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A Alimentação Nutricional na Gestação: Auxílio da Enfermagem em Educação

em Saúde

Vivyan Thelma Gross Silva1


Karina Cascique²

RESUMO

É imprescindível que o profissional enfermeiro tenha conhecimento a respeito da


alimentação gestacional e saiba orientar sobre as formas de prevenção e orientação
nutricional na gestação, para minimização dos casos de déficit nutricional do
binômio, a fim de informar e corroborar sobre a prevenção de doenças precoce.
Devido a disponibilização gratuita de consultas nos Postos de Saúde, em busca de
atendimento pré-natal prevenindo possíveis intercorrências a saúde de ambos. Por
falta de instrução adequada, a falta do acompanhamento devido pode influenciar
diversos problemas no ciclo da vida, caracterizado por maior vulnerabilidade e por
elevadas demandas nutricionais e metabólicas, necessitando de assistência
nutricional prioritária, evitando assim o aumento nas taxas de morbidade e
mortalidade materna. Pode resultar também, em complicações neonatais: baixo
peso ao nascer, defeito de fechamento do tubo neural e de mineralização óssea do
feto, macrossomia fetal, prematuridade e mortalidade perinatal. É importante a
avaliação do consumo alimentar para promoção e desenvolver ações terapêuticas,
no sentido de contribuir com a adequação qualitativa e quantitativa da alimentação
no período gestacional.

Palavras-chave: “Gravidez”; “Nutrição”;“Saúde”e“Impactos”.

1 INTRODUÇÃO

As práticas alimentares envolvem hábitos como, crença, comportamento,


estado socioeconômico, cultural e a saúde mental dessas gestantes. Durante o
período gestacional, além das alterações fisiológicas do corpo, a mulher está sujeita
a palpites familiares que influenciam em sua rotina de vida, para tomadas de

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Acadêmica do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera.
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decisões tão difíceis nesse período tão delicado.


Procurando sempre alcançar as necessidades nutricionais e energéticas e o
seu bem estar, a gestante precisa estar atenta à saúde materno-infantil que pode
impactar na morbidade e mortalidade. No Brasil, o pré-natal tem suas ações
voltadas para educação e promoção em saúde para os hábitos alimentares e o
monitoramento e o acompanhamento do ganho de peso adequado no período
gestacional.
Deste modo, oferecendo os cuidados desde o início da gravidez até o final da
amamentação exclusiva até os 6 meses de vida do neonato, com orientação
relacionado ao sobrepeso e a obesidade que pode interferir e impactar de forma
direta em um parto prematuro, adquirir diabetes gestacional, eclâmpsia entre outras
doenças que estão relacionadas ao padrão de prática alimentar. Como a consulta de
pré-natal na atenção básica de saúde realizada pelo enfermeiro pode impactar de
forma direta em uma boa prática alimentar no período gestacional diminuindo os
riscos materno-infantil? Objetivo geral: Demonstrar na prática a contribuição da
equipe de enfermagem no auxílio para a gestante no pré-natal. Objetivos
específicos: Orientar a necessidade nutricional inerentes dessa fase gravídica,
apresentar os benefícios de uma boa rotina alimentar na gestação a compreender os
benefícios no desenvolvimento infantil com a boa prática alimentar.
A escolha deste tema foi ‘A perspectiva da necessidade nutricional no
consumo alimentar na gestação’ porque o número de gestante na população está
cada vez mais alto e a atenção primária à saúde precisa estar preparada para
recebê-las e orientá-las. Com grande impacto na importância de redução de morte
materno-infantil e doenças que estão relacionadas a esse período gravídico.
Um fator de risco que influencia na hora do parto e o exemplo da eclâmpsia,
que uma simples ação de está verificando a pressão arterial dessa gestante durante
as consultas de pré-natal para fazer os encaminhamentos corretos para os centros
de referências para dar assistência necessária para o binômio.
Sendo assim, diminuir os riscos de partos pré termos e o índice de
cesarianas, fatores que vão influenciar de forma direta na qualidade de vida. Há
ainda muito o que fazer para a busca do enriquecimento no processo de formação
acadêmica e profissional para a prática do conhecimento em campo.
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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Metodologia
O tipo de pesquisa a ser realizada será uma Revisão de Literatura, onde
serão pesquisados artigos científicos em português selecionados através de busca
na base de dados do google acadêmico utilizando os descritores: Gestante,
Alimentação e Nutrição. O período dos artigos pesquisados foram os trabalhos
publicados nos últimos 10 anos entre 2013 - 2023.

