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Risco para desenvolvimento de transtornos alimentares...

Penz LR, Bosco SM, Vieira JM


ARTIGO ORIGINAL

Risco para desenvolvimento de


transtornos alimentares em
estudantes de Nutrição
Risk for development of eating disorders
in students of Nutrition

LISÂNGELA RITA PENZ1


SIMONE MORELO DAL BOSCO2
JAINE MARIA VIEIRA3

RESUMO ABSTRACT
Objetivos: avaliar a presença de risco para o Aims: To evaluate the presence of risk for the develop-
desenvolvimento de transtornos alimentares em estu- ment of eating disorders in students of Nutrition.
dantes de Nutrição. Methods: Two hundred three students from a faculty of
Métodos: foram avaliadas 203 alunas matricu- Nutrition were evaluated through the Food Attitudes Test
ladas em curso superior de Nutrição através do Teste (EAT-26). Presence of risk was characterized as EAT+ (score
de Atitudes Alimentares (EAT-26). A presença de risco above 20). The body mass index was calculated through auto-
foi caracterizada como EAT+ (escore superior a 20). Foi cited weight and height. Correlation between EAT+ and body
calculado o índice de massa corporal através de peso e mass index was evaluated by the Spearman coefficient.
altura auto-referidos. A correlação entre EAT+ e índice Results: According to the questionnaire, 35% of the
de massa corporal foi avaliada pelo coeficiente de studied women were at risk for developing eating disorders,
Spearman. and 75.8% were eutrophic. We found positive correlation
Resultados: de acordo com o questionário, 35% between EAT+ and body mass index in the group of eutrophic
das mulheres estudadas apresentavam risco de de- students.
senvolvimento de transtornos alimentares e 75,8% Conclusions: Eutrophic students of Nutrition presented
apresentavam-se eutróficas. Encontramos correlação risk for inappropriate food behaviours.
positiva entre EAT+ e índice de massa corporal no KEY WORDS: RISK FACTORS; STUDENTS, HEALTH
grupo de estudantes eutróficas. OCCUPATIONS; NUTRITION; FEEDING BEHAVIOR;
Conclusões: as estudantes de Nutrição eutróficas EATING DISORDERS; QUESTIONNAIRES.
apresentaram risco para comportamentos alimentares
inadequados.
DESCRITORES: FATORES DE RISCO; ESTUDANTES DE
CIÊNCIAS DA SAÚDE; NUTRIÇÃO; COMPORTAMENTO
ALIMENTAR; TRANSTORNOS DA ALIMENTAÇÃO; QUES-
TIONÁRIOS.

1 Nutricionista da Unidade Integrada Vale do Taquari de Ensino Superior – UNIVATES.


2 Nutricionista. Mestre em Gerontologia Biomédica pela PUCRS. Coordenadora do Curso de Nutrição da UNIVATES.
3 Nutricionista. Doutora em Nutrição pela Universidad Complutense de Madrid – UCM. Professora Substituta da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS.

124 Scientia Medica, Porto Alegre, v. 18, n. 3, p. 124-128, jul./set. 2008


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INTRODUÇÃO O sentimento de negação da própria condi-


