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ALIMENTAR
INTRODUÇÃO
O padrão estético atual de corpo difere do preconizado no início do século
XX. Há uma supervalorização de um corpo magro, definido e musculoso como sinal
de saúde, beleza e poder e não como imagem de desnutrição, pobreza e até mesmo
doença infecciosa como no passado. Esta realidade cria uma situação de frustração,
baixa autoestima e discriminação entre aqueles que fogem desta regra, podendo ser
esta uma condição relevante para o surgimento de transtornos alimentares (TA).
(SILVA, et al., 2011)
Os distúrbios alimentares mais conhecidos são a anorexia nervosa e a bulimia
nervosa. Ambos são caracterizados pela preocupação excessiva com o peso,
principalmente por jovens do sexo feminino. Considerando a complexidade
multifatorial relacionada ao aparecimento destes distúrbios, frequentemente há uma
idéia negativa da imagem corporal, temor à obesidade e facilidade de adesão a
diferentes métodos inadequados para o controle de peso (SILVA, et al., 2011)
Na anorexia nervosa há uma redução voluntária e drástica da ingestão
alimentar, com perda progressiva e intensamente desejada de peso, caquexia e
inanição e, em alguns casos, a morte. Já na bulimia nervosa, basicamente tem-se
uma compulsão alimentar periódica, caracterizada pela ingestão, em um período
limitado de tempo, de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a
maioria dos indivíduos consumiria sob circunstâncias similares, seguida de métodos
compensatórios para evitar o ganho de peso – comportamentos purgativos, tais
como indução de vômitos, uso indevido de laxantes, diuréticos, enemas e exercícios
físicos em exagero. (SILVA; SANTOS, 2006)
1
Graduanda do Curso de Nutrição do Centro Universitário são Camilo-ES, amandarizzot@gmail.com;
2
Graduanda do Curso de Nutrição do Centro Universitário são Camilo-ES, crmoraes2@hotmail.com
3
Graduanda do Curso de Nutrição do Centro Universitário são Camilo-ES, leyla.lopes@hotmail.com;
4
Professor orientador: Andrea Santos, Centro Universitário São Camilo-ES, andrea@espacoelenco.com.br;
Dentro da equipe multidisciplinar que deve tratar do paciente com transtornos
alimentares (TA), o nutricionista é capacitado para propor modificações do consumo,
padrão e comportamento alimentares, aspectos estes que estão profundamente
alterados nos TA. (LATTTERZA, et al., 2004)
O tratamento nutricional dos TA é dividido em duas etapas, educacional e
experimental. Deve-se conduzir uma detalhada anamnese acerca dos hábitos
alimentares do paciente e histórico da doença. É importante avaliar medidas de peso
e altura, restrições alimentares, crenças nutricionais e a relação com os alimentos. A
educação nutricional abrange conceitos de alimentação saudável, tipos, funções e
fontes dos nutrientes, recomendações nutricionais, conseqüências da restrição
alimentar e das purgações. Na fase experimental, trabalha-se mais intensamente a
relação que o paciente tem para com os alimentos e o seu corpo, ajudando-o a
identificar os significados que o corpo e a alimentação possuem (ADA, 1994;
Alvarenga, 2001).
O trabalho do nutricionista na área de TA exige habilidades não-inerentes à
sua formação, como conhecimentos de psicologia, psiquiatria e das técnicas da
terapia cognitivo-comportamental. Deve ser criado um vínculo com o paciente,
atuando de forma empática, colaborativa e flexível (Rock e Curran-Celentano, 1996).
MATERIAIS E METODOS
Trata-se de uma pesquisa de cunho de revisão bibliográfica, onde se realizou
uma busca sistematizada das informações de periódicos na base de dados Scielo,
Lilacs e no Google Acadêmico. As palavras chaves utilizadas foram anorexia
nervosa, bulimia nervosa, transtornos alimentares, nutrição. O período pesquisado
foi compreendido entre 1994 a 2015. E a partir daí foram selecionados os artigos
cujos fatores em estudo e desfechos estavam relacionados com o escopo desta
revisão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É incontestável a importância do profissional da nutrição para o tratamento
dos transtornos alimentares, juntamente com outros profissionais da saúde. A
relação entre o portador do transtorno e o alimento precisa ser resgatada, voltar a
ser prazerosa, e o nutricionista tem o dever reestabelecer essa relação, com suas
orientações nutricionais e atendimento humanizado. Ainda na graduação, devem-se
incentivar os discentes de nutrição a buscarem conhecimento específico sobre os
transtornos, pesquisarem novos métodos e abordagens, e incentivá-los a buscar
cursos e especializações após a graduação sobre os transtornos alimentares.
REFERÊNCIAS
ADA - American Dietetic Association. - Position of the American Dietetic Association:
nutritional intervention in the treatment of anorexia nervosa, bulimia nervosa and
binge eating. J Am Diet Assoc 94: 902-7, 1994.
ALVARENGA, M.S. - Bulimia nervosa: avaliação do padrão e comportamento
alimentares. São Paulo, 2001. Tese (Doutorado). Curso Interunidades em Nutrição
Humana Aplicada, Universidade de São Paulo.
SILVA L.M, SANTOS M.A Construindo Pontes: Relato de experiência de uma equipe
multidisciplinar em transtornos alimentares; Medicina, Ribeirão Preto, Simpósio:
TRANSTORNOS ALIMENTARES: ANOREXIA E BULIMIA NERVOSAS Capítulo XIV
39 (3): 415-24, jul./set. 2006
SILVA J.D; SILVA A.B.J; OLIVEIRA A.V.K; NEMER A.S.A Influência do estado
nutricional no risco para transtornos alimentares em estudantes de nutrição Ciência
& Saúde Coletiva, 17(12):3399-3406, 2012