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TRANSTORNOS ALIMENTARES – ANOREXIA,


BULIMIA, COMPULSÃO ALIMENTAR – EM TEMPOS
DE COVID-19

Ana Paula Britto¹, Cristiano Luiz Soares¹, Letícia Vaccari Tovar¹, Alessandra
Job²
1- Acadêmicos do curso de nutrição
2- Mestranda em Neurociências – Professora Multivix – Vitória
Resumo

Transtornos alimentares são doenças multifatoriais caracterizadas por padrões de


comportamento alimentar que gera severos prejuízos à saúde do indivíduo. A Covid19,
patologia infectocontagiosa ocasionada pelo coronavírus, SARS-CoV-2, que pode ocasionar
uma síndrome respiratória aguda grave, provocou o isolamento social da população,
desencadeando alterações no estilo de vida e mudanças nos hábitos alimentares. O objetivo
do trabalho é discorrer sobre as características e fatores de riscos dos transtornos alimentares -
anorexia nervosa, bulimia nervosa e compulsão alimentar pós pandemia COVID-19. Buscando
entender as alterações comportamentais provocada por esta enfermidade, foi realizado um
trabalho de revisão de literatura, sobre transtornos alimentares na população em geral no
decorrer pandêmico, onde evidenciou-se o crescente aumento destes transtornos agravado
pelo medo do contágio/morte, imposições da mídia e a medida de isolamento social.
Palavras-Chave: Transtornos Alimentares; Bulimia; Anorexia; Compulsão Alimentar;
Comportamento Alimentar; COVID-19.

Introdução

Transtornos alimentares podem ser caracterizados por síndromes


psiquiátricas complexas relacionadas a perturbações comportamentais nos
hábitos alimentares, com prejuízo nutricional e/ou psicossocial. A origem dos
transtornos pode ter ou não relação com a imagem corporal e é multifatorial, -
provocando comportamentos inadequados, tais como: uso de medicamentos,
ingestão exacerbada ou diminuída de alimentos e até mesmo estimulando
vômitos pós-prandial. (OLIVEIRA; DEIRO, 2013; FORTES et. al, 2014;
FORTES et. al. 2016).
A COVID-19 (SARS-CoV-2), por se tratar de uma patologia infeciosa, fez
do isolamento social um método indispensável para impedir a transmissão.
Entretanto, o isolamento, acarretou em diversas implicações no comportamento
dos hábitos alimentares, como também em diversos outros quesitos sociais da
população mundial como alteração do sono, ingestão de bebidas alcoólicas,
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tabagismo, prática de atividade física ou sedentarismo, entre outros (FARO et


al., 2020; DUTRA et al., 2020; MALTA et al., 2020; STEELE et. al., 2020;
VERTICCHIO, 2020).
O contexto atual pós pandêmico apresenta uma realidade propícia para
o aumento da incidência e agravos das doenças mentais incluindo os
transtornos alimentares.
Essa revisão de literatura teve como objetivo avaliar os impactos
emocionais pós pandemia COVID 19 no desenvolvimento ou agravos dos
trastornos alimentares.

Metodologia

A partir de vários artigos sobre o tema, realizou-se uma revisão


integrativa de literatura no contexto atual, pesquisado dentro dos anos de
2011 à 2021, considerando como bases de dados o Google acadêmico e
a SciELO usando como descritores em português, os termos: "nutrição
comportamental", "transtornos alimentares”, "bulimia", “compulsão alimentar”;
"anorexia”, “isolamento social” e “COVID 19”. e PUBMED com os descritores
em inglês: “behavioral nutrition”, “eating disorders”, “bulimia”, “binge eating” e
“anorexia”. Os artigos foram avaliados pelo ano de publicação, tema
relacionado ao artigo e foram excluídos resumos literários de eventos
científicos.

