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FITOTERAPIA NA PRÁTICA CLÍNICA DO

NUTRICIONISTA

1
Sumário
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2

INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3

MEDICALIZAÇÃO DA NUTRIÇÃO .......................................................... 4

A NUTRIÇÃO COMPLEMENTAR INTEGRADA .................................... 13

MACROBIÓTICA ................................................................................... 16

ALIMENTAÇÃO ANTROPOSÓFICA ..................................................... 17

FITOTERAPIA/PLANTAS MEDICINAIS ................................................ 17

VEGETARIANISMO............................................................................... 18

ALIMENTAÇÃO VIVA ............................................................................ 19

ROTULAGEM NUTRICIONAL ............................................................... 21

ÁREA CLÍNICA ...................................................................................... 21

O NUTRICIONISTA PODE ADOTAR A PRÁTICA DA FITOTERAPIA? 23

ATRIBUIÇÕES DO NUTRICIONISTA E DO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E


DIETÉTICA....................................................................................................... 27

ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA EM MÍDIAS ....................................... 28

DIVULGAÇÃO DE MARCAS DE PRODUTOS/ PROPAGANDA DE


PRODUTOS ..................................................................................................... 29

UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO


NA PRÁTICA PROFISSIONAL ........................................................................ 32

DIVULGAÇÃO DE SERVIÇOS .............................................................. 33

ASSESSORIA / CONSULTORIA ........................................................... 33

MANUAL DE BOAS PRÁTICAS - MODELO BÁSICO PARA


ORIENTAÇÃO DOS PROFISSIONAIS ............................................................ 34

REFERÊNCIAS ..................................................................................... 51

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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INTRODUÇÃO
A interface Nutrição-Saúde Coletiva vem ganhando crescente importância
na área da saúde, notadamente com o envolvimento de aspectos alimentares e
nutricionais em problemas crônicos de alta morbimortalidade. Insere-se nesta
interface com um duplo foco: por um lado, volta-se para a atuação profissional
dos nutricionistas no Sistema Único de Saúde (SUS), particularmente os que
atuam de alguma forma junto à atenção primária.

Por outro lado, relaciona essa atuação com a existência de outras lógicas
e, por hipótese, racionalidades nutricionais, distintas da biomédica, nas
sociedades e entre os grupos sociais.

Algumas dessas racionalidades e práticas, mais ou menos


especializadas, são comumente inseridas nas chamadas terapias
complementares. Tal interface, vista nesse duplo foco, é pouco conhecida e
explorada tanto no ambiente acadêmico quanto profissional, na Nutrição e na
Saúde Coletiva.

Para Prado e Bosi (2011), essas duas áreas possuem saberes distintos
que se interseccionam na abordagem da Alimentação e Nutrição em
Saúde Coletiva, agregando a dietética (derivada da Nutrição) com as
abordagens e saberes dos campos disciplinares da Saúde Coletiva.
Em analogia às contribuições do campo das Medicinas Alternativas e
Complementares/Medicinas Tradicionais (MAC/MT)(NCCAM, 2010) ou
Práticas Integrativas e Complementares (PIC) (Brasil, 2006) para o
cuidado em saúde e a promoção da saúde, a hipótese aqui discutida é
a de que essas outras lógicas nutricionais ou alimentares são
relevantes, podem contribuir na promoção da Segurança Alimentar e
Nutricional (Albuquerque, 2009) e auxiliam na ampliação e
enriquecimento das práticas profissionais dos nutricionistas.

Merecem, portanto, ser reconhecidas, compreendidas e estudadas,


constituindo-se em terreno para a construção de um novo campo de saber e
prática na Nutrição. Ou seja, apresentar um primeiro desenvolvimento da
hipótese mencionada acima, de modo sintético e preliminar.

Nesse sentido, são discutidas sinteticamente as relações entre campos,


conceitos e movimentos que podem dialogar com ou, mesmo, atravessar a
temática, como: a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), a promoção da

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saúde (Czeresnia, 2003), a agroecologia (Khatounian, 2001), e a educação em
saúde.

Contextualizada a hipótese, alguns argumentos são oferecidos para sua


fundamentação e primeiro desenvolvimento. Por fim, propõe-se a adoção do uso
combinado da categoria ‘racionalidade médica’ de Luz (2000) e das noções de
modelos e correntes alimentares de Azevedo (2006) para um mapeamento das
práticas e saberes da NCI, fazendo uma primeira descrição sintética das
mesmas.

MEDICALIZAÇÃO DA NUTRIÇÃO
O modo de organização social e econômico hegemônico apresenta, a
partir do final do século XX, uma conjuntura mundial com grandes iniquidades e
uma mistura de velhos e novos problemas de saúde pública (Luz, 2007).

Uma das consequências dessa situação é a grande dependência das


pessoas dos bens e serviços de saúde do chamado modelo médico hegemônico
(Barros, 2002). Este processo é conhecido como medicalização social,
inicialmente discutido por Foucault (1979) e Illich (1981) com significados e
abordagens distintos, porém, em certo sentido, convergentes.

Illich (1981) criou o termo “iatrogenia cultural”, entendido como a perda do


potencial cultural para manejo da maior parte das situações de dor, adoecimento
e sofrimento.

A medicalização pode ser entendida, portanto, como um processo de


apropriação, pela biomedicina e demais profissões da saúde, de cada vez mais
comportamentos e vivências humanos, caracterizando-os como problemas
médicos e/ou para outros profissionais (Tesser, 2010). Outra repercussão diz
respeito ao “higienismo generalizado” termo cunhado por Leccourt (2006) que
se refere à rigidez de normas relacionadas ao processo saúde-doença, em
especial àquelas que dizem respeito à higiene pessoal e aos alimentos, as quais
se especializaram e ganharam certo valor, capaz de transformar o modo de
pensar a dieta na modernidade (Carvalho, Luz, Prado, 2011).

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É neste contexto que as orientações médicas passaram a ter um efeito
impactante na vida cotidiana dos indivíduos.

A normalização das condutas e estilos de vida nasceu com a Medicina


Social, no século XIX, quando as políticas de saúde converteram-se em
intervenções sobre a vida privada dos indivíduos (Caponi, 2003). Isso se
estendeu à prevenção das doenças, encarada de forma obsessiva e expandida
com o apoio da sociedade em geral e da mídia.

Tal fenômeno, chamado por Nogueira (2003) de ‘higiomania moderna’,


transforma questões de prevenção em rígidas intervenções e tendências
obsessivas introjetadas nos hábitos cotidianos, com culpabilização dos
indivíduos, visíveis no âmbito das restrições alimentares. Isso se torna mais
importante a partir da constatação de que a alimentação se encontra direta ou
indiretamente envolvida na prevenção de doenças crônicas de alta
morbimortalidade.

A ciência da Nutrição está inserida no modelo biologicista, com foco na


doença e no risco, fazendo com que parte de suas práticas estejam dedicadas a
intervenções de caráter interventivo e restritivo, as quais vêm transformando a
educação alimentar em prescrições de suplementos nutricionais e
medicamentos, sob a égide dessa higiomania. Beardsworth e Keil (1997) estão
entre os autores que enfatizam que o modelo racional e restritivo das
intervenções alimentares pode ser entendido como um processo de
racionalização e medicalização da dieta.

Para Bosi (2004), os elementos centrais da Nutrição moderna


envolvem: uma visão reducionista do ser humano, uma análise parcial
e fragmentada da relação com o alimento, a normatização dos sujeitos,
a naturalização dos problemas nutricionais, e o enfoque
predominantemente curativo, mesmo na prevenção de doenças, já que
há, em curso, um progressivo apagamento da distinção prevenção-
cura com o manejo dos riscos como se fossem doenças (Starfield et
al., 2008).

A prática do nutricionista é fortemente influenciada por estas questões e,


ao mesmo tempo, é ativa nelas. Revisar as origens da profissão pode contribuir
para se compreender os diferentes significados presentes no conceito de

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alimentação saudável, um legítimo e polêmico campo de estudo da Nutrição,
percebido como uma construção social historicamente permeada pelo risco, com
determinantes sociais e políticos (Azevedo, 2008).

Na sua construção ressaltam-se as influências do sistema agroalimentar,


da indústria alimentícia e do marketing, além da ciência (Azevedo, 2008; Nestle,
2002).

A profissão do nutricionista tem origem nos hospitais, no apoio ao médico


na elaboração de dietas, constituindo, assim, uma prática curativa individual
(Costa, 1999).

A prática clínica do nutricionista tem sido predominantemente centrada no


discurso normativo, comum ao discurso médico, com base em regras originadas
da perspectiva higienista do século XVIII (Oliveira et al., 2008).

Além disso, apesar de grandes avanços no campo, a formação do


nutricionista ainda é deficiente na abordagem de questões políticas,
socioeconômicas e culturais, o que repercute na análise crítica a respeito da
conjuntura alimentar, no campo da atenção e na inserção do profissional no
sistema público de saúde (Ferreira, Magalhães, 2007).

Tal formação, com enfoque predominante no alimento e na doença,


desarticula a abordagem do contexto social do sujeito com suas crenças e
história (Oliveira et al., 2008). Em relação ao campo de representações, valores
e crenças envolvidos no ato de se alimentar, destaca-se que as necessidades
humanas vão além das nutricionais, e que o nutricionista deve se debruçar sobre
as necessidades socioculturais que envolvem tal ato (Garcia, 1997).

A ideia de ‘indivíduo normal’ foi construída a partir de dados médios da


espécie humana e do imaginário social, determinado pelo contexto social, em
que a cultura vigente atribuiu a normalidade a padrões idealizados biossociais e
culturais, com medidas antropométricas predeterminadas, como a circunferência
da cintura, ou a relação do peso com a estatura (Oliveira et al., 2008). Esses
autores referem que a ideia de anormalidade enquanto estigma e as
representações de desordem ou desvio não são, ainda, objeto de reflexão nos
atendimentos nutricionais. Os aspectos socioculturais da educação nutricional,

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analisados por Freitas (1997) no período de 1990, trouxeram reflexões
necessárias a respeito da orientação nutricional, já que a mesma deveria
englobar os aspectos sociais, econômicos, culturais e políticos, incluindo, ainda,
os aspectos simbólicos do corpo.

Foram consideradas duas distintas práticas polares de educação


nutricional: por um lado, aquela que leva em consideração os aspectos
socioculturais e a história individual/familiar/grupal e, por outro, aquela a
histórica, atemporal, cuja orientação seria verticalizada e uniforme.

Em trabalho mais recente, a mesma autora e seus colaboradores


asseveram que, na conduta normativa, o paciente tende a receber a dieta como
se esta fosse uma ‘receita medicamentosa’ (Freitas et al., 2008).

O discurso normativo, dissociado de um caráter mais humano das práticas


de cuidado e vinculado às prescrições restritivas, reforça o “vigiar e punir” de
Foucault (2009).