ção patológica, muitas vezes conseqüência de tabu
Os transtornos alimentares são freqüente- existente em torno dos sintomas dos transtornos
mente considerados quadros clínicos ligados à alimentares, leva essas síndromes a se estenderem
modernidade.1 Esses transtornos são fenôme- por um longo período de tempo sem ser diagnos-
nos pluridimensionais resultantes da interação ticadas, acarretando o aparecimento de comorbi-
de fatores pessoais, familiares e socioculturais, dades e agravos à saúde.4 O conhecimento de que
caracterizados pela preocupação intensa com a percepção distorcida do peso corporal leva a
alimento, peso e corpo.2 São divididos em duas práticas inadequadas de controle de peso pode
categorias principais: anorexia nervosa e bulimia favorecer medidas preventivas como campanhas
nervosa. educacionais que visem esclarecer a ligação entre
Embora classificados separadamente, os dois a cultura do corpo e os transtornos alimentares.8
transtornos acham-se intimamente relacionados Os transtornos alimentares podem ser diag-
por apresentarem psicopatologia comum: uma nosticados por meio dos critérios do Manual
idéia prevalente envolvendo a preocupação Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
excessiva com o peso e a forma corporal (medo (DSM-IV) e da Classificação Internacional de
de engordar), que leva as pacientes a se engaja- Doenças (CID-10). Os questionários auto-apli-
rem em dietas extremamente restritivas ou a cáveis são fáceis de usar, eficientes e econômicos
utilizarem métodos inapropriados para alcança- na avaliação de grande número de indivíduos.
rem o corpo idealizado. Tais pacientes costu- Vários deles apresentam propriedades psicomé-
mam julgar a si mesmas baseando-se quase que tricas adequadas e permitem aos respondentes
exclusivamente em sua aparência física, com a revelar um comportamento que, por considera-
qual se mostram sempre insatisfeitas.3 rem vergonhoso, poderia deixá-los relutantes
Também influenciam no comportamento ali- numa entrevista face-a-face.9
mentar feminino: a autopercepção corporal, re- O EAT-26 (Eating Attitudes Test) indica a
fletida como uma grande insatisfação com sua presença de padrões alimentares anormais e
própria imagem corporal; a influência familiar; fornece um índice de gravidade de preocupações
o uso de dieta restritiva, que, quanto mais fre- típicas de pacientes com transtorno alimentar,
qüente, mais indica preocupação com o peso cor- particularmente intenção de emagrecer e medo
poral; a prática de atividade física; e a leitura de ganhar peso.4 O questionário, isolado, não
de revistas que exaltam a utilização de dieta possui poder de diagnóstico, mas serve para a
restritiva e a magreza como símbolo de beleza e triagem de novos casos e, de certo modo, para a
de poder.4 O imaginário dessas pessoas é inva- avaliação da gravidade dos sintomas alimen-
dido pelo padrão vigente da boa forma física, tares.10 Esse instrumento foi desenvolvido e
simbolizada pela magreza. Tal corpo é incom- validado por Garner e Garfinkel11 em 1979, uti-
patível para a maioria das pessoas, que acabam lizando população feminina do Canadá: um
por se envolver em práticas alimentares e com- grupo de pacientes com anorexia nervosa e outro
portamentos disfuncionais em busca de atingir de universitárias sem histórico de transtornos
esse corpo dito ideal.5 alimentares ou psiquiátricos. Segundo Bighetti,12
Em revisão sistemática e metassíntese, Es- é de suma importância que possíveis casos de
píndola e Blay5 relatam que os transtornos ali- transtornos alimentares sejam diagnosticados
mentares ocorrem em 90 a 95% dos casos no sexo precocemente, pois são síndromes psicossomá-
feminino. ticas consideradas graves e de prognóstico ruim.
Segundo a American Psychiatric Association, Objetivando avaliar a presença de fatores de
a prevalência de anorexia nervosa varia en- risco para o desenvolvimento de transtornos ali-
tre 0,3 a 3,7% e a de bulimia nervosa é cerca de mentares em estudantes de Nutrição, aplicou-
1,1 a 4%, ambas na população feminina jovem.6 se o EAT-26 nas alunas matriculadas no curso
As principais complicações clínicas dos trans- de Nutrição do Centro Universitário UNIVATES
tornos alimentares são hipercolesterolemia, – Lajeado/RS.
hipoglicemia, alterações endócrinas, queda da
densidade mineral óssea, arritmia cardíaca MÉTODOS
devida às perdas hidroeletrolíticas, hipotensão,
alterações pulmonares, insuficiência renal e O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Co-
suicídio.7 mitê de Ética em Pesquisa do Centro Universi-

