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Enfermagem e Ciência

Enfa: Cíntia do Nascimento Silva


Graduação em Enfermagem pela Universidade Regional do Cariri – URCA
Residencia Uniprofissional em Enfermagem Obstétrica e Neonatologia
Pós Graduação em Urgencia e Emergencia
P ó s G r a d u a ç ã o e m U n i d a d e d e Te r a p i a I n t e n s i v a - U T I
Enfermagem e Ciência
• UNIDADE 1: CONTEXTUALIZAÇÃO, LEI DO EXERCÍCIO
PROFISSIONAL E ETAPAS DO CUIDADO DO PROCESSO EM
ENFERMAGEM.

» TÓPICO 3: INTRODUÇÃO A ASSISTÊNCIA DE


ENFERMAGEM (SAE).
UNIDADE 1
TÓPICO 3 • Atualmente, a saúde é vista dentro de um conceito ampliado – para além das
doenças.
» A CIÊNCIA • Saúde e doença estão associadas aos modos que as pessoas se relacionam
DO CUIDADO individual e coletivamente, levando em consideração a qualidade de vida de
cada um.

• O cuidado não necessariamente implicará a cura, ele não necessita de uma


finalidade objetiva com resultados pré-definidos, sendo diferente do
tratamento que envolve técnicas e procedimentos. Ele trabalha com o foco no
alívio de sofrimento.

• O foco dos tratamentos médicos é a doença, não sendo eles substituíveis de


cuidados que mantêm as capacidades de vida da pessoa.
UNIDADE 1
TÓPICO 3
UNIDADE 1 • Ao abordarmos a natureza dos cuidados em Enfermagem, é importante

TÓPICO 3 refletirmos sobre o cuidado integral do ser humano. A integralidade do cuidado


surge como uma visão ampliada, que vai além do olhar biomédico.

» A CIÊNCIA • Olhar medico x olhar da enfermagem

DO CUIDADO • A integralidade é um dos princípios do SUS, com prioridade para as atividades


preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais (BRASIL, 1988, Art. 198).

• Responsabilidade do estado

• Há a necessidade de transformações dos cenários e dos modos de produção de


cuidados contemporâneos, visando à integralidade, desde a organização dos
serviços de saúde, a formação profissional, a relação entre profissional da
saúde com o sujeito...
• Em 1965, Virginia Handerson foi a primeira autora a escrever sobre “a
natureza dos cuidados” de Enfermagem, associando-a às necessidades
fundamentais do ser humano, que haviam sido explicitadas, na época,
por Abraham Maslow. Houve uma confusão entre necessidades e
cuidados, por exemplo, em 1973, quando a NANDA estabeleceu um
sistema de classificação de diagnósticos, um ato um tanto redutor, de
acordo com o discernimento da natureza dos cuidados. Assim, é
importante discutir sobre o reencontro com a natureza dos cuidados,
na busca de superar essas dificuldades históricas que moldaram a
profissão de Enfermagem.
• Após abordarmos a natureza dos cuidados em Enfermagem, é
importante refletirmos sobre o cuidado integral do ser humano.
•A racionalidade do modelo biomédico foi constituída
fundamentalmente por duas categorias: normal e patológica, dando
uma dimensão de qualidades verificáveis e quantificáveis dessas
categorias, sendo a normalidade associada às regras a cumprir e a
patológica, ao desvio delas
• Para atender às necessidades de saúde da população, “o Estado deve
estabelecer um conjunto de ações que vão desde a prevenção à
assistência curativa, nos diversos níveis de complexidade”. Além disso,
para um atendimento integral, há a necessidade de entender o sujeito
como inserido em um contexto social.
• A formação dos profissionais da saúde, quando comprometida com a
integralidade do cuidado, com o foco no usuário e nas demandas sociais,
promove maior resolubilidade das questões de saúde. Para isso, a
Educação Interprofissional (EIP) e a integração ensino/serviço devem
estar presentes, como potência de reformular o currículo formal e como
práticas insubstituíveis à formação profissional em saúde.
• O conceito de “cuidado centrado na pessoa” é um termo que ainda não
tem definição consensual, mas remete às práticas e aos princípios que se
preocupam em alterar a forma como o cuidado é prestado.
• O termo surge a partir de propostas que buscam transformar o modelo
biomédico, ligado somente às questões da doença, preocupado em
incorporar mais empatia, respeito e cuidado nas relações.
• SAE é uma metodologia criada com objetivo de organizar a prática da Enfermagem no
UNIDADE 1 atendimento e no cuidado do paciente de forma integral, elevando a qualidade da assistência de
Enfermagem, beneficiando tanto o paciente quanto o profissional.
TÓPICO 3 • A SAE tem por finalidade organizar o trabalho da Enfermagem, quanto ao método, ao pessoal e
» METODOLOGIA aos instrumentos, de modo que seja possível a operacionalização do Processo de Enfermagem
(instrumento metodológico, que orienta o cuidado profissional de Enfermagem ).
SAE
• O PE, que é uma forma de tomada de decisões, embasada em uma metodologia científica,
também se trata de um instrumento metodológico, que orienta o cuidado profissional de
Enfermagem e a documentação da prática profissional, bem como evidencia a contribuição do
profissional de Enfermagem na atenção à saúde da população, aumentando a visibilidade e o
reconhecimento profissional
• O modelo mais conhecido para a implantação do PE é o proposto por Horta (1979):
 histórico de Enfermagem;
 diagnóstico de Enfermagem;
 plano assistencial;
 prescrição de Enfermagem;
 evolução de Enfermagem;
 prognóstico de Enfermagem
UNIDADE 1 • Conforme a Resolução Cofen nº 358/2009, o PE organiza-se em cinco etapas inter-relacionadas,

