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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

ARIANNY HOLANDA ALVES DE SÁ


CLEISCILLER DUTRA REZENDE
GIOVANINI CARVELO GUIMARÃES DOS SANTOS
KÁTIA MARTINS BARROS

PERFIL DE ATUAÇÃO DOS NUTRICIONISTAS DA SECRETARIA


MUNICIPAL DE SAÚDE/ GOIÂNIA

GOIÂNIA
2008

2
ARIANNY HOLANDA ALVES DE SÁ
CLEISCILLER DUTRA REZENDE
GIOVANINI CARVELO GUIMARÃES DOS SANTOS
KÁTIA MARTINS BARROS

PERFIL DE ATUAÇÃO DOS NUTRICIONISTAS DA SECRETARIA


MUNICIPAL DE SAÚDE/ GOIÂNIA

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao


curso de graduação em Nutrição da Universidade
Paulista – UNIP, como requisito parcial para a
obtenção do grau de Bacharel em Nutrição.

ORIENTADORA: ESP. MARIA JOSÉ CAMELO ANTUNES


COORIENTADORA: MS. SUZY DARLEN SOARES DE ALMEIDA

GOIÂNIA
2008

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SUMÁRIO

METODOLOGIA......................................................................................................................................14
TIPO DE ESTUDO:........................................................................................................................................14
CENÁRIO DA PESQUISA.................................................................................................................................15
INSTRUMENTO DE COLETA DE INFORMAÇÕES ...................................................................................................15
ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES COLETADAS.........................................................................................................15
RESUMO

O presente estudo teve como objetivo traçar o perfil de atuação de 30 nutricionistas da


Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, por meio de um questionário que abordou a
área de atuação, formação acadêmica, trabalho realizado, autonomia e participação,
carreira status e estabilidade, relações e condições de trabalho e profissionalização e
formação. Os dados foram expressos em freqüência absoluta e relativa. Dos principais
resultados tem-se que: a maioria do sexo feminino (96,6%); com 1 a 30 anos de
formação, busca atualização curricular; atuam em Saúde Coletiva (60%), Clínica (10%)
e Alimentação Coletiva (6,7%); possuem como público alvo adulto (83,3%), idoso
(76,7%), criança (70%), gestante (70%) e funcionário (53,3%); participam em equipes
multidisciplinares e se sentem parte integrante da instituição (70%); realizam e
promovem eventos como: palestras, simpósios, cursos de pequena e longa duração e
capacitações; possuem poucos conhecimentos sobre os recursos financeiros (63,33%) e
classificam os físicos, materiais e humanos como regulares. Conclui-se que o
nutricionista da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia é caracterizado por um
profissional em início de carreira e atuante, principalmente em Saúde Coletiva, e busca
atualizar-se constantemente, mesmo em condições conflitante de recursos financeiros e
físicos.

Palavras – chave: perfil de atuação, nutricionistas

ABSTRACT

This study profiles the characteristics of thirty female nutritionists from the City Health
Department, in Goiânia, Goiás. A questionnaire attempted to survey fields of endeavor,
academic preparation, work projects completed, type of employment, career status and
tenure, working conditions, and continuing education. Data was expressed in both
relative and absolute parameters.Main results showed the following: the majority
(96,6%) of women health professionals, with one to thirty years of experience, seek
more learning, for the most part, these women work in the areas of general (60%),
clinical (10%) and nutritional (6,7%) health, their target population is adults (83,3%),
old people (76,7%), childrens (70%), pregnant womans (70%) and workers (53,3%);
they work in multidisciplinary groups and perceive themselves as an integral part of
team or institution (70%).They organize and participate in events such as lectures,
symposiums, short and long-term courses, and seminars.They know little about
financial resources (63,3%)They classify their other resources, physical, material and
human, as average.The study concluded that the nutritionist for the city of Goiânia,
Goiás is characterized as a beginning, working professional, usually in the field of
general health, who endeavors to stay up-to-date, even when faced with meager social
and financial resources.

Key - Word: action profile, nutritionists


1. INTRODUÇÃO

Diante do atual cenário sobre a situação de saúde e nutrição da população, os


conhecimentos e práticas em alimentação e nutrição estão conquistando a manutenção
da qualidade de vida para todos os brasileiros.

A promoção e ações efetivas voltadas para a assistência alimentar e nutricional,


precisam ser implementadas de forma articulada a um sistema de vigilância à saúde.
Tais ações direcionadas a promover a atenção básica à saúde devem ser orientadas por
equipe multidisciplinar enfocando na intervenção voltada para a população.

Atuando de forma conjunta, em equipe multidisciplinar, os nutricionistas já


provaram a importância do seu trabalho na incessante busca de uma vida mais saudável,
sendo seu espaço construído e solidificado de forma gradativa.

Nesta expectativa este profissional está inserido na equipe multiprofissional da


Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia. Suas atribuições e realizações são
constantemente planejadas, estruturadas e avaliadas com o objetivo de promover a
saúde alimentar, bem como a qualidade de vida.

Segundo Ribeiro (2002), a fim de diminuir os processos de individualismo e


corporativismo no trabalho profissional é imprescindível que o debate das necessidades
profissionais, a análise da realidade e a explicitação dos pensamentos sejam
incorporados a importância dos interesses da sociedade, ou seja, os interesses coletivos,
sem a prioridade de atender interesses corporativos.

As indagações iniciais que levaram a este estudo surgiram de uma vivência


profissional, da qual evidência uma crescente estruturação e organização do serviço de
nutrição após a inclusão e lotação de um número significante de nutricionistas na
SMS/Goiânia a partir de 2005. Esta estruturação e organização se esbarram em
dificuldades no desenvolver das atividades a fins, que podem interferir e influenciar de
forma direta no perfil de atuação dos profissionais.

Nessa perspectiva, o presente trabalho visa avaliar o perfil de atuação do


Nutricionista na SMS/Goiânia, a fim de diagnosticar as características específicas e
gerais no campo de atuação deste profissional.
Considerando-se estes aspectos, estima-se que os somatórios dos resultados a
serem obtidos e analisados servirão para futuras discussões a respeito do perfil de
atuação dos profissionais, possibilitando ações seguras e emergentes para um efeito
significativo nas atribuições dos profissionais da SMS/Goiânia. Além da manutenção e
valorização da credibilidade das ações prestadas por este profissional.
2. REVISÃO DE LITERATURA

A nutrição surgiu no cenário mundial como ciência política social e/ou profissão
no século XX (COSTA, 1999). Nesta época iniciou o desenvolvimento dos centros de
estudos e cursos de formação de dietistas em diversos países: Japão - 1915, Estados
Unidos - 1917 e Suécia - 1917.

Na América Latina, a formação de dietistas organizou-se através da criação do


Instituto Municipal de Nutrição, em Buenos Aires (1926), por iniciativa do Professor
Pedro Escudero. Em 1993, crio-se a Escola Municipal de Dietista que se elevou a nível
universitário com o surgimento do Instituto Nacional de la Nutrición, considerado um
marco na formação do nutricionista na América do Sul (BOSI, 1996).

O nutricionista surgiu também no Brasil como dietista, dentro de uma equipe


técnica individualista com a responsabilidade de prestar assistência ao paciente, através
da alimentação (COSTA, 1999). Santos (1988) define o perfil do dietista como sendo
um profissional de nível médio cuja formação e campo de prática eram pré-definidas
pelos ideólogos da problemática alimentar brasileira da época, os médicos nutrólogos
atribuíam a prática do nutricionista como sendo complementar ao ato médico e a este
subordinada técnica e financeiramente (COSTA, 1999).

Nesta fase inicial da formação do profissional, as atenções voltaram para a


capacitação de um profissional que atuasse em unidades hospitalares - nutrição clínica e
em alimentação institucional - alimentação coletiva (VASCONCELOS, 2002). A
prática do profissional de nutrição clínica, estava articulada à prática médica dos
hospitais (curativa e hospitalar), sem a participação na promoção da saúde e tampouco
na sua prevenção (COSTA, 1999). Esta prática tinha como perfil a realização de ações
de caráter individual e curativo, centrada na utilização do alimento (dieta) como agente
de tratamento, desenvolvida inicialmente nos hospitais públicos e privados dos
principais centros urbanos do país.

Já a área de Alimentação Coletiva era caracterizada particularmente pela


realização de ações de administração, no sentido de racionalização da alimentação de
coletividades sadias e enfermas, desenvolvidas principalmente nos restaurantes do
Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS) determinado pelo governo de

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caráter assistencialista e também nas empresas (indústrias) privadas, emergentes da
época. (YPIRANGA e GIL, 1989; VASCONCELOS, 2002).

Neste contexto surgiram os cursos de Nutrição, os quais impulsionaram a


categoria em direção à proposta do Governo de proteção ao trabalhador. Da mesma
forma, são criados outros cursos de nível superior, fruto da vontade governamental de se
constituir profissionais, como instrumentos de alívio de tensões sociais emanadas da
população. A estrutura sócio-política, verdadeira causa da problemática nutricional,
porém não é enfrentada, discutida ou denunciada pelos profissionais de Nutrição
(LIMA, 1984; YPIRANGA E GIL, 1989; PRADO & ABREU, 1991; COSTA, 1994,
1999).

