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COENS

Programa de Residência
Multiprofissional
em Oncologia
ENFERMAGEM

Sistematização da
Assistência de
Enfermagem

Março de 2022
Vamos rever alguns conceitos?

“A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma


atividade privativa do enfermeiro, que através de um método e
estratégia de trabalho científico realiza a identificação das
situações de saúde / doença, subsidiando a prescrição e
implementação das ações de Assistência de Enfermagem, que
possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e
reabilitação em saúde do indivíduo, família e comunidade.”

Tannure, Meire Chucre; Pinheiro, Ana Maria. 2011


“A elaboração da sistematização da assistência de
enfermagem é um dos meios que o enfermeiro dispõe
para aplicar seus conhecimentos técnico-científicos e
humanos na assistência ao paciente e caracterizar sua
prática profissional, colaborando na definição do seu
papel.”
Andrade, Grando, Boing, Viecelli, Silva, e Souza.
“Sistematizar a assistência de enfermagem é, antes de tudo,
oferecer ao paciente/cliente uma assistência de enfermagem
determinada em lei, que possa garantir a biossegurança e a
continuidade do cuidado nos 3 (três) níveis de atenção à saúde,
ou seja, primário, secundário e terciário.

A sistematização da assistência de enfermagem em qualquer uma


das várias áreas de atuação não difere radicalmente, em seus
respectivos conceitos, daquela que são desenvolvidos na área
assistencial hospitalar e de saúde coletiva, pois os princípios são os
mesmos, diferenciando apenas quanto ao foco de atenção, ou seja,
o tipo de paciente/cliente a ser assistido.”

htpp://portaleducação.com.br/educação/artigos/13221
“A Sistematização da Assistência de Enfermagem proporciona
segurança e qualidade na assistência prestada.”

“ A SAE propõe aos profissionais de enfermagem, ao cliente e a


instituição de saúde, ações norteadas pelo conhecimento técnico-
científico de forma sistematizada e orientada.”

www.grupocoi.com.br/sistematizacao-da-assistencia-de-enfermagem

Segurança
SAE do
paciente
Estrutura da SAE

Método Pessoal Instrumentos


Sistematização da Assistência de Enfermagem
e Processo de Enfermagem
“Podemos entender que ambos coexistem em uma relação de
interdependência. A Sistematização da Assistência se encontra em
uma posição de facilitadora do desenvolvimento do Processo de
Enfermagem. Este por sua vez é o fator que operacionaliza a
Sistematização da Assistência de Enfermagem.”
Arnoldi, Claudia. 2017

SAE Etapas do Processo


Processo de de Enfermagem
Sistematização da
Enfermagem
Assistência de
Enfermagem
Base legal para a implementação da SAE
• Lei 7498/86: Regulamentação do Exercício de Enfermagem

• Decreto Lei 94406/87: Regulamenta a Lei 7498/86 e dá outras providências

• Resolução COFEN 159/93: Consulta de Enfermagem

• Resolução COFEN 267/01: Home Care

• Resolução COFEN 272/2002: SAE

• Resolução COFEN 358/2009: SAE

• Resolução COFEN 0568/2009: Consultórios de Enfermagem


Por que implementar a SAE?

Fonte: Acervo HCII


Pensamento crítico Continuidade
da assistência

Fonte: Acervo HCII


Identidade profissional
Definição do papel do enfermeiro e da equipe de enfermagem

Fonte: Acervo HCII


Respaldo legal para Melhoria da qualidade
condutas e atitudes da assistência

Fonte: Acervo HCII


§ 2º – quando realizado em instituições prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas,
associações comunitárias, entre outros, o Processo de Saúde de Enfermagem corresponde ao usualmente
denominado nesses ambientes como Consulta de Enfermagem. Art. 2º O Processo de Enfermagem organiza-
se em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes:

I – Coleta de dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem) – processo deliberado, sistemático e


contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas variadas, que tem por finalidade a obtenção de
informações sobre a pessoa, família ou coletividade humana e sobre suas respostas em um dado momento do
processo saúde e doença.
II – Diagnóstico de Enfermagem – processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados na
primeira etapa, que culmina com a tomada de decisão sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem que
representam, com mais exatidão, as respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado
momento do processo saúde e doença; e que constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com
as quais se objetiva alcançar os resultados esperados.
III – Planejamento de Enfermagem – determinação dos resultados que se espera alcançar; e das ações ou
intervenções de enfermagem que serão realizadas face às respostas da pessoa, família ou coletividade humana
em um dado momento do processo saúde e doença, identificadas na etapa de Diagnóstico de Enfermagem.
IV – Implementação – realização das ações ou intervenções determinadas na etapa de Planejamento de
Enfermagem.
V – Avaliação de Enfermagem – processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de mudanças
nas respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde doença,
para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado; e de verificação
da necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem.
Anamnese e exame físico
Histórico de
enfermagem
Resultados alcançados

Diagnóstico
Avaliação
de
enfermagem

Implementação Planejamento Resultados esperados

Intervenções de enfermagem
Processo de Enfermagem
É um documento cuja confecção é de
responsabilidade do enfermeiro com o propósito
de sistematizar a assistência de enfermagem
prestada ao cliente, família e comunidade.

