022
BIBLIOTECA ZUZA PEREIRA / FACULDADE UNIRB ARAPIRACA – UNIRB

LIMA, Damiana Barbosa De


Altos níveis de cortisol causado pelo estresse e seus impactos
nas escolhas alimentares / Damiana Barbosa De Lima. – Arapiraca Al, 2022.
50f.

Monografia (graduação) do Curso de Bacharelado em Nutrição –


Faculdade Unirb Arapiraca – UNIRB.

Orientador (a): Prof (a): Gleyssielle Lira Prochazka.

1. Cortisol. 2. Estresse. 3. Alimentação adequada.


I. Título.

CDD: 612.3
ALTOS NÍVEIS DE CORTISOL CAUSADO PELO ESTRESSE E PELA
ESCOLHA ALIMENTAR: revisão integrativa de literatura

DAMIANA BARBOSA DE LIMA

Monografia apresentada como requisito parcial


para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição.

Orientadora: Profa. Ma. Gleyssielle Lira Prochazka

Trabalho aprovado com média 7,0 em: 24 / 11 / 2022

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________
Profa. Ma. Gleyssielle Lira Prochazka - Orientadora

______________________________________________________
Prof. Gilberto Santos Morais Junior - Examinador

__________________________________________________
Profª. Natália Meireles Araújo - Examinador

Arapiraca-AL 2022
“A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces”. ARISTOTELES.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado forças nos momentos angustiantes e
por cada vitória ao longo desses anos na faculdade.

Em especial ao meu querido esposo Henrique que desde o dia da realização do


vestibular tem me acompanhado em direção a este sonho, mostrando que acreditava em mim
enfatizando sempre que eu tinha uma enorme potencial, isso me fortaleceu tanto, que
vencemos juntos. Obrigada minha vida, você é fantástico.

Aos meus lindos e amados filhos que me entenderam e me deram apoio nos momentos
que eu precisei me ausentar para estudar para as provas, trabalhos, foram noites em claro e dia
com pouco tempo para eles, mesmo assim não faltou admiração e muito amor.

Agradeço a minha família, meus onze irmãos que me inspiraram a lutar pelo que eu
queria, e a minha mãe que nos deixou ainda muito cedo, mas tenho certeza que ela fez parte
dessa história de conquista da única filha que conseguiu um diploma de um curso superior.

Aos amigos de turmas que fará para sempre parte da minha vida, obrigada pelo
acolhimento, amor e carinho e por ter tornado essa jornada mais feliz.

Agradeço aos professores que aos poucos me ajudaram na construção dos meus
saberes, que por vezes tiveram paciência comigo, demonstrando o seu amor pela profissão.

A minha paciente e dedicada orientadora Juliana, por toda a sua contribuição na


construção deste trabalho.
Dedico esse trabalho a minha família e em especial
ao meu tão amado e querido esposo que sempre
acreditou em mim, foi ele que me ajudou a não
desistir naqueles dias mais difíceis.
RESUMO

O estilo de vida moderno é caracterizado pela quantidade de demandas no dia a dia, que por
sua vez tem contribuído com excessos de preocupações com o grande acúmulo de atividades
no trabalho, em casa, em relacionamentos que requer uma dedicação e entrega para poder
conciliar e assim conseguir dá conta de tantas outras coisas. Porem toda essa correria tem
afetado de forma negativa todos os indivíduos acometidos pelas atribuições do mundo
moderno. Essa revisão tem como objetivo geral “apresentar os impactos alimentares
desenvolvidos através das alterações hormonais na vida dos indivíduos que vem sofrendo
diariamente pelo estresse advindo do estilo de vida moderno”. Esse estudo se justifica porque
ira apresenta conceitos que ajude os indivíduos a compreender como processos fisiológicos
contribuem para as escolhas alimentares e terá como tema: a importância de uma alimentação
saudável. Sua questão norteadora: “qual o impacto das alterações hormonais na vida desta
população que vem sofrendo diariamente com o estresse? ” Foi observado que o acumulo de
tarefas diárias trouxe preocupações que tem causado um estado de tensão, que mantém as
pessoas em estresse constante, desestabilizando o bem estar corporal afetando a homeostase
do organismo. Quando o estresse se torna intenso e incontrolável há um aumento dos níveis
de cortisol um hormônio importantíssimo na fisiologia humana, que quando em excesso pode
causar uma desordem hormonal, consequentemente trazendo transtornos a saúde. Sendo
assim, é notório que algumas atitudes diárias como alimentação saudável, tempo de sono
noturno, diminuir o estresse e/ou depressão são atitudes que minimizam o acumulo de cortisol
patológico no sangue.

Palavras chaves: Cortisol, Estresse, Alimentação adequada, Intervenção nutricional.


ABSTRACT

The modern lifestyle is characterized by the amount of daily demands, which in turn has
contributed to excesses of concerns with the large accumulation of activities at work, at home,
in relationships that require dedication and delivery to be able to reconcile and that way it
takes care of so many other things. However, all this rush has negatively affected all
individuals affected by the attributions of the modern world. This review has the general
objective “to present the dietary impacts developed through hormonal changes in the lives of
individuals who have been suffering daily from the stress arising from the modern lifestyle”.
This study is justified because it presents concepts that help individuals to understand how
physiological processes contribute to food choices and will have as its theme: the importance
of healthy eating. Its guiding question: “What is the impact of hormonal changes in the life of
this population that has been suffering daily with stress? ” It was observed that the
accumulation of daily tasks brought concerns that have caused a state of tension, which keeps
people in constant stress, destabilizing the body's well-being and affecting the homeostasis of
the organism. When stress becomes intense and uncontrollable, there is an increase in cortisol
levels, a very important hormone in human physiology, which when in excess can cause a
hormonal disorder, consequently bringing health disorders. Therefore, it is clear that some
daily attitudes such as healthy eating, nighttime sleep, reducing stress and/or depression are
attitudes that minimize the accumulation of pathological cortisol in the blood.

Keywords: Cortisol, Stress, Adequate food, Nutritional intervention.


LISTAS DE ABREVIATURAS

Síndrome Metabólica (SB) ....................................................................................................... 13


Hipotálamo-Pituitária-Adrenal (HPA) ..................................................................................... 18
Sistema Nervoso Central (SNC) ............................................................................................... 19
Sistema Nervoso Autônomo (SNA) ......................................................................................... 19
Hormônio Adreno-Corticotrófico (ACTH) .............................................................................. 19
Estresse motivador (eustress) ................................................................................................... 21
Estresse patológico (distress).................................................................................................... 21
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 14
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 16
2.1 HORMÔNIOS .................................................................................................................. 17
2.2 CONTEXTOS DA VIDA MODERNA ........................................................................... 20
2.3 ATIVIDADE FÍSICA ...................................................................................................... 22
2.4 CONCEITUANDO O ESTRESSE .................................................................................. 23
2.5 DEPRESSÃO ................................................................................................................... 25
2.6 TRATAMENTO NUTRICIONAL .................................................................................. 27
2.7 ALIMENTAÇÃO ADEQUADA ..................................................................................... 29
2.8 OBESIDADE E COMPORTAMENTO ALIMENTAR .................................................. 32
2.9 EQUIPE MULTIPROFISSIONAL .................................................................................. 35
3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 37
3.1 TIPO DE ESTUDO .......................................................................................................... 37
3.2 ETAPAS DA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA ..................................... 37
3.2.1 Identificando o tema e a questão de pesquisa ........................................................... 38
3.2.2 Estabelecendo os critérios para inclusão e exclusão ................................................ 38
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................................... 39
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 43
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 44
11

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, a alimentação saudável e equilibrada tem se tornado motivo para


discussão de diversas pautas de debates sobre como viver e ter qualidade de vida, por ser um
assunto consideravelmente de suma importância para todas as pessoas. É possível observar
que o consumo de alimentos que oferece nutrientes para a manutenção corporal, compõe um
grupo de ações compreendidas por hábitos saudáveis que tem como seu principal objetivo o
perfeito funcionamento corporal. Destaca-se ainda que, o ato de comer se faz necessário para
a manutenção das atividades orgânicas sem prejuízos à saúde, aumentado assim à qualidade
de vida dos indivíduos.
A sociedade moderna vem sendo classificada como um grupo de pessoas consumistas,
influenciadas pelo sistema da mídia que potencializa a propagação de um padrão de beleza
estético, e destaca a beleza corporal como sendo primordial, sempre colocando a magreza
como padrão a ser seguido. O mercado dos serviços de estética tem crescido e vem adquirindo
muitos adeptos levando em conta que os mesmos consideram importante à estética corporal.
(WITT; SCHNEIDER, 2011). A busca pelo corpo perfeito através de cirurgias estéticas tem
crescido, e com ela veio os distúrbios alimentares em busca da magreza idealizada. Pois no
contexto do mundo moderno da vida estressante e atarefada da população as escolhas
alimentares são influenciadas por esta estética corporal, e não necessariamente pela obtenção
da saúde. Contudo a mudança no estilo e padrões de uma dieta equilibrada deve também
atender as necessidades corporal em sua completa homeostase, neste sentido, os processos
fisiológicos e hormonais requerem atenção primordial.
Percebe-se que é necessário discutir sobre alimentação como parte de uma vida
saudável pesando no corpo como uma estrutura que necessita de atenção e de ser nutrido para
que a homeostase corporal permaneça em constante equilíbrio, pois existem diversos
desajustes que, a depender do estilo de vida, podem contribuir para que aconteça uma
desordem hormonal. Segundo Tortura, Derrickson (2016). Relata que o estresse hoje em dia
tem se tornado algo comum na vida das pessoas que fazem parte da sociedade moderna, onde
os estímulos estressores como, preocupações, ansiedade, trabalho exaustivo, mau
funcionamento do intertino, alimentação inadequada, doenças, sono não reparador, tem
colaborado para uma serie de desordens hormonais através da liberação do cortisol claro
Quando não acontece a regulação adequada da sua secreção. Naturalmente essas alterações
12

iram contribuir para uma superprodução de cortisol. Porém Em concentrações normais os


