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A Importância das Orientações de Enfermagem na Amamentação Exclusiva

Katherine Lopes Sousa1


Rafael Campolino2

RESUMO

A amamentação exclusiva de 0 a 6 meses traz benefícios para mãe e filho, trazendo


proteção contra infecção gastrointestinais, o aleitamento materno exclusivo é a
principal fonte de nutrição das crianças. A recomendação da Organização Mundial
da Saúde (OMS) diz que as crianças devem ser alimentadas exclusivamente pelo
aleitamento materno até mesmo quando a criança estiver na introdução alimentar.
Trata-se de um alimento natural que não gera ônus a sociedade e beneficia
nutricional, emocional e economicamente. Nesse sentido, este trabalho teve por
objetivo geral realizar uma revisão bibliográfica a partir de artigos científicos sobre a
importância do aleitamento materno exclusivo e o papel da enfermagem nas
orientações sobre essa prática. Trata-se de um estudo descritivo de abordagem
qualitativa, seu corpus é composto por uma bibliografia diversificada de análise de
estudos de publicações nacionais e periódicos indexados dos Bancos de Dados
eletrônicos na área de saúde. Foram escolhidos para o levantamento dos artigos, os
seguintes descritores: dificuldades, aleitamento, materno. Por fim, acerca da
importância do aleitamento materno, este artigo tem como base mobilizar mães
sobre a importância da amamentação exclusiva até 06 meses de idade, bem como
focar nos benefícios adquiridos no aleitamento materno no binômio mãe-filho.
Conclui-se que a amamentação exclusiva é importante para o crescimento da
criança até os 02 anos de idade, portanto a importância das orientações de
enfermagem na amamentação exclusiva fica demonstrada, ressaltando que esta
pratica acarreta em melhorias na qualidade de vida e bem-estar do bebê em seu
desenvolvimento e crescimento.

Palavras-chave: Leite Materno. Introdução alimentar. Recém Nascido.

1 INTRODUÇÃO
A presente temática trata da importância da enfermagem nas orientações a
respeito da amamentação exclusiva já que é um momento importante para o recém-
nascido e para a mãe, desse modo os profissionais da enfermagem têm o papel
importante nessa fase de vida, orientando e interagindo a respeito da amamentação,
levando em consideração os efeitos, os valores nutritivos e os vínculos afetivos entre
mães e filhos.
Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), um lactente é
amamentado de forma exclusiva quando recebe somente leite materno (de sua mãe

1
Acadêmico(a) do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera.
2
Orientador(a). Docente do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera.
ou ordenhado) e não recebe quaisquer outros líquidos ou alimentos sólidos à
exceção de gotas de vitaminas, minerais ou outros medicamentos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os bebês sejam
alimentados exclusivamente com leite materno até os 6 meses de idade. E que,
mesmo após a introdução dos primeiros alimentos sólidos, sigam sendo
amamentados até, pelo menos, os 2 anos de idade.
É evidente que a orientação à família é o primeiro passo para obter o
sucesso, resultado e o esclarecimento pela parte dos profissionais da saúde. É
nesse sentido que esta pesquisa busca a reflexão por meio de análise de revisão
bibliográfica que tragam conhecimentos teóricos e empíricos para a compreensão e
entendimento entre a enfermagem e a família, mãe e pai na amamentação
exclusiva. Há uma preocupação que permeia os gestores da saúde quanto as mães
que se negam a amamentar os seus filhos.
Esse trabalho se justifica na pela importância das orientações de enfermagem
na amamentação exclusiva, por se tratar de um problema de saúde pública e por ser
uma prática essencial para a saúde do binômio mãe-filho este artigo tem enfatiza os
benefícios da amamentação por serem eficazes na redução da morbimortalidade
infantil no Brasil e no mundo, bem como destaca as problemáticas da não
amamentação e possíveis fatores de risco para ambos.
Trata-se de um alimento natural que não gera ônus a sociedade e beneficia
nutricional, emocional e economicamente. Para isso existem ações e programas
onde o enfermeiro tem papel fundamental na educação a gestante e puérperas com
foco em fornecer informações do aleitamento materno exclusivo, favorecendo
aqueles que desconhecem o seu significado.
O incentivo ao aleitamento desencadeará em resultados positivos a saúde e
ao bem estar do recém-nascido ou criança, trazendo benefícios a curto ou longo
prazo em relação a recém-nascidos ou crianças que por algum motivo não
receberam o aleitamento materno exclusivo por pelo menos os primeiros seis meses
de vida.
Para elaboração deste artigo partiu-se do seguinte problema de pesquisa:
Quais são as contribuições da amamentação exclusiva para mãe e o bebê e o papel
da enfermagem nas orientações sobre essa prática?
Questões como patologias culturais, bem como, particulares de cada
puérpera pode interferir no benefício do recém-nascido ou criança trazendo
dificuldades em uma intervenção eficaz que busque o bem estar da vida da mãe e
bebê. Em relação aos estudos sobre a amamentação exclusiva, a produção
científica vem se intensificando para a disseminação de informações aos
profissionais de saúde.
Este trabalho teve por objetivo geral realizar uma revisão bibliográfica a partir
de artigos sobre a importância do aleitamento materno exclusivo e o papel da
enfermagem nas orientações sobre essa prática.
Dentre os objetivos específicos definidos foram utilizados: conhecer as
dificuldades quanto à prática do aleitamento materno exclusivo às gestantes e
puérperas; identificar o papel da enfermagem nas orientações quanto à prática do
aleitamento materno exclusivo às gestantes e puérperas e; destacar quanto à
probabilidade do desenvolvimento de patologias e mortalidade infantil decorrentes
da interrupção do aleitamento materno.