Revisão de Literatura

Transtornos Alimentares

O termo Transtorno alimentar (TA) é abrangente, pois é usado para


qualquer padrão de comportamento alimentar que gera severos prejuízos a
saúde do indivíduo. São consideradas como patologias e descritas
detalhadamente no DSM-V. No entanto, entre os três transtornos aqui
estudados, somente anorexia nervosa e bulimia nervosa constam no CID 10 –
F50.
Fortes e colaboradores (2015), concluíram os transtornos alimentares
(TAs) como distúrbios que se revelam não favorável a saúde cognitiva e/ ou
física do sujeito, caracterizados como perturbações alimentares, exagerada
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preocupação com estado corporal, redução ou aumento da ingestão de


alimentos, podendo ter também atitudes purgativas.
As TAs são doenças de diversos fatores e se manifestam logo na
infância e adolescência (GONÇALVES , 2013) caracterizadas por perturbações
comportamentais referentes aos hábitos alimentares que podem acarretar
sérios problemas até na fase adulta (FERREIRA, 2018). São doenças com
multiplas origens, que podem durar por muito tempo e que precisam de
cuidados constantes, ou seja, são síndromes crônicas, e por conta disso se
tornam laborioso o tratamento e de difícil diagnóstico (FRANCISCO et al.,
2012).
Sua influência abrange interação entre sociedade, pessoa, corpo, mente,
existencia e de fatores que criam condições para o surgimento dos sintomas
e/ou da doença. Fortes e colaboradores (2012c), relatam que os fatores
ambientais podem interagir no padrão genético do indivíduo e carregá-las para
gerações futuras, sendo assim, existem indivíduos mais propensos
geneticamente para o desenvolvimento de TAs. Já outros autores além de
citarem os fatores familiar/hereditário mencionam as condições biológicas,
físicas, emocionais, religiosas, hábitos individuais, sociocultural e interpessoais
(LEITE et al, 2020; FORTES et al., 2012b; CRUZ et al.,2018). Francisco et al.
(2012) reporta o incessante interesse pelo corpo idealizado e peso corporal,
mas também cita o abuso sexual, e interesse pelo peso e corpo como fatores
de risco e Silva et al (2011) cita em seu artigo que o retorno verbal negativo
com frases que depreciem o indivíduo como um gatilho para as TAs.
A insatisfação corporal, ou seja, a auto imagem corporal pode
desencadear doenças psíquicas e físicas (SOUZA; ALVARENGA, 2016)
torna-se o mais forte predisposto dos transtornos alimentares, pois envolve
uma preocupação excessiva em relação ao corpo, que pode também estar
relacionados ao “padrão de beleza” imposto pela mídia, gerando
comportamentos inadequados como uso de diuréticos e laxantes, excesso de
exercício físico, redução de alimentos, estímulos a vômitos, entre outros
(BRESSAN; PUJALS, 2015, MELIM et al. 2013, OLIVEIRA, DEIRO, 2013,
TAKI et al., 2012, LEITE et al., 2020). Podendo também gerar depressão,
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ansiedade, baixa autoestima, procura de realização de várias cirurgias


plásticas, comparação social e consequentemente a diminuição da qualidade
de vida (SOUZA; ALVARENGA, 2016).
Apesar de se manifestar na primeira infância e adolescência foi possível
perceber que os perfis mais comuns são nos adultos de faixa etária mais
jovens e nos adolescentes mais velhos (FRANCISCO et al., 2012), em maior
número no sexo feminino, devido à sua insatisfação corporal, supervalorização
e idealização da magreza, pela influência sociocultural e estética (LEITE et al.,
2020; FORTES, FERREIRA 2011; SILVA et al. 2011; FRANCISCO et al.,
2012), apesar que, recentemente há um aumento na preocupação de homens
com transtornos alimentares devido a busca da musculosidade (BLASHILL,
2011; FRANCISCO et al., 2012).
O dispositivo oficial para pautar diagnósticos psiquiátricos é o Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), ou seja, uma
ferramenta médica, de grande influência, produzida nos Estados Unidos,
referente a Classificação Internacional de Transtornos Mentais da Organização
Mundial de Saúde (RESENDE et al., 2015).
Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais - DSM-V
(AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION [APA]), dita:
os transtornos alimentares são caracterizados por uma perturbação
persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à
alimentação que resulta no consumo ou na absorção alterada de
alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou o
funcionamento psicossocial. São descritos critérios diagnósticos para
pica, transtorno de ruminação, transtorno alimentar restritivo/evitativo,
anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno de compulsão
alimentar (DSM-V, 2014, p. 329), conforme a tabela a seguir.