A dieta restritiva não consegue superar a dicotomia entre o prazer de


comer e os sentimentos de culpa, e desconsidera outros aspectos simbólicos
que envolvem a relação entre o nutricionista e o paciente (Oliveira et al., 2008).
Dessa forma, percebe-se a necessidade de se avançar na inserção de diferentes
olhares para o cuidado nutricional, seja na prática clínica hospitalar e
especializada, seja na atenção primária.

Uma visão ampliada da saúde e da Nutrição Existem muitas dimensões


que precisam ser consideradas para compor uma visão ampliada da Nutrição
contemporânea, especialmente na sua interface com a Saúde Coletiva.

Os debates em torno da crise da saúde e a busca da redemocratização


do país suscitaram, no Brasil, a mobilização de diversos setores que originaram
o movimento da Reforma Sanitária na década de 1970.

Seus ideais democratizantes impulsionaram a criação do ideário da


Saúde Coletiva e do SUS, com seus princípios de universalidade, equidade e
integralidade.

No contexto internacional, nessa mesma época, os países do hemisfério


norte começam a repensar o seu modelo de saúde. Destaca-se a discussão

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iniciada no sistema de saúde do Canadá, através do Informe Lalonde (1974),
seguida pelo movimento da promoção da saúde, discutido por Czeresnia (2003).

O campo da Alimentação e Nutrição, a busca pela intersetorialidade e


interdisciplinariedade também direcionava a construção de novos caminhos,
“evidenciando a conjugação de esforços desses campos” (Prado, Bosi, 2011,
p.15).

A Saúde Coletiva fornece contribuições inegáveis nesse processo, em


especial na afirmação dos variados determinantes sociais que interferem no
direito humano à alimentação adequada.

Entretanto, há necessidade de se incluir uma concepção mais sistêmica


ou mesmo holística da Nutrição, levando em conta: a relativização dos padrões
de normalidade; a amplitude da relação ser humano/alimento; a interface entre
a nutrição e a cultura; e, ainda, um estreitamento com o meio ambiente e a
perspectiva ecológica (Bosi, 2004).

Freitas et al. (2008) propõem uma leitura humanista da ciência da


Nutrição, na qual o profissional levaria em conta as representações e
interpretações do sujeito de: sua alimentação, seu corpo e sua
realidade. Para que isso ocorra, os autores destacam a urgente
necessidade de diálogo entre diferentes disciplinas, com o olhar das
ciências humanas e da saúde para os profissionais da Nutrição, com
vistas a gerar outra interpretação e compreensão da cultura alimentar
e suas representações sociais. Por outro lado, nos últimos trinta anos,
aparece um crescente e consistente movimento de revalorização e de
procura das PIC no mundo ocidental.

Embora constituam um conjunto heterogêneo de saberes e práticas de


difícil caracterização, reunidos sob o denominador comum de não pertencerem
às práticas sancionadas pela ciência biomédica ou, habitualmente, praticadas
pela biomedicina, elas podem ser agrupadas e subdivididas em: sistemas
médicos alternativos

- homeopatia, medicina ayurvédica, medicina tradicional chinesa (MTC);


intervenções mente e corpo

- meditações etc.; terapias biológicas

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- fitoterapia, alimentos e suplementos naturais; terapias energéticas

- reiki, bioenergia, entre outros; e, por fim, métodos de manipulação corporal e


baseados no corpo - massagens, exercícios (NCCAM, 2010).

No Brasil, a institucionalização dessas abordagens teve início a partir do


fim da década de 1980, com a criação do SUS, mas evoluíram timidamente no
Sistema (Barros, Siegel, Simoni, 2007).

Apenas em 2006 foi editada a Política Nacional de Práticas Integrativas e


Complementares, incentivando práticas de Medicina Tradicional
Chinesa/acupuntura, plantas medicinais e fitoterapia, homeopatia e termalismo,
com prioridade para a atenção primária (Brasil, 2006).

Luz (2000) desenvolveu uma abordagem analítica que tem permitido fértil
abordagem do universo amplo das PIC, ampliando o entendimento sobre ele e
relativizando o paradigma biomédico: a categoria que pode ser entendida como
um conjunto integrado de práticas e saberes composto pelas seguintes
dimensões: morfologia humana, dinâmica vital, sistema de diagnose, sistema
terapêutico e doutrina médica, embasadas numa cosmologia.

A partir destas dimensões, foi possível analisar sistemas médicos


complexos, como a medicina ayurvédica, a MTC e a homeopatia, além da
biomedicina, em suas características, cosmovisões, saberes e técnicas próprias.
Isso permitiu a consideração, compreensão e valorização dessas racionalidades,
em certa medida independentemente da biociência e suas explicações.

Uma abordagem similar pode, por hipótese, fazer o mesmo


especificamente no campo da alimentação-nutrição, com a diversificação das
lógicas, critérios e valores a serem levados em conta nesse campo - o que
implica discussões filosóficas, sociológicas, políticas, epistemológicas e culturais
ali envolvidas.

As práticas complementares em Nutrição podem ser classificadas em


duas categorias: os “modelos alimentares”, que incluem aquelas vinculadas a
práticas tradicionais ou derivadas de racionalidades médicas, entre elas a
alimentação ayurvédica e a dietoterapia na MTC; e as “correntes alimentares”,
que abarcam as tendências estruturadas de alimentação que não apresentam

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um vínculo a alguma religião, sistema tradicional ou racionalidade médica
(Azevedo, 2006).

A combinação dessas duas abordagens ajuda a esboçar um mapeamento


das práticas e racionalidades mais presentes, ainda que em minorias ou em
subculturas restritas, cujo conjunto é aqui designado como “Nutrição
Complementar Integrada”.

O reconhecimento, valorização e estudo da NCI possibilitam uma futura


análise e caracterização pormenorizada de diferentes racionalidades nutricionais
no ambiente da Nutrição e Saúde Coletiva, o que implica certa relativização
cultural e epistemológica, que permite diversificação das possibilidades de
entendimento e de ações nos campos da Nutrição e da Saúde Coletiva.

Em outras palavras, o campo emergente da NCI contribui para a


relativização do modelo dominante e da perspectiva energético quantitativa da
Nutrição, que embasam a noção moderna do que é um alimento saudável.
Permitindo contato, estudo e compreensão de outras racionalidades médicas e
correntes alimentares, a construção da NCI pode colaborar na difícil missão de
ressignificar as práticas profissionais, facilitando a consideração de valores de
várias naturezas (sociais, culturais, ecológicos, nutricionais, espirituais), saberes
e cosmovisões distintos, possibilitando um pluralismo enriquecedor das práticas
profissionais e alimentares.

Vários campos, conceitos e movimentos na Saúde Coletiva, na promoção


da saúde, na educação em saúde e na Nutrição fomentam uma maior
abrangência epistemológica, política e cultural da discussão precedente,
aumentando, junto com a NCI, o escopo do debate a respeito de uma visão
ampliada de saúde e nutrição.

O debate em torno da SAN contribui na medida em que articula diversas


estratégias, em virtude do seu caráter essencialmente intersetorial.

Alguns são conceitos-chave na compreensão da SAN enquanto


ferramenta de promoção da alimentação saudável no SUS, o que se torna
elementar para as reflexões acerca da atuação do nutricionista.

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Considera-se que o entendimento sobre a SAN e sua definição de
‘alimento adequado e saudável’ pode contribuir para a discussão de outras
racionalidades nutricionais e da NCI.

A definição de alimentação saudável difundida pelo Ministério da Saúde


já engloba as necessidades biológicas e sociais da população, devendo ser
acessível, saborosa, variada, colorida e microbiologicamente segura; porém o
conceito incorpora, ainda, as questões que envolvem a consideração da cultura
alimentar, dos alimentos regionais e das questões afetivas ligadas às práticas
alimentares (Brasil, 2007).

O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA)


aprofundou a discussão e cunhou o termo alimentação saudável ‘e adequada’,
incorporando questões como a garantia de acesso regular e permanente ao
alimento, atendendo, também, “às dimensões de gênero e etnia e às formas de
produção ambientalmente sustentáveis, livre de contaminantes físicos, químicos
e biológicos e de organismos geneticamente modificados” (CONSEA, 2007,
p.20).

A partir desse conceito, para a concretização de políticas de alimentação


e Nutrição que considerem essencialmente a promoção da saúde em seu mais
amplo sentido, faz-se necessário um olhar para a produção de alimentos
socioambientalmente sustentáveis. Isso conduz ao campo de estudos da
Agroecologia (Khatounian, 2001), que, entre outros objetivos, se propõe a
produzir alimentos sob essa desafiante perspectiva. Embora não possa ser
considerada uma racionalidade ou corrente, mas, sim, uma atitude alimentar, já
inserida em algumas práticas e racionalidades, pode-se afirmar que o consumo
de alimentos produzidos sob a ótica da Agroecologia deve ser fomentado em
todas as propostas de alimentação saudável.

Além de tais questões, destaca-se a contribuição da educação em saúde,


considerando-se, especialmente, a abordagem da educação popular, inspirada
nos trabalhos de Paulo Freire, com perspectiva emancipadora (Gomes, Merhy,
2011).

A educação nutricional entendida nessa perspectiva se revela como uma


ferramenta essencial no manejo de diversas patologias associadas à Nutrição,

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como, por exemplo, a obesidade; “na medida em que faz do sujeito um coautor
no processo terapêutico, construído a partir de uma relação de trocas,
compreensão e respeito à cultura e ao ser humano”(Oliveira et al., 2008, p.188).

Essa dimensão educativa demanda atenção urgente no sentido de se


promoverem melhorias nas práticas educativas nutricionais no SUS, respeitando
os diferentes saberes e contextos, numa construção coletiva de conhecimento e
prática. A atuação dos profissionais de saúde em geral, aí inclusos os
nutricionistas, comumente envolve um caráter normativo e, às vezes, prescritivo.
No caso dos nutricionistas, tal normatividade pode, muitas vezes, ser atenuada
ou, mesmo, evitada.

Quando necessária e/ou desejável, a normatividade deve ser trabalhada


de forma crítica e cuidadosa. De forma geral, a construção de relações
harmoniosas, não autoritárias, contextualizadoras e emancipadoras com os
usuários é um desafio para todos os profissionais da saúde.

A compreensão e valorização de outros modelos e correntes alimentares


e suas características podem facilitar a relativização da visão dominante na
Nutrição e ampliar a visão do profissional e seu leque de referências,
contribuindo para uma melhor contextualização do cuidado e aproximação das
realidades socioculturais.

Essa ampliação pode associar-se a características e práticas


pedagógicas que fazem parte de racionalidades não biomédicas, contribuindo,
assim, para a promoção da saúde individual e grupal, aumentando o
empoderamento comunitário (empowerment) e fomentando uma relação mais
dialógica com os sujeitos (Tesser, 2009). Além disso, algumas dessas
racionalidades exercem sua normatividade baseada em legitimidades
relacionadas a uma sabedoria de vida, com características que envolvem
componentes desejáveis de se trazer para o cenário profissional da área de
saúde, como: compaixão, diálogo, solidariedade e respeito às individualidades e
ao conhecimento esotérico de outras racionalidades, não apreendidos pela
razão científica moderna.