A partir deste momento, a formação do nutricionista no Brasil, centrado nas duas


práticas profissionais - Nutrição clínica e Institucional começou a sofrer alterações por
meio de discussões sobre a formação do profissional no campo da saúde pública. A
Nutrição em Saúde Pública também conhecida por Nutrição em Medicina Preventiva,
Nutrição Social, Nutrição Comunitária e/ou Nutrição Coletiva, foi um produto do
processo histórico de especialização e divisão do trabalho na complexa ciência da
nutrição, constituída nos anos 1930 – 1940 (VASCONCELOS, 2002).

Nas décadas de cinqüenta e sessenta, caracterizadas pelo grande


desenvolvimento industrial e pela entrada de capital estrangeiro no Brasil, ocorre a
tomada de poder pelos interesses de empresas multinacionais e a instalação de uma
democracia excludente no país. Neste período, a profissão era conhecida como
exclusivamente feminina jovem e promissora, e o setor saúde foi influenciado pelos
modelos de Medicina Preventiva e Comunitária, ilustrados pelos Programas Integrados
de Nutrição Aplicada (PINA).

Assim, o perfil do profissional nessa nova área ficou caracterizado


particularmente pela realização de ações de caráter coletivo e preventivo, visando
contribuir para que a produção, a distribuição e o consumo de alimentos fossem
adequados e acessíveis a todos os indivíduos da comunidade, desenvolvidos
principalmente em instituições públicas, vinculadas aos setores de saúde, educação,
assistência social e desenvolvimento comunitário. (YPIRANGA, 1981; SANTOS, 1988;
PRADO, 1993).

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Apesar da prática profissional do nutricionista nos anos 60 ter sido voltada para
a esfera da saúde pública no atendimento populacional enquanto prática institucional, a
orientação dietética dentro dos serviços de atenção a saúde e a administração de
serviços de alimentação de trabalhadores vinculados a previdência social, começou a
sofrer algumas alterações que contribuíram para o crescimento profissional no setor
privado. (RIBEIRO, 2002).

Ocorre então, uma mudança no desenvolvimento da profissão, tendo como


conseqüência o relativo afastamento da prática profissional do campo da saúde. Os
hospitais públicos cedem seus serviços de Nutrição à exploração de empresas privadas
de alimentação, e observa-se também, o surgimento de muitas indústrias, que oferecem
novos locais de trabalho (YPIRANGA, 1996; COSTA, 1999). Essa expansão de
mercado coincide com o aumento da oferta de profissionais a partir das décadas de 70 e
80 e influencia a formação acadêmica, que se volta para a área de alimentação
institucional (COSTA, 2000).

Essa influência termina por redefinir o seu papel desempenhado no processo de


constituição da sociedade capitalista brasileira (BARRETO, 1992; BOSI, 1996;
COSTA, 2000). Neste contexto surgiu o nutricionista-administrador, um novo desafio
profissional em que se ampliou o propósito e a complexidade do seu trabalho, ficando
clara a premência de estabelecimento de interfaces da nutrição com outras áreas do
conhecimento, notadamente a administração (ANSALONI, 1999).

Desse modo o profissional passa a desenvolver atividades administrativas em


que se destacam o planejamento, a coordenação, o controle e a supervisão de processos
de transformação de matérias-primas, com marcante participação do homem em todas
as etapas (ANSALONI, 1999).

Outro aspecto importante diz respeito à posição hierárquica e às relações de


subordinação presente na prática profissional. Segundo Bosi (1996), o cargo de
nutricionista, muitas vezes não está inserido em carreiras hierarquizadas. Esse fato pode
por um lado, sugerir uma condição de autonomia, já que o profissional seria colocado à
parte da estrutura da empresa, e por outro lado, veta ao profissional a possibilidade de
progressão na profissão.

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Segundo Ansaloni (1999) com a atuação do nutricionista na área administrativa,
nota-se uma tendência ao abandono progressivo dos aspectos técnicos e educacionais à
profissão em prol do conhecimento administrativo e gerencial. Esse fato ficou bem
delineado na situação de trabalho dos profissionais com maior tempo de casa, que
“cresceram” nas empresas e atualmente ocupam os cargos mais elevados entre os
nutricionistas.

Dentro de Saúde Coletiva, a Nutrição atua junto às Políticas e Programas


Institucionais; Atenção Básica em Saúde (Promoção e Assistência à Saúde) e Vigilância
Sanitária. Tendo assim, metas de atenção nutricional na rede de saúde, ações nos
diferentes níveis de complexidade, e nos setores públicos e privados o objetivo de
reduzir fatores de risco e mortalidade por doenças crônicas e agravos no estado
nutricional, priorizando a promoção de hábitos saudáveis de vida com prevenção,
diagnóstico precoce e tratamento, com ênfase na atenção básica (CFN, 1999).

Diante dos novos anseios, o mercado de trabalho do nutricionista tem se


ampliado. Dados do Conselho Federal de Nutrição (CFN, 1999) apontam à existência
de novas áreas de atuação profissional definida de acordo com a resolução CFN nº
380/2005 como sendo: Saúde Coletiva, Docência, Indústria de Alimentos, Nutrição em
Esportes e Marketing na área de Alimentação Coletiva. Com a consolidação e o avanço
da profissão nos últimos anos, é de se esperar um crescimento de registros nos
conselhos de nutrição distribuídos pelas regiões do país. De acordo com o Conselho
Federal de Nutrição o estado de Goiás representa 23,6% dos profissionais, vinculados
ao Conselho Regional de Nutricionistas da primeira região (CRN-1). Essa região
responde por 6,1% dos profissionais cadastrados dentre os nove conselhos existentes,
nesse índice também estão inclusos os estados do Tocantins, Distrito Federal e Mato
Grosso.

A inserção do nutricionista na atenção básica, em Goiânia, aconteceu em 1983,


na antiga Fundação Municipal de Desenvolvimento Comunitário (FUMDEC). Nesta
fundação, havia a coordenação de Saúde, onde o nutricionista realizava, dentre outras
atividades, a avaliação nutricional de crianças menores de 5 anos em creches (DIVISÃO
DA SAÚDE DA CRIANÇA, MULHER E ADOLESCENTE/DEPARTAMENTO DE
REDE BÁSICA/SMS-GOIÂNIA, 2008).

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A partir das definições legais estabelecidas pela Constituição Federal de 1988 e
da Lei Orgânica de Saúde, se iniciou o processo de implantação do Sistema Único de
Saúde (SUS), sempre de uma forma negociada com as representações dos Secretários
Estaduais e Municipais de Saúde (CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIOS DA
SAÚDE). Com isso viu-se a necessidade da implantação de uma secretaria em Goiânia.
Então todos os recursos humanos da FUMDEC imigraram para a SMS/Goiânia,
inclusive as nutricionistas.
Desta forma em 1989, a nutrição inicia-se dentro da SMS/Goiânia na qual
contava com dois profissionais da área, dos quais desenvolviam atividades com grupos
de gestantes, desnutridos e outros, além de responderem pelo Programa de Distribuição
de Leite aos Desnutridos, Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança,
Programa de Saúde Escolar, Alimentação durante as Campanhas de Vacinação e outros.
Com o aumento das necessidades deste profissional, nesta rede pública, foram
realizados 2 concursos durante o período de 1995 a 1998, que conseqüentemente lotou-
se 15 novos profissionais.

Apesar do novo quadro, ainda persistia, ao nutricionista da SMS, um excesso de


atividades, podendo citar: atendimento ambulatorial, palestras, visita domiciliar,
emissão de parecer técnico, atuação e apoio nos vários programas, administração da
produção de alimentos dos servidores, dentre outros.

Em 2005, diante as várias situações de dificuldades detectadas na área de


alimentação coletiva, bem como, a necessidade de uma coordenação geral de nutrição
no âmbito da rede municipal de saúde, foi criada informalmente, uma Coordenação de
Nutrição subordinada ao Departamento Administrativo. Da qual tinha como objetivo
principal a elaboração de ações conjuntas e padronizadas para todos os profissionais
nutricionistas.

No ano seguinte, houve novamente mais uma ampliação da equipe de


nutricionistas na SMS e concomitantemente a divisão da Coordenação Geral em duas
coordenações: Alimentação Coletiva e Nutrição em Saúde Pública, sendo que a
primeira permaneceu subordinada ao Departamento Administrativo e a segunda passou
a ser subordinada a Divisão da Saúde da Mulher Criança e Adolescente/Departamento
de Rede Básica/SMS Goiânia, ambas ainda de forma informal.

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3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo Geral

Traçar o perfil de atuação do profissional nutricionista da Secretaria Municipal


de Saúde de Goiânia

3.2. Objetivos específicos

- Distinguir as áreas de atuação dos nutricionistas.

- Identificar as atualizações curriculares do profissional nutricionista.

-Avaliar a disponibilidade de recursos financeiros, físicos e materiais para


concretização dos projetos de trabalho.

-Identificar qual o critério utilizado para a inserção do profissional à Secretaria


Municipal de Saúde de Goiânia, pela visão do nutricionista.

