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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO


GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO SOCIAL


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO – 2020/2°
ARTIGO

INTRODUÇÃO DA ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR PARA CRIANÇAS A


PARTIR DE 6 MESES.

CINTHIA LUISE1; LAYSA MARTINS1; NATALYA TAINAR1; RAYANE JENIFFER


RODRIGUES MARQUES2

RESUMO
Digite aqui seu texto. O resumo deverá conter no máximo 250 palavras. A fonte é
tamanho 12, com texto justificado, parágrafo único (sem recuos) e espaçamento de
1,0.

Palavras-chave:Alimentação infantil; Alimentação complementar; Lactante; Lactente;


Atenção primária à saúde; Nutrição infantil.

1
Discente de nutrição da Universidade Salgado de Oliveira – Campus Belo Horizonte/ Brasil – 2020.
2
Docente do curso de Nutrição da Universidade Salgado de Oliveira – Campus Belo Horizonte/ Brasil
– Mestre em Nutrição e Saúde (Universidade Federal de Minas Gerais)
INTRODUÇÃO

De acordo com as diretrizes da OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Ministério


da Saúde recomenda-se o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses
de vida do recém-nascido e após esse período, até chegar aos dois anos ou mais, o
aleitamento materno complementado. (BRASIL, et al., 2017) Em seus primeiros
meses de vida, a criança apresenta um constante desenvolvimento em seu
organismo, principalmente no trato gastrointestinal. Sendo assim é necessária a
oferta de micro e macro nutrientes vindos da mãe. O leite materno contém todos os
micro e macro nutrientes necessário para criança nesta fase da vida para suprir suas
necessidades e para o crescimento saudável (Guia Alimentar para Crianças
menores de dois anos, 2005)

As informações apresentadas no Guia Alimentar para Crianças menores de dois


anos (2005), explica as condições do aleitamento materno e sua exclusividade para
nutrição da criança até os seus 6 meses de vida, iniciando-se a alimentação
complementar a partir dos 6 meses e mantendo o aleitamento materno até os 2 anos
ou mais de vida da criança.Estudos também comprovam que a introdução alimentar
antes dos seis meses de vida da criança não apresenta benefícios e somente após
o período de seis meses a criança desenvolve o sistema neurológico e motor oral
podendo assim receber a alimentação complementar, comprovando a importância
do aleitamento materno de exclusividade até os seis meses de vida da criança.
(DIAS, et al.,2010.)

Embora a falta de conhecimento a respeito do valor nutricional, imunológico e dos


fatores emocionais adquiridos no ato do aleitamento de muitas mães e o desmame
precoce por questões sociais como abordado em (Araújo, et al., 2013) comum
estudo feito de modo transversal, dificulte a nutrição adequada para a criança. Assim
o papel dos profissionais da saúde e nutricionistas se torna mais importante em
orientar as famílias quanto a alimentação em cada fase da criança. Segundo
(GIUGLIANI,et al.,2000) a maneira como os alimentos são apresentados
inicialmente também é de fundamental importância para o futuro hábito alimentar
das crianças, pois elas passam a gostar do alimento dessa maneira”, por isso a
alimentação complementar deve começar de forma espessa, lenta e gradual na
consistência pastosa como papas e purês. Juntamente com a rotina de oferta para a
criança de 3 vezes ao dia quando houver aleitamento materno e 5 vezes ao dia após
o desmame.

Com o estímulo para uma alimentação colorida e variada é importante que a família
introduza a criança o hábito de consumir frutas, legumes e verduras, sempre
evitando a oferta de doces, café e refrigerante alimentos oriundos de processos
feitos pela indústria tal como sendo classificados como minimamente processados,
processados e ultraprocessados (Guia alimentar para crianças menores de 2 anos,
2005)

O tema proposto visa ressaltar a importância do aleitamento materno e observar


sobre a maneira inadequada com que as famílias iniciam a alimentação
complementar para as crianças. Através do estudo o objetivo foi analisar dentro de
um grupo de pais ou responsáveis a maneira como os mesmos iniciaram ou iniciam
a alimentação complementar de suas crianças, além de identificar quais são os
riscos da alimentação complementar quando ofertada de forma inadequada.