Tabela 1. Descrição dos Transtornos Alimentares (DSM-V, 2014)


Caracteriza-se por restrição de ingestão calórica necessária de
acordo com o esperado para o desenvolvimento; medo intenso de
Anorexia Nervosa ganhar peso ou engordar, mesmo quando o peso já está baixo; e
perturbação na forma como se experiência o próprio peso, na
autoavaliação do corpo e na imagem corporal.
Pode ser definida segundo três características principais: episódios
Bulimia Nervosa recorrentes de compulsão alimentar; comportamentos
compensatórios inapropriados recorrentes para impedir o ganho de
peso e autoavaliação indevidamente influenciada pela forma e pelo
peso corporais.
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Caracteriza-se por episódios de ingestão de alimentos em


Transtorno de Compulsão quantidades maiores do que o esperado em um espaço curto de
Alimentar tempo, acompanhados de uma sensação de falta de controle.
Nesses casos, o contexto é importante para considerar se a
ingestão excessiva se dá por um transtorno ou por uma ocasião
aceitável (como em festas, por exemplo).
Fonte: DSM-V (2014)

Dentre os artigos pesquisados, encontramos diversos transtornos


alimentares decorrentes pós pandemia, mas bulimia nervosa, a anorexia
nervosa e transtorno de compulsão alimentar foram o foco dessa pesquisa.

Anorexia Nervosa

O termo anorexia, etimologicamente, deriva do grego “an-”, que


significa ausência ou deficiência, e “orexis”, que quer dizer apetite.
Esse termo também compreende enjoo por inapetência, aversão a
alimentos. A doença é conhecida como “anorexia nervosa” (AN), um
termo que surgiu por meio de William Gull, ao se referir à
característica principal desse agravo: emagrecimento extremo. Nos
dias de hoje, o significado da palavra “anorexia” foi deturpado, visto
que as pessoas com essa doença apresentam uma recusa alimentar
e não, de fato, perda de apetite, que, em casos graves, pode levar à
amenorreia, constipação, alterações cognitivas e diminuição dos
sinais vitais (LÓSS et al 2019, p.76).
Segundo Lóss et al. (2019), considera-se anorexia nervosa quando a
perda de peso é excessiva e o peso corporal está abaixo do esperado em 15%
ou mais. Essa busca incansável pela magreza e o medo intenso de engordar
são divididos em dois subtipos: o restritivo, pelo qual os sintomas aparecem
decorrentes da diminuição alimentar, em que podem gerar sintomas
obsessivos compulsivos; e o purgativo, em que o paciente induz o próprio
vômito, uso de laxantes e diuréticos, prática de atividade física em excesso,
atitudes para perda de calorias a qualquer preço colocando sua saúde em
risco.
A anorexia nervosa, caracterizada pela repulsa pela obesidade,
alteração na autoimagem corporal, a busca obstinada pela magreza, a ingestão
energética diminuída que gera perda de peso corporal podendo comprometer a
saúde e o estado físico do indivíduo, é um transtorno no comportamento
alimentar (FERREIRA, 2018; LISBOA et al., 2021). Com características
obsessivo-compulsivas e uma ideologia irracional que complica ainda mais o
tratamento (FERREIRA, 2018).
Assal e Fernandes (2014, p. 32) ressaltam que indivíduos com anorexia
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apresentam
medo mórbido de engordar e alteração na percepção da imagem
corporal, perda de massa muscular e gordura corporal,
irregularidades digestivas, desidratação, arritmias cardíacas,
intolerância ao frio, cabelos finos e quebradiços.

Vannucchi e Marchini (2014) relatam que após 4 anos de


acompanhamento, menos da metade dos pacientes com anorexia nervosa
evoluem para a cura e, mesmo assim, nem todos conseguem retornar à
“normalidade”, ou seja, ao seu estilo de vida anterior a doença. Cerca de 20 a
30% dos pacientes evoluem para cronicidade, com medo de alimentar-se e
ingestão restritiva. A subnutrição pode etermina maior suscetibilidade às
complicações, como infecções, osteoporose e insuficiência renal, podendo
também agravar os problemas psiquiátricos. Em casos com evolução
desfavorável, o óbito pode decorrer dessas complicações ou por suicídio.