-Analisar a estabilidade, a autonomia e a participação profissional nos processos


decisórios.

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- Verificar a existência de relações de trabalho entre nutricionistas e equipe
multidisciplinar.

- Quantificar a supervisão de estágio.

- Identificar o percentual de profissionais nutricionistas que participam em


projetos de pesquisa.

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METODOLOGIA

Tipo de estudo:

O presente trabalho foi um estudo descritivo do perfil de atuação do profissional


Nutricionista na SMS/Goiânia.

3.3. Referencial teórico-metodológico:

O estudo foi realizado no segundo semestre de 2008 por meio de um


questionário adaptado de Ribeiro (2002), que descreveu o perfil de um grupo específico
de nutricionistas no âmbito da SMS/Goiânia. A adaptação do questionário foi realizada
diante os resultados obtidos por Alexandre (2006).

3.4. Sujeitos da pesquisa:

A pesquisa foi realizada em profissionais nutricionistas, lotados na


SMS/Goiânia, independente do vínculo empregatício e tempo de serviço. Estes
profissionais, 43 nutricionistas, estão distribuídos nas Unidades de saúde, Distritos
Sanitários e Departamentos desta Secretaria (anexo I).

Dentre estes profissionais 69,8% (n = 30) foram os sujeitos desta pesquisa, ou


seja, formaram a amostra após terem aceitado a sua participação no estudo, por meio de
um termo de consentimento livre e esclarecido.

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Cenário da pesquisa

A pesquisa foi realizada no âmbito da SMS/Goiânia que é dividida em 9 regiões


geográficas, denominadas Distritos Sanitários, sendo composto por 114 Unidades de
Saúde além dos 8 Departamentos.

Instrumento de coleta de informações

A coleta de dados realizou-se, após a aprovação do Conselho de Ética e


Superintendência Leide das Neves Ferreira, por meio de um questionário que abordou
sobre o perfil do profissional nutricionista a área de atuação, formação acadêmica em
nutrição, trabalho realizado, avaliação do trabalho, relações de trabalho, autonomia e
participação, carreira, status e estabilidade, condições de trabalho, profissionalização e
formação (anexo II).

Os questionários foram entregues pessoalmente as nutricionistas após o


consentimento de participação desta pesquisa.

Junto ao questionário foi enviada uma carta explicativa (anexo III) dos objetivos
e como o estudo poderá contribuir para a instituição, e ainda um termo de
consentimento livre e esclarecido (anexo IV).

Análise das informações coletadas

As respostas dos questionários foram analisadas por uma estatística descritiva e


qualitativa por meio de cálculos da distribuição de freqüência absoluta e relativa
calculada (CENTENO, 1990; MINAYO,1994).

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4. RESULTADO E DISCUSSÃO
Na abordagem aos 43 nutricionistas da SMS o fator de inclusão na pesquisa foi
os profissionais lotados na instituição e o fator de exclusão foram os nutricionistas
lotados porem não atuantes na SMS e os que não quiseram participar. Na coleta dos
dados, 30,2% (n = 13) deste total não fizeram parte desta pesquisa. Observou-se que, do
total destes profissionais, 9,3% (n = 4) foram disponibilizados para outros órgãos
públicos, 13,9% (n = 6) estavam de licença ou férias e 6,9% (n = 3) optaram em não
participar desta pesquisa.

Dos 30 (69,8%) profissionais entrevistados, ao observar a Tabela 1 nota-se que a


faixa etária predominante é entre 26 e 30 anos (30%), sendo que a idade de todos os
entrevistados oscila entre 25 e 55 anos. Destes 96,6% (n = 29) pertencem ao sexo
feminino.

Tabela 1. Distribuição da faixa etária dos Nutricionistas (n = 30) por ano de vida
lotados na Secretaria Municipal de Saúde / Goiânia, 2008.
Década (n) Percentual (%)
≤ 25 3 10
26 – 30 9 30
31 – 35 6 20
36 – 40 7 23,3
41 – 45 1 3,3
46 – 50 2 6,7
51 – 55 1 3,3
Não respondeu 1 3,3
Total 30 100

4.1. Formação acadêmica

Os dados apresentados na Tabela 2 demonstram que a maior parte 53,3% (n =


16) dos profissionais aqui estudados possui de 01 a 10 anos de tempo de formados,
destes, observou-se que 93,3% (n = 28) cursaram a graduação em instituição pública
(Universidade Federal de Goiás) na cidade de Goiânia.

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Tabela 2. Distribuição do tempo de conclusão da graduação dos nutricionistas (n = 30)
da Secretaria Municipal de Saúde/Goiânia, 2008
Tempo (anos) (n) Percentual (%)
01 – 10 16 53,3
11 – 20 9 30
21 – 30 5 16,7
Total 30 100

A Tabela 3 apresenta um percentual alto, 86,6% (n = 26) de nutricionistas que


concluíram ou está concluindo alguma modalidade de pós-graduação, em especial a
Especialização 53,3% (n = 16).

Os dados foram superiores aos valores encontrados por Vasconcelos et al. (1991),
que realizaram em um estudo com nutricionistas egressos da Universidade Federal de
Santa Catarina. Neste estudo 61,8% dos investigados fizeram ou estavam fazendo alguma
modalidade de Pós-Graduação na área de Nutrição e outras áreas afins, e os demais,
38,2%, possuíam apenas a graduação. Nota-se ainda, um número menor de nutricionistas
com títulos de especialista (35,8%) e o inverso para os profissionais com títulos de
doutores (9,2%). Já para aqueles com títulos de mestre os valores foram muito próximos
aos valores encontrados na Tabela 3.

Ao comparar os valores da Tabela 3 os índices nacionais apresentados por uma


pesquisa do Conselho Federal de Nutrição (2001) (24% dos nutricionistas com curso de
Pós-graduação, 2% são mestres e 0,5% são doutores), observa-se que os resultados
obtidos no presente estudo são superiores.

Dos nutricionistas com Especialização 86,7% (n = 26) afirmam que a pós-


graduação contribui para o trabalho realizado dentro da SMS/Goiânia. É importante
evidenciar as mais freqüentes respostas discursivas sobre a importância da pós-
graduação: “... qualificar o serviço”, “... aprofundar os seus conhecimentos na área
de saúde publica” e “... aplicação dos conhecimentos adquiridos” confirmam que os
nutricionistas da SMS/Goiânia fazem investimentos durante a carreira profissional e
valorizam a ampliação e o aprofundamento aos conhecimentos nas suas áreas.

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Tabela 3. Distribuição dos Nutricionistas lotados na Secretaria Municipal de Saúde de
acordo com a modalidade de pós-graduação Goiânia, 2008.
Modalidade de pós-graduação (n) Percentual (%)
Graduação 2 6,7
Especialização* 16 53,3
Mais de uma Especialização* 5 16,7
Especialização e Mestrado* 3 10
Especialização, Mestrado e Doutorado* 2 6,7
Não respondeu 2 6,7
Total 30 100
Nota: * em andamento

Além da especialização, estes profissionais 73,3% (n = 22) buscam atualizar


seus conhecimentos e currículos através da participação em simpósios e congressos na
área da saúde, conforme apresentado na Tabela 4. Dos 30 participantes, 63,3% (n = 19)
afirmam que a instituição estimula e financia a participação em eventos, como: cursos
de pequena duração, palestra e capacitação.

Tabela 4. Distribuição dos eventos financiados pela Secretaria Municipal de Saúde


/Goiânia, 2008.
Eventos (n) Percentual (%)
Curso de pequena duração, Curso de longa duração, 1 3,3
Palestras, Especialização, Simpósios e Capacitação.
Curso de pequena duração, Especialização, Palestra,
2 6,7
Simpósios e Capacitação.
Curso de pequena duração, Simpósio, Palestra e
1 3,3
Capacitação.
Curso de pequena duração, Palestra e Capacitação. 4 13,3
Curso de pequena duração e Simpósio 1 3,3
Curso de pequena duração e Palestra 1 3,3
Curso de pequena duração e Capacitação 3 10
Palestra, Simpósio e Capacitação. 2 6,7
Palestra e Capacitação 1 3,3
Simpósio e Capacitação 1 3,3
Capacitação 2 6,7
Não realizam 7 23,3
Não respondeu 4 13,3
Total 30 100

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Na Tabela 5, observa-se que estes profissionais 73,3% (n = 22), também realizam e
promovem eventos de capacitações, palestras e simpósios dentro da SMS/Goiânia, os
quais são direcionados a funcionários, incluindo profissionais da saúde e a comunidade.