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal quantitativo, descritivo realizado em Belo


Horizonte-MG. Feito através de um questionário online, que foi utilizado a plataforma
Googleforms para sua confecção, e enviado à pais e/ou responsáveis de crianças
com idade entre 6 e 5 anos, através do aplicativo de whatsapp, no período de xx a
xx de setembro de 2020.

O questionário foi elaborado com questões fechadas abordando os seguintes


conteúdos: Idade de responsáveis, e crianças participantes, qual idade a
alimentação complementar começou a ser administrada, se os responsáveis estão
cientes dos benefícios e malefícios de determinados alimentos, e se a família
dedicava tempo para refeições em família.

Para o presente estudo foram respeitados os preceitos éticos de participação


voluntária e consentida de cada participante, mediante o consentimento virtual do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) bem como a preservação do
anonimato e privacidade dos participantes. Os participantes da pesquisa foram pais
e/ou responsáveis que aceitaram participar da pesquisa, totalizando 33
questionários respondidos.

A análise das informações se deu por meio da tabulação dos dados em frequências
simples e percentuais e apresentação em gráficos e tabelas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Participaram do estudo 33 pais e/ou responsáveis com idade entre 22 a 58 anos,


sendo predominante mães (84,8%), pais (9,1%) responsável legal (3%) e outros
(3%). As crianças tinham idade entre 6 meses e 5 anos de vida, a maior parte
avaliada possuía 3 a 5 anos (54,5%), e a maior parte das crianças passou a ter uma
alimentação complementar incluída a partir dos 6 aos 12 meses de vida (87,9%)
(Gráfico 1). De acordo com Brasil et al (2017, apud Castro et al., Cad Saúde
Coletiva, 2008) uma pesquisa realizada afim de conhecer mais sobre as práticas
alimentares para lactentes, mostrava que as mães tinham conhecimento sobre a
amamentação exclusiva até os seis meses de vida. Infelizmente segundo Toloni et al
(2011) a oferta dos alimentos com baixo valor nutricional no início da vida, traz
complicações no crescimento infantil, como alergias e intolerâncias alimentares, bem
como possíveis doenças crônicas, prejudicando assim o desenvolvimento infantil.
Gráfico 1: Idade das crianças e idade do início da alimentação complementar aplicada em
questionário, Belo Horizonte 2020.

Segundo a análise 97% (amplitude de 1-33) dos pais conhecem os benefícios dos
alimentos in natura, e os malefícios dos alimentos processados, apenas 3%
(amplitude de 1-33) não tem conhecimento do que é um alimento in natura e seu
benefício, e o que é um alimento processados e quantos são os malefícios
presentes no mesmo. A alimentação in natura é preferida por 33,3% das crianças,
30,3% preferem ultraprocessados, 27,3% das crianças preferem alimentos
minimamente processados e os 9% restantes afirmaram que os filhos “gostam de
tudo” ou “comem de tudo um pouco” (Gráfico 2). Giugliani e Victora (2000) afirmam
que para o crescimento da criança seja benéfico e saudável, deve após os seis
meses de idade receber uma alimentação rica em energia, proteínas e
micronutrientes, principalmente o ferro, zinco, cálcio, vitamina A, C e folatos.

Gráfico 1: Preferência alimentar infantil, aplicada em questionário, Belo Horizonte 2020.


