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Nas últimas décadas foi possível observar uma mudança no perfil nutricional das crianças, na qual houve um
aumento do sobrepeso e obesidade e diminuição da desnutrição, com consequente aumento do risco de
desenvolvimento de Doenças Crônicas não Transmissíveis. Isso ocorreu devido às modificações no estilo de vida
da população, que estão mais sedentários e substituindo os alimentos in natura pelos alimentos industrializados.
A partir dos 4 anos de idade as crianças começam a desenvolver a independência e tomar suas próprias escolhas.
O objetivo deste estudo foi avaliar o consumo alimentar de alunos em idade pré escolar. A presente pesquisa foi
de corte transversal, de natureza descritiva, de caráter quantitativo, observacional, descritivo e básica quanto a sua
finalidade. O público-alvo foi os alunos em idade pré escolar de escolas da rede privada na cidade de Sete
Lagoas/MG. A pesquisa de campo desenvolveu-se através de um questionário online, utilizando a plataforma
Google Forms, composto por questões semiestruturadas, a ser respondido pelos responsáveis. Os resultados
obtidos demonstraram que os grupos de alimentos mais consumidos foram 100% carne e 97,8% frutas, cereais,
leite e derivados. Dentre os alimentos não saudáveis as bebidas adoçadas e guloseimas foram os mais consumidos,
63% e 54,4% respectivamente. Em relação ao estado nutricional foi observado a prevalência 76% eutrófico, 17,3%
sobrepeso, 4,3% obesidade e 2,1% magreza. Conclui-se que apesar da melhoria na alimentação das crianças é
necessário implementação de trabalhos de educação nutricional.
Palavras chave: Consumo alimentar. Prevenção de doenças. Mídias sociais. Transição nutricional. Alimentação
infantil.
ABSTRACT
In recent decades it has been possible to observe a change in the nutritional profile of children, in which there has
been an increase in overweight and obesity and decrease in malnutrition, with a consequent increase in the risk of
developing Non-Transmissible Chronic Diseases. This occurred due to changes in the lifestyle of the population,
who are more sedentary and replacing fresh food by processed food. From 4 years of age on, children begin to
develop independence and make their own choices. The objective of this study was to evaluate the food
consumption of pre-school age students. The present research was cross-sectional, of a descriptive nature,
quantitative, observational, descriptive, and basic as to its purpose. The target audience was pre-school age students
from private schools in the city of Sete Lagoas/MG. The field research was developed through an online
questionnaire, using the Google Forms platform, composed of semi-structured questions, to be answered by those
responsible. The results showed that the most consumed food groups were 100% meat and 97.8% fruits, cereals,
milk and dairy products. Among the unhealthy foods, sweetened beverages and sweets were the most consumed,
63% and 54.4% respectively. In relation to the nutritional status it was observed the prevalence 76% eutrophic,
17.3% overweight, 4.3% obesity and 2.1% thinness. It is concluded that despite the improvement in the feeding of
children, it is necessary to implement works of nutritional education.
Key word: Dietary conusm. Prevention of diseases. Social media. Nutritional transition. Child nutrition
1 Graduanda em Nutrição pela Faculdade Ciências da Vida – FCV, Sete Lagoas. E-mail: camilavaladaresfacul@gmail.com
² Especialista em Nutrição Clínica, Hospitalar e Ambulatorial, mestrada em Biotecnologia e Gestão da inovação CRN 8458
Email: carolchnutri@yahoo.com.br
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1 INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas foi possível notar mudanças no perfil nutricional das crianças na
qual ocorreu um aumento do sobrepeso e obesidade e diminuição da desnutrição (GRILLO et
al., 2016). Isso ocorreu devido às modificações no estilo de vida da população, sendo mais
sedentários e realizando a substituição dos alimentos in natura pelos alimentos industrializados.
Tais alterações contribuíram para o aumento do risco de desenvolvimento de Doenças Crônicas
não Transmissíveis (DCNT) (CECCATTO et al., 2018).
Na atualidade, pode ser observada, entre as crianças, a preferência pelo consumo de
alimentos contendo grandes quantidades de gorduras, açúcares, sal e doces, e em contrapartida,
baixa ingestão de frutas e vegetais. (FILHA et al., 2012). Quanto maior o contato com esses
alimentos mais difícil se torna a substituição deles por alimentos saudáveis, por isso é
fundamental a orientação dos pais e dos profissionais no ambiente escolar (CARDOSO, LIMA
e CAMPOS, 2019).