Tabela 5. Distribuição dos eventos realizados pelos Nutricionistas (n = 30) na


Secretaria Municipal de Saúde/Goiânia, 2008.
Eventos (n) Percentual (%)
Curso de longa duração, Curso de pequena duração, Palestras
e Capacitações. 1 3,3
Curso de pequena duração, Palestras, Capacitações e
Simpósio. 3 10
Curso de pequena duração, Palestras e Capacitações. 4 13,3
Curso de pequena duração e Palestras 1 3,3
Palestras, Capacitações e Simpósio. 1 3,3
Palestras e Capacitações 11 36,7
Palestra 1 3,3
Não realiza 7 23,3
Não respondeu 1 3,3
Total 30 100

4.2. Área de atuação

Os dados contidos na Tabela 6 apontam que 6,7 % (n = 2) das nutricionistas


atuam em Alimentação Coletiva, 10% (n = 3) na área Clínica e 60% (n=18) em Saúde
Coletiva. Já as outras áreas citadas no questionário como: Marketing de Alimentos e
Nutrição, Docência, Nutrição em Esportes e Indústria de alimentos não foram assinaladas
pelos participantes, indicando assim a inexistência destas atividades dentro da SMS.

Tabela 6. Distribuição das áreas de atuação (n = 30) dos Nutricionistas da Secretaria


Municipal de Saúde/Goiânia, 2008.
Áreas da atuação Nutricionistas (n) Percentual (%)
Alimentação Coletiva 2 6,7
Nutrição Clínica 3 10
Saúde Coletiva 18 60
Saúde Coletiva e Nutrição Clínica 4 13,3
Saúde Coletiva e Alimentação coletiva 2 6,7

19
Saúde Coletiva, Nutrição Clínica e Alimentação 1 3,3
Total 30 100
O índice (60%) de atuação na área de Saúde Coletiva, encontrado neste estudo, é
superior ao citado em outras literaturas: 6,3% em Boog et al. (1988), 7,9% em Prado
(1991) e 7% em Gambardella et al. (2000) dos nutricionistas atuantes. No entanto este
percentual encontrado na Tabela 6 é maior ao analisar os profissionais que desenvolvem
mais de uma área de atuação (23,3%).

A tendência de atuação dos profissionais na área da Saúde Coletiva na


SMS/Goiânia é significante, uma vez que seu principal objetivo é o atendimento ao
usuário conforme os princípios do SUS, justificando assim a grande diferença encontrada.

Ao evidenciar os resultados encontrados para área de atuação em Alimentação


Coletiva observa-se que 16,8% (n = 5) desenvolvem atividades nesta área. Esse número
pode ser considerado insignificante diante a proporção de refeições distribuídas no
âmbito da rede municipal de saúde. Atualmente, a SMS/Goiânia possui 3 unidades que
produzem refeições e 52 que recebem refeições terceirizadas (transportadas), almoço e
jantar. Do total de refeições distribuídas, 25% (n = 360) são produção própria e 75% (n =
1075) são terceirizada (transportada).

Diante esta realidade faz-se necessário o aumento do número de nutricionistas na


atuação em Alimentação Coletiva, principalmente na supervisão das refeições
terceirizadas garantindo assim a efetivação dos contratos de alimentação.

Olivares et al. (1992) e Prado e Abreu (1991) encontraram respectivamente 61%


de nutricionistas chilenos e 22,4% de nutricionistas exercendo atividades em Alimentação
Coletiva no Rio de Janeiro. Estes valores estão superiores ao encontrado pelo presente
estudo, já que grande parte da alimentação dos servidores é terceirizada.

Na atuação dos profissionais em Nutrição Clínica observou-se um valor, 10%


(n=3), inferior quando comparado ao estudo de Olivares et al. (1992), 61% de
nutricionistas chilenos e Vasconcelos (1991), 48,4% dos nutricionistas empregados na
área Clínica em Florianópolis.

20
4.3. Atividades realizadas

Das atividades realizadas pelos profissionais 86,7% (n = 26) participam em


equipe multidisciplinar. O mesmo percentual é encontrado para os nutricionistas em
atividades de educação nutricional. E como atividade de rotina, 83,3% (n = 25)
desempenha atividades burocráticas e 76,7% (n = 23) efetuam treinamento de pessoal.
Além dos trabalhos mais freqüentes na rotina dos profissionais, acima citados,
73,33% (n = 22) afirmam realizar avaliação nutricional, 56,66% (n = 17) atendimento
ambulatorial, 43,3% (n = 13) controle de qualidade de alimentos, 50% (n = 15)
prescrição dietética, 86,7% (n = 26) evolução nutricional, 23,3% (n = 7) elaboração de
cardápio, 30% (n = 9) verificação de aceitação alimentar do paciente, 10% (n = 3)
elaboração de fichas de per capita e 6,7% (n = 2) padronização de fichas técnicas com
preparação e fórmulas lácteas.
Outras práticas na rotina dos nutricionistas da SMS/Goiânia foram descritas
como: “participação em licitações, supervisão de programa de alimentação e nutrição,
bolsa família, SISVAN, organização de eventos, aulas eventuais, elaboração de material
educativo, planejamento e supervisão de ações e programa”. Desse mesmo modo
relataram participar, esporadicamente, em acompanhamento da distribuição dos
alimentos durante campanhas de vacinação.

A rotina desses profissionais aproxima dos nutricionistas inseridos na Rede


Básica de Saúde da região Metropolitana de Campinas mapeada por Pádua e Boog
(2006) como: prescrições e orientação nutricional, palestras, campanhas, participação
em programa de suplementação alimentar, vigilância sanitária e visitas domiciliares.

Tabela 7. Distribuição do quantitativo de Nutricionistas que atendem na Secretaria


Municipal de Saúde /Goiânia de acordo com o público alvo, 2008.
Público Alvo (n) Percentual (%)
Criança 21 70
Adulto 25 83,3
Gestantes 21 70
Idosos 23 76,7
Funcionários 16 53,3
Não respondeu 1 3,3
O público alvo dos nutricionistas, apresentado na Tabela 7, tem como
predomínio o atendimento à adulto (83,3%) e idoso (76,7%), resultados que já são

21
esperados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2008). A
composição da população por sexo e idade, verificada ano a ano, e seus respectivos
indicadores implícitos, permitem constatar o acelerado processo de envelhecimento pelo
qual passa a sociedade brasileira, acarretando uma expressiva transformação do perfil
demográfico brasileiro (IBGE, 2008).
A Tabela 8 delineia o número de nutricionistas que possuem um segundo
emprego ou mais. Nota-se que 43,3% (n = 13) possuem mais de um emprego, e destes
16,7% (n = 5) possuem outro emprego em outra instituição pública. Os demais 46,7%
não possuem outro vínculo empregatício além da SMS/Goiânia.

Tabela 8. Distribuição dos nutricionistas (n) que possuem empregos em outras áreas
além da Secretaria Municipal de Saúde/Goiânia, 2008.
Outro Emprego (Instituição) (n) Percentual (%)
Privada 4 13,3
Pública 5 16,7
Pública e Privada 2 6,7
Filantrópica 0 0
Outra 2 6,7
Não possui 17 56,7
Total 30 100

Destes profissionais 46,1% (n = 6) trabalham há três anos ou mais, 38,5% (n = 5)


de um a dois anos e 15,4% (n = 2) menos de um ano, desempenhando funções como
atividades afins 69,2% (n = 9) e como docentes 30,8% (n = 4), perfazendo uma carga
horária variada de 4 a 10 horas/dia.

A faixa salarial dos profissionais da SMS/Goiânia (2,5 salários mínimos) é


inferior aos nutricionistas que possuem outro emprego além da instituição como
observado na Tabela 9.

Tabela 9. Distribuição da faixa salarial das Nutricionistas que possuem emprego (n=13)
fora da Secretaria Municipal de Saúde/Goiânia, 2008.
Faixa Salarial (n) Percentual (%)
De 1-3 salários mínimos 4 30,8
De 4-6 salários mínimos 6 46,1
De 7-9 salários mínimos 2 15,4
De 10-12 salários mínimos 1 7,7
mais de 12 salários mínimos 0 0
Total 13 100

22
Tal resultado apresenta uma realidade distante de Gambardela et al. (2000) que
encontrou uma proporção elevada de nutricionistas egressos (59,1%) recebendo salário
igual ou acima do padrão, considerando o piso de 10 salários mínimos (CFN, 1998). Já
Vasconcelos (1991) encontrou 65% dos profissionais recebendo salários inferiores ao
padrão estabelecido pelo CFN. E ainda no Rio de Janeiro, Prado e Abreu (1991)
constataram uma remuneração média de 7,5 salários mínimos por 36,8 horas semanais.

4.4. Autonomia e participação

No grupo entrevistado, Tabela 10, a maioria (63,3%) afirmou que sabem pouco
sobre a instituição financeira em que trabalha, e julgam esse conhecimento necessário
para: “... administrar e orientar os profissionais colaboradores”, “realização de mais
eventos”, “planejamento de atividades”, “exigir melhorias nos materiais de
trabalho”, “para entender a demora na compra de determinado material ou a falta
de algum alimento”.