hormônios glicocorticoides em especial o cortisol ajuda o corpo a resistir ao estresse intenso,
permitindo que o corpo volte ao seu estado de normalidade.
Os autores (BITTENCOURT; VAZ; ZANIN; 2015 p.4) diz que: “os estresses estão
diretamente relacionados a problemas sociais (24,3%), problemas sociais no trabalho (27,2%),
e problemas de saúde de parentes (48,5%), de acordo com uma pesquisa realizada em 126
pacientes com sintomas duradouros de estresse”. Os estudos apontam que as demandas do
mundo moderno têm trazido uma sobrecarga muito intensa nas tarefas do dia-a-dia, mantendo
os indivíduos em estado de alerta o tempo todo. Em virtude do atual cenário o estresse está
fazendo parte cada vez mais da vida desta sociedade moderna, com os excessos nas atividades
do cotidiano, os projetos tanto na vida social quanto na particular está trazendo um grande
peso e acumulo na vida da população, pois estas demandas e cobranças juntamente com a
vontade de dá contam de tudo, considera-se que é a partir destes comportamentos que começa
a desencadear momentos estressantes que fazem com que o organismo libere uma serie de
radicais livres e substancias inflamatórias que muito colabora para as diversas alterações
hormonais. Os fatores que englobam esses motivos que leva os indivíduos a está neste estado
de alerta a todo tempo, deixa de ser um processo natural do corpo, para ser algo que muitas
vezes os mesmos não conseguem ter o controle, e se inicia, com base em pesquisas
comprovadas, um processo de desequilíbrio hormonal, afetando diretamente a saúde das
pessoas. Os fatores externos, como é o caso do estresse, têm dificultado este bem-estar físico,
mental e social, causando mudanças nas escolhas alimentares devido ao estilo de vida
inadequado prolongado. (BITTENCOURT; VAZ; ZANIN; 2015)
O sistema hormonal é um importante sistema de regulação de funções importantes do
corpo que atuam através dos hormônios onde ocorrem estímulos que promove ações rotineiras
consideravelmente favoráveis para a homeostase corporal. O organismo fisiologicamente
produz um hormônio chamado cortisol que é popularmente conhecido como o hormônio do
estresse. Ele é produzido nas glândulas supradrenais localizadas na região superior dos rins.
Segundo o autor (Moline, 2021) O corpo é formado por inúmeras estruturas diferentes, onde
são constituídas por milhões de células em todo organismo para colaborar com a homeostase
corporal, e nesta grande estrutura há uma serie considerável de substancias químicas que são
os hormônios, que circulam pelo sistema endócrino onde funciona uma gama de atividades
celulares, este sistema exerce funções onde as principais em destaque são, regular, coordenar,
e interagir com as atividades celulares e orgânicas de todo o corpo. Onde as glândulas
endócrinas, os hormônios e o órgão-alvo faz parte da sua composição. Os hormônios são de
13

extrema importância para o funcionamento normal do organismo, eles participam de funções


específicas como o crescimento e metabolismo de diversas células, que são fundamentais para
manter a normalidade das funções corporais.
Conclui-se que, o corpo é composto por diversos hormônios que por sua vez tem o
papel de regularizar os processos fisiológicos existentes, manter as funções corporais em
perfeito funcionamento. E então surgi um novo olhar em direção ao que de fato importa que é
a saúde e para isso é preciso adquirir uma boa alimentação que atenda às necessidades do
indivíduo e incluir na sua rotina hábitos saudáveis visando o interior das células e órgãos
pensando em sua plena homeostase corporal humana. É possível observar que existem
hormônios que agi diretamente em nosso comportamento alimentar, manutenção do peso, e
que contribui parar o surgimento de doenças. Dentre estes hormônios o cortisol é um
importante hormônio, as alterações em seus níveis podem não facilitar para que haja o
equilíbrio do organismo.
Bueno; Gouvêa; (2011). Destaca que o Hormônio cortisol ou hidrocortisona é o
principal e mais abundante glicocorticoide produzido pelo córtex suprarrenal que afeta
profundamente o metabolismo da glicose, das proteínas, e dos ácidos graxos livres. A
liberação deste hormônio também é influenciada pelos momentos de estresse como
mecanismo natural de defesa do organismo. A sua secreção segue um ritmo circadiano tendo
seus níveis elevados pela manhã e mais baixos à noite e é liberado de acordo com as
necessidades do organismo, quando há exposição constante ao estresse, prolonga
significativamente a secreção deste hormônio, causando assim altos níveis de cortisol diários.
O cortisol tem diversos efeitos em diferentes funções em todo o corpo, sua produção e
secreção são reguladas pelo eixo-hipotálamo-adrenal. Uma de suas funções é regular o
metabolismo, e medir a resposta ao estresse por isso que quando os individuas são expostos a
situações de perigo, o corpo precisa de maior energia muscular e é a partir daí que acontece a
mobilização das reserva energéticas. Neste sentido o cortisol quando é liberado permite que o
corpo fique em alerta . Este é um mecanismo que existe no corpo naturalmente e sua atuação
é no pâncreas para diminuir a insulina e aumentar o glucagon, os níveis de cortisol para
manter o perfeito funcionamento fisiológico segue um ritmo circadiano estando altos pela
manhã e baixos à noite. (THAU; GANDRI, SHARMA, 2021).
Segundo Pereira et al, (2018), o cortisol em níveis elevados pode levar a um balanço
incorreto de vários outros hormônios dente eles os ligados a fome e saciedade,
proporcionando um aumento do peso corporal. O cortisol vem Sendo conhecido como um dos
maiores responsáveis pelo aumento da gordura visceral onde é representado por um excesso
14

de acúmulo de gordura na região abdominal e uma relevante perda de massa magra, que
colabora para complicações na saúde e vem sendo considerado o maior inimigo da síndrome
metabólica doença muito comum nos dias atuais, onde acontecem alterações no colesterol
total e dos triglicerídeos expondo os indivíduos à predisposição de doenças como infarto,
diabetes e hipertensão arterial sistêmica.
Síndromes metabólicas, que podem ser citadas a hipertensão arterial, diabetes mellitos,
que por sua vez, pode causar problemas cardiovasculares agravando a saúde.
Jesus (2020), fala que a síndrome metabólica (SB) representa um estado de saúde
caracterizada pelo agrupamento de fatores de risco para doença cardiovascular, dentre eles a
hipertensão arterial, dislipidemias e obesidade visceral e diabetes do tipo 2. O estilo de vida
contribui para o surgimento dessas patologias e as desordens hormonais têm sido
consideradas um dos fatores que pode afetar o sistema imunológico podendo deixar o
organismo mais suscetível a adquirir estas doenças, dentre as Síndromes metabólicas podem
ser citadas a hipertensão arterial, diabetes mellitos, que por sua vez, pode causar problemas
cardiovasculares agravando a saúde.

1.1 JUSTIFICATIVAS

Este trabalho ira apresenta conceitos que ajude os indivíduos a compreender como
processos fisiológicos contribuem para as escolhas alimentares e terá como tema: a
importância de uma alimentação saudável e equilibrada no controle do estresse e dos altos
níveis de cortisol.
Nesse sentido, se tem a seguinte questão norteadora: “qual o impacto das alterações
hormonais na vida desta população que vem sofrendo diariamente com o estresse”?

1.2 OBJETIVOS

Objetivo Geral:
Apresentar os impactos alimentares desenvolvidos através das alterações hormonais na
vida dos indivíduos que vem sofrendo diariamente pelo estresse advindo do estilo de vida
moderno.
15

Objetivos específicos:
- Mostrar os impactos do estresse na fisiologia corporal;
- Oferecer estratégias nutricionais que minimize o estado de estresse e assim diminuir o
cortisol sanguíneo;
- Demonstrar quais as principais intervenções nutricionais de um acompanhamento
nutricional adequado no tratamento das escolhas alimentares em pessoas com níveis de
cortisol alterado, visando à prevenção de doenças metabólicas.
16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O cortisol é um hormônio cuja produção é estimulada pelo estresse. Ele é liberado


pelas glândulas adrenais e, embora certa quantidade dele seja importante para a sobrevivência,
o organismo pode produzi-lo em excesso. Quando isso acontece, a pessoa se sente ansiosa e
estressada, além de apresentar uma tendência a ganhar peso. É essencial agir, caso note um ou
todos esses sintomas. Reduzir a produção de cortisol não só tem um efeito positivo sobre a
sua saúde geral, como pode deixá-lo mais relaxado e equilibrado.
A alimentação correta é muito importante para se ter o controle do cortisol sanguíneo.
Alimentos ricos em cafeína, como refrigerantes, bebidas energéticas e café, elevam os níveis
desse hormônio no sangue, a retirada dessas bebidas da dieta seria importante para o controle,
porém, no caso da necessidade de tomar essas bebidas, procurar horários onde seus índices,
no sangue são menores. É o caso de tomar café de sete hora da manhã, pois o pico de cortisol
das pessoas geralmente é atingido entre as 8:00 e 9:00 da manhã. Esses níveis são alterados
durante todo o dia, oscilando entre valores altos e baixos, e assim, devemos procurar os
melhores momentos para administrar essas bebidas (Bernaude e Rodrigues, 2013)
A ingestão de água também contribui no controle do cortisol sanguíneo. Devemos
beber mais de dois litros diários. Ela é problemática porque provoca desidratação e a
desidratação provoca estresse. Beber sempre bastante água durante o dia é importante para
reduzir as chances de ficar com o cortisol elevado.
Além da dieta líquida, a alimentação sólida também contribui na desregulação do
cortisol. Alimentos processados são famosos por elevarem as taxas de cortisol, Esse tipo de
alimento, especialmente os carboidratos simples e os açúcares, elevam o cortisol, nesse gurpo
de alimentos estão os pães brancos, massas comuns (não integrais), arroz branco, balas, bolos,
chocolates, dentre outros.
A alimentação errada provoca um estado de estresse no corpo além de ser uma porta
para o aumento de peso e como consequência, a obesidade.
O estresse provocado pelo estigma social do excesso de peso, a longo prazo, também
estaria relacionado ao aumento dos níveis de cortisol na obesidade. Além da influência sobre
a ingestão de alimentos, o aumento crônico da secreção de cortisol aumenta o risco de
doenças cardiovasculares (CAMPOS, 2020).
17

O cortisol possui reconhecida função de regulação endócrina (como controle da


sensibilidade à insulina), metabólica e de diferenciação de adipócitos, contribuindo para o
processo de adipogênese e aumento da gordura visceral (MORAIS, 2019). Existe uma
complexa interação em que os glicocorticoides, como o cortisol, afetam o peso corporal e a
obesidade podem alterar a atividade do eixo HPA, favorecendo a secreção de cortisol.
Para Morais, (2019), relata que, nos seres humanos, o aumento do estresse e a
elevação a longo prazo dos níveis de cortisol estão relacionados ao aumento do consumo de
alimentos com alta densidade energética, ricos em açúcar e gordura, regido por adaptações
neuroendócrinas e que favorece o ganho de peso.