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tário UNIVATES. O estudo realizado foi do tipo alunos foram excluídos por terem menos de 18
transversal. anos, três por serem do sexo masculino e sete
Através do Setor de Atendimento ao Aluno, por serem as alunas que aplicaram os questio-
obteve-se a listagem de alunos matriculados no nários. Quarenta e cinco questionários foram
curso de Nutrição no semestre A/2007. Foram excluídos por estarem incompletamente pre-
incluídas no estudo todas as alunas de sexo femi- enchidos. Três alunas não quiseram responder
nino maiores de 18 anos, presentes à sala de aula e 12 alunas não foram encontradas na sala de
no momento da aplicação do questionário e que aula no momento da aplicação.
aceitaram participar do estudo. As alunas que A média de idade da amostra foi de 23,6 anos
aplicaram os questionários, assim como os ques- de idade (DP ± 5,5), sendo a idade mínima 18
tionários que foram respondidos parcialmente, anos e a máxima 52 anos. A média do IMC
foram excluídos. encontrada foi de 20,8 kg/m² (DP ± 2,4).
Durante três semanas, no mês de abril de Dentre as alunas pesquisadas, 38 (18,7%)
2007, sete estudantes de Nutrição, previamente estavam abaixo do IMC considerado normal
treinadas pelas pesquisadoras quanto ao proce- (=18,5 kg/m²), o que caracteriza um dos critérios
dimento de aplicação do questionário, compa- diagnósticos para transtornos alimentares,
receram às salas de aula onde havia alunas do segundo o DSM IV e o CID 10; 154 (75,8%)
curso de Nutrição e solicitaram ao docente a estavam eutróficas (IMC 18,5-24,99 kg/m²);
permissão para o preenchimento do questioná- 10 (4,9%) estavam em pré-obesidade (IMC 25-
rio e do Termo de Consentimento Livre e Escla- 29,99 kg/m²); e 1 (0,5%) estava com obesidade
recido (tempo médio de 10 minutos). O questio- grau I (IMC entre 30 e 34,99 kg/m²).
nário foi de autopreenchimento. O instrumento De acordo com o EAT-26, entre as 203 estu-
utilizado para avaliação da possibilidade de dantes foram encontradas 71 (35%) com um
desenvolvimento de transtornos alimentares foi escore positivo: EAT+ (= 21 pontos). As 132
o EAT-26, traduzido e validado para o idioma alunas restantes (65%) foram consideradas co-
português.11,12 Os dados de idade, peso e es- mo EAT- (sem sintomas). A estratificação das
tatura foram auto-referidos. A classificação do alunas conforme o IMC e o EAT+ é mostrada
índice de massa corporal (IMC) foi feita de na Tabela 1.
acordo com a Organização Mundial da Saúde.13
O questionário EAT-26 é um instrumento
composto por 26 questões dirigidas à sintoma- TABELA 1 – Estratificação das estudantes conforme
tologia anoréxica, podendo variar de 0 a 78 índice de massa corporal e EAT+ *
pontos. Apresenta respostas em escala Likert,
onde a opção “sempre” vale 3 pontos, “muito Índice de Número de Estudantes com
massa corporal estudantes EAT+* N (%)
freqüentemente”, 2 pontos, “freqüentemente”
1 ponto e as demais não recebem pontuação ≤ 18,5 kg/m²
38 8 (21)
(Desnutrição)
(às vezes, raramente e nunca), com exceção da
pergunta nº 25, que tem os valores invertidos.11 18,5 - 24,99 kg/m²
154 60 (39)
(Eutrofia)
Quando o número de respostas positivas foi
igual ou superior a 21 pontos, o resultado foi 25 - 29,99 kg/m²
10 2 (20)
(Pré-obesidade)
classificado como EAT+ e considerado indicador
de risco para o desenvolvimento de um trans- 30 - 34,99 kg/m²
1 1 (100)
torno nutricional. (Obesidade grau I)
Os dados foram tabulados utilizando o Total 203 71 (35)
software Microsoft Excel 2003. Para a análise * EAT+ = questionário EAT-26 (Eating Attitudes Test) com escore superior
estatística, foi utilizado o teste de Spearman a 20 pontos (indicador de risco para o desenvolvimento de transtorno
nutricional).
para avaliar a correlação entre EAT+ e IMC.
Utilizou-se o software GraphPad InStat versão
3.00 para Windows 95.
Observou-se que, no grupo de estudantes
RESULTADOS eutróficas, o EAT+ apresentava correlação
positiva com o IMC, ou seja, quanto maior o
Duzentos e oitenta e sete alunos estavam IMC, maior a freqüência de EAT+ (coeficiente
matriculados no curso de Nutrição. Quatro de Spearman 0,2470; p=0,0004) (Figura 1).