2.2 Resultados e Discussão

Algumas das complicações que pode-se citar são desnutrição, anemia,


pré-eclâmpsia, desproporção céfalo-pélvica, abortamento, hipertensão, entre outros
riscos associados a gravidez na adolescência. Muitos dos problemas são
decorrentes da falta de acompanhamento no pré-natal, que diversas vezes é
precária durante a gravidez por falta de conhecimento e instrução adequada
(TABORDA, et al., 2014).
A falta do acompanhamento devido pode influenciar diversos problemas à
saúde da mãe e do bebê que por falta de nutrientes necessários pode ser acometido
de doenças e má-formação devido ao período gestacional não ter condições
adequadas. Visto que muitos adolescentes não têm apoio dos pais, ou sentem
vergonha e acabam não realizando o acompanhamento adequado, prejudicando sua
saúde e do feto (DIAS; TEIXEIRA; 2010).
Assim como também os enfermeiros e profissionais da saúde também têm um
papel fundamental na orientação durante o período gestacional da adolescente.
Dessa forma é imprescindível que o profissional tenha conhecimento a respeito do
assunto e saiba orientar sobre as formas de prevenção e orientação gestacional
(TABORDA, et al., 2014).
É fundamental a elevação de condutas assistenciais no país para redução dos
casos de gravidez precoce, auxiliando na promoção da saúde e orientação
educativa para os adolescentes e jovens. A equipe de enfermagem pode colaborar
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no desenvolvimento da orientação a jovens e adolescentes em atendimentos em


unidades de saúde públicas e privadas, visto que a prevenção é o método mais
eficaz de auxiliar a redução dos casos (FIEDLER; ARAÚJO; SOUZA; 2015).
Por fim entende-se a necessidade de que haja ações e subsídios para a
implementação de programas que auxiliem na educação sexual e prevenção da
gravidez não planejada, e desse modo impactar na diminuição de indicadores de
gravidez precoce no país, e potencializar a promoção da saúde pública
(MOCCELLIN, et al., 2010).
A alimentação adequada, constituída pela ingestão de diversos tipos de
alimentos fontes dos mais variados nutrientes, exerce função indispensável para a
saúde do indivíduo e contribui de forma decisiva em fases de intenso anabolismo, a
exemplo da gestação, ciclo da vida caracterizado por maior vulnerabilidade e por
elevadas demandas nutricionais e metabólicas, necessitando de assistência
nutricional prioritária (ELINALVA, et al.,2016).
Resultados de estudos têm construído evidências de que o consumo
alimentar de gestantes é insuficiente no que se refere à ingestão de alimentos fontes
de nutrientes essenciais e apresenta excessivo consumo de alimentos com alta
densidade energética e baixo teor de nutrientes (JERUSA, et al., 2016).
Esta situação pode estar associada ao surgimento de complicações maternas,
tais como o diabetes gestacional, síndrome hipertensiva na gravidez, complicações
no parto, retenção ponderal materna no pós-parto, aumento nas taxas de morbidade
e mortalidade materna. Pode resultar também, em complicações neonatais: baixo
peso ao nascer, defeito de fechamento do tubo neural e de mineralização óssea do
feto, macrossomia fetal, prematuridade e mortalidade perinatal (MONTEIRO, et al.,
2016).
É importante a avaliação do consumo alimentar para promoção da
alimentação saudável por detectar possíveis problemas nutricionais e desenvolver
ações terapêuticas, no sentido de contribuir com a adequação qualitativa e
quantitativa da alimentação no período gestacional. Compreende-se que esta
avaliação é tarefa complexa na gestação, em especial pelas mudanças fisiológicas,
psicológicas e emocionais, que podem repercutir diretamente no consumo alimentar
(BARBOSA, et al., 2016).
São muitos os fatores que podem interferir na evolução da gravidez, sendo o
estado nutricional um dos principais, pois interfere na promoção da saúde materna e
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infantil. Assim, torna-se importante para as gestantes esclarecer dúvidas e serem


incentivadas a uma alimentação saudável, principalmente, durante as consultas de
pré-natal (GISELDA, et al., 2018)
Durante as consultas de pré-natal, é fundamental que a equipe
multiprofissional informe as gestantes sobre alimentação e hábitos de vida
saudáveis, de acordo com as necessidades que cada mulher, realizando um
monitoramento mensal do estado nutricional delas, visto que é na consulta do
pré-natal que se tem a oportunidade de fornecer maior conhecimento à gestante
sobre seu estado gestacional (ROLIM, et al., 2018).
Pesquisa mostrou que as mulheres que compareciam pelo menos seis
consultas de pré-natal durante a gestação, tinham menos chances de desenvolver
complicações para a saúde materna e infantil. Muitas vezes, as intercorrências
durante o período gravídico, se dão pela diminuição ou pouco vínculo entre o serviço
de saúde e a gestante e, consequentemente, pela falta de adesão às orientações
oferecidas sobre educação nutricional (SOUZA, et al.,2018)
Diante da influência que o estado nutricional materno pode apresentar sob o
desenvolvimento fetal e sob a saúde da gestante, faz-se necessária uma
investigação do consumo alimentar das gestantes durante a assistência pré-natal de
risco obstétrico habitual, visando a adequação nutricional das usuárias atendidas na
unidade básica de saúde no intuito de promover a saúde da dupla mãe e filho.
(PEREIRA, et al., 2018)
Entretanto, comportamentos relacionados aos horários disponíveis para
realizar refeições, tabus alimentares e a preocupação com a estética mostram-se
determinantes nas escolhas alimentares, no número de refeições diárias realizadas,
e no consumo de micronutrientes essenciais na gestação (NETO et al., 2013;
BUENO et al., 2016).
Estudos mostram que, em sua maioria, estas realizam entre duas e quatro
refeições por dia, e nem todas as escolhas alimentares são adequadas. Têm-se
observado elevado consumo de açúcares, doces e gorduras, baixo consumo de
frutas, verduras e hortaliças, além de baixa ingestão hídrica, comportamento este
que favorece o desequilíbrio de nutrientes fundamentais na gestação como cálcio,
fósforo, retinol, vitamina C, folato e ferro (COTTA et al., 2009; FAZIO et al., 2011).
Sabendo do impacto da alimentação sobre o ganho de peso gestacional, a
realização da avaliação nutricional da gestante e o fornecimento de informações
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alimentares adequadas durante este período é importante, pois, viabiliza o