2 DESENVOLVIMENTO

O aleitamento materno enfrenta diariamente tabu e “crenças” que merecem


atenção para que futuramente possa desmitificar algumas desavenças que são
criadas em torno desse processo. Este deve ser avaliado não somente pelos
malefícios que traz a mulher, mas também pelos seus benefícios que estimando são
incalculáveis para a vida tanto da mãe como para o bebê (CAMPOS, 2015).
Sendo assim, é imprescindível a atuação da enfermagem na orientação as
puérperas e lactantes sobre o Aleitamento Materno Exclusivo (AME) nos seis
primeiros meses de vida da criança ou lactente. De acordo com Campos (2015), as
mulheres primíparas, desempregadas e jovens são as que possivelmente sentem
maior dificuldade de ofertar o aleitamento materno exclusivo, podendo estar
relacionada à falta de informação, bem como ao comportamento da mulher perante
a sua família/sociedade.
Para Moreno; Schmidt (2016), além do apoio profissional, um fator
contribuinte para o aleitamento é o alojamento conjunto, pois a permanência junto à
mãe possibilita que o bebê seja amamentado sob livre demanda, acelerando assim
a apojadura, além de promover o aumento da produção láctea e viabilizar a
detecção precoce das dificuldades relacionadas ao estabelecimento do aleitamento.
Para Vargas et al (2016) o aleitamento materno é uma pratica natural e eficaz
para o desenvolvimento da criança e é considerado sinônimo de vida, porém, no
período puerperal surgem inúmeras dúvidas acerca do processo de amamentação
que resultam em dificuldades para as nutrizes que podem resultar na interrupção da
amamentação, onde cabe ao profissional enfermeiro intervir frente a esta situação.
Segundo Batista; Farias; Melo (2015) a importância do profissional de
enfermagem é indiscutível, pois ele tem certa autonomia para desenvolver uma
melhor assistência voltada às gestantes e puérperas, não apenas para diminuir os
altos índices de desmame, mas, sobretudo, para tornar este ato uma experiência
saudável e prazerosa.
O Ministério da Saúde (2020) informou que os índices de aleitamento materno
estão aumentando gradualmente, no entanto, muita coisa ainda deve ser feita. A
adoção das práticas de incentivo ao aleitamento materno por parte dos profissionais
da atenção básica, mais precisamente aos que dão assistência ao pré-natal não
deve ser desmerecida, já que os mesmos estão mais inseridos na comunidade
devendo-os oferecer maiores conhecimentos sobre as práticas do aleitamento,
informando os benefícios para a mãe e a família.
É evidente que as dificuldades na amamentação não se apresentam de forma
isolada, mas sim interligadas em um conjunto de fatores, sustentando assim a
importância do acompanhamento profissional para que desta forma o aleitamento
materno não seja interrompido (VARGAS, et al, 2016).
Segundo Moreno; Schmidt (2016), as principais dificuldades encontradas
foram à ocorrência de fissura, o ingurgitamento mamário, o trauma mamilar, a
dificuldade com a pega, a escassez de informações e orientações, corroborando
assim, com Almeida; Luz; Veiga (2017), onde afirma que a equipe assistencial deve
estar apta a preparar e assistir a gestante, onde os problemas mais evidentes são
ingurgitamento mamário, dor e trauma mamilar e falta de orientações.
Para Rocha et al (2013), os motivos de desmame precoce são multifatoriais,
podendo ser interpretado como a falta de conhecimento, a hipogalactia, fatores
individuais e sociais, ausência do apoio familiar, falta de motivação, uso de bicos
artificiais, onde é sustentado pelo Ministério da Saúde, que ressalta não ser
recomendado oferecer bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao
seio.
De acordo com a introdução de outros alimentos o AM pode ser classificado
em 3 tipos: 1. aleitamento materno exclusivo (AME), quando a criança recebe
apenas leite materno, 2. aleitamento materno predominante (AMP), quando a
criança recebe, predominantemente, o leite materno além de outros líquidos como
água, chás ou sucos, e 3. aleitamento materno complementado (AMC), quando a
criança recebe, além do leite materno, outros alimentos sólidos e semissólidos
(OMS, 2010).
De acordo com Almeida (2017), alguns profissionais são poucos capacitados
sobre a importância da amamentação demonstrando um baixo manejo de habilidade
e poder de conversação entre ele e a mãe. O Ministério da Saúde (2020) preconiza
que o aleitamento materno exclusivo evita mortes infantis, diminui os índices de
morbimortalidade, evita diarreias e infecções respiratórias, reduz a chance de
