O documento discute o conceito de modelo assistencial em saúde e seus desafios para a atenção básica no Brasil. Aponta que o modelo biomédico exerce influência nas práticas de saúde e que a Estratégia Saúde da Família tem promovido maior acesso, mas ainda precisa superar problemas como a centralidade no corpo e falta de integralidade. Os principais desafios são a formação inadequada dos profissionais e a dificuldade em relacionar saúde e determinantes sociais.
O documento discute o conceito de modelo assistencial em saúde e seus desafios para a atenção básica no Brasil. Aponta que o modelo biomédico exerce influência nas práticas de saúde e que a Estratégia Saúde da Família tem promovido maior acesso, mas ainda precisa superar problemas como a centralidade no corpo e falta de integralidade. Os principais desafios são a formação inadequada dos profissionais e a dificuldade em relacionar saúde e determinantes sociais.
O documento discute o conceito de modelo assistencial em saúde e seus desafios para a atenção básica no Brasil. Aponta que o modelo biomédico exerce influência nas práticas de saúde e que a Estratégia Saúde da Família tem promovido maior acesso, mas ainda precisa superar problemas como a centralidade no corpo e falta de integralidade. Os principais desafios são a formação inadequada dos profissionais e a dificuldade em relacionar saúde e determinantes sociais.
Resenha Crítica FERTONANI, H. P.; DE PIRES, D. E. P.; BIFF,D.; SCHERER M. D.dos A. Modelo assistencial em saúde: conceitos e desafios para a atenção básica brasileira, In: Ciência e Saúde Coletiva, 2015. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/csc/a/ZtnLRysBYTmdC9jw9wy7hKQ/?lang=pt>
Modelo assistencial em saúde: conceitos e desafios para a atenção básica brasileira
O artigo em análise trata de uma reflexão teórica que objetivou o resgate o
debate conceitual sobre o modelo assistencial em saúde e seus desafios para a atenção básica no Brasil. O artigo afirma que o estudo realizado, caracteriza os diversos conceitos e terminologias relacionados a expressão modelo assistencial e mostra que a saúde da família tem promovido uma ampliação de acesso incorporação de acolhimento e humanização das práticas. Diversas são as discussões que tratam das formas de organização das práticas de saúde. Contudo dois enfoques principais se destacam: o entendimento conceitual da expressão "modelo assistencial" e e suas concepções terminológicas, e a ideia do que poderia ser um novo modelo de saúde orientado pelos princípios e diretrizes do sistema único de Saúde (SUS), bem como as dificuldades apresentadas nas propostas que implicam em sua implantação no Brasil, principalmente após aprovação das leis orgânicas da Saúde número 8080 e nº 8142 de 1990, que instituíram o SUS e o controle social. O que se entende pelo "modelo biomédico" exerce influência direta o modo como as organizações dos serviços e a produção científica em saúde tenha ocorrido até agora, assim como na forma como os profissionais de saúde recebem formação. Entretanto, diferentes países percebem de diferentes formas seus modelos biomédicos. Assim sendo, se instala uma hegemonia de tal modelo, que instaura críticas de relevância internacional a partir da década de 70, o que ocorre também no Brasil, demonstrando maior intensidade na segunda metade dos anos 80. Inicialmente o modelo estrangeiro foi adotado e reconhecido, bem como incorporado aos serviços de Saúde pública, por apresentar maiores benefícios Todavia, de forma limitada, essa aplicação apesar de reconhecida incorporada devido aos seus benefícios para promover o alívio da dor e o tratamento de muitas doenças, evidenciando o foco no indivíduo indiferenciado e predominantemente com intervenção no seu corpo e na parte afetada com ênfase nas ações e no tratamento das doenças. Outros aspectos semelhantes são, análise de forma rasa dedicada aos determinantes do processo saúde e doença e das escolhas sobre sua implantação. Do Assim sendo, na década de 80 com os movimentos anti-ditadura pró-democracia que buscavam a implantação desse modelo, em função dos altos custos com serviços de Saúde até então vigentes. Desse jeito, após a promulgação da Constituição de 1988, e com a VIII Conferência Nacional de Saúde, o SUS foi finalmente implantado definitivamente no Brasil em 1990. Entretanto, as discussões não perderam força na década de 90 e continuaram em conferências nacionais de saúde, colocando a necessidade da construção de um modelo de atenção para a qualidade de vida, um atendimento humanizado em pauta. Em 2012, o Programa Saúde da Família do Ministério da Saúde, posteriormente chamado de Estratégia Saúde da Família (ESF), juntamente com o papel da atenção básica (AB), foram fortalecidos pela Política Nacional Da Atenção Básica (PNAB), trazendo importantes implementações aos princípios do SUS. Esse novo modelo assistencial tinha nas práticas a ordenação orientada pelos determinantes do processo saúde- doença, ao considerar o indivíduo em seu contexto, como parte de grupos, de uma comunidade, incluindo aí ações no campo da Vigilância em Saúde (VS) e da Promoção da Saúde (PS). Com isso criou-se a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), que deu origem ainda ao Programa Saúde na Escola de forma universalizada, ao considerar que o indivíduo precise de atenção e de ligação com a rede de atenção à saúde desde o período escolar. Essas ações foram chamadas de Atenção Básica e Atenção Primária à Saúde. dessa forma a PNAB trata a Saúde da Família como estratégia prioritária para consolidação dá atenção, estando esta sob a