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net/.com.br
• Confeccionado pelo enfermeiro.

• Utilizado pela equipe de enfermagem.

• Compõe-se de 5 etapas (Histórico de


enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem, Planejamento,
Implementação e Avaliação).

• Utiliza-se do método científico.

• Além de servir como instrumento para S.A.E serve como


insumo para produção científica.
Papel do Técnico de Enfermagem no
Processo de Enfermagem
• Art. 5º O Técnico de Enfermagem e o Auxiliar de
Enfermagem, em conformidade com o disposto na Lei nº
7.498, de 25 de junho de 1986, e do Decreto 94.406, de 08
de junho de 1987, que a regulamenta, participam da
execução do Processo de Enfermagem, naquilo que lhes
couber, sob a supervisão e orientação do Enfermeiro.
O Método Científico e o Processo de
Enfermagem
• Método: Derivado do grego méthodos. Significa caminho
para chegar ao fim.

• Constitui um procedimento geral, sistemático, baseado em


princípios lógicos . Utiliza os processos mentais de indução
e dedução, análise e síntese, servindo de instrumentos para
alcançar os objetivos de investigação científica.

• É a base de organização das etapas do Processo de


Enfermagem.
Método científico
Oficina de Práticas de
“A importância da Enfermagem
utilização do método para a equipe de
enfermagem do HCII
científico.
( MC ) ou de resolução
de problemas na
Enfermagem, está na
diminuição da
fragmentação dos
cuidados de saúde e no
evitar a duplicação de
serviços”. ( BRUNNER )
Fonte: Acervo HCII
O Método na ciência

São instrumentos básicos Curso de Semiologia


Aplicada à Oncologia para
que ordenam os enfermeiros do HCII
pensamentos em sistemas,
traçando o modo de
proceder do cientista ao
longo da investigação para
alcançar um objetivo pré-
determinado.

Fonte: Acervo HCII


O Método na ciência
• Implemento - Qualquer instrumento físico ou conceitual
utilizado na pesquisa a fim de ampliar o alcance, precisão e
suprir, até certo ponto, os próprios sentidos do investigador.

• Técnica - Incluí todos os modos de utilização do


instrumento. Representa a forma de atingir objetivos, o
modo de agir.

• Raciocínio - É um processo mental ordenado e lógico


que utiliza argumentações indutivas ou dedutivas.

Raciocínio clínico
Processo do
raciocínio
diagnóstico em
enfermagem:
Interpretação do
comportamento
humano (Bio, psico, https://blog.actbr.org.br
sócio-cultural e
espiritual )
Interação de
processos:
interpessoais,
técnicos e intelectuais
em situações clínicas.
Raciocínio clínico e crítico
• É necessário constante avaliação e olhar crítico durante o
processo de raciocínio clínico. Este deve ser sempre baseado
em evidências científicas.

• Este exercício consiste na formação de opinião ou


estabelecimento de valor para um objeto ou evento a partir de
um conjunto de conceitos.

• Como base para estas ações, podemos utilizar o método


científico, que, segundo Cianciarullo ( 2003), é um Instrumento
Básico Para o Cuidar.
Raciocínio clínico e diagnóstico de enfermagem
Reconhecimento Atribuição dos Comparação das

ETAPA 2

ETAPA 3
ETAPA 1

de evidências significados as evidências


evidências existentes com as
esperadas para os
Associação com diagnósticos
informações Utilização de
pertinentes ao pensamento
paciente produtivo Avaliação das
divergente evidências
existentes e dos
Utilização de diagnósticos
bases de Utilização de realizados
conhecimento pensamento
produtivo
convergente Confirmação do
diagnóstico através
das evidências de
suporte
Fonte: “Café com a SAE” – 2018
Acervo HCII