Bulimia Nervosa

A bulimia nervosa é uma das principais manifestações clínicas entre os


transtornos alimentares (CRUZ et al., 2018).
Ao ser descrita pela primeira vez em 1979 por Gerald Russell, a
bulimia nervosa (BN) vem sendo conhecida e caracterizada pela sua
forma típica de ingestão rápida e compulsória de alimentos em busca
de um prazer momentâneo que, muitas vezes, não é alcançado, e um
comportamento atípico de forçar a saída do alimento pelo vômito,
pelo uso abusivo de laxantes e diuréticos, além do medo excessivo
de engordar. Através da história, é possível observar que o hábito de
induzir o vômito, que é uma característica apresentada em até 95%
dos pacientes, não é tão incomum (LÓSS et al 2019, p.77).
De acordo com Lóss et al. (2019), a bulimia nervosa sucumbe os
pacientes a repetidos episódios de ingestão excessiva de alimentos (hiperfagia)
e perante isso utiliza a medidas exarcebadas e muitas vezes extremas para
tentar evitar o ganho de peso. Estranhamente, grande parte dos pacientes está
em sua faixa normal de peso. Casos graves ocorrem pelo comportamento
purgativo, como alterações eletrolíticas, diarreias e alcalose metabólica.
Lisboa et al. (2021), caracterizam a bulimia nervosa (BN) em episódios
de compulsão alimentar acompanhadas por ações compensatórias
desapropriadas, como purgação, vômito autoinduzido, uso abusivo diuréticos
e/ou laxantes, prática excessiva de exercícios físicos e jejuns alimentares.
Ferreira (2018), cita também a utilização de hormônios tireoidianos,
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medicamentos que causam falta de apetite como os agentes anorexígenos,


além da injeção de enemas para incentivar a evacuação.
Na grande maioria das vezes os episódios acontecem às escondidas e
são acompanhados de culpa, vergonha e autopunição (ASSUMPÇÃO, 2014) e
sua ocorrência é mais prevalente no público feminino entre 18 e 23 anos
(CRUZ et al., 2018).
Aproximadamente 30% dos pacientes com bulimia nervosa apresentam
antecedentes de anorexia nervosa. Entre os bulímicos, cerca de 70%
apresentam recuperação completa após o tratamento, com redução
considerável dos sintomas (VANNUCCHI; MARCHINI, 2014).

Transtorno de Compulsão Alimentar

Mahan e Raymond (2018, p. 410) caracterizam predominantemente os


transtornos de compulsão alimentar (TCA)
em episódios de ingestão alimentar excessiva sem medidas
compensatórias inapropriadas, como purgação, destinadas a evitar o
ganho de massa corporal.
Em muitos casos, mas não em todos, essa compulsão alimentar resulta
em sobrepeso e obesidade, provocando maior comprometimento funcional,
diminuição na qualidade de vida e maiores níveis de comorbidade psiquiátrica
que a obesidade sem TCA.
É caracterizado por episódios recorrentes de hiperfagia - ingestão de
quantidades exarcebadas de comida -, com sentimento de sofrimento,
associado e ausência de comportamentos compensatório (APA, 2014). Num
período de aproximadamente duas horas, a pessoa come uma quantidade de
alimentos muito elevada maior do que a maioria das pessoas consumiriam
normalmente, mesmo não estando com fome fisiológica e com rapidez até
sentir-se “desconfortavelmente cheio” (APA, 2014).
São mencionados a falta de controle na hora de se alimentar, sentimento
de culpa e de vergonha devido este descontrole (APA, 2014). Para Pereira e
Chehter (2011), a percepção de perda de controle é a característica principal
de um episódio de CA e está relacionada a impulsividade. Esta ingestão
descontrolada de grandes quantidades de alimentos pode causar um
considerável desconforto gastrointestinal superior e inferior (MAHAN;
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RAYMOND, 2018
Os sintomas incluem dor abdominal, plenitude, esvaziamento gástrico
retardado, distensão abdominal, regurgitação ácida, azia, disfagia, náuseas,
diarreia, constipação, fezes duras ou soltas e aquosas, urgência fecal,
incontinência fecal e bloqueio anal. As complicações físicas do TCA, que são
independentes do estado de massa corporal, podem ser de difícil resolução
como por exemplo, a síndrome metabólica é comum em pacientes obesos com
TCA (MAHAN, RAYMOND, 2018).
Estudos vêm investigando fatores antecedentes aos episódios de
compulsão alimentar na tentativa de identificar os motivos que levam os
pacientes a ingerirem exageradas quantidades de comida em um período de
tempo limitado (CAUDURO; PAZ; PACHECO, 2018). Podendo ser por diversos
fatores como preocupação excessiva com o peso e o formato do prórpio corpo
quadros de depressão, uso de drogas, bullying na infância, abuso sexual, entre
outros, sendo que a privação calórica recorrente da prática de dieta é um deles
(LEWER et al., 2017).
Insatisfação corporal e dietas restritivas estão estreitamente associados
e que, indivíduos com maiores níveis de restrição alimentar possuem maiores
chances de possuírem depressão, baixa autoestima e de comer transtornado
(SOIHET, 2019). Portanto, a autoimposição de controle cognitivo dos
indivíduos que fazem dieta é o que pode gerar uma compulsão alimentar
futuramente (PISCIOLARO et al. 2011).
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Figura 1. Modelo Cognitivo-Comportamental da Bulimia Nervosa e do Transtorno de