responsabilidade do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais de saúde com apoio governamental. Entretanto PNAB apresenta fragilidades nos processos de promoção às mudanças nas práticas assistenciais, o que evidencia que as ações continuam predominantemente "centradas no médico, no tratamento e reabilitação de doenças e com deficiências do trabalho em equipe ". Ademais a identificação de uma não uniformidade no emprego do termo "modelo assistencial", é evidente. Nesse sentido, o artigo analisado objetivo um resgate e a discussão sobre as formulações conceituais desse modelo assistencial em saúde e dos desafios para a atenção básica no Brasil. O primeiro tópico discutido no artigo analisado é: Modelo Assistencial: Denominações e Conceitos. Nele as autoras apontam que a denominação “modelo tecnoassistencial” é utilizada para designar um processo composto por "tecnologia do trabalho em saúde" (MERHY), e a "assistência" é tratada como uma “tecnologia do cuidado” que trabalha por três tipos de arranjos tecnológicos: "tecnologias leves, leve- duras e duras". O autor citado contribui para a discussão acerca da necessidade de mudanças do modelo assistencial hegemônico defendendo que para tal é importante "impactar o núcleo do cuidado, do trabalho vivo sobre o trabalho morto”. Assim sendo, um investimento em tecnologias leves do tipo relacionais, que se sentam nas necessidades dos usuários, traduza esse nas normas, equipamentos e materiais . Assim, as autoras discutem conceitos de modelos assistenciais, modelos de atenção ou modos de intervenção em saúde observando que ambos são entendidos de diferentes formas por ocuparem diferentes tipos de tecnologias e tem diferentes finalidades para atender as necessidades de saúde, organizar serviços ou intervir em situações "em função do perfil epidemiológico e da investigação dos danos e riscos à saúde. " Dessa forma, as autoras realizam um desenho de conceitos em torno da temática "modelo assistencial, concluindo que o termo tem diferentes sentidos pois pode designar diferentes aspectos de um fenômeno mais abrangente. Contudo, as autoras apontam que dependendo do contexto social, todos os modelos de assistência representam organizações e serviços para a Saúde em suas práticas que valorizam a vida e os direitos humanos. Em uma segunda seção do trabalho analisado, que encontra-se sobre título Desafios para a Construção de um Modelo Assistencial na Atenção Básica, as autoras reiteram que o modelo Saúde da família (SF), determina a promoção da saúde e assistência em saúde, previstos pela constituição de 1988 e também pelos princípios do SUS dessa forma pode-se entender que é SF encontra-se sob a PNAB, e que o conteúdo da mesma referencias internacionalmente pelo desenvolvimento conceitual que abordam os cuidados primários de saúde. Posteriormente, as autoras abordam o conceito de atenção primária à saúde ou cuidados primários de saúde, desenvolvendo conceitos como a saúde da família. A ESF serve portanto para reafirmar os princípios do SUS. Nesse sentido as autoras apontam três desafios principais para o modelo assistencial vigente. O primeiro deles é a de centralidade das ações dos cuidados do corpo biológico no diagnóstico e tratamento de patologias. O segundo grande desafio, encontrado na literatura, refere-se às dificuldades na implantação da integralidade, independente da perspectiva de entendimento multidimensional do ser humano, isto é, do seu contexto. Em terceiro lugar, a formação inadequada ou insuficiente para o trabalho na saúde da família, se destaca. Ademais, um outro desafio importante refere-se a necessidade de superação de significativos déficits nas condições de trabalho. Assim, as dificuldades de relacionar os profissionais de saúde com suas comunidades se tornam ainda, um quinto desafio. Após elencarem os principais desafios para o modelo assistencial anteriormente conceituado pelas autoras, estas concluem que este esteja orientado para a integralidade e as necessidades ampliadas de Saúde, relacionados aos princípios do SUS, e que a busca pela superação dos problemas decorrentes dessa hegemonia da biomedicina refere-se a um dos principais desafios que o sistema de saúde brasileiro tenha atualmente. As autoras evidenciam que essas características são muito discutidas nas produções acadêmicas, em conferências e congressos sobre saúde, e nas políticas públicas. Nesse sentido, a ESF em sua consolidação, ainda precisa superar muitos problemas mesmo com a ampliação do acesso e da promoção de programas de atenção à saúde da criança, da mulher, atendimento pré-natal de baixo risco puericultura, além do cuidado de doenças crônicas e ao idoso. Mesmo assim as autoras identificaram também que o modelo biomédico hegemônico exerce grande influência nas práticas assistenciais, mesmo diante de propostas de políticas públicas relevantes para o tema. Entende-se portanto que a implementação de um novo modelo assistencial no Brasil aborda novas perspectivas teóricas e implementação de políticas públicas sobre ele o que revelam grandes desafios que precisam ser assimilados pelo serviço de saúde oferecido pelo governo federal. Nesse sentido, penso que muito há o que melhorar ainda no sistema de Saúde público brasileiro. Apesar de saber que este seja um sistema eficiente e internacionalmente invejado, ainda apresenta falhas que podem ser sanadas por meio da implementação de políticas públicas e da discussão dos problemas de forma mais aberta e democrática incluindo a população nas decisões. BOA VISTA, RR 2021
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