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ACOLHIMENTO HUMANIZADO AOS PACIENTES COM HIV/AIDS EM UMA

UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE BOA VISTA, RORAIMA

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 03
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA................................................ 04
2 OBJETIVOS............................................................................................. 05
2.1 OBJETIVO GERAL................................................................................... 05
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................... 05
3 JUSTIFICATIVA....................................................................................... 06
4 PLANO DE AÇÃO.................................................................................... 07
REFERÊNCIAS........................................................................................ 10
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1 INTRODUÇÃO

Ao acolher e atender pacientes com o vírus HIV/Aids, se faz importante um


resgate do significado do acolhimento, “valorizando pequenos atos de
solidariedade, agindo com humanização na assistência prestada” (VASCONCELOS
et al, 2013, p. 06). Nesse sentido, o que se percebe na realidade da saúde
brasileira mostra um distanciamento entre o que a legislação preconiza e o contexto
existente na saúde pública, onde, conforme Benevides e Passos (2004), muitas
vezes, a própria equipe de servidores, diante da falta de apoio e escassez de
recursos, não percebe a importância que um atendimento humanizado representa,
priorizando técnicas e procedimentos que não elegem a valorização do paciente
como ser humano.
A Constituição Federal Brasileira de 1988 assegura em seu artigo 196 a
responsabilidade das esferas em oferecer atendimento de saúde à população de
forma igualitária, promovendo a prevenção e assistência à saúde dos brasileiros. A
legislação, ao longo do tempo, tem procurado promover a democratização da
saúde. A exemplo disso estão a lei 8.080/90 e a Política Nacional de Humanização
da Assistência Hospitalar (PNHAH). Esse conjunto de normativas e diretrizes que o
Ministério da Saúde construiu para aproximar quem acolhe (servidores) de quem é
acolhido (os pacientes).
Assim, o documento denominado Humaniza SUS preconiza que a
humanização enquanto política de acolhimento e atendimento deve ser
considerada de medida transversal, na qual ocorre a troca de saberes, diálogo e
considerações entre servidores e pacientes (BRASIL, 2002). Nesse sentido, é
fundamental a existência de organização nos serviços de acolhimento e
atendimento aos pacientes com HIV/Aids na rede pública de saúde, no qual os
servidores incorporem à sua rotina a preocupação de identificar situações de
pacientes em situação de vulnerabilidade maior, assegurando-lhes um acolhimento
e um atendimento humanizado e resolutivo (BRASIL 2006).
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1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

O acolhimento a pacientes com HIV/Aids relaciona-se diretamente à


possibilidade destes aderirem ao tratamento necessário. O diálogo e a empatia
podem ser a chave para que o paciente sinta-se mais a vontade para procurar
auxílio, diminuindo o risco de que este sofra qualquer tipo de discriminação.
Sendo possível de ser realizada por qualquer membro da equipe
multidisciplinar, isto é, não apenas pelos médicos, mas por psicólogos, enfermeiros,
assistentes sociais, entre outros, o acolhimento inicial pode representar a chance do
paciente esclarecer suas dúvidas e perceber-se enquanto paciente em situação de
vulnerabilidade ou de risco. Ainda, é no acolhimento que profissional e paciente
estabelecem vínculos empáticos, que podem vir a estimular o paciente ao
comparecimento e continuidade às sessões de tratamento.
Para o profissional de saúde, o acolhimento também é relevante pois o auxilia
na compreensão das dificuldades do paciente, o que o leva à realização de um
atendimento cada vez maior, uma vez que este precisa ter em mente quão
importante é manter o entendimento acerca de questões de estigmas e
discriminações que possam afetar o seu paciente. Desse modo, a proposta
apresentada levanta uma discussão sobre o acolhimento humanizado. Nesse
sentido, se pretende discutir de que modo o acolhimento humanizado pode
contribuir para o atendimento dos pacientes com HIV/Aids em uma Unidade de
Saúde Familiar da rede pública de Boa Vista, RR?
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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Investigar a importância que o acolhimento humanizado tem no atendimento


aos pacientes com HIV/Aids em uma Unidade de Saúde da Família da rede pública
de Boa Vista, RR.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Identificar os processos e protocolos de acolhimento no atendimento de


pacientes com HIV/Aids, em uma Unidade de Saúde da Família que faça
parte da rede pública de atendimento à saúde de Boa Vista, RR;
 Discutir o paralelo existente entre o que preconiza a Política Nacional de
Humanização e o que ocorre na prática do acolhimento aos pacientes com
HIV/Aids;
 Problematizar a importância do acolhimento humanizado aos pacientes com
HIV/Aids, na visão daqueles que realizam o acolhimento desses pacientes.
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3 JUSTIFICATIVA