Tabela 10. Distribuição do conhecimento dos Nutricionistas (n) sobre a situação


financeira da Secretaria Municipal de Saúde/Goiânia, 2008.
Grau de Conhecimento (n) Percentual (%)
Muito 1 3,3
Pouco 19 63,3
O suficiente 8 26,7
Nada 2 6,7
Total 30 100

Quando questionados sobre as decisões em que o nutricionista pode participar,


80% se consideram capazes para tal. Ao comparar este dado com os valores encontrados
por Ribeiro (2002) na mesma população de estudo, observa-se que houve uma melhora
no percentual de participação do nutricionista. Ribeiro (2002) encontrou que 66,7% dos
nutricionistas atuantes na Saúde Coletiva alegam não ser possível a participação em
nenhuma ação dentro da instituição. Dentre as decisões relatadas no presente estudo, as
mais citadas foram: “... planejamento anual das ações”, com relevância para “...
aquisição de materiais necessários para o desempenho de atividades...”.

Rotemberg e Prado (1991) identificaram que os nutricionistas almejam sua


participação nos processos decisórios. Expõem também que para conquistar esse espaço,

23
os profissionais devem enfrentar conflitos e romper com a desvalorização da profissão.
Destaca ainda, a importância de características como a autoconfiança e a participação
política, que é pouco manifestada pela maioria dos profissionais. No presente estudo não
foi possível estudar estes aspectos do profissional nutricionista da SMS/Goiânia,
entretanto seria de suma importância futuros estudo sobre o assunto em específico.

Tratando-se da percepção em relação à instituição em que trabalham, 70% dos


participantes se sentem como parte integrante. Na Tabela 11 nota-se que mesmo se
sentindo parte integrante, o profissional alega ser mão de obra explorada. Dado este que
pode ser comparado com Ribeiro (2002) onde apenas 02 profissionais identificam seu
trabalho como mão de obra explorada, pois relataram condições insatisfatórias de
trabalho, possibilidades remotas de progressão dentro da instituição e insatisfação com o
rumo tomado pela carreira.

Tabela 11. Distribuição do percentual da percepção do Nutricionista em relação à


Secretaria Municipal de Saúde/Goiânia, 2008.
Percepção (n) Percentual (%)
Parte integrante 21 70
Simples empregado 6 20
Mão de obra Explorada 0 0
Parte integrante e mão de obra explorada 1 3,3
Parte integrante, simples empregado e mão de obra 1 3,3
explorada
Não respondeu 1 3,3
Total 30 100

4.5. Carreira, status e estabilidade

Quanto à delegação de funções, descrito na Tabela 12, a SMS/Goiânia, segundo


os nutricionistas, 36,7% dizem que o trabalho é determinado de acordo com a
necessidade do serviço de saúde e não com a especialidade (20%) do profissional.

24
Tabela 12. Critérios para distribuição de função dos Nutricionistas na Secretaria
Municipal de Saúde/Goiânia, 2008.
(n
Critérios para delegação de função ) Percentual (%)
Afinidade 2 6,7
Especialidade 6 20
Necessidade 11 36,7
Não há critérios 1 3,3
Afinidade e Especialidade 2 6,7
Especialidade e Necessidade 5 16,7
Especialidade, Afinidade e Necessidade 1 3,3
Necessidade e Não há critérios 1 3,3
Necessidade, Especialidade e Não há critérios 1 3,3
Total 30 100

Ao analisar a opinião dos nutricionistas sobre a estabilidade na instituição,


observa-se que 96,7% (n = 29) dos profissionais consideram estável sua situação, este
fato pode ser explicado por 96,7% dos nutricionistas da SMS serem concursados.

A percepção do nutricionista em relação ao grau de satisfação dentro da


instituição, Tabela 13, evidência que a maioria está satisfeita com o trabalho, e
consideram a promoção de grande importância, 60% (n = 18), em sua carreira. Ainda
relatam que para progredir na instituição é necessário acima de tudo “... apoio político”,
dado corroborado por Ribeiro (2002), onde verificou que a promoção se dá,
principalmente, por “influencia política e não competência”.

25
Tabela 13. Percepção dos Nutricionistas (n = 30) quanto ao grau de satisfação em
relação à Secretaria Municipal de Saúde/Goiânia
Percepção (n) Percentual (%)
Satisfeito 17 56,7
Indiferente 4 13,3
Muito Insatisfeito 7 23,3
Não respondeu 2 6,7
Total 30 100

Nesta mesma Tabela, em relação ao grau de satisfação, observa-se que 56,7% dos
participantes classificam estar satisfeito, 13,3% indiferentes e 23,3% muito insatisfeito.
Nestes dois últimos percentuais, ao analisar as respostas discursivas observa-se em vários
questionários relatos descontentes como: “... não temos plano de carreira e salário”,
“... necessidade quase que diária de mostrar o papel do nutricionista”.

4.6. Avaliação das Atividades desenvolvidas

Quanto à avaliação do trabalho, 63,3% (n = 19) dos profissionais avaliam o


trabalho através de: “questionários, relatórios e reuniões”, com periodicidade igual a
3,3% (n = 1) semanal, 20% (n = 6) mensal, 20% (n = 6) anual e 60% (n = 18) disseram
ser “de acordo com a necessidade, três vezes ao ano, bimestralmente e por atividade
desenvolvida”.
De acordo com os relatos dos nutricionistas os resultados das avaliações servem
para “melhorar e aperfeiçoar atividades, detectar falhas corriqueiras e planejar
novas ações para atingir as metas propostas”.

4.7. Relações de trabalho

Avaliando as relações de trabalho, pode-se observar que 36,7% (n = 11) dos


nutricionistas possuem enfermeiros como chefe imediato e 20% (n = 12) nutricionistas.

26
Esta realidade se aproxima ao relatado por Boog et al. (1989), onde relataram que os
cargos de chefia são pouco ocupados por nutricionistas, sendo subordinados
hierarquicamente a indivíduos até mesmo sem curso superior, e ainda que 40,4% dos
nutricionistas possuem chefes com formação em outras áreas como: administração de
empresas, engenharia ou direito, todos no exercício de funções administrativas. Segundo
Bosi (1996), o nutricionista está geralmente subordinado hierarquicamente à pessoas sem
formação superior ou formados em outra área do conhecimento e que possuem além de
maior status, salários mais elevados.

Quanto a percepção dos profissionais em relação à necessidade de ter um chefe, a


maioria, 60% (n= 18), dos nutricionistas dizem ser grande e apenas 23,3% (n = 7)
alegaram que seu superior não tem condições de avaliá-lo, pois não tem conhecimento
sobre a atuação do nutricionista. Ribeiro (2002), diz ser dispensável a necessidade de
chefe imediato, pois esse geralmente possui outra formação profissional e não é aberto
para mudança uma vez que não possui conhecimento para tal. Dadas às variações nas
estruturas institucionais, verificam-se diferentes esquemas de supervisão, normalmente
determinados pelo aporte de cada organização. (ANSALONI,1999).

Do grupo em estudo, 16,6% (n = 5) dos profissionais alegam que o maior controle


sobre o nutricionista é a direção do distrito sanitário, e o grau de controle exercido pela
instituição sobre o trabalho dos nutricionistas é grande 46,7% (n = 14). Nota-se que 3,3%
(n = 1) responderam que não há controle sobre as atividades desenvolvidas. Ribeiro
(2002) cita que o controle sobre os profissionais de forma geral é pouco e que à atenção é
voltada somente para o controle de custos.

A Tabela 14 apresenta a existência de uma supervisão técnica. Dos dados


coletados verifica-se que 86,7% (n = 26) possuem alguma supervisão técnica em
nutrição, 36,7% (n = 11) são coordenados por enfermeiros.

27
Tabela 14. Existência de um supervisor técnico em nutrição no trabalho exercido pelos
nutricionistas da SMS/Goiânia, 2008.
Supervisor técnico (n) Percentual (%)
Sim 26 86,7
Não 3 10
Não respondeu 1 3,3
Total 30 100

No presente estudo pode-se observar que 66,7% (n = 20) dos nutricionistas


entrevistados supervisionam os servidores da instituição, sendo que 20% são
trabalhadores de serviços gerais. De acordo com Ribeiro (2002), 52,7% dos nutricionistas
supervisionaram a atuação de servidores na instituição onde trabalham com exceção dos
pesquisadores que atuam na área de ensino.

Quanto à supervisão de estágios, a Tabela 15 evidência que 40% (n = 12) dos


nutricionistas não possuem estagiários. Entretanto 70% (n = 21) dos profissionais
entrevistados relatam à extrema importância da necessidade de estagiários na instituição.

Boog et al (1989) em um estudo realizado sobre a atuação de estagiários,


constatou que o estágio proporciona maior possibilidade de aplicar os conhecimentos
teóricos a prática das atividades e, portanto se sentem mais próximos da profissão. Além
disto, proporciona à instituição troca de experiência e leva os profissionais a constantes
buscas de atualizações.

Tabela 15. Quantitativo de nutricionistas (n = 30) que supervisiona estágios na


Secretaria Municipal de Saúde/Goiânia, 2008.
Possui estagiários (n) Percentual (%)
Sim 16 53,3
Não 12 40
Não respondeu 2 6,7
Total 30 100

28
No presente estudo, 93,3% (n = 28) afirmaram que a supervisão de estágio
possibilita o crescimento profissional bem como novos conhecimentos na área: “...
possibilita o crescimento profissional e de novos conhecimentos”, “... sem estágio
não há como interagir com o público alvo”, “... é uma soma de conhecimentos”.