2.1 HORMÔNIOS

O corpo é formado por inúmeras estruturas diferentes, onde são constituídas por
milhões de células em todo organismo para colaborar com a homeostase corporal, e nesta
grande estrutura há uma serie considerável de substancias químicas que são os hormônios,
que circulam pelo sistema endócrino onde funciona uma gama de atividades celulares, este
sistema exerce funções onde as principais em destaque são, regular, coordenar, e interagir
com as atividades celulares e orgânicas de todo o corpo. Onde as glândulas endócrinas, os
hormônios e o órgão-alvo faz parte da sua composição. Todos estes órgãos estão distribuídos
por todo o corpo conseguindo assim se comunicar perfeitamente com as glândulas do sistema
endócrino conhecidas como a hipófise e o hipotálamo, onde tem sua função controlada
diretamente por esse sistema ou através dos hormônios que são liberados no sistema
circulatório. A ação do hipotálamo favorece todo processo de produção hormonal regulando
todas as interações intracelulares nos determinados órgãos específicos. (MOLINE, 2021)
Segundo Rosa (2016) e Melone (2021), o sistema endócrino é composto pelas
glândulas e tecidos orgânicos, onde são produzidas substancias chamadas de hormônios, estes
participam de funções corporais importantíssimas que influencia diretamente várias reações
metabólicas, auxiliando todos os processos envolvidos no funcionamento de todo organismo.
Relatam ainda, que a secreção do cortisol apresenta valores maiores ao acordar, onde
atinge seu maior pico de secreção, em seguida há uma redução que segue se mantendo estável
no decorrer do dia, no período noturno seus níveis se apresenta mais baixo por volta da meia
noite, e de forma simplificada sua secreção é realizada seguindo um marcado ritmo
18

circadiano, onde a luz e a escuridão são sinais externos que influencia nos relógios biológico
interno e que contribui significativamente com a liberação dos hormônios hipofisários e
poderá apresentar diferenças nos valores interindividuais. A privação de sono com variações
em seus níveis, que promova hiper-sonia e insônia ambos tidos como distúrbios do sono,
poderá prejudicar está secreção hormonal, pois o cortisol depende deste ritmo circadiano,
sendo importante não haver a quebra destes ritmos.
Segundo (SILVA et al, 2021 p. 43491),

“O cortisol é um hormônio produzido pelo córtex das glândulas


suprarrenais, regulando o fornecimento de substratos metabólicos para o corpo, bem
como função anti-inflamatória, controle da pressão arterial e é liberado em situação
de estresse físico ou psicológico, com o objetivo de recuperar a homeostase
sistêmica”.

Quando há estimulo continuo as glândulas suprarrenais libera o hormônio cortisol em


velocidades cada vez mais constantes ocasionando um descontrole hormonal. Acontecendo
assim um importante aumento nas suas concentrações sanguíneas afetando a realização da
mobilização das reservas energéticas. Segundo tortura, derrickson (2016, p.326), quando há a
“regulação da secreção normalmente impede a superprodução ou a sub produção de qualquer
hormônio”. Em concentrações normais os hormônios glicocorticoides, aqui em destaque, o
cortisol ajuda o corpo a resistir ao estresse intenso, aumentando a resposta de luta e fuga em
situações onde o estresse é consideravelmente constante, o hormônio do estresse como
popularmente é conhecido, desestabiliza momentaneamente a fisiologia corporal podendo
provocar um aumento da frequência cardíaca, nos níveis de glicose sanguíneos, no
bombeamento sanguíneo do coração, com alterações na pressão arterial, fígado e tecidos,
tendo as vias respiratórias dilatadas para os pulmões, voltando em seguida ao seu estado
normal. (TORTURA, DERRICKSON, 2016).
Para Mcardle et al. (2008), os hormônios são as substâncias químicas sintetizadas por
glândulas do sistema endócrino com especificidades exclusivas, secretadas para dentro da
corrente sanguínea e carreadas por todo o corpo através de órgãos específicos. O hormônio
cortisol é o principal glicocorticoide do córtex suprarrenal que afeta profundamente o
metabolismo da glicose, das proteínas e dos ácidos graxos livres, mecanismos corporais
importantes.
Segundo Bueno e Gouvêa (2011), evidências sugerem que as concentrações de cortisol
também aumentam durante o exercício físico, que por sua vez é classificado como um dos
19

mecanismo tidos como natural do corpo. Neste evento aumenta o metabolismo proteico,
liberando aminoácidos para serem utilizados pelo fígado no processo da gliconeogênese.
Assim sendo o cortisol tem atividade consideravelmente catabólica, induzindo proteólise,
assim como a lipólise que é um processo fundamental para o emagrecimento, com aumento da
gliconeogênese.
Para Bueno e Gouvêa (2011), em sua conclusão, relata que:
Exercício induz aumento da secreção de cortisol, por estímulo do eixo Hipotálamo-
Pituitária-Adrenal (HPA). Embora o aumento de cortisol possa produzir efeitos
colaterais, o treinamento físico induz o desenvolvimento de diversos mecanismos
para proteger os tecidos de tais efeitos deletérios. A modulação dos níveis séricos de
cortisol livre (forma ativa) pela ligação à globulina ligante de cortisol e ativação da
enzima conversora de cortisol em cortisona (forma inativa) parecem ser os principais
mecanismos estimulados pelo exercício físico. Com isto o organismo torna-se
menos responsivo ao estresse o que traz efeitos benéficos para a saúde física e
mental, protegendo-o contra as consequências do estresse crônico e de doenças
relacionadas ao estresse.

Quando ocorre a liberação constante de cortisol na corrente sanguínea há um aumento


considerável em seus níveis diários, e afeta diretamente o metabolismo das proteínas com isso
o músculo poderá apresentar fragilidade, impedindo os indivíduos de desenvolver atividades
simples do seu cotidiano. Um dos efeitos dos altos níveis de cortisol sobre os sistemas
metabólicos do organismo é a redução dos depósitos de proteínas nas células corporais com
exceção das células hepáticas, pela inibição da síntese proteica. O excesso de cortisol pode
causar obesidade, apesar de fazer com que haja um grau moderado de mobilização de ácidos
graxos a partir do tecido adiposo. Um indivíduo em momento de jejum e outros tipos de
estresse consegue, através da mobilização de gordura pela síntese de cortisol, induzir os
sistemas metabólicos celulares inibindo a utilização da glicose, assim o corpo para gerar
energia começa a fazer o uso dos ácidos graxos. Os altos níveis de cortisol podem contribuir
com o surgimento da obesidade e suas complicações, advinda de um incontrolável e excessivo
estimulo à ingestão alimentar, trazendo um maior risco de desenvolvimento de doenças com
sérios danos à saúde. (GAYTON, HALL, 2017), o cortisol é liderado em situações de estresse
físico e mental como mecanismo natural que faz parte do corpo, mas em situação de estresse
crônico, desordens nos horários de sono contribuem para as alterações neste importante
hormônio, trazendo como consequência o surgimento da obesidade e diversas doenças.
Para Adam et al. (2017), o cortisol pode ser utilizado como biomarcador, pois os
níveis de cortisol influenciam no estresse social e psicológico, no estresse agudo, tal como a
solidão, bem como no estresse crônico. Pesquisas analisadas pelos autores propuseram que
variações diurnas de cortisol se alteram com o estresse emocional e fatores psicossociais. Os
20

autores ainda ressaltam que a alteração dos níveis circadianos do cortisol promove
modificações sistêmicas, tendo associações com a depressão e diversas outras enfermidades,
como encontrado em estudos anteriores. Relatam ainda em suas conclusões que esses níveis,
quando planos, alteram as oscilações diárias naturais e acabam por corroborar para problemas
de saúde física e mental.
O aumento de cortisol basal noturno foi associado à depressão. Outrossim, o cortisol
matinal elevado, resultando em níveis circadianos de cortisol modificados, causa a ansiedade
(Bueno e Gouvêa, 2012). Em pesquisas passadas também se relatou redução nos níveis de
cortisol associada com o aumento da fadiga (ADAM et al., 2017).
Eid et al. (2019) mostram que níveis altos de cortisol causam depressão. Este
hormônio está elevado na depressão produzindo uma variedade de outros aspectos internos
semelhantes aos depressivos, incluindo reduções na plasticidade hipocampal, distúrbios
somáticos, como perda de peso, disfunção cognitiva, anedonia e alterações nos
comportamentos de enfrentamento.

Valle (2011, p. 56) diz que, “iniciando a estrutura do sistema nervoso central
(SNC), interagindo com o sistema nervoso autônomo (SNA) e sistema límbico,
desencadeando uma cadeia de reações e com a ativação do eixo hipotálamo- hipófise,
liberando o hormônio adreno-corticotrófico (ACTH) na corrente sanguínea,
estimulando as glândulas supra-adrenais, que vão produzir, principalmente, a
adrenalina e os corticosteroides, levando o indivíduo ao estado de alerta. Pronto para
lutar ou fugir, uma manifestação instintiva”.

O cortisol é indispensável à vida, e tem um efeito multifacetado. A sua ação geral é


catabólica e a nível do metabolismo, promove a degradação proteica, a lipólise, a
gliconeogénese, a produção de glicose pelo fígado, o apetite, a síntese de leptina e a
diferenciação dos adipócitos; inibe a síntese proteica e a utilização da glicose. Assim,
antagoniza as ações da insulina, e é fulcral no período de jejum. Como inibe a síntese e
promove a degradação proteica, diminui a massa muscular e a matriz conjuntiva.