A partir dos 4 anos de idade as crianças começam a desenvolver a independência e
tomar suas próprias escolhas. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2015). Portanto
a alimentação adequada na fase pré escolar é fundamental para a criação de hábitos saudáveis
afim de prevenir complicações à saúde ao longo da vida. (COSTA et al., 2017). É uma fase
extremamente importante para se estimular o interesse das crianças por uma alimentação
saudável (VASCONCELLOS, 2012).
Diante disto, justifica-se essa pesquisa pela importância de se conhecer o consumo
alimentar dos pré escolares, pois é nesse período que se forma o habito alimentar. O que levou
a seguinte problemática: Como é o consumo alimentar dos alunos da fase pré escolar de escolas
da rede privada de Sete Lagoas – MG?
Perante o exposto o objetivo geral desta pesquisa é avaliar o consumo alimentar de
crianças em idade pre escolar, e os objetivos específicos são avaliar o estado nutricional de pré
escolares, dividir os grupos dos alimentos da avaliação do consumo alimentar em grupo de
alimentos saudáveis e não saudáveis; avaliar o consumo alimentar de acordo com o grupo de
alimentos saudáveis e não saudáveis. Para se alcançar os objetivos realizou-se um estudo de
corte transversal, de natureza descritiva, de caráter quantitativo, observacional, descritivo e
básico quanto a sua finalidade. O instrumento utilizado foi um questionário semiestruturado
adaptado do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). O presente projeto é
composto por quatro sessões, introdução contendo justificativa, problema e os objetivos; o
referencial teórico; metodologia, resultados e discursão e conclusão.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (2006) na fase pré escolar o ganho
de peso e crescimento gradual diminui em relação aos primeiros anos de vida,
consequentemente a ingestão de alimentos será menor. Não se tem uma constância na rotina
alimentar das crianças nessa fase, os pais devem aceitar essas oscilações e entender que fatores
como clima, idade, atividades realizadas durante o dia, ingestão da refeição anterior tem grande
influência nas preferencias.
O plano alimentar das crianças deve ser dividido em 6 refeições. É importe que se
estabeleça horários para a realização das refeições, e não oferecer uma quantidade maior do que
a criança consegue consumir, o ideal é fazer a introdução em pequenas porções e sempre
perguntar se a criança deseja comer mais. Deve-se ofertar todos os grupos de alimentos,
respeitando as porções recomendadas: carboidratos 5 porções, frutas e verduras de 3 a 4; leites
e derivados 3 porções; carnes e ovos 2 porções; feijão 1 porção; óleos e gorduras 2 porções;
açúcar e doces 1 porção. (SOCIEDADE BRASIELIRA DE PEDIATRIA, 2006).
É comum que nos primeiros momentos que se inicia a introdução de um novo alimento
na rotina da criança ela não despertar interesse, é necessária uma apresentação de no mínimo
oito vezes do alimento. É importante sempre respeitar o paladar dela, e ofertar o alimento de
outras formas diferentes, mudando a textura ou substitui-lo por um outro similar, com os
mesmos nutrientes. Nessa fase também é muito comum que a criança se interesse pelo alimento
que as pessoas a sua volta estão consumindo, por isso a importância dos pais manterem uma
rotina mais saudável, pois exercem grande influência nas escolhas alimentares dos filhos
(VASCONCELOS, 2012).
A alimentação das crianças está sendo comprometida nutricionalmente, devido a
praticidade que os alimentos industrializados oferecem. Grande parte das crianças levam de
casa os lanches para escola. Porém, mesmo sendo um lanche programado em casa, em sua
maioria não são compostos de alimentos in natura. Por isso se faz necessário uma intervenção
com os pais e crianças sobre alimentação saudável para orientá-los sobre a importância desses
alimentos e necessidade de se diminuir o consumo de alimentos industrializados (MIGUEL et
al., 2016).