4.8. Condições de trabalho

Dentre as condições de trabalho no âmbito da SMS, os profissionais avaliaram os


equipamentos (60%), instalações físicas (43,3%), mobiliário (46,7%), recursos materiais
(56,7%) e recursos humanos (40%) como sendo regular. Segundo Ansaloni (1999), em
um estudo avaliando a situação de trabalho de nutricionistas em empresas de refeição
coletiva, “... as condições de trabalho dos nutricionistas são diretamente afetadas pelos
locais onde eles desenvolvem suas atividades”.

Pádua et al. (2006), em um estudo avaliando a inserção dos nutricionistas na Rede


Básica de Campinas, cita como única crítica ao cotidiano de trabalho, a falta de recursos
materiais. Este fato pode determinar, muitas das vezes, a incapacidade dos nutricionistas,
entretanto, Boog et al. (1989) afirmam que os nutricionistas por não saberem se adequar à
realidade das condições precárias, não podem ser taxados de “incompetentes”. Como
pode ser observado na resposta discursivas do presente estudo: “Faço o possível para
atuar tecnicamente, porém as condições são inadequadas”, demonstrando que o
profissional busca alcançar as metas e objetivos propostos.

4.9. Profissionalização e formação

Apesar dos nutricionistas possuírem um índice de 16,7 % (n = 5) em relação aos


conflitos pessoais direcionados as atividades profissionais, os relatos mostram muito da
realidade vivida na SMS/Goiânia: “... falamos muito em alimentação correta para
uma população carente sem condições de comprar os alimentos necessários”, tanto
no status social, “... na posição de coordenadora, esperam um status social que não
condiz com minha realidade social”, como no profissional, “A baixa remuneração é
que faz o profissional ter que repensar suas práticas e campos de atuação”.

29
Apesar de verem a atuação técnica como parte importante, os profissionais sentem
barreiras no dia a dia ao avaliar a atuação como nutricionista: “... Acho que desempenho
bem dentro das possibilidades, busco satisfação e aprendizado do usuário e claro
resultado do trabalho, o que nem sempre ocorre por depender de fatores inerentes a
minha atuação”; “A atuação técnica como nutricionista é muito importante, visto da
grande necessidade desse profissional em vários campos”; “Dou o melhor de mim.
Mas tenho tido reclamações”; “Sinto algumas dificuldades para trabalhar em saúde
pública, pois me são exigidos conhecimentos de todas as áreas: social, clínica e de
administração de serviços de alimentação. É meio complicado na prática estar
afinado com todas as áreas”.

Analisando o perfil da produção científica 50% (n = 15) dos participantes


desenvolvem ou já desenvolveram algum projeto de pesquisa. Dos entrevistados, 50% (n
= 15) dizem não ter tido incentivo para realizar e 43,3% (n = 13) ainda não foram
divulgados. Segundo Boog (1989) os profissionais de alimentação coletiva alegam não
desenvolver produções científicas devida à falta de tempo, de incentivo e até sigilo
profissional.

5. CONCLUSÃO

Cerca de 96,7% são profissionais predominantes do sexo feminino, faixa etária


entre 26 e 30 anos (6,7%) e apresentam entre 1 e 30 anos de profissão. A maioria possui
título de pós-graduação (86,7%).

30
No âmbito da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia as nutricionistas atuam
nas seguintes áreas de atuação: - Saúde Coletiva (60%), Clínica (10%) e Alimentação
Coletiva (6,7%).
Os profissionais atualizam seus currículos na área de trabalho realizando e
promovendo eventos (palestras, simpósios, cursos de pequena e longa duração e
capacitações) e participando uma vez que a instituição financia e promove eventos.
A disponibilidade de recursos financeiros, instalações físicas, equipamentos e
mobiliário foram avaliados como regulares.
O critério utilizado para a inserção do profissional à Secretaria Municipal de
Saúde de Goiânia, na visão do nutricionista (36,7%) ocorre de acordo com a necessidade
da instituição.
A maioria dos profissionais sente-se estável (96,7%) e como parte integrante da
equipe (70%), além de participarem das decisões (80%) da Secretaria Municipal de Saúde
de Goiânia, por meio de uma equipe multidisciplinar (86,7%).
Em relação a supervisão de estágios, 53,3% dos profissionais nutricionistas dizem
estar acompanhando, e reforçam a importância do estágio na Secretaria Municipal de
Saúde de Goiânia.
Dos profissionais atuantes, 46,7% desenvolve ou esta desenvolvendo algum
projeto de pesquisa, mesmo não havendo incentivo por parte da instituição para
realização do mesmo.

31
6. REFERÊNCIAS

1 ALEXANDRE, V. P. Diretrizes para a atenção nutricional a partir das


reflexões produzidas na oficina: “A prática da atenção nutricional na
Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. Brasília, 2006.

2 ANSALONI, J.A. Situação de trabalho dos nutricionistas em empresas de


refeições coletivas de Minas Gerais: trabalho técnico, supervisão ou gerencia?
Revista de Nutrição, Campinas, v. 12, n.3, p. 241-260, set./ dez., 1999.

3 BARRETO, I. Sociedade, saúde e a formação do nutricionista. Goiânia, 1992,


330p. Dissertação (Mestrado em Educação Escolar Brasileira) – Faculdade de
Educação, Universidade de Goiás.

4 BOOG, M.C., RODRIGUES, K.R.M., SILVA, S.M.F. Situação profissional dos


nutricionistas egressos da PUCCAMP. I. Áreas de atuação, estabilidade,
abandono da profissão, desemprego. Revista de Nutrição da PUCCAMP,
Campinas, v.1, n.2, p.139-152,1988.

5 BOOG, M.C., RODRIGUES, K.R.M., SILVA, S.M.F. Situação profissional dos


nutricionistas egressos da PUCCAMP. II. Relações hierárquicas, atuação
profissional, avaliação da formação percebida, percepção de si como
profissional da saúde, atualização e filiação à entidades profissionais. Revista
de Nutrição da PUCCAMP, Campinas, v.1,n.2,p.139 – 152, jan./jun.;1989.

6 BOSI, M.L.M. Profissionalização e conhecimento: a nutrição em questão. São


Paulo: Hucitech,1996.204p

7 CENTENO, A.J. Curso de Estatística Aplicada á Biologia. Ed. Cegraf/UFG,


1990.

8 CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIOS DE SAÚDE. Antecedentes da


criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em:
www.conass.org.br/admin/arquivos/PActo%20Federativo%20-%20Livro.pdf .

9 CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Diretrizes curriculares para


o curso de nutrição. Of. Circular CFN n.028/098, Brasília, 9 jun., 1998.

10 CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Conselho Regional de


Nutricionistas – 3ª região. Definições de atribuições principais e específicas dos
nutricionistas, conforme área de atuação. São Paulo, 1999, 22p.
11 CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. 31 de Agosto – Dia do
Nutricionista. Revista CFN, Brasília, n.4, mai./jun./jul./ago.;2001, 8p.
12 CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Quadro estatístico do 2º
trimestre/2008 (1º/4/2008 A 30/6/2008) [online] 2008a [capturado 03 set 2008].
Disponível em: http://www.cfn.org.br/variavel/destaque/quadro_estatístico6.htm

32
13 COSTA, N.M.S.C. O profissional nutricionista egresso da Universidade
Federal de Goiás: relação entre formação acadêmica e a atuação profissional.
Goiânia, 1994, 54p. Monografia (Especialização em Metodologia do Ensino
Superior) - Faculdade de Educação, Universidade Federal de Goiás.

14 COSTA, N.M.S.C. Repensando a formação acadêmica e a atuação profissional


do nutricionista em estudo com os egressos da Universidade Federal de Goiás
(UFG). Revista de Nutrição da PUCCAMP, Campinas, v.9, n2, p.154 – 177, jul./
dez., 1996.

15 COSTA, N.M.S.C. Revisando os estudos e eventos sobre a formação do


nutricionista no Brasil. Revista de Nutrição, Campinas, v.12, n. 1. p. 5-19,
jan./abr., 1999.

16 COSTA, N.M.S.C. A formação do Nutricionista: educação e contradição.


Goiânia: Ed. da Universidade Federal de Goiás, 2000. 151p.

17 GAMBARDELLA, A. M.D; FERREIRA, C.F.; FRUTUOSO, M.F.P. Situação


profissional de egressos de um curso de nutrição. Rev. Nutr., Campinas, v.13,
n.1, p. 37-40,jan./abr., 2000.

18 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Série


relatórios metodológicos. [online] 2008a [capturado 7 nov 2008]. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/Nota_tecnica_projecao_popula
cao.shtm

19 MINAYO, M.C.S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 6.ed.


Petrópolis: Vozes;1994

20 Nutrinews.31 de agosto Dia do Nutricionista: uma categoria em plena


transformação[online] 2001 [junho de 2001]. Disponível em:
http://nutrinews.com.br/ediçoes/9909/mat02.html.

21 OLIVARES,S., SOTO, D.,ZACARIAS, I.,AGUAYO, M. Perfil profissional del


nutricionista em Chile. Revista Chilena de Nutrición, Santiago CL, v.20, n.2,
p.174 – 85, 1992.