2.2 CONTEXTO DA VIDA MODERNA

O estresse, segundo (GARCIA, 2014), está intimamente ligado ao estilo de vida


moderna que os indivíduos têm aprendido a se adaptado com o passar dos tempos, destaca
que o tempo gasto para a chegada ao local de trabalho muitas vezes longe da casa onde mora
21

tem deixado os indivíduos bastante estressados. A uma grande demanda de trabalho que
requer uma maior dedicação com o decorrer das inúmeras evoluções que oferece uma
constante adaptação e modificação no ambiente de trabalho sobrecarregando a vida no geral,
resultando pouco tempo de descanso por horas continua no ambiente de trabalho. Garcia
(2014, p.13) fala que: “os estressores modernos implicam em situações prevalentes de
estresse”.
As exigências das empresas têm crescido para acompanhar a evolução moderna e, na
medida em que isto acontece observa-se que aumentaram as cobranças ao funcionários, é
possível destacar também, as grandes demandas tecnológicas do mundo moderno, que com o
avanço destas tecnologias vieram o acumulo dos trabalhos com atividades com tempo contado
para serem concluídas, tudo isso acabou trazendo uma sobrecarga em diversos momentos na
vida do trabalhador que acaba afetando diretamente a qualidade de vida dos seus
colaboradores. (SOUZA; SILVA; PEDON, 2018).
(NOVAIS, 2015) Fala que os mais afetados pelas sobrecargas de tarefas são as
pessoas que deseja realizar projetos que necessitam de maior organização com um grau de
complexidade para sua execução, fazendo com que o indivíduo fique por muitas vezes
desnorteado e cansado fisicamente e psicologicamente, com o seu estado de alerta
descontrolado sendo influenciado pelos seguimentos da vida moderna, dentre eles, problemas
do dia a dia, como os relacionamentos entre amigos, familiares, ou até mesmo com seus
parceiros, filhos, emprego, dividas, problemas com a saúde, no trabalho também destaca a
competição dos gêneros, onde os homens costuma ganhar mais do que as mulheres. Todas
essas condições exige uma grande entrega para se ajustar a essas cobranças da sociedade
moderna.
Novais (2015, p. 36) relata que “o estresse funciona como um ciclo, tendo a vida
moderna, com seu ritmo acelerado que leva ao estresse e esse a várias doenças”. Estes
processos vão acontecendo ao longo do tempo e não como se imagina que seria de uma hora
para outra, muitas vezes, inconscientemente, o indivíduo quer ser aprovado em tudo trazendo
para si todas as responsabilidades do trabalho e relacionamentos, criando em si uma
instabilidade emocional intensa.
Ligabui, (2017), destaca que a alteração no sono ocasionado pelo aumento dos níveis
de estresse tem sido estudada, e visto que essas alterações estão intimamente ligadas à
agitação da vida moderna, onde o dia parece ter menos tempo para tantas demandas, tem se
tornado comum ainda levar grande parte dos trabalhos para casa fazendo ficar ainda mais
difícil a conciliação do trabalho e vida pessoal. Para dar ênfase a esse assunto diz que:
22

“alterações no sono e estresse fazem parte do cotidiano do mundo moderno”. As horas de


sono estão cada vez mais sendo afetadas pela correria grandes demandas de trabalho, podendo
haver forte ligações com o desenvolvimento de doenças relacionadas com o hormônio
cortisol.
Ulhôa et al. (2015), explica que é importante controlar os ritmos biológicos que tem o
papel de modular os processos fisiológicos corporais dos humanos e mamíferos em geral, e
que é através do controle circadiano que tem ação direta no sistema endócrino que acontece a
homeostase corporal e qualquer alteração entre os ciclos de vida ou seja os ambientais e os
ritmos biológicos que são os do organismo pode acontecer um desequilíbrio tanto metabólico
quanto hormonal.

2.3 ATIVIDADE FÍSICA

As práticas de atividades físicas são primordiais para melhorar a qualidade de vida e


podendo minimizar os efeitos adversos do processo de envelhecimento, assim como,
minimizar as oscilações hormonais que é fator importante no aumento dos níveis de cortisol
sanguíneo. O exercício físico é uma prática de atividade física e quando elaborado
corretamente para determinado impacto deve ter impacto global na melhora populacional,
incluindo exercícios que se assemelham às atividades diárias, movimentos generalizados e
mecanismos de progressão.
Para Barbosa et al. (2017), a prática regular de atividade física pode vir a exercer
melhoras significativas na manutenção do equilíbrio corporal. Além disso, pode produzir
benefícios na saúde e desta forma contribuindo para um menor aumento hormonal.
Ser saudável vai muito além da prática de atividades físicas, engloba um estilo de vida
em que prevaleça o bem-estar físico, mental e social (BUSS et al, 2020). Para que o indivíduo
leve uma vida saudável ele deve estar em equilíbrio nessas três esferas.
Alguns estudos trazem índices preocupantes de suicídio entre os alunos do curso de
medicina, vários fatores contribuem para que esse seja o fim de várias dessas pessoas,
autocobrança, muitas horas de estudos, esgotamento físico, todos esses fatores contribuem
para a concretização desse atentado a própria vida. Apesar da disponibilização de psicólogos,
psiquiatras e profissionais qualificados, esses estudantes cometem tais atos (PEREIRA;
CARDOSO, 2015). Com base nisso, Barbosa et al. (2017), relatam que é evidente a
23

necessidade de lançar mão de outras ferramentas para o auxílio desses indivíduos, é nesse
ponto que a prática de atividades físicas e a adoção de um estilo de vida mais saudável e
equilibrado tem importante influência na redução desses índices de suicídio, contribuindo
para a formação de profissionais mais equilibrados emocionalmente. Posto isso a presente
pesquisa tem como objetivo, compreender a influência da prática de atividades físicas na
saúde mental dos acadêmicos do curso de medicina. Tem como finalidade evidenciar os
benefícios da pratica de atividades físicas na qualidade de vida dos praticantes, estabelecendo
uma correlação entre a saúde mental desses indivíduos e a pratica de exercícios físicos. Busca
também, identificar as patologias que mais acometem os acadêmicos que não tem um hábito
de prática de exercícios

2.4 CONCEITUANDO O ESTRESSE

O estresse citado por Lipp (1996), e anos depois por Oliveira (2010, p. 12) é um termo
que: “pode ser entendido como uma reação do organismo, com componentes físicos e/ou
psicológicos, decorrentes das alterações fisiológicas que ocorrem quando há um confronto
com uma situação que provoque, de um modo ou de outro, irritação, medo, excitação ou
confusão, ou mesmo que faça a pessoa imensamente feliz”.
É necessário distinguir o estresse motivador (eustress) do estresse patológico
(distress). Enquanto o primeiro intervém de forma positiva, estimula o indivíduo a superar
desafios e otimiza seu desempenho nas atividades diárias; o segundo tem potencial de
desestabilizar o ser: interfere no equilíbrio normal do corpo humano, impedindo sua
adaptação e controle da situação estressante, gerando impactos negativos em seu
comportamento, nas suas relações interpessoais e na sua saúde. (MARTINS; TOURINHO;
SANTOS, 2016).
O estresse pode trazer serias repercussões ao sistema adaptativo do corpo humano e
que vem sendo um dos principais agravantes para um processo inflamatório e com estes os
prejuízos a saúde com o surgimento das síndromes metabólicas que podem ser citadas a
hipertensão arterial, diabetes mellitos, que pode causar problemas cardiovasculares
consequentemente o agravamento da saúde (JESUS, 2020). A síndrome metabólica é
considerada como uma anormalidade metabólica que apresenta maior incidência nos tempos
atuais, seu surgimento acontece a partir de uma variedade de combinações de hábitos do estilo
de vida que apresenta pouco ou nenhum cuidado com a saúde, que envolve o sedentarismo e
24

os péssimos hábitos alimentares, as complicações das síndromes metabólicas envolve as


patologias cardiovasculares e diabetes mellitus tipo 2. (FRAÇA, LIRA, SOUZA, 2017).
(RABELO et al, 2020) fala que os primeiros estudos sobre o estresse aconteceram no
século vinte, e que vários fatores estressores podem contribuir para que o indivíduo possa
desencadear algum agravo ao seu bem-estar, já que o estresse pode envolver fatores
importantes como a parte fisiológica, emocional e comportamental, trazendo uma série de
problemas que irá afetar a homeostase corporal, e assim contribuir para o desencadeamento de
doenças como a hipertensão arterial e diabetes, justamente por conta dos estímulos
estressantes no qual a exposição frequente dos indivíduos a estes eventos o psicológico é
afetado.
Alterações no apetite com aumento ou a diminuição são observados, pois o
comportamento alimentar é afetado devido o estresse que representado através do cortisol
promovendo uma secreção prolongada e cheias de excessos influenciando o corpo a entender
que precisa de certos tipos de alimentos. Interferindo então diretamente nas escolhas e
preferência de alimentos ricos em açucares e gorduras classificados como alimentos hiper
palatáveis, podendo favorecer o ganho de peso excessivo, e como consequência deixando o
indivíduo obeso, e em muitos casos trazendo o surgimento das síndromes metabólicas. Os
alimentos que são tidos como reconfortante, contribui para a perda da saciedade levando a um
alto consumo destes alimentos mesmo sem fome. (MATOS, 2021).
(CAMPOS, LEONEL, GUTIERREZ, 2020) mostrou que o estresse tem sim relação
com as mudanças nos comportamentos alimentares, e com a obesidade. O comer emocional,
compulsão por alimentos palatáveis na presença de sintomas de estresse, estes costumam
fazer parte dos hábitos de vida que automaticamente leva a escolhas inadequadas no momento
das refeições. Esta mudança se justifica como sendo fisiológicas e acontece no eixo
hipotálamo - pituitária – adrenal, onde acontece o processamento de recompensa, e para que
venha desencadear estes processos precisão de um gatilho que pode ser o estresse e a
obesidade.
De acordo com essas três ultimas citações, observa-se uma concordância entre as
mesmas. Todas elas destacaram problemas significativos que atingi diretamente a saúde dos
indivíduos ora com maior hora com menor intensidade. A sociedade com a vida moderna está
vivendo numa tensão e uma pressão a todo tempo, tendo que por vezes conciliar demandas do
trabalho, de casa, família, vida social, saúde emocional e psicológica. Toda essa dinâmica
existente na vida moderna contribui bastante para a falta de tempo na realização das tarefas
que as pessoas se pré-dispõe a fazer, justamente pela desorganização ou simplesmente pela
25

sobrecarga de atividades. Nos presentes estudos é comum observar que a população em geral
visa se completar financeiramente e profissionalmente e por vezes essas escolhas quando não
planejada e executada de forma inadequada é conduzida a um pico de estresse incontrolável,
que pode ser visto na sua forma mais agressiva que é o estresse crônico. No que diz respeito
às escolhas alimentares a modernidade não tem ajudado muito e trouxe prejuízos a saúde da
população. Para obter certo controle o corpo entende que os alimentos podem vir como se
fosse uma recompensa onde a mesma acompanha a falta de saciedade e sempre dando
preferência a alimentos de fácil acesso como os industrializados. Por conta do tempo
altamente corrido veio a necessidade de comer muitas vezes fora de casa, sem horários
definidos, todas essas mudanças leva cada vez mais a um consumo por vezes exagerado de
alimentos com sabores bastante palatáveis.
O assunto tem sido estudado há muitos anos pelos autores Silva e Ribeiro (2008) que
apontam que alterações no cortisol adquiridos através de um estilo de vida com a presença de
fatores estressantes vividos em constantes momentos afetando o equilíbrio orgânico. Pode
sim, contribuir com o surgimento de diversas doenças, e consideravelmente o padrão
alimentar também está suscetível a mudanças rotineiras tanto nas escolhas quanto nas
preferências alimentares, possibilitando uma rotina inadequada dos hábitos e favorecendo
cada vez mais uma relação maior com o comer emocional onde o ganho de peso excessivo em
curto e longo prazo vai contribuir para o surgimento e desenvolvimento da obesidade
considerada uma doença crônica.
Para Tortura e Derrickson (2016, p.344), existe uma sequência de alterações corporais
que passam por três estágios: no primeiro, uma resposta inicial de luta e fuga; já o segundo
tem uma reação mais lenta de resistência e, finalmente o terceiro com a exaustão. O corpo
através do seu sistema biológico bastante dinâmico retorna ao normal no estágio de
resistência, no momento em ele consegui combater o agente estressor, fornecendo suporte
necessário e ajudando o primeiro estágio que seria o de luta e fuga. Relatam ainda, que
quando esta resistência permanece em constante atividade devido a frequência do estresse ela
deixará de combater o estressor e por fim, a exaustão se torna incontrolável afetando todo o
equilíbrio orgânico.