Todavia, isso não deve impedir o reconhecimento de que o autoritarismo


- hoje, sem dúvida, uma característica do modelo biomédico - merece ser

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atenuado e relativizado, onde quer que seja encontrado (inclusive, nas outras
racionalidades), na direção de uma maior horizontalidade, diálogo,
empoderamento e corresponsabilidade refletida e contextualizada. Uma
pluralidade cultural, epistemológica e de valores, facilitada pelo reconhecimento,
estudo e valorização da NCI, é certamente facilitadora da superação da visão de
verdade única, de unidirecionalidade nas práticas educativas e de
relacionamento autoritário com os usuários.

Em relação às políticas de saúde, ressalta-se o fortalecimento da


Estratégia de Saúde da Família (ESF) e dos Núcleos de Apoio à Saúde da
Família (NASF), nos quais a participação de nutricionistas permite a inserção
deste profissional na atenção primária. Tal atuação ainda precisa ser melhor
definida para superar as perspectivas intervencionistas de mudança de hábitos
alimentares. Não obstante, a inserção de nutricionistas pode ter o potencial de
promover a integralidade, a perspectiva da promoção da saúde e da
intersetorialidade e o fortalecimento da cidadania alimentar (Ferreira,
Magalhães, 2007).

A NUTRIÇÃO COMPLEMENTAR INTEGRADA


O debate a respeito das práticas integrativas na Nutrição teve início em
2002, momento em que o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) solicitou, às
profissionais Deise Lopes Silva e Soraya Terra Coury, de Brasília-DF, que
ministram cursos sobre o tema (e que cunharam a expressão Nutrição
Complementar Integrada), a elaboração de parecer sobre as seguintes terapias:
acupuntura, medicina tradicional chinesa, fitoterapia, oligoterapia, iridologia,
florais e homeopatia.

Em 2003, o CFN, em parceria com a Associação Brasileira de Nutrição,


realizou, em São Paulo, o I Seminário de Terapias Complementares, no qual
foram debatidas as seguintes práticas: oligoterapia, fitoterapia, medicina
chinesa, florais e iridologia. Um dos principais encaminhamentos do Seminário
foi a criação de um grupo de trabalho nacional sobre as terapias complementares
e grupos de trabalhos regionais (CFN, 2003).

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A fitoterapia foi definida como prioritária para ser debatida junto à
categoria. No ano de 2005, elaborou-se uma minuta de resolução para a
prescrição fitoterápica pelos nutricionistas (Kalluf, 2007).

Em 2007, a Resolução 402 do CFN foi aprovada, autorizando a prescrição


de fitoterápicos por tais profissionais (CFN, 2007). Um mapeamento preliminar
desse campo é desejável e foi esboçado neste estudo a partir da literatura
brasileira na área da nutrição, relativamente bem restrita, já mencionada acima.

Uma primeira listagem incluiu: o estudo da fitoterapia/plantas medicinais,


a dietoterapia chinesa, a alimentação ayurvédica, a alimentação antroposófica,
o vegetarianismo e a alimentação viva.

Uma descrição e breve discussão das práticas selecionadas permitiu


algum esclarecimento a respeito do que tratam, visando apenas delinear seu
conjunto, sintetizado a seguir.

Antes, porém, vale comentar que uma das práticas alimentares


inicialmente examinadas foi o aproveitamento integral dos alimentos: o uso de
partes comestíveis dos alimentos (como cascas, talos etc.), utilizando-os
inteiramente.

Alguns autores utilizam o termo “alimentação alternativa” para a definição


do uso de alimentos comumente não utilizados para enriquecer a dieta (Santos
et al., 2001; Bittencourt, 1998).

O incentivo ao aproveitamento integral pode trazer contribuições para


diminuir os gastos com alimentação e melhorar a qualidade nutricional do
cardápio, além de reduzir o desperdício de alimentos. Apesar destas importantes
considerações, esse é um tema controverso na Nutrição (Santos et al., 2001), já
que questiona-se focar esta prática para comunidades de baixa renda na
tentativa de garantir uma alimentação de melhor qualidade nutricional. Outro
aspecto se refere à preocupação com os resíduos de agrotóxicos, presentes, em
especial, nas cascas dos alimentos (Stopelli, Magalhães, 2005). Outra crítica
vem no sentido dos fatores antinutricionais que afetam a biodisponibilidade dos
nutrientes (Bittencourt, 1998; Farfan, 1998).

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Além destas críticas, os aspectos sociopolíticos devem ser levados em
consideração, em especial, em torno da representação social do alimento
(Santos, 2001). Assim, neste estudo, o aproveitamento integral dos alimentos,
se realizado de forma crítica, poderia ser considerado uma iniciativa de
promoção da alimentação saudável, não necessariamente vinculado à NCI.
Alimentação ayurvédica

A medicina ayurvédica, ou ciência da vida, considerada uma racionalidade


médica vitalista por Luz (1996), tem sido desenvolvida há mais de cinco mil anos
na Índia, sendo o sistema médico mais antigo conhecido. Nessa medicina a dieta
é considerada fundamental para uma vida saudável. Outras práticas, como yoga,
exercícios respiratórios, massagens, uso de plantas e meditação, formam um
conjunto de ações que promovem a harmonia e saúde. Neste sistema, o
equilíbrio do corpo é vinculado a três tipos básicos de energia, denominados
doshas - Vata, Pitta, Kapha -, que se referem às características constitucionais,
tendo predominância de um ou mais tipos em cada indivíduo.

O desequilíbrio destas energias, devido ao excesso ou deficiência de um


deles, pode levar o indivíduo a uma doença.

A alimentação deve ser personalizada e escolhida de acordo com a


constituição individual.

Conciliar os seis sabores - doce, salgado, amargo, ácido, adstringente e


picante - é essencial para o equilíbrio da dieta na medicina ayurvédica (De
Gasperi, Raduns, Guiorzi, 2008).

Alimentação na medicina tradicional chinesa A MTC é conhecida


mundialmente por suas diversas técnicas de prevenção, promoção e
recuperação da saúde, também descrita, por Luz (1996), como uma
racionalidade médica vitalista.

A acupuntura, o uso de plantas medicinais, as práticas corporais, como o


tai chi chuan e o lian gong, e as massagens estão entre as técnicas mais
utilizadas.

A tradição taoísta, base da cosmologia e da doutrina dessa racionalidade,


é centrada no princípio de equilíbrio entre as energias yin e yang, e no conceito

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de Qi, entendido como a força vital que permeia o universo, manifesta em todos
os seres vivos e no ser humano.

Além destes princípios, a MTC é baseada no sistema dos cinco elementos


ou cinco manifestações da energia (água, madeira, fogo, terra, metal), presentes
no ser humano, e a partir dos quais todos os fenômenos naturais são
classificados.

Na alimentação chinesa, a classificação entre yin e yang distingue os


alimentos de acordo com sua natureza, sendo divididos como: frios, frescos,
neutros, mornos ou quentes. Além deste aspecto, a classificação dos cinco
elementos atua sobre os alimentos, sendo que cada elemento corresponde a um
sabor específico, relacionado a recomendações individuais e a contextos
específicos, dependendo do estado de saúde do indivíduo e do ambiente em que
vive (Coury, Silva, Azevedo, 2007).

MACROBIÓTICA
A macrobiótica foi fundada por Ishisuka no Japão, no final do século XIX,
a partir da dieta tradicional japonesa.

Osawa deu continuidade a seus ensinamentos, trazendo-os para a


Europa na década de 1930. Posteriormente, Michio Kushi desenvolveu, nos
Estados Unidos, a alimentação macrobiótica padrão, mais utilizada atualmente.
Esta corrente alimentar também se baseia na teoria taoísta de equilíbrio entre
yin e yang, porém de forma distinta da MTC.

De maneira geral, são evitados alimentos crus, frutas, açúcar, excesso de


líquidos, leite e carnes; e estimulado o consumo de algas, cereais integrais,
especialmente o arroz, legumes cozidos, chás e peixes, e frangos
eventualmente, constituindo uma dieta ajustada ao local de origem da
Macrobiótica (Azevedo, 2006).

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ALIMENTAÇÃO ANTROPOSÓFICA
É um recurso terapêutico da medicina antroposófica, cuja base é a
Antroposofia, filosofia espiritualista desenvolvida por Rudolf Steiner, na
Alemanha, no início do século XX.

A medicina é pautada na visão tetramembrada do ser humano: corpo


físico, vitalidade, alma e espírito. Na dieta antroposófica, são enfatizadas a
origem integral e biodinâmica dos alimentos, sua vitalidade, a diversificação de
todos os vegetais, e a prática lactovegetariana, considerando a retirada da carne
como uma escolha individual, normalmente envolvida com aspectos de
desenvolvimento espiritual (Coury, Silva, Azevedo, 2007).

FITOTERAPIA/PLANTAS MEDICINAIS
O uso de plantas medicinais é uma constante nas tradições culturais e
nas racionalidades médicas mais conhecidas, sendo uma prática terapêutica que
atravessa os povos e seus curadores, as racionalidades médicas e os modelos
alimentares.

Com efeito, apenas as práticas hegemônicas da biomedicina afastaram-


se grandemente de seu uso (e, agora, vêm dele se aproximando). Ele é incluído
como uma parte da NCI tanto por ser considerado no seu conjunto como terapia
complementar incluída na Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares (Brasil, 2006), quanto por haver regulamentação para sua
prescrição pelos nutricionistas brasileiros.

A Resolução (RDC nº 242/2008) que regulamenta a prescrição


fitoterápica permite, ao nutricionista, a indicação de formas terapêuticas
exclusivamente de uso oral. Ressalta-se que existem fitoterápicos de exclusiva

17
prescrição médica (CFN, 2008). O CFN orienta que, para realizar a prescrição,
o nutricionista esteja apto para tal por meio de capacitações complementares, já
que o tema é ainda pouco abordado na graduação.

O resgate, a utilização e o estudo das plantas medicinais vêm ganhando


terreno, tanto no âmbito do SUS, quanto da Nutrição. Parte desse
reconhecimento veio da regulamentação da Fitoterapia, instituída pela Política
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, e de ações definidas pelo
Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, editado pela Portaria
Interministerial 2.926, de 2008 (Brasil, 2009).

Com relação ao cuidado, o uso de plantas medicinais na atenção primária


pode trazer diversas contribuições, como: a valorização da cultura popular; a
geração de emprego e renda através da cadeia produtiva; baixo custo; fácil
aplicação e baixo risco; promoção da racionalização do uso dos recursos na
saúde e aceitabilidade pela população (Botsaris, 2008).

VEGETARIANISMO
A prática vegetariana, embora presente em muitas culturas tradicionais,
vem ganhando adeptos em todos os países. Diversos são os motivos que levam
à adoção desta corrente alimentar, dentre eles: os aspectos éticos relacionados
à exploração animal; as preocupações com os impactos socioambientais da
produção de carne, as preocupações com a saúde, além de aspectos religiosos,
filosóficos e culturais.