Ao escolher uma teoria de enfermagem o enfermeiro precisa


conhecer a realidade do setor em que trabalha, o perfil dos
enfermeiros nesta unidade e as características da clientela
atendida, uma vez que essa caracterização deverá estar de
acordo com os conceitos da teoria selecionada.
Fonte: Módulo SAE
Residência INCA - 2016

Antes de aplicar a SAE, deve-se pesquisar a realidade


assistencial vivida com vistas a identificar a(s) Teoria(s) de
Enfermagem que se adequa(m) à realidade assistencial e, a
partir disto planejar e aplicar a(s) ações relacionadas.
Pontos a observar
• O conceito de pessoa é condizente com a clientela do
serviço em questão?
• O conceito que representa saúde para a autora da teoria
atenderá a demanda dos clientes?
• O ambiente de atuação do enfermeiro é condizente com o
ambiente exposto na teoria?
• As características e a filosofia da instituição em que a
teoria será aplicada estão em harmonia com os
pressupostos do modelo teórico?
• Além disso, os enfermeiros que vão trabalhar com a teoria
selecionada estão dispostos e são capacitados a realizar as
atividades preconizadas por essa teoria?
Teorias de Enfermagem
Definições:
• Teoria, do grego θεωρία , é o conhecimento especulativo,
puramente racional.

• Significa ação de contemplar, olhar, examinar, especular e


também vista ou espetáculo.

• Também pode ser entendido como forma de pensar e entender


algum fenômeno a partir da observação.

• É uma síntese aceita de um vasto campo de conhecimento,


consistindo de hipóteses que foram devidamente testadas, através
de leis e fatos científicos que descrevem os fenômenos naturais.
Um pouco de história...
• Florence Nightingale: Profissão embasada em reflexões e
questionamentos, tendo por objetivo edificá-la sobre um arcabouço de
conhecimentos científicos diferentes do modelo biomédico.

• Enfermeiras norte americanas: Insatisfação com a postura serviçal.


Aprimoramento da educação em enfermagem.

• Anos 50: Foco na assistência holística – ênfase do cuidado de


enfermagem como um processo inter-pessoal - foco na pessoa e não na
patologia.

• Anos 60: Teorias buscam estabelecer as bases para uma ciência de


enfermagem.

• Brasil anos 60: Wanda de Aguiar Horta, primeira enfermeira a falar de


teoria no campo profissional – embasada na teoria da Motivação
Humana de Abraham Maslow elaborou a Teoria das Necessidades
Humanas Básicas.
Teoria
• Conjunto de conceitos inter-relacionados, definições e
proposições.

• Apresenta uma forma sistemática de ver os fatos/eventos, pela


especificação das relações entre as variáveis, com a finalidade de
explicar e prever o fato/evento.

• Foram classificadas de acordo com o foco cliente-enfermeiro.

• É um conceito articulado da realidade inventada ou descoberta


(fenômeno central e relacionamentos) na enfermagem, com a
finalidade de descrever, explicar, prever ou prescrever o cuidado
de enfermagem.
Objetivos das teorias

Segundo Tannure & Gonçalves (2008) as teorias


são compostas de conceitos (e suas definições)
que visam a descrever fenômenos, correlacionar
fatores, explicar situações, prever acontecimentos
e controlar os resultados obtidos a partir das ações
de enfermagem. Devem direcionar as ações dos
enfermeiros, de modo a responsabilizá-los pelos
cuidados a prestar aos clientes, não mais
executados de maneira empírica.
Metaparadigmas da enfermagem
É um conjunto de conceitos utilizados no saber e no fazer
da profissão.

• Enfermagem: É a ciência do cuidado executado através de


uma metodologia de trabalho.
• Pessoa: Aquele que recebe o cuidado. Pode ser
exclusivamente o doente, o doente e sua família, ou a
comunidade em que vivem.
• Saúde: Finalidade da assistência de enfermagem. Deve
ser, quando possível, decidida em conjunto pelo cliente e
pelo enfermeiro.
• Ambiente: Arredores imediatos nos quais se encontra a
pessoa que recebe a assistência.
Passo-a-passo da aplicação das teorias

Passo 1: Passo 3:
Implementação
Conhecimento
Passo 2: do processo
da
Definição da de enfermagem
realidade do
teoria em 5 fases:
setor
Sustentadora da Desde o contato
em que trabalha:
ação com a situação
perfil
Terapêutica do até a resolução
dos enfermeiros
cuidado. do problema
e
características da que ela
clientela apresenta.
assistida.
“Check- list” para aplicação das teorias
O conceito de pessoa é condizente com a clientela do
serviço em questão?