2.5 DEPRESSÃO
26

O estresse inibe temporariamente determinados componentes do sistema imunológico


(TORTURA e DERRICKSON, 2016), que inclui, gastrite, colite ulcerativa, síndrome do
intestino irritável, hipertensão, asma, artrite reumática, enxaquecas, ansiedade e depressão.
Para Silva et al. (2022), a década de 2010, o assunto sobre depressão veio à tona com
maior ênfase visto a quantidade recorrente de quadros registrados, ficou sendo chamado de
“mal do século XXI”.
Os tratamentos mais comumente aplicados a depressão são o acompanhamento
psicológico, a indicação de exercícios físicos regulares e a intervenção com psicofármacos de
acordo com as necessidades do paciente, o tipo de quadro depressivo apresentado e sua
recorrência (VIEIRA et al, 2007), sendo uma junção dos dois primeiros métodos o mais usual.
Apesar da possibilidade de efeitos colaterais decorrentes dessa intervenção medicamentosa,
tais como redução significativa de todas as emoções, sonolência, anorexia, taquicardia,
náuseas, constipação, ganho de peso, dependência ao remédio, dentre tantos outros (COSTA,
2010).
Entretanto, com o constante crescimento dos casos depressivos faz-se necessária a
busca de outras formas de intervenção, englobando vários campos de estudo relacionados a
saúde, como ocorre com a Nutrição devido ao fato de que alguns alimentos que podem ajudar
a prevenir e/ou tratar a doença e seus sintomas bem como alguns alimentos podem servir
como um catalisador, para os mesmos.
Assim a intervenção nutricional na prevenção e/ou redução da intensidade das crises
surge levantando a possibilidade da utilização de uma dieta adequada e balanceada como um
grande aliado nesta luta (SENRA, 2017), buscando maneiras de reduzir os números de casos
depressivos com a utilização de alimentos ricos em substâncias benéficas e a remoção de
outros que podem intensificar os sintomas e a frequência dos quadros depressivos (SILVA et
al. 2020).
Quadros depressivos podem estar ligados a fatores orgânicos, psicológicos e
ambientais, apresentando sintomas comuns na depressão, tais como: angústia, perda de
interesse, choro persistente, rebaixamento de humor, apatia, sentimento de impotência, perda
de energia e do prazer a vida (SESES, 2018).
Os casos de depressão registrados em todo o mundo chegam a valores próximos de
300 milhões de pessoas, de idades diversas (OPAS, 2020), ocupando o terceiro lugar no
ranking mundial de doenças, e o primeiro lugar nas classificações de países desenvolvidos. As
estimativas apontam que a cerca de 121 milhões de pessoas sofrem com a doença, e que, ao
27

longo da vida 5% a 10% de toda população do planeta seja afligida, e segundo as projeções
pode vir a se tornar a doença com maior incidência até o ano de 2030 (LOPES, 2005).
No cenário nacional brasileiro existem cerca de 5,8% pessoas vivendo com depressão
e 9,3% com ansiedade, valores estes que quando comparados aos demais países das Américas
só perdem para os Estados Unidos no tocante à depressão e para o Paraguai para ansiedade
(SESES, 2018). Estes altos índices geraram um aumento da preocupação sobre saúde mental e
como consequência o aumento do mercado psicofármacos.
Outro fator importante é que existem subdivisões no diagnóstico de depressão,
podendo estas serem classificadas, sendo as mais comuns segundo (SESES, 2018):

Transtorno Depressivo Maior (ou “depressão unipolar”) - quadros isolados, sem


relação a uma outra condição mental ou física, podendo ocorrer de forma grave,
moderada ou leve; Depressão Bipolar - os quadros de depressão variam com quadros
maníacos; Depressão Psicótica - podem ocorrer sintomas psicóticos durante o
quadro de depressão de qualquer natureza; Depressão Ansiosa - o quadro depressivo
aparece associado ao quadro de ansiedade, ou aos seus sintomas; Depressão
Secundária ou Orgânica - quadro depressivo decorrente de uma patologia clínica.

Para Larkham e Vieira (2008), os pacientes em tratamento depressivo a atenção


nutricional complementar, com inclusão de determinados nutrientes pode apresentar papel
fundamental na gênese da depressão, tendo ainda como fator positivo a não existência de
efeitos colaterais, o que propicia uma melhora global na saúde do indivíduo. Relatam ainda
que nestes casos as carências nutricionais mais comuns são a deficiência de ácidos graxos,
ômega 3, vitaminas do complexo B, minerais e aminoácidos precursores de
neurotransmissores.

2.6 TRATAMENTO NUTRICIONAL

Segundo panfleto do Ministério da Saúde, (s/ano), a nossa cultura, crenças, tabus,


religião, entre outros fatores, influencia diretamente a escolha dos nossos alimentos diários.
Desse modo, a alimentação humana parece estar muito mais vinculada a fatores espirituais e
exigências tradicionais do que às próprias necessidades fisiológicos.
Nas últimas três décadas, ocorreram importantes mudanças nos hábitos alimentares
dos brasileiros com a redução no consumo do arroz, do feijão e da farinha de trigo; maior
consumo de carnes em geral, ovos, laticínios e açúcar, e o impacto da substituição da gordura
28

animal por óleos vegetais (que são ricos em ácidos graxos saturados), manteiga por margarina
e aumento nos gastos com alimentos industrializados. O ritmo agitado imposto pelo mercado
de trabalho deixa cada vez menos tempo livre para alimentação e lazer. Os intervalos
precisam ser bem aproveitados e o horário das refeições, em especial o do almoço, acaba
servindo para várias atividades. Começam a surgir alternativas nas indústrias de alimentos e
dos serviços de alimentação: alimentos congelados e pré-cozidos, drive-thru, fast-food,
delivery, e self-service traduzem a importação do novo estilo do padrão alimentar brasileiro
(Saúde, s/ano).
Os profissionais de saúde e educação devem se questionar e avaliar se há perdas
importantes dos nossos hábitos alimentares culturais devido à “globalização” da forma de nos
alimentarmos, ou existem aspectos da evolução tecnológica na área alimentícia que merecem
ser incorporados à nossa cultura. A orientação e educação alimentar, através dos modernos
meios de comunicação, aliadas à preservação dos bons hábitos alimentares e de salários
compatíveis com o direito de alimentar, são fundamentais para se vencer a luta contra a má
nutrição do brasileiro.
Vários componentes precisam ser trabalhados na construção ou aprimoramento dos
hábitos alimentares, primeiramente através de uma boa anamnese onde será avaliada toda a
vida do paciente, a avaliação da ingestão alimentar e trazendo possíveis desequilíbrios que
esteja afetando de fato as atividades, e fazer uma investigação de possíveis doenças, para
colaborar com os sintomas é feito exames laboratoriais que ajuda numa intervenção mais
eficaz, tudo esse trabalho irá ajudar na recuperação ou manutenção da saúde do indivíduo,
fornecendo um plano alimentar e um acompanhamento individualizado. (SOUZA et al 2016).
A intervenção nutricional engloba o indivíduo como um todo, fornecendo suporte na
organização, atenção no estado nutricional, melhorias nas impulsividades, no comportamento
com relação a comida, na atenção nos horários de refeições para um controle alimentar e na
qualidade de vida, favorecendo a otimização de tempo, todas essas estratégias fazem parte de
técnicas de planejamento (SILVEIRA 2018).
Entende-se que se alimentar é necessário para manter as funções corporais em pleno
funcionamento, ajudando na manutenção do organismo e garantir a sua sobrevivência.
Pensando nisso, estudos tem sido feitos para mostrar a importância de uma intervenção
nutricional completa, que forneça todos os elementos a que venha contribuir para pequenas ou
grandes mudanças no cotidiano das pessoas, fornecendo todo apoio que o ajude a regularizar a
sua rotina de vida, o seu comportamento alimentar e trazer estímulos para novos hábitos
29

alimentares, através de troca dos alimentos que modulam a expressão de sinais metabólicos de
fome e saciedade como os ricos em gorduras e açucares.
Alguns destes nutrientes são importantes na alimentação para diminuir o risco do
aumento hormonal e diminuição do estresse e depressão. O magnésio é um elemento que
devido as dietas processadas, encontra-se em índices baixos e com a administração de
quantidades satisfatórias, sendo encontrados no quiabo, na banana, na beterraba, no abacate,
bem como amêndoas e nozes o (PIMENTEL, 2019).
Para Saueressing et al. (2016), o zinco é indispensável na atividade de mais de 300
enzimas do corpo humano, ele também se faz necessário nos processos de manutenção das
estruturas das membranas celulares, sendo um componente com importante papel na função
reguladora da síntese e degradação proteínas, carboidratos, ácidos nucleicos e lipídios. Suas
principais fontes são a carne vermelha, leite e derivados, feijão, castanha de caju e amêndoas.
Dentre os aminoácidos é citado o triptofano pois é um aminoácido essencial que ajuda
a sintetizar serotonina, conhecida como o "hormônio do prazer", melatonina e niacina e por
isso está associado ao tratamento e prevenção da depressão, ansiedade, insônia e pode até
mesmo auxiliar no processo de emagrecimento. Podendo este ser encontrado no arroz
integral, feijão, carne bovina, peixe, aves, abóbora, banana e manga (PIMENTEL, 2019).
Ao falar sobre os ácidos graxos, Masciutti et al. (2015), relatam:

Os ácidos graxos estão entre os lipídios compostos, podendo ser divididos em três
tipos: os ácidos graxos insaturados (AGI), os ácidos graxos saturados (AGS) e os
ácidos graxos trans (AGT), sendo o primeiro o mais indicado para consumo rico
pois o AGS e o AGT está diretamente ligado ao surgimento de hipercolesterolemia,
podendo alterar as funções vasculares e plaquetárias, intensificando as chances do
desenvolvimento de problemas cardiovasculares.