22 PÁDUA, J.G., BOOG, M.C.F. Avaliação da inserção do nutricionista na Rede


Básica de Saúde dos municípios da Região Metropolitana de Campinas. Rev.
Nutr., Campinas, 19(4):413-424, jul./ago., 2006.

23 PRADO, S.D., ABREU, M.S.D. Nutricionistas: Onde trabalha? Quais suas


condições de trabalho? Revista de Nutrição da PUCCAMP, Campinas, v.4,
n.1/2, p.65 – 92, jan./ dez., 1991.
24 PRADO, S.D. Autonomia: tentadora e reificada – estudo sobre os
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Janeiro, 1993, 145p. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Escola Nacional
de Saúde pública, Fundação Oswaldo Cruz.

33
25 DIVISÃO DA SAÚDE DA CRIANÇA, MULHER E
ADOLESCENTE/DEPARTAMENTO DE REDE BÁSICA/SMS-GOIÂNIA,
Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional: características, histórico e
evolução no município de Goiânia. Goiânia, 2008. 96p.
26 RIBEIRO, A.L. A atuação profissional do nutricionista na cidade de Goiânia:
relações de trabalho, autonomia, participação, carreira, estabilidade,
profissionalização e satisfação profissional. Goiânia, 2002, Monografia
(Especialização em Nutrição em Saúde Pública/FANUT/UFG.

27 ROTEMBERG, S.;PRADO, S.D. Nutricionistas: quem somos? Revista de


Nutrição da PUCCAMP, Campinas, v.4,n.1/2, p.40 – 64, jan./dez.;1991.

28 SANTOS, S.M.C. Nutricionista e Sociedade Brasileira: elementos para


abordagem histórico-social da profissão. Salvador, 1988. 240p. Dissertação
(Mestrado em Saúde Comunitária) – Universidade Federal da Bahia.

29 UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG). Centro de Seleção UFG.


Relatório do vestibular 2000. Goiânia, 2000.s/p.

30 VASCONCELOS, F.A.G. Um perfil do nutricionista em Florianópolis, Santa


Catarina. Revista Ciências da Saúde, Florianópolis, v.10, n.1/2, p.73 – 86,1991.

31 VASCONCELOS, F.A.G. O nutricionista no Brasil: uma analise histórica.


Revista de nutrição da PUCCAMP, Campinas, 15(2):127-138, maio/ago., 2002

32 YPIRANGA, L. Formação profissional do nutricionista: histórico dos cursos e


currículos. Revista de Alimentação e Nutrição.v.2, n.5, p.58 – 60, 1981.

33 YPIRANGA, L., GIL, M.F. Formação profissional dos nutricionistas: porque


mudar? In: FEBRAN – II Seminário Nacional sobre Ensino de Nutrição.
Goiânia, 1989.p. 19 – 36.

34 YPIRANGA, L. A formação e o perfil profissional do nutricionista. Rio de


Janeiro, 1996. 20p. Conferencia proferida no Fórum de Debates: A nutrição e o
nutricionista em questão. URFJ/ CRN – 4.

34
ANEXOS

35
ANEXO I
PERFIL DE ATUAÇÃO DOS NUTRICIONISTAS DA SECRETARIA
MUNICIPAL DE SAÚDE/ GOIÂNIA

RELAÇÃO DOS NUTRICIONISTAS DA SMS

CNPJ - SMS : 25.141.524/0001-23


NOME Nº
CENTROS DE
ITEM CEP DIRETOR SUJEITOS
PESQUISA
Divisão de Saúde da
1 Mulher, Criança e 74823-030 Inácia Araújo 2
Adolescente Silva
2 Vigilância Sanitária 74070-040 Mirtis Barros 1
Bezerra
3 Divisão de Doenças 74820-030 Kátia Regina 2
Crônica Degenerativa Borges
4 Departamento 74810-240 Reginaldo Melo 2
Administrativo
5 D. S. Central 74063-321 Neila M. de 2
Queiroz
6 D. S. Oeste 74485-020 Kátia Furtado 3
7 D. S. Norte 74675-240 Maria Félix 1
8 D. S. Noroeste 74480-070 Eduardo 7
Bernardes Alves
9 D. S. Meia Ponte 74553-050 Fabiana Gama 3
10 D. S. Sul/ Sudeste 74270-340 Elide Aparecida 7
11 D. S. Leste 74705-130 Gildeone Silvírio 3
12 D. S. Mendanha 74593-310 Vanilda Vieira 3
13 D. S. Sudoeste 74325-110 Auxiliadora 3
Pinheiro
14 Dep. Rede Básica 74823-030 Maria Claudia 1
15 Secretaria Estadual de - - 3
Saúde
ANEXO II
UNIVERSIDADE PAULISTA
FACULDADE DE NUTRIÇÀO
PESQUISA SOBRE O PERFIL DE ATUAÇAO DAS NUTRICIONISTAS DA
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

CARACTERIZAÇÃO DOS NUTRICIONISTAS (dados atuais)


Data de nascimento: __/__/__ Sexo: ( ) masculino ( ) feminino
1. ÁREAS DE ATUAÇÃO (Conforme Resolução CFN n 380):
( ) Unidade de Alimentação e Nutrição
( ) Saúde Coletiva.
( ) Nutrição Clínica
( ) Docência
( ) Nutrição em Esportes
( ) Industria de Alimentos
( ) Marketing de Alimentos e Nutrição
Desenvolve atividades de:
( ) Coordenação
( ) Chefia
( ) Assessoria
( ) Profissional Técnico
2. FORMAÇÃO ACADÊMICA
Instituição ___________________________________________________________
Cidade__________________ Estado _______ Ano de conclusão _______________
Curso de Pós-graduação? Sim ( ) Não ( ) Área___________________________
Curso de Especialização? Sim ( ) Não ( ) Área___________________________
Curso de Mestrado? Sim ( ) Não ( ) Área___________________________
Curso de Doutorado? Sim ( ) Não ( ) Área___________________________
Instituição ____________________________________ Período ________________
A Pós Graduação contribui para o trabalho realizado na dentro da Secretaria?
Sim ( ) Não ( ) Como?_________________________________________
Freqüenta congressos e simpósios na área?
( ) Sim Não ( ) Raramente ( )
A instituição estimula e financia a participação em eventos de atualização curricular?
Não ( ) Sim ( ) De que forma?
( ) Cursos de pequena duração ( ) Cursos de longa duração ( ) Palestras
( ) Especialização ( ) Simpósio ( ) Capacitações
Além da participação como ouvinte o profissional realiza e promove eventos?
( ) sim ( ) não
De que forma:
( ) Cursos de pequena duração ( ) Cursos de longa duração ( ) Palestras
( ) Especialização ( ) Simpósio ( ) Capacitações
3. TRABALHO REALIZADO
Tarefas de rotina realizadas na Secretaria Municipal de Saúde.
( ) Avaliação nutricional ( ) Prescrição dietoterápica
( ) Atendimento ambulatorial ( ) Educação nutricional
( ) Fichas de per capita ( ) Elaboração de
cardápios
( ) Evolução nutricional ( ) Atividades burocráticas
( ) Treinamento de pessoal ( ) Supervisão de estágio
( ) Fichas técnicas com preparações e formulas lácteas ( ) Avaliação de fornecedores
( ) Participação em equipe multidisciplinar
( ) Verificação da aceitação alimentar do paciente
( ) Controle de qualidade de alimentos
Outras atividades de rotina_______________________________________________
Atividades esporádicas__________________________________________________
Há algum impedimento para que você realize seu trabalho?
Não ( ) Sim ( ) Quais?______________________________________________
De que forma?________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Qual é o seu público alvo?
Crianças ( ) Adultos ( ) Gestantes ( ) Idosos ( ) Funcionários ( )
Além da secretaria, trabalha em outras instituições?
Sim ( ) Não ( )
( )Pública ( )Privada ( ) Filantrópica ( ) Outra.
Tempo de trabalho nas outras instituições (anos, meses, semanas) _______________
Cargo ou função _______________________________________________________
Carga horária diária de trabalho ___________________________________________
Faixa salarial
( ) 1-3 Salários mínimos ( ) 4-6 Salários mínimos ( ) 7-9 Salários mínimos
( ) 10-12 Salários mínimos ( ) mais de 12 Salários mínimos
4. AUTONOMIA E PARTICIPAÇÃO
Quanto você sabe sobre da situação financeira da instituição em que trabalha?
A) Muito B) Pouco C) O suficiente D) Nada
Você considera que faz parte do trabalho da nutricionista interessar-se por este assunto?
Sim ( ) Não ( ).
Por quê?_______________________________________________________________
______________________________________________________________________
Você acha que existe alguma decisão na instituição de que você e outros nutricionistas
poderiam participar? Sim ( ) Não ( ).
Se sim, pode dar um exemplo?_____________________________________________
Como você se sente em relação a instituição em que trabalha?
( ) Parte integrante da instituição em que trabalha
( ) Simples empregado
( ) Mão-de-obra explorada
5. CARREIRA, STATUS E ESTABILIDADE
De que forma a instituição delega as funções e o tipo de serviço que vai ser prestado?
( ) De acordo com a especialidade do profissional.
( ) De acordo com a afinidade do profissional com a área de atuação.
( ) De acordo com as necessidades da instituição .
( ) Não há critérios.
Em termos de estabilidade no emprego, o que diria de sua situação no momento?
( ) Estável ( ) Instável ( ) Não tenho idéia
Quais suas chances de progredir na carreira dentro da instituição?
( ) Mínima ( ) Média ( ) Grande ( ) Possibilidade remota
Que tipos de atitudes são necessárias para ser promovido nesta instituição?
______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Qual a importância que você se da ao ser promovido?
( ) Grande ( )Pouca ( ) Nenhuma
Qual o seu grau de satisfação em relação à evolução de sua carreira até o momento?
( ) Estou satisfeito ( ) Indiferente ( ) Muito insatisfeito.
Quais os motivos?_______________________________________________________
______________________________________________________________________
Qual a mais alta posição que você espera alcançar nessa situação?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
6. AVALIAÇÃO DO TRABALHO
Você avalia o trabalho que realiza? ( ) Sim ( ) Não. Em caso afirmativo, quais os
instrumentos utilizados?________________________________________________
Periodicidade da avaliação. ( ) Semanal ( ) Mensal ( ) Anual ( ) Não existe
( ) Outra. Qual?_______________________________________________________
De que forma você utiliza os resultados da avaliação?__________________________
_____________________________________________________________________
7. RELAÇÕES DE TRABALHO
Possui chefe imediato? ( )Sim ( ) Não. Profissão do chefe _____________________
Dentre as pessoas acima de você na instituição, quem tem maior controle sobre o que
você realmente faz?_____________________________________________________
Você pensa que o seu superior tem condições de avaliá-lo (a) de forma justa?
( ) Sim ( ) Não.Por quê?_________________________________________________
Qual o grau de controle exercido pela instituição sobre o seu trabalho?
( ) Grande ( ) Pouco ( ) Nenhuma.
Por quê?______________________________________________________________
Numa situação de trabalho como a sua , qual a necessidade de ter um chefe?
( ) Grande ( ) Dispensável ( ) Nenhuma.
Por quê?_______________________________________________________________
No seu trabalho você tem alguma supervisão técnica específica em Nutrição?
( )Sim ( ) Não
No seu trabalho você supervisiona ou controla outros servidores da instituição?
( )Sim ( )Não . Que tipo de servidores?___________________________________
_____________________________________________________________________
Você possui estagiários? Quantos?
( )1 ( ) 2 ( ) 3 ( )4 ( ) 5 ou mais ( )
Não.
Como você classifica a necessidade de estagiários?
( ) Remota ( ) Importante ( ) Essencial
A supervisão de estágio possibilita o crescimento profissional bem como novos
conhecimentos? ( ) Sim ( ) Não
Comente_______________________________________________________________
______________________________________________________________________
8. CONDIÇÕES DE TRABALHO
Como você avalia suas condições de trabalho?
Equipamentos ( ) Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Péssima
Instalações físicas ( ) Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Péssima
Mobiliário ( ) Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Péssima
Recursos Materiais ( ) Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Péssima
Recursos Humanos ( ) Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Péssima
9. PROFISSIONALIZAÇÃO E FORMAÇÃO
Numa sociedade como a brasileira, um profissional como você estaria mais próximo de
que tipo de profissional?_________________________________________________
____________________________________________________________________
Existe algum conflito entre sua posição pessoal e suas atividades como nutricionista?
( ) Não ( ) Sim, qual?__________________________________________________
Qual a sua opinião sobre a sua atuação técnica como nutricionista?________________
_____________________________________________________________________
Você desenvolve ou desenvolveu algum projeto de pesquisa?
( ) Sim ( ) Não
Se sim em qual área?____________________________________________________
De quem foi a iniciativa?_________________________________________________
Houve incentivo por parte de alguma instituição?
( )Sim ( ) Não Qual?
________________________________________________________________
Foi divulgado? ( ) Sim ( ) Não ( ) Ainda não
Se sim, de que forma____________________________________________________
_____________________________________________________________________