O conceito que representa saúde para a autora da teoria,


atenderá a demanda dos clientes?
O ambiente de atuação do enfermeiro é condizente com o
ambiente exposto na teoria?
As características e a filosofia da instituição em que a teoria
será aplicada estão em harmonia com os pressupostos do
modelo teórico?
Os enfermeiros que vão trabalhar com a teoria selecionada
estão dispostos e são capacitados a realizar as atividades
preconizadas por essa teoria?
Classificação das teorias
de Enfermagem
Teorias com foco cliente-enfermeiro

• As teorias desta escola se desenvolveram para responder a


pergunta “o que os enfermeiros fazem?” Descrevem
funções e papéis dos enfermeiros, o que leva o enfermeiro
a considerar o cliente de acordo com uma hierarquia de
necessidades. O cuidado de enfermagem busca satisfazer
as necessidades que não foram preenchidas pelo cliente.
Teoria das Necessidades Humanas
Wanda de Aguiar Horta (1926 – 1981)

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com
Wanda de Aguiar Horta, primeira enfermeira a falar de teoria no
campo profissional embasada na teoria da Motivação Humana de
Abraham Maslow, que elaborou a Teoria das Necessidades
Humanas Básicas.
Teoria das Necessidades Humanas
Wanda de Aguiar Horta (1926 – 1981)
• Fundamentada na Teoria da Motivação Humana, proposta por
Maslow.

• O ser humano é parte integrante do universo, sendo o único ser


vivo capaz de reflexão, simbolização e imaginação. Essas
características permitem sua autenticidade, unicidade e
individualidade.

• O ser humano é um agente de mudanças e por isso provoca


equilíbrio e desequilíbrio em seu próprio universo.
• O processo de enfermagem prevê que a assistência de
enfermagem seja pautada na avaliação do paciente e forneça os
dados para que os diagnósticos de enfermagem sejam
identificados.
• Os diagnósticos direcionam a definição de metas a serem
alcançadas. Juntos, diagnósticos e metas são as bases para
selecionar as intervenções mais apropriadas à situação específica
do paciente.
• Realizadas as intervenções, o alcance das metas deve ser
avaliado.
• Dessa avaliação, retorna-se às fases precedentes, caso as metas
não tenham sido alcançadas ou novos diagnósticos tenham sido
identificados.
Teoria do autocuidado: Dorothea Orem (1914-2007)
• Orem considera que as pessoas desejam e podem se tornar aptas ao
seu autocuidado, podendo os profissionais de Enfermagem
assumir esta tarefa quando não estão em condições de fazê-lo.
• Por ser a enfermagem um serviço de ajuda por tempo deliberado
por um período de tempo, as pessoas são capazes e desejam
desempenhar autocuidado para si e para os membros dependentes
da família.
• Faz parte do desenvolvimento humano e ao bem-estar.
• Educação e cultura influenciam os indivíduos.
• É aprendido através da interação e comunicação.

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Teorias da Interação

Tentam responder a “como as enfermeiras fazem o


que fazem?” Esta concepção vê a enfermagem como
um processo interativo, com foco no desenvolvimento
das relações entre o paciente e o enfermeiro, com base
no interacionismo, fenomenologia e existencialismo
filosófico e humanismo. De um modo geral compõe-
se de pressupostos.
Pressupostos
• A enfermagem é um processo deliberativo.
• Fornece ajuda de assistência.
• É um processo interpessoal que ocorre entre uma pessoa que
precisa de ajuda e outra que é capaz de fornecer ajuda.
• O cuidado não é um ato mecanicista, mas sim humanista.
• O enfermeiro precisa de conhecimentos sistemáticos; o cliente
é um parceiro no processo de enfermagem.
• Os valores do paciente, sua singularidade e dignidade são
considerados para o processo de enfermagem.
• Exemplos: King, Travelbee, Peplau e Orlando
Teorias do Resultado

Tentam responder a questão “porque os enfermeiros


fazem o que fazem?” Para esta linha de pensamento, o
objetivo do cuidado de enfermagem é fornecer as
condições para a estabilidade e prevenção da perda de
energia e para a harmonização entre o indivíduo e o
ambiente. A base são os conceitos dos sistemas,
adaptação e teorias do desenvolvimento.
Pressupostos
• Partem da seguinte questão: Porque os enfermeiros fazem o que
fazem?
• Foco na relação homem-meio.
• Enfermagem como parte do meio e fornece os recursos para uma
re-harmonização e preservação de energia.
• Enfermagem é processo deliberativo no qual o cliente é parte.
• A enfermagem busca alternativas para o cliente escolher, buscando
resolutividade.
• Cliente tem direito a usufruir o máximo de bem-estar possível e
desenvolver seu processo vital de forma integral.
• Exemplos: Nightingale, Rogers, Roy, Levine, Paterson e Zderad
Modelo ambientalista de Nightingale (1820-1910)
• Para Florence, o conceito de enfermagem consiste “em colocar
o doente na melhor condição para que a natureza possa agir
sobre ele, encorajando assim a sua cura”, ou seja, caberia à
enfermagem intervir no ambiente físico para melhor posicionar
o doente, poupando-o ao menor gasto de energia.