Assim a inclusão de peixes provenientes de água fria tais como salmão, arenque,
cavala, sardinha e atum são ricos em ácido eicosapentaenoico e docosahexaenóico, que
possuem ação antioxidante e anti-inflamatória, sendo assim classificados como principais
fontes alimentares, bem como uma boa fonte de ômega-3 (PASCOE et al. 2011).
A deficiência de vitaminas B6, B9 e B12, está relacionada a depressão. Essas
vitaminas são relevantes na via metabólica estando envolvidas na síntese de
neurotransmissores do sistema nervoso central. A baixa ingestão dessas vitaminas se torna um
fator potencializador para a depressão, pois pode provocar uma queda na síntese de
neurotransmissores, ou provocar o aumento na concentração de homocisteína. A ingestão
30

destas vitaminas pode se realizar mediante proteínas animais, leguminosas, hortaliças e frutas
(ZHAO et al., 2011).
Ao falar da vitamina D, Bresola (2015), relata que ela está muita vez associada a
exposição da pele humana aos raios solares, contudo a mesma pode ser obtida pela ingestão
de peixes como salmão, atum, sardinha e cavala; gema de ovo, óleo de fígado de bacalhau e
suplementos. A metabolização desta vitamina ocorre no fígado, e por conseguinte nos rins,
realizando sua conversão para uma forma biológica ativa.

2.7 ALIMENTAÇÃO ADEQUADA

Segundo Bittencourt, et al. (2015) uma dieta adequada para manutenção da saúde em
especial das pessoas com altos níveis de estresse, pode se destacar o consumo de alimentos
integrais que ajuda no equilíbrio dos níveis de açúcar no sangue, os carboidratos presentes nos
cereais, alimentos que ajuda na melhoria do sono que são aqueles ricos em triptofano e
aminoácidos como, carnes e peixes que também são fontes de proteínas trazendo uma melhor
saciedade, as frutas em geral oferece um aporte de nutrientes necessários pois apresenta fibras
alimentares essenciais para o organismo, dando preferência as frutas com um sabor mais
acentuado, sempre dar preferência as carnes brancas e ao consumo de diversas verduras e
hortaliças, todos estes alimentos ajuda a controlar fisiologicamente as alterações hormonais
ocasionado pelo aumento do cortisol.
O uso de fibras alimentares como aveia, psylium pectina, frutas e hortaliças cereais
integrais no geral e grãos, farelo de trigo, para Bernaud e Rodrigues (2013), todos estes
alimentos presente nas refeições diárias tem se mostrado importantes na prevenção e no
tratamento de doenças como diabetes mellitos, hipertensão arterial e problemas
gastrointestinais, pacientes obesos que se por sua vez se encontra inflamado, ajuda no controle
da glicemia e do peso corporal e melhora também os níveis de lipídios séricos.
Para Azevedo e Navarro (2018), relatam que hábitos comuns como a compra de
alimentos, por exemplo, os horários de refeições, forma de se alimentar, bem como a
ansiedade e o estresse provenientes da vida moderna podem resultar em um desequilíbrio de
dois fatores importantes que se relacionam com o controle da saciedade e a compulsão
alimentar, e, por conseguinte, o desenvolvimento da obesidade, reduzindo assim os níveis de
serotonina e o aumento da liberação do cortisol.
31

No processo para reduzir os níveis cortisol se verificou a necessidade de intensificar o


consumo de frutas variadas, ácidos graxos ômega-3, e maracujá. Reduzir ao máximo o
consumo de alimentos como café, açucares, carboidratos refinados e corantes alimentícios
pelo motivo destes serem estimulantes do estresse, é importante tomar água para manter uma
hidratação corporal adequada. Piquini (2018)
Neste contexto, segundo (Salgado, 2017) diz que a alimentação em concordância,
“com o estilo de vida saudável (exercícios físicos regulares, ausência de fumo, e moderação
na ingestão de álcool) passam a ser peça chave na diminuição do risco de doenças e na
promoção da qualidade de vida”.
Já SOARES et al, (2016), mostram que alguns estudos sugeri o consumo de alimentos
em dietas com baixo teor de gorduras, as tidas como dietas hipolipidica, pode estar associado
a um peso corporal menor, e que apresenta respostas favoráveis a saúde, sempre é claro,
dando ênfase a dietas nunca isenta de gorduras, fazendo um consumo adequado com
quantidades ideais para cada refeição das gorduras boas.
Nota-se nestes estudos que os hábitos alimentares, o desejo e a vontade de comer
certos tipos de alimentos como os industrializados que tem na sua composição um alto teor de
gorduras, sal e açucares tem sido associado a uma série de desequilíbrios hormonais e não
apenas pela falta de vontade de seguir uma dieta que ofereça uma boa nutrição. As
quantidades e qualidades da alimentação e o não melhoramento das dietas vem sendo
controlada pelos processos que estão funcionando simultaneamente na fisiologia corporal dos
humanos, as alterações hormonais consegue atingir neurotransmissores que podem controlar o
apetite a saciedade e as preferências alimentares.
Segundo Monteiro et al (2016), para que se tenha uma alimentação saudável deve-se
evitar os ultraprocessados e fazer dos alimentos in natura ou minimamente processados a base
da alimentação. Para se ter essa alimentação saudável é necessário contemplar um alimento
rico em substâncias naturais levando em contas as práticas regionais.
Segundo (SILVEIRA, 2018) existe no cérebro o sistema de recompensa que são
estímulos que reforçam os comportamentos, que não favorece em nada a relação entre o
indivíduo e a comida, podendo contribuir para o surgimento de desordens hormonal muito
intensa, isto acontece porque o sistema de recompensa cerebral formado por circuitos
neuronais reforça a sensação de prazer, que por sua vez mexe diretamente com o neurônio
dopaminérgico, e como resposta ao aumento da dopamina observa-se que os hábitos
alimentares tem se mostrado em total descontrole. Evidencias cientificas apresenta uma
32

diversidade de alimentos com a palatabilidade percebida como os vilões, pois eles reforçam
negativamente o sistema de recompensa.
Neste contexto de hormônios que interfere diretamente na ingestão alimentar destaca-
se a grelina e a leptina as mesmas age no controle da fome e da saciedade. A grelina controla
a ingestão agindo diretamente na fome antes, durante e após as refeições, e a leptina através
dos seus importantes estímulos controla a saciedade e tem influência na homeostase
energética. Níveis baixos de leptina podem estar associados a uma maior exposição que
favorece ao sistema de recompensa. Silveira, (2018). Podendo, sobre a influência de um
estresse elevado, induzir a um aumento da grelina havendo um prejuízo nos seus estímulos.
(FONSECA, 2014).
Assim, a mudança de estilo de vida, visando melhora da dieta, redução do consumo de
álcool, melhora da qualidade do sono, controle da dor e da inflamação, combinada com
intervenções psicológicas e sociais para reduzir o estresse e o estigma da obesidade, e com o
uso de medicamentos que controlam os níveis de plasmáticos de cortisol, seria o caminho
mais adequado para reduzir os riscos cardíacos e excesso de peso de pacientes obesos que
apresentam altos níveis de cortisol (Van Rossum, 2017).

2.8 OBESIDADE E COMPORTAMENTO ALIMEMTAR

Os hábitos alimentares de um indivíduo refletem sua imagem, não só o corpo, mas


também a mente que se desenvolve de acordo com a sua alimentação, por esse motivo é de
extrema importância ter uma alimentação saudável e adequada com cada fase do
desenvolvimento humano, para cada fase da vida, a alimentação tem uma importância
diferente, mas é essencial em todas elas. Desde a infância cada indivíduo já tem suas
preferências alimentares, cabendo à família e à escola incentivarem que estes sejam os mais
saudáveis possíveis, pois fatores genéticos e hereditários interferem e muito nesses hábitos.
Quando a criança sai do seu lar e começa a frequentar ambientes diferentes como escola,
creches, ela sofre uma intensa influência de diversas formas, pois o contato com tantas
pessoas diferentes tende a levar os pequeninos a imitarem os comportamentos dos outros,
tanto na questão social como na alimentar, e isto pode trazer consequências tanto positivas
como negativas. Embora a alimentação e nutrição adequadas se configurem como direitos
33

fundamentais da pessoa humana e requisitos básicos para a promoção e proteção da saúde,


infelizmente ainda são pouco garantidos em nosso país (CUNHA, 2014).
O estado emocional tem sido capas de manipular o comportamento alimentar, os
sentimentos apresentam sinais tanto fisicamente quanto psicologicamente de desgastes
emocionais que causam medos, acompanhados de angustias que resulta em uma ansiedade
intensa e incontrolável muitas vezes com perturbações futuras com poucas dedicações para o
presente, este transtorno de ansiedade atualmente é considerado um problema com grandes
impactos há saúde humana. Há evidencias que existe uma correlação entre os
comportamentos alimentares que envolve as escolhas alimentares, frequências das refeições,
quantidades que contribui para a manutenção corporal, com as emoções advindas
especificamente da ansiedade agindo sobre estes aspectos. (SOUZA, 2017)
É importante destacar fatores psicológicos envolvidos na origem da obesidade, além
dos hábitos alimentares e novo estilo de vida. É possível determinar características comuns
em pessoas obesas como insegurança, estresse, depressão, ansiedade e desânimo. Além disso,
observa-se nas famílias muitas vezes, nos casos de obesidade infantil, atitudes superprotetoras
e excesso de dependência e cuidados por parte dos pais refletem no caso da obesidade infantil
(BERTOLETTI et al. 2012).
Outro fator que tem destaque no mundo da obesidade é o estresse, caracterizado por
um estado gerado pela percepção de estímulos, provocando alteração emocional e
desequilíbrio na homeostasia, resultando em um aumento da secreção de adrenalina, este
quadro supracitado acarreta em distúrbios fisiológicos e psicológicos (MARGIS et al., 2003).
O estresse pode ser dividido em agudo e crônico, onde considera-se agudo uma
exposição singela ao estressor e crônico uma exposição mais prolongada por um longo
período de tempo (MELIM; et al. 2013).
Quando o paciente se depara diante de uma situação estressora, as principais respostas
causadas pelo estresse envolvem o eixo hipotálamo-hipófise-supra-renal e o sistema nervoso
autônomo. A exposição ao sistema nervoso autônomo culmina em hipertensão e aumento da
frequência cardíaca, por exemplo. Já no caso do eixo, ocorre aumento no cortisol que se
relaciona com o aumento do aporte energético (JURUENA et al. 2004).
Nos últimos anos tem sido alarmante a quantidade de pessoas obesas por toda parte do
mundo independente da cultura, do poder aquisitivo ou do meio em geral ao qual esteja
inserida, a obesidade é considerada uma doença crônica, altamente inflamatória e demonstram
intensos desgastes a saúde que implica no surgimento de diversas outras doenças. A
obesidade que evidencia aquela gordura abdominal com predominância em regiões especifica
34