Existem diferentes tipos de dietas vegetarianas:

i) ovolactovegetariana: exclui o consumo de qualquer tipo de carne e


inclui ovos, leite e derivados;
ii) lactovegetariana: exclui carnes e ovos e permite o consumo de leite e
derivados;
iii) ovovegetariana: exclui carnes e leite e derivados, mas inclui consumo
de ovos; iv) vegana ou vegetariana estrita: não inclui o consumo de
nenhum alimento de origem animal, inclusive mel (Couceiro, Slywitch,

18
Lenz, 2008). Estudos na área demonstram que a dieta vegetariana,
quando bem planejada e equilibrada, pode trazer diferentes benefícios
à saúde, especialmente se relacionada a um maior consumo de
alimentos integrais, de origem ecológica e menor consumo de
alimentos industrializados (Coury, Silva, Azevedo, 2007; Teixeira et
al., 2006).

O aumento de pesquisas na área tem trazido avanços no que diz respeito


às contribuições da dieta vegetariana para a saúde. Apesar destas evidências,
o vegetarianismo ainda é considerado um tema controverso na Nutrição, e não
é abordado com atenção nos cursos de graduação. Considerando as evidências
científicas recentes, a discussão que envolve a SAN e os impactos da pecuária
extensiva, e o número crescente de adeptos à prática, é importante aprofundar
estudos na área e incluir essa temática nos debates da categoria profissional.

ALIMENTAÇÃO VIVA
A alimentação viva é uma corrente alimentar centrada na vitalidade dos
alimentos, e cujo princípio básico é a valorização dessa vitalidade. Sua difusão
inicia-se na década de 1980, nos Estados Unidos, devido aos trabalhos de Ann
Wigmore, cuja base vem dos estudos da dieta hipocrática. Os praticantes da
alimentação viva excluem, da dieta, alimentos considerados ‘desvitalizados’:
produtos de origem animal, alimentos cozidos e industrializados; consumindo,
exclusivamente, frutas e vegetais crus, com ênfase para as sementes
germinadas e brotos (Wigmore, 1994).

No Brasil, desde a década de 1990, o Projeto Terrapia, da Escola Nacional


de Saúde Pública (Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro), divulga essa
proposta, considerando a alimentação viva como um movimento de consciência
ecológica e de promoção da saúde (Silva, 2006). O olhar para a vitalidade dos
alimentos em oposição à visão estritamente bionutricional pode trazer
interessantes contribuições para a Nutrição.

19
As práticas alimentares podem ser compreendidas sob vários enfoques e
disciplinas científicas, mas também através de diferentes tradições e
racionalidades médicas. O reconhecimento da NCI como campo de estudo de
saberes e práticas pode vir a ser um meio de organizar, estruturar e analisar este
universo, ainda pouco valorizado no seu potencial de contribuições à Nutrição, à
Saúde Coletiva, à SAN e à educação em saúde. Essa consideração fica
reforçada, sobretudo, diante das iniquidades sociais e da crise ambiental ligadas
ao sistema agroalimentar dominante, além dos problemas de saúde
relacionados à dieta, bem como sua padronização e empobrecimento. Como
mencionado, o universo da NCI é formado por discussões de modelos
alimentares, comumente associados a outras racionalidades médicas, práticas
e correntes alimentares tradicionais ou mais recentes. Dentre eles, a
alimentação da medicina tradicional chinesa, a macrobiótica, a alimentação
ayurvédica e antroposófica são embasadas em racionalidades que podem vir a
se tornar novas referências para o campo da Nutrição e para sua atividade
profissional, em termos de pesquisas e práticas, conforme sejam
progressivamente reconhecidas institucional e socialmente.

As demais, fitoterapia/plantas medicinais, vegetarianismo e a alimentação


viva, bem como o consumo de alimentos ecológicos, podem ser consideradas
práticas que revelam uma atitude individual e uma postura social, ambiental e
política, inserindo-se em algumas das racionalidades mencionadas,
perpassando-as transversalmente de forma parcial e não homogênea.
Considera-se que a discussão da NCI pode trazer contribuições para a Nutrição,
para a formação e as práticas dos nutricionistas, em estreita interface com a
Saúde Coletiva, articulada às políticas de SAN e de promoção da saúde.
Também contribui nesse sentido o fato de as PIC, em geral, estarem
relacionadas a uma noção positiva de saúde, serem reconhecidas como mais
holísticas e humanizadas (na relação cuidador-doente) e propiciarem uma
melhor experiência e vivência dos aprendizados e transformações envolvidos
nos processos de adoecimento e cuidado (Levin, Jonas, 2001; Andrade, 2006).
Isso ajuda a trazer esses elementos para o debate no exercício profissional e
nas diferentes formações da área da saúde. Esse debate sugere a ampliação do
reconhecimento das PIC dentro e fora da Saúde Coletiva e da NCI na Nutrição,

20
com novos estudos sobre o tema numa perspectiva de sujeitos sociais que
anseiam por um cuidado plural, integral, mais humano e coerente com a proposta
de sustentabilidade socioambiental. Diante do que foi exposto, julga-se
defensável a inserção de outras racionalidades médicas e correntes alimentares
como objetos de estudo da Nutrição e como futuro possível campo de práticas
profissionais. Seu reconhecimento ajuda na percepção e compreensão de outras
perspectivas, incluindo, potencialmente, aquelas relativas aos usuários,
fortalecendo a proposta de uma abordagem ampliada da saúde, da própria
ciência da Nutrição e das práticas alimentares.

ROTULAGEM NUTRICIONAL
A rotulagem nutricional não está prevista como atividade privativa do
Nutricionista na Lei nº 8234/1991, que regulamenta a profissão de Nutricionista,
portanto, pode ser realizada por outros profissionais. Para elaborar a rotulagem
nutricional é importante o acesso às informações sobre a ficha técnica do
produto. Os regulamentos específicos de rotulagem nutricional estão na
Resolução RDC nº 359 de 23 de dezembro de 2003, regulamento técnico de
porções de alimentos embalados para fins de rotulagem nutricional, Resolução
RDC nº 360 de 23 de dezembro de 2003, regulamento técnico sobre rotulagem
nutricional de alimentos embalados e Resolução RDC nº 163, de 17 de agosto
de 2006, que complementa as Resoluções RDC nº 359/2003 e RDC nº 360/2003.

ÁREA CLÍNICA
O atendimento/consulta nutricional deverá ter as etapas de avaliação e
diagnóstico nutricional realizadas de forma presencial. A orientação nutricional e
acompanhamento poderão ser realizadas de forma não presencial, conforme
disposto na Resolução CFN nº 599/18 no Art. 36.

O profissional pode utilizar e-mail e aplicativos de mensagens na relação


com o paciente. Uma vez já tendo ocorrido o atendimento presencial, com a

21
adequada avaliação e diagnóstico nutricional, o Nutricionista poderá utilizar essa
tecnologia para se comunicar com o paciente, tirar dúvidas e realizar orientações
gerais. (Resolução CFN nº 599/18 no Art. 36)

É vedado ao Nutricionista prescrever, indicar, manifestar preferência ou


associar sua imagem intencionalmente para divulgar marcas de produtos
alimentícios, suplementos nutricionais, fitoterápicos de modo a não direcionar
escolhas, visando preservar a autonomia do cliente e a idoneidade dos serviços
prestados pelo profissional.

Se houver a necessidade de mencionar as marcas do produto, empresas


ou indústrias, o Nutricionista deverá apresentar mais de uma opção, quando
disponível. Nos raros casos onde não há outra opção que tenha a mesma
composição ou que atenda a mesma finalidade, é permitido indicar o único
existente, apresentando justificativa técnica para essa indicação. (Resolução
CFN n° 599/18 no Art. 60 Inciso III).

A competência do Nutricionista não inclui o diagnóstico clínico, que é de


competência do médico. Compete-lhe, exclusivamente, a realização do
diagnóstico nutricional e da proposta de intervenção dietética, sob pena de
infringir o Art.40 da Resolução CFN nº 599/18.

O Nutricionista pode usar aparelhos ou instrumentos na consulta


nutricional com restrições. A adoção de aparelhos/equipamentos para suporte
ao atendimento nutricional, deverá atender aos seguintes critérios,
concomitantemente:

Que atenda aos objetivos da área de competência legal do Nutricionista,


limitando-se ao diagnóstico nutricional.

O Nutricionista não tem a competência legal para realizar diagnóstico


clínico, mas sim a de proceder ao diagnóstico nutricional por meio de avaliação
nutricional e acompanhamento da evolução do paciente. Não deverá executar
procedimentos que caracterizem a invasão de competência de outras categorias
profissionais regulamentadas; que tenha evidências científicas seguras e bem
fundamentadas quanto ao seu uso. Alertamos que o Nutricionista deve se abster
de usar técnicas não fundamentadas em estudos científicos ou que não tenham

22
sido publicadas em revistas indexadas. Os aparelhos/equipamentos devem estar
regularizados perante os órgãos competentes. Portanto, o Nutricionista deverá
exigir do fabricante/distribuidor a apresentação de comprovantes desta
regularidade.

O NUTRICIONISTA PODE ADOTAR A PRÁTICA DA


FITOTERAPIA?
A Resolução CFN nº 525/2013, alterada pela Resolução CFN nº
556/2015 (regulamenta a prática da Fitoterapia pelo Nutricionista, atribuindo-lhe
competências para, nas modalidades que especifica, prescrever plantas
medicinais e chás medicinais, medicamentos fitoterápicos, produtos tradicionais
fitoterápicos e preparações magistrais de fitoterápicos como complemento da
prescrição dietética) – estabelece que:

Art. 3º. O exercício das competências do Nutricionista para a prática da


Fitoterapia como complemento da prescrição dietética deverá observar que:

I - a prescrição de plantas medicinais e chás medicinais é permitida a todos os


Nutricionistas, ainda que sem título de especialista;

II - a prescrição de medicamentos fitoterápicos, de produtos tradicionais


fitoterápicos e de preparações magistrais de fitoterápicos, como complemento
de prescrição dietética, é permitida ao Nutricionista desde que seja portador do
título de especialista em Fitoterapia, observado o disposto no § 4º deste artigo.

§ 4º. Para a outorga do título de especialista em Fitoterapia, a Associação


Brasileira de Nutrição (ASBRAN), atendido o disposto no § 1º deste artigo,
adotará regulamentação própria, a ser amplamente divulgada aos interessados,
prevendo os critérios que serão utilizados para essa titulação.

(...)O Nutricionista pode prescrever suplementos nutricionais desde que


em conformidade com a Resolução CFN n° 390/2006 que regulamenta a
prescrição dietética de suplementos nutricionais pelo Nutricionista e o Parecer
CRN-3 “Prescrição de Suplementos Nutricionais”.

