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GREYCYANNE ALVES DA SILVA – P2022000780

A1: ESTUDO DE CASO

Pós em Nutrição Materno Infantil com Ênfase em Aleitamento Materno

GOIANIA – GO

2023
Casos clínicos

1- Paciente 32 anos, 12 semanas de gestação, G1A0, buscou a nutricionista porque


está com medo de engordar na gestação. Tem histórico familiar de bebes que
nasceram muito grandes e por isso pensa que não poderá ter um parto normal. Não
foi amamentada e por tanto ainda não pensou sobre a amamentação porque prefere
não quer criar expectativas quanto ao assunto para não se frustrar.
Como a nutricionista pode ajudar? Discuta sobre todo o plano de atendimento que
pode ser oferecido.

O plano de atendimento para a paciente consistiria em, primeiramente, na


realização da anamnese e da avaliação nutricional. Seria solicitado o peso pré gestacional
em comparação ao peso atual de 12 semanas. Colocaria estes dados na curva gestacional
para verificar se ela estava eutrófica ou não, sendo avaliada e orientada em relação à faixa
de peso. Seria verificado também os exames bioquímicos pré e pós gestacionais.
De acordo com Seabra (2011), atualmente estudos têm demonstrado que o peso
excessivo no decorrer da gestação pode contribuir para um resultado obstétrico
desvantajoso. A nutrição inapropriada na vida intrauterina, que pode ser relacionada com
a falta de adequação do estado nutricional materno, pode modificar a expressão genética,
a suscetibilidade individual às complicações perinatais e elevar o risco de síndrome
metabólica e outras doenças crônicas na fase adulta. Mulheres com obesidade
demonstram risco ampliado para o desenvolvimento de intercorrências gestacionais,
como diabetes gestacional, síndromes hipertensivas da gravidez, macrossomia,
sofrimento fetal, trabalho de parto prolongado, parto cirúrgico, restrição de crescimento
intrauterino, desproporção céfalo-pélvica, trauma, asfixia, morte perinatal e
prematuridade.
Em relação à preocupação com o histórico de bebes grandes na família, a
gestante seria acompanhada e instruída no decorrer da gestação, com acompanhamento
de desenvolvimento e peso criança/mãe, informando que o tamanho do bebê pode ser
considerado normal e pode também não influenciar no tipo de parto, com sugestão de
exercícios com especialista para fortalecimento da musculatura do perineo. A condução
desta gestação será realizada mês a mês através de um programa de acompanhamento
visando tranquilizar a paciente e orientá-la pontualmente.
Será entregue o primeiro plano alimentar neste atendimento, considerando as
preferências alimentares da paciente, bem como quantidades de refeições ao dia e
qualidade dos alimentos ingeridos, devido à sua preocupação em engordar e
demonstrando que ganhar peso gestacional é diferente de engordar, sendo algo normal e
natural para as gestantes. Na próxima consulta este plano seria reanalisado e refeito de
acordo com as adaptações demonstradas pela própria paciente, considerando as novas
necessidades do bebê das fases gestacionais e também questões de fome, saciedade e
psicossociais da gestante.
Nesse momento não seria falado acerca do aleitamento materno, apenas nos
próximos encontros de preferência no último trimestre. No futuro falaríamos disso, de
acordo com o programa apresentado, com alimentos, no decorrer de todo o plano, que
favorecem um leite forte e saudável para a criança, visando não preocupar a mãe nesta
ocasião. Informaria que o próprio corpo daria sinais acerca da amamentação com aumento
do volume da mama, sensibilidade e escurecimento da auréola e que todo esse processo
acontecerá de forma simples e natural porque é inerente ao corpo de toda mulher e todas
estão aptas a amamentar, mas que isso pode ocorrer ou não, porque cada indivíduo é único
e se mesmo que isso não ocorrer, ela será acompanhada e gestante/bebê ficarão bem.

2- Mãe com bebê de 12 meses, 11,35kg e 77,5cm, buscou a nutricionista porque seu
bebê está ganhando muito peso e foi orientada a limitar a alimentação da criança,
não consegue desmamar o bebê, que ainda mama com frequência (4-5 vezes ao
dia/noite). Como podemos ajudar? Discuta sobre todo o plano de atendimento que
pode ser oferecido.