A ingestão de alimentos ultraprocessados vem se encaixando cada vez mais na
infância, em nosso estudo maioria das crianças 63,6% começaram a ingerir doces e
chocolates entre o primeiro e o terceiro ano de idade, aproximadamente 21% teve
esse início dos 06 aos 12 meses de idade, e 15,2% afirmam que não ofertaram
doces e chocolates para a criança. De acordo com o Guia Alimentar para Crianças
Brasileiras Menores de 2 anos (2019) frutas e bebidas não devem ser adoçadas com
nenhum tipo de açúcar pelo menos nos dois primeiros anos de vida, e quando
inseridos podem causar devido ao aumento de peso excessivo, a obesidade, entre
outras doenças prejudicando o desenvolvimento e a vida adulta futuramente. Toloni
et al., (2017) obtiveram resultados semelhantes, em um estudo realizado em um
centro de saúde (CS) de Ceilândia, no Distrito Federal, onde afirmam que o risco da
introdução precoce de alimentos ultraprocessados vem de campanhas publicitárias
infantis que, influenciam pais e responsáveis a optarem por lanches fáceis e de
baixa qualidade nutricional. Sobre o tempo em que os pais e/ou responsáveis têm
para se dedicar à alimentação dos filhos, foi observado que sendo 90,6% (amplitude
1-33) preparam as refeições em casa, e 78,8% (amplitude 1-33) dedicam o seu
tempo para comer em família, e passar um tempo com os filhos durante as
refeições.

CONCLUSÃO

A alimentação complementar, vem cada vez mais, sendo introduzida em momentos


inadequados, não seguindo a faixa etária, e sendo feita de maneira incorreta. Com a
falta de informação muitos pais iniciam esta alimentação de forma errônea. O
aleitamento exclusivo deve ocorrer até o sexto mês de vida do lactente, e após esse
período a escolha correta de alimentos saudáveis é muito importante para a vida da
criança, pois os hábitos alimentares começam a se formar durante este período. Os
alimentos in natura devem estar sempre em primeiro lugar, sendo a maior fonte de
nutrientes saudáveis. E os doces, e alimentos processados devem ser
extremamente evitados.
Nossos resultados foram positivos, mostrando que a maior parte dos lactentes
obtiveram como alimentação complementar inicial alimentos in natura, e tem maior
apreço pelos mesmos. Porém, grande parte também tem o consumo elevado de
alimentos ultraprocessados, podendo prejudicar a saúde e o desenvolvimento do
lactente. Para melhor desenvolvimento de hábitos saudáveis, os profissionais da
saúde, devem sempre orientar, pais e responsáveis sobre a boa alimentação, e
como iniciar a alimentação complementar, incentivar a leitura do Guia Alimentar para
que informações corretas sejam aprendidas e repassadas, incentivar melhores
hábitos culinários em família, fazendo com que, os hábitos infantis venham desde o
início da vida, saudáveis com maior benefício a vida e ao seu crescimento.
REFERÊNCIAS

GIUGLIANI Elsa; VICTORA Cesar. Alimentação complementar. Jornal de


pediatria, vol.76, supl.3,Porto Alegre, 2000.Disponível
em:<https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/54367/000295650.pdf?
sequence=1>. Acesso em: 14 de set. de 2020

AMARAL Laís; et al. Diagnóstico das práticas de alimentação complementar para o


matriciamento das ações na Atenção Básica. Ciênc. saúde coletiva vol.19, Rio de
Janeiro, 2012. Disponível em:<https://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1413-81232014000100093>. Acesso em: 13 de set. de 2020

DIAS,Mara; et al.Recomendações para alimentação complementar de crianças


menores de dois anos.Rev. Nutr, Campinas, maio/jun., 2010. Disponível em:
<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-
52732010000300015>. Acesso em: 21 de set. de 2020

BRASIL, Guilherme; et al. Conhecimento das mães sobre a alimentação de


lactentes a partir dos seis meses de idade. Rev Min Enferm, Campinas, 2017.
Disponível em:<http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/1134> Acesso em: 23 de set.
2020

ORTELAN, N.; BENICIO, MARIA. Avaliação da alimentação de lactentes menores


de um ano nascidos com baixo peso:estudo transversal em 64 municípios
brasileiros. Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo, Faculdade de
Saúde Pública, 2018. Disponível em:
<https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-994501>. Acesso em: 24 de
set. 2020

ARAUJO, Verbena; et al. Desmame precoce: aspectos da realidade de


trabalhadoras informais. Rev. Enf. Ref. vol.serIII no.10, Coimbra, jul. 2013 <
Disponivel em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-
02832013000200005 >. Acesso em: 11 de nov. 2020
APÊNDICES