23
O Nutricionista não tem a prerrogativa para prescrever medicamentos.

As exceções estão estabelecidas em normas emanadas pelo Conselho


Federal de Nutricionistas, em especial as Resolução CFN nº 390/2006, que
regulamenta a prescrição dietética de suplementos nutricionais pelo Nutricionista
e Resolução CFN nº 525/2013, alterada pela Resolução CFN nº
556/2015 (regulamenta a prática da Fitoterapia pelo Nutricionista, atribuindo-lhe
competências para, nas modalidades que especifica, prescrever plantas
medicinais e chás medicinais, medicamentos fitoterápicos, produtos tradicionais
fitoterápicos e preparações magistrais de fitoterápicos como complemento da
prescrição dietética). Ainda, tratando deste tema há o Parecer CRN-3
“Prescrição de Suplementos Nutricionais”.

Mesmo quando atendidas as exigências legais relativas ao tema, a


definição de como, quando, para quem e porque prescrever é de inteira
responsabilidade do profissional que assina a prescrição e que responderá pelo
seu ato. Dessa forma, recomenda-se que a adoção da prescrição de
suplementos nutricionais ou de fitoterápicos só se faça após pleno domínio dos
aspectos técnicos e legais envolvidos nessa prática.

A competência legal do Nutricionista para solicitar exames laboratoriais


necessários ao diagnóstico nutricional, à prescrição dietética e ao
acompanhamento da evolução nutricional do cliente/paciente está prevista nas
seguintes normatizações: Lei Federal 8.234/91, artigo 4º, inciso VIII, Resolução
CFN nº 306/03, Resolução CFN nº 600/18 e Resolução CFN nº 417/08.

A definição dos exames bioquímicos que o Nutricionista pode solicitar está


na dependência do objetivo pretendido e do diagnóstico, momento e tipo de
tratamento em que o paciente se encontra, enquanto que a periodicidade dessa
solicitação decorre do acompanhamento da evolução do paciente. Compete ao
Nutricionista inteira responsabilidade sobre as justificativas técnicas para tais
solicitações, bem como sobre a leitura e interpretação dos resultados que estes
exames oferecem.

A emissão de atestado para justificar a ausência de empregado ao


trabalho, por incapacidade laborativa, é ato privativo do médico e do odontólogo
(Resolução CFM nº 1.658/2002) e o Nutricionista que emitir esse tipo de

24
documento estará incorrendo em infração disciplinar ao Código de Ética e de
Conduta do Nutricionista Art.40 da Resolução CFN nº 599/18.

A solicitação dos exames laboratoriais necessários ao acompanhamento


dietoterápico é atividade do Nutricionista, estabelecida na Lei Federal nº
8.234/1991 (art. 4º, inciso VIII). No entanto, a Lei Federal nº 9.656/1998 que
dispõe sobre planos e seguros de assistência à saúde, no art. 12. faculta a oferta,
a contratação e a vigência dos produtos definidos no plano-referência com a
exigência do inciso I, alínea “b” de que a cobertura de serviços de apoio
diagnóstico, tratamentos e demais procedimentos ambulatórias, sejam
solicitados pelo médico assistente.

O Nutricionista tem a prerrogativa legal para solicitar exames laboratoriais,


conforme a Lei Federal nº 8.234/91 que regulamenta a profissão de Nutricionista
e dá outras providências:

Art. 4º. Atribuem-se, também, aos Nutricionistas as seguintes atividades, desde


que relacionadas com alimentação e nutrição humanas:

Inciso VIII. Solicitação de exames laboratoriais necessários ao acompanhamento


dietoterápico;”

Há, ainda, a Resolução CFN nº 306/2003, que dispõe sobre critérios para
solicitação de exames laboratoriais (mas não lista exames); a Resolução CFN nº
600/2018, que dispõe sobre a definição das áreas de atuação do Nutricionista e
suas atribuições, onde na área de nutrição clínica fica definida, como atividade
complementar, a solicitação de exames laboratoriais necessários à avaliação
nutricional, à prescrição dietética e à evolução nutricional do cliente/paciente; e
a Resolução CFN nº 417/2008, que dispõe sobre procedimentos nutricionais dos
Nutricionistas.

Informamos, ainda, que o Nutricionista não tem competência legal para


realizar diagnóstico clínico, mas sim a de proceder ao diagnóstico nutricional,
que inclui a identificação e determinação do estado nutricional do
cliente/paciente/usuário, elaborado com base em dados clínicos, bioquímicos,
antropométricos e dietéticos, obtidos quando da avaliação nutricional e

25
acompanhamento da evolução do paciente, sendo a solicitação de exames
laboratoriais de extrema importância na adequação do tratamento dietético.

Salientamos que, mesmo quando atendidas as exigências legais relativas


ao tema, a definição de quando, para quem e porquê solicitar exames
laboratoriais é de inteira responsabilidade do profissional que solicita e que
responderá pelo seu ato.

A Justiça Federal julgou procedente o pedido do CFN feito na Ação Civil


Pública, para que a ANS atualize o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde,
a fim de que conste que o Nutricionista pode solicitar exames laboratoriais
necessários ao acompanhamento dietoterápico, com a consequente cobertura
de pagamento pelos planos de saúde. Essa decisão assegura que todas as
operadoras de plano de saúde devem cobrir os exames laboratoriais necessários
ao acompanhamento dietoterápico prescrito por Nutricionistas. Essa decisão
ainda está pendente do julgamento final.

Cabe também ao cliente/paciente exercer a sua cidadania procurando a


garantia de seus direitos, seja junto aos órgãos de defesa do consumidor,
Ministério Público (promotoria de justiça), nas representações regionais da ANS
ou mesmo constituindo defensores para a judicialização.

As legislações acima citadas, assim como outras pertinentes, podem ser


obtidas na íntegra através do site www.cfn.org.br.

A Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à


Saúde (também conhecida como Classificação Internacional de Doenças – CID
10) foi publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e que visa
padronizar a codificação de doenças e outros problemas relacionados à saúde.

A cada estado de saúde é atribuída uma categoria única à qual


corresponde um código CID 10. Quando necessário, o Nutricionista pode utilizar
o código “Z71.3 - Aconselhamento e supervisão dietéticos”.

Ressaltamos que o Nutricionista não possui a prerrogativa legal para


realizar diagnóstico de doenças ou mesmo prescrever tratamento
medicamentoso para pacientes.

26
É possível a inclusão do CID em atestado de consulta nutricional, desde
que relacionado ao diagnóstico nutricional. Caberá ao profissional avaliar a
necessidade desta informação no documento.

Orientamos a leitura do Parecer CRN-3 "Alimentos Para Controle de


Peso", que contempla o posicionamento do CRN-3 em relação aos
alimentos/produtos indicados para perda de peso.

A Resolução CFN nº 599/18 Art. 61 afirma que é vedado ao Nutricionista


realizar consulta nutricional e prescrição dietética em locais cuja atividade-fim
seja a comercialização de alimentos, produtos alimentícios, suplementos
nutricionais, fitoterápicos, utensílios ou equipamentos ligados à área de
alimentação e nutrição. Porém, nos locais onde a atividade-fim seja o comércio
de alimentos ou produto alimentício de fabricação e marca próprias de
Nutricionista, poderá ser realizada a consulta nutricional, desde que respeitado
o inciso III do Art. 60 da Resolução CFN nº 599/18.

A Resolução ANVISA/RDC nº 44/2009, que dispõe sobre boas práticas


farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da
comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em
farmácias e drogarias, e alterada pela Resolução Anvisa/RDC nº 41/12 veda o
funcionamento de consultórios em qualquer espaço de suas dependências,
conforme determina o artigo 90 da referida Resolução.

Art. 90. É vedado utilizar qualquer dependência da farmácia ou da drogaria como


consultório ou outro fim diverso do licenciamento.

Parágrafo único. É vedada a oferta de outros serviços que não estejam


relacionados com a dispensação de medicamentos, a atenção farmacêutica e a
perfuração de lóbulo auricular, nos termos desta.”

ATRIBUIÇÕES DO NUTRICIONISTA E DO TÉCNICO EM


NUTRIÇÃO E DIETÉTICA
Atribuições do Nutricionista

27
Além da Lei federal nº 8234/1991 que regulamenta a profissão do
Nutricionista, as atribuições obrigatórias e complementares por área de atuação,
estão previstas na Resolução CFN nº 600/2018, que dispõe sobre a definição
das áreas de atuação do Nutricionista e suas atribuições, estabelece parâmetros
numéricos de referência, por área de atuação.

Atribuições do Técnico em Nutrição e Dietética


As atribuições dos Técnicos em Nutrição e Dietética estão descritas
na Resolução CFN nº 605/2018.

ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA EM MÍDIAS


O Nutricionista ao divulgar informações por meios de comunicação deverá
ter como objetivo a promoção da saúde, de forma crítica e com respaldo técnico-
científico, conforme estabelecido no artigo 55 do Código de Ética e de Conduta
do Nutricionista (Resolução CFN nº 599/18).

Ao utilizar os meios de comunicação o Nutricionista precisa se atentar


quanto a transmissão do conteúdo das informações, que deverá ser claro, de
fácil compreensão, divulgado de forma objetiva, didática e genérica sobre os
conceitos da alimentação e nutrição.

Destaca-se que não é permitido a utilização e divulgação de estratégias


que possam gerar concorrência desleal ou prejuízo a população, tais como
divulgação de mensagens enganosas ou sensacionalistas, constituindo-se em
infração ao Código de Ética e de Conduta do Nutricionista (Resolução CFN nº
599/18), conforme disposto no artigo 56.

1. É indispensável informar o nome, a profissão, o número de inscrição no CRN


e a respectiva jurisdição;

2. Quando a manifestação envolver marcas comerciais a manifestação do


Nutricionista, deverá limitar-se a informações sobre as características químicas

28
e físicas, funções metabólicas de seus nutrientes e aspectos dietéticos e
culinários do produto;

3. A indicação de consumo do produto em função de propriedades nutricionais


gerais ou específicas deve obedecer à regulamentação oficial sobre publicidade
e ser compatível com o público a que se destina, tanto do ponto de vista
nutricional quanto sociocultural;

4. Quando a mensagem tratar de um alimento específico, recomenda-se incluir


a frase: "seu consumo deve estar associado a uma dieta equilibrada e hábitos
saudáveis".

Recomendamos a leitura do Código de Ética e de Conduta do


Nutricionista (Resolução CFN nº 599/18), em especial os Capítulos IV e V.

De acordo com o ANEXO II da Resolução CFN nº 600/18, o Nutricionista


poderá colaborar com o setor de publicidade produzindo ou contribuindo com a
produção de informes técnicos, sob forma de folheto, artigo, revista, folder e
similares ou por meio virtual.

Recomendamos a leitura do Código de Ética e de Conduta do


Nutricionista (Resolução CFN nº 599/18), em especial o Capítulos V, artigo 60 e
incisos.

Orientamos que mantenha em poder, para informação aos interessados,


os dados técnicos e científicos que dão sustentação as informações prestadas,
conforme disposto na Lei Federal nº 8.078/90 (Código de Defesa do
Consumidor) no artigo 36º, parágrafo único.