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Nas últimas décadas ocorreu uma mudança nas escolhas alimentares da população
brasileira, aumentando o consumo de alimentos ultra processados, que em sua maioria são ricos
em açucares, sódio e pobres em nutrientes. Isso leva ao aumento da predisposição ao sobrepeso
e obesidade. Essa mudança é recorrente devido a praticidade que esses alimentos oferecem para
o consumidor, uma vez que a população está gradativamente com uma rotina mais corrida, isso
dificulta a dedicação a preparação de uma refeição saudável. (COSTA, 2018). O problema da
introdução precoce desses alimentos na rotina das crianças é que se torna ainda mais difícil o
interesse dessas crianças por uma alimentação saudável, pois esses produtos são ricos em
aditivos que realçam o sabor dos ingredientes tornando-os mais atraentes ao paladar (BUBOLZ
et al., 2016; WHO, 2003).
Com essas mudanças veio o aumento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)
tornando-se uma das principais causas de morte no país (BRASIL, 2011). Esse aumento da
obesidade não ocorreu apenas na população adulta, ele se encontra em todas as faixas etárias
(MELO; SILVA; SANTOS, 2018). A maneira mais eficaz de se minimizar os riscos de
surgimento essas comorbidades é a prevenção da obesidade ainda na infância e adolescência,
com a adoção de uma alimentação saudável, rica em frutas e hortaliças e pobre em alimentos
ultrapassados e a pratica de atividade física (LUSYANNY et al., 2016).
Nota-se também outras transformações na sociedade que causaram um aumento nos
níveis de sedentarismo não só na infância, mas em todas as faixas etárias. Um exemplo disso
são os meios de transportes utilizados para facilitar a rotina, porém isso não exige esforço físico
suficiente para gastar energias, mesmo assim as pessoas acabam optando por essa opção pela
praticidade que ela oferece (BRASIL, 2016).
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3 METODOLOGIA
Inicialmente, foi realizada uma busca no Google a fim de adquirir o contato das escolas
da rede particular de ensino infantil na cidade de Sete Lagoas. Após esta seleção, foram
coletados os dados referentes aos e-mails e telefones das instituições e feito contato. No total,
apenas três escolas, aceitaram voluntariamente participar da pesquisa.
O instrumento da pesquisa foi um questionário semiestruturado via Google Forms®,
aplicado virtualmente pelo pesquisador, para avaliar o consumo alimentar e dados
antropométricos dessas crianças. O formulário foi enviado via link para a coordenação das
escolas através do e-mail, que convidaram os responsáveis a respondê-lo. Primeiramente
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), concordando ou não em
participar da pesquisa, sendo o primeiro item a ser respondido do link. Esse questionário foi
adaptado do Formulário de Marcadores de Consumo Alimentar do Sistema de Vigilância
Alimentar e Nutricional (SISVAN) de 2 anos de idade ou mais, proposto pelo Ministério da
Saúde (BRASIL, 2015). Foram incluídos alunos pré escolares na faixa etária de 2 a 6 anos de
idade e que preencheram todos os dados do questionário. Excluiu-se as outras faixas etárias e o
formulário preenchido de forma incorreta e/ou sem assinalar todas as respostas.
Havia apenas três perguntas abertas, onde o responsável respondeu sobre a idade em
anos e meses, o peso em quilos e a altura da criança em centímetros. Foi avaliado, através de
questão fechada, o grau de escolaridade dos pais, gênero da criança, se a crianças tem o habito
de realizar as refeições assistindo televisão, mexendo no computador ou celulares e quais
refeições são realizadas por dia: desjejum, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar,
ceia. Em relação a essa última questão deveria ser marcada todas as refeições realizadas, ou
seja, mais de uma alternativa. As perguntas referentes aos alimentos consumidos também eram
questões fechadas, contendo as opções: sim, não ou não sabe.
Os alimentos avaliados nesse estudo foram separados em dois blocos, sendo os
alimentos saudáveis compostos pelas perguntas referentes ao consumo de feijão, cereais, carne,
frutas, verduras e legumes, leite que não o materno e derivados. Já os nãos saudáveis,
considerados os embutidos, bebidas adoçadas, macarrão instantâneo, biscoitos salgados,
biscoitos recheados e doces.
Devido a pandemia, referente à disseminação do COVID-19, não foi possível realizar
um contato direto com os alunos para realizar a coleta das medidas antropométricas para
classificação do estado nutricional, portanto os dados utilizados foram informados pelos
responsáveis das crianças que responderam ao questionário. Foram utilizadas informações
referentes ao peso, altura, idade e calculado o IMC.