• Segundo ela, quando um ou mais aspectos do ambiente


encontram-se desequilibrados, o cliente necessita usar maior
energia para contrabalançar o estresse ambiental. Esse estresse,
por sua vez, retira do cliente a energia necessária para a cura.
Cliente e ambiente em equilíbrio
Cliente gastando energia desnecessária por estar
estressado pelo ambiente
Se o ambiente estiver desequilibrado, ele gasta energia desnecessária.

O papel da enfermeira é colocar o cliente na melhor posição para que a natureza possa
agir sobre ele, encorajando assim a cura.
• Florence Nightingale com os seus conhecimentos e a sua
abordagem inovadora da enfermagem e da saúde, relacionando
fatores até então não valorizados, influenciou muitas das teóricas
de enfermagem que depois se seguiram.

• É por essa razão que as suas teorias de investigação consideradas


pioneiras são tão significativas na atualidade e, por isso, é justo
que seja considerada a precursora da Enfermagem Moderna.

“Acho que os sentimentos se


perdem nas palavras.
Todos deveriam ser transformados em ações,
em ações que tragam resultados.”

Florence Nightingale

https://www.ebiografia.com/florence_nightingale
Teoria da Adaptação
Sister Callista Roy (1939)
• Homem: Ser social, mental, espiritual e físico afetado por
estímulos do ambiente interno e externo.

• Saúde: Capacidade de um indivíduo para adaptar-se a mudanças


no ambiente.

• Ambiente: Forças internas e externas em um estado contínuo de


mudança.

• Enfermagem: Arte humanitária e ciência em expansão que


manipula e modifica os estímulos para promover e facilitar a
capacidade adaptativa do homem.
Teoria dos Metaparadigmas
Jean Watson
• Descreve que o principal enfoque da enfermagem está nos
fatores de cuidado que derivam da perspectiva humanística
combinados com base no conhecimento científico.

• Na visão de Watson, a doença pode ser curada, mas permanece


porque o cuidado da saúde não foi atingido.

• No sistema de valores de Watson, existe uma alta consideração


pela autonomia e pela liberdade de escolha, que leva a ênfase
no autoconhecimento e ao autocontrole do cliente e ao cliente
como pessoa encarregada.
Teoria de Enfermagem Humanística
Josephyne G. Paterson e Loretta Zderad
(1960-1970)

• A teoria é descrita como uma estrutura aberta no intuito de


permitir que mundos vividos na Enfermagem sejam
explorados livre e criativamente.

• É um caminho para que o ser que cuida em Enfermagem


conscientize-se de sua prática, percebendo, refletindo e
descrevendo os atos de cuidado à medida que os experienciam,
enquanto situações únicas e construídas pelo compartilhar com
o ser que é cuidado.
• A sucessão das multiplicidades à unidade paradoxal como
processo interno do ser que cuida em Enfermagem.

• É o momento em que o ser que cuida corrige e expande seu


ângulo de visão. É um crescimento por meio das idéias
estudadas, o qual impulsiona o saber e o fazer da Enfermagem
como um todo; é quando vai além, chegando a uma maior
compreensão.

• Compreende a fase em que o conhecimento da Enfermagem,


como ciência e arte se forma, constituindo-se e desvelando-se
ao olhar do ser que cuida.
• Reflexões:

• O objetivo da Enfermagem, portanto é o estar-melhor, por


conta do ajudar o outro e a si por meio do desenvolvimento do
potencial humano.

• O Processo de Enfermagem é, então, entendido como


existência deliberada, responsável, consciente, não pré-
julgadora seguida pela reflexão e descrição, no qual há
avaliação contínua.