DIVULGAÇÃO DE MARCAS DE PRODUTOS/ PROPAGANDA DE


PRODUTOS
De acordo com o disposto no Código de Ética e de Conduta do
Nutricionista (Resolução CFN nº 599/18), em seu capítulo V, artigo 63:

29
Art. 63. É vedado ao nutricionista fazer publicidade ou propaganda em meios de
comunicação com fins comerciais, de marcas de produtos alimentícios,
suplementos nutricionais, fitoterápicos, utensílios, equipamentos, serviços ou
nomes de empresas ou indústrias ligadas às atividades de alimentação e
nutrição.”

Conforme estabelecido o artigo 60 do Código de Ética e de Conduta do


Nutricionista (Resolução CFN nº 599/18), inciso II:

Art. 60 É vedado ao nutricionista prescrever, indicar, manifestar preferência ou


associar sua imagem intencionalmente para divulgar marcas de produtos
alimentícios, suplementos nutricionais, fitoterápicos, utensílios, equipamentos,
serviços, laboratórios, farmácias, empresas ou indústrias ligadas às atividades
de alimentação e nutrição de modo a não direcionar escolhas, visando preservar
a autonomia dos indivíduos e coletividades e a idoneidade dos serviços.

II – Caso o Nutricionista seja contratado pela empresa ou indústria para


desempenhar a função de divulgação de serviços ou produtos de uma única
marca, empresa ou indústria, esta deve ser voltada apenas a profissionais que
prescrevam ou comercializem os produtos e vedada aos demais públicos.”

O Nutricionista não deve realizar consultas nutricionais individualizadas


se o paciente não estiver presente.

As etapas do atendimento nutricional que inclui a avaliação nutricional e


o diagnóstico nutricional deverão ser realizadas em consulta presencial. A
orientação nutricional e acompanhamento podem ser realizados de forma não
presencial, conforme a Resolução CFN nº 599/18 no Art . 36.

É direito do Nutricionista utilizar os meios de comunicação e informação


para esclarecer dúvidas de pacientes, dar prosseguimento a um atendimento
nutricional presencial prévio e realizar orientações gerais sobre alimentação e
nutrição, conforme os princípios fundamentais, nos valores essenciais e nos
artigos previstos no Código de Ética e de Conduta do Nutricionista, assumindo
integral responsabilidade pelas informações emitidas. (Resolução CFN nº
599/18 no Art . 53).

30
É direito do Nutricionista divulgar seus serviços nutricionais, mas não deve
utilizar estratégias que possam gerar concorrência desleal ou prejuízos à
população, tais como promover suas atividades profissionais com mensagens
enganosas ou sensacionalistas e alegar exclusividade ou garantia dos
resultados. (Resolução CFN nº 599/18 At. 54 e 56)

De acordo com a Resolução CFN nº 599/18 Art. 57. é vedado ao


Nutricionista utilizar o valor de seus honorários, promoções e sorteios de
procedimentos ou serviços como forma de publicidade e propaganda para si ou
para seu local de trabalho.

Conforme o artigo 60, do Código de Ética e de Conduta do Nutricionista


(Resolução CFN nº 599/18) é vedado ao Nutricionista prescrever, indicar,
manifestar preferência ou associar sua imagem intencionalmente para divulgar
marcas de produtos alimentícios, suplementos nutricionais, fitoterápicos,
utensílios, equipamentos, serviços, laboratórios, farmácias, empresas ou
indústrias ligadas às atividades de alimentação e nutrição de modo a não
direcionar escolhas, visando preservar a autonomia dos indivíduos e
coletividades e a idoneidade dos serviços.

Ainda, também é vedado ao Nutricionista sujeitar sua atividade


profissional à venda casada de produtos alimentícios, suplementos nutricionais,
fitoterápicos, utensílios ou equipamentos ligados à área de alimentação e
nutrição, conforme disposto no artigo 62 do Código de Ética e de Conduta do
Nutricionista (Resolução CFN nº 599/2018).

De acordo com o artigo 64 do Código de Ética e de Conduta do


Nutricionista (Resolução CFN nº 599/18) “é vedado ao nutricionista receber
patrocínio ou vantagens financeiras de empresas ou indústrias ligadas à área de
alimentação e nutrição quando configurar conflito de interesses.”

Entretanto, há exceção para tal prática, caso o Nutricionista seja


contratado pela empresa ou indústria que concedeu tal patrocínio ou vantagem
financeira.

31
Quanto ao recebimento de patrocínio em eventos técnicos-científicos,
recomendamos a leitura do Código de Ética e de Conduta do Nutricionista
(Resolução CFN nº 599/2018), em seu Capítulo V, artigo 65 e parágrafo único.

Quando houver necessidade de indicação cabe ao Nutricionista


mencionar mais de uma opção para aquisição de produtos e/ou serviço.

A indicação de apenas um local poderá conotar o estabelecimento de uma


relação comercial, com infringência ao Código de Ética e de Conduta do
Nutricionista (Resolução CFN nº 599/18), conforme preconizado no Capítulo V,
artigo 60.

UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E


COMUNICAÇÃO NA PRÁTICA PROFISSIONAL
O Nutricionista não deve realizar consultas nutricionais individualizadas
se o paciente não estiver presente.

As etapas do atendimento nutricional que inclui a avaliação nutricional e


o diagnóstico nutricional deverão ser realizadas em consulta presencial. A
orientação nutricional e acompanhamento podem ser realizados de forma não
presencial, conforme a Resolução CFN nº 599/18 no Art. 36.

É direito do Nutricionista utilizar os meios de comunicação e informação


para esclarecer dúvidas de pacientes, dar prosseguimento a um atendimento
nutricional presencial prévio e realizar orientações gerais sobre alimentação e
nutrição, conforme os princípios fundamentais, nos valores essenciais e nos
artigos previstos no Código de Ética e de Conduta do Nutricionista, assumindo
integral responsabilidade pelas informações emitidas. (Resolução CFN nº
599/18 no Art. 53).

No Art. 58 da Resolução CFN nº 599/18 é vedado ao Nutricionista, mesmo


com autorização concedida por escrito, divulgar imagem corporal de si ou de
terceiros, atribuindo resultados a produtos, equipamentos, técnicas, protocolos,

32
pois podem não apresentar o mesmo resultado para todos e oferecer risco à
saúde.

DIVULGAÇÃO DE SERVIÇOS
É direito do Nutricionista divulgar seus serviços nutricionais, mas não
deve utilizar estratégias que possam gerar concorrência desleal ou prejuízos à
população, tais como promover suas atividades profissionais com mensagens
enganosas ou sensacionalistas e alegar exclusividade ou garantia dos
resultados. (Resolução CFN nº 599/18 Art. 54 e 56)

De acordo com a Resolução CFN nº 599/18 Art. 57 é vedado ao


Nutricionista utilizar o valor de seus honorários, promoções e sorteios de
procedimentos ou serviços como forma de publicidade e propaganda para si ou
para seu local de trabalho.

ASSESSORIA / CONSULTORIA
A Resolução CFN nº 576/2016 define:

1. Consultoria em Nutrição - serviço realizado por Nutricionista habilitado que


abrange o exame e emissão de parecer sobre assunto relacionado à área de
alimentação e nutrição humana, com prazo determinado, sem, no entanto,
assumir a responsabilidade técnica;

2. Assessoria em Nutrição - é o serviço realizado por Nutricionista habilitado que,


embasado em seus conhecimentos, habilidades e experiências, assiste
tecnicamente a pessoas físicas ou jurídicas, planejando, implementando e
avaliando programas e projetos em atividades específicas na área de
alimentação e nutrição humana, bem como oferecendo solução para situações
relacionadas com a sua especialidade.

33
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS - MODELO BÁSICO PARA
ORIENTAÇÃO DOS PROFISSIONAIS
Introdução
A segurança alimentar está relacionada com o padrão de higiene do(s)
produto(s) e dos processos operacionais envolvidos em sua produção. Este
trabalho tem relação direta com a atuação do Nutricionista na área de
alimentação e nutrição, portanto, o Nutricionista Responsável Técnico (RT) ao
elaborar o Manual de Boas Práticas, deve:

Aprofundar-se na legislação sanitária vigente; Buscar e aplicar a


segurança e qualidade alimentar sob o ponto-de-vista higiênico-sanitário;
Garantir a manutenção da saúde do consumidor; Descrever, adotar e monitorar,
no estabelecimento produtor de alimentos, normas específicas de boas práticas
de manipulação e/ou de prestação de serviços.

Definições
Manual de Boas Práticas (MBP): documento que descreve as operações
realizadas pelo estabelecimento, incluindo, no mínimo, os requisitos sanitários
dos edifícios, a manutenção e higienização das instalações, dos equipamentos
e dos utensílios, o controle da água de abastecimento, o controle integrado de
vetores e pragas urbanas, controle da higiene e saúde dos manipuladores e o
controle e garantia de qualidade do produto final. Procedimento Operacional

Padronizado (POP): procedimento escrito de forma objetiva, que


estabelece instruções sequenciais para a realização de operações rotineiras e
específicas na higienização, produção, armazenamento e transporte de
alimentos. Este procedimento pode apresentar outras nomenclaturas desde que
obedeça a legislação vigente. NOTA: ressalta-se que o POP pode ser parte
integrante do MBP (Manual de Boas Práticas) onde o mesmo deverá ser
referenciado.

34
RESOLUÇÃO CFN Nº 525, DE 25 DE JUNHO DE 2013

Alterada pela Resolução CFN nº 556/2015

Regulamenta a prática da fitoterapia pelo nutricionista, atribuindo-lhe


competência para, nas modalidades que especifica, prescrever plantas
medicinais, drogas vegetais e fitoterápicos como complemento da prescrição
dietética e, dá outras providências.