obesidade, diminui também o risco de alergias, hipertensão, colesterol alto, diabetes
e proporciona uma melhor nutrição e um melhor desenvolvimento da cavidade bucal.
Atividades de promoção, apoio e proteção ao aleitamento materno
representam importantes estratégias para redução do desmame precoce, entretanto,
orientar é necessário, porém, mas importante que isso é acompanhar as mães no
período da lactação, identificando precocemente dificuldades que podem vir a surgir,
porque se esses problemas não forem bem acompanhados e assistidos podem
acarretar na interrupção precoce do aleitamento (MOIMAZ, et al 2013).
Inúmeros estudos provam a infalibilidade e variedade de nutrientes que são
fornecidos durante o aleitamento, todavia, as barreiras que impedem tal processo
tem origem multifatorial. Conforme a Organização Mundial de Saúde os fatores que
interferem quantitativamente ao aleitamento exclusivo até o sexto mês de vida da
criança ou do lactente são econômicos, sociais, biológicos e até genéticos (OMS,
2021).
Embora evidenciados os benefícios do AM e da concepção de programas de
incentivo a essa prática, as taxas mundiais de amamentação ainda continuam
abaixo dos níveis almejados e o desmame precoce ainda está associado a altos
índices de mortalidade infantil por desnutrição e diarreia (BRASIL, 2021).
O aleitamento materno (AM), além do papel fundamental de nutrição, é uma
forma de estabelecer o vínculo, o afeto, a proteção a enfermidades e promoção da
saúde mental e física da mãe e do bebê, contribuindo assim na redução da
morbimortalidade infantil. Esta prática é definida, segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS), quando a nutrição da criança é feita pela ingesta do leite materno,
independentemente de estar recebendo qualquer outro tipo de alimento.
As estratégias de incentivo e políticas que promovem o aleitamento materno
exclusivo são importantes e necessárias na manutenção da amamentação para que
os profissionais da área se comprometam com a saúde materno-infantil (MACEDO,
2015). A enfermagem por estar mais próximo do vínculo mãe-filho contribui para o
crescimento dessa relação e incentiva concomitantemente a importância do
aleitamento. Durante a assistência do pré-natal e no período puerpério o enfermeiro
deve atentar-se se é de interesse ou não da mãe em amamentar seu filho. Devendo
ao profissional certificar-se quanto aos conhecimentos da paciente, sendo ele de
caráter intelectual ou cultural (CAMPOS, 2015).
Aumentar a taxa de amamentação exclusiva, nos primeiros seis meses de
vida, tem sido um desafio em todo o mundo, até hoje. Muitos Acordos Internacionais
foram firmados por vários países com a finalidade de promover, proteger e apoiar as
ações de incentivo ao AM em todos os países (ARAUJO; ALMEIDA, 2017).
Ao final da Primeira Guerra Mundial, chegaram à América Latina os primeiros
leites industrializados, com o marketing de leites ideais, rotulando o ato de
amamentar como algo retrógrado e a ser abolido (REA, 2019). Diante à oferta de
fórmulas substitutas do leite materno, a fragilidade da prática do aleitamento foi
intensamente agravada, entre 1950 e 1970, por causa do grande incentivo à
utilização destes alimentos, bem como pela carência de políticas de prevenção ao
uso indiscriminado destas fórmulas infantis (VICTORA et al., 2018).
Porém, ao final da década de 70, a ciência foi unânime ao reconhecer o leite
materno como fonte segura de nutrição para o humano, no início da vida cujos
benefícios ecoam para a idade adulta. Além de nutrir, atendendo às especificidades
fisiológicas do lactente, o seu caráter funcional assegura proteção imunológica
bioativa no colostro, de acordo a idade gestacional, com a imunoglobulina- A.
(FRANCO et al., 2018).
Então, em todo o mundo, foram iniciadas estratégias para resgatar a prática
do AM, trazendo de volta o debate acerca da implementação de programas para
promover o processo de AME (LOPES et al., 2019).
O impacto do AM na sobrevivência neonatal e infantil foi quantificado em uma
análise de dados sobre mortalidade em 42 países que representaram 90% das
mortes do mundo, no ano 2000. Das intervenções estudadas, estimou-se que o
AME, durante os 6 primeiros meses de vida, seguido do AM continuado, dos 6 aos
11 meses de idade, era a intervenção isolada mais efetiva para prevenir mortalidade
infantil, estimando-se que ela previna 13% de todas as mortes em menores de cinco
anos (FRANCO, 2018).