como nas coxas, quadril e cintura tem uma forte ligação com o estresse crônico e estes
depósitos acentuados de gorduras. Bittencourt et al, (2015), relatam que a obesidade está
sendo entendida como uma doença multifatorial com diversos determinantes, que podem ser
listados diversos aspectos, dentre ele o genético, sociais, psicológicos, endócrinos que implica
diretamente nas condições de saúde, a mesma é considerada um fator relevante para possíveis
causas de morbidade e mortalidade. (SOUZA et al, 2017)
A obesidade e a síndrome metabólica estão relacionadas com estresse e um estilo de
vida ruim (maus hábitos alimentares, tabagismo, consumo de álcool e falta de atividade
física). Portanto, todos esses fatores afetam negativamente as experiências estressantes,
resultando na secreção de cortisol, o hormônio do estresse. Dessa maneira, com a secreção
alterada, em períodos de estresse crônico, ocorre uma ativação do eixo hipotálamo-pituitária-
adrenal de maneira negativa, que leva ao “comer emocional”. Por fim, é possível estabelecer
uma associação entre estresse e comer emocional em pessoas obesas, mais especificamente
com o aumento das beliscadas doces e palatáveis (GEIKER et al. 2018).
Esses autores, relatam ainda, que assim como o estresse pode causar alterações no
padrão de sono e o padrão de sono pode causar estresse, é possível enxergar uma abordagem
diferente no tratamento da obesidade além da restrição calórica. Dessa forma, evidências
científicas mostram que ferramentas para o manejo do estresse podem facilitar a perda de
peso.
A formação de hábitos alimentares saudáveis é um processo que se inicia desde o
nascimento, com as práticas alimentares introduzidas nos primeiros anos de vida pelos pais,
primeiros responsáveis pela formação dos mesmos (CUNHA, 2014).
Uma boa alimentação é aquela que mantém o organismo em perfeito estado de saúde,
ou seja, com osso e dentes fortes, peso e estatura de acordo com o biótipo do indivíduo, boa
disposição, resistência às enfermidades, vontade de trabalhar e divertir-se, para isso se faz
necessária uma dieta balanceada que contenha variados nutrientes com múltiplas funções
(PEIXINHO, 2007).
A alimentação e nutrição adequadas constituem direitos fundamentais do ser humano.
São condições básicas para que se alcance um desenvolvimento físico, emocional e intelectual
satisfatório, fator determinante para a qualidade de vida e o exercício da cidadania. Se for
verdade que, muitas vezes, a falta de recursos financeiros é o maior obstáculo a uma
alimentação correta, também é fato que ações de orientação e educativas têm um papel
importante no combate a males como a desnutrição e a obesidade. Ao chamar a atenção de
35

crianças e adolescentes para os benefícios de uma alimentação equilibrada, a escola dá a sua


contribuição para tornar mais saudável a comunidade em que se insere. (CONSEA, 2004).
Com a devida atenção e cuidados pode-se promover, segundo Consea (20004), uma
maior expectativa de vida do adulto futuro. É importante lembrar que uma criança não deve
ficar muito tempo sem se alimentar, porque ela depende do alimento para o seu
desenvolvimento, assim deve-se estar precavido para uma alimentação balanceada.
O ideal é incentivar as crianças a um saudável café da manhã e um almoço completo
com proteínas (grãos integrais, soja, ovo, leite e derivados), carboidratos (pães, batata, cereais,
arroz, macarrão, etc.) verduras, legumes e frutas. Assim, o jantar poderá ser uma pequena
refeição, um prato leve, uma sopa ou um lanche. (CUNHA, 2014).
Não se pode esquecer jamais da água que é um nutriente indispensável ao
funcionamento do organismo, pois sua ingestão de, no mínimo, dois litros diariamente são
altamente recomendados.
Esse precioso líquido, desempenha papel fundamental na regulação de muitas funções
vitais do organismo, regulando a temperatura, transporte de nutrientes e eliminando
substâncias tóxicas.
As práticas alimentares saudáveis devem ter como destaque o resgate de hábitos
alimentares regionais, inerentes ao consumo de alimentos naturais ou pouco alterados, de
elevado valor nutritivos, como verduras, legumes e frutas, estes devem ser consumidos desde
os primeiros anos de vida, até a fase adulta e a velhice, considerando sempre a segurança
sanitária (BRASIL, 2006).
Portanto, podemos perceber que oferecer uma boa alimentação a criança é questão de
atenção especial, pois é importante variar a alimentação para que o organismo receba todos os
tipos de nutrientes, vitaminas proteínas, carboidratos, etc., e possa assim desenvolver-se
durante seu crescimento para a vida adulta com o máximo de qualidade.

2.9 EQUIPE MULTIPROFISSIONAL

Não é de hoje que os profissionais de saúde lidam com circunstâncias que podem
desencadear estresse emocional. Lidar com a dor do outro é algo que pode trazer, através da
empatia, certo sofrimento, dependendo das situações a que este profissional estiver exposto.
36

Para Jung et al. (2021), as equipes de unidades de pronto atendimento são equipes
dinâmicas, que atuam em diversas situações que caracterizam risco iminente de morte ao
paciente, sendo equipes que estão em constante contato com desfecho óbito podendo trazer
ainda mais ansiedade àquele profissional atuante.

As Unidades de Pronto Atendimento fazem parte da Rede de Atenção às Urgências


e são unidades intermediárias e que por serem portas abertas, na maioria das vezes,
são locais onde ocorre o primeiro atendimento ao paciente, onde ele é estabilizado
para posteriormente dar continuidade ao tratamento (BRASIL. Ministério da Saúde,
s.d.).

A criação de um ambiente de trabalho aberto ao diálogo, com interação entre os


profissionais, destacando a comunicação entre as equipes, ouvindo medos e incertezas, cria
oportunidade para que os profissionais possam expressar seus sentimentos, fazendo com que
se sintam ouvidos e que suas emoções tenham espaço e sejam validadas (KIRBY et al., 2021).
Uma equipe multidisciplinar é composta por diversos profissionais de diferentes áreas,
com foco em melhorar e avançar processos de modo mais unificado. Com essas equipes, um
grupo consegue ter uma noção mais completa, com vários pontos de vista, sobre diversos
aspectos (físicos, psicológicos etc.) sobre um mesmo problema. Na área da saúde, essa equipe
conta com psicólogos, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros profissionais, e todos
eles atuam em conjunto. Isso serve, entre outras coisas, para que seja definido qual o melhor
tratamento a ser feito com base nas análises e no prontuário de toda a equipe.
Para Souza e Stumm (2018), os profissionais da saúde necessitam de conhecimento
cientifico sore o estresse aliado a capacidade de saber lidar com situações de exaustão física e
emocional de paciente, familiares e equipe, no intuito de ajuda-los no enfrentamento ao
estresse, criação de vínculo e ampliação da qualidade da assistência.
37

3 METODOLOGIA

Logo após a escolha do tema a ser trabalhado iniciou-se uma pesquisa qualitativa, pois
este tipo de pesquisa ajuda principalmente na exploração das características, no
comportamento e motivos para um melhor entendimento do objeto a ser analisado e realizou-
se uma revisão bibliográfica.

3.1 TIPO DE ESTUDO

A fim de alcançar o objetivo de estudo proposto, optou-se pela revisão integrativa da


literatura, visto que possibilita reunir e sintetizar resultados de pesquisa sobre um determinado
tema ou questão, de maneira sistemática e ordenada, contribuindo para o aprofundamento do
tema investigado. A realização de uma revisão integrativa exige os mesmos padrões de rigor e
clareza utilizada nos estudos primários (MENDES et al., 2008).
Em outras palavras a revisão integrativa permite a busca, a avaliação crítica e a síntese
do tema investigado e o seu resultado é o estado atual do assunto pesquisado (MENDES et al.,
2008).
Para que a revisão integrativa seja elaborada de forma adequada ela precisa passar por
etapas que possa ser desenvolvida toda a pesquisa de uma maneira clara e objetiva (MENDES
et al., 2008).
A seguir estar descrito todas as etapas para a elaboração da revisão integrativa da
literatura.

3.2 ETAPAS DA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA

Para a construção dessa revisão foram percorridas as seguintes etapas: identificação do


objeto de estudo e da pergunta de pesquisa, estabelecimento de critérios de inclusão e
exclusão dos estudos, definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados,
apresentação e avaliação dos resultados.
38

3.2.1 Identificando o tema e a questão de pesquisa

Conforme explicitado anteriormente o objeto desse estudo é: “altos níveis de cortisol


causado pelo estresse e seus impactos nas escolhas alimentares: revisão integrativa de
literatura” e a problemática descrita foi identificada como pergunta de pesquisa a seguinte:
qual o impacto das alterações hormonais na vida desta população que vem sofrendo
diariamente com o estresse?

