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RESUMO
A assistência pré-natal tem como finalidade fornecer melhorias nas condições de vida da gestante e do feto
além de prevenir possíveis riscos gestacionais. Trata-se de um estudo quantitativo, de caráter descritivo,
objetivando a avaliação do perfil nutricional de gestantes acompanhadas na Unidade de Saúde da Família
Salobrinho II, nos anos de 2010 a 2012, no município de Ilhéus-Bahia. Foram utilizados os dados de índice de
massa corpórea ou peso e altura, a idade gestacional e o peso pré-gestacional contidos nos prontuários de
acordo com os critérios estabelecidos para a pesquisa. Posteriormente, realizou-se a análise estatística dos
dados e a classificação do estado nutricional de acordo com critérios adotados pelo Ministério da Saúde.
Dessa forma, observou-se que a maioria das gestantes permaneceu com o estado nutricional presente no
início do acompanhamento pré-natal, sendo predominante o padrão nutricional de sobrepeso.
ABSTRACT
Prenatal care objective is to provide improvements in the living conditions of pregnant woman and their fetus
and to prevent possible pregnancy risks. The following study has a descriptive nature, aiming the assessment
of the nutritional profile of pregnant women monitored by the Salobrinho II Family Health Unit, from 2010 to
2012 in the city of Ilhéus, Bahia, Brazil. The study considered the body mass index or height and weight index
data, gestational age as well as pre-pregnancy weight in the medical records in accordance with the criteria
established for the research. Later, there was a data statistical analysis and the classification of nutritional
status according to the criteria adopted by the Department of Health and Human Services. Thus, it was
observed that most pregnant women kept the nutritional status they had at the beginning of prenatal care
as well as the overweight nutritional standard.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
QUANTIDADE DE GESTANTES 19
20
14 14
15
9
10 8
7
5 2
1
0
BAIXO PESO ADEQUADO SOBREPESO OBESIDADE
ESTADO NUTRICIONAL
pode ser relativa a fatores extrínsecos e intrínsecos a unidade assistencial. Pode-se aventar
como fatores extrínsecos, a aceitação do paciente à conduta orientada, a condição
socioeconômica do paciente para se adequar à orientação, bem como a disponibilidade
diária do paciente para se adequar a alimentação correta, além da inexistência de uma
recomendação explícita da necessidade de assistência nutricional a toda gestante que é
atendida pela Unidade de Saúde da Família, no Protocolo Assistencial Ministerial e
Municipal da Saúde da Mulher. Entre os fatores intrínsecos pode-se propor, a não
compreensão por parte da equipe interdisciplinar da importância da assistência nutricional
preventiva por um profissional especializado.
Ao analisar dados do IBGE dos anos de 2002-2003 e 2008-2009, relativos ao perfil
nutricional de mulheres com mais de 20 anos de idade, é possível perceber que existe
tendência nacional ao aumento quantitativo de mulheres com desvio do perfil nutricional
adequado, em especial o aumento do peso, isto é perceptível quando se nota que nos anos
de 2002-2003, apresentava mulheres classificadas percentualmente em 40% com perfil
nutricional adequado, 5,6% com baixo peso, 40,9% com sobrepeso e 13,5% com obesidade,
e no ano de 2008-2009 apresentava mulheres classificadas percentualmente em 31,5% com
perfil nutricional adequado, 3,6% com baixo peso, 48% com sobrepeso e 16,9% com
obesidade. Nota-se aumento de 7,1% das mulheres com sobrepeso, e uma redução de 8,5%
das mulheres com perfil nutricional adequado.
Contrariamente à tendência nacional, em que há predominância de mulheres com
sobrepeso, as gestantes acompanhadas no período de 2010-2012 pela Unidade de Saúde
da Família do Salobrinho II na primeira consulta pré-natal, apresentam prevalência maior
do perfil nutricional adequado, representado por 51,35% destas, seguido pelo grupo de
mulheres com sobrepeso de 24,32%. Já na última consulta, observa-se que há maior
similaridade com a tendência nacional, visto que o grupo de gestantes com perfil
nutricional adequado passa a ser de 37,83%, representando o maior grupo de classificação
nutricional, juntamente com o grupo de mulheres com sobrepeso, que também contém
37,83% destas gestantes.
O gráfico 2 apresenta os dados comparativos dos estados nutricionais adequados e
inadequados em relação à última consulta de pré-natal realizada pelas gestantes
GRÁFICO 2: Número de gestantes das áreas coberta e descoberta por acs da USF
Salobrinho II e o padrão nutricional
25
Fora do padrão adequado
20 Dentro do padrão adequado
13
GESTANTES
15
10 12
GESTANTES
9
5 GESTANTES
3 GESTANTES
0
área coberta área descoberta
Observou-se que na área coberta, 24,3% das gestantes estavam eutróficas (n=9) e
35,1% (n=13) foram identificadas como fora do padrão adequado (baixo peso, sobrepeso,
obesidade). Na área descoberta, 8,1% (n=3) das gestantes estavam eutróficas e 32,5% (n=12)
fora do padrão adequado.
Neste contexto, compreende-se que as alterações nas condições socioeconômicas,
culturais e nos processos de trabalho da população repercutiram na transição do estado
nutricional das gestantes. Evidenciando-se no país a prevalência de sobrepeso e obesidade
(COLEBRUSCO, 2010).
A prevalência do excesso de peso e da obesidade no Brasil se consiste em um
problema de saúde pública, uma vez que, apresenta-se elevada em todos os ciclos de vida.
Sendo que o excesso de peso e a obesidade são dificilmente reconhecidos em regiões que
apresentavam predominantemente o estado nutricional de desnutrição, como a região
nordeste (VÍTOLO; BUENO; GAMA, 2011).
18 17 Mulheres
16 Mulheres
16
14
12
10
8
6
4 Mulheres
4
2
0
1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMSTRE
25
20
15
10
5
0
NÃO VARIARAM
SOBREPESO/
OBESIDADE /
ADEQUADO/
ADEQUADO/
BAIXO PESO
ADEQUADO
SOBREPESO
SOBREPESO
Sendo assim, temos que 24,33% (n=9) modificaram e 75,67% (n=28) não
modificaram. Vale ressaltar que entre as que houveram modificação, uma gestante saiu do
estado de obesidade para sobrepeso, 5 gestantes saíram do estado de eutrófica para
sobrepeso, uma saiu do estado de eutrófica para baixo peso, uma saiu do estado de
sobrepeso para eutrófica e uma gestante flutuou entre eutrófica e sobrepeso durante as
consultas, porém na última consulta encontrou-se eutrófica. Observamos, a partir de
análise, que mais da metade das gestantes que flutuaram o estado nutricional saíram do
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466/2012. Brasília (DF): MS, 2012.
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Acesso em: 02 jul. 2013.