No plano de atendimento ofertado seria feito primeiramente a anamnese e


avaliação nutricional da criança verificando e avaliando as curvas de crescimento.
Solicitaria à mãe o recordatório de 24h da criança e se possível, o recordatório semanal
com fotos e vídeo, visando entender a rotina do bebê. Antes da consulta, seria solicitado
à mãe, o preenchimento de um formulário digital com questões relacionadas a:
- se usa/usou mamadeira ou chupeta;
- quais alimentos e bebidas preferidas;
- frequência do consumo de frutas, verduras, legumes, cereais, pães, tubérculos,
carnes e ovos, lácteos, óleos e gorduras;
- consumo de produtos industrializados;
- informações sobre desenvolvimento, diagnósticos e transtornos alimentares
pediátricos;
- seletividade, equilíbrio ou excesso de consumo.
Pelo relato acima da mãe, a criança se enquadra do excesso de consumo. Foi
demonstrado a foto do prato das refeições: café da manhã e almoço. Pai e mãe são obesos
e têm uma preocupação e cuidado com o filho para que este não sofra. O apetite da criança
é muito alto, além do normal para essa idade. É uma criança ativa, que pratica atividade
física como natação.
A partir disso, verificou-se que a curva está em ascensão, ou seja, a criança vem
ganhando peso gradativamente, que pode ser uma preocupação no futuro e se continuar
evoluindo desregradamente, por isso requer acompanhamento pontual.
Uma das estratégias do plano de tratamento é trabalhar sentimentos, rotina de
horários, recondução para outras atividades durante as refeições, gerando distração e
comportamento alimentar adequado. A criança precisa entender o sentido de fome e
saciedade que é diferente da disponibilização do alimento, ser indício de consumi-lo,
deixando a própria criança se servir, da condução à limpeza do prato.
Uma segunda estratégia seria aumentar as quantidades de proteína nas refeições,
incluir alimentos menos calóricos, melhorar a distribuição dos macro nutrientes na
refeição, melhorar a consistência dos alimentos ofertados (pedaços maiores e menos
batidos) para que haja um processo maior de mastigação e consequentemente saciedade,
pois a criança já tem 1 ano. É importante elogiar a conduta caprichosa da mãe trazendo
apenas orientações de melhoria, pois assim gera motivação para continuar o tratamento.
De acordo com o Manual de avaliação da SBP (Sociedade Brasileira de
Pediatria) de 2021, existe uma distribuição padrão das porções diárias conforme abaixo,
bem como a quantidade de alimentos que corresponde a uma porção. Este manual serve
de guia para o porcionamento e nos leva a rever também as quantidades ofertadas no
prato, através das fotos trazidas pela mãe, buscando uma organização e adequação das
quantidades e dos nutrientes essenciais, visando trazer mais saciedade para a criança.
Os primeiros meses de vida do bebê são delicados para o desenvolvimento da
obesidade no decorrer da vida, visto que crianças que demonstram maiores índices de
massa corporal (IMC) ou ganho acelerado de peso nessa fase, tem elevadas possibilidades
de se tornarem obesas ao longo da infância, da adolescência e da fase adulta. Outrossim,
o ganho excessivo de peso nessa faixa etária é apontado como um importante fator de
risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes mellitus tipo II na
vida adulta. No primeiro ano de vida, é normal ocorrer, com maior velocidade, o aumento
do peso e estatura, por isso, é de extrema relevância o acompanhamento do crescimento
físico de crianças nessa faixa etária (CAMARGOS, 2019).
Para finalizar o plano de tratamento, ao analisar a questão da livre mamada e da
frequência diária, seria orientado que: não é necessário realizar o desmame total, porém
é preciso programar o desmame noturno para a qualidade de vida, ou seja, organizar as
mamadas, respeitando a vontade da família.
Referências Bibliográficas

CAMARGOS, Ana Cristina Resende et al. Prevalência de sobrepeso e de obesidade no


primeiro ano de vida nas Estratégias Saúde da Família. Cadernos de Saúde Coletiva,
2019, Rio de Janeiro. Disponível em
https://www.scielo.br/j/cadsc/a/3dLK83q7cd9r4cjFP35gJjM/?format=pdf&lang=pt.
Acesso em 12 abr 2023

MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 2ª EDIÇÃO – ATUALIZADA - 2021/


Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia. São Paulo:
SBP. 2021. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/_22962e-
ManAval_Nutricional_-_2Ed_Atualizada_SITE.pdf Acesso em 12 abr 2023.

SEABRA, Giseli et al. Sobrepeso e obesidade pré-gestacionais: prevalência e


desfechos associados à gestação. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia,
novembro 2011. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbgo/a/G7f7W45PdsBhtSGFr9nMQGh/?lang=pt.pdf. Acesso em
10 abr 2023

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