2.1 Metodologia

O estudo aqui proposto se baseia nessa temática e pretende colaborar para a


discussão sobre o assunto, buscando analisar as ações de enfermagem no campo
específico da importância das orientações de enfermagem na amamentação
exclusiva, bem como refletir sobre os desafios e possibilidades da atuação do
profissional de enfermagem. No que se refere à produção científica sobre o assunto.
Para a realização deste trabalho optou-se pela pesquisa bibliográfica. Seu
corpus é composto por uma bibliografia diversificada de apreciação de estudos de
publicações nacionais e periódicos indexados dos Bancos de Dados eletrônicos do
Scielo e outros ligados à área de saúde.
O período definido para revisão de literatura foi de 2013 a 2023, considerando
como critérios de inclusão e exclusão dos artigos a relação com a temática proposta
e a pertinência das análises apresentadas como subsídio para a confecção deste
trabalho. Foram escolhidos para o levantamento dos artigos, os seguintes
descritores: Dificuldades, aleitamento, materno.
Segundo Salvador (2010, p. 15), a pesquisa bibliográfica “é aquela que o
pesquisador se utiliza de documentos, estudos, literaturas e autores para explorar o
objeto de estudo e tecer as próprias considerações sobre o mesmo”. E é isso que
nos propomos a realizar no presente trabalho.
Tais escolhas foram decorrentes do entendimento que a pesquisa
bibliográfica “implica em um conjunto ordenado de procedimentos de busca por
soluções, atento ao objeto de estudo e que, por isso não pode ser aleatório” (LIMA;
MIOTO, 2007, p. 38).
A análise de dados em artigos científicos é fundamental para contribuir para o
conhecimento em uma determinada área e é realizada com rigor metodológico para
garantir a validade e a confiabilidade das conclusões alcançadas (PÁDUA, 2019).
Portanto, esse trabalho busca contribuir para o debate nessa temática da
relação entre a enfermagem e as orientações das pacientes quanto à amamentação
exclusiva, principalmente naquilo que se refere às especificidades desse grupo de
pessoas, visando levantar considerações que possam colaborar para o
planejamento de ações visando um melhor bem-estar dessas pacientes.