FONTE: ADAPTADO DE RIBEIRO, A.L. A atuação profissional do nutricionista na cidade de Goiânia:


relações de trabalho, autonomia, participação, carreira, estabilidade, profissionalização e satisfação
profissional. Goiânia, 2002, Monografia (Especialização em Nutrição em Saúde Pública/FANUT/UFG
ANEXO III
UNIVERSIDADE PAULISTA
GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
PESQUISA SOBRE O PERFIL DE ATUAÇÃO DOS NUTRICIONISTAS DA
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE/ GOIÂNIA

Prezado colega nutricionista,

Vimos pelo presente, apresentar-lhe o questionário utilizado para coleta de


dados referentes á: Pesquisa sobre o perfil de atuação do nutricionista da
Secretaria Municipal de Saúde”, que estamos realizando no momento, dentro do
curso de Graduação da Universidade Paulista sob orientação da prof. Maria José
Camelo Antunes.
Consideramos que o mesmo fornecerá informações importantes sobre a
formação, atuação profissional, mercado de trabalho e dificuldades que o
nutricionista possui dentro da Secretaria Municipal de Saúde, bem como será útil
para aprofundarmos o conhecimento de como a nutricionista trabalha para
posterior busca de melhorias.
Contamos com a sua colaboração no preenchimento do mesmo e nos
comprometemos a divulgar os resultados após análise e discussão dos dados.
Para os questionários enviados pelo correio, solicitamos que sua resposta
seja enviada o quanto antes no envelope, já selado, que acompanha essa
correspondência.
Para os questionários entregues em mãos, será marcada uma data para
recolhimento.
Informações importantes para preenchimento;
• Não é necessário a sua identificação;
• De preferência use letra de forma nas questões abertas.
Contamos com sua colaboração, agradecemos tal participação e despedimo-nos
com apreço
______________________ _________________________
Arianny Holanda Alves de Sá Giovanini Carvelo G. dos Santos

____________________ ________________________
Cleisciller Dutra Rezende Kátia Martins Barros

____________________________________________
Profª. Maria José Camelo Antunes (Orientadora Responsável)

____________________________________________
Suzy Darlen Soares de Almeida (Coorientadora Responsável)
ANEXO IV

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO

Orientadora: Maria José Camelo Antunes - Fone: 91476980


Coorientadora: Suzy Darlen Soares de Almeida – Fone: 92097233
Título da pesquisa: Perfil de atuação dos nutricionistas da Secretaria Municipal de
Saúde/ Goiânia
Pesquisadora Responsável: Giovanini Carvelo G. dos Santos
Pesquisadoras Participantes: Arianny Holanda Alves de Sá, Cleisciller Dutra
Rezende e Kátia Martins Barros

Caro participante:

Gostaríamos de convidá-lo a participar como voluntário da pesquisa


intitulada “Perfil de atuação dos nutricionistas da Secretaria Municipal de Saúde/
Goiânia”, que refere-se a um projeto de Trabalho de Conclusão de Curso dos
participantes da Graduação, do curso de Nutrição da Universidade Paulista UNIP.
O objetivo deste estudo é Avaliar a atuação do profissional nutricionista na
Secretaria Municipal de Saúde.
Sua participação é importante, porém não deve participar contra a sua
vontade. Após ser esclarecido sobre as informações abaixo descritas e no caso de
aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas
vias, ficando uma via com você e a outra com o pesquisador responsável. Em caso
de recusa não haverá penalização de forma alguma. Se aceitar participar e depois
retirar seu consentimento, não será prejudicado em nenhuma circunstância. Todas
as informações obtidas serão confidenciais. O projeto está sendo aprovado pelo
Conselho de Ética e Superintendência Leide das Neves Ferreira, Fone: (62)
32014236.
Não será cobrado nada, não haverá gastos na sua participação neste estudo,
não estão previstos riscos, ressarcimentos ou indenizações e não haverá benefícios
imediatos na sua participação. Caso haja algum constrangimento e/ou transtorno
psicológico, haverá um encaminhamento ao ambulatório de Psicologia da
Universidade Paulista. Os resultados contribuirão para análise do perfil de
atuação dos nutricionistas da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. Desde já
agradecemos sua atenção e participação e colocamo-nos à disposição para maiores
informações.
Em caso de duvida(s) e outros esclarecimentos sobre esta pesquisa, você
poderá entrar em contato com a pesquisadora responsável: Giovanini Carvelo G.
dos Santos – Fone: (62) 81259084.

Eu,______________________________________,RG:_________________________,
CPF: ______________________________________, abaixo assinado, concordo em
participar do estudo “ Perfil de atuação dos nutricionistas da Secretaria Municipal
de Saúde/Goiânia” como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido pela
pesquisadora responsável sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos,
assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi
garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto
leve a qualquer penalidade e que todas as informações obtidas serão mantidas sob
sigilo.
Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a
pesquisa e aceite do sujeito em participar.
Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores)
Nome: _________________________ Assinatura: ___________________________
Nome: _________________________ Assinatura: ___________________________

Goiânia, de de 2008.

___________________________________________
Assinatura do participante

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