APÊNDICE A- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você foi selecionado para participar de uma pesquisa cujo título é: "Introdução da
alimentação complementar para crianças de 06 meses a 5 anos". Você está sendo
convidado a participar desta pesquisa e para tanto, faz-se necessária sua
autorização. A participação no estudo é voluntária e não há remuneração. O (A)
senhor (a) pode se recusar a participar do estudo ou desistir a qualquer momento e,
independentemente da decisão, você não terá nenhum prejuízo. Ninguém saberá
que o (a) senhor(a) está participando da pesquisa, não falaremos a outras pessoas,
nem repassaremos as informações que você nos der a outras pessoas. Elas serão
usadas somente pelos pesquisadores, de forma sigilosa. Os resultados da pesquisa
vão compor o trabalho de conclusão de estágio dos estudantes. Os leitores não
conhecerão os participantes do estudo. Reforçamos que todo o processo é seguro.
Este termo está de acordo com as Resolução 466/12 e/ou 510/16 do Conselho
Nacional de Saúde, que visa proteger os direitos dos seres humanos em pesquisas.
Qualquer dúvida sobre esta pesquisa, você poderá contactar os pesquisadores
Cinthia Luise, Laysa Martins e Natalya Tainar, para maiores esclarecimentos.

APÊNDICE B- QUESTIONÁRIO

Questionário acadêmico para coleta de dados referente a um artigo de


conclusão de estágio com o tema "Introdução da alimentação complementar em
crianças de 6 meses a 5 anos". Os dados serão divulgados em formato gráfico a fim
de apresentar os resultados.

Nome completo:

Idade:

Telefone:

Você é: ( ) Mãe

( ) Pai

( ) Mãe de criação

( ) Pai de criação

( ) Responsável legal

( ) Outros
Idade da criança: ( ) 6 a 12 meses

( ) 1 a 3 anos

( ) 3 a 5 anos

( ) menor de 06 meses

Com qual idade a criança começou a ter a alimentação complementar?:

( ) 6 a 12 meses

( ) 1 a 3 anos

( ) 3 a 5 anos

( ) menor de 6 meses

Você está ciente dos benefícios dos alimentos in natura (naturais, orgânicos,
frescos) e os malefícios dos alimentos processados em geral (feitos pela indústria)
na alimentação infantil?

( ) Sim

( ) Não

Qual a preferência alimentar do seu filho?:

( ) In natura (frutas, legumes e vegetais frescos)

( ) Minimamente processados (o arroz e o feijão. Lentilhas, cogumelos, frutas secas,


sucos de frutas sem adição de açúcar, castanhas e nozes sem sal, farinhas de
mandioca, de milho de tapioca ou de trigo e massas frescas)

( ) Processados ( milho em conserva, azeitona, compotas de frutas, carnes salgadas


e defumadas, sardinha e atum em latinha, queijos feitos com leite, sal e coalho e
pães feitos de farinha, fermento e sal).

( ) Ultraprocessados (salsichas, biscoitos, geleias, sorvetes, chocolates, m o olhos,


misturas para bolo, barras energéticas, sopas, macarrão e temperos instantâneos,
salgadinhos chips, refrigerantes, produtos congelados e prontos para aquecimento
como massas, pizzas, hambúrgueres e nuggets).

( ) Outros

Com quantos anos você ofertou doce ao seu filho pela primeira vez ?:

( ) 6 a 12 meses

( ) 1 a 3 anos
( ) 3 a 5 anos

( ) menor de 06 meses

( ) Não ofertei.

Com quantos anos você ofertou chocolate para seu filho?:

( ) 6 a 12 meses

( ) 1 a 3 anos

( ) 3 a 5 anos

( ) menor de 06 meses

( ) Não ofertei.

Você utiliza temperos prontos, ou sal para temperar a refeição complementar do seu
filho(a)?:

( ) Sim

( ) Não

( ) Apenas em alimentos específicos.

Você dedica tempo para comer em família?:

( ) Sim

( ) Não

( ) Apenas nos finais de semana.

Você prepara as refeições principais em casa (almoço e jantar) ou pedem/comem


fora casa?

( ) Em casa.

( ) Fora de casa.

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