2.2 Resultados e Discussão

Dentre os resultados encontrados na pesquisa, foi possível verificar que o


aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida é crucial para o
desenvolvimento saudável do lactente, conforme destacado pelo UNICEF (2017). A
ênfase na exclusividade do leite materno é essencial, pois traz inúmeros benefícios
tanto para o bebê quanto para a mãe.
Foi possível averiguar que muitas vezes, a falta de informação leva algumas
mães a não compreenderem a importância da amamentação nos primeiros meses,
resultando na não prática desse ato fundamental (BATISTA; FARIAS; MELO, 2015).
Este estudo busca ressaltar a importância das orientações de enfermagem no
apoio ao aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida. Os objetivos
incluem apresentar os índices de aleitamento materno exclusivo nesse período e
identificar os benefícios decorrentes dessas orientações. Apesar de a amamentação
ser um ato natural, diversos fatores, como percepções sobre o corpo e a relevância
do leite materno para o bebê, podem dificultar esse processo para algumas
mulheres (OLIVEIRA et. al, 2013).
Na publicação do Ministério da Saúde “Cadernos de Atenção Básica nº 23”,
foi possível compreender que além disso, aspectos econômicos, culturais e sociais
exercem influência no momento do nascimento. A importância do aleitamento
materno é enfatizada por campanhas específicas que visam apoiar mães e
familiares desde o pré-natal. Essas iniciativas têm contribuído para a extensão do
período de amamentação, pois as mães passam a compreender melhor sua
relevância para o bem-estar do bebê (BRASIL, 2015).
Boccolini (2012) nos ensina que, nos primeiros anos de vida, a alimentação
desempenha um papel crucial no rápido crescimento e desenvolvimento da criança,
sendo o aleitamento materno exclusivo nos seis primeiros meses de extrema
importância, proporcionando benefícios que perduram ao longo da vida. Estudos
indicam que o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses promove
boas condições de saúde, reduzindo a incidência e gravidade de enfermidades
infantis e a mortalidade infantil
Esses benefícios se estendem até a vida adulta, incluindo melhorias no
coeficiente de inteligência, desempenho escolar, entre outros. Tanto a Organização
Mundial da Saúde quanto o Ministério da Saúde do Brasil destacam a importância
do aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses, com a recomendação
de sua continuidade até pelo menos dois anos de idade da criança.
Oliveira (2013) apresenta dados que permitem concluir que apesar dos
benefícios comprovados, a prevalência do aleitamento materno exclusivo nos
primeiros seis meses ainda não atinge 40% globalmente. No Brasil, embora tenha
havido um aumento significativo em comparação com os índices da década de 1980,
a prevalência ainda é de 41%. Há uma variabilidade significativa entre as regiões do
país, indicando a necessidade de pesquisas locais para compreender os
determinantes específicos de cada área.
Para Almeida; Luz; Veiga (2017), consideraram que a promoção do
aleitamento materno conta com ações de incentivo, e a atuação do enfermeiro
durante o pré-natal, maternidade e puericultura desempenha um papel determinante
nesse processo. É essencial continuar monitorando e avaliando os indicadores e
determinantes locais para garantir a eficácia das políticas públicas e o sucesso das
práticas de aleitamento materno em diferentes regiões do Brasil.
Rocha et. al., 2013, apresentou em seu trabalho que a frequência do
aleitamento materno exclusivo até o sexto mês apresenta variações significativas
entre diferentes cidades brasileiras, com índices de 27% em Cuiabá e 56% em
Belém, e uma extensão média que varia de 0,7 a 88,8 dias. Quanto à duração geral
do aleitamento materno, observa-se uma amplitude de 293 dias (equivalente a 3,1
meses) em algumas localidades, como São Paulo, enquanto Macapá atinge 601
dias, correspondendo a 20 meses. Essa diversidade de comportamentos ressalta a
necessidade de condução de investigações regionais para avaliar e monitorar os
indicadores e fatores determinantes em cada área do país.
Fatores como características familiares, maternas, infantis, socioeconômicas
e culturais, incluindo idade, renda familiar, situação conjugal, escolaridade, sexo,
trabalho materno, peso ao nascer, entre outros, exercem influência crucial no
estabelecimento e na manutenção do aleitamento materno, conforme indicado por
Oliveira et al. (2013). Destaca-se, ainda, a importância das ações de estímulo ao
aleitamento materno, evidenciadas como determinantes para a promoção dessa
prática, conforme apontado por Campos et. al. (2015), sublinhando a relevância das
orientações fornecidas por enfermeiros durante o pré-natal, maternidade e
puericultura.
Moreno e Schmidt (2016), identificou uma prevalência de aleitamento materno
exclusivo de 41% em crianças com menos de dois anos e 13% em lactentes de até
seis meses. A duração média do aleitamento materno foi de 7,2 meses, com 28 dias
de aleitamento materno exclusivo. Também houveram avanços e políticas públicas
foram implementados para promover e apoiar o aleitamento materno, incluindo
rupturas e expansão da atenção básica.
O aumento observado nesse período é atribuído aos investimentos em
políticas públicas destinadas a promover o aleitamento materno, refletindo melhorias
nos indicadores em nível nacional. Os avanços na prática do aleitamento materno
evidenciam uma diversidade de comportamentos entre as capitais e outras regiões
do Brasil. Essa heterogeneidade ressalta a importância contínua de pesquisas
locais, levando em consideração as características específicas de cada região, para
informar ações direcionadas e eficazes na promoção do aleitamento materno.