Compulsão Alimentar

BAIXA
AUTOESTIMA

VALORIZAÇÃO
CULPA E
EXCESSIVA DA
VERGONHA
IMAGEM
CORPORAL

COMPULSÃO COMO RESTRIÇÃO ALIMENTAR NA


MECANISMO TENTATIVA DE PERDA DE
COMPENSATÓRIO PESO

FOME OU
ESTRESSE

Fonte: Amorim (2019) - Boletim SBNp – Figura Adaptado de “Cognitive behavioural model of
bulimia nervosa and binge eating disorder”, de R. Mairs & D. Nicholls, Arch Dis Child, 2016,
101.

A Pandemia de COVID-19: A Saúde Mental, Alteração do Hábito Alimentar


e o Aumento do Risco de TAs

Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi decretada, pela Organização


Mundial de Saúde (OMS) uma pandemia (AGÊNCIA BRASIL, 2020) trazendo
grandes repercussões sociais e à saúde da população mundial (SILVA et al.,
2021; PEDRAL et al., 2020). Uma patologia infectocontagiosa ocasionada pelo
coronavírus, SARS-CoV-2, uma síndrome respiratória aguda grave (BRITO et
al., 2020). A COVID-19, é um agravo, que acomete especialmente o trato
respiratório, mas pode desenvolver-se até à falência de múltiplos órgãos e ser
fatal (BARAZZONI et al., 2020).
Esta pandemia repercute na saúde em geral e expressivamente na
saúde mental, mas também nos fatores sociais, econômicos e biológicos
(AHMED et al., 2020; WANG et al., 2020). Aspectos psicológicos como: temor
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pelo contágio, adoecimento e morte, o isolamento social, imposição da


quarentena e notícias muitas vezes errôneas sobre a pandemia tendem a
intensificar sintomas de transtornos em saúde mental e produzir alterações
subclínicas (DELBEN et. al,. 2020). Maior que o número de mortes são as
sequelas negativas, decorrentes de uma pandemia, na saúde mental (FARO et.
al., 2020).
A pandemia COVID-19, segundo WHO (2020), é um dos maiores e mais
importante problema de saúde pública mundial. Este cenário propiciou
alterações comportamentais, acarretando adoecimento psicológico e afetando
consequentemente o modo de reagir da grande parte da população (PEREIRA
et. al., 2020)
Com todo esse cenário favorável para alterações comportamentais que
podem acarretar num adoecimento psicológico afetam a capacidade da
sociedade no modo de reagir durante este período (PEREIRA et. al., 2020
apud LIMA et al., 2020, apud MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL, 2020).
Tornando-se um dos maiores problemas de saúde pública do Brasil e do
mundo nas últimas décadas (WHO, 2020).
No dia 30 de março de 2020, o governo federal deliberou
recomendações sobre medidas para a contenção do novo coronavírus, pela
portaria n° 340. Neste documento relata a importância e a necessidade das
medidas de prevenção e para reduzir a velocidade de disseminação da doença
no país, entre estas medidas adotadas tem-se o isolamento social (DOU, 2020;
DIAS et al., 2020).
Embora a adoção do isolamento social seja bem-sucedida como medida
de Saúde Pública tornando-se imprescindível na diminuição da transmissão
direta do COVID-19, poderá implicar, a médio e longo prazo, em modificações
no comportamento do estilo de vida e socioculturais gerando consequências
para a saúde (DURÃES et al., 2020; SILVA et al., 2020; STEELE et al. 2020).
As alterações psicoemocionais e ambientais instauradas após a
pandemia do COVID-19 relacionadas ao comportamento alimentar, podem ser
positivas ou negativas (DURÃES et. al., 2020; SILVA et. al., 2020; STEELE et
al., 2020).
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Segundo Malta e colaboradores (2020) torna-se um ponto positivo da