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IMC-para-idade
mais pessoas sofrendo com o sobrepeso do que com a magreza. Com esse estudo confirma-se
esse fato uma vez que 17,3% das crianças apresentaram sobrepeso e apenas 2,1% magreza.
A obesidade é um fator preocupante para a saúde pública devido as outras
comorbidades relacionadas ao excesso de peso. Dessa forma se faz necessário medidas de
prevenção dessa doença ainda na infância, visto que houve um aumento nos números de
crianças com sobrepeso e obesidade. Portanto o acompanhamento do estado nutricional das
crianças é fundamental para que se possa observar se o seu desenvolvimento está dentro dos
padrões normais, pois isso irá influenciar na sua vida adulta (BRASIL, 2014).
Em relação ao número de refeições realizadas por dia, o ministério da saúde
recomendada que se realize três refeições principais e pelo menos dois lanches saudáveis
durante o dia (Brasil, 2014). Dessa forma notou-se que 23,2% da amostra realizaram seis
refeições por dia, 67,4% cinco e 13,9% quatro refeições, resultado satisfatório. Em um estudo
realizado por Araújo (2020) mostrou que 84% das crianças realizavam quatro refeições, o
lanche da manhã e ceia, não eram muito comuns.
Para se realizar uma refeição adequada o ambiente também influencia bastante, por
isso recomenda-se um ambiente tranquilo e sem fatores que dispersam a atenção. (BRASIL,
2015). Portanto foi avaliado se as crianças realizavam as refeições assistindo televisão,
mexendo no computador ou celulares. Foi observado que 54,3% (n=25) responderam que sim,
e 45,7% (n=21) disseram que não. Um estudo realizado por Melo, Silva e Santos (2018) com
pre escolares apresentou resultados similares onde 53% das crianças tambem tinham esse
hábito.
A escolaridade dos responsáveis pelas crianças, também foi avaliada, sendo um total
de 46 respostas: 53,5% (n=23) possuíam graduação completa, 23,3% (n=10) ensino médio
completo, 16,3% (n=10) pós graduação completa, 4,7% (n=2) graduação incompleta, 2,3%
(n=1) ensino médio incompleto. Um estudo realizado por Melo, Silva e Santos (2018) mostrou
que dentre os responsáveis que se declararam analfabeto ou possuir apenas ensino fundamental
incompleto, as crianças apresentaram consumo inferior a cinco vezes na semana de frutas,
verduras e legumes. A escolaridade dos pais está relacionada com o acesso as informações
sobre alimentação saudável, o que implica nas escolhas dos alimentos ofertados aos filhos
(BENTO; ESTEVES E FRANÇA, 2014).
Com o intuito de avaliar o consumo alimentar de crianças entre 2 e 6 anos foi utilizado
o formuário do SISVAN, onde os responsaveis responderam referente ao consumo de cada
alimento no dia anterior a aplicação do questionario. Em relação à avaliação do consumo
alimentar do bloco dos alimentos saudáveis da amostra foram encontrados os seguintes
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resultados, como mostra a Tabela 2. A resposta não sabe foi excluída na apresentação dos dados
já que ninguém marcou este item.
Sexo
Variável Feminino Masculino Total
N (%) N (%) N (%)
Feijão
Cereais
Carne
Frutas
Verduras e legumes
Leite e derivados
O alimento mais consumido foi o grupo de carnes, totalizando uma ingestão de 100%
das crianças, similar a um estudo realizado por Melo, Silva e Santos (2018), feito também com
crianças em idade pre escolar e teve também a carne como o alimento mais consumidos entre
os alunos participantes da pesquisa.
O consumo de feijão foi adequado na maioria dos participantes 84,8%, diferente de
um estudo feito por Araújo e Castro (2020) onde 57% das crianças haviam consumido. O grupo
de leguminosas é importantíssimo, pois são fontes de fibras, proteínas, vitaminas, cálcio e zinco.
A mistura típica do arroz e feijão é uma combinação perfeita de proteínas, por isso deve ser
incentivado o seu consumo diariamente. (BRASIL, 2015).