• No cuidado, o ser que cuida não impõe nem decide a respeito


da vida do outro, mas lhe possibilita escolhas para que, desta
forma, cada um torne-se mais por meio da relação
intersubjetiva.
TEORIAS SAÚDE ENFERMAGEM

AUTOCUIDADO Resultado das práticas aprendidas Auxilia o indivíduo a maximizar,


Dorothea Orem pelos indivíduos para manter a vida progressivamente, seu potencial para
e o bem-estar. o autocuidado

ADAPTAÇÃO Capacidade do individuo para Processo interpessoal, significativo e


Sister Calista Roy adaptar-se a mudanças no ambiente. terapêutico, onde o enfermeiro é
capaz de reconhecer a necessidade
de ajudar o cliente a reagir a ela

HUMANÍSTICA Desejo do indivíduo de estar aberto Reposta confortadora em um


Peterson Zderad para as experiências da vida momento de necessidade, que visa o
independente de seu estado físico, desenvolvimento do bem estar e do
social, espiritual, cognitivo ou vir-à-ser.
emocional. Prática com base no diálogo, a
comunidade e a enfermagem
fenomenológica

NECESSIDADES É estar em equilíbrio dinâmico no Assistir ao ser humano no


HUMANAS tempo e espaço Teorias das NHB. atendimento das necessidades
BÁSICAS(NHB) básicas, torná-lo independente dessa
Wanda Horta assistência pelo ensino do
autocuidado, recuperar, manter e
promover a saúde com outros
profissionais Processo de
Enfermagem
Descritores das Teorias de Enfermagem
• Ambiental: F.Nightingale, 1820 – 1910
• Necessidades Humanas Básicas: Virgínia Henderson, 1897
• Autocuidado: Dorothea Orem, 1914
• Adaptação: Sister Calista Roy, 1939
• Relações interpessoais em enfermagem, Hildegard Peplau, 1952
• Holística: Myra E. Levine, 1967
• Modelo Conceitual do homem: Martha Rogers, 1970
• Necessidades Humanas Básicas: Wanda Horta, 1970
• Alcance dos objetivos:Imogenes King, 1971
• Padrões funcionais de saúde: Gordon, 1980
• Ajuda ao paciente para manter o poder próprio: Newman,1989
Considerações finais sobre Teorias de Enfermagem
• Segundo Leopardi (1999) estudar teorias não significa aceitá-las em sua
globalidade. Os conceitos devem ser estudados com detalhe, para conhecer-se
o pensamento do autor e entender sua proposta, para poder adequá-la a uma
específica realidade com a qual lidamos.

• Trata-se de utilizar um corpo de conhecimento próprio, buscando abordar de


maneira específica um problema também específico, ou seja, é sempre
possível adaptar-se os conteúdos teóricos às situações da prática, de modo que
não faz sentido se pensar que as teorias em enfermagem não são aplicáveis, ou
são difíceis, ou ainda, desnecessárias.

• Teorias sobre os modos de fazer e pensar se constituem parte importante da


identificação de uma profissão, uma vez que lhe fornecem bases para
consolidar sua identidade. Com teorias se busca identificar o objeto de
trabalho, a finalidade profissional, seus instrumentos, projetando as ações de
forma sistemática.
1ª etapa do processo de enfermagem:

Histórico de enfermagem
Histórico de Enfermagem
• O histórico se compõe de anamnese e exame físico.
• A Anamnese, ou entrevista para coleta dos dados irá
subsidiar a confecção do plano assistencial.
• Deve ser utilizado um roteiro pré-estabelecido e técnicas
apropriadas.
• Devem ser respeitados os requisitos básicos para a
entrevista.
• O exame físico dever ser mais detalhado no seguimento
corporal, ou no sistema onde se concentra a queixa
principal do paciente.
Histórico de Enfermagem
• O enfermeiro deve ser profundo conhecedor do
conteúdo para saber interpretar os achados
semiológicos.

• Os dados coletados na entrevista e no exame físico


devem ser agrupados em categorias para facilitar a
inferência do Diagnóstico de Enfermagem.
Método de coleta de dados
Curso de
Semiologia
• Entrevista Aplicada à
Oncologia para
enfermeiros do
HCII

• Observação

• Exame físico

Fonte: Acervo HCII


Entrevista

• A entrevista para coleta dos dados irá subsidiar a


confecção do plano assistencial.

• Deve ser utilizado um roteiro pré-estabelecido e técnicas


apropriadas.
Requisitos indispensáveis para o
entrevistador
• Interagir com o entrevistado.

• Utilizar linguagem apropriada.

• Saber se fazer entender (tom de voz, ritmo da fala, utilizar


corretamente sinais).

• Saber conduzir a entrevista (reconduzí-la se necessário).

• Respeitar o momento do cliente.


