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CURSO DE MEDICINA PORTFÓLIO REFLEXIVO

DE APRENDIZAGEM PAPP

Aluno(a): Jorge Hugo Corico Chavez.


Termo: 1° Termo.
Preceptor: Mariana Alarcon.
Período do PAPP: Manhã.
USAFA: Vila Edna.
ATIVIDADE SEMANAL
Data 26 / 10 / 2021
Professor/Preceptor: Mariana Alarcon
TEMA: Acolhimento do Paciente

1° Momento: Reunião com os ACS.


Começamos o dia com uma reunião com os ACS para aquisição de dados
estatísticos para o projeto de territorialização.
Cada ACS das diferentes áreas, passaram dados da quantidade de famílias,
pessoas, Hipertensos, Diabéticos, Tuberculosos e Gestantes para nosso
conhecimento e respectiva elaboração da problematização, todas as duvidas para a
elaboração do projeto foram respondidas com ajuda da nossa preceptora.

Fonte: Mariana Alarcón, 2021. Fonte: Mariana Alarcón, 2021.

2° Momento: Vivenciar os setores da Usafa – Acolhimento.


O setor que vivenciei junto a meus colegas Thais e Pedro foi o Acolhimento aos
pacientes e a forma de atendimento que temos que ter com cada um deles
dependendo do motivo da visita.
O primeiro acolhimento que tivemos foi de uma paciente com problema urinário
(infecção urinária), com queixas de dor ao urinar, apresentando exames laboratoriais
anteriores na qual foi constatado Leucócitos elevados (132.000).
Foi registrado todos os dados e especificações laboratoriais da paciente no
prontuário dela, assim como a data e horario, para posteriormente ser encaminhada
com o médico responsável para realização dos respectivos exames específicos e
medicação da paciente.
O segundo acolhimento que tivemos foi de uma paciente que apresentou os exames
laboratoriais, na qual constatava glicose elevada (diabetes) e hipertensão, também
observamos a receita de medicamentos que a paciente faz uso (atenolol, enalapril).
A paciente também mostrou a cicatriz da retirada dos pontos da exclusão de uma
pinta no ombro.
Foi registrado todo no prontuário da paciente e respectivamente encaminhada para
atendimento com o médico responsável.
O terceiro acolhimento que tivemos foi de um paciente com problema de coceira e
erupção vermelhas no corpo (alergia). Foi apresentado pelo paciente exames
laboratoriais na qual constatava todos os exames normais.
Foi registrado no prontuário do paciente e encaminhado ao médico responsável para
os devidos exames e encaminhamento específicos.
O quarto acolhimento que tivemos foi de uma paciente que realizou teste rápido de
HIV, Sífilis e Hepatite C. Foi preparado os matérias específicos com os devidos
cuidados de higienização e ética medica, explicando a paciente o método para
realizar o teste e a leitura da mesma com todos os protocolos médicos.

Fonte: Mariana Alarcón, 2021.


3° Momento: Fechamento
Abordamos sobre tudo o que vivenciamos no acolhimento e demais setores em que
os grupos foram distribuídos. Foi discutido sobre as expectativas que tivemos e o
quão gratificante e importante para o nosso desenvolvimento profissional. Ao termino
de todas as vivencias, a nossa preceptora fez o fechamento do nosso dia na Usafa.