maior preocupação em consumir alimentos mais saudáveis como maneira de
aumentar as defesas imunológicas. Tende a ser menos saudável a alimentação
realizada na rua quando a comparada a alimentação realizada em casa
(ANDRADE et al., 2020).
Porém, a FIOCRUZ (2020), em 24 de abril a 8 de maio de 2020, realizou
um estudo indicando, através da internet, de uma degradação de qualidade da
alimentação consumida durante a pandemia. Com diminuição na regularidade
de consumo de hortaliças, frutas, feijão e aumento na frequência de consumo
de alimentos ultra processados.
Sousa e outros (2021), relatam ser essencial para prevenção e saúde a
adoção de dieta balanceada, pois a alimentação e a nutrição adequadas
contribuem para que o sistema imunológico funcione de maneira eficiente, bem
como diminui o risco e grau de complexidade das doenças infecciosas, ou seja,
se a alimentação for inadequada, as respostas imunológicas também serão,
mas se forem adequadas, melhor para o indivíduo, principalmente neste
período que há maior risco de adquirir esta enfermidade.
Assim, a alimentação deve ser diversificada e constituída por produtos
com boa qualidade nutricional, sendo necessária a quantidade adequada de
nutrientes, através de alimentos minimamente processados e naturais
(JUNIOR, 2020).
Vale ressaltar que alimentação desbalanceada constitui fator de risco à
saúde, especialmente em um período em que o sistema imunológico precisa
estar apto para reagir a ação do vírus (DURÃES et. al., 2020).
Segundo França e colaboradores (2012), os aspectos psicológicos
influenciam negativamente na escolha da alimentação quando há sentimentos
como ansiedade, angústia, tristeza, depressão, problemas familiares ou baixa
autoestima, mas em contrapartida os sentimentos de motivação e alegria
impulsionam a boas escolhas alimentares. Porém, com o advindo da pandemia
as pessoas são afetadas diretamente por estes sentimentos negativos como a
angústia, pelas emoções de medo e tristeza, que estão correlacionadas a
menor desejo ou motivação para comer e menos prazer durante a refeição
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(DURÃES et. al., 2020; SILVA et. al., 2020).


Outro aspecto negativo é utilizar a alimentação como medida de controle
ao estresse e na procura de “conforto” durante o período de isolamento,
levando as pessoas comerem demais alimentos com alto índice de
carboidratos, açúcares e álcool, pois eles estimulam a produção de serotonina
que provoca imediata sensação de bem-estar. O desejo de consumir um
alimento em específico é definido como “desejo por comida”, um conceito
multidimensional que inclui os eixos: emocional (intenso desejo de comer),
comportamental (buscar comida), cognitivo (pensamentos sobre comida) e
fisiológico (salivação), conforme mencionam Durães e outros (2020).
Sendo assim, a pandemia pode aumentar o risco de padrões
alimentares desordenados, incluindo compulsão alimentar, purgação e
restrição alimentar. A alimentação emocional durante períodos de estresse,
especialmente focada em alimentos ricos em carboidratos, pode servir como
fator para a compulsão alimentar (RODGERS et. al., 2020).
Rodgers et. al. (2020), relatam que as recomendações para limitar
atividades como compras de supermercado, combinadas com percepções de
escassez de certos produtos alimentícios, podem aumentar o foco da atenção
nos alimentos e encorajar os indivíduos a estocar alimentos mais do que o
normal que podem aumentar a probabilidade de compulsão alimentar.
Em contrapartida, Rodgers et. al. (2020) relatam que o temor pelo
contágio da COVID-19 pode, por sua vez, aumentar os padrões alimentares
restritivos, seja pelo medo de sair de casa para comprar alimentos, seja pela
eliminação de certos alimentos por medo de serem contaminados (RODGERS
et. al. 2020).
Como por muitas vezes há propagandas pelas mídias sociais as dietas
restritivas que podem levar a transtornos alimentares (PEDRAL et al., 2020;
KOTONA et al, 2018; JOB et al., 2019). A respostas a rejeição aos alimentos
são maiores entre os indivíduos com comportamentos de TAs e estão
associadas à sensibilidade e à ansiedade (RODGERS et. al., 2020).
A estratégia de prática de dieta restritiva com o objetivo de modificações
corporais tanto na perda de peso quanto para ganho de massa muscular
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impostas de forma quantitativa e qualitativa dos alimentos muitas vezes são