Regulamenta a prática da Fitoterapia pelo nutricionista, atribuindo-lhe


competências para, nas modalidades que especifica, prescrever plantas
medicinais e chás medicinais, medicamentos fitoterápicos, produtos
tradicionais fitoterápicos e preparações magistrais de fitoterápicos como
complemento da prescrição dietética e dá outras providências. (Nova redação
dada pela Resolução CFN nº 556/2015)

O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), no exercício das


competências previstas na Lei n° 6.583, de 20 de outubro de 1978, no Decreto
n° 84.444, de 30 de janeiro de 1980 e no Regimento Interno aprovado
pela Resolução CFN n° 320, de 2 de dezembro de 2003, ouvidos os Conselhos
Regionais de Nutricionistas, e, tendo em vista o que foi deliberado na 252ª
Reunião Plenária, Ordinária do CFN, realizada no dia 19 de maio de 2013 e,

Considerando:

A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS


que, aprovada pela Portaria do Ministério da Saúde nº 971, de 03/05/2006, inclui
o uso de plantas medicinais e da fitoterapia como prática da assistência em
saúde;

O Decreto Presidencial nº 5.813, de 22/06/2006, que aprovou a Política


Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos com o objetivo de garantir à
população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e

35
fitoterápicos, em consonância com sugestão da Organização Mundial da Saúde
para incentivar a "adoção de práticas tradicionais, com comprovada eficiência,
como ferramenta para manutenção de condições de saúde";

A Portaria Interministerial nº 2.960, de 9/12/2008, que aprovou o


Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos com o objetivo de,
entre outros, construir um marco regulatório sobre plantas medicinais e
fitoterápicos e estabelecer critérios de inclusão e exclusão de espécies nas
Relações Nacionais e Regionais de Plantas Medicinais, e que devem ser
utilizados pelos prescritores como guia ou memento;

A Resolução RDC nº 10 de 9/03/2010, da ANVISA, que lista as drogas


vegetais notificadas junto a esse órgão, assim como atualizações pertinentes ao
assunto;

O Código de Ética do Nutricionista, aprovado pela Resolução CFN nº


334/2004, que no seu artigo 1º estabelece o Princípio Fundamental de atender
aos "princípios da ciência da Nutrição para contribuir para a saúde dos indivíduos
e da coletividade" e determina, no inciso IV do artigo 5º, o dever do nutricionista
de "utilizar todos os recursos disponíveis de diagnóstico e tratamento nutricionais
ao seu alcance, em favor de indivíduos e coletividade sob sua responsabilidade
profissional";

O reconhecimento de evidências científicas sobre a efetividade da


fitoterapia assim como da existência de reações adversas, efeitos colaterais,
contraindicações, toxicidade e interações com outras plantas, drogas vegetais,
medicamentos e alimentos associados a essa prática, determinando que sua
adoção seja precedida de competente capacitação, acompanhada de contínua
atualização científica e do cumprimento dos regulamentos normativos sobre o
tema;

O reconhecimento de práticas culturais que utilizam plantas medicinais


com efeitos terapêuticos tradicionalmente reconhecidos e a necessidade de
aprofundar pesquisas que fundamentem a adoção de recursos naturais de
promoção e recuperação da saúde no atendimento do nutricionista;

36
A necessidade de regulamentar a prática da fitoterapia como estratégia
complementar da prescrição dietética, para preservar e promover a atuação
técnica e ética do nutricionista,

RESOLVE:

Art. 1º Regulamentar a prática da Fitoterapia pelo nutricionista atribuindo-lhe as


competências definidas na presente Resolução.

Art. 2º O Nutricionista poderá adotar a fitoterapia para complementar a sua


prescrição dietética somente quando os produtos prescritos tiverem indicações
de uso relacionadas com o seu campo de atuação e estejam embasadas em
estudos científicos ou em uso tradicional reconhecido.

Parágrafo único. Ao adotar a Fitoterapia o nutricionista deve basear-se em


evidências científicas quanto a critérios de eficácia e segurança, considerar as
contraindicações e oferecer orientações técnicas necessárias para minimizar os
efeitos colaterais e adversos das interações com outras plantas, com drogas
vegetais, com medicamentos e com os alimentos, assim como os riscos da
potencial toxicidade dos produtos prescritos.

Art. 3º A competência para a prescrição de plantas medicinais e drogas vegetais


é atribuída ao nutricionista sem especialização, enquanto a competência para
prescrição de fitoterápicos e de preparações magistrais é atribuída
exclusivamente ao nutricionista portador de título de especialista ou certificado
de pós-graduação lato sensu nessa área.

Art. 3º O exercício das competências do nutricionista para a prática da


Fitoterapia como complemento da prescrição dietética deverá observar
que: (nova redação do “Art. 3º” dada pela Resolução CFN nº 556/2015)

I. a prescrição de plantas medicinais e chás medicinais é permitida a todos os


nutricionistas, ainda que sem título de especialista; (item “I” incluído pela
Resolução CFN nº 556/2015)

II. a prescrição de medicamentos fitoterápicos, de produtos tradicionais


fitoterápicos e de preparações magistrais de fitoterápicos, como complemento
de prescrição dietética, é permitida ao nutricionista desde que seja portador de

37
título de especialista em Fitoterapia, observado o disposto no § 4º deste
artigo. (item “II” incluído pela Resolução CFN nº 556/2015)

§ 1º O reconhecimento da especialidade nessa área será objeto de


regulamentação a ser baixada pelo CFN, em conjunto com a Associação
Brasileia de Nutrição (ASBRAN). (conforme o “Art. 3º” da Resolução CFN nº
556/2015 “o CFN celebrará, com a ASBRAN, instrumento jurídico de cooperação
destinado a atender o disposto no § 1º do art. 3º da Resolução CFN nº 525, de
2013, e a garantir os recursos institucionais, humanos, inclusive jurídicos, e
financeiros necessários ao desempenho, pela ASBRAN, das atividades
inerentes ao reconhecimento da especialidade Fitoterapia”)

§ 2º Somente será exigido o cumprimento do disposto no caput deste artigo após


três anos de vigência desta Resolução, contados a partir da data de sua
publicação.

§ 2º Somente será exigido o cumprimento do disposto no caput deste artigo após


três anos de vigência da Resolução CFN nº 556/2015, contados a partir da data
de sua publicação. (novo período do “§ 2º” dado pela Resolução CFN nº
556/2015, publicada em 14 de maio de 2015)

§ 3º É recomendado aos Cursos de Graduação em Nutrição que incluam em sua


matriz curricular conteúdos com carga horária compatível com a capacitação
para a prescrição de plantas medicinais e drogas vegetais.

§ 4º Para a outorga do título de especialista em Fitoterapia, a Associação


Brasileira de Nutrição (ASBRAN), atendido o disposto no § 1º deste artigo,
adotará regulamentação própria, a ser amplamente divulgada aos interessados,
prevendo os critérios que serão utilizados para essa titulação. (item “§ 4º”
incluído pela Resolução CFN nº 556/2015)

§ 5º Na regulamentação de que trata o § 1º deste artigo, serão considerados,


como parâmetros, os componentes curriculares mínimos da base teórica, da
teoria aplicada e da prática, além da experiência profissional na área, que
capacitem o nutricionista para o exercício das seguintes competências: (item “§
5º” incluído pela Resolução CFN nº 556/2015)

38
1. identificar indicações terapêuticas da fitoterapia na prevenção de agravos
nutricionais e de saúde e na promoção ou recuperação do estado nutricional de
indivíduos e coletividades;

2. identificar o processo produtivo das plantas medicinais, chás medicinais,


medicamentos fitoterápicos, produtos tradicionais fitoterápicos e preparações
magistrais de fitoterápicos;

3. reconhecer e indicar processos extrativos e formas farmacêuticas adequadas


à prática da fitoterapia aplicada à nutrição humana;

4. reconhecer e adotar condutas que permitam minimizar os riscos sanitários e


a toxicidade potencial da fitoterapia e potencializem os efeitos terapêuticos
dessa prática, considerando as interações entre os fitoterápicos e entre estes e
os alimentos e os medicamentos;

5. cumprir de maneira plena e ética o que determinam os artigos 5º e 7º


da Resolução do CFN nº 525, de 2013;

6. cumprir a legislação e, sempre que houver, os protocolos adotados em


serviços de saúde que oferecem a fitoterapia;

7. inserir o componente de sua especialidade na proposta terapêutica individual


ou coletiva, adotada por equipes multiprofissionais de atendimento à saúde;

8. valorizar as práticas sustentáveis adotadas nos processos produtivos e nas


pesquisas;

9. identificar fontes de informações científicas e tradicionais que permitam


atualização contínua e promovam práticas seguras da fitoterapia em nutrição
humana;

10. acompanhar e promover o desenvolvimento de pesquisa na área da


fitoterapia, analisando criticamente a produção científica dessa área.

Art. 4º A competência do nutricionista para atuar na Fitoterapia não inclui a


prescrição de produtos sujeitos à prescrição médica, seja na forma de drogas
vegetais, de fitoterápicos ou na de preparações magistrais.

39
Art. 5º A prescrição de plantas medicinais ou drogas vegetais deverá ser legível,
conter o nome do paciente, data da prescrição e identificação completa do
profissional prescritor (nome e número do CRN, assinatura, carimbo, endereço
e forma de contato) e conter todas as seguintes especificações quanto ao
produto prescrito:

I. nomenclatura botânica, sendo opcional incluir a indicação do nome popular;

II. parte utilizada;

III. forma de utilização e modo de preparo;

IV. posologia e modo de usar;

V. tempo de uso.

Art. 6º Na prescrição de plantas medicinais e drogas vegetais, considerar que


estas devem ser preparadas unicamente por decocção, maceração ou infusão,
conforme indicação, não sendo admissível que sejam prescritas sob forma de
cápsulas, drágeas, pastilhas, xarope, spray ou qualquer outra forma
farmacêutica, nem utilizadas quando submetidas a outros meios de extração,
tais como extrato, tintura, alcoolatura ou óleo, nem como fitoterápicos ou em
preparações magistrais.

Parágrafo único. Partes de vegetais quando utilizadas para o preparo de bebidas


alimentícias, sob forma de infusão ou decocção, sem finalidades
farmacoterapêuticas, são definidas como alimento e não constituem objeto desta
Resolução.

Art. 7º A prescrição de fitoterápicos e de preparações magistrais, sob


responsabilidade do nutricionista detentor de título de especialista outorgado
pela ASBRAN e registrado no Conselho Regional onde mantem inscrição
principal, deverá atender às exigências dos artigos 4º e 5º desta Resolução,
acrescentando-se sempre que disponível na literatura científica, a padronização
do marcador da parte da planta prescrita, a forma ou meio de extração, e a forma
farmacêutica, exclusivamente para consumo via oral.

Parágrafo único. A prescrição de preparações magistrais e de fitoterápicos far-


se-á exclusivamente a partir de matérias-primas derivadas de drogas vegetais,

40
não sendo permitido o uso de substâncias ativas isoladas, mesmo as de origem
vegetal, ou das mesmas associadas a vitaminas, minerais, aminoácidos ou
quaisquer outros componentes.

Art. 8º O nutricionista, ao prescrever os produtos objeto desta Resolução, deverá


recomendar os de origem conhecida e com rotulagem adequada às normas da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA.

Art. 9º A prescrição dos produtos objeto desta Resolução exige pleno


conhecimento do assunto, cabendo ao nutricionista responsabilidade ética, civil
e criminal quanto aos efeitos da sua prescrição na saúde do paciente,
considerando as reações adversas, efeitos colaterais e interação com outras
plantas, medicamentos e alimentos assim como os riscos da potencial toxicidade
dos produtos prescritos.

Art. 10. Os casos omissos desta Resolução serão resolvidos pelo Plenário do
Conselho Federal de Nutricionistas.

Art. 11. São partes integrantes desta Resolução os seguintes anexos: Anexo I -
Glossário; e Anexo II - Bibliografia Recomendada.

Art. 12. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-
se a Resolução CFN nº 402, de 2007.

ÉLIDO BONOMO

GLOSSÁRIO

I. Fitoterapia: Método de tratamento caracterizado pela utilização de plantas


medicinais em suas diferentes preparações, sem a utilização de substâncias
ativas isoladas, ainda que de origem vegetal, sob orientação de um profissional
habilitado. Nota: A fitoterapia engloba a utilização de plantas medicinais in
natura, de drogas vegetais, de derivados de drogas vegetais e de medicamentos
fitoterápicos.