Discussão do Caso com Fundamentação Teórica


O acolhimento teve seu início com as propostas de reorientação da atenção à
saúde, sendo o mesmo peça chave para a reorganização da assistência em diversos
serviços de saúde, direcionando a modificação do modelo tecno-assistencial.
Aurélio descreve acolher como: “dar acolhida a; dar agasalho a; dar crédito a; dar
ouvidos a; admitir, aceitar, receber; tomar em consideração” (Ferreira, 1986, 12p).
Segundo Hennington (2005) “o acolhimento é um dispositivo que vai muito além da
simples recepção do usuário numa unidade de saúde, considerando toda a situação
de atenção a partir de sua entrada no sistema”.
O acolhimento sugere a inversão da lógica de organização e funcionamento do
serviço de saúde, com base na oferta de atendimento a todas as pessoas que o
procuram. Ele está baseado em três princípios: acessibilidade universal;
reorganização do processo de trabalho descentralizando-o, para formação de uma
equipe multiprofissional; e a qualificação da relação profissional - usuário a partir de
métodos humanitários de solidariedade e cidadania (CAMPOS et al., 2009).
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2003) o acolhimento estabelece ligação
concreta e de confiança entre o usuário ou potencial usuário com a equipe ou
profissional de saúde, sendo indispensável para se atender aos princípios
orientadores do Sistema Único de Saúde (SUS).
O acolhimento deve ser efetuado em todos os âmbitos do atendimento de saúde e
durante todo o tempo, da recepção ao atendimento propriamente dito aos cidadãos.
Para a efetivação do acolhimento exige-se uma postura adequada de escuta
qualificada e conhecimento do serviço local e do serviço referenciado para os
encaminhamentos que se fizerem necessário. O profissional deve estar ciente do
caráter voltado para a responsabilidade e para resolutividade do caso em questão,
pois isto engloba a base da proposta do acolhimento. Assim sendo, o acolhimento
diz respeito à escuta de problemas do usuário, de forma qualificada, dando-lhe
sempre uma resposta positiva e responsabilizando-se pela resolução do seu
problema, ampliando assim a capacidade da equipe de melhor utilizar o potencial
dos diversos integrantes da mesma (BRASIL, 2006).
O acolhimento favorece a concepção de uma ligação de confiança e compromisso
dos usuários com a equipe e os serviços, sendo uma ação fundamental para a
humanização do SUS e depende unicamente dos profissionais inseridos na rede de
Atenção Básica.
O acolhimento deve ser visto como um dispositivo potente para se atender os
princípios e diretrizes estabelecidos pelo SUS, pois o mesmo facilita a
acessibilidade, favorece o desenvolvimento de vínculo entre equipe e população.
Baseado nele pode-se questionar o processo de trabalho e ressalta a integralidade,
dentre outros benefícios que identificaremos no decorre deste trabalho (SOUZA et
al., 2008).
Para se implantar um acolhimento efetivo nas diversas unidades deve-se partir do
principio da própria falta de conscientização dos profissionais da atenção básica de
saúde quanto à importância do acolhimento e o não reconhecimento dos mesmos
dos benéficos adquirido com a realização do acolhimento, esta problemática deve
ser trabalhada como ponto de partida.
Os princípios norteadores para a efetivação de uma ação acolhedora devem ser:
 Atendimento à toda a demanda;
 Escuta sensível e qualificada;
 Organização do fluxo de atendimento em conjunto com as unidades básicas
de saúde.
As atividades a serem realizadas para que o acolhimento seja implantado são:
 Ações de sensibilização e capacitação da equipe do hospital para a prática
do acolhimento;
 Designação de profissional de nível médio com compreensão da prática do
acolhimento para a recepção ao usuário;
 A criação de comissão de acolhimento e classificação de prioridades e
riscos, que deveria ser composta por profissionais de nível superior,
responsáveis pela avaliação de risco, com protocolo pré-estabelecido,
objetivando selecionar as prioridades para o preenchimento da reserva
estratégica de vagas, apoiadas em critérios técnicos.
Acolhimento em saúde
Acolhimento em saúde é um conjunto de medidas que se baseia na escuta ativa
para qualificar o atendimento.
Conforme cita esta ficha informativa do Ministério da Saúde, o acolhimento deve
estar presente em todas as interações entre paciente, acompanhante e profissionais
de saúde, lembrando que:
“O acolhimento é uma postura ética que implica na escuta do usuário em suas
queixas, no reconhecimento do seu protagonismo no processo de saúde e
adoecimento, e na responsabilização pela resolução, com ativação de redes de
compartilhamento de saberes.”
Relação entre acolhimento e humanização em saúde
Por se aplicar desde a recepção do paciente, o acolhimento é o primeiro passo para
a humanização do atendimento em saúde.
Daí a presença do acolhimento como diretriz da Política Nacional de Humanização
(PNH) do Sistema Único de Saúde (SUS).
Partindo desse princípio, as equipes de saúde colocam a necessidade do paciente
como norteadora de suas ações.
Assim, ele deixa de ser um número ou ficha para ser reconhecido como indivíduo,
tendo as preocupações ouvidas e consideradas para dar continuidade
ao atendimento.
Nesse contexto, os profissionais de saúde têm autonomia para seguir diferentes
protocolos, a fim de prestar a melhor assistência possível no momento.
Combinando diretrizes como a defesa dos direitos dos usuários, valorização do
trabalhador e gestão participativa, o acolhimento tem o potencial de transformar os
serviços de saúde.
Ele promove a aproximação entre funcionários e o público, dispensando processos
rígidos para adotar soluções mais flexíveis e humanizadas.
Diferença entre acolhimento em saúde e triagem
“Triagem é uma separação, escolha, seleção, ou seja, um funcionário da unidade
ouve a queixa do paciente e seleciona para qual profissional da unidade ele irá
encaminhá-lo, enquanto que acolhimento é a humanização dos serviços de saúde.”
O raciocínio acima, retirado desta orientação do Ministério da Saúde, revela que a
triagem é um processo consolidado, que tem início, meio e fim.
Já o acolhimento pode ser descrito como um programa contínuo, que permeia todos
os contatos entre paciente e profissionais de saúde.
Além disso, enquanto a triagem separa, o acolhimento reúne e aumenta proximidade
entre os atores envolvidos, podendo ser definido como uma medida de inclusão.
Em vez de manter o usuário do serviço de saúde como mero receptor, o ato de
acolher o compreende como participante da dinâmica no consultório, clínica ou
hospital.
Nesse cenário, ele deve ser ouvido, acompanhado e também contribuir para que as
interações sejam bem-sucedidas e agradáveis.
Importância do acolhimento ao usuário
Acolher o usuário é importante porque aumenta o seu bem-estar, colaborando para
uma melhora mais rápida e para fidelizar pacientes.
Afinal, apesar da missão social relevante, as unidades de saúde não deixam de
ser um negócio, e pensar em estratégias que o diferenciem da concorrência é
fundamental em um mercado cada vez mais competitivo.
É vital que os gestores e líderes priorizem ações centradas no consumidor – nesse
caso, no paciente – para manter seus estabelecimentos e equipes na mente do
usuário.
Deixando uma impressão positiva, as chances de que ele volte a usar seus serviços
aumentam de forma considerável.
Funcionários e usuários também ficam mais satisfeitos, o que melhora o clima
organizacional e, potencialmente, os lucros.
Etapas e boas práticas de acolhimento em saúde
O acolhimento deve começar com a conscientização das equipes de saúde,
incluindo um treinamento voltado à escuta qualificada.
Dessa forma, os colaboradores estarão aptos a ouvir e compreender as
necessidades do paciente em cada fase da assistência.
Outras práticas de interesse são:

 Recepção diferenciada
No âmbito do SUS, o acolhimento tem papel essencial na atenção primária,
que contempla Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou postos de saúde.
É nesses locais que o paciente é cadastrado e recebe os primeiros cuidados.
Mesmo na saúde privada, a recepção dos serviços deve ser diferenciada,
com atendimento um pouco mais longo para verificar as necessidades e
pendências para com o usuário.
Assim, o encaminhamento fica mais assertivo.
 Escuta qualificada
Após passar pela recepção, um ou dois profissionais dedicam algum tempo
para ouvir a queixa do usuário, com o objetivo de encontrar uma solução
viável.
Vale anotar o problema, deixar o paciente livre para propor uma resolução e
pedir feedback numa etapa posterior.
Cada questão acaba servindo para elevar a qualidade dos serviços prestados.
 Classificação de risco
Uma vez que a necessidade do usuário tenha sido entendida, é hora
de estabelecer uma ordem de prioridade para a assistência em saúde.
A classificação de risco é uma das metodologias que ajudam nessa tarefa,
identificando as emergências e casos que precisam de atendimento rápido.
Cabe reforçar que não se trata de uma simples triagem, requerendo por parte
dos funcionários um compromisso de manter todos os pacientes informados
sobre a classificação e seu propósito.
 Atendimento flexível
Outra boa prática se volta à praticidade e comodidade, permitindo diferentes
formatos de atendimento.
Além do presencial, a unidade de saúde pode oferecer consultas a distância,
deixando ao paciente a escolha do formato mais adequado.
Aplicativos de mensagem, e-mail e outros canais também auxiliam no
acolhimento, conferindo maior agilidade aos serviços.

Bibliografia:

1. BRASIL. Ministério da Saúde. HumanizaSUS. 2003. < Disponível em:


http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao/visualizar_texto.cfm?
idtxt=28288 >. Acesso em: 23 mar. 2010
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico
da Política Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de produção
da saúde. 2. ed. 5. reimpr. Brasília, 2010a.
3. FRANCO, T.B; BUENO, W.S; MERHY, E.E. O acolhimento e os processos de
trabalho em saúde: o caso de Betim, Minas Gerais, Brasil. Cad. Saúde
Pública, v.15 n.2 Rio de Janeiro, p.345-53, 1999.
REFLEXÃO DA APRENDIZAGEM

1 - Como esta atividade contribuiu para a minha formação profissional e pessoal?

2 - Quais foram os meus acertos e erros durante o PAPP?

3 - O que eu poderia ter feito melhor no processo do PAPP?

4- Ainda resta alguma dúvida sobre os assuntos aboradados no bimestre?

5 - Como podemos transformar essa dinâmica para que o processo de aprendizagem se


torne mais produtivo?

6 - Como eu posso contribuir para criar um clima de respeito e afetividade durante o


PAPP (perante meus colegas, a equipe e a família?

Comentários:
Aos coordenadores, tutores e membros da equipe unidade

Ao aluno pelo preceptor.

Avaliação Final:
Valor Total: 2,5.

Assinatura do aluno

Assinatura do Preceptor

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