Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Macaé
2023
Fernanda Kessi Guilherme Melo
Macaé
2023
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 3
2 JUSTIFICATIVA 6
3 OBJETIVOS 7
3.1 OBJETIVOS GERAIS 7
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 7
4 METODOLOGIA 8
5 CRONOGRAMA 9
REFERÊNCIAS 10
3
1 INTRODUÇÃO
Os transtornos alimentares representam um problema de saúde pública e podem
interferir no comportamento alimentar podendo, a longo prazo, surtir em maiores danos
clínicos, psicológicos e no convívio social (Bandeira et al., 2016). De acordo com Nunes,
Santos, Souza (2017), esse quadro possui um desencadeamento multifatorial, no qual suas
demandas atingem principalmente o padrão de consumo e comportamento alimentar, fazendo
com que o indivíduo possua um espectro exagerado em relação a autoimagem e massa
corporal. Percebendo sua complexidade, pode-se dizer que os transtornos alimentares
possuem particularidades que alternam entre si, conforme o desfecho terapêutico e o
tratamento, apesar das semelhanças entre eles (APA, 2014).
Segundo Fernandes (2006), a palavra anorexia tomou contexto no ano de 1584
originando-se do grego anorektos, denotado por “sem desejo, sem apetite”, idealizando a falta
destes em pacientes acometidos pela anorexia. Todavia, segundo a clínica psicanalítica, não
necessariamente ocorre a falta do desejo de alimentar-se, mas esse desejo logo é ultrapassado
pela vontade perseverante na recusa ao alimento. Esse quadro foi anteriormente apreciado
entre os séculos V ao XVI como condutas divinas, por ser praticado por jovens jejuadoras a
fim de obter elevação espiritual, assim como casos de jovens protestantes que faziam da
recusa ao alimento meios de reação contra casamentos impostos.
Ao tratar da bulimia, que também origina-se do grego boulimia, com o significado de
“fome devorante”, é frequentemente considerada como o oposto da anorexia e associada a
“fraqueza de espírito”. Foi considerada primeiramente na literatura como uma prática extrema
da gula e comumente condenada. Em consequência, pacientes com bulimia apresentam
sentimentos de vergonha e dificuldades na forma como se relacionam com seus corpos. Esse
quadro foi inicialmente mencionado na literatura em casos de jovens adultas e adolescentes
(Fernandes, 2006).
Conforme a OMS (2019), a Classificação Internacional de Doenças (CID-11) define os
transtornos alimentares como: Anorexia Nervosa (AN), definida por um peso corporal baixo
para faixa de desenvolvimento em conjunto ao padrão de comportamento fadado à redução de
ingestão alimentar e o impedimento da adequação do peso, sendo ponto de corte o índice de
massa corporal de 18,5 kg/m² em mulheres adultas; Bulimia Nervosa (BN), definida por
episódios recorrentes de ingestão alimentar exacerbada em que ocorre a perda do controle
acerca das quantidades energéticas ingeridas, seguido de comportamento compensatório com
a finalidade de não ocorrer o ganho de peso corporal; e o Transtorno de Compulsão Alimentar
(TCA), no qual os episódios de ingestão alimentar exacerbada não são acompanhados de
4
85% dos pacientes com TAs em consequência da redução no metabolismo por adaptação,
bradicardia e taquicardia como consequência da desidratação e a perda de eletrólitos, sendo a
hipocalemia uma das mais recorrentes causada pelo vômito, desnutrição e abuso de
medicamentos depletores de potássio. Entre estas consequências é possível relatar casos de
hipogonadismo hipogonadotrófico, que corresponde à desregulação da liberação e/ou ação do
hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), causando falha no atingimento da puberdade e
subsequente infertilidade- ocasionando irregularidade menstrual até chegar a amenorreia,
dentre esses pode-se observar consequências como a diminuição da libido, o retardo do
desenvolvimento puberal, além de quadros de anemia e leucopenia (Assumpção, 2002).
Nesse aspecto, ressalta-se a importância da comunicação entre profissionais
envolvidos no tratamento dos transtornos alimentares, pois o tratamento com a equipe
incluindo o Terapeuta Nutricional (TN), o médico psiquiatra e o psicólogo, permite, na
maioria dos casos, uma abordagem necessária e eficiente, considerando os aspectos de cada
tipo de transtorno, grau de acometimento e singularidade do paciente. Já em episódios mais
avançados, profissionais como o gastroenterologista, o endocrinologista e o clínico geral
também podem ser incluídos no tratamento, com a finalidade de otimizar os resultados.
Acentuando o profissional psicólogo que atua no manejo dos sentimentos e nas atribuições
subjetivas envolvidas em relação ao consumo alimentar indiretamente ou diretamente,
levando em consideração as questões como a autoimagem, a autoestima e o autoconceito
estando intensamente envolvidas nos TAs (Silva, 2020).
O terapeuta nutricional é o profissional disposto de vasto entendimento na ciência da
nutrição, familiarização com pacientes acometidos por TAs e compreensão das preocupações
dos pacientes em relação à alimentação e ao peso, adotando uma abordagem colaborativa e
não controladora. Além disso, espera-se que o profissional estabeleça metas realistas, forneça
feedback sensível, demonstre paciência, cuidado e uma atitude não julgadora. Uma das
estratégias que o TN pode utilizar ao tratar de um paciente com TA é a abordagem da nutrição
comportamental, pois esta é embasada em aspectos sociológicos, culturais e emocionais
relacionados à alimentação. Essa abordagem leva em consideração as necessidades singulares
dos pacientes que enfrentam os TAs e a dificuldade em aderir à terapêutica nutricional
convencional. Nesse caso, o TN utiliza técnicas como a 'Entrevista Motivacional', 'Comer
Intuitivo', 'Comer em Atenção Plena' e 'Terapia Cognitivo-Comportamental', que são
empregadas com o propósito de instigar a motivação do paciente durante o processo de
modificação do comportamento alimentar (Alvarenga; Philippi, 2004).
Em contexto, entende-se que o trabalho do TN é de extrema importância, já que ao
6
2 JUSTIFICATIVA
Diante disso, o presente trabalho parte da afirmativa de que o grupo feminino tem sido
o mais vulnerável às pressões sociais diretamente ligadas aos padrões estéticos e
comportamentais, tornando-o mais vulnerável a desenvolver o quadro de TAs. A partir disso,
busca-se apontar a pertinência e a problemática ao entorno dos TAs em mulheres, enfatizando
o assunto no campo da nutrição. Além disso, tendo em vista as consequências que os TAs
causam no âmbito alimentar e psicológico, este trabalho também possui o intuito de expor um
estudo fundamentado em embasamento científico, relacionando as mulheres e os TAs, a fim
de maior enquadramento dos fatores predisponentes para o desenvolvimento do quadro de
TAs, assim como a identificação dos fatores de riscos para desenvolver TAs e possíveis
agravamentos (Kirsten; Fratton; Porta, 2009).
3 OBJETIVOS
4 METODOLOGIA
5 CRONOGRAMA
2023
Atividades Ago Set Out Nov Dez
Elaboração da proposta do TCC 1 X
Pesquisa bibliográfica para elaboração do
X X X X
TCC 1
Elaboração do TCC 1 X X X X
Entrega final do TCC 1 X
10
REFERÊNCIAS
BEATTY, D.; FINN, S. C. Position of the American Dietetic Association and the Canadian
Dietetic Association: women’s health and nutrition. Journal of the American Dietetic
Association, v. 95, n. 3, p. 362-366, 1995.