Os cereais (arroz, macarrão, batata, inhame, cara, mandioca) fizeram parte da
alimentação maioria dos entrevistados, 95,3%. Um estudo feito por Santos (2014) apresentou
também os cereais como sendo um dos grupos mais consumidos pelas crianças, porém entre os
participantes dessa pesquisa o consumo foi de 69%. Seu consumo é indispensável,
considerando que esses alimentos são fontes de carboidratos, principais fornecedores de
energias, eles devem ser sempre consumidos nas principais refeições. (BRASIL, 2015).
O grupo das frutas foi um dos mais consumidos pelas crianças totalizando 97,8%
semelhante a um estudo realizado por Linhares et al., (2020) em que apresentou um consumo
de 91,8% das crianças participantes. São fontes de vitaminas, minerais e fibras contribuem para
a manutenção do estado nutricional, crescimento saudável e prevenção de doenças. Além disso,
proporciona uma alimentação mais diversificada e colorida, o que faz com que estimule o
interesse das crianças. (BARBOSA et al. Apud CAGLIARI, 2009).
Foi avaliado na maioria das crianças o consumo de legumes e verduras, 80,4% haviam
consumido. O que foi diferente em um estudo realizado por Pedraza e Santos (2019) em um
estudo realizado com crianças menores que cinco, onde apenas 61,2% tinham consumo
verduras e legumes no dia anterior a aplicação do questionário.
Um estudo realizado por Menêses et al. (2017) com crianças de escolas particulares
mostrou que leite e derivados foi o segundo grupo mais consumido, semelhante a esse estudo
que mostrou que 97,8% das crianças tinham consumido leite e derivados no dia anterior ao
questionário. Esses alimentos são fontes de cálcio, o que contribuem juntamente com uma
alimentação saudável para a prevenção de doenças como: raquitismo, osteopenia e osteoporose.
(WEFFORT; LAMOUNIER, 2009).
De acordo com a avaliação do consumo alimentar do SISVAN, no grupo considerado
dos alimentos não saudáveis, os dados encontrados podem ser verificados na tabela 3.
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Bebidas adoçadas
Macarrão instantâneo,
biscoitos salgados
Sim 13 (52%) 8 (38%) 21 (45,6%)
Doces e guloseimas
população nos últimos anos que levou ao aumento do consumo de alimentos industrializados
como relatado por Costa (2018).
O consumo de biscoitos salgados foi maior entre as meninas totalizando 52% em
relação aos meninos 38%. Nota-se uma similaridade em um estudo realizado por Meneses et
al., (2017) que avaliou o consumo alimentar de crianças em uma escola privada de Palmas,
onde esse consumo também foi maior entre as meninas.
De maneira geral percebe-se uma ingestão elevada de alimentos ultraprocessados tais
como macarrão instantâneo, biscoitos salgados, doces e guloseimas. Esses alimentos são ricos
em calorias, gorduras, sódio e açucares. Esse consumo está associado ao surgimento de doenças
crônicas na infância e na fase adulta (BLOOM et al., 2015).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É na infância que se desenvolve hábitos que poderão ser levados para a vida adulta.
Por isso a importância de se desenvolver uma alimentação saudável ainda nessa fase. O estudo
mostra dados relevantes sobre a melhoria na alimentação das crianças, visto que todas as
crianças realizavam no mínimo quatro refeições por dia e o consumo de alimentos considerados
saudáveis como frutas, hortaliças, cereais, feijão, leite e derivados foi bastante elevado. Por
outro lado, apesar da prevalência do estado nutricional eutrófico, notou-se um elevado consumo
de alimentos ricos em açúcar em todas as faixas etárias e ambos os sexos entre os alunos
participantes.
Vale ressaltar ainda a importância da educação nutricional para a manutenção e
melhoria da alimentação, para que as crianças possam ter um desenvolvimento adequado, e
minimize os riscos de desenvolvimento de doenças relacionadas com os hábitos de vida. As
limitações encontradas nessa pesquisa foi a dificuldade no contato direto com os responsáveis
e impossibilidade de realizar intervenções nutricionais.
As limitações vistas nesse estudo foram o número pequeno de participantes, a
impossibilidade do contato direto para a aplicação do questionário, avalição antropométrica das
crianças e intervenções nutricionais. Trabalhos futuros são relevantes principalmente quando o
próprio avaliador consegue realizar as medidas antropométricas, e correlacionar o consumo
alimentar com o estado nutricional, podendo realizar atividades didáticas sobre alimentação
saudável com os responsáveis e as crianças.
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