3 CONCLUSÃO

Por fim, acerca da importância do aleitamento materno, este artigo tem como
base mobilizar mães sobre a importância da amamentação exclusiva até 06 meses
de idade. Focar nos benefícios adquirido no leite materno no binômio mãe-filho. Traz
a importância da amamentação exclusiva para o crescimento da criança até os 02
anos de idade, orientações de enfermagem na amamentação, ressaltando que
quando há a pratica da amamentação exclusiva, traz melhorias na qualidade de vida
e bem-estar do bebê em seu desenvolvimento e crescimento.
Diante do exposto, é possível concluir que a atuação da enfermagem
desempenha um papel crucial nas orientações sobre a amamentação exclusiva,
sendo uma fase crucial para o recém-nascido e a mãe. A definição da Organização
Mundial de Saúde (OMS) sobre o aleitamento exclusivo até os 6 meses de idade
destaca a importância desse período para o desenvolvimento saudável da criança.
A pesquisa reforça a relevância da orientação à família como o primeiro passo
para o sucesso na prática da amamentação exclusiva. A busca por esclarecimento,
por meio de revisão bibliográfica, destaca a importância do entendimento mútuo
entre profissionais de enfermagem e as famílias, especialmente as mães e pais, na
promoção dessa prática.
A preocupação manifestada pelos gestores de saúde em relação às mães
que se recusam a amamentar ressalta a necessidade de estratégias eficazes de
intervenção. O trabalho justifica-se como um contribuinte essencial para a saúde
pública, enfatizando os benefícios da amamentação exclusiva na redução da
morbimortalidade infantil e destacando os riscos associados à não amamentação.
A amamentação exclusiva é apresentada como uma prática que não apenas
traz benefícios nutricionais, emocionais e econômicos, mas também contribui para a
redução de custos sociais. O enfermeiro emerge como peça fundamental nesse
cenário, desempenhando um papel preponderante na educação de gestantes e
puérperas, fornecendo informações cruciais sobre o aleitamento materno exclusivo.
A revisão bibliográfica realizada no contexto deste trabalho permitiu identificar
as dificuldades enfrentadas pelas gestantes e puérperas em relação à prática da
amamentação exclusiva. Além disso, evidenciou o papel essencial da enfermagem
na orientação, destacando a probabilidade de desenvolvimento de patologias e
mortalidade infantil associadas à interrupção do aleitamento materno.
Portanto, este estudo não apenas respondeu ao problema de pesquisa inicial,
sobre as contribuições da amamentação exclusiva para mães e bebês, mas também
reforçou a importância do papel da enfermagem nesse contexto. A disseminação
contínua de informações e a atuação proativa dos profissionais de enfermagem são
fundamentais para promover e manter práticas saudáveis de amamentação
exclusiva, contribuindo assim para o bem-estar a curto e longo prazo de recém-
nascidos e crianças.
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