falhas e com isso os indivíduos não conseguem o resultado esperado. Além
disso, as alterações fisiológicas e psicológicas geradas pela desnutriçã, pelas
sequência de episódios de compulsão alimentar e purgação tendem a
perpetuar os sintomas e surgimento de insatisfação com a imagem corporal,
gerando baixa autoestima, tornando-se um gatilho para o ganho e/ou reganho
de peso e o desenvolvimento de TAs (PEDRAL et al., 2020; JOB et al., 2019;
ALVARENGA et al., 2011; ALVARENGA et al., 2015; FERREIRA, 2018;
FORTES et al , 2012b).
O uso da mídia, incluindo a mídia social, está associado ao aumento do
risco de distúrbios alimentares, pois cria um ambiente psicológico favorável
devido ao seu conceito de magreza implícito, influenciando na percepção de
beleza, consumo de produtos industrializados (RODGERS et. al., 2020;
MORAES, 2014) e a venda dos produtos “milagrosos”, que muitas vezes não
são eficientes, na busca deste “corpo perfeito” (BARBOSA; SILVA, 2016),
principalmente em pessoa que apresenta fatores de risco ou vulnerabilidades,
como baixa autoestima, perfeccionismo, traços obsessivo-compulsivos, entre
outros (SCHAAL et al., 2011).
As mulheres são mais suscetíveis a influência proposta pela mídia pelo
“corpo ideal” (GONÇALVES; MARTINEZ, 2014; SOUZA; ALVARENGA, 2016)
que gera insatisfação corporal, distorção da autoimagem, sentimento de culpa
e impactando diretamente na identidade e a forma da pessoa se relacionar com
a sociedade (LIRA et al., 2017; PEDRAL, et al., 2020, SILVA et al. 2020)
Tanto quanto a mídia, os amigos e família também são considerados
fortes influências para a geração dos sintomas e desencadeamento de TAs
(FORTES et al. 2013).
Os requisitos pandêmicos de distanciamento social provavelmente
aumentam o uso da mídia social como meio de comunicação, o que pode,
portanto, aumentar o risco de distúrbios alimentares (RODGERS et. al., 2020;
MORAES, 2014; PEDRAL et al., 2020).

Tratamento dos Transtornos Alimentares

Para Lisboa et al. (2021), os transtornos alimentares são seguidos de


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diversas complicações clínicas devido ao estado nutricional e ao


desenvolvimento inadequado do controle do peso. A maioria das complicações
ocorrem principalmente em virtude do grau de perda de peso corporal, do
atraso do diagnóstico e do início do tratamento, visto que, muitos pacientes
negam os sintomas e/ou não aceitam o tratamento e estão relacionadas
Observa-se a importância da equipe multiprofissional no tratamento dos
TAs e de uma terapia nutricional integrada, onde trabalham juntos os
profissionais e as famílias, para modificar os comportamentos ligados a
alimentação e ao peso. Na prevenção e no tratamento dos TAs, o nutricionista
tem um papel muito importante (LISBOA et al., 2021).
Para Vannucchi e Marchini (2014), o aconselhamento profissional instrui
o paciente sobre a sua doença e as complicações associadas, pois os mesmos
devem ser conscientizados sobre os riscos e consequências desses
comportamentos, além de ajudá-lo a retomar uma alimentação saudável. Os
familiares devem ser informados sobre a doença e a necessidade de estarem
envolvidos no tratamento, reconhecendo os padrões de interação que
desfavoreçam a independência do paciente ou que ajudem a perpetuar o
quadro. Segundo Mahan e Raymond (2018), as funções e responsabilidades
do nutricionista no tratamento dos indivíduos com transtornos alimentares
incluem avaliação, intervenção, acompanhamento, evolução e coordenação.
Leite et al. (2020), relatam que o diagnóstico diferenciado do nutricionista e a
eficácia no tratamento deve ser feito assim que o profissional perceba e
perturbações com a imagem e as variações do apetite.
A conduta nutricional no comportamento alimentar está em identificar a
relação que o indivíduo possui com a alimentação, observando sua história, os
motivos pelos quais ele não apresenta sucesso em suas dietas anteriores,
avaliação das características bioquímicas, avaliação do metabolismo
energético e das características antropométricas do status nutricional.
Desenvolver o uso do Diário Alimentar que é uma técnica comportamental de
automonitoração, onde o paciente registra o horário e local das refeições,
quantidade e a qualidade dos alimentos ingeridos, além do relato de ocorrência
de episódios de compulsão alimentar, compensações e os sentimentos
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associados àquele momento. Além de sempre ressaltar a importância de ter