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35
30
25
20
IMC

Figura 1 – Correlação entre IMC


15 (índice de massa corporal) e escore do
10 EAT-26 (Eating Attitudes Test).
5 No grupo de estudantes eutróficas
(IMC 18,5 - 24,99 kg/m²) a freqüência de
0
EAT+ (escore >20) apresenta correlação
0 10 20 30 40 50 60 positiva com o aumento do IMC
Escore (coeficiente de Spearman 0,2470;
p = 0,0004).

DISCUSSÃO mentos alimentares inadequados, principal-


mente aquelas que se encontram no limite
Neste estudo, 35% das mulheres estuda- superior da normalidade. Talvez mais do que
das apresentavam risco de desenvolvimento de as moças que já se encontram nas faixas de pré-
transtornos alimentares, embora a maioria (75,8%) obesidade, nas quais a porcentagem de EAT+
fossem eutróficas. Em estudo com alunas uni- foi menor – embora a amostra destas tenha sido
versitárias, em Florinanópolis, encontrou-se muito pequena para avaliar completamente esse
85,7% das alunas eutróficas.14 Em estudo reali- aspecto.
zado no Rio de Janeiro para avaliação de auto- No estudo de Fiates e Salles, onde foi apli-
percepção corporal em alunas do curso de Nu- cado o questionário EAT-26 em alunas do curso
trição de uma universidade federal, encontrou- de Nutrição, comparando-as com alunos de
áreas desvinculadas da saúde, encontrou 25,4%
se um IMC médio de 20,80 kg/m² (DP±2,5).
de EAT+ nas futuras nutricionistas, enquanto
A média de idade desse mesmo estudo foi 20,9
que o outro grupo de estudantes apresentou
anos (DP±2,0).15
18,7% de EAT+.14
A média encontrada de IMC (20,8±2,4kg/m²)
Outro estudo, que comparou comporta-
da amostra indica que a maioria das alunas en-
mento alimentar de estudantes de Nutrição e de
contrava-se na metade inferior da normalidade.
Psicologia, aquelas do curso de Nutrição apre-
Em estudo semelhante realizado com população
sentaram escore de EAT+ em 18,3% da amostra,
feminina, encontrou-se um índice de eutrofia
enquanto as de Psicologia apresentaram 13,3%
de 82%, embora os números correspondentes de escore positivo. Isto poderia ser explicado
a baixo peso e ao excesso de peso (sobrepeso/ pela procura dos cursos de Nutrição por pessoas
obesidade) tenham sido diferentes: 2% e 16%, que possam ter maior tendência a desenvolver
respectivamente.8 Estes números podem indicar esses transtornos. Os resultados apontaram para
a pressão à qual as estudantes de Nutrição já uma maior incidência de distorção da imagem
são submetidas antes de entrarem em contato corporal e de comportamento alimentar inade-
direto com a sua profissão. quado entre as alunas de nutrição.17
A pré-obesidade e a obesidade apareceram O estudo de Souza et al. (2002), com estu-
em pequena porcentagem. De acordo com a dantes do curso de Medicina, encontrou EAT+
CMAJ (2007), a obesidade está alcançando pro- em 5,5% das alunas.18 Em estudo com adoles-
porções epidêmicas no mundo e está afetando centes, Chiodini e Oliveira (2003) encontraram
não somente adultos, mas também crianças e escores mais elevados nas meninas do que nos
adolescentes. Nos últimos 20 anos, a obesidade meninos (8,3% e 3,7%, respectivamente), confir-
transformou-se no problema nutricional mais mando o fato de que as mulheres são bastante
prevalente no mundo, superando a desnutrição influenciáveis pela cultura e pela mídia, que
e as doenças infecciosas, e tornando-se o proble- pregam a magreza como sinônimo de beleza,
ma mais significativo, com alto índice de morbi- aumentando a probabilidade de atitudes alimen-
dade e mortalidade.16 A correlação positiva entre tares anormais desde cedo.19
EAT+ e IMC mostra que as alunas eutróficas Provavelmente as alunas do curso de Nutri-
também podem estar apresentando comporta- ção apresentam uma preocupação exagerada