diagnóstico precoce de intercorrências nutricionais e favorece para um bom
prognóstico quanto ao desenvolvimento fetal e a saúde materna (VITOLO et al.,
2011; CARVALHÃES et al., 2013; Kunzler et al., 2020).

CONCLUSÃO

A dificuldade na oferta e no acesso a alimentos é a influência que a


alimentação pode sofrer pelos fatores culturais e simbólicos que permeiam a vida
dessas mulheres. Elas recebem orientações tanto de familiares como do serviço de
saúde, que se incorporam ao conhecimento adquirido pela cultura local,
influenciando no que é considerado necessário e possível para cada mulher,
tornando-se uma prática diferenciada, com um padrão de consumo alimentar voltado
para a exclusão de frutas, legumes e verduras.
Portanto, mesmo não havendo associação entre o ganho de peso gestacional
e os fatores alimentares, houve correlação entre o estado nutricional antes e atual,
onde se conclui que o elevado percentual de gestantes com ganho excessivo de
peso se deve à qualidade da alimentação destas, uma vez que se encontrou
consumo diário de alimentos açucarados e gordurosos, e consumo semanal de
ultraprocessados, os quais contribuíram para o baixo consumo de gorduras
monoinsaturadas, fibras e micronutrientes. Tal conclusão se baseia também no
achado de que apenas as gestantes com ganho de peso adequado apresentaram
consumo alimentar em melhor conformidade. Indo além, acredita-se que o hábito
alimentar atual destas gestantes reflita a rotina alimentar.
É importante que se pense no reconhecimento aos direitos que essas
mulheres possuem, ao cuidado ofertado e o seu reflexo em sua alimentação, em seu
cotidiano e na vida futura que se dá no período pós-parto. Espera-se que o presente
trabalho contribua para que o primeiro ano pós-parto também seja um período com
destaque no cuidado alimentar e nutricional, com políticas de saúde que promovam
o acesso à informação, incorporando os saberes e a realidade de cada mulher, com
vistas a diminuir o surgimento de doenças crônicas que podem ser oriundas da
invisibilidade da mulher no período pós-parto.
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7 REFERÊNCIAS

DIAS, A. C. G.; TEIXEIRA, M. A. P.. Gravidez na adolescência: um olhar sobre um


fenômeno complexo. Paidéia (Ribeirão Preto), v. 20, n. Paidéia (Ribeirão Preto),
2010 20(45), p. 123–131, jan. 2013.
TABORDA, J. A. et al.. Consequências da gravidez na adolescência para as
meninas considerando-se as diferenças socioeconômicas entre elas. Cadernos
Saúde Coletiva, v. 22, n. Cad. saúde colet., 2014 22(1), p. 16–24, jan. 2014.
FIEDLER, Mila; ARAÚJO, Alisson; SOUZA; Márcia. A Prevenção da Gravidez na
Adolescência na Visão de Adolescentes. Texto e Contexto – Enfermagem. 2015,
v.24, n.1.

MOCCELLIN, Ana; COSTA, Larissa; TOLEDO, Aline; DRIUSSO, Patrícia.


Efetividade das ações voltadas à diminuição da gravidez não-planejada na
adolescência: revisão da literatura. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil.
2013, v. 10, n. 4, pp. 407-416.

SANTOS, Elder; PALUDO, Simone; SCHIRO, Eva; KOLLER, Sílvia. Gravidez na


adolescência: análise contextual de risco e proteção. Psicologia em Estudo. 2013,
v. 15, n. 1, pp. 72-85.

SANTOS, Elinalva; MOTA, Jerusa; MONTEIRO, Sheila; BARBOSA, Djanilson.


Consumo alimentar de gestantes atendidas em Unidades de Saúde. O Mundo da
Saúde. 2016, v. 40, n. 1, pp. 28-47.
GISELDA, Maria; ROLIN, Viviane; SOUZA, Luiziane; PEREIRA, Geyslaine. Estado
Nutricional e Hábitos Alimentares de Gestantes Atendidas na Atenção Primária de
Saúde. Revista Brasileira de Ciências da Saúde. 2018, v. 24, n. 4, pp. 349-356.

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