Ambiente adequado para a entrevista

• Privativo.
• Tranquilo.
• Agradável para ambos.
• Com o mínimo possível de fatores de interferência.
Fontes de dados Tipos de dados
Primárias:
• Informações colhidas com • Subjetivos
o paciente. • Objetivos
• Achados semiológicos do • Históricos
exame físico. • Atuais

Secundárias:
• Consulta ao prontuário.
• Informações coletadas
com familiares,
responsáveis pelo paciente
ou outros profissionais de
saúde.
Primárias Secundárias
• Informações colhidas • Consulta ao prontuário
com o paciente. • Informações coletadas
com familiares e
• Achados semiológicos
responsáveis pelo
do exame físico.
paciente.
• Informações coletadas
com outros
profissionais de saúde.

Fonte: Acervo HCII


Registro de dados no prontuário
• Mecanismo de comunicação.

• Evita indagações repetidas.

• Cria relações positivas entre cliente e profissional.

• Cria um registro legal.

• Garante um mecanismo de avaliação.


2ª etapa do processo de enfermagem:

Diagnóstico de enfermagem
Diagnóstico de enfermagem
• Julgamento clínico.

• Reações do indivíduo.

• Reações da família e comunidade.

• Problemas reais de saúde ou processos de vida.

• Base para as intervenções de Enfermagem (NANDA 1990


e 2009).

• Determinação das necessidades básicas afetadas.

• Determina a origem dos problemas encontrados.


Características
• Declaração sobre um problema ou situação do cliente, família
ou comunidade.

• Declaração breve e concisa.

• Condições que os enfermeiros possuem licença para intervir.

• Deve ser confirmado com o paciente /ou responsável sempre


que possível.
Sistemas de Classificação
É o arranjo sistemático em grupos ou categorias, de
acordo com critérios estabelecidos; a organização
dos fenômenos em grupos, baseada em seus
relacionamentos.
Diagnóstico de Enfermagem e Diagnóstico
Médico

Diagnóstico de Enfermagem Diagnóstico Médico

• Orientado para o indivíduo. • Orientado para a doença.


• Descreve as respostas do • Orienta as intervenções
indivíduo. médicas.
• Orienta as intervenções de • Classificação de + 100
Enfermagem. anos.
• Classificação de 30 anos.
Modelos balizadores dos diagnósticos de
enfermagem
• Modelo segundo Wanda Horta (adaptado da escala
hierárquica das necessidades humanas de Maslow).

• Modelo NANDA (North American Nursing Diagnosis


Association).

• Modelo CIPE (Classificação Internacional para a Prática


de Enfermagem).
Abraham Maslow Estrutura das
(1968) Necessidades
Modelo Wanda Horta Humanas Básicas

Auto- Realização

Psicológicas Auto- estima


Espiritualidade

Estimulação
Fisiológicas e
Psicológicas Sexo e sexualidade
Segurança, amor e gregária

Fisiológicas Evitar a dor


Manutenção da temperatura / Sono e repouso
Oxigenação / hidratação / eliminação / nutrição
Equilíbrio dos aparelhos e sistemas do
organismo
• NEUROLÓGICO
• IMUNOLÓGICO
• MOTOR
• DA SENSIBILIDADE (SENTIDOS)
• CIRCULATÓRIO
• METABÓLICO
Exemplos de Diagnóstico de Enfermagem pela
taxonomia da NANDA
Náusea relacionada ao tratamento quimioterápico
antineoplásico caracterizada por sabor amargo e
ânsia de vômito.

Eliminação urinária prejudicada associada à


obstrução anatômica pela massa tumoral,
caracterizada por presença de disúria, retenção
urinária e alteração das escórias nitrogenadas .
3ª etapa do processo de enfermagem:

Planejamento
Planejamento
É a determinação dos resultados que se espera alcançar e das
ações ou intervenções de enfermagem que serão realizadas face
às respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um
dado momento do processo saúde e doença, identificadas na
etapa de Diagnóstico de Enfermagem.
Resolução COFEN 358/2009
Exemplo de Planejamento de Enfermagem pela
taxonomia da NOC (Nursing Outcomes Classification)

•Diagnóstico de Enfermagem: Risco de infecção associado a


procedimentos invasivos.
•Planejamento (Resultados Esperados): Ausência de sinais de
infecção
4ª etapa do processo de enfermagem:

Implementação
Implementação
É a realização das ações ou intervenções determinadas
na etapa de Planejamento de Enfermagem.
Resolução COFEN 358/2009

A forma correta para registro da intervenções de


enfermagem é com a utilização de verbos no infinitivo:

