A CULTURA DO DESMAME NO BRASIL: FATORES CULTURAIS QUE INFLUENCIAM NA
DECISÃO DA MULHER
Autores: Jorge L. B. de Medeiros, Mayara L. da S Arouca, Thayza T. B. Gomes. Orientadora: Profª Drª. Alessandra Felix A. Braga
CONSIDERAÇÕE INICIAIS:
O leite materno é o único alimento completo para os recém-nascido,
sendo ele fundamental para o seu desenvolvimento. O ministério da
Saúde (MS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) também falam
sobre a importância de se manter o aleitamento materno de forma
exclusiva até os seis primeiros meses de vida e de levar a amamentação
até dois anos de idade. A decisão da mulher em relação a amamentar,
pode ser influenciada por diversos fatores, sendo alguns deles os fatores
biológico, socioeconômicos e culturais
OBJETO:
A influencia da cultura no desmame
QUESTÃO NORTEADORA:
Quais são os fatores culturais que exercem influência na decisão das
mulheres brasileiras em relação ao desmame?
OBJETIVO GERAL:
Analisar como os fatores culturais influenciam as escolhas e atitudes
das mulheres brasileiras em relação ao desmame.
METODOLOGIA:
Este artigo apresenta uma pesquisa bibliografia feita através de uma
Revisão Integrativa da Literatura, onde foi realizado uma busca no
portal BVS com os descritores aleitamento materno e desmame. Foi
utilizado como filtro: Período dos últimos 5 anos, texto completo e
foco principal em aleitamento materno e desmame, resultando em 89
artigos. Após a leitura dos títulos, selecionamos 35 artigos e em
seguida foi feito a leitura do resumo, onde resultou em 7 artigos para
análise dos resultados.
RESULTADOS:
Mitos, crenças sobre o aleitamento materno e apoio familiar:
5O suporte familiar é crucial, mas sua influência pode se tornar
prejudicial quando baseada em informações incorretas. A
desmistificação do colostro e a revisão de políticas para conciliar
trabalho e amamentação são essenciais para promover uma prática mais
informada e saudável, proporcionando um começo sustentável para a
vida dos bebês.
Influências da idade, escolaridade, trabalho e renda familiar da
mulher que amamenta :
A inexperiência das mulheres mais jovens na maternidade pode, de
fato, torná-las mais propensas ao desmame, uma vez que a falta de
familiaridade com a prática traz consigo inseguranças e desafios. A
ausência de licença-maternidade adequada e políticas de apoio à
amamentação no local de trabalho ou nas escolas tem implicações
profundas, dificultando a continuidade da prática da amamentação.
Uso de bicos artificiais e chupetas e suas consequências
O uso de chupeta e bicos artificiais como mamadeira pode acarretar
prejuízo na maturação do sistema estomatognático. Este sistema é
responsável pelas funções de mastigação, deglutição, sucção, respiração
e pela fala e linguagem oral da criança. Dessa maneira, vale ressaltar
que o uso de chupeta pode causar deformações esqueléticas tanto na
boca quanto na face da criança. É necessário ter cautela e evitar
introduzir chupetas e bicos artificiais na rotina do bebê.
A orientação e a assistência profissional inadequada no
fortalecimento e manutenção do aleitamento materno
A ausência de uma assistência pré-natal abrangente e adequada pode ter
impactos substanciais na amamentação. Existem desafios dentro das
próprias maternidades que prejudicam a amamentação. Estes incluem a
falta de profissionais capacitados para ajudar na identificação de uma
pega correta, a ausência de incentivo ao contato pele a pele entre a mãe
e o bebê, e a prescrição de fórmula infantil como uma solução
aparentemente mais fácil. Isso pode levar à redução na produção de
leite materno e, consequentemente, à interrupção da amamentação ainda
na maternidade.
CONCLUSÃO:
Este estudo apresentou os principais fatores que influenciam as
decisões das mulheres brasileiras sobre a amamentação. Destacam-se
mitos culturais, licença-maternidade conveniente e insegurança
materna. A diversidade cultural do Brasil é central, exigindo
abordagens específicas. Recomenda-se campanhas educativas, apoio
familiar e políticas que favoreçam a amamentação. Fortalecer o
suporte familiar, oferecer educação contínua e melhorar políticas de
saúde são cruciais para reduzir as taxas de desmame precoce no
Brasil, informando e promovendo práticas de amamentação
saudáveis.
REFERÊNCIAS:
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde da criança: Aleitamento Materno e
Alimentação Complementar. 2ª ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
Cadernos de Atenção Básica nº 23. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-da-
crianca/publicacoes/saude-da-crianca-aleitamento-materno-e-alimentacao-
complementar/view
ANDRADE HS, PESSOA RA, DONIZETE LCV. Fatores relacionados ao
desmame precoce do aleitamento materno. Rev. Bras. Med Fam.
Comunidade. 2018;13(40):1-11.
http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc13(40)1698
MACEDO AB. Causas do desmame precoce em lactentes: uma revisão
integrativa. Femina. 2022;50(7):435-43. Disponível em:
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2022/10/1397872/femina-2022-507-435-
443.pdf