41
II. Droga vegetal: Planta medicinal ou suas partes, que contenham substâncias
ou classes de substâncias responsáveis pela ação terapêutica, após processo
de coleta, estabilização e/ ou secagem, podendo ser íntegra, rasurada, triturada
ou pulverizada;

III. Derivado de droga vegetal: Produto de extração da planta medicinal in natura


ou da droga vegetal, podendo ocorrer na forma de extrato, tintura, alcoolatura,
óleo fixo e volátil, cera, exsudato e outros;

IV. Plantas medicinais: Espécie vegetal cultivada ou não, utilizada com


propósitos terapêuticos. Chama-se planta fresca aquela coletada no momento
do uso e planta seca a que foi submetida à secagem, quando se denomina droga
vegetal;

V. Decocção: Preparação que consiste na ebulição da droga vegetal em água


potável por tempo determinado. Método indicado para partes de droga vegetal
com consistência rígida tais como cascas, raízes, rizomas, caules, sementes e
folhas coriáceas;

VI. Infusão: Preparação que consiste em verter água fervente sobre a droga
vegetal e, em seguida tampar ou abafar o recipiente, por período de tempo
determinado. Método indicado para partes da droga vegetal de consistência
menos rígida tais como folhas, flores, inflorescências, e frutos, ou com
substâncias ativas voláteis;

VII. Maceração com água: Preparação que consiste no contato da droga vegetal
com água à temperatura ambiente, por tempo determinado para cada droga
vegetal. Esse método é indicado para drogas vegetais que possuam substâncias
que se degradam com o aquecimento;

VIII. Fitoterápico: Produto obtido de planta medicinal ou de seus derivados,


exceto substâncias isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa.

IX. Preparação magistral: É aquela obtida em farmácia, aplicando-se as boas


práticas de manipulação (BPM), a partir de prescrições de profissionais

42
habilitados ou da indicação pelo farmacêutico e solicitação de compra,
dispensados aos usuários ou à seu responsável e que estabelece uma relação
prescrição-farmacêutico-usuário.

X. Posologia: Descreve a dose de um medicamento, os intervalos entre as


administrações e a duração do tratamento (Resolução RDC nº 134 de
13/07/2001).

XI. Forma Farmacêutica: Estado final de apresentação que os princípios ativos


farmacêuticos possuem após uma ou mais operações farmacêuticas executadas
com ou sem a adição de excipientes apropriados, a fim de facilitar a sua
utilização e obter o efeito terapêutico desejado, com características apropriadas
a uma determinada via de administração.

Nota: Os produtos na forma de cápsulas, comprimidos, xaropes, soluções, ou


em qualquer outra forma farmacêutica, não são necessariamente
medicamentos, pois a definição de medicamentos envolve outros aspectos além
da forma farmacêutica.

Resumindo:

Os fitoterápicos com venda sem prescrição médica são:


Aesculus hippocastanum (castanha-da-índia);
Allium sativum (alho);
Aloe vera (babosa – uso tópico);
Calendula officinalis (calêndula – uso tópico);
Cynara scolymus (alcachofra);
Matricaria recutita (Camomila);
Maytenum ilicifolia (Espinheira-santa);
Melissa officinalis (erva-cidreira);
Mentha piperita (hortelã);
Panax ginseng (ginseng);
Passiflora incarnata (maracujá);
Paullinia cupana (guaraná);
Peumus boldus (boldo);

43
Pimpinella anisum (erva-doce);
Rhamnus purshiana (cáscara-sagrada);
Salix alba (sabugueiro branco);
Senna alexandrina (Senne);
Symphytum officinale (confrei – uso tópico);
Zinziber officinale (gengibre);
Mikania glomerata (guaco);
Poligala senega (poligala);
Eucalipus globulus (eucalipto);
Arnica montana (arnica);

Fitoterápicos com venda sob prescrição médica:


Arctostaphylos uva-ursi (uva ursi);
Centella asiatica (Centela);
Cimicifuga racemosa (Cimicifuga);
Echinacea purpurea (equinacea);
Gingko biloba (gingko);
Hypericum perforatum (hiperico);
Piper methysticum (Kawa kawa);
Serenoa repens (Saw palmeto);
Tanacetum parthenium (tanaceto);
Valeriana officinalis (Valeriana);
Hamamelis virginiana (Hamamelis);

Sugestão de fórmulas

1. Emagrecimento
Ativo Quantidade Propriedade
Bio CG 100 mg Impede absorção gorduras
Pholia Negra 50 mg Efeito saciedade e reduz gordura abdominal
GarCitrin 500 mg Supressão apetite e oxidação gorduras
Açaí extrato seco 100 mg Antioxidante, garante circulação sanguínea
Modo de Uso: 1 dose ½ hora antes do almoço e janta

44
2. Celulite
Ativo Quantidade Propriedade
Centella asiática 100 mg Função venosa geral e lesão tecido conjuntivo
Gelatina hidrolisada 1000 mg Saúde articular e cartilagens
Modo de Uso: 1 dose 1x ao dia

3. Celulite
Ativo Quantidade Propriedade
Vitamina C 150 mg Precursora do colágeno
Rutina 30 mg Flavonóides, melhora vit C e vasoprotetora
Quercetina 30 mg Flavonóides, otimiza vit C e oxida LDL
Zinco quelado 10 mg Síntese colágeno
Modo de Uso: 2 dose ao dia (desjejum e noite)

4. Celulite
Ativo Quantidade Propriedade
Cavalinha 100 mg Diurético e elasticidade dos tecidos
Centella asiática 150 mg Função venosa geral e lesão tecido conjuntivo
Fucus 150 mg Favorece catabolismo
Modo de Uso: 1 dose 2x ao dia (manhã e tarde)
5. Celulite e Gordura Localizada
Ativo Quantidade Propriedade
Centella asiática 80 mg Função venosa geral e lesão tecido conjuntivo
Citrus Aurantium 150 mg Estimula termogênese
Cafeína 20 mg Estimula lipólise
Arginina 100 mg Vasodilatação
Modo de Uso: 1 dose 3x ao dia

6. Celulite e Gordura Localizada


Ativo Quantidade Propriedade
Quercetina 100 mg Flavonóides, otimiza vit C e oxida LDL
Isoflavona de soja 90 mg Fitoestrogênio
Modo de Uso: 1 dose 2x ao dia

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7. Celulite e Sacietogênica
Ativo Quantidade Propriedade
Colágeno hidrolisado 1000 mg Saúde articular e cartilagens
Gelatina 1000 mg
Modo de Uso: 1 a 5 gomas entre as refeições

8. Sacietogênica e ansiedade
Ativo Quantidade Propriedade
Caseolamina 200 mg Flavonóides, inibidor digestão gorduras
Faseolamina 200 mg Inibe ação alfa-amilase na conversão glicose
Citrus aurantium 250 mg Estimula termogênese
Caralluma fimbriata 200 mg Apetite e inibe enzimas formação gorduras
Slendesta 300 mg Inibe enzimas que degradam CCK - apetite
Modo de Uso: 1 dose ao dia

9. Emagrecimento e Anti-inflamatório
Ativo Quantidade Propriedade
Óleo de peixe Omega 3 1000 mg Anti-inflamatório e anti aterogênico
Modo de Uso: 1 dose após almoço e jantar

10. Anti-inflamatório
Ativo Quantidade Propriedade
Cúrcuma 450 mg Bloqueia citocinas pró inflamatórias e inibe TNF alfa
Extrato de cúrcuma 50 mg
Modo de Uso: 1 dose após almoço e jantar

11. Antienvelhecimento
Ativo Quantidade
Resveratrol 100 mg
Semente de uva 100 mg
Quercetina 100 mg
Pomegranate 100 mg
Licopeno 5 mg

46
12. Clareamento de pele e olheiras
Ativo Quantidade
Selênio 30 mcg
Zinco 5 mg
Fósforo 50 mg
Magnésio ascorbato 150 mg

13. Antioxidante e Antienvelhecimento


Ativo Quantidade
Vitamina C 500 mg
Vitamina E 100 UI
Betacaroteno 10 mg
Cobre 2 mg
Zinco 20 mg
Coenzima Q10 30 mg
Selênio 200 mcg

14. Antioxidante e Antienvelhecimento


Ativo Quantidade
Exsynutriment 100 mg
Vitamina C 200 mg
Licopeno 5 mg
Magnésio 100 mg
Vitamina E 100 UI

15. Antioxidante e Antienvelhecimento


Ativo Quantidade
Bio-Arct 150 mg
Exsynutriment 100 mg
Vitamina C 150 mg
Licopeno 5 mg
Resveratrol 10 mg

16. Estimuladora do Bronzeado

47
Ativo Quantidade
Urucum 150 mg
Beterraba 150 mg
Betacaroteno 10 mg
Licopeno 5 mg

17. Unhas
Ativo Quantidade Propriedade
Vitamina C 1000 mg Formação colágeno
Biotina 2,5 mg Crescimento celular
Cisteína 300 mg Formação estrutural
Modo de Uso: 1 dose ao dia

18. Unhas - sache


Ativo Quantidade Propriedade
Acido Ortosilícico 150 mg Síntese colágeno e elastina
Colágeno hidrolisado 5 g Regeneração e estrutural
Modo de uso: 1 sache por dia

19. Unhas e Cabelo


Ativo Quantidade Propriedade
Metionina 200 mg Estrutural na matriz
Cisteína 80 mg Estrutural na matriz
Cistina 25 mg Afeta positivamente os processos melano-genéticos
Biotina 0,2 mg Crescimento celular
Gelatina 25 mg Regerenação e estrutural
Vitamina B2 1 mg
Modo de uso: 2 cápsulas por dia

20. Cicatrização
Ativo Quantidade
Colágeno 10g
Vitamina C 100 mg
Zinco 40 mg

48
Prolina 250 mg
Arginina 1 g
Glutamina 2 g

21. Acne
Ativo Quantidade Propriedade
Zinco 5 mg Antiinflamatório
Vitamina A 2500 UI Baixo nível
Vitamina E 250 UI Biodisponibilidade vit A
Modo de Uso: 1 dose 2x ao dia, depende grau

22. Melasma
Ativo Quantidade Propriedade
Vitamina C 100 mg Antioxidante
Polypodium 200 mg Fotoprotetor, estrutura tec
Niacina 30 mg Transporte melanossomo
Zinco 10 mg Antioxidante
Modo de Uso: 1 dose 1x ao dia

23. Melasma
Ativo Quantidade Propriedade
Vitamina A 2500 UI Antioxidante
Vitamina D 250 UI Diferenciação células basais
Zinco 10 mg Antioxidante
Selênio 100 mcg Ativa glutationa peroxidase
Modo de uso: 1 dose 2x ao dia (nunca à noite)

24. Melasma
Ativo Quantidade Propriedade
Zinco 5 mg Antioxidante
Selênio 30 mcg Ativa glutationa peroxidase
Fósforo 50 mg Dispersar depósito ferro
Magnésio 150 mg Dispersar depósito ferro

49
Modo de uso: 1 dose 2x ao dia por 6 mes

50
REFERÊNCIAS

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abordagem de direitos humanos no desenho das políticas públicas para
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