TÓPICO 3 interdependentes e recorrentes:

» METODOLOGIA  Coleta de Dados de Enfermagem ou Histórico de Enfermagem

SAE  Diagnóstico de Enfermagem

 Planejamento de Enfermagem

 Implementação

 Avaliação de Enfermagem
• I- A Coleta de Dados de Enfermagem ou Histórico de Enfermagem – processo
deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas
variadas, que tem por finalidade a obtenção de informações sobre a pessoas, família ou
coletividade humana e sobre suas respostas em um dado momento do processo saúde e
doença.
• II- Diagnóstico de Enfermagem – processo de interpretação e agrupamento dos dados
coletados na primeira etapa, que culmina com a tomada de decisão sobre os conceitos
diagnósticos de enfermagem que representam as respostas das pessoas, família ou
coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; e que
constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva
alcançar os resultados esperados.
• III- Planejamento de Enfermagem – determinação dos resultados que se espera
alcançar; e das ações ou intervenções de enfermagem que serão realizados face às
respostas das pessoas, família ou coletividade humana em um dado momento do
processo saúde e doença, identificadas na etapa de Diagnóstico de Enfermagem.
• IV-Implementação – realização das ações ou intervenções determinadas na etapa de
Planejamento de Enfermagem.
• V- Avaliação de Enfermagem – processo deliberado, sistemático e contínuo de
verificação de mudança nas respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um
dado momento do processo saúde e doença, para determinar se as ações ou
intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado; e de verificação da
necessidade de mudança ou adaptações nas etapas do PE
UNIDADE 1
• A legislação, em seu Art. 1º (COFEN, 2009), afirma que o PE deve ser realizado de modo deliberado
TÓPICO 3
e sistemático, em todos os ambientes, públicos ou privados em que ocorra o cuidado profissional de
Enfermagem:

• §1º instituições prestadoras de serviços de internação hospitalar, serviços ambulatoriais de saúde,


domicílios, escolas, associações comunitárias, fábricas, entre outros.

• §2º quando realizado em instituições prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde, domicílios,


escolas, associações comunitárias, entre outros, o Processo de Enfermagem corresponde a Consulta
de Enfermagem.