uma alimentação saudável, equilibrada e sem culpa, proporcionando assim
melhora da saúde daquele paciente (MAHAN; RAYMOND, 2018, LEITE et al.,
2020; DEJESSE; ZELMAN, 2013).
De acordo com Leite et al. (2020), a atitude de fazer escolhas
alimentares saudáveis, faz com que a pessoa sinta-se mais segura e confiante
na sociedade.
A dietoterapia é o processo que envolve o monitoramento do estado
nutricional do paciente e o tratamento adequado, onde nutricionista e equipe,
juntos trabalham para modificar o comportamento alimentar e propiciar uma
melhor relação do paciente com seu peso corporal (ALVARENGA; PHILIPPI,
2011).
A abordagem nutricional objetiva recuperar o peso do paciente de forma
que seu IMC fique entre os limites da normalidade e sua alimentação se
aproxime das recomendações para indivíduos saudáveis. Apesar de
apresentarem diferentes características - a anorexia nervosa, bulimia e o
transtorno compulsivo – há também semelhanças na avaliação e no tratamento
dessas doenças (VANNUCCHI; MARCHINI, 2014; MAHAN; RAYMOND, 2018)
Vannucchi e Marchini (2014) relatam que na maioria das vezes, a
recuperação nutricional de pacientes com transtornos alimentares determina o
desaparecimento de complicações associadas, que ocorrem em resposta à
adaptação fisiológica à subnutrição, podendo variar desde a completa
recuperação e manutenção do peso normal até uma incapacidade de manter o
peso, subnutrição gradual e, eventualmente, incapacidade funcional devido à
extrema fraqueza e preocupação persistente com o peso e alimentação.
Os critérios para a alta incluem a ingestão alimentar que atenda as
necessidades nutricionais básicas, valores aceitáveis compatíveis do peso para
a estatura do paciente e na percepção apropriada da forma corporal e do
tamanho. Além disso, devem ser considerados a regularidade do ciclo
menstrual, o desenvolvimento das características sexuais secundárias e o
ajuste psicológico e social (VANNUCCHI; MARCHINI, 2014).

Considerações finais
16

Esta revisão de literatura demonstrou que os transtornos alimentares


estão associados as questões emocionais/psicológicas. O estabelecimento de
um padrão de beleza cultivados pela mídia e sociedade tem grande influência
na insatisfação da imagem corporal e podem ser fatores precipitantes de
alguns TAs. O número de casos de transtornos alimentares tem aumentado na
população nos últimos anos, e isto vem ocorrendo cada vez em idades mais
novas, tornando-se um problema de saúde pública.
O isolamento social causado pela pandemia do Covid 19 gerou um
cenário propício para alterações emocionais e comportamentais que podem
colaborar para o aumento dos transtornos alimentares. Outro fator a se
considerado é o aumento do tempo em mídias sociais que está associado
positivamente a uma percepção de imagem corporal negativa.
Tendo em vista que os transtornos alimentares são prejudiciais a saúde,
para auxiliar no seu tratamento é necessário que os profissionais de saúde,
sobretudo, os nutricionistas entendam a importância de seu diagnóstico e de
uma abordagem que promova uma relação saudável com o corpo e com a
comida focando numa saúde integrativa e sustentável a longo prazo.

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