3.2.2 Estabelecendo os critérios para inclusão e exclusão

Buscou-se publicações científicas brasileiras, na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS),


indexadas na base de dados do Google Acadêmico, LILACS (Literatura Latino-Americana e
do Caribe em Ciências da Saúde), e SCIELO (Scientific Electronic Library Online), com os
seguintes descritores: Cortisol, Estresse, Alimentação adequada e Intervenção nutricional.
Como critérios de inclusão estabeleceu-se: trabalhos disponíveis em idioma português
e inglês e que estivessem na íntegra e com ano de publicação nos últimos dez anos entre 2012
a 2022.
Como critério de exclusão optou-se por não utilizar textos incompletos e trabalhos que
não respondessem à questão de pesquisa.
Foram pesquisados 123 artigos, onde foram selecionados 61, que atenderam a todos os
critérios de seleção que foi os que abordavam o tema de uma forma mais objetiva.
39

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O cortisol é um hormônio corporal que, como qualquer outro participa de funções


relacionado a reações metabólicas. Melone (2021), relata que ao acordar a concentração de
cortisol no sangue é a mais alta no organismo, tendendo a diminuir e ficando estável durante o
dia, ficando mais baixo por volta de meia noite. O cortisol depende de uma variação rítmica
de claridade e escuridão ditam o ritmo de sua liberação. A privação do sono ou distúrbios do
sono, afeta o ritmo prejudicando a concentração de cortisol no sangue.
Estudando o estresse e o comportamento alimentar entre estudantes universitários do
primeiro ano, visando as diferenças sexuais, na Austrália, Papier et al. (2015), em seus
resultados, descobriram que uma proporção significativamente maior de estudantes do sexo
feminino sofria de estresse quando comparados aos estudantes do sexo masculino.
Descobriram também, que cerca de 42% das mulheres e 32% dos homens apresentaram
estado de estresse moderado a grave. Vale ressaltar que esses níveis de estresse podem levar a
algum comprometimento funcional causando um efeito adverso na saúde física e mental e
qualidade de vida geral.
Os achados de Papier et al. (2015), mostram que em primeiro lugar, mais da metade
dos alunos sofriam de algum grau de estresse sendo as mulheres significativamente maior.
Outro aspecto, foi que tanto os alunos do sexo masculino quanto do sexo feminino com níveis
de estresse auto, consumiram significativamente alimentos menos saudáveis (ricos em
gordura e açúcar) em comparação com os não estressados. E por fim, parece haver uma
diferença nos padrões de seleção de alimentos entre estudantes do sexo masculino e feminino
estressados, sendo mais preditor nos estudantes do sexo masculino.
Alunos com alto nível de estresse exibiram aumento de comportamento alimentar
pouco saudável, como o consumo de refeições prontas. Na comparação entre os sexos, as
mulheres tendem a comer mais para recompensar um episódio de estresse e os homens
tendem a comer mais carnes e peixes. Comportamentos não saudáveis como o consumo de
bolachas, bolos, doces, refrigerantes e pular o jantar foram prevalecentes em mulheres.
Choi J. (2020), encontrou várias características de comportamentos alimentares de
estudantes universitários, incluindo uma forte dependência do consumo de carne e comer fora
de três a quatro vezes por semana e que a frequência de consumo de carne foi maior do que o
peixe/marisco e fruta fresca. Encontrou ainda, que a maioria dos entrevistados não praticava
40

atividade física regularmente ou tomar suplementos alimentares. Um terço dos entrevistados


pulou o café da manhã quase todos os dias, mas poucos pulou o almoço e o jantar.
Esses resultados mostram que a qualidade dos alimentos preferidos pelos
universitários, no estudo de Choi com tema relacionado ao impacto dos níveis de estresse no
comportamento alimentar entre estudantes universitários.
Hábitos alimentares noturnos inadequada, leva a um estado de sobrepeso que leva ao
estresse. O cortisol, segundo Silva et al. (2021), é responsável pela recuperação da
homeostase corporal, sendo assim, em situação de estresse físico ou psicológico ele é
liberado.
O sobrepeso é uma realidade no mundo de hoje independente de classes sociais, ou
mesmo, no que tange ao desenvolvimento da população (países subdesenvolvidos, em
desenvolvimento ou desenvolvidos). A literatura associa a alimentação inadequada ao estresse
com a ativação do eixo HPA, causando dependência pelos alimentos palatáveis elevando os
níveis de cortisol. Essa dependência alimentar associada a falta de atividade física e/ou uso de
álcool e tabagismo tem como consequência a obesidade na população mundial.
Os alimentos industrializados, que são comuns no dia-a-dia da população mundial,
podem induzir ao estresse biológico, contribuindo para o aumento de doenças relacionadas a
obesidade.
A alimentação saudável como frutas, hortaliças, cereais integrais, leguminosas,
proteína de valor biológico auto, temperos naturais, baixa utilização de óleos e ingerir mais de
dois litros de água por dia, são indicados para diminuir ou não alterar os níveis de cortisol e
diminuindo assim, o estresse.
Indica-se a distribuição dos alimentos e das refeições de forma fracionada, variada, em
quantidades de acordo com as necessidades individuais, pois fazem parte de uma alimentação
adequada para a realização das funções vitais, mantendo a saúde, com propriedades
terapêuticas, atuando na disposição, saciedade, humor, sono, promovendo a tranquilidade,
reduzindo a ansiedade, o estresse, o sobrepeso, a obesidade.
Silva et al. (2021), ao trabalhar com níveis de cortisol salivar em um artigo com tema
“avaliação do perfil psicopatológico de acadêmicos de medicina e sua correlação com níveis
de cortisol”. Nesse estudo foi determinado que o horário de coleta de dados seria de 7:00 as
9:00 hora da manhã e o índice normal de cortisol seria 0,4 µg/dL e os considerados
patológicos seria de 0,736 µg/dL, conforme valor definido pelo Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (DLC – HCFMUSP, 2021).
41

Nos estudos de Silva et al. (2021), com acadêmicos de medicina em diferentes


períodos do curso, mostraram quando compararam sexos, uma média de cortisol salivar no
sexo masculino de 0,31 μg/dL, estando abaixo dos níveis normais de referência e a do
feminino de 0,43 μg/dL, valores acima dos níveis normais, porém não chegando a níveis
patógenos.
Ao analisar o grau de ansiedade dos acadêmicos de medicina do sexo masculino 13
indivíduos apresentaram nível, de ansiedade que demandam monitoramento, sendo 11 em
nível moderado e dois em nível grave (um total de 26,53% dos acadêmicos masculinos
estudados). No sexo feminino foram 41,86% com o nível de ansiedade elevado, sendo 12
estudantes no nível moderado e seis apresentam nível grave de ansiedade. Assim, 33,7% dos
acadêmicos analisados possuem algum grau de ansiedade significativo (SILVA et al., 2021)
Avaliando as variações que o cortisol sofre influenciadas por diversas situações
estressoras, relata Rosa (2016), que está ligada a fatores fisiológicos, afetivos,
comportamentais o que torna difícil sua determinação específica.
O cortisol é fundamental para adaptação e preparação do organismo em situação
estressante, Silva et al. (2016) relatam que esse hormônio sofre variações em distintos níveis
de ansiedade e transtornos depressivos. Relatam ainda, que há correlação positiva entre
cortisol/ansiedade, além de alta prevalência de ansiedade e incidência significativa de
sintomas depressivos, podemos inferir que os níveis de estresse diário dos acadêmicos levam
a alterações hormonais pontuais. A construção de hábitos saudáveis age como um fator de
prevenção de futuras doenças, sendo neste caso ainda considerada como o melhor remédio.
Albuquerque et al. (2016), em seus resultados no artigo intitulado “relação da
obesidade com o comportamento alimentar e o estilo de vida de escolares brasileiros”,
observaram a relação do grau de excesso de peso com o consumo alimentar. Sendo notada
diferença significativa (p>0,05) entre os graus de excesso de peso (sobrepeso, obesidade e
obesidade grave) e o consumo alimentar, entretanto ressalta-se a prevalência da inadequação
do consumo dos alimentos.
Foi avaliado também, nesses resultados, a quantidade de refeições diárias, apenas
20,6% realizam mais de cinco refeições, fato que deveria ser feito na maioria dos casos
visando a melhor relação de alimentos/nutrientes sendo dissolvida em todo o dia. Este hábito
foi pior nos escolares com obesidade grave, onde nenhum realiza mais de cinco refeições ao
dia. Com relação ao consumo de alimentos fonte de carboidratos, 19,1% apresentam o
consumo excessivo. Já quando se analisou o consumo de verduras, legumes e frutas, 100%
dos escolares apresentou consumo insuficiente, independente do estado nutricional. Com
42

relação ao consumo de leite e derivados verificou-se 91,2% de ingestão insuficiente, sendo


esse fato mais preocupante no obeso grave (100,0%). Constatou-se também o consumo
excessivo de óleos e açúcares, 30,9% e 44,1%, respectivamente; além do fato de 75,0%
consumirem diariamente suco de caixinha e/ou refrigerante.
Esses resultados parecem mostrar a falta de preparo dos familiares em fornecer uma
dieta rica para seus filhos. Mostra também que os alimentos altamente processados (que são
mais fáceis de preparar, quando já não estão prontos) e bebidas com alta quantidades de sais e
açúcares são preferências na hora da refeição.
Ao discutir seus resultados, Albuquerque et al. (2016), reforçam a transição nutricional
a qual o Brasil está passando, com o índice de desnutrição sendo reduzido e a obesidade
atingindo proporções epidêmicas. Esta realidade é preocupante visto que a obesidade infantil
tem como consequência modificações de caráter metabólico, anatômico e comportamental.
43

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi notado um impacto no comportamento alimentar do indivíduo sob estresse,


aumentando o consumo de alimentos, bem como alterando preferências alimentares para
opções processadas que parece alterar os níveis de cortisol sanguíneo.
Uma dieta com alimentação saudável parece ser uma estratégia importante a ser
consideradas na obtenção de valores aceitáveis na diminuição do estresse alimentar e,
consequentemente, na diminuição de níveis de cortisol. Sendo assim, é necessário intensificar
o consumo de frutas e peixes, trocar alimentos como café por chá, açúcar refinado por
mascavo ou adoçante, corantes artificiais por naturais e, não menos importante, tomar
bastante água.
Alternativas alimentares mais saudáveis são importantes para combater a obesidade
que é uma porta de entrada para diversas doenças que afetam o controle hormonal.
Sugerem-se mais estudos relacionados ao estresse e comportamento alimentar com
foco no equilíbrio hormonal, principalmente relacionado ao cortisol sanguíneo, com indicação
nutricional adequada.
Ao se nutrir adequadamente, fornecendo nutrientes em quantidades e adequadas para o
bom funcionamento de diversos sistemas vitais, reduzindo ou até mesmo erradicando a
necessidade de tratamentos medicamentosos.
44

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