Exemplos: auxiliar, supervisionar, orientar, realizar, instalar,


monitorar, encaminhar, verificar, acompanhar, observar,
comunicar, registrar, administrar, etc.
Exemplo de Implementação de Enfermagem pela
taxonomia da NIC (Nursing Intervention Classification)
•Diagnóstico de Enfermagem: Risco de infecção associado a procedimentos invasivos.
•Planejamento (Resultados Esperados): Ausência de sinais de infecção
•Implementação (Intervenções de Enfermagem):
• Monitorar sinais e sintomas de infecção (edema, hiperemia, calor, rubor, hipertermia) - Higienizar as
mãos com gel alcoólico ou água e sabão conforme técnica correta, nos momentos recomendados -
Realizar desinfecção com álcool a 70% nos dispositivos endovenosos (equipo, injetor lateral), antes de
administrar medicações - Utilizar técnica asséptica durante execução de procedimentos - Instituir
precauções universais - Monitorar sinais vitais - Orientar paciente e visitantes e/ou acompanhantes
sobre os meios adequados de prevenção de infecção - Orientar paciente a reconhecer sinais de infecção
e importância de manter seus curativos limpos, fechados e secos - Orientar pacientes e familiares sobre
lavagem de mãos -Trocar equipos a cada 24 horas -Trocar acesso venoso a cada 72 horas - Monitorar
resultados de exames laboratoriais - Manter ambiente limpo - Utilizar técnica asséptica durante
execução de procedimentos estéreis - Retirar dispositivos invasivos da paciente sempre que possível,
em consonância com a equipe médica.
5ª etapa do processo de enfermagem:

Avaliação
Avaliação

É um processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação


de mudanças nas respostas da pessoa, família ou coletividade
humana em um dado momento do processo saúde doença, para
determinar se as ações ou intervenções de enfermagem
alcançaram o resultado esperado; e de verificação da
necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do Processo
de Enfermagem.
Resolução COFEN 358/2009
Exemplo de Avaliação de Enfermagem pela taxonomia da NIC
(Nursing Intervention Classification)
•Diagnóstico de Enfermagem: Risco de infecção associado a procedimentos invasivos.

•Planejamento (Resultados Esperados): Ausência de sinais de infecção

•Implementação (Intervenções de Enfermagem):

• Monitorar sinais e sintomas de infecção (edema, hiperemia, calor, rubor, hipertermia) - Higienizar
as mãos com gel alcoólico ou água e sabão conforme técnica correta, nos momentos recomendados
- Realizar desinfecção com álcool a 70% nos dispositivos endovenosos (equipo, injetor lateral),
antes de administrar medicações - Utilizar técnica asséptica durante execução de procedimentos -
Instituir precauções universais - Monitorar sinais vitais - Orientar paciente e visitantes e/ou
acompanhantes sobre os meios adequados de prevenção de infecção - Orientar paciente a
reconhecer sinais de infecção e importância de manter seus curativos limpos, fechados e secos -
Orientar pacientes e familiares sobre lavagem de mãos -Trocar equipos a cada 24 horas -Trocar
acesso venoso a cada 72 horas - Monitorar resultados de exames laboratoriais - Manter ambiente
limpo - Utilizar técnica asséptica durante execução de procedimentos estéreis - Retirar dispositivos
invasivos da paciente sempre que possível, em consonância com a equipe médica.

•Avaliação (Resultados Alcançados):

•Ações para aumentar a resistência à infecção - Procedimentos de monitoramento de infecção -


Ausência de infecções relacionadas a procedimentos invasivos.
Referências:
Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC). Gloria M. Bulechek... [et. Al.].6ª edição.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM (COREN). CÓDIGO DE ÉTICA E


LEGISLAÇÃO.
Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro – COREN – RJ. Edição 2013.

Doenges, Marilynn E. Diagnósticos de Enfermagem: Intervenções, Prioridades,


Fundamentos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,12ª edição. 2011

Moorhead Moorhead & colaboradores. NOC - Classificação dos Resultados de Enfermagem.


Tradução da 5ª edição. Elsevier

NANDA International, Inc. Nursing Diagnoses. Definitions and Classification. 2021–2023


Twelfth Edition.Thieme New York • Stuttgart • Delhi • Rio de Janeiro

Processo de enfermagem: guia para a prática / Conselho Regional de Enfermagem de São


Paulo. Alba Lúcia B.L. de Barros... [et al.] – São Paulo : COREN-SP, 2015.

Ubaldo, I; Matos, E; Salum, N. C. Diagnósticos de enfermagem da NANDA-I com base nos


problemas segundo teoria de Wanda Horta. Cogitare Enferm. 2015 Out/dez; 20(4): 687-694.

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