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com a sua forma física, e estão em constante 6. American Psychiatric Association. Practice guideline
treatment for psychiatric disorders: compendium 2000.
contato com os alimentos, o que acaba favore-
Washington: The Association; 2000.
cendo a obsessão por uma aparência aceitável
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pela sociedade. As futuras nutricionistas têm anorexia nervosa e bulimia nervosa. Rev Bras Psiquiatr.
conhecimento das propriedades dos alimentos 2002;24(Supl III):29-33.
– e há uma constante cobrança para que já 8. Nunes MA, Olinto MTA, Barros FC, Camey S. Influência
coloquem em prática este conhecimento. Estas da percepção do peso e do índice de massa corporal nos
comportamentos alimentares anormais. Rev Bras
acabam fazendo uso disto para atingirem seus Psiquiatr. 2001;23:21-7.
objetivos pessoais e profissionais, muitas vezes 9. Freitas S, Gorenstein C, Appolinario JC. Instrumento
colocando sua saúde em risco. O contexto em para avaliação dos transtornos alimentares. Rev Bras
que essas alunas estão inseridas, desde a entrada Psiquiatr. 2002;24(S3):34-8.
na faculdade até a vivência da vida profissional, 10. Cordás TA, Neves JPP. Escalas de avaliação de trans-
pode ajudar a criar um ambiente mais favorável tornos alimentares. Rev Psiq Clin. 1999;26:41-7.
ao desenvolvimento de distúrbios nutricionais. 11. Garner DN, Garfinkel PE. The eating attitudes test: an
index of the symptoms of anorexia nervosa. Psychol
Concluímos que a alta freqüência de EAT+ Med. 1979;2:273-9.
encontrada é um dado bastante preocupante, 12. Bighetti F. Tradução e validação do Eating Attitudes Test
que evidencia a tendência atual de aumento na (EAT-26) em adolescentes do sexo feminino na cidade
prevalência de transtornos alimentares. A alta de Ribeirão Preto-SP [dissertação]. Ribeirão Preto(SP);
porcentagem de escores positivos dentro dos Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP; 2003.
limites da eutrofia sugere que alunas com peso 13. World Health Organization. Obesity: preventing
and managing the global epidemic: report of WHO
adequado mostram-se excessivamente preocu- consultation. WHO Tech Rep Series. 2000;894:1-253.
padas com seu peso e podem estar enxergando 14. Fiates GMR., Salles RK. Fatores de risco para o desen-
seu corpo de uma maneira distorcida. Vale volvimento de distúrbios alimentares: um estudo em
ressaltar que os transtornos alimentares têm universitárias. Rev Nutr Campinas.2001;14(Supl.):3-6.
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4. Magalhães VC, Mendonça GAS. Transtornos alimen-
tares em universitárias: estudo de confiabilidade da
versão brasileira de questionários autopreenchíveis. Endereço para correspondência:
LISÂNGELA RITA PENZ
Rev Bras Epidemiol. 2005;8:236-45. Centro Universitário UNIVATES
5. Espíndola CR, Blay SL. Bulimia e transtorno da com- Rua Avelino Tallini, 171 – Bairro Universitário
Lajeado, RS, Brasil
pulsão alimentar periódica: revisão sistemática e Telefone: (51) 3714-7027
metassíntese. Rev Psiquiatr RS. 2006;28:265-75. E-mail: lpenz@bewnet.com.br

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