• O Art. 3º traz que o PE deve estar baseado em um suporte teórico, que busque orientar a coleta de
dados, o estabelecimento de diagnósticos de Enfermagem e o planejamento das ações ou
intervenções de enfermagem, assim como, deve fornecer a base para a avaliação dos resultados de
enfermagem alcançados
RESOLUÇÃO COFEN Nº 736 DE 17 DE JANEIRO DE 2024

• Dispõe sobre a implementação do Processo de Enfermagem em todo


contexto socioambiental onde ocorre o cuidado de enfermagem.
• Revoga a 359/2009
• Art. 4º O Processo de Enfermagem organiza-se em cinco etapas inter-
relacionadas, interdependentes, recorrentes e cíclicas, descritas a
seguir:
• § 1º Avaliação de Enfermagem – compreende a coleta de dados
subjetivos (entrevista) e objetivos (exame físico) inicial e contínua
pertinentes à saúde da pessoa, da família, coletividade e grupos
especiais, realizada mediante auxílio de técnicas (laboratorial e de
imagem, testes clínicos, escalas de avaliação validadas, protocolos
institucionais e outros) para a obtenção de informações sobre as
necessidades do cuidado de Enfermagem e saúde relevantes para a
prática;
• § 2º Diagnóstico de Enfermagem – compreende a identificação de
problemas existentes, condições de vulnerabilidades ou
disposições para melhorar comportamentos de saúde. Estes
representam o julgamento clínico das informações obtidas sobre
as necessidades do cuidado de Enfermagem e saúde da pessoa,
família, coletividade ou grupos especiais;
• § 3º Planejamento de Enfermagem – compreende o
desenvolvimento de um plano assistencial direcionado para à
pessoa, família, coletividade, grupos especiais, e compartilhado
com os sujeitos do cuidado e equipe de Enfermagem e saúde.
Deverá envolver:
• I – Priorização de Diagnósticos de Enfermagem;
• II – Determinação de resultados (quantitativos e/ou qualitativos)
esperados e exequíveis de enfermagem e de saúde;
• III – Tomada de decisão terapêutica, declarada pela prescrição de
enfermagem das intervenções, ações/atividades e protocolos
assistenciais.
• § 4º Implementação de Enfermagem – compreende a realização das
intervenções, ações e atividades previstas no planejamento assistencial, pela
equipe de enfermagem, respeitando as resoluções/pareceres do Conselho
Federal e Conselhos Regionais de Enfermagem quanto a competência técnica
de cada profissional, por meio da colaboração e comunicação contínua,
inclusive com a checagem quanto à execução da prescrição de enfermagem, e
apoiados nos seguintes padrões:
• I – Padrões de cuidados de Enfermagem: cuidados autônomos do Enfermeiro,
ou seja, prescritos pelo enfermeiro de forma independente, e realizados pelo
Enfermeiro, por Técnico de enfermagem ou por Auxiliar de Enfermagem,
observadas as competências técnicas de cada profissional e os preceitos legais
da profissão;
• II – Padrões de cuidados Interprofissionais: cuidados colaborativos com as
demais profissões de saúde;
• III – Padrões de cuidados em Programas de Saúde: cuidados advindos de
protocolos assistenciais, tais como prescrição de medicamentos padronizados
nos programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição, bem
como a solicitação de exames de rotina e complementares.
• § 5º Evolução de Enfermagem – compreende a avaliação dos resultados
alcançados de enfermagem e saúde da pessoa, família, coletividade e grupos
especiais. Esta etapa permite a análise e a revisão de todo o Processo de
Enfermagem.
• Art. 7º Os Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, em
conformidade com o disposto na Lei nº 7.498, de 25
de junho de 1986, e do Decreto 94.406, de 08 de
junho de 1987, que a regulamenta, participam do
Processo de Enfermagem, com Anotações de
Enfermagem, bem como na implementação dos
cuidados prescritos e sua checagem, sob a
supervisão e orientação do Enfermeiro.
OBRIGADA!

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