A Política Nacional de Humanização, PHN, coloca em prática os


princípios das rotinas dos serviços de atendimento na saúde, oferecendo
mudanças nas práticas de gestão e cuidado. Dessa forma, a PNH atua como
uma agente estimulador da comunicação entre os principais elementos do
atendimento na saúde pública: gestores, servidores e usuários, a fim de
construir ações coletivas de enfrentamento de situações que demandam
atenção e respeito ao paciente.
No caso dos pacientes com HIV/Aids, a humanização representa
grande importância desde a comunicação do diagnóstico até o tratamento
efetivo. Assim, este projeto se justifica por querer compreender como ocorre
o acolhimento humanizado aos pacientes com HIV/Aids em uma Unidade de
Saúde Familiar, que funciona sob a coordenação da Secretaria dde Saúde
Municipal de Boa Vista, Roraima. Tal acolhimento é realizado por servidores,
capacitados e preparados para a realização dessas ações, a fim de atender a
esse público tão específico com o respeito e a dignidade que lhes é de
direito.
Nesse sentido, esta proposta visa fornecer subsídios para a
compreensão da relevância que o acolhimento humanizado representa tanto
para os servidores quanto para os pacientes atendidos na USF que será
observada.
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4 METODOLOGIA

Este projeto pretende realizar estudo exploratório com abordagem


qualitativa, realizado com funcionários de uma USF, responsáveis por acolher e
proporcionar o primeiro atendimento aos pacientes com HIV/Aids em uma
unidade de saúde da rede pública de Boa Vista, Roraima.
Gerhardt e Silveira (2009, p.35) entendem que o estudo exploratório é
aquele que objetiva familiarizar o pesquisador com o problema, permitindo que
o torne explícito e que possa construir hipóteses a seu respeito.
A grande maioria dessas pesquisas envolve: (a) levantamento
bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências
práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos
que estimulem a compreensão (GIL, 2007 apud GERHARD;
SILVEIRA, 2009, p. 35).

Dessa forma o estudo exploratório do tipo estudo de caso se encaixa


melhor nesta proposta de pesquisa, uma vez que esta visa a análise da
percepção de importância e/ou relevância de um procedimento na área de
saúde, com base nas opiniões e vivências de servidores e pacientes, além,
evidentemente, da legislação em vigência.
Sobre a abordagem qualitativa, Minayo (2004, p. 21) considera que este
seja inerente à pesquisa que “trabalha com universo de significados, motivos,
aspirações, crenças, valores e atitudes, que corresponde a um espaço mais
profundo das relações dos fenômenos que não podem ser reduzidos à
operacionalização de variáveis”. Assim, a pesquisa ora proposta atende aos
requisitos de uma pesquisa qualitativa pois não pretende quantificar números
de pacientes atendidos e sim analisar de forma descritiva os procedimentos do
acolhimento humanizado aos pacientes com HIV/Aids em uma USF de Boa
Vista, Roraima.
Atendendo a essa metodologia, acredita-se alcançar os objetivos do
trabalho.
Os participantes desta pesquisa serão os servidores da equipe de
enfermagem e funcionários que trabalhem no acolhimento humanizado aos
pacientes, bem como os próprios pacientes com HIV/Aids atendidos na USF
pesquisada.
O método a ser utilizado para a coleta de informações e dados para este
estudo será o da entrevista semiestruturada dirigida aos funcionários do
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acolhimento aos pacientes com HIV/Aids. A referida entrevista será composta


por questões abertas que buscarão captar os conhecimentos que os servidores
possuem sobre as práticas humanizadas no acolhimento dos pacientes com
HIV/Aids. Ainda, da mesma forma, uma entrevista será direcionada aos
pacientes que concordarem em participar deste estudo, a fim de registrar as
suas percepções sobre a importância e/ou relevância que o acolhimento
humanizado representa aos pacientes com HIV/Aids.
A coleta dos dados ocorrerá mediante aprovação do estudo pelo
Comitê de Ética da Secretaria de Saúde Municipal de Boa Vista. Será
assegurada a privacidade das informações obtidas por este estudo.
Além disso, só serão realizadas as coletas mediante o consentimento
dos envolvidos: servidores e pacientes. As informações obtidas nas
entrevistas ficarão guardadas com a dos participantes que terão suas
identidades preservadas. Para tanto serão dados nomes fictícios, pela
pesquisadora aos participantes.
Trata-se, portanto, da proposição de uma pesquisa-ação na qual
serão observados os procedimentos de atendimento humanizado a esses
pacientes em uma Unidade de Saúde Familiar, bem como serão propostas
mudanças nas ações dos atendentes e agentes de saúde quando lidarem
com o público-alvo deste estudo. Diante disso, entende-se que a pesquisa-
ação seja uma metodologia de resolução de problemas sociais, ao mesmo
tempo que seja também uma investigação científica e teórica sobre o
mesmo problema.Sobre isso, Melo, Maia Filho e Chaves (2016) refletem:

Envolve não apenas estudar o problema in loco, mas participar


do problema. Observar, descrever, analisar e devolver a escuta
na busca do conhecimento. Os objetos da pesquisa-ação são os
sujeitos resolvendo seus próprios problemas para aprender a se
apropriar de sua realidade. A comunidade se torna, assim, o
próprio pesquisador em ação mediado pelo proponente inicial da
pesquisa (MELO; MAIA FILHO: CHAVES, 2016).

Para Gil (2012), a pesquisa-ação e a pesquisa participante apresentam


as seguintes características em comum: são modelos alternativos de pesquisa
que vem sendo propostos com o objetivo de obter resultados socialmente
relevantes; caracterizam- se pelo envolvimento do pesquisador e pesquisado; o
relacionamento entre pesquisador e pesquisado não se dá como mera
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observação do primeiro pelo segundo, mas ambos acabam identificando-se,


sobretudo, quando os objetivos são sujeitos sociais também. Nesse sentido, ao
intervir e propor modificações no protocolo de atendimento existente, o
pesquisador estará contribuindo e participa do ativamente do processo.
Segundo Le Boterf (1984), na pesquisa participante a população envolvida
objetiva identificar seus problemas, analisá-los e buscar as soluções
adequadas. Os participantes não têm suas funções resumidas a delegação de
tarefas, pois todos são detentores do conhecimento produzido e
colaboradores na pesquisa.
Após a observação, plicar-se-ão as técnicas de pesquisa de entrevista
junto aos atendentes e profissionais envolvidos no atendimento desses
pacientes específicos. Dessa maneira, este estudo se conduzirá através de
uma pesquisa de cunho bibliográfico e investigativo e se desenvolverá através
de observação, conversas informais com atendentes e pacientes, entrevista
com atendentes e estudos de artigos já publicados com base na mesma
temática abordada.

Elementos éticos envolvidos no seu estudo


Todos os envolvidos na pesquisa precisarão ceder autorização de
uso de seus depoimentos por meio do Termo de Livre Consentimento, TLC, a
ser aplicado quando iniciar a fase de pesquisa de campo desta investigação, a
fim de garantir total lisura a este estudo.

Forma de produção de dados


Aplicação de técnica de entrevista semiestruturada junto aos atendentes
e profissionais que trabalham diretamente com as pacientes soropositivos, com
HIV/AIDS na USF analisada. Análise de documentos cedidos pela USF como
formulários de atendimento, estimativas e gráficos, por exemplo.
Forma de análise e apresentação dos dados
Análise documental e triangulação com os dados obtidos em entrevistas
e dados teóricos levantados durante a fase de pesquisa bibliográfica do
estudo a fim de se traçar um panorama do atendimento aos pacientes
soropositivos com HIV/AIDS em Boa Vista, capital roraimense, tomando como
base, dados de uma USF.
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REFERÊNCIAS

ARAÚJO, L. Z. S. Aspectos éticos da pesquisa cientifica. Pesquisa


Odontológica Brasileira, São Paulo, v. 17, n. 1, p. 54-63, 1998.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento


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4. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2007.

. Ministério da Saúde. Manual do Programa Nacional de


Humanização da Assistência Hospitalar-PNHAH. Brasília: Ministério da
Saúde, 2002.

GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6 ed. São Paulo: Atlas,


2012.

LE BOTER, G. Pesquisa participante: Propostas e reflexões


metodológicas. In: BRENDÃO, C. H. et. al. Repensando a pesquisa
participante. São Paulo: Brasiliense.1984.

MELO, A.S.E; MAIA FILHO, O.N; CHAVES, H.V. Lewin e a pesquisa-ação:


gênese, aplicação e finalidade. Revista de Psicologia, v. 28, n. 1, p. 153-159,
jan.- abr. 2016.

MENDONÇA MHM, MATTA GC, GONDIM R, GIOVANELLA L, organizadores.

Atenção primária à saúde no Brasil:conceitos, práticas e pesquisa. Rio de


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MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em


saúde. 8. ed. São Paulo: Hucitec, 2004.

MUNARI, D. B.; LUCCHESE, R.; MEDEIROS, M. Reflexões sobre o uso de


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Cuidado Saúde, v.8, n.1, p.48-54, 2009.

SOUZA, Camila Alves de. Enfermagem na Educação e Humanização ao


portador do HIV/ Camila Alves de Souza. Fundação Educacional do Município
de Assis – FEMA- Assis, 2010.

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